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Investigando a Própria Prática em uma Trajetória Hipotética de
Aprendizagem no Ensino de Poliedros
Wendel de Oliveira Silva1
GD7 – Formação de Professores que Ensinam Matemática
A pesquisa que subsidia este artigo busca identificar os conhecimentos mobilizados por um professor de
Matemática ao construir, aplicar e analisar uma Trajetória Hipotética de Aprendizagem (THA) com uso do
GeoGebra3D no ensino de Geometria Espacial. Objetivando investigar a própria prática, construiremos e
aplicaremos uma THA em uma turma do 2º ano do Ensino Médio de uma escola do Estado de Minas Gerais.
A fundamentação teórica, quanto à THA, se constrói a partir dos estudos de Simon e quanto ao conhecimento
profissional, de estudos de Shulman e de Ball, Phelps e Thames; no tocante aos conhecimentos necessários
para ensinar na presença de tecnologia, no TPACK na acepção de Mishra e Koehler. Trata-se de uma
pesquisa de caráter qualitativo e com elementos do Design-Based Research. dividida em duas fases. A Fase 1
consiste em Pesquisa Documental e a Fase 2 na elaboração, aplicação e análise de uma THA. A coleta de
dados, na Fase 2, será feita pelos diários de bordo do pesquisador, os protocolos das atividades dos alunos e
as gravações em vídeo e áudio dos encontros. Para a interpretação dos dados nos fundamentaremos na
técnica de análise de conteúdo, segundo Bardin, e na análise de vídeos, segundo Powell et al. Constatamos,
pela revisão de literatura, que a proposição de atividades com Geogebra3D que privilegiam a construção do
pensamento geométrico espacial é escassa e recursos tecnológicos como os materiais manipulativos e
softwares de geometria dinâmica se apresentam com potencial pedagógico para ensino da Geometria
Espacial.
Palavras-chave: Geometria Espacial; Trajetória Hipotética de Aprendizagem; GeoGebra; Poliedros.
Introdução
Conforme preconizam os PCN (BRASIL, 1998), a formação do aluno tem como
objetivo maior a aquisição dos conhecimentos básicos e o desenvolvimento de habilidades,
como: saber pesquisar, buscar informações, selecioná-las e analisá-las; a capacidade de
formular hipóteses, verificá-las e testá-las. Dessa forma, o uso de programas
computacionais pode figurar como uma excelente ferramenta auxiliadora do professor de
matemática em sua prática profissional ajudando-o no planejamento de uma aula
investigativa facilitando a criação de situações–problema que servem de motivação e de
desafio aos alunos.
Dadas as peculiaridades da sociedade atual e das demandas dos estudantes, é
notório a grande expectativa por parte dos professores no que tange à utilização de novas
tecnologias na Educação. Essa expectativa, em muitos casos, transforma-se em
insegurança e angustia quanto aos rumos para sua prática de ensino. Entretanto, “não há
como escapar. Ou os educadores adotam a informática com absoluta normalidade, assim
1
Universidade Anhanguera de São Paulo, e-mail: oceded@hotmail.com, orientador: Drª. Nielce Meneguelo
Lobo da Costa.
como o material impresso e a linguagem, ou serão atropelados no processo e inúteis na sua
profissão.” (D’AMBROSIO, 2006, p. 60).
Como professor de disciplinas da área de Matemática como: Cálculo e Geometria
Analítica nos cursos de Engenharia Civil e Licenciatura em Matemática, pude observar que
muitos alunos têm dificuldade para construírem novos conceitos especialmente quando
estes necessitam a mobilização de conceitos elementares da Geometria Plana e Espacial
que já deveriam ter sido construídos. Tal lacuna, por parte dos alunos, entre outros
aspectos, pode refletir o despreparo dos professores nas abordagens de ensino. Por conta
desse obstáculo e a potencial consequência de um ensino precário é que escolhi a
Geometria Espacial como conteúdo matemático a ser abordado nessa pesquisa.
Pretendo, com os resultados futuros desse trabalho, contribuir para a formação de
professores que ensinam Matemática além de contribuir para o ensino e aprendizagem de
alunos do Ensino Médio em atividades que envolvem investigação e o uso de tecnologias
digitais.
A pesquisa que subsidia este artigo tem como objetivo a aplicação e análise de uma
Trajetória Hipotética de Aprendizagem com o uso do GeoGebra 3D no ensino de
Geometria Espacial, em particular de Poliedros..
Fundamentação Teórica
Os pressupostos teóricos da pesquisa estão alicerçados nas obras de Shulman
(1986, 1987) para as análises relativas aos Conhecimentos Profissionais Docentes e de Ball
et al (2008) quanto aos conhecimentos necessários para a docência em Matemática;
Mishra e Koehler (2006, 2009) subsidiam quanto ao Conhecimento Pedagógico
Tecnológico do Conteúdo e os trabalhos de Simon (1995) sedimentam o planejamento
implementação e análise da THA
Entendemos que para ser um professor o simples conhecimento específico de
determinada área bem como algumas habilidades técnicas não são credenciais suficientes.
É preciso ir além. Conforme Shulman (1987) a compreensão sozinha não é suficiente. A
utilidade de cada conhecimento repousa sobre o seu valor para julgamento e ação com o
intuito de não transformar-se em um ensino meramente técnico.
Desse modo, Shulman (1987) propõe um modelo de formação de professor que
mescle o conhecimento pedagógico com o específico e que não se trabalhe de forma
isolada uma vez que as formas de aprender e ensinar difere entre professores altamente
especializados nas áreas do conhecimento e professores educadores menos especializados.
Ball et al (2008) ampliaram as categorias definidas por Shulman que são sobre os
três componentes do conhecimento matemático, a saber: o conhecimento da disciplina, o
conhecimento sobre a disciplina e a relação do professor com a disciplina. Deborah Ball e
seus colaboradores propuseram uma subdivisão do conhecimento do conteúdo definido por
Shulman (1986) em: conhecimento comum do conteúdo e conhecimento especializado do
conteúdo. Já o conhecimento pedagógico do conteúdo foi dividido em: conhecimento do
conteúdo e dos estudantes e conhecimento do conteúdo e do ensino.
Em suma, o cerne da pesquisa de Ball et al está no que os professores precisam
conhecer sobre um determinado conteúdo matemático para viabilizar o ensino. As
pesquisas revelam ainda que um professor precisa saber mais matemática e diferentes
matemáticas para poder interpretar a origem do erro de seus estudantes com fluência e
eficiência.
Além dos conhecimentos apontados por Shulman e por Ball, com o advento das
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) nas escolas, e especialmente
na abordagem de conteúdos matemáticos, se torna necessário integrar também o
Conhecimento Tecnológico ao objeto matemático pois não basta ter o conhecimento
tecnológico, ele precisa estar integrado ao conhecimento específico do conteúdo
matemático e ao conhecimento pedagógico. Isso para que o professor seja capaz de fazer
uso adequado das TDIC, no sentido de viabilizar uma nova forma de compreender e
representar conceitos matemáticos.
A utilização de tecnologias em sala de aula trará contribuições no processo
educativo desde que elas sejam compreendidas e inseridas pedagogicamente. Nessa mesma
direção, Mishra e Koehler (2006) propõem outro modelo calcado no tripé Tecnológico,
Pedagógico e do Conteúdo (TPACK). Essa proposta toma por base o modelo proposto por
Shulman (1987) acrescentando o Conhecimento Tecnológico. No referido modelo base
temos como resultado da interseção do Conhecimento Pedagógico com o Conhecimento
Específico, o Conhecimento Pedagógico do Conteúdo e, segundo Mishra e Koehler (2006),
o resultado da interseção entre o Conhecimento do Conteúdo, Conhecimento Pedagógico e
Conhecimento Tecnológico resultam no Conhecimento, Tecnológico, Pedagógico do
Conteúdo que apresenta como premissa básica a atitude do professor no que diz respeito as
tecnologias e sua capacidade para integrar as tecnologias no currículo misturando os
conhecimentos a nível do conteúdo, a nível pedagógico e tecnológico.
Metodologia
A pesquisa investiga o mundo onde vivemos e a nós mesmos. Entretanto, a
pesquisa só existe com apoio de uma metodologia adequada que nos permite aproximar do
objeto de estudo. Para a elaboração da presente pesquisa adotei o Design Research que,
segundo Cobb (2003), é uma metodologia desenvolvida por meio de múltiplos métodos e
design de pesquisa, podendo ser considerada uma metodologia híbrida, que utiliza métodos
de pesquisa quantitativa e qualitativa, e requer revisão de literatura e geração de teoria.
(WANG e HANNAFIN, 2005).
Esta pesquisa, em andamento, se divide em duas fases (Fase 1 e Fase 2). A Fase 1
consistiu na Pesquisa Documental – na qual analiso os currículos de Minas Gerais, o
Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola, o planejamento da disciplina de Matemática
– e na Bibliográfica na qual investigo pesquisas correlatas (revisão de literatura),
atividades matemáticas com o uso do GeoGebra 3D e tarefas para o ensino de Geometria
Espacial.
Na Fase 2, Pesquisa de Campo, elaborarei e aplicarei uma THA, definindo os
objetivos de aprendizagem, indicação de hipóteses e construção das tarefas com o uso do
GeoGebra 3D. A coleta de dados nessa fase será feita pelos diários de bordo do
pesquisador, os protocolos das atividades dos alunos e as gravações em vídeo e áudio dos
encontros. Na sequência será aplicada a THA no laboratório de informática da própria
escola.
Para a interpretação dos dados coletados me fundamentarei na técnica de análise de
conteúdo, segundo Bardin (1979), que a define como sendo um conjunto de técnicas de
análise de comunicações que visa obter, mediante descrições dos conteúdos das
mensagens, indicadores que permitam inferir conhecimentos sobre as condições de
produção/recepção dessas mensagens.
A analise dos dados coletados em vídeo será calcado no modelo analítico sugerido
por Powell et al (2004, p.4) entendendo que ele “permite desvelar momento a momento de
sons e imagens de um fenômeno” além de enfatizar que, ao assistir diversas vezes o
mesmo vídeo, o pesquisador pode identificar eventos críticos, ou seja, momentos que
podem revelar significados implícitos ou explícitos dos dados.
Revisão de Literatura
O mapeamento, ainda em fase inicial, foi uma das primeiras etapas para a
realização dessa pesquisa tendo como objetivo apresentar um panorama geral dos estudos
desenvolvidos nos programas de pós-graduação em Educação, Educação Matemática ou
Ensino de Matemática no Brasil tendo como objeto matemático o ensino da Geometria
Espacial.
O levantamento foi feito na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) que
integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de
ensino e pesquisa brasileiras e na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) por meio das palavras-chave “Geometria Espacial” e “Geometria”. Os
resultados quantitativos estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1: Resultado quantitativo da pesquisa em bancos de dados eletrônicos
PALAVRA-CHAVE BANCO DE DADOS QUANTITATIVO
Geometria
CAPES 1230
BDTD 2263
Geometria Espacial
CAPES 17
BDTD 41
Fonte: Dados da pesquisa
Para essa revisão de literatura elenquei dentre todas as pesquisas encontradas, 58
trabalhos entre dissertações e teses os quais abordaram o tema Geometria Espacial entre os
anos de 2000 a 2014. Investiguei os resultados obtidos por pesquisadores, tais como,
Moraco (2006), Follador (2004), Becker (2009), Vidaletti (2009), Viana (2005), Machado
(2010), Alves (2004), Palles (2013), Guimarães (2009). Tais investigadores destacaram
como sendo dificuldades enfrentadas pelos alunos no estudo da Geometria Espacial as
seguintes: a visualização e a compreensão das propriedades das figuras geométricas no
espaço.
Quadro 1: Pesquisas que envolvem ou tem como objeto matemático Geometria Espacial
Instituição Ano Título Autor(a) Objetivo
UNICAMP 2005
O componente Espacial da habilidade
matemática de alunos do Ensino
Médio e as relações com o
desempenho escolar e as atitudes em
relação à Matemática e á Geometria
Odaléa Aparecida
Viana
Analisar o componente espacial da habilidade
matemática e verificar a existência de relações
entre este componente, o raciocínio espacial, as
atitudes em relação à matemática e à geometria e
o desempenho escolar.
UNESP 2006 Um estudo sobre os conhecimentos
geométricos adquiridos
Ana Sheila do
Couto Trindade
Moraco
Analisar os conhecimentos prévios e dificuldades
apresentadas por alunos do Ensino Médio em
tarefas envolvendo conceitos geométricos como
figura plana e não plana, cubos e pirâmides, etc e
verificar o domínio de alguns dos termos
conceituais e representacionais referentes à
Geometria
UFPR 2004
Visualização, desenho e nomeação de
figuras tridimensionais representadas
no plano: um estudo na 4ª série do
ensino fundamental
Dolores Follador
Investigar a maneira como os alunos do 5º ano do
Ensino Fundamental interpretam os desenhos
feitos no plano para representar sólidos
geométricos constantes em questões da prova de
Matemática do Programa de Avaliação do Paraná
- AVA.
UFGRS 2009 Uma alternativa para o ensino de
Geometria: visualização geométrica e
representações de sólidos no plano
Marcelo Becker
Criar uma sequência didática que aborde a
visualização geométrica e a representação de
objetos tridimensionais em diagramas
bidimensionais.
UFOP 2010
O ensino de Geometria Espacial em
ambientes educacionais
informatizados: um projeto de ensino
de prismas e cilindros para o 2º ano
do EM
Ronaldo Asevedo
Machado
Investigar as contribuições que um projeto de
ensino, desenvolvido em ambientes
informatizados, pode trazer para o ensino-
aprendizagem de GE em uma turma de 2 ano do
Ensino Médio da rede pública na cidade de Entre
Rios de Minas (MG).
UFRJ 2004
O uso de softwares de Geometria
Dinâmica para o desenvolvimento de
habilidades cognitivas: uma aplicação
em aluno do ensino médio
George de Souza
Alves
Verificar se o uso de um software de geometria
dinâmica auxilia no desenvolvimento das
representações mentais de objetos geométricos e
se ele interfere numa melhor compreensão de
conceitos relacionados a este domínio do
conhecimento.
UERJ 2013
A dinâmica cibercultural na
ressignificação do conhecimento
geométrico: uma proposta
metodológica para o ensino de
Geometria Espacial
Gilselene Garcia
Guimarães
Investigar se a dinâmica do uso das tecnologias
em redes, própria da cibercultura, pode
ressignificar o aprendizado do conhecimento de
geometria espacial de jovens alunos do ensino
médio.
PUC/SP 2013 Um estudo do icosaedro a partir da
visualização em geometria dinâmica
Camila Molina
Palles
Realizar estudo da visualização geométrica dos
registros figurais dinâmicos por meio da Teoria
dos Registros de Representação Semiótica de
Duval
UNIVATES 2009 Ensino e aprendizagem da GE a partir
da manipulação de sólidos
Vangiza Bortoleti
Berbigier Vidaletti
Sugerir, apresentar, aplicar e avaliar uma
metodologia alternativa de trabalho, para o
ensino e aprendizagem de Geometria espacial.
Fonte – dados da Pesquisar
Moraco (2006), em sua dissertação intitulada “Um estudo sobre os conhecimentos
geométricos adquiridos por alunos do ensino médio” trouxe-nos grandes propostas de
reflexões acerca do conhecimento do aluno em Geometria Espacial, ao analisar os
conhecimentos prévios e dificuldades apresentadas por 81 alunos do Ensino Médio da rede
pública de São Paulo, em tarefas envolvendo conceitos geométricos como figura plana e
não plana, cubos e pirâmides.
Os instrumentos utilizados em sua pesquisa foram do tipo lápis e papel e se
constituiu em um questionário de 9 questões (questionário inicial) que objetivou analisar o
conhecimento prévio acerca de Geometria e uma prova de matemática com 14 questões
como intuito de avaliar os conhecimentos geométricos dos alunos.
Em sua análise, Moraco (2006) afirma que os alunos se lembram de coisas pontuais
de Geometria e que não gostam dessa disciplina. Supomos que tal fato ocorre devido ao
ensino precário ora por falta de conhecimento específico do professor, ora por falta de
tempo o que nos motiva a pensar que a Geometria ainda é deixada em segundo plano.
Follador (2004) investigou a maneira como os alunos do 5º ano do Ensino
Fundamental interpretam os desenhos feitos no plano para representar sólidos geométricos
constantes em questões da prova de Matemática do Programa de Avaliação do Paraná -
AVA.
A autora apoiou-se em alguns estudos que tratam da visualização de figuras
geométricas espaciais representadas no plano. Para ela, com base na leitura dos trabalhos
de Parzysz, decodificar regras e convenções na leitura de um desenho no plano, utilizando
folha e papel, objetivando representar situações espaciais não é algo que o aluno faz
espontaneamente. É necessário que ele tenha passado por uma aprendizagem em que tenha
tido a oportunidade de discutir e compreender essas representações (FOLLADOR, 2004).
Nesse sentido, entendemos que atividades de exploração e investigação, são
atividades que buscam propiciar ao aluno situações em que tenham que procurar
regularidades, similaridades, semelhanças e padrões, de forma motivadora e desafiadora
(PONTE, 1999).
Concordamos com Alarcão (2001) quando afirma que todo bom professor tem que
ser um investigador. Ele precisa ser questionador, buscar compreender os motivos dos
insucessos de seus alunos, ler criticamente as propostas pedagógicas e cooperar para sua
elaboração.
Já o pesquisador Becker (2009), além da preocupação com a visualização, buscou
também investigar a capacidade de representação de sólidos em diagramas bidimensionais
mediante uma sequência de atividades aplicadas a uma do 3º ano do Ensino Médio onde o
próprio autor trabalhava onde foram realizados testes com alunos de diferentes idades e
faixas de escolaridades com o intuito de se observar a capacidade de visualização e
representação de sólidos em diagramas bidimensionais em diferentes níveis estágios e
intelectuais.
As atividades propostas pelo autor consistiam no contato com sólidos e para isso foi
proposto que se colocasse um sólido dentro de uma caixa com um orifício arredondado
com tamanho suficiente para um indivíduo inserir sua mão, não permitindo o contato
visual. Com isso, o sujeito, ao tatear o sólido, criaria uma imagem em sua mente
identificando suas partes. Na segunda parte da tarefa, o participante deveria representar o
sólido por desenho utilizando lápis e, algumas vezes, papel isométrico sob cinco
perspectivas. Essa caixa foi denominada de Caixa de Becker (BECKER, 2009).
Os resultados obtidos mostraram que os alunos possuem uma visão projetiva
desenvolvida, porém as relações euclidianas não estão sendo respeitadas nos desenhos. As
formas dos objetos eram identificadas mas não conseguiam identificar as proporções
fazendo com que o desenho não ficasse correto. O autor conclui que a sequência de
atividades propostas auxiliaram os alunos no desenvolvimento de sua capacidade de
visualização geométrica e representação de objetos tridimensionais no plano.
Por sua vez, o trabalho de Vidaletti (2009, p.61) enfatiza que o ensino e
aprendizagem da Geometria Espacial a partir da manipulação de sólidos, alicerçado na
visão de ensinar com base nas próprias experiências do aluno, “parte do que ele já sabe,
seus conhecimentos antecedentes, relacionando-os com os novos conhecimentos”.
A autora sustenta a teoria de que a aprendizagem qualifica-se com a assimilação de
significados, valorizando o que os alunos já sabem, de modo a construir estruturas mentais
utilizando, como mediadoras, atividades concretas que tornem possível descobrir e
redescobrir outras experiências, conectando-as com as que já dominam.
Ao analisar o resultado de uma avaliação de Geometria Espacial, aplicada aos
alunos, Vidaletti (2009) constatou que a aprendizagem significativa é um processo que
supõe a compreensão do que está sendo apreendido. E para que ocorra esta compreensão é
necessário que o aprendiz realize uma reflexão ativa sobre as novas informações que
recebe, procurando semelhanças e considerando as diferenças entre estas e os conceitos
prévios, relacionados ao novo conhecimento.
Segundo Viana (2006) a Geometria Escolar estuda as formas e as relações dos
objetos e requer a habilidade de formar e manipular imagens mentalmente. Em sua
pesquisa, a autora buscou compreender o componente espacial de habilidade matemática
que, segundo ela, trata-se de um conjunto de habilidades envolvendo a percepção, a
formação e a manipulação de imagens mentais relativas às figuras espaciais que são
estudadas no Ensino Médio.
Dentre alguns de seus resultados de pesquisa a autora conclui que, em muitos casos,
os alunos sabem os conceitos e princípios geométricos relativos aos problemas mas erram
a resposta porque não dominam o cálculo algébrico ou aritmético. Os resultados parecem
confirmar que o componente espacial deve estar ligado não apenas ao conhecimento e
destrezas adquiridas em Geometria, mas também à habilidade do sujeito.
Além da preocupação com a questão da visualização, pudemos constatar, com
nosso mapeamento inicial, que há um consenso quanto as potencialidades dos softwares
educacionais em sala de aula. A utilização desses softwares como recursos pedagógicos,
auxiliam os professores a tornar as aulas mais atraentes e resgatar o interesse do aluno pelo
estudo da Matemática conforme preconizam Alves (2004), Machado (2010), Palles (2013)
e Guimarães (2013) em suas pesquisas.
Alves (2004) objetivou em sua pesquisa verificar se o uso de um software de
geometria dinâmica auxilia no desenvolvimento de representações mentais de objetos
geométricos e se interfere para uma melhor compreensão de conceitos relacionados a este
domínio do conhecimento, pois percebeu que o processo de ensino e aprendizagem de
geometria é dificultado por deficiências de visualizações por parte dos alunos.
O autor acredita que os softwares de geometria dinâmica podem colaborar para os
professores de formação do conceito de objeto geométrico, permitindo que o aluno não
confunda as propriedades de um desenho com as propriedades de um objeto geométrico.
Os resultados apontaram uma melhora na visualização de objetos geométricos e na
manipulação mental destes para os grupos experimentais (grupo que tiveram aulas com a
utilização do software), sendo que para os alunos do grupo de controle (grupo que tiveram
aulas tradicionais) as aulas clássicas parecem não ter contribuído para esta mesma
mudança.
Nessa mesma linha de pensamento, Machado (2010) apresenta uma proposta de
ensino de conteúdos da Geometria Espacial através de atividades com aplicabilidade
matemática em situações do cotidiano da construção civil utilizando os softwares livres:
Sketchup e Geogebra. A pesquisa foi implementada em uma classe do 2º ano do Ensino
Médio de procedência rural e teve como instrumentos de pesquisa as avaliações e as
filmagens das aulas no laboratório. A intervenção ocorreu no laboratório de informática da
escola buscando evidenciar as diversas contribuições da implementação do projeto e
principalmente da utilização de softwares para o ensino e aprendizagem.
Fundamenta-se pelas tecnologias informacionais e comunicacionais em sua
implementação e ganha corpo no ensino e aprendizagem de matemática deixando sua
contribuição para o trabalho do educador matemático frente à exploração de outros
universos como forma de facilitar o ensino e aprendizagem da Geometria Espacial. Permite
aos professores com dificuldades no desenho de sólidos construir com certa facilidade
esses elementos, usando as tecnologias, e aos alunos, um contato direto com o conteúdo a
ser aprendido, criando um ambiente mais participativo e investigativo.
Palles (2013) realizou o estudo da visualização geométrica dos registros figurais
dinâmicos por meio da Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Duval
associada ao software de geometria dinâmica Cabri3D tendo como objetivo analisar por
essa teoria, uma sequência didática para a construção de uma fórmula para o cálculo da
medida do volume do icosaedro, a fim de identificar elementos essenciais das
configurações envolvidas.
A análise foi composta por seis atividades, que correspondem a um trecho do
problema dos “anéis de diamantes” mais especificamente nas questões que compõe cada
atividade. Como conclusão da análise feita na sequência didática de Possani (2012), Palles
(2013) percebeu que o papel heurístico da figura, em grande parte das atividades, poderia
ter sido mais bem explorado se as atividades não ficassem restritas a um passo a passo, ou
seja, se os alunos tivessem a oportunidade de explorar a figura para encontrar soluções.
Guimarães (2013) em sua pesquisa buscou investigar se a dinâmica do uso das
tecnologias em redes, própria da cibercultura, pode ressignificar o aprendizado do
conhecimento de Geometria Espacial tendo como sujeitos de pesquisa alunos do Ensino
Médio da rede pública do estado do Rio de Janeiro. A intenção da autora com a pesquisa
era a de construir um procedimento metodológico que fosse capaz de contribuir com os
estudos que intersecionam o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos de
Geometria Espacial e as questões que abordam os princípios da cibercultura vivenciado
pelos jovens.
O software Geogebra foi utilizado constantemente para as construções geométricas
mas no modo on-line com o intuito de incentivar a utilização da internet tendo como
principal limitação, na oportunidade, a construção de figuras geométricas espaciais com o
software Geogebra visto que, na ocasião da pesquisa, ainda não disponibilizava a versão
3D. Nesse contexto foi preciso lançar mão da capacidade cognitiva de abstrair que inserida
na dinâmica da proposta cibercultural, é o resultado do agrupamento das capacidades de
perceber, imaginar e manipular.
Guimarães (2013) conclui que não usufruir das potencialidades dos recursos
tecnológicos nas propostas curriculares pode representar um caminho em contra-ciclo; o
ambiente colaborativo suscitou a construção de maior autonomia e responsabilidade
aumentando a capacidade de tomada de decisão; o processo autoral é favorável à melhoria
do desempenho do aluno relacionado à geometria bem como na melhora do
relacionamento ente eles e que as construções da dinâmica cibercultural, evidenciadas
através do uso das práticas ciberculturais na construção do conhecimento geométrico,
mostraram aos alunos a possibilidade de aprenderem de forma não linear.
Fica evidenciado com essa pesquisa que para se tirar vantagem do potencial dos
softwares de Geometria Dinâmica é preciso que as atividades tenham um caráter
investigativo - ambientes nos quais o aluno é convidado a dar ênfase em processos
matemáticos como procurar regularidades, formular, testar, justificar e provar conjecturas,
refletir e generalizar.
Considerações Finais
Diante dos resultados apresentados pelo mapeamento e análise dessas pesquisas que
abarcam o tema Geometria Espacial e a sua importância na formação dos estudantes é
possível observar que a preocupação no ensino desse conteúdo concentra-se especialmente
em procurar desenvolver a visualização, particularmente com o apoio de materiais
manipulativos e pela proposição de atividades que oportunizem ao aluno visualizar e
explorar melhor as propriedades do objeto, fazendo conjecturas e tirando conclusões sobre
o mesmo.
Partindo do pressuposto de que os alunos vivem em contato com o "novo", o
"diferente" e o "motivador", torna-se necessário que recursos tecnológicos como o
computador também sejam utilizados nas aulas de matemática e que exerçam certa
influência na forma de condução do trabalho docente, com o objetivo de assumir um novo
sentido colaborando para diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que
temem Matemática.
Finalizando, constatamos, pela revisão de literatura, que a proposição de atividades
que privilegiam a construção do pensamento geométrico espacial dos alunos tem sido
ainda escassa e os recursos tecnológicos, como os materiais manipulativos e softwares de
geometria dinâmica, se apresentam como grande potencial pedagógico no ensino da
Geometria Espacial.
REFERÊNCIAS
ALVES, G. S. O uso de softwares de geometria dinâmica para o desenvolvimento de
habilidades cognitivas: uma aplicação em alunos do ensino médio. 2004. 288f.Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
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It Special? In Journal of Teaching Education. 2008. V.59 nº5 p. 389-407. Downloaded from
jte.sagepub.com by guest on September 16, 2010.
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D’AMBROSIO, U. Prefácio. In: BORBA, M. C. ARAÚJO, J. L. (Orgs.). Pesquisa
Qualitativa em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006,
FOLLADOR, D. Visualização, desenho e nomeação de figuras tridimensionais
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Dissertação (Mestrado em Educação). Setor de Educação, UFPR: Curitiba, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35 ed. São
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Tese (Doutorado em Educação) – UERJ, Rio de Janeiro, 2013.
KOEHLER, M.J; MISHRA, P. What is technological pedagogical content knowledge? In
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MACHADO, R. A. O ensino de geometria espacial em ambientes educacionais
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preto, 2010.
MORACO, A. S. C.T. Um estudo sobre os conhecimentos geométricos adquiridos por
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de vídeo para investigar o desenvolvimento das ideias matemáticas e do raciocínio de
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VIDALETTI, V. B. B. Ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da
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Ciências Exatas) – Centro Universitário UNIVATES, Lajeado, 2009.
WANG, F. & HANNAFIN, M. Design-based research and technology-enhanced learning
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Investigando a própria prática em uma Trajetória Hipotética de Aprendizagem no ensino de Poliedros

  • 1. Investigando a Própria Prática em uma Trajetória Hipotética de Aprendizagem no Ensino de Poliedros Wendel de Oliveira Silva1 GD7 – Formação de Professores que Ensinam Matemática A pesquisa que subsidia este artigo busca identificar os conhecimentos mobilizados por um professor de Matemática ao construir, aplicar e analisar uma Trajetória Hipotética de Aprendizagem (THA) com uso do GeoGebra3D no ensino de Geometria Espacial. Objetivando investigar a própria prática, construiremos e aplicaremos uma THA em uma turma do 2º ano do Ensino Médio de uma escola do Estado de Minas Gerais. A fundamentação teórica, quanto à THA, se constrói a partir dos estudos de Simon e quanto ao conhecimento profissional, de estudos de Shulman e de Ball, Phelps e Thames; no tocante aos conhecimentos necessários para ensinar na presença de tecnologia, no TPACK na acepção de Mishra e Koehler. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo e com elementos do Design-Based Research. dividida em duas fases. A Fase 1 consiste em Pesquisa Documental e a Fase 2 na elaboração, aplicação e análise de uma THA. A coleta de dados, na Fase 2, será feita pelos diários de bordo do pesquisador, os protocolos das atividades dos alunos e as gravações em vídeo e áudio dos encontros. Para a interpretação dos dados nos fundamentaremos na técnica de análise de conteúdo, segundo Bardin, e na análise de vídeos, segundo Powell et al. Constatamos, pela revisão de literatura, que a proposição de atividades com Geogebra3D que privilegiam a construção do pensamento geométrico espacial é escassa e recursos tecnológicos como os materiais manipulativos e softwares de geometria dinâmica se apresentam com potencial pedagógico para ensino da Geometria Espacial. Palavras-chave: Geometria Espacial; Trajetória Hipotética de Aprendizagem; GeoGebra; Poliedros. Introdução Conforme preconizam os PCN (BRASIL, 1998), a formação do aluno tem como objetivo maior a aquisição dos conhecimentos básicos e o desenvolvimento de habilidades, como: saber pesquisar, buscar informações, selecioná-las e analisá-las; a capacidade de formular hipóteses, verificá-las e testá-las. Dessa forma, o uso de programas computacionais pode figurar como uma excelente ferramenta auxiliadora do professor de matemática em sua prática profissional ajudando-o no planejamento de uma aula investigativa facilitando a criação de situações–problema que servem de motivação e de desafio aos alunos. Dadas as peculiaridades da sociedade atual e das demandas dos estudantes, é notório a grande expectativa por parte dos professores no que tange à utilização de novas tecnologias na Educação. Essa expectativa, em muitos casos, transforma-se em insegurança e angustia quanto aos rumos para sua prática de ensino. Entretanto, “não há como escapar. Ou os educadores adotam a informática com absoluta normalidade, assim 1 Universidade Anhanguera de São Paulo, e-mail: oceded@hotmail.com, orientador: Drª. Nielce Meneguelo Lobo da Costa.
  • 2. como o material impresso e a linguagem, ou serão atropelados no processo e inúteis na sua profissão.” (D’AMBROSIO, 2006, p. 60). Como professor de disciplinas da área de Matemática como: Cálculo e Geometria Analítica nos cursos de Engenharia Civil e Licenciatura em Matemática, pude observar que muitos alunos têm dificuldade para construírem novos conceitos especialmente quando estes necessitam a mobilização de conceitos elementares da Geometria Plana e Espacial que já deveriam ter sido construídos. Tal lacuna, por parte dos alunos, entre outros aspectos, pode refletir o despreparo dos professores nas abordagens de ensino. Por conta desse obstáculo e a potencial consequência de um ensino precário é que escolhi a Geometria Espacial como conteúdo matemático a ser abordado nessa pesquisa. Pretendo, com os resultados futuros desse trabalho, contribuir para a formação de professores que ensinam Matemática além de contribuir para o ensino e aprendizagem de alunos do Ensino Médio em atividades que envolvem investigação e o uso de tecnologias digitais. A pesquisa que subsidia este artigo tem como objetivo a aplicação e análise de uma Trajetória Hipotética de Aprendizagem com o uso do GeoGebra 3D no ensino de Geometria Espacial, em particular de Poliedros.. Fundamentação Teórica Os pressupostos teóricos da pesquisa estão alicerçados nas obras de Shulman (1986, 1987) para as análises relativas aos Conhecimentos Profissionais Docentes e de Ball et al (2008) quanto aos conhecimentos necessários para a docência em Matemática; Mishra e Koehler (2006, 2009) subsidiam quanto ao Conhecimento Pedagógico Tecnológico do Conteúdo e os trabalhos de Simon (1995) sedimentam o planejamento implementação e análise da THA Entendemos que para ser um professor o simples conhecimento específico de determinada área bem como algumas habilidades técnicas não são credenciais suficientes. É preciso ir além. Conforme Shulman (1987) a compreensão sozinha não é suficiente. A utilidade de cada conhecimento repousa sobre o seu valor para julgamento e ação com o intuito de não transformar-se em um ensino meramente técnico. Desse modo, Shulman (1987) propõe um modelo de formação de professor que mescle o conhecimento pedagógico com o específico e que não se trabalhe de forma
  • 3. isolada uma vez que as formas de aprender e ensinar difere entre professores altamente especializados nas áreas do conhecimento e professores educadores menos especializados. Ball et al (2008) ampliaram as categorias definidas por Shulman que são sobre os três componentes do conhecimento matemático, a saber: o conhecimento da disciplina, o conhecimento sobre a disciplina e a relação do professor com a disciplina. Deborah Ball e seus colaboradores propuseram uma subdivisão do conhecimento do conteúdo definido por Shulman (1986) em: conhecimento comum do conteúdo e conhecimento especializado do conteúdo. Já o conhecimento pedagógico do conteúdo foi dividido em: conhecimento do conteúdo e dos estudantes e conhecimento do conteúdo e do ensino. Em suma, o cerne da pesquisa de Ball et al está no que os professores precisam conhecer sobre um determinado conteúdo matemático para viabilizar o ensino. As pesquisas revelam ainda que um professor precisa saber mais matemática e diferentes matemáticas para poder interpretar a origem do erro de seus estudantes com fluência e eficiência. Além dos conhecimentos apontados por Shulman e por Ball, com o advento das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) nas escolas, e especialmente na abordagem de conteúdos matemáticos, se torna necessário integrar também o Conhecimento Tecnológico ao objeto matemático pois não basta ter o conhecimento tecnológico, ele precisa estar integrado ao conhecimento específico do conteúdo matemático e ao conhecimento pedagógico. Isso para que o professor seja capaz de fazer uso adequado das TDIC, no sentido de viabilizar uma nova forma de compreender e representar conceitos matemáticos. A utilização de tecnologias em sala de aula trará contribuições no processo educativo desde que elas sejam compreendidas e inseridas pedagogicamente. Nessa mesma direção, Mishra e Koehler (2006) propõem outro modelo calcado no tripé Tecnológico, Pedagógico e do Conteúdo (TPACK). Essa proposta toma por base o modelo proposto por Shulman (1987) acrescentando o Conhecimento Tecnológico. No referido modelo base temos como resultado da interseção do Conhecimento Pedagógico com o Conhecimento Específico, o Conhecimento Pedagógico do Conteúdo e, segundo Mishra e Koehler (2006), o resultado da interseção entre o Conhecimento do Conteúdo, Conhecimento Pedagógico e Conhecimento Tecnológico resultam no Conhecimento, Tecnológico, Pedagógico do Conteúdo que apresenta como premissa básica a atitude do professor no que diz respeito as
  • 4. tecnologias e sua capacidade para integrar as tecnologias no currículo misturando os conhecimentos a nível do conteúdo, a nível pedagógico e tecnológico. Metodologia A pesquisa investiga o mundo onde vivemos e a nós mesmos. Entretanto, a pesquisa só existe com apoio de uma metodologia adequada que nos permite aproximar do objeto de estudo. Para a elaboração da presente pesquisa adotei o Design Research que, segundo Cobb (2003), é uma metodologia desenvolvida por meio de múltiplos métodos e design de pesquisa, podendo ser considerada uma metodologia híbrida, que utiliza métodos de pesquisa quantitativa e qualitativa, e requer revisão de literatura e geração de teoria. (WANG e HANNAFIN, 2005). Esta pesquisa, em andamento, se divide em duas fases (Fase 1 e Fase 2). A Fase 1 consistiu na Pesquisa Documental – na qual analiso os currículos de Minas Gerais, o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola, o planejamento da disciplina de Matemática – e na Bibliográfica na qual investigo pesquisas correlatas (revisão de literatura), atividades matemáticas com o uso do GeoGebra 3D e tarefas para o ensino de Geometria Espacial. Na Fase 2, Pesquisa de Campo, elaborarei e aplicarei uma THA, definindo os objetivos de aprendizagem, indicação de hipóteses e construção das tarefas com o uso do GeoGebra 3D. A coleta de dados nessa fase será feita pelos diários de bordo do pesquisador, os protocolos das atividades dos alunos e as gravações em vídeo e áudio dos encontros. Na sequência será aplicada a THA no laboratório de informática da própria escola. Para a interpretação dos dados coletados me fundamentarei na técnica de análise de conteúdo, segundo Bardin (1979), que a define como sendo um conjunto de técnicas de análise de comunicações que visa obter, mediante descrições dos conteúdos das mensagens, indicadores que permitam inferir conhecimentos sobre as condições de produção/recepção dessas mensagens. A analise dos dados coletados em vídeo será calcado no modelo analítico sugerido por Powell et al (2004, p.4) entendendo que ele “permite desvelar momento a momento de sons e imagens de um fenômeno” além de enfatizar que, ao assistir diversas vezes o mesmo vídeo, o pesquisador pode identificar eventos críticos, ou seja, momentos que podem revelar significados implícitos ou explícitos dos dados.
  • 5. Revisão de Literatura O mapeamento, ainda em fase inicial, foi uma das primeiras etapas para a realização dessa pesquisa tendo como objetivo apresentar um panorama geral dos estudos desenvolvidos nos programas de pós-graduação em Educação, Educação Matemática ou Ensino de Matemática no Brasil tendo como objeto matemático o ensino da Geometria Espacial. O levantamento foi feito na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) que integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa brasileiras e na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por meio das palavras-chave “Geometria Espacial” e “Geometria”. Os resultados quantitativos estão descritos na Tabela 1. Tabela 1: Resultado quantitativo da pesquisa em bancos de dados eletrônicos PALAVRA-CHAVE BANCO DE DADOS QUANTITATIVO Geometria CAPES 1230 BDTD 2263 Geometria Espacial CAPES 17 BDTD 41 Fonte: Dados da pesquisa Para essa revisão de literatura elenquei dentre todas as pesquisas encontradas, 58 trabalhos entre dissertações e teses os quais abordaram o tema Geometria Espacial entre os anos de 2000 a 2014. Investiguei os resultados obtidos por pesquisadores, tais como, Moraco (2006), Follador (2004), Becker (2009), Vidaletti (2009), Viana (2005), Machado (2010), Alves (2004), Palles (2013), Guimarães (2009). Tais investigadores destacaram como sendo dificuldades enfrentadas pelos alunos no estudo da Geometria Espacial as seguintes: a visualização e a compreensão das propriedades das figuras geométricas no espaço. Quadro 1: Pesquisas que envolvem ou tem como objeto matemático Geometria Espacial Instituição Ano Título Autor(a) Objetivo UNICAMP 2005 O componente Espacial da habilidade matemática de alunos do Ensino Médio e as relações com o desempenho escolar e as atitudes em relação à Matemática e á Geometria Odaléa Aparecida Viana Analisar o componente espacial da habilidade matemática e verificar a existência de relações entre este componente, o raciocínio espacial, as atitudes em relação à matemática e à geometria e o desempenho escolar. UNESP 2006 Um estudo sobre os conhecimentos geométricos adquiridos Ana Sheila do Couto Trindade Moraco Analisar os conhecimentos prévios e dificuldades apresentadas por alunos do Ensino Médio em tarefas envolvendo conceitos geométricos como figura plana e não plana, cubos e pirâmides, etc e
  • 6. verificar o domínio de alguns dos termos conceituais e representacionais referentes à Geometria UFPR 2004 Visualização, desenho e nomeação de figuras tridimensionais representadas no plano: um estudo na 4ª série do ensino fundamental Dolores Follador Investigar a maneira como os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental interpretam os desenhos feitos no plano para representar sólidos geométricos constantes em questões da prova de Matemática do Programa de Avaliação do Paraná - AVA. UFGRS 2009 Uma alternativa para o ensino de Geometria: visualização geométrica e representações de sólidos no plano Marcelo Becker Criar uma sequência didática que aborde a visualização geométrica e a representação de objetos tridimensionais em diagramas bidimensionais. UFOP 2010 O ensino de Geometria Espacial em ambientes educacionais informatizados: um projeto de ensino de prismas e cilindros para o 2º ano do EM Ronaldo Asevedo Machado Investigar as contribuições que um projeto de ensino, desenvolvido em ambientes informatizados, pode trazer para o ensino- aprendizagem de GE em uma turma de 2 ano do Ensino Médio da rede pública na cidade de Entre Rios de Minas (MG). UFRJ 2004 O uso de softwares de Geometria Dinâmica para o desenvolvimento de habilidades cognitivas: uma aplicação em aluno do ensino médio George de Souza Alves Verificar se o uso de um software de geometria dinâmica auxilia no desenvolvimento das representações mentais de objetos geométricos e se ele interfere numa melhor compreensão de conceitos relacionados a este domínio do conhecimento. UERJ 2013 A dinâmica cibercultural na ressignificação do conhecimento geométrico: uma proposta metodológica para o ensino de Geometria Espacial Gilselene Garcia Guimarães Investigar se a dinâmica do uso das tecnologias em redes, própria da cibercultura, pode ressignificar o aprendizado do conhecimento de geometria espacial de jovens alunos do ensino médio. PUC/SP 2013 Um estudo do icosaedro a partir da visualização em geometria dinâmica Camila Molina Palles Realizar estudo da visualização geométrica dos registros figurais dinâmicos por meio da Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Duval UNIVATES 2009 Ensino e aprendizagem da GE a partir da manipulação de sólidos Vangiza Bortoleti Berbigier Vidaletti Sugerir, apresentar, aplicar e avaliar uma metodologia alternativa de trabalho, para o ensino e aprendizagem de Geometria espacial. Fonte – dados da Pesquisar Moraco (2006), em sua dissertação intitulada “Um estudo sobre os conhecimentos geométricos adquiridos por alunos do ensino médio” trouxe-nos grandes propostas de reflexões acerca do conhecimento do aluno em Geometria Espacial, ao analisar os conhecimentos prévios e dificuldades apresentadas por 81 alunos do Ensino Médio da rede pública de São Paulo, em tarefas envolvendo conceitos geométricos como figura plana e não plana, cubos e pirâmides. Os instrumentos utilizados em sua pesquisa foram do tipo lápis e papel e se constituiu em um questionário de 9 questões (questionário inicial) que objetivou analisar o conhecimento prévio acerca de Geometria e uma prova de matemática com 14 questões como intuito de avaliar os conhecimentos geométricos dos alunos. Em sua análise, Moraco (2006) afirma que os alunos se lembram de coisas pontuais de Geometria e que não gostam dessa disciplina. Supomos que tal fato ocorre devido ao ensino precário ora por falta de conhecimento específico do professor, ora por falta de tempo o que nos motiva a pensar que a Geometria ainda é deixada em segundo plano.
  • 7. Follador (2004) investigou a maneira como os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental interpretam os desenhos feitos no plano para representar sólidos geométricos constantes em questões da prova de Matemática do Programa de Avaliação do Paraná - AVA. A autora apoiou-se em alguns estudos que tratam da visualização de figuras geométricas espaciais representadas no plano. Para ela, com base na leitura dos trabalhos de Parzysz, decodificar regras e convenções na leitura de um desenho no plano, utilizando folha e papel, objetivando representar situações espaciais não é algo que o aluno faz espontaneamente. É necessário que ele tenha passado por uma aprendizagem em que tenha tido a oportunidade de discutir e compreender essas representações (FOLLADOR, 2004). Nesse sentido, entendemos que atividades de exploração e investigação, são atividades que buscam propiciar ao aluno situações em que tenham que procurar regularidades, similaridades, semelhanças e padrões, de forma motivadora e desafiadora (PONTE, 1999). Concordamos com Alarcão (2001) quando afirma que todo bom professor tem que ser um investigador. Ele precisa ser questionador, buscar compreender os motivos dos insucessos de seus alunos, ler criticamente as propostas pedagógicas e cooperar para sua elaboração. Já o pesquisador Becker (2009), além da preocupação com a visualização, buscou também investigar a capacidade de representação de sólidos em diagramas bidimensionais mediante uma sequência de atividades aplicadas a uma do 3º ano do Ensino Médio onde o próprio autor trabalhava onde foram realizados testes com alunos de diferentes idades e faixas de escolaridades com o intuito de se observar a capacidade de visualização e representação de sólidos em diagramas bidimensionais em diferentes níveis estágios e intelectuais. As atividades propostas pelo autor consistiam no contato com sólidos e para isso foi proposto que se colocasse um sólido dentro de uma caixa com um orifício arredondado com tamanho suficiente para um indivíduo inserir sua mão, não permitindo o contato visual. Com isso, o sujeito, ao tatear o sólido, criaria uma imagem em sua mente identificando suas partes. Na segunda parte da tarefa, o participante deveria representar o sólido por desenho utilizando lápis e, algumas vezes, papel isométrico sob cinco perspectivas. Essa caixa foi denominada de Caixa de Becker (BECKER, 2009).
  • 8. Os resultados obtidos mostraram que os alunos possuem uma visão projetiva desenvolvida, porém as relações euclidianas não estão sendo respeitadas nos desenhos. As formas dos objetos eram identificadas mas não conseguiam identificar as proporções fazendo com que o desenho não ficasse correto. O autor conclui que a sequência de atividades propostas auxiliaram os alunos no desenvolvimento de sua capacidade de visualização geométrica e representação de objetos tridimensionais no plano. Por sua vez, o trabalho de Vidaletti (2009, p.61) enfatiza que o ensino e aprendizagem da Geometria Espacial a partir da manipulação de sólidos, alicerçado na visão de ensinar com base nas próprias experiências do aluno, “parte do que ele já sabe, seus conhecimentos antecedentes, relacionando-os com os novos conhecimentos”. A autora sustenta a teoria de que a aprendizagem qualifica-se com a assimilação de significados, valorizando o que os alunos já sabem, de modo a construir estruturas mentais utilizando, como mediadoras, atividades concretas que tornem possível descobrir e redescobrir outras experiências, conectando-as com as que já dominam. Ao analisar o resultado de uma avaliação de Geometria Espacial, aplicada aos alunos, Vidaletti (2009) constatou que a aprendizagem significativa é um processo que supõe a compreensão do que está sendo apreendido. E para que ocorra esta compreensão é necessário que o aprendiz realize uma reflexão ativa sobre as novas informações que recebe, procurando semelhanças e considerando as diferenças entre estas e os conceitos prévios, relacionados ao novo conhecimento. Segundo Viana (2006) a Geometria Escolar estuda as formas e as relações dos objetos e requer a habilidade de formar e manipular imagens mentalmente. Em sua pesquisa, a autora buscou compreender o componente espacial de habilidade matemática que, segundo ela, trata-se de um conjunto de habilidades envolvendo a percepção, a formação e a manipulação de imagens mentais relativas às figuras espaciais que são estudadas no Ensino Médio. Dentre alguns de seus resultados de pesquisa a autora conclui que, em muitos casos, os alunos sabem os conceitos e princípios geométricos relativos aos problemas mas erram a resposta porque não dominam o cálculo algébrico ou aritmético. Os resultados parecem confirmar que o componente espacial deve estar ligado não apenas ao conhecimento e destrezas adquiridas em Geometria, mas também à habilidade do sujeito. Além da preocupação com a questão da visualização, pudemos constatar, com nosso mapeamento inicial, que há um consenso quanto as potencialidades dos softwares
  • 9. educacionais em sala de aula. A utilização desses softwares como recursos pedagógicos, auxiliam os professores a tornar as aulas mais atraentes e resgatar o interesse do aluno pelo estudo da Matemática conforme preconizam Alves (2004), Machado (2010), Palles (2013) e Guimarães (2013) em suas pesquisas. Alves (2004) objetivou em sua pesquisa verificar se o uso de um software de geometria dinâmica auxilia no desenvolvimento de representações mentais de objetos geométricos e se interfere para uma melhor compreensão de conceitos relacionados a este domínio do conhecimento, pois percebeu que o processo de ensino e aprendizagem de geometria é dificultado por deficiências de visualizações por parte dos alunos. O autor acredita que os softwares de geometria dinâmica podem colaborar para os professores de formação do conceito de objeto geométrico, permitindo que o aluno não confunda as propriedades de um desenho com as propriedades de um objeto geométrico. Os resultados apontaram uma melhora na visualização de objetos geométricos e na manipulação mental destes para os grupos experimentais (grupo que tiveram aulas com a utilização do software), sendo que para os alunos do grupo de controle (grupo que tiveram aulas tradicionais) as aulas clássicas parecem não ter contribuído para esta mesma mudança. Nessa mesma linha de pensamento, Machado (2010) apresenta uma proposta de ensino de conteúdos da Geometria Espacial através de atividades com aplicabilidade matemática em situações do cotidiano da construção civil utilizando os softwares livres: Sketchup e Geogebra. A pesquisa foi implementada em uma classe do 2º ano do Ensino Médio de procedência rural e teve como instrumentos de pesquisa as avaliações e as filmagens das aulas no laboratório. A intervenção ocorreu no laboratório de informática da escola buscando evidenciar as diversas contribuições da implementação do projeto e principalmente da utilização de softwares para o ensino e aprendizagem. Fundamenta-se pelas tecnologias informacionais e comunicacionais em sua implementação e ganha corpo no ensino e aprendizagem de matemática deixando sua contribuição para o trabalho do educador matemático frente à exploração de outros universos como forma de facilitar o ensino e aprendizagem da Geometria Espacial. Permite aos professores com dificuldades no desenho de sólidos construir com certa facilidade esses elementos, usando as tecnologias, e aos alunos, um contato direto com o conteúdo a ser aprendido, criando um ambiente mais participativo e investigativo.
  • 10. Palles (2013) realizou o estudo da visualização geométrica dos registros figurais dinâmicos por meio da Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Duval associada ao software de geometria dinâmica Cabri3D tendo como objetivo analisar por essa teoria, uma sequência didática para a construção de uma fórmula para o cálculo da medida do volume do icosaedro, a fim de identificar elementos essenciais das configurações envolvidas. A análise foi composta por seis atividades, que correspondem a um trecho do problema dos “anéis de diamantes” mais especificamente nas questões que compõe cada atividade. Como conclusão da análise feita na sequência didática de Possani (2012), Palles (2013) percebeu que o papel heurístico da figura, em grande parte das atividades, poderia ter sido mais bem explorado se as atividades não ficassem restritas a um passo a passo, ou seja, se os alunos tivessem a oportunidade de explorar a figura para encontrar soluções. Guimarães (2013) em sua pesquisa buscou investigar se a dinâmica do uso das tecnologias em redes, própria da cibercultura, pode ressignificar o aprendizado do conhecimento de Geometria Espacial tendo como sujeitos de pesquisa alunos do Ensino Médio da rede pública do estado do Rio de Janeiro. A intenção da autora com a pesquisa era a de construir um procedimento metodológico que fosse capaz de contribuir com os estudos que intersecionam o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos de Geometria Espacial e as questões que abordam os princípios da cibercultura vivenciado pelos jovens. O software Geogebra foi utilizado constantemente para as construções geométricas mas no modo on-line com o intuito de incentivar a utilização da internet tendo como principal limitação, na oportunidade, a construção de figuras geométricas espaciais com o software Geogebra visto que, na ocasião da pesquisa, ainda não disponibilizava a versão 3D. Nesse contexto foi preciso lançar mão da capacidade cognitiva de abstrair que inserida na dinâmica da proposta cibercultural, é o resultado do agrupamento das capacidades de perceber, imaginar e manipular. Guimarães (2013) conclui que não usufruir das potencialidades dos recursos tecnológicos nas propostas curriculares pode representar um caminho em contra-ciclo; o ambiente colaborativo suscitou a construção de maior autonomia e responsabilidade aumentando a capacidade de tomada de decisão; o processo autoral é favorável à melhoria do desempenho do aluno relacionado à geometria bem como na melhora do relacionamento ente eles e que as construções da dinâmica cibercultural, evidenciadas
  • 11. através do uso das práticas ciberculturais na construção do conhecimento geométrico, mostraram aos alunos a possibilidade de aprenderem de forma não linear. Fica evidenciado com essa pesquisa que para se tirar vantagem do potencial dos softwares de Geometria Dinâmica é preciso que as atividades tenham um caráter investigativo - ambientes nos quais o aluno é convidado a dar ênfase em processos matemáticos como procurar regularidades, formular, testar, justificar e provar conjecturas, refletir e generalizar. Considerações Finais Diante dos resultados apresentados pelo mapeamento e análise dessas pesquisas que abarcam o tema Geometria Espacial e a sua importância na formação dos estudantes é possível observar que a preocupação no ensino desse conteúdo concentra-se especialmente em procurar desenvolver a visualização, particularmente com o apoio de materiais manipulativos e pela proposição de atividades que oportunizem ao aluno visualizar e explorar melhor as propriedades do objeto, fazendo conjecturas e tirando conclusões sobre o mesmo. Partindo do pressuposto de que os alunos vivem em contato com o "novo", o "diferente" e o "motivador", torna-se necessário que recursos tecnológicos como o computador também sejam utilizados nas aulas de matemática e que exerçam certa influência na forma de condução do trabalho docente, com o objetivo de assumir um novo sentido colaborando para diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem Matemática. Finalizando, constatamos, pela revisão de literatura, que a proposição de atividades que privilegiam a construção do pensamento geométrico espacial dos alunos tem sido ainda escassa e os recursos tecnológicos, como os materiais manipulativos e softwares de geometria dinâmica, se apresentam como grande potencial pedagógico no ensino da Geometria Espacial. REFERÊNCIAS ALVES, G. S. O uso de softwares de geometria dinâmica para o desenvolvimento de habilidades cognitivas: uma aplicação em alunos do ensino médio. 2004. 288f.Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. BALL, D. L.; THAMES M.H.; PHELPS G. Content Knowledge for Teaching. What Makes It Special? In Journal of Teaching Education. 2008. V.59 nº5 p. 389-407. Downloaded from jte.sagepub.com by guest on September 16, 2010. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.
  • 12. BECKER, M. Uma alternativa para o ensino de geometria: visualização geométrica e representações de sólidos no plano. 2009. 111f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Matemática) - Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática, UFRGS, Porto Alegre, 2009. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. V.2: Ciências da Natureza, Matemática e Tecnologia. Brasília: MEC, 2006. COBB, P.; CONFREY,J.; DISESSA, A.; LEHRER,R.; SCHAUBLE, L. Design experiments in education research. Educational Researcher. v.32, n.1. p. 9-13, 2003. D’AMBROSIO, U. Prefácio. In: BORBA, M. C. ARAÚJO, J. L. (Orgs.). Pesquisa Qualitativa em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, FOLLADOR, D. Visualização, desenho e nomeação de figuras tridimensionais representadas no plano: um estudo na 4ª série do Ensino Fundamental. 2004. 261p. Dissertação (Mestrado em Educação). Setor de Educação, UFPR: Curitiba, 2004. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. GUIMARÃES, G. G. A dinâmica cibercultural na ressignificação do conhecimento geométrico: uma proposta metodológica para o ensino de Geometria Espacial. 2013. 210f. Tese (Doutorado em Educação) – UERJ, Rio de Janeiro, 2013. KOEHLER, M.J; MISHRA, P. What is technological pedagogical content knowledge? In Contemporary Issues in Technology and Teacher Education, 2009. MACHADO, R. A. O ensino de geometria espacial em ambientes educacionais informatizados: um projeto de ensino de prismas e cilindros para o 2º ano do ensino médio. 2010. 133f. Mestrado em Educação Matemática - Universidade Federal de Ouro Preto, Outro preto, 2010. MORACO, A. S. C.T. Um estudo sobre os conhecimentos geométricos adquiridos por alunos do ensino médio. 2006. 107f. Mestrado (Dissertação em Educação para Ciências). Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2006. PALLES, C. M. Um estudo do icosaedro a partir da visualização em geometria dinâmica. 2013. 74f. Mestrado em Educação Matemática - PUC/SP, São Paulo, 2013. POWELL, A. B., FRANCISCO, J. M., MAHER, C. A. Uma abordagem à análise de dados de vídeo para investigar o desenvolvimento das ideias matemáticas e do raciocínio de estudantes. BOLEMA, v. 17, n. 21, p.81-140, 2004. SHULMAN, L. Those who understand: knowledge growth in teaching. Educational Research, n. 15 (2), pp. 4-14, 1986. VIANA, O. A. O componente espacial da habilidade matemática de alunos no ensino médio e as relações com o desempenho escolar e as atitudes em relação à matemática e à geometria. 2005. 299f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Unicamp, São Paulo, 2005. VIDALETTI, V. B. B. Ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos. 2009. 109f. Dissertação (Mestrado Profissionalizando em Ensino de Ciências Exatas) – Centro Universitário UNIVATES, Lajeado, 2009. WANG, F. & HANNAFIN, M. Design-based research and technology-enhanced learning environments. Educational Technology Research and Development, 2005.