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ÍNDICE
Introdução ...................................................................................................6
GRUPO A
Aconitum napellus ..................................................................................... 9
Atropa belladona.........................................................................................15
Gelsemium sempervirens............................................................................21
Matricaria chamomilla............................................................................... 26
Opium........................................................................................................ 31
GRUPO B
Antimonium tartaricum ............................................................................. 34
Bryonia alba................................................................................................41
Ipecacuanha cephaelis................................................................................ 46
Phosphorus................................................................................................. 51
GRUPO C
Arsenicum album........................................................................................60
China officinalis..........................................................................................67
Lycopodium clavatum................................................................................73
Nux vomica.................................................................................................80
Veratrum album..........................................................................................88
GRUPO D
Arnica montana...........................................................................................93
Lachesis trigonocephallus...........................................................................99
Mercurius vivus..........................................................................................107
Rhus toxicodendron....................................................................................114
GRUPO E
Calcarea carbonica......................................................................................119
Graphites.....................................................................................................126
Hepar sulphuris...........................................................................................132
Silicea..........................................................................................................137
Sulphur........................................................................................................143
GRUPO F
Pulsatilla nigricans....................................................................................... 152
Sepia officinalis........................................................................................... 161
5
Introdução
O ensino e a aprendizagem da Matéria Médica Homeopática, que nós
designamos por razões que se expõem no final desta introdução com o nome de
Farmacodinâmica Homeopática, constituiu sempre um problema sério. O professor
tropeça com fortes dificuldades para conseguir que os alunos entendam primeiro e
fixem depois pelo menos o indispensável deste conhecimento básico no exercício da
Medicina Homeopática. Mesmo a natureza dos temas é árida neste estudo para os que
principiam, que já para os que exercem tal aridez não existe e, pelo contrário, a
Farmacodinâmica Homeopática é, então uma variada e formosa galeria de retratos do
homem doente, pelo qual o médico homeopata baseia-se deleitando-se com a
multiplicidade infinita e colorida dos sintomas e sinais, das reacções psíquicas, dos tipos
somáticos.
Os que se iniciam no seu estudo tendem a querer memorizar todo o conteúdo das
patogenesias, coisa impossível, , e acabam por fazer muitas confusões, por ver os
medicamentos todos iguais; naturalmente desiludem-se, crêem que nunca dominam
semelhante matéria e optam por deixá-la de lado para exercer depois a base da
farmacologia galénica.
Foi a nossa convicção que esta matéria, como todas, pode e deve entender-se, e
que uma vez compreendida, se reduz a um mínimo o que há para memorizar e “se se
toma sabor”, sendo então a sua aplicação relativamente fácil e os seus resultados
apaixonantes. Como fazer então para entendê-la? Se ensinaram vários procedimentos
mais ou menos didácticos; cada estudante que se esforça criou o seu próprio método ,
cada professor tem o seu. De todos eles, não parece que os dois são os que mais
prometem e passaram a sua prova de fogo com êxito. Eles são: o que consiste em
conhecer a imagem fisiopatológica e toxicológica geral do medicamento, a que , uma
vez compreendida, facilita ela derivar os sintomas e sinais principais que produziu a
substância em cada parte do organismo, ou seja a imagem patogénica, quando se
experimentou no homem relativamente são; o método audiovisual que trata de fixar na
mente do estudante, por meio de desenhos, fotografias, diapositivos e películas
filmadas, essa imagem geral e cada um dos sintomas e sinais importantes derivados
dela. De facto, e a ele tende a Escola Nacional de Medicina e Homeopatia, ambos
métodos complementam-se.
Este livro, fundamentalmente, a directriz do primeiro método assinalado,
combinando-o, em parte, com o segundo, para o qual intercala no texto algumas
ilustrações que afectam duas formas: desenhos para aclarar tal e qual o sintoma e
gráficos para a melhor compreensão e o repasso, principalmente das acções
fisiopatológicas derivadas da sua toxicologia. Não será possível, nesta edição ao menos,
intercalar todos os desenhos que a cores se tinha planeado que levava o livro.
No desenvolvimento do testo, cada patogenesia expõe-se como se explica de
seguida:
1. – SINONIMIA: ou sejam outros nomes dos medicamentos, fáceis de fixar e úteis
para as prescrições.
2. - GENERALIDADES: esta parte pertence, propriamente, à farmacognósia e a
6
farmacotécnica, mas o H. conselho técnico consultivo da Escola disse que sempre é útil
o aluno que estuda as Patogenesias dos medicamentos, uma breve recordação do que
estes são, o que contêm quimicamente e como se preparam.
3. – ESFERA DE ACÇÃO: brevemente expõe os sistemas, aparelhos e órgãos sobre
os
que principalmente têm acção reconhecida do medicamento. Esta circunscrição situa ao
fármaco no organismo e é já um elemento de diferenciação.
4. – ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA E ANATOMOPATOLÒGICA: apresenta as
disfunções, as lesões e as degenerações que a Farmacologia Experimental, a
Experimentação Pura, a Observação Clínica e a Observação Toxicológica puseram de
manifesto para cada medicamento, como resultado das acções das suas doses
concentradas ou massivas quem sabe mais correctamente designadas como “doses
suprafisiológicas”.
Conhecida e aprendida esta acção, é fácil deduzir dela a maior parte dos sintomas e
sinais importantes que constam nas patogenesias dos medicamentos, com o qual reduz-
se consideravelmente a memorização.
A acção fisiopatológica e anatomopatológica faz assimilável o sintoma ou o sinal,
porque o aclara e o explica.
5. – TIPO: estuda-se subdividido em: tipo físico ou morfológico e tipo neuro-
psíquico-
endócrino.
A importância do conhecimento do Tipo do medicamento assenta em que, por meio
dele, chega-se ao reconhecimento das constituições e os terrenos que tanto ajuda para a
selecção do medicamento crónico ou de acção profunda.
6. – LATERALIDADE: pode ficar compreendida na Esfera de Acção, mas parece-
nos
que separada marca melhor como uma característica da selecção e é, portanto, um bom
elemento de diferenciação.
7. – CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: como se sabe, são aqueles que na
Experimentação Pura, foram apresentados renovadamente pela grande maioria ou a
totalidade dos sujeitos com quem se experimentou a substância, medicamento provável.
Constituem verdadeiras chaves para a selecção terapêutica e são o menos que deve
aprender o estudante. Muitas dessas características são perfeitamente explicadas pela
acção fisiopatológica.
8. – MODALIDADES: estas são variantes de agravação e melhoria. Modificações das
características que são, em si, outras características e as quais, para apresentá-las mais
didacticamente agrupamo-las como se segue:
Modalidades de tempo; Modalidades de sitio e clima; Modalidades de posição;
Modalidades fisiológicas; Modalidades sensoriais; Modalidades psíquicas e
Modalidades de trabalho e sociais. Nesta classificação seguimos o Dr. León Vannier.
9. – SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: são os apresentados em cada
órgão, aparelho, sistema ou região. Mas somente incluímos aqueles de verdadeira
importância no medicamento que se trata e que ajudam a caracterizá-lo ainda mais,
sintomas ou sinais que são próprios e que estão em certo modo de acordo com a Esfera
de Acção e com a Acção Fisiopatológica e Anatomopatológica, podendo deduzir-se
estes se por acaso forem esquecidos.
10. – DINAMIZAÇÕES USUAIS: considera-se útil uma referência às dinamizações
por
7
empregar. Como a eleição destas “potências” (termo que não aceitamos e na cátedra de
teoria da medicina homeopática damos a ele porquê)está sujeita a certos empirismos,
temos tomado as que assinalam a experiência de médicos conotados e mesmo a nossa.
11. – REFERÊNCIAS TERAPÊUTICAS: pequeno adiantamento da terapêutica que
não se exige aos alunos nos seus exames de Farmacodinâmica, ,mas que pode servir-
lhes posteriormente.
Os medicamentos expostos reuniram-se por grupos, sendo a razão de cada grupo
a relativa similitude de Esfera de Acção ou de Acção, o que facilita a aprendizagem,
sugere a comparação – tão útil – e faz mais fácil a formação dos grupos terapêuticos e a
consequente diferenciação do diagnóstico.
Finalmente, queremos justificar o titulo da obra: porque a denominamos
Farmacodinâmica e não Matéria Médica, como foi classicamente designada? Pensamos
que, em rigor , Matéria Médica é toda a medicina, desde as ciências básicas até à clínica
e terapêutica; é tudo o que estuda e que queira ser médico e não somente o tratado dos
medicamentos ou farmacologia que, abordado como conhecimento das patogenesias,
verdadeiros “retratos de acção”, é a não duvidar, Farmacodinâmica, palavra que
significa, segundo o Dicionário Médico: “Parte da farmacologia que estuda a acção dos
medicamentos no organismo”, ainda que literalmente queira dizer “força dos
medicamentos”. Mas, por acaso a acção não é causada pela força actuante?
O Autor
O tradutor
João Miguel Novaes
8
GRUPO A
ACONITUM NAPELLUS
1. SINÓNIMOS:
Anapelo, Capucho de Monge, Casca de Júpiter, Carro de Vénus, Veneno de lobo.
2. GENERALIDADES:
Origem. O Aconitum napellus é uma planta herbácea da família das Ranunculáceas, que
habita na Europa, principalmente na região dos Alpes e dos Pirinéus; na Ásia e nos
Estados Unidos, sendo cultivado como planta ornamental em muitos jardins.
O seu nome deriva do Grego AKONE: Rocha e Nabo: Rocha, pela razão que se
desenvolve nas montanhas e elevadas e a sua raiz tem a forma de um nabo pequeno.
Princípios activos: derivam de uma base comum, a Aconina, sendo os
principais: aconitina, picro-aconitina, napelina e ácido acónito.
Preparação homeopática: prepara-se a tintura mãe com toda a planta fresca,
excepto a raiz, ao princípio a florescência, segundo a primeira regra.
As variedades que se preparam com a raiz, o Aconitum radicans e o Aconitum
ferox, são demasiado tóxicas.
Antecedentes de emprego: é antiga a aplicação do Aconitum napellus para
diversos estados febris, os quais incluíam múltiplas infecções mal conhecidas então;
também se usava frequentemente contra as dores agudas.
Alguns povos, como o s Suíços, o comem como verdura, obtendo dele uma
vigoração do coração e grande resistência muscular que lhes favorece nas ascensões e
escalonamentos a que com frequência se dedicam.
Experimentação Pura: foi experimentado homeopaticamente pelo Dr Hahnemann e a
sua patogenesia incluída na Matéria Médica Pura.
3. ESFERA DE ACÇÃO:
O Aconitum napellus tem uma acção selectiva sobre o sistema nervoso e cérebro-
espinal e simpático e, através destes, sobre o aparelho circulatório, as serosas, as
mucosas e os músculos.
3. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
Segundo as doses, excita ou deprime o sistema nervoso. Ao excitá-lo, produz um estado
de tensão, de irritabilidade neuropsíquica geral e, por meio do sistema simpático, uma
vasodilatação seguida de congestão aguda e violenta nos capilares arteriais a que,
secundária e momentaneamente aumenta a irritabilidade dos centros cerebrais e
medulares. Como consequência desta congestão capilar arterial aguda generalizada,
produzem-se hiperemias passageiras de diversas partes, mas especialmente do cérebro,
bulbo, medula espinal, membranas serosas, mucosas, músculos e articulações. A
congestão cerebral exalta a sensibilidade especial ou seja o sensorial, produzindo
excitabilidade da vista, ouvido, olfacto, gosto e tacto; causa angústia, ansiedade, medo e
vertigens. Além disso, ao excitar pela sua presença tóxica ao hipotálamo, à parte de
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congestioná-lo, desajusta o “termostato-hipotalâmico”, o que dá lugar à produção de
respostas neuro-vegetativas, principalmente simpáticas, tais como vasoconstrição
periférica, supressão do suor, aumento do metabolismo celular e produção de calafrios,
todo o qual eleva a quantidade de calor no corpo, produzindo a febre. A acção posterior
do Aconitum napellus, produzida provavelmente por menores concentrações, causará o
inverso, por estimulo no ajuste hipotalâmico diferente ao anterior, vasodilatação,
sudurese, baixo metabolismo celular e relaxação muscular, ou seja uma “crise de
defervescência “; daí a sua acção febrígena primeiro e febrífuga depois, e a observação
clássica da clínica terapêutica que categoricamente diz: “ tão logo como aparece o suor,
num sujeito de Aconitum napellus cessa a acção deste e tem que se retirá-lo “.
a congestão bulbar, causa exaltação da respiração e da circulação; contribui à
sensação de vertigem e exalta a sensibilidade geral da face, trigémeo, auditivo e
glosofaringeo, especialmente para a dor.
A congestão medular, exalta os reflexos, produz tremores, formigueiros,
adormecimentos (acroparastesias) e espasmos; aumenta consideravelmente a
sensibilidade geral dos territórios que dependem dos nervos raquidianos.
A congestão do simpático, estimula a actividade circulatória, traduzindo-se isto
pelo incremento da frequência e amplitude dos batimentos (taquicardia) e do pulso
(taquiesfigmia), a dureza deste, o aumento da tensão arterial e a presença de febre súbita
e violenta pelos mecanismos indicados antes.
A congestão das mucosas, produz hipersecreção das mesmas, precedidas de
uma fase de secura sobretudo das mucosas respiratória e digestiva. A das serosas
manifesta-se por sensação de tensão e de dor e assim mesmo a dos músculos.
Aconitum napellus produz no sistema nervoso paresias e paralisias,
apresentando-se primeiro a paralisia sensitiva e depois a motora, pelo quem há primeiro
embotamento da sensibilidade, exaltada na fase de irritação, e depois paralisias diversas,
mas sobretudo do coração que se detém em diástole.
Tem também este medicamento, ainda que em menor proporção, acção sobre o
parasimpático, pneumogástrico ou vago, nele que produz, ao aparecer em qualquer dose
ponderável, instabilidade, a que se traduz por paresias, paralisias ou exaltações do
aparelho digestivo e respiratório; esta instabilidade do parasimpático facilita ainda mais
o predomínio do simpático.
Tudo isto justifica-se o que se expressou dizendo: “ pensar em Aconitum
napellus equivale a pensar na congestão capilar arterial como fenómeno fundamental “;
que “ tensão arterial é Aconitum napellus “ e que as acções de Aconitum napellus são
violentas mas fugazes, sendo por ele “ medicamento de duração de acção terapêutica
limitada, passageira “, havendo, naturalmente excepções.
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
Geralmente pessoa jovem, vigorosa, pletórica, mas mais bem delgada; de cabelos
castanhos escuros ou negros, tez rosada, musculatura rígida.
B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
Sujeito simpático-tónico por excelência; vago instável; hiper-cérebro-bulbo-medular;
hiper-suprarenal, propenso a dar “ reacção de alarme “excessiva durante a agressão
externa, com grande descarga adrenalínica (stress), que podem chegar a produzir o
pânico.
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O doente em quem o Aconitum napellus está indicado mostra angústia e
ansiedade, temor constante sem motivo (tal como Gelsemium sempervirens) que faz a
sua vida miserável. Este temor principalmente afecta as formas de medo de morrer. Está
seguro de que vai morrer pela doença que padece e prevê o dia e a hora da sua morte;
medo de multidões, a atravessar uma rua, ao porvir.
A música causa-lhe tristeza. As mais pequenas dores são exageradas, fazendo-se
insuportável (tal como Chamomilla e Coffea cruda) e vão sempre acompanhados de
ansiedade e inquietude (tal como Arsenicum album), a inquietude é excessiva (tal como
Arsenicum album e Argentum nitricum e Rhus toxicodendron).
O temor constante sem motivo forma, com Gelsemium sempervirens, valioso
par de medicamentos que, por nemotecnia, são conhecidos como “ os grandes medrosos
da Matéria Médica “.
Percebe-se no sujeito tipo Aconitum napellus, marcado suprarrenalismo, ao grau
de que Tetau não oscila em qualificá-lo como um “ hiper-suprarrenálico “. por este
excesso de função das glândulas supra-renais, o sujeito de Aconitum napellus é
propenso a dar “reacção de alarme“ excessiva durante a agressão externa, com grande
descarga adrenalínica, segundo a teoria do stress que pode chegar a produzir pânico.
6. LATERALIDADE: preferentemente esquerda.
7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES:
1. Congestão arterial, capilar aguda (forma com Belladonna, Glonoinum,
Phosphoricum Ferrum, Aurum metallicum, Veratrum viride e Sanguinaria canadensis, o
grupo dos grandes congestivos).
2. As mais pequenas dores são insuportáveis.
3. Dores com adormecimento e formigueiro.
4. Dores acompanhadas de ansiedade, angústia, inquietude e medo de morrer.
5. Transtornos por exposição ao vento frio e seco, especialmente dores e tosse.
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O sujeito de Aconitum napellus
Apresenta por exposição ao vento frio e seco:
1. Agravação do quadro;
2. Nevralgia facial ou do trigémeo;
3. Conjuntivite aguda;
4. Otalgia brusca;
5. Coriza fluente precedida de secura;
6. Odontalgia;
7. Cólicas flatulentas Impressão
Susto
8. Retenção de urina – traumatismo;
9. Suspensão de menstruação
10. Suspensão de leite Susto
11. Afonia total ou disfonia;
12. Tosse seca, sonora, curta, espasmódica.
6. Ansiedade e temor constantes, sem motivo a maioria das vezes; sobretudo o medo
de morrer.
7. Febre seca com grande agitação, pele seca e quente. (quando o suor se apresenta,
cessa a acção e a indicação de Aconitum napellus).
8. Ao levantar-se, estando inclinado, a cara, que estava vermelha, envolve-se de uma
palidez mortal e pode vir o desvanecimento com queda.
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE TEMPO: Pela tarde, até à meia noite.
DE SITIO E CLIMA: Pelo calor ou numa habitação quente.
Pela exposição ao vento frio e seco.
DE POSIÇÃO: Estando encostado sobre o lado afectado ou sobre o lado esquerdo. Ao
levantar-se da cama.
SENSORIAIS: Pela música; pelos odores fortes (tal como Nux vomica). Pelo fumo do
tabaco.
MELHORIAS:
DE SÍTIO E CLIMA: Ao ar livre (tal como Pulsatilla nigricans – Allium cepa).
DE POSIÇÃO: Se se destapa. Pelo repouso.
FISIOLOGIAS: Depois de uma transpiração.
9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS:
SONO: Insónia com inquietude.
FEBRE: Calafrios que se agravam com o menor movimento. Calor seco, cara
vermelha, corpo quente, ardente, sede abrasadora por grandes quantidades de água fria
(tal como Bryonia alba).
A presença do suor indica o final da acção do Aconitum napellus.
CABEÇA: cabeça ardorosa, pesada com latidos e vertigens ao levantar-se.
Dor de cabeça congestiva (tal como Belladonna – Glonoinum – Ferrum phosphoricum –
Sanguinaria canadensis). Sensação de plenitude e pesadez, como se alguma coisa fosse
empurrada até fora pela frente. (tal como Bryonia alba – Sulphur).
FACE: face congestionada, quente e vermelha (tal como Ferrum metallicum – Ferrum
phosphoricum – Belladonna).
Face pálida. Uma face vermelha e quente e a outra pálida e fria. (tal como Chamomilla).
Nevralgia facial ou dos três ramos do trigémeo, especialmente do lado esquerdo, com
adormecimentos e formigamentos e que geralmente sobrevem depois da exposição ao
vento frio e seco.
OLHOS: Dores violentas nos glóbulos oculares, que irradiam aos temporais e faces.
Pálpebras secas, vermelhas, inchadas, quentes, queimantes, (tal como Sulphur).
Conjuntivite aguda com vermelhidão, ardor e lágrimas, por exposição ao vento frio e
seco.
OUVIDOS: ouvido externo vermelho, quente e inchado. (tal como Belladonna – Apis
mellifica – Sulphur).
Otalgia brusca depois de esfriamento, especialmente exposição ao vento frio e seco.
Grande sensibilidade para os ruídos que são insuportáveis. (tal como Nux vomica –
Belladonna). Não tolera a música, pois entristece-o (tal como Ambra grisea – Acidum
Phosphoricum).
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NARIZ: dor penosa e com pressão na raiz do nariz. (tal como Kali bichromicum –
Mercurius iodatum).
Grande secura da mucosa nasal seguida imediatamente de coriza fluente.
DIGESTIVO – BOCA: adormecimento dos lábios e ponta da língua.
Odontalgia por exposição ao frio, tudo sabe a amargo menos a água. (China officinalis:
também a água sabe amarga).
FARINGE: seca, roxa, quente e ardosa. (Belladonna – Causticum). Amígdalas, manto
do paladar e apêndice estão de um vermelho escuro.(Belladonna).
Adormecimento no manto do paladar e na faringe em geral.
ESTÔMAGO: sensação queimante que sobe do estômago até ao esófago e à boca
(Arsenicum album – Phosphorus).
ABDÓMEN: abdómen quente, queimante e doloroso; sensível ao toque.(Belladonna –
Cuprum metallicum).
Cólicas flatulentas, bruscas, depois de expor-se ao ar frio e seco, que obrigam a inclinar-
se até à frente mas sem melhoria.(Colocynthis: com melhoria).
EVACUAÇÕES: diarreia mucosa, verde, como espinafres picados. (diarreias verdes:
Argentum nitricum – Magnesia carbonica – Rheum palmatum – Lauro cerasus).
URINÁRIO: retenção de urina depois de uma impressão, de uma exposição ao ar frio e
seco ou de um traumatismo. Urina escassa, micção gota a gota, sendo a urina que
mantém com ansiedade e inquietude ao começar a urinar. (Apis mellifica – Arsenicum
album – Belladonna – Cantharis vesicatoria).
GENITAIS MASCULINOS: orquites com testículos dolorosos, quentes; inchados,
duros e com dor de agulha (Agnus castus – Arnica montana).
GENITAIS FEMININOS: supressão das regras por um susto ou por exposição ao
vento frio e seco. Supressão do leite por igual causa, vagina seca e quente.
RESPIRATÓRIO – LARINGE: afonia total ou disfonia (rouquidão), por exposição
ao vento frio e seco.
Tosse seca, sonora, curta, espasmódica, “ Crupe “, (Spongia tosta – Hepar Sulphur –
Corallium rubrum – Belladonna – Cuprum metallicum, que aparece antes da meia noite.
A criança leva as mãos à garganta quando tosse).
BRÔNQUIOS E PULMÕES: dispneia com agitação e muito medo de morrer. Dor
opressiva no peito que irradia para a escápula esquerda, acompanhada de ansiedade,
agitação, febre e medo de morrer.
Hemoptise com ansiedade e temor; o sangue é vermelho-brilhante, claro.
Estados congestivos do pulmão, no princípio, sobretudo do lóbulo superior esquerdo do
pulmão.
CIRCULATÓRIO: palpitações com dor aguda na região prêcordial que irradia ao
braço esquerdo, com adormecimento de todo o membro ou dos dedos nada mais
(Spigelia anthelmia – Iberis amara – Latrodectus mactans – Ácido oxálico –
Glonoinum).
Pulso duro, tenso, pleno, rebotante. Hipertensão arterial.
EXTREMIDADES: dores agudas com adormecimento e formigueiro nos membros
superiores e inferiores.
Cabeça e mãos quentes, pés frios.
PELE: seca, quente, queimante. Exantemas de várias classes como as do sarampo e
escarlatina.
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10. DINAMIZAÇÕES USUAIS:
1X – 3X – 3C, para a febre e os sintomas que a acompanham. 3C – 6C, para os
sintomas congestivos. 1C – 30C, para os sintomas dolorosos (nevralgias) e outros
sintomas nervosos e mentais em geral.
A tintura pode empregar-se às vezes, com as devidas precauções pela sua
toxicidade.
10. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS:
Indicando, segundo semelhança patogenésica, em febre agudas, sobretudo as devido a
infecções eritematosas ou respiratórias à priori, ou de causa traumática sendo só o
medicamento do princípio, antes da sudurese. Cefaleias congestivas.
Nevralgias sobretudo do facial, trigémeo e braquial. Angina de peito.
Pericardites; febre e grande dor angustiosa. Afecções valvulares descompensadas.
Endocardites crónicas. Epistaxes congestivas. Hemoptise por congestão pulmonar
activa. Laringite febril ao princípio. Pleurisia aguda. Pneumonia catarral no primeiro
estado. Coriza como primeiro sintoma de uma afecção respiratória. Como profilático
das corizas e gripes nos primeiros espirros. Diarreias verdes na dentição ou durante o
verão. Conjuntivite catarral. Otite média com febre alta e grande dor. Gota, para a
inflamação e dor exagerada, nevrites e neuroses. Acroparestesias. Amigdalítes.
14
GRUPO A
BELLADONNA
1. SINÓNIMOS:
Atropa belladona, bela dama. Solanum Furiosum. Solanum maniacum. Solano letal.
Erva moura furiosa. Sombra nocturna da morte.
2. GENERALIDADES:
Origem: A Beladona é uma planta perene da família das Solanáceas. Cresce na Europa e
nas Índias Orientais, em sítios sombrios.
Princípios activos: eles são os seguintes alcalóides: atropina, Hyosciamina, e
em menores quantidades escopolamina (hyoscina).
Preparação homeopática: prepara-se a tintura com a planta fresca segundo a
primeira regra.
Antecedentes de emprego: desde os tempos muito remotos se conhece a sua
acção excitante do sistema nervoso central e daí o nome que lhe davam: “ Strychnus
Maniacus “.
1500 anos Antes de Cristo, conhecia-se como a “sombra mortífera da noite“ e
assim aparece já nas tabelas médicas de Dioscórides. Lineu, ao fazer a sua classificação
dá-lhe o nome de “ Atropa beladona “ que vem de “ Atropos “ que quer dizer em Grego
“Inflexível“ e que é o nome da mais anciã das três parcas (as outras eram: Cloto e
Lachesis); e de “Belladonna“ que significa “Bela dama“ ou “mulher formosa“,
designação que lhe davam em Itália desde o século XVI porque as mulheres a
aplicavam nos olhos para dilatar as pupilas e adquirir assim uma expressão formosa.
Tem pois um eloquente nome: “inflexível mulher formosa“, por cuja beleza pagavam o
preço de graves perturbações visuais. Também se sabe que as mulheres venezianas
preparavam um extracto das bagas que aplicavam no rosto para por as faces roxas.
Mais que empregá-la medicamente nos séculos XV e XVI usava-se para
provocar envenenamentos lentos. A sua introdução menos empírica na medicina data de
mais ou menos do ano de 1831, quando Braude descobriu e Meis e Hess inalaram a
atropina e foram-lhe conhecendo muitas das suas acções terapêuticas. A escopolamina
foi obtida já entrando no século actual e com ela aumentou-se mais o caudal das úteis
aplicações da Belladonna.
Experimentação Pura: foi experimentada homeopaticamente pelo Dr. Hahnemann
quando ainda não se sabia nada dos seus princípios activos, mas, apesar disso, as
observações de Hahnemann contribuíram para o esclarecimento das suas acções
farmacológicas.
A sua patogenesia foi pela primeira vez incluída na Matéria Médica Pura do
doutor Hahnemann.
Outros ilustres homeopatas como Hughes, Hartmann e Herley puseram mais
observações e enriqueceram a sintomatologia deste Policresto.
15
3. ESFERA DE ACÇÃO:
Belladonna, tem uma acção selectiva sobre o sistema nervoso em geral, mas sobretudo
actua no cérebro. Exerce acção além disso no aparelho circulatório, nas glândulas e nas
mucosas da pele.
4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
A acção principal da Atropa belladona é, sem dúvida, congestiva, inflamatória e
paralisante, como a de Aconitum napellus, mas num plano ou estado mais avançado;
quer dizer, a acção de Aconitum napellus é mais funcional, e pelo mesmo mais fugaz; a
de Atropa belladona é menos funcional e principia a ser lesional.
Assim, a congestão de Aconitum napellus poucas vezes leva à inflamação dos
tecidos e esta inflamação é já localizada, mas tem o seu limite: não alcança a fase de
exudação e em quanto se estabelece o exudato inflamatório, cessa a acção de Atropa
belladona como a do Aconitum napellus termina em quanto se produz a transpiração.
Dizer Atropa belladona equivale a dizer “inflamação no princípio“.
Esta acção congestiva-inflamatória pode apresentar-se em qualquer órgão, mas
principalmente no cérebro aonde, de preferência, congestiona o córtex e inflama as
meninges. Esta acção preponderante sobre o cérebro fez com que se chamasse a Atropa
belladona “um veneno cerebral“. O cerebelo não escapa a esta congestão inflamatória.
As doses tóxicas que inflamam traduzem-se no geral numa série numerosa de
sintomas, mas principalmente por violenta excitação cerebral com delírio, alucinações,
com convulsões, temporais e dor súbita. A marcha desordena-se e o equilíbrio
transtorna-se ao alcançar a congestão ao cerebelo, produzindo-se a chamada “
embriaguez belladónica “, a boca e a garganta estão secas e com dor e pode haver
disartria: as córneas e as conjuntivas encontram-se secas e infectadas; a cara vermelha e
túrgida e este avermelhamento vê-se também na pele que além disso está muito
sensível; existe aceleração das batidas cardíacas, que depois voltam lentas e irregulares,
com a respiração lenta, sopro e morte em coma.
As doses menos tóxicas; dentro da zona que a Escola Tradicional chama
terapêuticas, produzem paralisias sobre as terminações nervosas dos músculos lisos no
estômago, intestinos, bexiga, útero, deprimindo os movimentos e funções destes órgãos;
paralisias sobre os nervos secretores das glândulas em geral mas especialmente das
sudoríparas, salivares e mucosas, daí a secura na pele, da boca e das mucosas em geral.
À parte da sua acção congestiva-inflamatória predominante sobre o cérebro,
excita o sistema nervoso simpático e deprime o parasimpático ou vago, de onde resulta
exaltação das funções viscerais toráxicas com aceleração da respiração e das batidas
cardíacas (hiperpneia e taquicardia), aumento da pressão arterial, da máxima; depressão
das funções viscerais abdominais, com o que diminuem as contracções peristálticas,
cedem os espasmos, baixa o tónus do estômago, intestinos, bexiga e útero, resultando
por isso a sedação destes órgãos e antiespasmódico. Esta acção sobre todos os músculos
lisos do estômago e intestinos, unida à acção paralizante glandular que produz secura
destas mucosas, dá como resultado final a atonia destes órgãos ou seja a preguiça
gastroentérica e a obstipação.
Esta mesma acção excitadora do simpático e depressora do parasimpático,
produz no primeiro, a contracção do músculo dilatador da Íris, com o que se produz a
dilatação da pupila, (midriase); e no segundo, depressora do parasimpático – como este
causa a contracção do músculo esfíncter da íris, abre-se produzindo também a dilatação
pupilar. De modo que a Atropa belladona, pela sua acção simpático-tónica e
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parasimpática-lítica, produz midriase. (recorde-se que na íris há dois músculos
antagonistas, o dilatador e o esfíncter; o primeiro é enervado pelo simpático e o segundo
pelo parasimpático, concretamente pelo nervo ocular comum).
Algumas vezes Atropa belladona apresenta espasmos nos esfíncteres de Oddy,
ana, etc. esta é uma acção paradoxal na aparência, que na realidade só é o resultado de
certas doses parasimpático-tónicas que, como tais, abaterão as vísceras toráxicas e
exaltam as abdominais, produzindo, entre outros, o frequente síndrome de disfagia – por
paresia da glote e laringe – e espasmos anais por aumento do tónus dos músculos do
esfíncter.
Resumindo comparativamente, podemos dizer que Aconitum napellus é
“congestão capilar arterial “ e Atropa belladona é “inflamação no princípio”.
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
Trata-se de indivíduos pletóricos, robustos, menos delgados que os de Aconitum
napellus; preferentemente de cabelos claros e olhos azuis de expressão bela ou furiosa,
ambas por uma midríase congénita em dois distintos estados de ânimo. Pele formosa e
delicada, cara vermelha, congestionada e vultuosa.
B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
É como o de Aconitum napellus um hiper-simpático tónico, com paresia do nervo vago
(Aconitum napellus, instabilidade). Hipercerebral, hiperestésico. parético glandular
exócrino. Hipersuprarrenal , com grande descarga adrenalínica no stress, mas dirigida
mais até à ira. Belladonna é colérica, Aconitum napellus é medroso.
Sujeitos nervosos, vivos, sensíveis, que se sentem felizes e são de carácter jovial
e simpático quando estão sãos; mas se estão doentes ficam violentos, abatidos e
irascíveis.
Brusca prostração com estupor, primeiro; depois de extrema animação com
grande loquacidade incoerente.
Delírio violento, furioso, trata de morder, de golpear, arranca os vestidos, rompe
os objectos que o rodeiam e não reconhece as pessoas; trata de escapar do seu leito, de
fugir.
Alucinações; vê ao seu redor monstros de caras horríveis, diversos insectos.
Sente temor de coisas imaginárias. Forma com Hyosciamus niger e Stramonium “o
grande trio dos delirantes”.
Se quisermos resumir numa frase a imagem típica de Atropa belladona diríamos,
com Charette: “Atropa belladona é um medicamento nervoso, cefálico, agudo, rápido,
violento, vermelho e quente “.
6. LATERALIDADE (sintomas topográficos):
Lado direito.
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7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES:
1 – Agudeza, instantâneadade e violência dos sintomas observados.
2 – As dores aparecem bruscamente, duram mais ou menos tempo e desaparecem
bruscamente, assim como chegaram. (Magnesia phosphorica).
3 - Hipersensibilidade e hiperexcecibilidade de todos os sentidos. (Aconitum napellus –
Nux vomica).
4 - Sobreexcitarão mental.
5 – Congestão com batidas em qualquer parte.
6 – Calor ardente, rubor lustroso.
7 – Pupilas dilatadas e fixas.
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE TEMPO: pela tarde – Aconitum napellus, até às três horas (depois da meia noite –
Arsenicum album). (à meia noite – Aconitum napellus).
DE SITIO E CLIMA: pelas correntes de ar (Hepar sulphur).
DE POSIÇÃO: pelo movimento (Bryonia alba). Estando encostado sobre o lado
afectado (Aconitum napellus).
SENSORIAIS: pelo tacto. Pelo ruído e pela luz brilhante.
FISIOLÒGICAS: por beber (água: dor e constrição. Licores: congestão).
MELHORIAS:
DE SÍTIO E CLIMA: numa habitação quente.
DE POSIÇÃO:. pelo repouso e sentado erguido.
9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS:
SONO: tem sono e não pode dormir.
Sacudimentos musculares enquanto se dorme e durante o sono, que o fazem despertar
sobressaltado.
FEBRE: febre sem sede. Calor intenso com a cara vermelha, vultuosa, batidas nas
sístoles, suores quentes muito abundantes.
Ao levantar os cobertores sente-se uma onda de calor que procede do corpo doente.
Delira durante a febre.
CABEÇA: cefaleia congestiva com batidas no cérebro e nas carótidas. Dor lancinante
em toda a cabeça ou nas fontes, que aparece e desaparece bruscamente; agravada pela
luz e pelo ruído e melhorada pela aplicação de uma venda preta. O paciente põe a
cabeça para trás buscando uni-la à almofada ou a põe por baixo, escondendo da luz e do
ruído; algumas vezes volta-a de um lado a outro. (Meningenismo – Meningite).
FACE EM GERAL: fluxo de sangue na cabeça e na face. face vermelha, quente e
vultuosa.
Inflamação visível das parótidas (papeiras, orejones ou parotidite).
OLHOS: olhos vermelhos, congestionados, infectados, proeminentes, tumefactos,
brilhantes. Pupilas dilatadas e fixas. Tudo isto dá à mirada uma expressão estranha
repulsiva de ferocidade ou delírio: “mirada de fera”.
Fotofobia, geralmente com dor nos glóbulos oculares.
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OUVIDOS: inflamação aguda do ouvido com cobertura do tímpano, o qual está
congestionado e com dores dilacerantes e pulsáteis. As dores podem ser tão vivas que
causam delírios.
DIGESTIVO – BOCA: lábios inchados , secos e com gretas. Inchaço do lábio superior
que impede de abrir a boca.
Secura excessiva da mucosa bucal.
Língua vermelha com pupilas inflamadas, vermelhas, proeminentes, que lhe dão o
aspecto de uma fresa (escarlatina).
FARINGE: Grande secura com sede intensa, mas não pode beber porque a secura, o
odor e a constrição o impedem.
A mucosa faríngica está de cor vermelho-escarlate. Amígdalas vermelho-escarlate,
brilhantes, como polidas, muito inflamadas, tanto que às vezes quase se juntam
desprezando a úvula para a frente e produzindo náuseas ao falar ou deglutir. Mais
inflamada a amígdala direita. (angina escarlatina). A dor das amígdalas é pujante, muito
viva e piora ao engolir.
ESTÔMAGO: dor constritiva, cãibras, no suco gástrico (Nux vomica).
Sente horror às bebidas.
ABDÓMEN: abdómen distendido, quente, sensível, não suportando o menor tacto.
Grande timpanismo (peritonite).
Dor na fossa ilíaca direita, agravada pelo menor contacto e ainda pelo roçar das roupas
da cama (Apendicite). (Colocynthis cucumis – Apis mellifica) – RECTO E ÂNUS,
espasmos do anus.
Hemorróidas muito congestionadas, internas ou externas, neste último caso com
aparência de tomates; umas e outras, rompem-se durante a defecação, dão bastante
sangue vermelho-brilhante (Aquilea millefolium – Aesculus hipocastanum).
EVACUAÇÕES: diarreia verde escura ou sanguinolenta, desinteriforme, com cólicas e
tenesmo. (Mercúrio sublimado corrosivo – Ipecacuanha cephaellis).
GENITAIS FEMININOS: inchaço e dor do ovário direito aparecendo e
desaparecendo bruscamente (pode confundir-se com apendicite ou gravidez extra-
uterina).
Secura vaginal.
Regras adiantadas muito abundantes, sendo o sangue rutilante e quente ou misturado
com coágulos negros e de mau odor que saem de golpe.
Seios dolorosos, pesados, duros, vermelhos, quentes, intocáveis. (Abcesso
mamário).(Mercurius vivus – Hepar sulphur – Phytolacca decandra). Estrias vermelhas
que irradiam desde o bico do peito.(Erisipela).
RESPIRATÓRIO – NARIZ: grande facilidade para resfriar-se pela extrema
sensibilidade ao frio., típico de Atropa belladona coriza seca com obstrução nasal na
noite e fluente no dia.
Fluxo sanguinolento ou epistaxe franca que alivia a dor de cabeça.
LARINGE: resecura da laringe com afonia dolorosa. Afonia sobretudo depois de gritar.
(Atropa belladona e Arnica montana alternadas).
Tosse convulsa, espasmódica, perruna (Aconitum napellus – Spongia tosta – Hepar
sulphur – Cuprum – Corallium rubrum) com dores na laringe e no estômago, e face
muito congestionada durante o acesso ( Tosse convulsa – sobretudo nocturnas).
CIRCULATÓRIO: palpitações muito violentas, muito frequentes (taquicardia até 140
pulsações por minuto), visíveis nas carótidas e temporais. Batidas em todo o corpo
(Iodum metallicum). (Cactus grandiflorus). Pulso duro, cheio e saltador (Aconitum
napellus) e como se munições de chumbo golpeassem as pontas dos dedos que palpam).
(sintoma raro mas muito característico).
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Hipertensão arterial congestiva.
PESCOÇO E DORSO: rigidez na nuca (meningismo) e da coluna.
MEMBROS: articulações inchadas, turgentes, vermelhas, dolorosas (reumatismo com
grande derrame sinovial).
PELE: pele vermelha, seca, lisa, brilhante, como se estivesse polida. Enquanto que as
mucosas estão secas, a pele está húmida e ao inverso.
Eritemas, sobretudo o vermelho-escarlate liso da escarlatina.
Eritema solar e eritema eripelatoso, igual ao do sarampo-escarlatinoso.
Acne rosáceo. Furúnculos.
Aqui cabe indicar que Atropa belladona apresenta os quatro carácteres clássicos de toda
a inflamação: calor, rubor, tumor e dor.
10. DINAMIZAÇÕES USUAIS:
1X – 3X – 3C – 6C – 30C – 200C.
11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS:
Todas as inflamações agudas localizadas ou gerais, sobretudo no princípio, antes do
exudato e segundo características.
Adenite aguda, amigdalite estreptocóccica. Escarlatina. Amigdalite catarral.
Abcessos.
Adenite aguda, antes do exudato, ou seja, antes do abcesso.
Apendicite crónica. Obstipação que pode chegar à oclusão intestinal. Escarlatina
e Eripsela. (profilático de ambas: uma X gota de tintura para três colheres de água, nesta
preparação prepara um meio copo, para dar uma colherada por dia durante oito dias;
depois de cada terceiro dia durante trinta dias mais). Peritonite, como coadjuvante.
Hérnia estrangulada, enquanto se procede a operar.
Conjuntivite, glaucoma, otalgia e otite. (os médicos alemães recomendam
alterná-la, na otalgia, com Matricaria chamomila e na otite, antes da otorreia, com
Pulsatilla nigricans, parotidite epidémica).
Gastralgia e cólicas abdominais. Cólica hepática. (nestas dores pode ser útil a
alternância com Colocynthis cucumis) pancreatite.
Ovarite aguda, especialmente direita. metrite crónica (inflamação do útero).
Cãibras durante o parto. Contracções uterinas sem dilatação. Convulsões
generalizadas (eclampsia).
Durante o trabalho de parto falta de dilatação por dureza do colo do útero.
Laringite. Bronquite. Broncopneumonia, no princípio. Tosse convulsa no
princípio da asma.
Miocardite no princípio. Pericardite antes do exudato.
Cefaleia congestiva. Enxaquecas características com intensa fotofobia.
Meningites e meningites cérebro-espinhal. Encefalites. Nevralgias faciais,
trigémeo cérvico occipital. Coreia. Epilepsia tifoideia. Dismenorreia com delírio.
Congestão cerebral e ainda hemorragia.
Bócio exoftálmico. Reumatismo articular agudo. Fleimão difuso (tumor nas
gengivas) alternando com Hepar. Belladona atenua os sintomas inflamatórios:
Congestão e dor de Hepar aceleram e evacuam a supuração.
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GRUPO A
GELSEMIUM SEMPERVIRENS
1. SINÓNIMOS:
Gelsemium nitidum. Jasmim da Virgínia. Jasmim Silvestre. Jasmim Amarelo. Begónia
Sempre Viva.
2. GENERALIDADES:
Origem: o Gelsemium sempervirens é uma planta trepadora da família das Loganiáceas,
que é abundante no estado da Virgínia, dos EUA; existe também no Canadá e na
Europa, mas o que se experimentou é o de procedência estadunidense. Flores durante a
primavera, espalhando um delicioso aroma.
Princípios activos: O princípio activo fundamental é o alcalóide gelsemina.
Preparação homeopática: A tintura mãe prepara-se com a raiz fresca, segundo
a terceira regra. Pode preparar-se por trituração com a raiz seca, pela sétima regra.
Antecedentes de emprego: Os indígenas peles vermelhas conheciam bem esta
planta e a usavam e ainda a seguem usando e vendendo nas suas reservas com a
principal indicação de analgésico e sedativo.
Sabe-se de pessoas sumidas em profundo sono supuroso e que morrem
permanecendo a dormir, num jardim ou no campo, na proximidade ou de baixo da
sombra deste jasmim.
Os médicos homeopatas empregam-no desde à muito tempo. É provável que o
primeiro à empregá-lo, sem uma estrita experimentação pura, terá sido o Dr. Hill, do
Colégio Homeopático de Cleaveland, desde 1856.
Experimentação Pura: A primeira experimentação obtida correctamente atribui-se
ao Dr. Hale quien, em 1877, apresentou-a nos seus NEW REMEDIES.
3. ESFERA DE ACÇÃO:
Gelsemium sempervirens actua principalmente nos centros nervosos motores, nos
cornos anteriores da medula e nos núcleos protuberantes e melhor ainda, bulbo-
protuberenciais; de igual modo, sob o centro respiratório bulbar. Existe acção, mas
menos marcada sobre o cérebro, o sistema nervoso simpático e o parasimpático,
pneumogástrico ou vago.
4. . ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
Este medicamento produz um curto período de excitação seguido, imediatamente, de
um forte prolongado período de depressão. O breve período irritativo das hastes
anteriores da medula, causa tumores e convulsões; ao irritar o cérebro sobrevêm
convulsões, insónias, hipersensibilidade e medo. A excitação do simpático, muito
passageira, produz midríase (Belladonna); a do parasimpático aumenta o peristaltismo
intestinal. Sobre estes sistemas a acção é variável e produz instabilidade.
O período depressivo, mais próprio do medicamento, produz depressões gerais das
funções intelectuais e nervosas ao actuar sobre o cérebro; Paresias e paralisias gerais ao
actuar sobre as hastes anteriores da medula, mas mais marcantes nos músculos das
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extremidades. A paralisia do simpático dá como resultado congestões passivas venosas
e arteriais. A instabilidade do vago-simpático e acção paralisante sobre o centro
respiratório, dá como resultado final asfixia que causa a morte.
É útil assinalar que o tremor e medo de Gelsemium sempervirens podem
produzir-se nas duas fases da acção geral; na fase passageira da excitação, o tremor é o
resultado da irritação dos centros medulares; na fase de depressão é um fenómeno de
incoordenação motora. O medo, na fase de excitação, é um dos resultados da tensão
nervosa; na fase de depressão é consequência do abatimento da energia nervosa e
psíquica.
Em poucas palavras pode-se resumir a acção geral do Gelsemium sempervirens,
dizendo: É um parético ou paralítico com tremor e medo.
“É o grande tremeroso da Matéria Médica”.
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
São principalmente crianças ou jovens de ambos os sexos, muito nervosos e que, por
causa disto, podem sentir vergonha ao ponto, apresentando então a cara vermelha, mas
inchada e inexpressiva, chegando até dar um aspecto não inteligente, estúpido ou bem
de profundo cansaço. Jovens ou adultos deprimidos de movimentos tórpidos e ainda
paréticos ou trémulos.
B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
hipersensibilidade cérebro-medular. Asténico motriz progressivo. Estabilidade vago-
simpática e grande sensibilidade hidro-electromagnética.
Ligeiro suprarrenalismo com descarga adrenalínica menos violenta que o
Aconitum napellus ou Atropa belladona e que tende a produzir medo, (Aconitum
napellus) ou cólera (Atropa belladona), esta última ligeira; participa então nisto, do
característico do Aconitum napellus ou Atropa belladona, mas em proporção menor:
nunca é tão medroso como Aconitum napellus nem tão colérico como Atropa belladona.
Pode ser hipo-testicular ou hipo-ovárica .
Numa primeira fase: Excitável, irritável, algo colérico; depois lento, pesado,
preguiçoso, enervado, quase estúpido. Neste momento as suas ideias vagueiam sem
conexão e se trata de coordená-las, isto produz mal estar na cabeça que pode chegar a
vertigem.
Os norte americanos assinalam que Gelsemium sempervirens seguem “a regra
dos três D”: Dizz (estado vertiginoso)- Dullness (sensibilidade nervosa)- Drowsines
(sonolência).
O indivíduo de Gelsemium sempervirens quer estar só em paz, não sente desejo
de falar nem de mover-se nem de temer nada, ainda quando, se permanecer só, tem
medo porque crê que se vai passar algo. O medo ou qualquer emoção provocam-lhe
diarreia; não suporta as esperas e sente medo de apresentar-se em público.
6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos):
Indiferente.
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7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES:
1. Cansaço geral acompanhado de tremores em todo corpo.
2. Debilidade intensa dos membros, com tremores e incoordenação.
3. Completo relaxamento de todos os músculos, com paralisia motora completa ou
incompleto (paresias).
4. Transtornos produzidos pelas emoções súbitas: susto, medo, más notícias.
5. As emoções antes citadas, as desviadas, o excesso de trabalho, a proximidade de
uma entrevista ou de algum acontecimento feliz ou penoso (matrimónio, cerimónias,
exames) podem produzir diarreia (diarreia emotiva), temor ou insónia.
6. Deseja estar só ou em paz.
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE TEMPO: Às dez da manhã.
DE SITIO E CLIMA: Pelo tempo húmido. (Rhus toxicodendron – Solanum
Dulcamara).
Pela névoa. Antes de uma tempestade.
PSÍQUICAS: por uma emoção. Pensando nos seus males.
FISIOLÒGICAS: fumando tabaco.
MELHORIAS:
DE SÍTIO E CLIMA:. ao ar livre.
DE POSIÇÃO: pelo movimento contínuo. (Rhus toxicodendron).
FISIOLÓGICAS: Pelos estimulantes, menos o tabaco. Depois de uma micção
abundante.
9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS:
SONO: sonolência com amodorramento, bocejos e ainda sopro durante o dia. É um dos
“grandes sonolentos “ da Matéria Médica; os outros medicamentos que completam o
grupo dos sonolentos são, Opium, Nux vomica, Nux moschata, Antimonium tartaricum.
Insónia emotiva com pesadelos, quer dizer “sono desperto”.
Delírio ao principio de dormir.
Pode ter estados de catalepsia consciente: imóvel, semi adormecido mas consciente.
FEBRE: calafrio intenso, calafrio solene, por picadas desde o Vago até ao occipital. As
sacudidelas do calafrio são tão intensas que necessitam que as detenham. (China
officinalis). (Malária).
Calor sem sede. Febre com prostração, suor, dores musculares e suores abundantes.
Febre asténica (intermitente ou remitente).
CABEÇA: .vertigens com transtornos visuais.
Cefaleia precedida de transtornos visuais geralmente hemicrania (enxaqueca), com
depressão e tremores seguida e melhorada por abundante emissão de urina.
Cefaleia que começa na nuca, estende-se por toda a cabeça e fixa-se na região central,
acima dos olhos (superciliar), com sensação de que a frente estala ou que há uma venda
apertada em cima dos olhos. (Congestiva: Aconitum napellus – Atropa belladona). Esta
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cefaleia agrava-se pelo trabalho mental ou encostando-se com a cabeça baixa, melhora
encostando-se com a cabeça alta e urinando.
Desejo de ter a cabeça estendida na almofada. (Atropa belladona).
FACE: a face fica subitamente vermelha e quente, com expressão de embrutecimento.
(Baptisia tinctorea).
Tremores e tiques na cara.
OLHOS: pálpebras pesadas, não pode mantê-los abertos.
Paralisia das pálpebras.
Blefaroplastia produzida por esta paralisia.
Tremores nas pálpebras.
Nevralgia orbitaria, superciliar, com contracção muscular.
Uma pupila está dilatada e a outra está contraída (Anisocoria na meningite).
Parece como se tivesse fumo diante dos olhos. Visão dupla (Diplopia) (Tabacum) que
aparece como último sintoma da intoxicação por Gelsemium sempervirens e é também
o último que desaparece.
Transtornos visuais diversos que precedem à enxaqueca.
DIGESTIVO – BOCA: língua dolorosa e pesada, dificilmente pode falar.
Paralisia do veio do paladar. Mandíbula inferior caída (paresia ou paralisia dos
músculos mesentéricos).
Ausência de sede.
FARINGE: sensação de um corpo estranho que não pode engolir.
Disfagia por paralisia (paralisia pôs-diftérica). (Causticum, Curare)
ESTÔMAGO: hipo, pior de noite.
Sensação de vazio e debilidade no epigastro, ou bem de peso;
“peso, debilidade e vazio”.
ANUS: paralisia do esfíncter anal.
EVACUAÇÕES: diarreia urgente e indolor (Phosphoric acidum) depois de uma má
notícia ou emoção, ou bem durante a espera de acontecimentos: “diarreia emotiva”
(Ignatia amara).
URINÁRIO: micções frequentes de urina clara, límpida, depois de uma cefaleia, de
uma emoção ou na espera de acontecimentos. (Ignatia amara): “urina nervosa”
(Phosphoric acidum).
Paresia vesical com jorro intermitente (Clematis erecta) e sensação de não acabar nunca.
(Nux vomica).
GENITAIS MASCULINOS: perdas seminais nocturnas, sem erecção seguidas de
grande debilidade. (Phosphoricum acidum)
GENITAIS FEMININOS: regras atrasadas, pouco abundantes, com dores que se
estendem às ancas e à coluna e que são como dores de parto. (Cimicífuga). Afonia
durante as regras. Menstruação suprimida, com convulsões.
No parto as dores são ineficazes, há falta de trabalho, o pescoço está muito dilatado mas
não há atonia muscular completa.
RESPIRATÓRIO – LARINGE: parética depois de uma emoção durante as regras.
(congestivas por esfriamento: Aconitum napellus; inflamatória: Atropa belladona.
Parética catarral na mudança da estação de Inverno à Primavera. (Causticum). Por
fadiga ou traumatismo – (Arnica montana).
Espasmo da glote muito marcado.
PULMÕES: respiração lenta com grande prostração. Paralisia dos pulmões.
CIRCULATÓRIO: pulso lento em repouso, mas muito acelerado pelo movimento.
Sensação como se o coração fosse a deixar de bater se não se faz algum movimento.
MEMBROS: debilidade intensa dos membros com tremor e incoordenação.
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Perda gradual do movimento voluntário, que chega à paralisia total.
Cãibras no antebraço que impedem de escrever. Caimbras nos dedos. Cãibras,
contracções e rigidez dos músculos lumbricais nos pianistas, violinistas e escritores.
Se levanta as mãos começa a tremer. (tremor alcoólico: Nux vomica).
As pernas cansam-se com o menor exercício. (Phosphoricum acidum).
Ciática que se agrava com o repouso e ao começar a caminhar (Rhus toxicodendron).
Contracção espasmódica dos dedos dos pés.
PELE: seca e quente
Erupção parecida à do sarampo, principalmente na cara. (ajuda ao gomo da erupção,
como Bryonia alba ou Sulphur: eu prefiro usar Gelsemium sempervirens ou Bryonia
alba; deixar Sulphur para terminar os casos, porque observei fortes reacções com
Sulphur no princípio).
10. DINAMIZAÇÕES USUAIS:
3X – 3C – 6C – 12C – 30C – 200C.
11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS:
Debilidade intelectual. Estados confusos. Cefaleia nervosa, tipo enxaqueca.
Nevralgia facial com tiques. Insónia nervosa, medo sem motivo. Tensão nervosa à
espera de acontecimentos.
Tremores. Cãibras dos pianistas, violinistas e escritores. Vertigens. Ataxia locomotiva.
Mal de Parkinson. Epilepsia. Convulsões histéricas (uma gota de 0 cada ½ hora até Ter
efeito. Trismos histérico. Histeria em geral, gotas de 0 para 10 colheradas de águas,
tomar uma colher cada ½ hora. Paresias. Paralisias pôs-diftéricas, paralisias dos
mesentéricos.
Paralisia da bexiga. Paralisia dos membros.
ambliopia. Diplopia. (hemiopatia). Astenopia.
Atonia histérica. Cãibras do tubo digestivo. Diarreia emotiva.
Incontinência da urina. Atonia e impotência sexual.
Espermatorreia. Convulsões depois da gravidez (X gotas da = em meio copo com água,
para tomar uma colher cada cinco minutos).
Dismenorreia nervosa. Atonia uterina.
Transtornos nervosos do coração.
Febre tifoideia, principalmente para vencer ou diminuir a sonolência. Febres
intermitentes (paludismo: diminui a violência do acesso). Sarampo. (combate a
prostração, favorece a erupção). (os alemães recomendam dar uma gota da 1X para
favorecer a erupção).
Em sofrimentos nervosos crónicos, sobretudo paralíticos, uma dose 200C semanal, três
ou quatro semanas, além da potência baixa ou média que se use, pode converter
paralisia em paresias ou resolver paralisias que não chegaram à degeneração dos nervos.
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GRUPO A
MATRICARIA CHAMOMILLA
1. SINÓNIMOS:
Matricaria camomila. Camomila comum. Manzanila.
2. GENERALIDADES:
Origem: a Matricaria Camomila, é uma planta anual da família das Sinantéreas.
Encontra-se em quase toda a Europa, América e muitas regiões da Ásia; provavelmente
existe em todo o mundo. A sua grande vitalidade e adaptação a qualquer terreno assim o
fazem supor. Parece no entanto preferir os terrenos secos e arenosos.
Princípios activos: tem um princípio amargo, cristalizável, a antemina, um óleo
essencial e volátil, muito aromático; uma resina; além de malatos, tanatos e ácido tânico
em quantidade mínima.
Preparação homeopática: prepara-se a tintura com a planta verde e flores,
segundo a primeira regra.
Antecedentes de emprego: o uso medicinal da Matricaria chamomilla remonta-
se aos tempos mais antigos. Mais recentemente, Nicolás Lemery, no seu “tratado
universal das drogas simples”, resume as propriedades medicinais da Camomila,
conhecidas com tempo como se segue: “o seu emprego principal é para combater as
doenças do útero; provoca a menstruação; resolve durezas (tumores duros), resolve,
atenua e arrasta os ventos; abre os vapores; suprime as obstruções; excita a urina; faz
arrastar a areia e a pedra do rim e da bexiga.
Todas estas indicações ficaram reduzidas agora, para a Escola Galénica as
“propriedades estomáquicas, nervosas e antiespasmódicas”.
Para a Medicina Homeopática, a Camomila tem algumas das propriedades antigas,
todas as actuais aceites oficialmente e várias novas, de acordo com a patogenesia
derivada da sua experimentação.
Experimentação Pura: a experimentação pura da Matricaria chamomilla foi feita pelo
Dr. Hahnemann e incluída na sua “Matéria Médica Pura”
3. ESFERA DE ACÇÃO:
Actua sobre o sistema nervoso e deste, principalmente sobre a medula, nos centros
sensitivos das hastes anteriores e sobre as placas sensitivas terminais (centros motores
das hastes anteriores): Gelsemium sempervirens, tem também acção sobre o sistema
nervoso simpático. De maneira menos marcada actua sobre os centros motores
medulares e sobre o córtex cerebral.
É importante também a sua acção sobre as mucosas em geral, mas muito
especialmente sobre a mucosa digestiva; e não é menos no aparelho genital feminino.
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4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
Sobre os territórios nervosos assinalados a acção é fundamentalmente irritativa, mas
tem uma fase depressiva manifestada sobretudo no parasimpático. (pneumogástrico ou
vago).
Da acção irritativa dos centros e das terminações nervosas, deduz-se o
predomínio da dor neste medicamento. Da sua acção menor sobre os centros motores e
os cérebros, resultam rigidezes, retardamentos e Cãibras, convulsões, cefaleias,
vertigens e instabilidade do carácter.
Pela acção da excitação no simpático e de depressão no parasimpático,
explicam-se as palpitações com ansiedade , a irritabilidade e a secura da mucosa
respiratória e a insuficiência secretora da mucosa digestiva, que ocasiona transtornos
dispépticos como o aumento das fermentações e aparecimento do quadro da dispepsia
flatulenta de origem nervosa.
Pode dizer-se que Gelsemium sempervirens transforma a motilidade e a
inteligência e a Matricaria chamomilla parece-se muito com Aconitum napellus e a
Belladonna inflamatória e os de Matricaria chamomilla irritativos, tipicamente
nevríticos, verdadeiras nevralgias.
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
O tipo morfológico, como o psíquico de Matricaria chamomilla, encontra-se mais em
crianças pequenas e mulheres. As Matérias Médicas assinalam que se tratam de pessoas
de pele castanha clara; isto é muito relativo e procede, como em muitos outros
medicamentos, de que foram primitivamente experimentadas em pessoas claras ou
ruivas do tipo europeu. Na mudança pode afirmar-se que sobretudo nas mulheres
(crónicas de Matricaria chamomilla”, a expressão do seu rosto é dura, denotando nojo,
ira ou bem dor. Observou-se muito frequentemente uma face mais vermelha do que a
outra.
B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
A hipersensibilidade à dor domina neste medicamento. As dores são agudas,
dilacerantes, angustiosas e o doente declara-as mais violentas do que são na realidade, já
que estão fora da proporção com o mal que lhes produz (Aconitum napellus).
Acompanham-se com adormecimento das partes afectadas (Aconitum napellus). Podem
produzir-se Cãibras, particularmente na barriga das pernas; e nas crianças, durante
dentição, chegam a produzir-se convulsões.
A criança é chorona, resmungona, arisca, caprichosa, insuportável; sempre
descontente, nunca satisfeito, deseja um jogo qualquer e uma vez que se lhe dá despreza
ou o deita fora e pede outro que sofra de igual sorte. Chora, debate-se, agita-se, mas
acalma-se repentinamente se se pega ao colo ou se passeia de carrinho.
À criança e ao adulto não gostam que lhes falem e se respondem fazem-no bruscamente
e grosseria. Tanto a criança como o adulto são muito irritáveis, mas este último é além
de caprichoso e arisco, rancoroso e malvado, facilmente se irrita e as suas cóleras são
sempre de extrema violência, ao grau de ficar doente.
A criança sofre de insónia, vai para a cama mas não consegue dormir, está
agitado, grita, geme e se consegue dormir desperta sobressaltado. Sofre pesadelos e
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desperta com os olhos muito abertos, aterrorizado (Arsenicum album). Dorme às vezes
com os olhos semiabertos.
Como assinala TETAU o sujeito de Matricaria chamomilla é hiper-medular
posterior, hiper-simpático tónico, às vezes instável e sempre o parasimpático instável.
É a mulher de Matricaria chamomilla hiper-ovárica em todo o tempo, quer dizer,
fora das regras, durante as regras (hiperfoliculínica), na gravidez e no parto
(hiperluteínica).
O sujeito de Matricaria chamomilla, Homem ou mulher, é um hipersuprarrenal
com descarga adrenalínica pronta, violenta, dirigida até a ira, por isso Matricaria
chamomilla é uma irada. (outros irados da Farmacodinâmica Homeopática, Belladonna,
Hyosciamus niger, Aurum metallicum, Bryonia alba, Cantharis vesicatoria,
Chelidonium majus, Hepar sulphur, Iodum metallicum, Lycopodium clavatum, Nux
vomica, Platina).
Ao adulto e à criança não gostam que lhes falem e se respondem o fazem sempre com
brusquidão e grosseria.
6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos):
principalmente esquerdos.
7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES:
1. grande irritabilidade. (Atropa belladona – Nux vomica – Bryonia alba – Iodium
metallicum).
2. Hipersensibilidade e intolerância à dor. (Aconitum napellus – Coffea cruda – Nux
vomica).
3. Sempre contente, nunca satisfeito.
4. A criança, que se debate e chora, acalma-se e cala-se instantaneamente se lhe pegam
ao colo ou se passeia de carrinho..
5. Uma face vermelha e quente e a outra pálida e fria.
6. Transtornos provocados pelo abuso do café, do chá preto. Da Manzanila e dos
narcóticos (Nux vomica)
7. A maneira de um característico, deve fazer-se notar que exiistem dois períodos
fisiológicos nas crianças lactantes, nos quais a Matricaria chamomilla tem
importante indicação, eles são: “a dispepsia transitória do lactante” (Síndrome dos
21 dias ou doença de Alarcón) e a primeira dentição.
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE TEMPO: das 9 às 00h00 da noite.
DE SITIO E CLIMA: ao ar livre, pelo calor, pelo vento.
PSÍQUICAS: pela cólera.
MELHORIAS:
DE SÍTIO E CLIMA: pelo tempo quente e húmido.
DE POSIÇÃO: estando nos braços ou transportado de carro.
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9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS:
SONO: insónia: a criança é enviada para a cama, mas não pode dormir (Atropa
belladona). Sono agitado: a criança grita, geme e desperta-se sobressaltado (Atropa
belladona). Sofre pesadelos e desperta com os olhos muito abertos, aterrorizado
(Arsenicum album).
Dorme às vezes com os olhos semiabertos.
FEBRE: calafrios, rápidos com frio glacial; se se descobre alguma parte do corpo, tudo
se estremece.
Febre acompanhada de dores vivas.
Uma face vermelha e quente e a outra pálida e fria durante a febre.
CABEÇA: suores quentes na cabeça que aparecem depois de comer ou dormir.
Cefaleia licinante com extensão que chegam ao pescoço ou ao peito, de um só lado,
hemicrania, com vermelhão da face do mesmo lado.
FACE: uma face roxa e quente e a outra pálida e fria.
Suor na face depois de comer ou beber.
OLHOS: borda da pálpebra inferior inflamada, com ulceração com crostas.
Contracção espasmódica das pálpebras.
Conjuntivite catarral ligada ao período inflamatório dentição.
OUVIDOS: grande sensibilidade aos sons (Coffea cruda – Nux vomica).
Otalgia dilacerante que faz o doente gritar (Belladonna ).
DIGESTIVO – BOCA: odontalgia lancinante, pulsátil, insuportável que se apresenta
depois de comer, agravada pelas bebidas quentes e pelo café, melhorada pelas bebidas
frias.
Transtornos nervosos da dentição.
FARINGE: constrição espasmódica com dor como produzida por uma espinha (Hepar
sulphur).
Impossibilidade de engolir os sólidos, principalmente estando acostumado.
ESTÔMAGO: arrotos fétidos, com odor a ovos podres e vómito.
Sensação de plenitude, de pesadez, como se tivesse uma pedra (Bryonia alba).
Gastralgia com pressão dos bebedores de café e de macela.
ABDÓMEN: forte distensão abdominal por gases. (Aerocolia, timpanismo).
Cólicas flatulentas, puns cortantes, que não melhoram pela expulsão de gases
(melhorados pela expulsão: Lycopodium clavatum).
Cólicas muito violentas, com desejo de dobrar-se em dois (Colocynthis).
Cólicas durante a dentição. Cólicas durante a “dispepsia transitória do lactante”, com
agitação e gritos (em ambos os casos remédio que não melhora).
EVACUAÇÕES: diarreia aquosa, quente, queimante, amarelo-verdosa, como ovos
envolvidos com espinafres, com odor a ovos podres; sobrevem na noite e a causa da
dentição ou depois de uma cólera.
GENITAIS FEMININOS: regras adiantadas, abundantes, sendo o sangue negro e com
coágulos; extremamente dolorosas.
As dores são extensas, com Cãibras e muito violentas no baixo ventre e com agitação.
Tendência a ficar colérico durante as regras.
Metrorragia em que o sangue é negro, com grandes coágulos e dores de falso parto.
No parto, as dores ascendem, como se o útero fizesse pressão contra o diafragma. (as
dores descendem: (Belladonna – Sepia).
Seios duros e sensíveis ao tacto, sobretudo nas meninas.
Ameaça de aborto, com espasmos e convulsões, por causa de uma cólera.
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Cãibras no útero da mãe cada vez que a criança mama.
RESPIRATÓRIO – LARINGE: tosse seca, rouca, nocturna, apresentando-se entre as
21h00 e a 00h00 e cujo acesso pode durar até quinze minutos sem despertar o doente.
A criança encoleriza-se quando tosse e por sua vez, a cólera pode provocar tosse.
CIRCULATÓRIO: taquicardia depois de encolerizar-se.
MEMBROS: Cãibras na barrigas das pernas, sobretudo de noite.
Sensação de ardor na planta dos pés pela noite (Sulphur – Sanguinaria canadensis).
10. DINAMIZAÇÕES USUAIS:
1X – 3X – 3C – 6C – 12C – 30C.
11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS:
Nevralgias típicas. Otalgia e odontalgia. Gastralgias e caimbras no estômago. Cólicas
flatulentas.
Cólicas pela dentição, uma cólera ou durante a “Dispepsia transitória do lactante”. “ se
se fracassou com Camomila nas diarreias infantis (nas que está indicada) é porque se
deu em potência inferior a 12C”, disse Cartier. Convulsões durante a dentição. Dentição
difícil. Alternar com Atropa belladona se há muita inflamação nas gengivas; com
Calcarea phosphorica, se há retardo no tempo do broto.
Vómitos de leite, imediatos à tetada ou ao mamilo (alternado com Aethusa cynapium se
o leite vem de volta já coalhado; especialmente durante a dispepsia transitória do
lactante) indigestão no adulto, baixo à forma da dispepsia flatulenta de origem nervosa
ou por excesso de estimulantes. Obstrução catarral da vesícula biliar (0: xx a xxx gotas
em água mineral, antes da comida e da refeição, alternando em igual quantidade com
Cardos marianus depois dos mesmos alimentos). Prevenção dos efeitos maus da cólera
(0: x gotas postas num torrão de açúcar ou numa colherada de água açucarada, tomadas
imediatamente depois do desgosto ou ainda antes, se se prevê que ele será inevitável).
Dores de parto (1 gota de 0 cada quarto de hora).
Dismenorreia. metrorragia típica.
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GRUPO A
OPIUM
1. SINÓNIMOS:
Papaver somniferum, Papaver album. Dormideira. Amapola, Chicalota.
2. GENERALIDADES:
Origem: o Opium é um suco lactescente que se extrai do fruto da planta “Papaver
somniferum” da família das Papaveráaceas.
Esta ampola vê-se desenvolver-se à beira dos semeadoiros de milho, trigo ou qualquer
outra graminea e ainda dentro deles, em última circunstância esta foi utilizada no
México, para esconder a sua cultura ilegal.
Princípios activos: estão constituídos por mais de 25 alcalóides, dos quais os
principais são: morfina, codeína, tebaína, narcotina, pavaverina, laudanina, criptopina,
protopina e narceína, em ordem quantitativa.
Preparação homeopática: a tintura prepara-se com o suco seco pulverizado,
segundo a Quarta regra. O concentrado sólido pode preparar-se segundo a sétima regra.
Antecedentes de emprego: medicamento dos mais antigos empregues na
medicina. Conhecia-se antes de Hipócrates e nos tempos deste era de uso corrente, com
as indicações de hipnótico, analgésico e paralisante. Na terapêutica tradicional pouco a
pouco e cada vez mais, usam-se, em lugar do medicamento total, os seus alcalóides por
separado.
Experimentação Pura: esta foi feita, pela primeira vez, pelo doutor
Hahnemann e a sua patogenesia consignada na Matéria Médica Pura.
3. ESFERA DE ACÇÃO:
O Opium actua em todo o sistema nervoso com igual intensidade: cérebro, cerebelo,
bulbo, medula (centro das hastes anteriores, das hastes posteriores e vias de condução),
simpático e parasimpático.
4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
A variedade e a variabilidade dos seus efeitos explicam pela multicidade dos seus
princípios activos.
Em doses débeis, pouco tóxicas, situada na chamada zona terapêutica da
medicina Alopática (de 5 a 19 centigramas do extracto total), produz-se uma fase de
excitação em todo o sistema nervoso que dura pouco e caracteriza-se por ligeira
aceleração da circulação (excitação do simpático), com pulso acelerado e forte, rosto
encardido e vivaz ; o aumento da circulação no cérebro e a acção directa do Opium
sobre os neurónios cerebrais. Nesta fase conjugam-se e dão: excitação da inteligência,
sensação de bem estar, de euforia, como no principio da embriaguez alcoólica; aumenta
o brilho dos olhos, a mirada é viva, inteligente e há maior vigor muscular.
A excitação simpática e bulbar dá, ao para que a aceleração circulatória, o
aumento dos movimentos respiratórios, mas com um ligeira hipermneia que não é
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moléstia: “respira-se mais com gosto”. Por igual razão (excitação simpática), os
movimentos peristálticos do estômago e do intestino atenuam-se.
A doses um pouco mais fortes (15 centigramas), a excitação é muito intensa,
ainda também muito breve: as ideias vêm em sentido diferente, o pulso aumenta em
rapidez, amplitude e força, as papilas dilatam-se, a respiração é muito acelerada, o tónus
muscular aumenta e há uma certa rigidez, como consequência, sem chegar à contracção
ou à cãibra. Esta fase é imediatamente seguida do primeiro estado da fase depressiva, na
qual o coração diminui a sua força, a circulação em geral fica lenta, o pulso, apesar da
sua lentidão, conserva-se pleno (depressão simpática); a lentidão da circulação cerebral
provoca retardamento do retorno venoso, com as conseguintes congestões passivas do
órgão e como consequência disto e da depressão directa dos centros cerebrais e bulbo-
medulares apresenta-se a confusão das ideias. A contracção das pupilas, o rosto passa de
vermelho a vermelho escuro, os músculos relaxam-se com agradável sensação de
lassitude, de abandono; a respiração é profunda, lenta, a garganta fica seca, há náuseas e
ainda vómitos seguidos de diminuição das secreções gástricas e intestinais e uma ligeira
subida da temperatura; neste momento começa o sono com uma agradável sensação de
atordoamento, de sonolência, para chegar, pouco depois, ao profundo sono estuporoso.
Se a dose dada não passa dos 15 centigramas, o sujeito desperta ao fim de 12 a
36 horas, com náuseas, vómitos e cefaleia. Mas se se aumenta a dose até os 25 ou 30
centigramas, entra-se no segundo estado da fase depressiva e, como consequência,
apresenta-se o sono estuporoso profundo, as pupilas estão muito contraídas, quase
puntiformes, a face fica cianótica, a boca está muito seca; a transpiração é mais lenta e
começa a ficar irregular, as batidas cardíacas são débeis e irregulares; a sensação e os
reflexos estão abolidos, os músculos completamente relaxados, verdadeiramente
paralisados, o maxilar inferior cai; as matérias fecais e as urinas escapam-se
involuntariamente por paralisia respiratória e circulatória.
Na necropsia encontram-se as circunvoluções cerebrais aplanadas, os vasos
cerebrais e raquidiais cheios de sangue, verdadeiramente repletos (apoplexia) e grande
quantidade de exudato seroso nos aracnóides e nos ventrículos.
Deve entender-se o efeito consecutivo do Opium, sobretudo no cérebro, bulbo e
medula, como tendo duas fases que determinam por sua vez a excitação e a depressão:
uma fase activa, de grande fluxo sanguíneo por aumento da velocidade da circulação, e
outra fase passiva de estancamento ou êxtase (fase apopléctica sem hemorragia).
Opium, é pois um medicamento levemente excitador e grandemente depressor:
excita a inteligência (Phosphorus – Nux vomica); excita a sensibilidade (Aconitum
napellus –Belladonna – Gelsemium sempervirens – Matricaria chamomila – Nux
vomica); excita a mobilidade (Aconitum napellus – Belladonna – Nux vomica); deprime
a inteligência (Gelsemium sempervirens – Baryta carbonica); deprime a sensibilidade
(Aconitum napellus); deprime a motilidade (Gelsemium sempervirens – Curare,
causticum).
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
Sujeito delgado em extremo, com mirada vaga, pupilas contraídas, face pálida ou bem
enrijecida em extremo e quase vultuosa, correspondendo estes dois aspectos do rosto às
fases depressiva, excitadora e congestiva da sua acção tóxica. Aspecto cansado e
sonolento com flacidez muscular geral.
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B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
O sistema nervoso é transitoriamente excitado e dá o tipo hiperasténico com franca
simpaticotonia; depois deprime-se, em graus diversos segundo as doses, e dá o tipo
hipoasténico definitivo com acentuada deficiência glandular endócrina. É nesta época
um sujeito hipo-cérbro-bulbo-medular, hipo-tiroideo, hipo-pituitário, hipo-suprarrenal,
hipo-testicular e ovárico.
Na fase hiper-asténica apresenta-se a excitabilidade reflexa: há tremor muscular
que começa na língua e nas mãos e estende-se a todo o corpo. Depois movimentos
convulsivos afectando as formas de convulsões tónicas e clónicas, à parte dos
sobressaltos e sacudidas dos músculos flexores. Na fase hipo-asténica apresenta-se a
amiostenia progressiva e em seguida a paresia e a paralisia. A paralisia do simpático
manifesta-se sobretudo a nível dos músculos lisos, principalmente do intestino.
A sensibilidade primeiro exalta-se havendo hipersensibilidade à luz, ao ruído,
aos odores; intensas dores lancinantes e nevralgias. Depois deprime-se profundamente,
dando adormecimentos e formigueiros nas extremidades, anestesias e finalmente, à
semelhança das paralisias, a perda da consciência.
O pensamento e imaginação do sujeito de Opium, na fase transitória de excitação e
congestão, exaltam-se: as ideias afluem em quantidade e com grande rapidez,
atropeladamente, acompanhadas de agradável sensação de euforia; num semi-sono
apresentam-se sonhos agradáveis, fantásticos ou eróticos, os quais constituem o
atractivo principal para os efeitos a fumar a droga. Pode haver também, então, breve
delírio furioso e loquaz, com visões terrificas de animais fantásticos, de demónios, ou
bem apresentar-se o típico delírio tremens.
Passando da fase de excitação à depressiva, surgem outras alucinações, tais
como sentir-se de altura gigantesca e que tudo o que lhe rodeia está igualmente
aumentado; ou crê que está em suspensão e esvoaçando no ar. Também pensam que não
estão na sua casa e querem voltar a ela.
Já na fase de franca depressão progressiva, chega a indiferença ao prazer e à dor,
então não deseja nada e quer que o deixem tranquilo; neste estado vai perdendo a
consciência pouco a pouco até chegar ao estupor completo, no qual há respiração
estertorosa, roncante, boca aberta, maxilar inferior pendente, olhos abertos e convulsos,
cara muito vermelha ou cianótica, estado de incontinência total que é um verdadeiro
coma percursor à morte. Esta pode sobrevir também dentro de um verdadeiro ictus
apopléctico, por hemorragia cerebral intensa.
6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos):
Indiferente.
7. SINTOMAS CARACTERÍSTICOS:
1. sono profundo, verdadeiro estupor com perda da consciência.
2. Estado apopléctico (ictus).
3. Falta de reacção orgânica às doenças e aos medicamentos (apatia profunda. reacção
de alarme nula. “Selye”).
4. Tem sono, mas não pode dormir. (Belladonna).
5. As ideias afluem em grande quantidade, atropeladamente.
33
6. Obstipação excessiva por atonia intestinal e ainda paralisia rectal.
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE SITIO E CLIMA: pelo calor (congestão).
FISIOLÓGICAS: durante o sono e depois dele. Pelos estimulantes. Enquanto está
suando.
MELHORIAS:
DE SÍTIO E CLIMA: pelo frio.
9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS:
SONO: sente sono, mas não pode dormir por causa de uma hiperacusia muito
acentuada, de modo que o mais leve ruído o mantém desperto.
Sono com estupor profundo, comatoso: respiração estertorosa, roncante, boca aberta,
olhos abertos e convulsos, cara muito vermelha ou cianótica, mandíbula pendente.
Carfologia no sono. (Hyoscyamus niger).
Sufocação ao ficar a dormir. (Opium é o medicamento por excelência do coma).
Sonhos muito agradáveis e fantásticos ou tristes e terríveis: imagens eróticas ou
imagens demoníacas.
A cama parece tão quente que não pode descansar nela.
FEBRE: ligeira subida de temperatura na fase depressiva no começo.
Indicado em todas as febres com estupor grave. (Tiroideia – Tifo).
CABEÇA: atordoamento com a embriaguez.
Congestão do cérebro com fortes pulsações. (Aconitum napellus – Belladonna –
Glonoinum – Veratrum viride – Sanguinaria canadensis – Aurum metallicum).
Cabeça pesada, sobretudo no occipital, com vertigens.
Grande actividade do pensamento.
FACE: face congestionada: vermelho-escura ou violácea. (Belladonna).
Quente, inchada (Mercurius vivus).
Aspecto indiferente e ainda estúpido. (Gelsemium sempervirens – Baryta carbonica).
Paralisia dos músculos da face, sobretudo nas comissuras labiais.
OLHOS: roxos, semi-fechados ou abertos durante o coma.
Pupilas contraídas em extremo, ainda puntiformes. Ausência dos reflexos pupilar e da
córnea.
Mirada vaga, fixa, “vidrada”.
Ptose palpebral. (Gelsemium sempervirens – Causticum).
OUVIDOS: hiperacusia, sobretudo ao deixar-se dormir: ao menor ruído o mantém
desperto.
DIGESTIVO – BOCA: boca muito seca, com sede intensa.
Língua violácea ou negra. (Tifoideia). Língua paralisada.
FARINGE: disfagia paralítica.
ESTÔMAGO: vómitos com convulsões. Vómitos fecalóides.
(peristaltismo inverso, oclusão intestinal).
ABDÓMEN: abdómen muito doloroso e intenso, timpânico, parece que se vai romper.
(quadro agudo na oclusão ou na paralisia intestinal).
EVACUAÇÕES: obstipação tenaz, sem nenhum desejo de defecar.
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Atonia intestinal e sobretudo inércia rectal, com grande quantidade de fezes
acumuladas. Oclusão intestinal.
fezes duras, impossíveis de expulsar se não é imediatamente lavado. As fezes sobem e
baixam, saem e entram alternadamente (Silicea terra – Thuja occidentalis), por inércia
do recto.
Evacuações involuntárias na fase final.
Peristaltismo invertido, seguido de vómitos fecalóides.
Opium faz parte do grupo dos grandes obstipados da Farmacodinâmica Homeopática,
diferenciando-se estes entre si, em relação com as causas como se segue:
OPIUM: obstipação intestinal paralítica.
NUX VOMICA: obstipação intestinal por atonia parética, principalmente por causa da
vida sedentária. Outras vezes falta de peristaltismo irregular e espasmódico.
LYCOPODIUM CLAVATUM: obstipação intestinal por abafo, combinada com atonia
do intestino grosso e constrição espasmódica do esfíncter anal.
PLUMBUM METALLICUM: obstipação intestinal por miastenia dos músculos lisos
intestinais e dos rectos abdominais, provocada pela degeneração e atrofia muscular
progressiva.
GRAPHITES: obstipação intestinal por aquinesia intestinal proveniente da debilidade
muscular ou exagerada dilatação cólica (Megacólon).
SILICEA TERRA: obstipação intestinal por extrema debilidade muscular intestinal ou
abdominal (esgotamento) e grande secura da mucosa (desidratação).
BRYONIA ALBA: obstipação intestinal por secura da mucosa intestinal ligada a
transtornos gastro-hepáticos.
ALUMINA: obstipação intestinal por extrema secura da mucosa intestinal de origem
metabólico-constitucional ou nervoso.
URINÁRIO: retenção de urinas por paralisias da bexiga, retenção depois de um susto
ou depois de um parto.
Micção involuntária por paralisia flácida do esfíncter vesical.
GENITAIS MASCULINOS: aumento do desejo sexual com erecções e poluções
frequentes. Diminuição do desejo sexual e impotência.
GENITAIS FEMININOS: diminuição do desejo sexual.
Supressão das regras por um susto (Aconitum napellus).
No trabalho de parto interrompem-se as dores e apresenta-se um estado comatoso.
Convulsões das pálpebras: Eclampsia sem sonolência e ainda coma entre as crises.
RESPIRATÓRIO – LARINGE: afonia depois de um susto (Aconitum napellus).
Como o fizemos com a obstipação intestinal, vamos expor uma relação comparativa das
afonias:
ACONITUM NAPELLUS e OPIUM: afonia depois de um susto.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: afonia por uma impressão ou excessiva tensão
nervosa.
ACONITUM NAPELLUS: afonia depois da exposição ao vento frio e seco; afonia
nitidamente congestiva e catarral.
ARSENICUM IODATUM: afonia catarral.
ALLIUM CEPA e EUPATORIUM PERFOLIATUM: afonia gripal.
ARSENICUM IODATUM, IODUM, SPONGIA TOSTA e ARUM TRIPHYLLUM:
afonia em terreno tuberculínico ou já tuberculosa.
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ARNICA MONTANA, BELLADONA: afonia depois de gritar ou cantar; a primeira
por traumatismo, a segunda por inflamação.
BELLADONA, CAUSTICUM, GELSEMIUM SEMPERVIRENS, LACHESIS
TRIGONOCEPHALLUS, NUX VOMICA, OPIUM, PHOSPHORUS e PLUMBUM:
afonia parética ou paralítica, sendo Phosphorus e Plumbum os mais crónicos.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS, IGNATIA AMARA e PULSATILLA NIGRICANS:
Afonia durante as regras e afonia histérica.
SPONGIA TOSTA: afonia pelo bócio que comprime o nervo recorrente laríngeo.
PULMÕES: respiração profunda, desigual, ruidosa, estertorosa (coma). Respiração
rápida, dispneia. Sufoco quando dorme: a respiração detém-se, é preciso sacudir o
doente para que a respiração normalize.
CIRCULATÓRIO: sensação de ardor ao redor do coração, como se estivesse
queimando. (sensação de frio ao redor do coração: Natrum muriaticum).
Palpitações depois de um susto (Aconitum napellus) ou de uma cólera (Matricaria
chamomila), ou de qualquer impressão ou espera (Gelsemium sempervirens).
Pulso lento, pleno, tenso, às vezes intermitente, pequeno e filiforme.
MEMBROS: contracções dos membros. Paralisia sem dor (Oleander). Tremores
(Gelsemium sempervirens).
PELE: pele quente, coberta de suores quentes (Belladonna), excepto nas extremidades
inferiores.
10. DINAMIZAÇÕES USUAIS:
12C – 30C – 200C.
11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS:
Alcoolismo (intoxicação grave na fase da apoplexia: V gotas da 12C a cada hora).
Anúria paralítica.
Apendicite grave com quadro abdominal agudo, com ameaça de peritonite e ainda com
vómitos fecalóides; e que por circunstâncias especiais não pode ser operada – paliativo
– apoplexia. Bradicardia. Cianose. Cólicas do chumbo. Coma em geral. Comoção
cerebral. Convulsões, especialmente dos lactantes. Delirium-tremens. Obstipação
intestinal paralítica. Epilepsia, formas com mais sonolência e inconsciência que dá
convulsões. Falta de reacção orgânica ou falta de reacção aos medicamentos. Febre
tifoideia para combater sonolência e a paralisia respiratória. Oclusão intestinal. Diversas
paralisias.
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GRUPO B
ANTIMONIUM TARTARICUM
1. SINÓNIMOS:
Tartarato (sal do ácido tartárico) duplo de antimónio e de potássio. Tártaro emético.
Tártaro estibiado. Emético.
2. GENERALIDADES:
Origem: o Antimonium tartaricum é um sal duplo de Antimónio e potássio. A sua
fórmula é: 2(Ksbo) C4H4O6H2O
Preparação homeopática: prepara-se em solução aquosa segundo a Quinta regra
ou por trituração segundo a sétima regra.
Antecedentes de emprego: O Antimonium tartaricum foi muito empregado até aos
princípios deste século, com diversas indicações, sendo as principais: se empregava
como vomitivo (emético), como expectorante em afecções respiratórias, como
antiinflamatório (antiflogístico) na pneumonia, pleurisia, pericardite e reumatismo
articular agudo; como derivativo de uso externo.
Experimentação e uso Homeopático: não há dados precisos, dignos de crédito,
sobre a sua experimentação pura. O Dr. Hahnemann enriqueceu a patogenesia do
medicamento com alguns sintomas, provavelmente de observação clínica e eles podem
ler-se no livro de “As doenças crónicas”.
A Patogenesia encontra-se na enciclopédia de Allen e no Diário Britânico de
Homeopatia, volume XIX.
3. ESFERA DE ACÇÃO:
Actua principalmente sobre o nervo vago, (pneumogástrico) e por intermédio ou
directamente sobre o pulmão e a mucosa gastrointestinal. Exerce também acção sobre a
pele.
4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
A acção sobre o vago é frequentemente excitadora, pelo qual produz depressão
acentuada das vísceras toráxicas e exaltação das abdominais, um verdadeiro estado de
vagotonia que se traduz, sobretudo, por dispneia, asfixia, bradicardia, baixa tensão
arterial, náusea, vómitos e diarreia.
Doses de 0.05 gr a 0.10 gr são vomitivas e ligeiramente purgantes.
A acção electiva sobre o pneumogástrico foi demonstrada com a seguinte
experiência: ingeriu-se o Antimónio tartárico nas doses citadas acima, produz de
imediato os efeitos assinalados (acção excitadora directa sobre as extremidades gástricas
do vago). Em mudança, necessitam-se de doses muito mais elevadas por via subcutânea
para provocar o vómito.
Doses menores, de um centigrama a um miligrama, continuadas por muito
tempo, chegam a produzir gastrenterites típicas, fenómenos nervosos bulbares
(vertigem) e cerebrais (cefaleias e prostração); debilidade do coração, do pulmão e dos
músculos.
37
A doses elevadas, superiores a 0.10 gr, causa colapso grave num quadro de
gastrenterite aguda, tipo cólera, que determina a morte.
Nas autopsia encontrou-se grande quantidade de exudato mucoso nos brônquios,
procedentes de lesões mucosadas; ulcerações e amolecimento das mucosas
gastrointestinais e degeneração gasosa do coração, fígado e rins; lesões
anatomopatológicas todas estas, que podem ser a consequência distante da acção sobre
o pneumogástrico ou produzidas por um transtorno bioquímico metabólico toda via não
esclarecido.
Aplicado localmente degenera a pele, produzindo lesões pustulosas.
Podia dizer-se que pela sua acção nervosa retarda as funções respiratórias e
circulatórias e exacerba as digestivas; e pela a sua acção local, tópica ou de contacto,
degenera as mucosas e a pele.
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
não é um medicamento que tenha marcados traços anatómicos.
Pode corresponder em parte a pessoas de constituição hidrogenóide e gordas e
preguiçosas. Esta constituição e conduta poderiam explicar, talvez, as degenerações
gordurosas viscerais que se assinalaram.
B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
Antimonium tartaricum corresponde a um sujeito tipicamente vago-tónico, com
predomínio deste tonos sobre o pulmão, dando a depressão respiratória conseguinte.
Quem sabe o sujeito de Antimonium tartaricum seja um hipotireoideo. Trata-se de
um preguiçoso, talvez por debilidade muscular (miastenia tóxica). Frequentemente fica
sonolento, com invencível tendência ao sono, chegando a cair em adormecimento
(Opium) e prostração. Despertado e agitado, ansioso, com necessidade de ar e de grande
temor de ser abandonado e permanecer sozinho (Gelsemium sempervirens).
6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos):
Indiferente.
7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES:
1. sonolência intensa com tendência irresistível ao sonho e prostração (Opium).
2. Tosse com grande quantidade de estertores e acumulação de escarro, mas sem
expectoração (Ipecacuanha cephaelis).
3. Respiração ruidosa com grande dispneia (Opium – Ipecacuanha cephaellis).
4. face fria, cianótica, pálida, coberta de suores frios (Tabacum – Veratrum album).
5. Náuseas constantes com ansiedade mortal e prostração. (Ipecacuanha cephaelis).
6. Vómitos com desmaio (lipotimias), seguido de sonolência e extrema prostração.
38
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE TEMPO: pela noite.
DE SITIO E CLIMA: pelo tempo frio e húmido. Pelo calor. Pelas mudanças de tempo.
Na Primavera.
DE POSIÇÃO: encostado.
FISIOLÓGICAS: pelo leite e todos os alimentos ácidos.
MELHORIAS:
DE SÍTIO E CLIMA: pelo frio.
DE POSIÇÃO: estando sentado.
FISIOLÓGICAS: pela expectoração e pelos eructos.
9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS:
SONO: muita sonolência e propensão a dormir em quase todas as afecções (Opium –
Nux moschata).
Sonho estuporoso (Opium).
FEBRE: febres tifóidicas “tifo pulmonar”.
CABEÇA: vertigens ao por a cabeça sobre a almofada.
FACE: face fria, cianótica, pálida, coberta de suores frios. Traços fundidos.
OLHOS: olhos fundidos.
DIGESTIVO – BOCA: língua saburrosa com as seguintes variantes:
- vermelha na parte média e saliva branca no resto.
- Saliva em todo o dorso e vermelha nas bordas.
- vermelha e seca na parte média com duas bandas brancas em cada lado.
- Salivação e ausência total de sede.
ESTÔMAGO: falta de apetite. Desejo de comer maçãs e tomar ácidos, ainda estes
agravam. Aversão pelo leite.
Náuseas constantes com ansiedade mortal e prostração (Ipecacuanha cephaelis): menos
sonolência e prostração. Quando a Ipecacuanha cephaelis falha e o seu quadro agrava,
vómitos com lipotímias. Vómitos difíceis, arrotando além de alimentos e bílis, um muco
branco, viscoso, que se estira em largos filamentos (Kali bichromicum – Hydrastis
canadensis), muito abundante, que pode chegar a encher o esófago, a boca e o nariz e
produzir asfixia, sobretudo nas crianças pequenas. À medida que o doente vomita
encontra-se mais e mais esgotado.
Gastralgia com cãibras intensas.
ABDÓMEN: dores abdominais espasmódicas. Cãibras abdominais.
EVACUAÇÕES: diarreia como água, involuntária, abundante, fétida, com suor frio na
face. Colériforme (Veratrum album).
RESPIRATÓRIO – NARIZ: asas do nariz muito dilatadas, muito abertas, animadas
de batimentos rápidos e sincrónicos com os movimentos respiratórios (Lycopodium
clavatum). (Antimonium tartaricum: mais dilatação das narinas, menos movimentos.
Lycopodium clavatum: mais movimentos, menos dilatação).
LARINGE: tosse espasmódica, sufocante, quintosa; que se agrava à menor ingestão de
alimentos e come às três da manhã, obrigando o doente a sentar-se na cama e
necessitando que o sustenham pela sua grande debilidade. Esta tosse vem acompanhada
de náuseas e vómitos. Tosse branda, pastosa, com ruído de escarros, mas sem poder
expectorá-las (Ipecacuanha cephaelis).
39
BRÔNQUIOS E PULMÕES: grande quantidade de muco, mas sem expectoração.
Respiração muito ruidosa.
Enorme acumulação de escarros nos brônquios que materialmente abafam.
(quando Ipecacuanha cephaelis falha e o quadro agrava-se Antimonium tartaricum
segue bem a Ipecacuanha cephaelis).
Hepatização pulmonar que ainda persiste depois de ter terminado a pneumonia.
Asfixia (Carbo vegetabilis).
CIRCULATÓRIO: pulso rápido, débil, pequeno, algumas vezes imperceptível
(Arsenicum album).
Baixa tensão arterial. Colapso. (Opium – Ipecacuanha cephaelis – Carbo vegetalis –
Camphora).
EXTREMIDADES: Cãibras durante a diarreia. Pernas muito débeis (Phosphoric
acidum).
PELE: erupção postulosa com base eritematosa, semelhante à da varíola e que ao secar-
se deixa traços avrmelhados.
10. DINAMIZAÇÕES USUAIS:
Triturações decimais e centesimais: 1X – 3X - 1C – 3C. diluições aquosas da 6C à 30C.
11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS:
Cianose, dispneia, asma húmida. Asfixia do recém-nascido. Bronquite capilar.
Bronquite catarral, bronquite crónica dos idosos, pneumonia. Pneumonia com congestão
hepática, edema do pulmão, tosse convulsa, vómitos em geral com muitas mucosidades.
Vómitos que não podem ser coagidos,
gastralgia com cãibras, gastrenterites, Colériforme. Diarreia involuntária dos
tuberculosos e dos caquécticos. Cãibras abdominais. Febre tifóide com notáveis
sintomas toráxicos: “Tifos pulmonares” alternando com Phosphorus e com Paronichia
Illecebrum – “Tianguis pepetla” – e com Bryonia alba e com o Ferrum phosphoricum.
Dermatites herpetiformes. Afecções postulosas da pele (Ectyma), doenças
cutâneas caracterizadas por bolhas de líquido seroso ( Pénfigo), Impetigo, varicela,
varíola.
40
GRUPO B
BRYONIA ALBA
1. SINÓNIMOS:
Brionia branca. Vitis alba. Vitis diabólica. Nabo do diabo. Rábano do diabo. Lúpulo
Silvestre. Arnoca tolonchi.
2. GENERALIDADES:
Origem: a Bryonia alba é uma planta herbácea, trepadora e vivaz da família das
Curcubitáceas, muito comum em França e na Alemanha.
Princípios activos: eles são a brionina e uma resina, a brioresina.
Preparação homeopática: prepara-se a tintura mãe com a raiz fresca, antes que
a planta esteja em floração, segundo a primeira regra. Com a raiz seca prepara-se
conforme a Quarta regra, ou pela trituração segundo a sétima regra.
Antecedentes de emprego: nos séculos XVIII e XIX sobretudo, foi muito
empregue como purgante drástico. Arnaud de Villeneuve recomendava contra a
epilepsia e Sydenham contra as febres intermitentes que se acompanham de sintomas
nervosos tipo mania. No Tratado Universal das Drogas Simples, Nicolas Lemery disse
dela “Limpa as serosidades pelo ventre e pela urina; faz desaparecer as obstruções;
excita os períodos menstruais, facilita a expulsão da placenta depois do parto; é
igualmente útil nos casos de asma e hidropisia”.
Experimentação Pura: homeopaticamente foi experimentada pelo Dr.
Hahnemann e sua Patogenesia que se encontra na Matéria Médica Pura.
3. ESFERA DE ACÇÃO:
Tem acções sobre as serosas, as mucosas e o simpático, também actua sobre o fígado e
de maneira menos acentuada sobre todos os órgãos que as serosas envolvem: pulmão
(Pleura), Coração (Pericárdio), articulações (sinovial); com a característica de: “actuar
na parte destes órgãos mais próxima da serosa” (Dr. J. Sieffert). Apresenta também
acção sobre os músculos.
4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
A primeira acção das doses fortes de Bryonia alba é inflamatória do trato
gastrointestinal e , como consequência, purgante não drástico e fortemente hidragoga,
quer dizer, que faz perder muita água o que produz desidratação do organismo; daí a
secura generalizada característica e da sede intensa.
A esta primeira acção inflamatória segue uma Segunda, também inflamatória,
das mucosas e das serosas, quer dizer, das mucosas diferentes do intestino: respiratórias,
uretrais, vaginais e dos parênquimas orgânicos, o que dá a sintomatologia típica que
será estudada nos seus sítios.
As serosas ou se desidratam menos, ou são inflamadas antes de que se produza a
desidratação por gastrenterites, pelo qual dão ao quadro da inflamação com exudato,
exactamente contrária à inflamação sem exudato ou serosa, das mucosas.
41
Invocou-se uma acção simpática de instabilidade para explicar estes erros, mas
este mecanismo não está claro.
Bryonia alba que actua sobre as serosas como nenhum outro medicamento,
convém para o segundo estágio da sua inflamação, quer dizer, como acima, quando se
produz o exudato, ou seja, quando nem Aconitum napellus (hiperemia ou congestão),
nem Atropa belladona (inflamação localizada no principio), poderiam ter evitado a
exudação.
Pela acção hidragoga, se esta não é extrema, Bryonia alba pode ser um excelente
drenador e canalizador que favorece a eliminação de tóxicos a nível de qualquer órgão,
mas sobretudo o fígado.
Os indivíduos intoxicados gravemente com Bryonia alba morrem por causa da
acidose que provoca desidratação ou pela insuficiência hepática total a partir da intensa
degeneração parenquimatosa.
5. TIPO:
A) MORFOLÓGICO:
Tratam-se de pessoas delgadas, secas, desidratadas; de fibras musculares rígidas;
geralmente morenas e de cabelos escuros.
B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO:
Trata-se de um sujeito bulbo-medular, simpático e instável, hiperestáctico para o
movimento. Muito provavelmente hipertireoideo, hiperpituitário e hipersuprarrenático
ao princípio; hipotireoideo, hipopituitário e normosuprarrenático posteriormente.
Indivíduo excessivamente irritado (Matricaria Chamomilla – Chelidonium majus
– Nux vomica – Aurum metallicum) facilmente encoleriza-se. Tem medo pelo que vem
e apresenta uma forma particular de delírio: fala constantemente em seus negócios. Se
quisermos mostrar a imagem patológica típica de Bryonia diríamos: o sujeito de
Bryonia alba é um pleuro-pulmonar, diatésico, reumático, seco, hepático, e tem
tendência à obstipação.
6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos):
Lado direito.
7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES:
1. grande secura das mucosas e da pele.
2. Sede viva por grandes quantidades de água de uma vez só, mas em grandes
intervalos.
3. Tudo se agrava pelo movimento e melhora pelo repouso.
4. Agravação pela pressão ligeira e melhora pela pressão forte.
5. Dores agudas; pungentes, agravados pelo menor movimento.
6. Vertigens pela manhã ao levantar-se.
8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES:
DE TEMPO: pela noite, até às nove (Matricaria Chamomilla). Pela manhã, às 3 horas e
ao levantar-se.
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Guia de Farmacodinâmica Homeopática com Grupos de Medicamentos

  • 1. ÍNDICE Introdução ...................................................................................................6 GRUPO A Aconitum napellus ..................................................................................... 9 Atropa belladona.........................................................................................15 Gelsemium sempervirens............................................................................21 Matricaria chamomilla............................................................................... 26 Opium........................................................................................................ 31 GRUPO B Antimonium tartaricum ............................................................................. 34 Bryonia alba................................................................................................41 Ipecacuanha cephaelis................................................................................ 46 Phosphorus................................................................................................. 51 GRUPO C Arsenicum album........................................................................................60 China officinalis..........................................................................................67 Lycopodium clavatum................................................................................73 Nux vomica.................................................................................................80 Veratrum album..........................................................................................88 GRUPO D Arnica montana...........................................................................................93 Lachesis trigonocephallus...........................................................................99 Mercurius vivus..........................................................................................107 Rhus toxicodendron....................................................................................114 GRUPO E Calcarea carbonica......................................................................................119 Graphites.....................................................................................................126 Hepar sulphuris...........................................................................................132 Silicea..........................................................................................................137 Sulphur........................................................................................................143 GRUPO F Pulsatilla nigricans....................................................................................... 152 Sepia officinalis........................................................................................... 161 5
  • 2. Introdução O ensino e a aprendizagem da Matéria Médica Homeopática, que nós designamos por razões que se expõem no final desta introdução com o nome de Farmacodinâmica Homeopática, constituiu sempre um problema sério. O professor tropeça com fortes dificuldades para conseguir que os alunos entendam primeiro e fixem depois pelo menos o indispensável deste conhecimento básico no exercício da Medicina Homeopática. Mesmo a natureza dos temas é árida neste estudo para os que principiam, que já para os que exercem tal aridez não existe e, pelo contrário, a Farmacodinâmica Homeopática é, então uma variada e formosa galeria de retratos do homem doente, pelo qual o médico homeopata baseia-se deleitando-se com a multiplicidade infinita e colorida dos sintomas e sinais, das reacções psíquicas, dos tipos somáticos. Os que se iniciam no seu estudo tendem a querer memorizar todo o conteúdo das patogenesias, coisa impossível, , e acabam por fazer muitas confusões, por ver os medicamentos todos iguais; naturalmente desiludem-se, crêem que nunca dominam semelhante matéria e optam por deixá-la de lado para exercer depois a base da farmacologia galénica. Foi a nossa convicção que esta matéria, como todas, pode e deve entender-se, e que uma vez compreendida, se reduz a um mínimo o que há para memorizar e “se se toma sabor”, sendo então a sua aplicação relativamente fácil e os seus resultados apaixonantes. Como fazer então para entendê-la? Se ensinaram vários procedimentos mais ou menos didácticos; cada estudante que se esforça criou o seu próprio método , cada professor tem o seu. De todos eles, não parece que os dois são os que mais prometem e passaram a sua prova de fogo com êxito. Eles são: o que consiste em conhecer a imagem fisiopatológica e toxicológica geral do medicamento, a que , uma vez compreendida, facilita ela derivar os sintomas e sinais principais que produziu a substância em cada parte do organismo, ou seja a imagem patogénica, quando se experimentou no homem relativamente são; o método audiovisual que trata de fixar na mente do estudante, por meio de desenhos, fotografias, diapositivos e películas filmadas, essa imagem geral e cada um dos sintomas e sinais importantes derivados dela. De facto, e a ele tende a Escola Nacional de Medicina e Homeopatia, ambos métodos complementam-se. Este livro, fundamentalmente, a directriz do primeiro método assinalado, combinando-o, em parte, com o segundo, para o qual intercala no texto algumas ilustrações que afectam duas formas: desenhos para aclarar tal e qual o sintoma e gráficos para a melhor compreensão e o repasso, principalmente das acções fisiopatológicas derivadas da sua toxicologia. Não será possível, nesta edição ao menos, intercalar todos os desenhos que a cores se tinha planeado que levava o livro. No desenvolvimento do testo, cada patogenesia expõe-se como se explica de seguida: 1. – SINONIMIA: ou sejam outros nomes dos medicamentos, fáceis de fixar e úteis para as prescrições. 2. - GENERALIDADES: esta parte pertence, propriamente, à farmacognósia e a 6
  • 3. farmacotécnica, mas o H. conselho técnico consultivo da Escola disse que sempre é útil o aluno que estuda as Patogenesias dos medicamentos, uma breve recordação do que estes são, o que contêm quimicamente e como se preparam. 3. – ESFERA DE ACÇÃO: brevemente expõe os sistemas, aparelhos e órgãos sobre os que principalmente têm acção reconhecida do medicamento. Esta circunscrição situa ao fármaco no organismo e é já um elemento de diferenciação. 4. – ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA E ANATOMOPATOLÒGICA: apresenta as disfunções, as lesões e as degenerações que a Farmacologia Experimental, a Experimentação Pura, a Observação Clínica e a Observação Toxicológica puseram de manifesto para cada medicamento, como resultado das acções das suas doses concentradas ou massivas quem sabe mais correctamente designadas como “doses suprafisiológicas”. Conhecida e aprendida esta acção, é fácil deduzir dela a maior parte dos sintomas e sinais importantes que constam nas patogenesias dos medicamentos, com o qual reduz- se consideravelmente a memorização. A acção fisiopatológica e anatomopatológica faz assimilável o sintoma ou o sinal, porque o aclara e o explica. 5. – TIPO: estuda-se subdividido em: tipo físico ou morfológico e tipo neuro- psíquico- endócrino. A importância do conhecimento do Tipo do medicamento assenta em que, por meio dele, chega-se ao reconhecimento das constituições e os terrenos que tanto ajuda para a selecção do medicamento crónico ou de acção profunda. 6. – LATERALIDADE: pode ficar compreendida na Esfera de Acção, mas parece- nos que separada marca melhor como uma característica da selecção e é, portanto, um bom elemento de diferenciação. 7. – CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: como se sabe, são aqueles que na Experimentação Pura, foram apresentados renovadamente pela grande maioria ou a totalidade dos sujeitos com quem se experimentou a substância, medicamento provável. Constituem verdadeiras chaves para a selecção terapêutica e são o menos que deve aprender o estudante. Muitas dessas características são perfeitamente explicadas pela acção fisiopatológica. 8. – MODALIDADES: estas são variantes de agravação e melhoria. Modificações das características que são, em si, outras características e as quais, para apresentá-las mais didacticamente agrupamo-las como se segue: Modalidades de tempo; Modalidades de sitio e clima; Modalidades de posição; Modalidades fisiológicas; Modalidades sensoriais; Modalidades psíquicas e Modalidades de trabalho e sociais. Nesta classificação seguimos o Dr. León Vannier. 9. – SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: são os apresentados em cada órgão, aparelho, sistema ou região. Mas somente incluímos aqueles de verdadeira importância no medicamento que se trata e que ajudam a caracterizá-lo ainda mais, sintomas ou sinais que são próprios e que estão em certo modo de acordo com a Esfera de Acção e com a Acção Fisiopatológica e Anatomopatológica, podendo deduzir-se estes se por acaso forem esquecidos. 10. – DINAMIZAÇÕES USUAIS: considera-se útil uma referência às dinamizações por 7
  • 4. empregar. Como a eleição destas “potências” (termo que não aceitamos e na cátedra de teoria da medicina homeopática damos a ele porquê)está sujeita a certos empirismos, temos tomado as que assinalam a experiência de médicos conotados e mesmo a nossa. 11. – REFERÊNCIAS TERAPÊUTICAS: pequeno adiantamento da terapêutica que não se exige aos alunos nos seus exames de Farmacodinâmica, ,mas que pode servir- lhes posteriormente. Os medicamentos expostos reuniram-se por grupos, sendo a razão de cada grupo a relativa similitude de Esfera de Acção ou de Acção, o que facilita a aprendizagem, sugere a comparação – tão útil – e faz mais fácil a formação dos grupos terapêuticos e a consequente diferenciação do diagnóstico. Finalmente, queremos justificar o titulo da obra: porque a denominamos Farmacodinâmica e não Matéria Médica, como foi classicamente designada? Pensamos que, em rigor , Matéria Médica é toda a medicina, desde as ciências básicas até à clínica e terapêutica; é tudo o que estuda e que queira ser médico e não somente o tratado dos medicamentos ou farmacologia que, abordado como conhecimento das patogenesias, verdadeiros “retratos de acção”, é a não duvidar, Farmacodinâmica, palavra que significa, segundo o Dicionário Médico: “Parte da farmacologia que estuda a acção dos medicamentos no organismo”, ainda que literalmente queira dizer “força dos medicamentos”. Mas, por acaso a acção não é causada pela força actuante? O Autor O tradutor João Miguel Novaes 8
  • 5. GRUPO A ACONITUM NAPELLUS 1. SINÓNIMOS: Anapelo, Capucho de Monge, Casca de Júpiter, Carro de Vénus, Veneno de lobo. 2. GENERALIDADES: Origem. O Aconitum napellus é uma planta herbácea da família das Ranunculáceas, que habita na Europa, principalmente na região dos Alpes e dos Pirinéus; na Ásia e nos Estados Unidos, sendo cultivado como planta ornamental em muitos jardins. O seu nome deriva do Grego AKONE: Rocha e Nabo: Rocha, pela razão que se desenvolve nas montanhas e elevadas e a sua raiz tem a forma de um nabo pequeno. Princípios activos: derivam de uma base comum, a Aconina, sendo os principais: aconitina, picro-aconitina, napelina e ácido acónito. Preparação homeopática: prepara-se a tintura mãe com toda a planta fresca, excepto a raiz, ao princípio a florescência, segundo a primeira regra. As variedades que se preparam com a raiz, o Aconitum radicans e o Aconitum ferox, são demasiado tóxicas. Antecedentes de emprego: é antiga a aplicação do Aconitum napellus para diversos estados febris, os quais incluíam múltiplas infecções mal conhecidas então; também se usava frequentemente contra as dores agudas. Alguns povos, como o s Suíços, o comem como verdura, obtendo dele uma vigoração do coração e grande resistência muscular que lhes favorece nas ascensões e escalonamentos a que com frequência se dedicam. Experimentação Pura: foi experimentado homeopaticamente pelo Dr Hahnemann e a sua patogenesia incluída na Matéria Médica Pura. 3. ESFERA DE ACÇÃO: O Aconitum napellus tem uma acção selectiva sobre o sistema nervoso e cérebro- espinal e simpático e, através destes, sobre o aparelho circulatório, as serosas, as mucosas e os músculos. 3. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: Segundo as doses, excita ou deprime o sistema nervoso. Ao excitá-lo, produz um estado de tensão, de irritabilidade neuropsíquica geral e, por meio do sistema simpático, uma vasodilatação seguida de congestão aguda e violenta nos capilares arteriais a que, secundária e momentaneamente aumenta a irritabilidade dos centros cerebrais e medulares. Como consequência desta congestão capilar arterial aguda generalizada, produzem-se hiperemias passageiras de diversas partes, mas especialmente do cérebro, bulbo, medula espinal, membranas serosas, mucosas, músculos e articulações. A congestão cerebral exalta a sensibilidade especial ou seja o sensorial, produzindo excitabilidade da vista, ouvido, olfacto, gosto e tacto; causa angústia, ansiedade, medo e vertigens. Além disso, ao excitar pela sua presença tóxica ao hipotálamo, à parte de 9
  • 6. congestioná-lo, desajusta o “termostato-hipotalâmico”, o que dá lugar à produção de respostas neuro-vegetativas, principalmente simpáticas, tais como vasoconstrição periférica, supressão do suor, aumento do metabolismo celular e produção de calafrios, todo o qual eleva a quantidade de calor no corpo, produzindo a febre. A acção posterior do Aconitum napellus, produzida provavelmente por menores concentrações, causará o inverso, por estimulo no ajuste hipotalâmico diferente ao anterior, vasodilatação, sudurese, baixo metabolismo celular e relaxação muscular, ou seja uma “crise de defervescência “; daí a sua acção febrígena primeiro e febrífuga depois, e a observação clássica da clínica terapêutica que categoricamente diz: “ tão logo como aparece o suor, num sujeito de Aconitum napellus cessa a acção deste e tem que se retirá-lo “. a congestão bulbar, causa exaltação da respiração e da circulação; contribui à sensação de vertigem e exalta a sensibilidade geral da face, trigémeo, auditivo e glosofaringeo, especialmente para a dor. A congestão medular, exalta os reflexos, produz tremores, formigueiros, adormecimentos (acroparastesias) e espasmos; aumenta consideravelmente a sensibilidade geral dos territórios que dependem dos nervos raquidianos. A congestão do simpático, estimula a actividade circulatória, traduzindo-se isto pelo incremento da frequência e amplitude dos batimentos (taquicardia) e do pulso (taquiesfigmia), a dureza deste, o aumento da tensão arterial e a presença de febre súbita e violenta pelos mecanismos indicados antes. A congestão das mucosas, produz hipersecreção das mesmas, precedidas de uma fase de secura sobretudo das mucosas respiratória e digestiva. A das serosas manifesta-se por sensação de tensão e de dor e assim mesmo a dos músculos. Aconitum napellus produz no sistema nervoso paresias e paralisias, apresentando-se primeiro a paralisia sensitiva e depois a motora, pelo quem há primeiro embotamento da sensibilidade, exaltada na fase de irritação, e depois paralisias diversas, mas sobretudo do coração que se detém em diástole. Tem também este medicamento, ainda que em menor proporção, acção sobre o parasimpático, pneumogástrico ou vago, nele que produz, ao aparecer em qualquer dose ponderável, instabilidade, a que se traduz por paresias, paralisias ou exaltações do aparelho digestivo e respiratório; esta instabilidade do parasimpático facilita ainda mais o predomínio do simpático. Tudo isto justifica-se o que se expressou dizendo: “ pensar em Aconitum napellus equivale a pensar na congestão capilar arterial como fenómeno fundamental “; que “ tensão arterial é Aconitum napellus “ e que as acções de Aconitum napellus são violentas mas fugazes, sendo por ele “ medicamento de duração de acção terapêutica limitada, passageira “, havendo, naturalmente excepções. 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: Geralmente pessoa jovem, vigorosa, pletórica, mas mais bem delgada; de cabelos castanhos escuros ou negros, tez rosada, musculatura rígida. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: Sujeito simpático-tónico por excelência; vago instável; hiper-cérebro-bulbo-medular; hiper-suprarenal, propenso a dar “ reacção de alarme “excessiva durante a agressão externa, com grande descarga adrenalínica (stress), que podem chegar a produzir o pânico. 10
  • 7. O doente em quem o Aconitum napellus está indicado mostra angústia e ansiedade, temor constante sem motivo (tal como Gelsemium sempervirens) que faz a sua vida miserável. Este temor principalmente afecta as formas de medo de morrer. Está seguro de que vai morrer pela doença que padece e prevê o dia e a hora da sua morte; medo de multidões, a atravessar uma rua, ao porvir. A música causa-lhe tristeza. As mais pequenas dores são exageradas, fazendo-se insuportável (tal como Chamomilla e Coffea cruda) e vão sempre acompanhados de ansiedade e inquietude (tal como Arsenicum album), a inquietude é excessiva (tal como Arsenicum album e Argentum nitricum e Rhus toxicodendron). O temor constante sem motivo forma, com Gelsemium sempervirens, valioso par de medicamentos que, por nemotecnia, são conhecidos como “ os grandes medrosos da Matéria Médica “. Percebe-se no sujeito tipo Aconitum napellus, marcado suprarrenalismo, ao grau de que Tetau não oscila em qualificá-lo como um “ hiper-suprarrenálico “. por este excesso de função das glândulas supra-renais, o sujeito de Aconitum napellus é propenso a dar “reacção de alarme“ excessiva durante a agressão externa, com grande descarga adrenalínica, segundo a teoria do stress que pode chegar a produzir pânico. 6. LATERALIDADE: preferentemente esquerda. 7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: 1. Congestão arterial, capilar aguda (forma com Belladonna, Glonoinum, Phosphoricum Ferrum, Aurum metallicum, Veratrum viride e Sanguinaria canadensis, o grupo dos grandes congestivos). 2. As mais pequenas dores são insuportáveis. 3. Dores com adormecimento e formigueiro. 4. Dores acompanhadas de ansiedade, angústia, inquietude e medo de morrer. 5. Transtornos por exposição ao vento frio e seco, especialmente dores e tosse. 11 O sujeito de Aconitum napellus Apresenta por exposição ao vento frio e seco: 1. Agravação do quadro; 2. Nevralgia facial ou do trigémeo; 3. Conjuntivite aguda; 4. Otalgia brusca; 5. Coriza fluente precedida de secura; 6. Odontalgia; 7. Cólicas flatulentas Impressão Susto 8. Retenção de urina – traumatismo; 9. Suspensão de menstruação 10. Suspensão de leite Susto 11. Afonia total ou disfonia; 12. Tosse seca, sonora, curta, espasmódica.
  • 8. 6. Ansiedade e temor constantes, sem motivo a maioria das vezes; sobretudo o medo de morrer. 7. Febre seca com grande agitação, pele seca e quente. (quando o suor se apresenta, cessa a acção e a indicação de Aconitum napellus). 8. Ao levantar-se, estando inclinado, a cara, que estava vermelha, envolve-se de uma palidez mortal e pode vir o desvanecimento com queda. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE TEMPO: Pela tarde, até à meia noite. DE SITIO E CLIMA: Pelo calor ou numa habitação quente. Pela exposição ao vento frio e seco. DE POSIÇÃO: Estando encostado sobre o lado afectado ou sobre o lado esquerdo. Ao levantar-se da cama. SENSORIAIS: Pela música; pelos odores fortes (tal como Nux vomica). Pelo fumo do tabaco. MELHORIAS: DE SÍTIO E CLIMA: Ao ar livre (tal como Pulsatilla nigricans – Allium cepa). DE POSIÇÃO: Se se destapa. Pelo repouso. FISIOLOGIAS: Depois de uma transpiração. 9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: SONO: Insónia com inquietude. FEBRE: Calafrios que se agravam com o menor movimento. Calor seco, cara vermelha, corpo quente, ardente, sede abrasadora por grandes quantidades de água fria (tal como Bryonia alba). A presença do suor indica o final da acção do Aconitum napellus. CABEÇA: cabeça ardorosa, pesada com latidos e vertigens ao levantar-se. Dor de cabeça congestiva (tal como Belladonna – Glonoinum – Ferrum phosphoricum – Sanguinaria canadensis). Sensação de plenitude e pesadez, como se alguma coisa fosse empurrada até fora pela frente. (tal como Bryonia alba – Sulphur). FACE: face congestionada, quente e vermelha (tal como Ferrum metallicum – Ferrum phosphoricum – Belladonna). Face pálida. Uma face vermelha e quente e a outra pálida e fria. (tal como Chamomilla). Nevralgia facial ou dos três ramos do trigémeo, especialmente do lado esquerdo, com adormecimentos e formigamentos e que geralmente sobrevem depois da exposição ao vento frio e seco. OLHOS: Dores violentas nos glóbulos oculares, que irradiam aos temporais e faces. Pálpebras secas, vermelhas, inchadas, quentes, queimantes, (tal como Sulphur). Conjuntivite aguda com vermelhidão, ardor e lágrimas, por exposição ao vento frio e seco. OUVIDOS: ouvido externo vermelho, quente e inchado. (tal como Belladonna – Apis mellifica – Sulphur). Otalgia brusca depois de esfriamento, especialmente exposição ao vento frio e seco. Grande sensibilidade para os ruídos que são insuportáveis. (tal como Nux vomica – Belladonna). Não tolera a música, pois entristece-o (tal como Ambra grisea – Acidum Phosphoricum). 12
  • 9. NARIZ: dor penosa e com pressão na raiz do nariz. (tal como Kali bichromicum – Mercurius iodatum). Grande secura da mucosa nasal seguida imediatamente de coriza fluente. DIGESTIVO – BOCA: adormecimento dos lábios e ponta da língua. Odontalgia por exposição ao frio, tudo sabe a amargo menos a água. (China officinalis: também a água sabe amarga). FARINGE: seca, roxa, quente e ardosa. (Belladonna – Causticum). Amígdalas, manto do paladar e apêndice estão de um vermelho escuro.(Belladonna). Adormecimento no manto do paladar e na faringe em geral. ESTÔMAGO: sensação queimante que sobe do estômago até ao esófago e à boca (Arsenicum album – Phosphorus). ABDÓMEN: abdómen quente, queimante e doloroso; sensível ao toque.(Belladonna – Cuprum metallicum). Cólicas flatulentas, bruscas, depois de expor-se ao ar frio e seco, que obrigam a inclinar- se até à frente mas sem melhoria.(Colocynthis: com melhoria). EVACUAÇÕES: diarreia mucosa, verde, como espinafres picados. (diarreias verdes: Argentum nitricum – Magnesia carbonica – Rheum palmatum – Lauro cerasus). URINÁRIO: retenção de urina depois de uma impressão, de uma exposição ao ar frio e seco ou de um traumatismo. Urina escassa, micção gota a gota, sendo a urina que mantém com ansiedade e inquietude ao começar a urinar. (Apis mellifica – Arsenicum album – Belladonna – Cantharis vesicatoria). GENITAIS MASCULINOS: orquites com testículos dolorosos, quentes; inchados, duros e com dor de agulha (Agnus castus – Arnica montana). GENITAIS FEMININOS: supressão das regras por um susto ou por exposição ao vento frio e seco. Supressão do leite por igual causa, vagina seca e quente. RESPIRATÓRIO – LARINGE: afonia total ou disfonia (rouquidão), por exposição ao vento frio e seco. Tosse seca, sonora, curta, espasmódica, “ Crupe “, (Spongia tosta – Hepar Sulphur – Corallium rubrum – Belladonna – Cuprum metallicum, que aparece antes da meia noite. A criança leva as mãos à garganta quando tosse). BRÔNQUIOS E PULMÕES: dispneia com agitação e muito medo de morrer. Dor opressiva no peito que irradia para a escápula esquerda, acompanhada de ansiedade, agitação, febre e medo de morrer. Hemoptise com ansiedade e temor; o sangue é vermelho-brilhante, claro. Estados congestivos do pulmão, no princípio, sobretudo do lóbulo superior esquerdo do pulmão. CIRCULATÓRIO: palpitações com dor aguda na região prêcordial que irradia ao braço esquerdo, com adormecimento de todo o membro ou dos dedos nada mais (Spigelia anthelmia – Iberis amara – Latrodectus mactans – Ácido oxálico – Glonoinum). Pulso duro, tenso, pleno, rebotante. Hipertensão arterial. EXTREMIDADES: dores agudas com adormecimento e formigueiro nos membros superiores e inferiores. Cabeça e mãos quentes, pés frios. PELE: seca, quente, queimante. Exantemas de várias classes como as do sarampo e escarlatina. 13
  • 10. 10. DINAMIZAÇÕES USUAIS: 1X – 3X – 3C, para a febre e os sintomas que a acompanham. 3C – 6C, para os sintomas congestivos. 1C – 30C, para os sintomas dolorosos (nevralgias) e outros sintomas nervosos e mentais em geral. A tintura pode empregar-se às vezes, com as devidas precauções pela sua toxicidade. 10. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS: Indicando, segundo semelhança patogenésica, em febre agudas, sobretudo as devido a infecções eritematosas ou respiratórias à priori, ou de causa traumática sendo só o medicamento do princípio, antes da sudurese. Cefaleias congestivas. Nevralgias sobretudo do facial, trigémeo e braquial. Angina de peito. Pericardites; febre e grande dor angustiosa. Afecções valvulares descompensadas. Endocardites crónicas. Epistaxes congestivas. Hemoptise por congestão pulmonar activa. Laringite febril ao princípio. Pleurisia aguda. Pneumonia catarral no primeiro estado. Coriza como primeiro sintoma de uma afecção respiratória. Como profilático das corizas e gripes nos primeiros espirros. Diarreias verdes na dentição ou durante o verão. Conjuntivite catarral. Otite média com febre alta e grande dor. Gota, para a inflamação e dor exagerada, nevrites e neuroses. Acroparestesias. Amigdalítes. 14
  • 11. GRUPO A BELLADONNA 1. SINÓNIMOS: Atropa belladona, bela dama. Solanum Furiosum. Solanum maniacum. Solano letal. Erva moura furiosa. Sombra nocturna da morte. 2. GENERALIDADES: Origem: A Beladona é uma planta perene da família das Solanáceas. Cresce na Europa e nas Índias Orientais, em sítios sombrios. Princípios activos: eles são os seguintes alcalóides: atropina, Hyosciamina, e em menores quantidades escopolamina (hyoscina). Preparação homeopática: prepara-se a tintura com a planta fresca segundo a primeira regra. Antecedentes de emprego: desde os tempos muito remotos se conhece a sua acção excitante do sistema nervoso central e daí o nome que lhe davam: “ Strychnus Maniacus “. 1500 anos Antes de Cristo, conhecia-se como a “sombra mortífera da noite“ e assim aparece já nas tabelas médicas de Dioscórides. Lineu, ao fazer a sua classificação dá-lhe o nome de “ Atropa beladona “ que vem de “ Atropos “ que quer dizer em Grego “Inflexível“ e que é o nome da mais anciã das três parcas (as outras eram: Cloto e Lachesis); e de “Belladonna“ que significa “Bela dama“ ou “mulher formosa“, designação que lhe davam em Itália desde o século XVI porque as mulheres a aplicavam nos olhos para dilatar as pupilas e adquirir assim uma expressão formosa. Tem pois um eloquente nome: “inflexível mulher formosa“, por cuja beleza pagavam o preço de graves perturbações visuais. Também se sabe que as mulheres venezianas preparavam um extracto das bagas que aplicavam no rosto para por as faces roxas. Mais que empregá-la medicamente nos séculos XV e XVI usava-se para provocar envenenamentos lentos. A sua introdução menos empírica na medicina data de mais ou menos do ano de 1831, quando Braude descobriu e Meis e Hess inalaram a atropina e foram-lhe conhecendo muitas das suas acções terapêuticas. A escopolamina foi obtida já entrando no século actual e com ela aumentou-se mais o caudal das úteis aplicações da Belladonna. Experimentação Pura: foi experimentada homeopaticamente pelo Dr. Hahnemann quando ainda não se sabia nada dos seus princípios activos, mas, apesar disso, as observações de Hahnemann contribuíram para o esclarecimento das suas acções farmacológicas. A sua patogenesia foi pela primeira vez incluída na Matéria Médica Pura do doutor Hahnemann. Outros ilustres homeopatas como Hughes, Hartmann e Herley puseram mais observações e enriqueceram a sintomatologia deste Policresto. 15
  • 12. 3. ESFERA DE ACÇÃO: Belladonna, tem uma acção selectiva sobre o sistema nervoso em geral, mas sobretudo actua no cérebro. Exerce acção além disso no aparelho circulatório, nas glândulas e nas mucosas da pele. 4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: A acção principal da Atropa belladona é, sem dúvida, congestiva, inflamatória e paralisante, como a de Aconitum napellus, mas num plano ou estado mais avançado; quer dizer, a acção de Aconitum napellus é mais funcional, e pelo mesmo mais fugaz; a de Atropa belladona é menos funcional e principia a ser lesional. Assim, a congestão de Aconitum napellus poucas vezes leva à inflamação dos tecidos e esta inflamação é já localizada, mas tem o seu limite: não alcança a fase de exudação e em quanto se estabelece o exudato inflamatório, cessa a acção de Atropa belladona como a do Aconitum napellus termina em quanto se produz a transpiração. Dizer Atropa belladona equivale a dizer “inflamação no princípio“. Esta acção congestiva-inflamatória pode apresentar-se em qualquer órgão, mas principalmente no cérebro aonde, de preferência, congestiona o córtex e inflama as meninges. Esta acção preponderante sobre o cérebro fez com que se chamasse a Atropa belladona “um veneno cerebral“. O cerebelo não escapa a esta congestão inflamatória. As doses tóxicas que inflamam traduzem-se no geral numa série numerosa de sintomas, mas principalmente por violenta excitação cerebral com delírio, alucinações, com convulsões, temporais e dor súbita. A marcha desordena-se e o equilíbrio transtorna-se ao alcançar a congestão ao cerebelo, produzindo-se a chamada “ embriaguez belladónica “, a boca e a garganta estão secas e com dor e pode haver disartria: as córneas e as conjuntivas encontram-se secas e infectadas; a cara vermelha e túrgida e este avermelhamento vê-se também na pele que além disso está muito sensível; existe aceleração das batidas cardíacas, que depois voltam lentas e irregulares, com a respiração lenta, sopro e morte em coma. As doses menos tóxicas; dentro da zona que a Escola Tradicional chama terapêuticas, produzem paralisias sobre as terminações nervosas dos músculos lisos no estômago, intestinos, bexiga, útero, deprimindo os movimentos e funções destes órgãos; paralisias sobre os nervos secretores das glândulas em geral mas especialmente das sudoríparas, salivares e mucosas, daí a secura na pele, da boca e das mucosas em geral. À parte da sua acção congestiva-inflamatória predominante sobre o cérebro, excita o sistema nervoso simpático e deprime o parasimpático ou vago, de onde resulta exaltação das funções viscerais toráxicas com aceleração da respiração e das batidas cardíacas (hiperpneia e taquicardia), aumento da pressão arterial, da máxima; depressão das funções viscerais abdominais, com o que diminuem as contracções peristálticas, cedem os espasmos, baixa o tónus do estômago, intestinos, bexiga e útero, resultando por isso a sedação destes órgãos e antiespasmódico. Esta acção sobre todos os músculos lisos do estômago e intestinos, unida à acção paralizante glandular que produz secura destas mucosas, dá como resultado final a atonia destes órgãos ou seja a preguiça gastroentérica e a obstipação. Esta mesma acção excitadora do simpático e depressora do parasimpático, produz no primeiro, a contracção do músculo dilatador da Íris, com o que se produz a dilatação da pupila, (midriase); e no segundo, depressora do parasimpático – como este causa a contracção do músculo esfíncter da íris, abre-se produzindo também a dilatação pupilar. De modo que a Atropa belladona, pela sua acção simpático-tónica e 16
  • 13. parasimpática-lítica, produz midriase. (recorde-se que na íris há dois músculos antagonistas, o dilatador e o esfíncter; o primeiro é enervado pelo simpático e o segundo pelo parasimpático, concretamente pelo nervo ocular comum). Algumas vezes Atropa belladona apresenta espasmos nos esfíncteres de Oddy, ana, etc. esta é uma acção paradoxal na aparência, que na realidade só é o resultado de certas doses parasimpático-tónicas que, como tais, abaterão as vísceras toráxicas e exaltam as abdominais, produzindo, entre outros, o frequente síndrome de disfagia – por paresia da glote e laringe – e espasmos anais por aumento do tónus dos músculos do esfíncter. Resumindo comparativamente, podemos dizer que Aconitum napellus é “congestão capilar arterial “ e Atropa belladona é “inflamação no princípio”. 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: Trata-se de indivíduos pletóricos, robustos, menos delgados que os de Aconitum napellus; preferentemente de cabelos claros e olhos azuis de expressão bela ou furiosa, ambas por uma midríase congénita em dois distintos estados de ânimo. Pele formosa e delicada, cara vermelha, congestionada e vultuosa. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: É como o de Aconitum napellus um hiper-simpático tónico, com paresia do nervo vago (Aconitum napellus, instabilidade). Hipercerebral, hiperestésico. parético glandular exócrino. Hipersuprarrenal , com grande descarga adrenalínica no stress, mas dirigida mais até à ira. Belladonna é colérica, Aconitum napellus é medroso. Sujeitos nervosos, vivos, sensíveis, que se sentem felizes e são de carácter jovial e simpático quando estão sãos; mas se estão doentes ficam violentos, abatidos e irascíveis. Brusca prostração com estupor, primeiro; depois de extrema animação com grande loquacidade incoerente. Delírio violento, furioso, trata de morder, de golpear, arranca os vestidos, rompe os objectos que o rodeiam e não reconhece as pessoas; trata de escapar do seu leito, de fugir. Alucinações; vê ao seu redor monstros de caras horríveis, diversos insectos. Sente temor de coisas imaginárias. Forma com Hyosciamus niger e Stramonium “o grande trio dos delirantes”. Se quisermos resumir numa frase a imagem típica de Atropa belladona diríamos, com Charette: “Atropa belladona é um medicamento nervoso, cefálico, agudo, rápido, violento, vermelho e quente “. 6. LATERALIDADE (sintomas topográficos): Lado direito. 17
  • 14. 7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: 1 – Agudeza, instantâneadade e violência dos sintomas observados. 2 – As dores aparecem bruscamente, duram mais ou menos tempo e desaparecem bruscamente, assim como chegaram. (Magnesia phosphorica). 3 - Hipersensibilidade e hiperexcecibilidade de todos os sentidos. (Aconitum napellus – Nux vomica). 4 - Sobreexcitarão mental. 5 – Congestão com batidas em qualquer parte. 6 – Calor ardente, rubor lustroso. 7 – Pupilas dilatadas e fixas. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE TEMPO: pela tarde – Aconitum napellus, até às três horas (depois da meia noite – Arsenicum album). (à meia noite – Aconitum napellus). DE SITIO E CLIMA: pelas correntes de ar (Hepar sulphur). DE POSIÇÃO: pelo movimento (Bryonia alba). Estando encostado sobre o lado afectado (Aconitum napellus). SENSORIAIS: pelo tacto. Pelo ruído e pela luz brilhante. FISIOLÒGICAS: por beber (água: dor e constrição. Licores: congestão). MELHORIAS: DE SÍTIO E CLIMA: numa habitação quente. DE POSIÇÃO:. pelo repouso e sentado erguido. 9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: SONO: tem sono e não pode dormir. Sacudimentos musculares enquanto se dorme e durante o sono, que o fazem despertar sobressaltado. FEBRE: febre sem sede. Calor intenso com a cara vermelha, vultuosa, batidas nas sístoles, suores quentes muito abundantes. Ao levantar os cobertores sente-se uma onda de calor que procede do corpo doente. Delira durante a febre. CABEÇA: cefaleia congestiva com batidas no cérebro e nas carótidas. Dor lancinante em toda a cabeça ou nas fontes, que aparece e desaparece bruscamente; agravada pela luz e pelo ruído e melhorada pela aplicação de uma venda preta. O paciente põe a cabeça para trás buscando uni-la à almofada ou a põe por baixo, escondendo da luz e do ruído; algumas vezes volta-a de um lado a outro. (Meningenismo – Meningite). FACE EM GERAL: fluxo de sangue na cabeça e na face. face vermelha, quente e vultuosa. Inflamação visível das parótidas (papeiras, orejones ou parotidite). OLHOS: olhos vermelhos, congestionados, infectados, proeminentes, tumefactos, brilhantes. Pupilas dilatadas e fixas. Tudo isto dá à mirada uma expressão estranha repulsiva de ferocidade ou delírio: “mirada de fera”. Fotofobia, geralmente com dor nos glóbulos oculares. 18
  • 15. OUVIDOS: inflamação aguda do ouvido com cobertura do tímpano, o qual está congestionado e com dores dilacerantes e pulsáteis. As dores podem ser tão vivas que causam delírios. DIGESTIVO – BOCA: lábios inchados , secos e com gretas. Inchaço do lábio superior que impede de abrir a boca. Secura excessiva da mucosa bucal. Língua vermelha com pupilas inflamadas, vermelhas, proeminentes, que lhe dão o aspecto de uma fresa (escarlatina). FARINGE: Grande secura com sede intensa, mas não pode beber porque a secura, o odor e a constrição o impedem. A mucosa faríngica está de cor vermelho-escarlate. Amígdalas vermelho-escarlate, brilhantes, como polidas, muito inflamadas, tanto que às vezes quase se juntam desprezando a úvula para a frente e produzindo náuseas ao falar ou deglutir. Mais inflamada a amígdala direita. (angina escarlatina). A dor das amígdalas é pujante, muito viva e piora ao engolir. ESTÔMAGO: dor constritiva, cãibras, no suco gástrico (Nux vomica). Sente horror às bebidas. ABDÓMEN: abdómen distendido, quente, sensível, não suportando o menor tacto. Grande timpanismo (peritonite). Dor na fossa ilíaca direita, agravada pelo menor contacto e ainda pelo roçar das roupas da cama (Apendicite). (Colocynthis cucumis – Apis mellifica) – RECTO E ÂNUS, espasmos do anus. Hemorróidas muito congestionadas, internas ou externas, neste último caso com aparência de tomates; umas e outras, rompem-se durante a defecação, dão bastante sangue vermelho-brilhante (Aquilea millefolium – Aesculus hipocastanum). EVACUAÇÕES: diarreia verde escura ou sanguinolenta, desinteriforme, com cólicas e tenesmo. (Mercúrio sublimado corrosivo – Ipecacuanha cephaellis). GENITAIS FEMININOS: inchaço e dor do ovário direito aparecendo e desaparecendo bruscamente (pode confundir-se com apendicite ou gravidez extra- uterina). Secura vaginal. Regras adiantadas muito abundantes, sendo o sangue rutilante e quente ou misturado com coágulos negros e de mau odor que saem de golpe. Seios dolorosos, pesados, duros, vermelhos, quentes, intocáveis. (Abcesso mamário).(Mercurius vivus – Hepar sulphur – Phytolacca decandra). Estrias vermelhas que irradiam desde o bico do peito.(Erisipela). RESPIRATÓRIO – NARIZ: grande facilidade para resfriar-se pela extrema sensibilidade ao frio., típico de Atropa belladona coriza seca com obstrução nasal na noite e fluente no dia. Fluxo sanguinolento ou epistaxe franca que alivia a dor de cabeça. LARINGE: resecura da laringe com afonia dolorosa. Afonia sobretudo depois de gritar. (Atropa belladona e Arnica montana alternadas). Tosse convulsa, espasmódica, perruna (Aconitum napellus – Spongia tosta – Hepar sulphur – Cuprum – Corallium rubrum) com dores na laringe e no estômago, e face muito congestionada durante o acesso ( Tosse convulsa – sobretudo nocturnas). CIRCULATÓRIO: palpitações muito violentas, muito frequentes (taquicardia até 140 pulsações por minuto), visíveis nas carótidas e temporais. Batidas em todo o corpo (Iodum metallicum). (Cactus grandiflorus). Pulso duro, cheio e saltador (Aconitum napellus) e como se munições de chumbo golpeassem as pontas dos dedos que palpam). (sintoma raro mas muito característico). 19
  • 16. Hipertensão arterial congestiva. PESCOÇO E DORSO: rigidez na nuca (meningismo) e da coluna. MEMBROS: articulações inchadas, turgentes, vermelhas, dolorosas (reumatismo com grande derrame sinovial). PELE: pele vermelha, seca, lisa, brilhante, como se estivesse polida. Enquanto que as mucosas estão secas, a pele está húmida e ao inverso. Eritemas, sobretudo o vermelho-escarlate liso da escarlatina. Eritema solar e eritema eripelatoso, igual ao do sarampo-escarlatinoso. Acne rosáceo. Furúnculos. Aqui cabe indicar que Atropa belladona apresenta os quatro carácteres clássicos de toda a inflamação: calor, rubor, tumor e dor. 10. DINAMIZAÇÕES USUAIS: 1X – 3X – 3C – 6C – 30C – 200C. 11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS: Todas as inflamações agudas localizadas ou gerais, sobretudo no princípio, antes do exudato e segundo características. Adenite aguda, amigdalite estreptocóccica. Escarlatina. Amigdalite catarral. Abcessos. Adenite aguda, antes do exudato, ou seja, antes do abcesso. Apendicite crónica. Obstipação que pode chegar à oclusão intestinal. Escarlatina e Eripsela. (profilático de ambas: uma X gota de tintura para três colheres de água, nesta preparação prepara um meio copo, para dar uma colherada por dia durante oito dias; depois de cada terceiro dia durante trinta dias mais). Peritonite, como coadjuvante. Hérnia estrangulada, enquanto se procede a operar. Conjuntivite, glaucoma, otalgia e otite. (os médicos alemães recomendam alterná-la, na otalgia, com Matricaria chamomila e na otite, antes da otorreia, com Pulsatilla nigricans, parotidite epidémica). Gastralgia e cólicas abdominais. Cólica hepática. (nestas dores pode ser útil a alternância com Colocynthis cucumis) pancreatite. Ovarite aguda, especialmente direita. metrite crónica (inflamação do útero). Cãibras durante o parto. Contracções uterinas sem dilatação. Convulsões generalizadas (eclampsia). Durante o trabalho de parto falta de dilatação por dureza do colo do útero. Laringite. Bronquite. Broncopneumonia, no princípio. Tosse convulsa no princípio da asma. Miocardite no princípio. Pericardite antes do exudato. Cefaleia congestiva. Enxaquecas características com intensa fotofobia. Meningites e meningites cérebro-espinhal. Encefalites. Nevralgias faciais, trigémeo cérvico occipital. Coreia. Epilepsia tifoideia. Dismenorreia com delírio. Congestão cerebral e ainda hemorragia. Bócio exoftálmico. Reumatismo articular agudo. Fleimão difuso (tumor nas gengivas) alternando com Hepar. Belladona atenua os sintomas inflamatórios: Congestão e dor de Hepar aceleram e evacuam a supuração. 20
  • 17. GRUPO A GELSEMIUM SEMPERVIRENS 1. SINÓNIMOS: Gelsemium nitidum. Jasmim da Virgínia. Jasmim Silvestre. Jasmim Amarelo. Begónia Sempre Viva. 2. GENERALIDADES: Origem: o Gelsemium sempervirens é uma planta trepadora da família das Loganiáceas, que é abundante no estado da Virgínia, dos EUA; existe também no Canadá e na Europa, mas o que se experimentou é o de procedência estadunidense. Flores durante a primavera, espalhando um delicioso aroma. Princípios activos: O princípio activo fundamental é o alcalóide gelsemina. Preparação homeopática: A tintura mãe prepara-se com a raiz fresca, segundo a terceira regra. Pode preparar-se por trituração com a raiz seca, pela sétima regra. Antecedentes de emprego: Os indígenas peles vermelhas conheciam bem esta planta e a usavam e ainda a seguem usando e vendendo nas suas reservas com a principal indicação de analgésico e sedativo. Sabe-se de pessoas sumidas em profundo sono supuroso e que morrem permanecendo a dormir, num jardim ou no campo, na proximidade ou de baixo da sombra deste jasmim. Os médicos homeopatas empregam-no desde à muito tempo. É provável que o primeiro à empregá-lo, sem uma estrita experimentação pura, terá sido o Dr. Hill, do Colégio Homeopático de Cleaveland, desde 1856. Experimentação Pura: A primeira experimentação obtida correctamente atribui-se ao Dr. Hale quien, em 1877, apresentou-a nos seus NEW REMEDIES. 3. ESFERA DE ACÇÃO: Gelsemium sempervirens actua principalmente nos centros nervosos motores, nos cornos anteriores da medula e nos núcleos protuberantes e melhor ainda, bulbo- protuberenciais; de igual modo, sob o centro respiratório bulbar. Existe acção, mas menos marcada sobre o cérebro, o sistema nervoso simpático e o parasimpático, pneumogástrico ou vago. 4. . ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: Este medicamento produz um curto período de excitação seguido, imediatamente, de um forte prolongado período de depressão. O breve período irritativo das hastes anteriores da medula, causa tumores e convulsões; ao irritar o cérebro sobrevêm convulsões, insónias, hipersensibilidade e medo. A excitação do simpático, muito passageira, produz midríase (Belladonna); a do parasimpático aumenta o peristaltismo intestinal. Sobre estes sistemas a acção é variável e produz instabilidade. O período depressivo, mais próprio do medicamento, produz depressões gerais das funções intelectuais e nervosas ao actuar sobre o cérebro; Paresias e paralisias gerais ao actuar sobre as hastes anteriores da medula, mas mais marcantes nos músculos das 21
  • 18. extremidades. A paralisia do simpático dá como resultado congestões passivas venosas e arteriais. A instabilidade do vago-simpático e acção paralisante sobre o centro respiratório, dá como resultado final asfixia que causa a morte. É útil assinalar que o tremor e medo de Gelsemium sempervirens podem produzir-se nas duas fases da acção geral; na fase passageira da excitação, o tremor é o resultado da irritação dos centros medulares; na fase de depressão é um fenómeno de incoordenação motora. O medo, na fase de excitação, é um dos resultados da tensão nervosa; na fase de depressão é consequência do abatimento da energia nervosa e psíquica. Em poucas palavras pode-se resumir a acção geral do Gelsemium sempervirens, dizendo: É um parético ou paralítico com tremor e medo. “É o grande tremeroso da Matéria Médica”. 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: São principalmente crianças ou jovens de ambos os sexos, muito nervosos e que, por causa disto, podem sentir vergonha ao ponto, apresentando então a cara vermelha, mas inchada e inexpressiva, chegando até dar um aspecto não inteligente, estúpido ou bem de profundo cansaço. Jovens ou adultos deprimidos de movimentos tórpidos e ainda paréticos ou trémulos. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: hipersensibilidade cérebro-medular. Asténico motriz progressivo. Estabilidade vago- simpática e grande sensibilidade hidro-electromagnética. Ligeiro suprarrenalismo com descarga adrenalínica menos violenta que o Aconitum napellus ou Atropa belladona e que tende a produzir medo, (Aconitum napellus) ou cólera (Atropa belladona), esta última ligeira; participa então nisto, do característico do Aconitum napellus ou Atropa belladona, mas em proporção menor: nunca é tão medroso como Aconitum napellus nem tão colérico como Atropa belladona. Pode ser hipo-testicular ou hipo-ovárica . Numa primeira fase: Excitável, irritável, algo colérico; depois lento, pesado, preguiçoso, enervado, quase estúpido. Neste momento as suas ideias vagueiam sem conexão e se trata de coordená-las, isto produz mal estar na cabeça que pode chegar a vertigem. Os norte americanos assinalam que Gelsemium sempervirens seguem “a regra dos três D”: Dizz (estado vertiginoso)- Dullness (sensibilidade nervosa)- Drowsines (sonolência). O indivíduo de Gelsemium sempervirens quer estar só em paz, não sente desejo de falar nem de mover-se nem de temer nada, ainda quando, se permanecer só, tem medo porque crê que se vai passar algo. O medo ou qualquer emoção provocam-lhe diarreia; não suporta as esperas e sente medo de apresentar-se em público. 6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos): Indiferente. 22
  • 19. 7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: 1. Cansaço geral acompanhado de tremores em todo corpo. 2. Debilidade intensa dos membros, com tremores e incoordenação. 3. Completo relaxamento de todos os músculos, com paralisia motora completa ou incompleto (paresias). 4. Transtornos produzidos pelas emoções súbitas: susto, medo, más notícias. 5. As emoções antes citadas, as desviadas, o excesso de trabalho, a proximidade de uma entrevista ou de algum acontecimento feliz ou penoso (matrimónio, cerimónias, exames) podem produzir diarreia (diarreia emotiva), temor ou insónia. 6. Deseja estar só ou em paz. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE TEMPO: Às dez da manhã. DE SITIO E CLIMA: Pelo tempo húmido. (Rhus toxicodendron – Solanum Dulcamara). Pela névoa. Antes de uma tempestade. PSÍQUICAS: por uma emoção. Pensando nos seus males. FISIOLÒGICAS: fumando tabaco. MELHORIAS: DE SÍTIO E CLIMA:. ao ar livre. DE POSIÇÃO: pelo movimento contínuo. (Rhus toxicodendron). FISIOLÓGICAS: Pelos estimulantes, menos o tabaco. Depois de uma micção abundante. 9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: SONO: sonolência com amodorramento, bocejos e ainda sopro durante o dia. É um dos “grandes sonolentos “ da Matéria Médica; os outros medicamentos que completam o grupo dos sonolentos são, Opium, Nux vomica, Nux moschata, Antimonium tartaricum. Insónia emotiva com pesadelos, quer dizer “sono desperto”. Delírio ao principio de dormir. Pode ter estados de catalepsia consciente: imóvel, semi adormecido mas consciente. FEBRE: calafrio intenso, calafrio solene, por picadas desde o Vago até ao occipital. As sacudidelas do calafrio são tão intensas que necessitam que as detenham. (China officinalis). (Malária). Calor sem sede. Febre com prostração, suor, dores musculares e suores abundantes. Febre asténica (intermitente ou remitente). CABEÇA: .vertigens com transtornos visuais. Cefaleia precedida de transtornos visuais geralmente hemicrania (enxaqueca), com depressão e tremores seguida e melhorada por abundante emissão de urina. Cefaleia que começa na nuca, estende-se por toda a cabeça e fixa-se na região central, acima dos olhos (superciliar), com sensação de que a frente estala ou que há uma venda apertada em cima dos olhos. (Congestiva: Aconitum napellus – Atropa belladona). Esta 23
  • 20. cefaleia agrava-se pelo trabalho mental ou encostando-se com a cabeça baixa, melhora encostando-se com a cabeça alta e urinando. Desejo de ter a cabeça estendida na almofada. (Atropa belladona). FACE: a face fica subitamente vermelha e quente, com expressão de embrutecimento. (Baptisia tinctorea). Tremores e tiques na cara. OLHOS: pálpebras pesadas, não pode mantê-los abertos. Paralisia das pálpebras. Blefaroplastia produzida por esta paralisia. Tremores nas pálpebras. Nevralgia orbitaria, superciliar, com contracção muscular. Uma pupila está dilatada e a outra está contraída (Anisocoria na meningite). Parece como se tivesse fumo diante dos olhos. Visão dupla (Diplopia) (Tabacum) que aparece como último sintoma da intoxicação por Gelsemium sempervirens e é também o último que desaparece. Transtornos visuais diversos que precedem à enxaqueca. DIGESTIVO – BOCA: língua dolorosa e pesada, dificilmente pode falar. Paralisia do veio do paladar. Mandíbula inferior caída (paresia ou paralisia dos músculos mesentéricos). Ausência de sede. FARINGE: sensação de um corpo estranho que não pode engolir. Disfagia por paralisia (paralisia pôs-diftérica). (Causticum, Curare) ESTÔMAGO: hipo, pior de noite. Sensação de vazio e debilidade no epigastro, ou bem de peso; “peso, debilidade e vazio”. ANUS: paralisia do esfíncter anal. EVACUAÇÕES: diarreia urgente e indolor (Phosphoric acidum) depois de uma má notícia ou emoção, ou bem durante a espera de acontecimentos: “diarreia emotiva” (Ignatia amara). URINÁRIO: micções frequentes de urina clara, límpida, depois de uma cefaleia, de uma emoção ou na espera de acontecimentos. (Ignatia amara): “urina nervosa” (Phosphoric acidum). Paresia vesical com jorro intermitente (Clematis erecta) e sensação de não acabar nunca. (Nux vomica). GENITAIS MASCULINOS: perdas seminais nocturnas, sem erecção seguidas de grande debilidade. (Phosphoricum acidum) GENITAIS FEMININOS: regras atrasadas, pouco abundantes, com dores que se estendem às ancas e à coluna e que são como dores de parto. (Cimicífuga). Afonia durante as regras. Menstruação suprimida, com convulsões. No parto as dores são ineficazes, há falta de trabalho, o pescoço está muito dilatado mas não há atonia muscular completa. RESPIRATÓRIO – LARINGE: parética depois de uma emoção durante as regras. (congestivas por esfriamento: Aconitum napellus; inflamatória: Atropa belladona. Parética catarral na mudança da estação de Inverno à Primavera. (Causticum). Por fadiga ou traumatismo – (Arnica montana). Espasmo da glote muito marcado. PULMÕES: respiração lenta com grande prostração. Paralisia dos pulmões. CIRCULATÓRIO: pulso lento em repouso, mas muito acelerado pelo movimento. Sensação como se o coração fosse a deixar de bater se não se faz algum movimento. MEMBROS: debilidade intensa dos membros com tremor e incoordenação. 24
  • 21. Perda gradual do movimento voluntário, que chega à paralisia total. Cãibras no antebraço que impedem de escrever. Caimbras nos dedos. Cãibras, contracções e rigidez dos músculos lumbricais nos pianistas, violinistas e escritores. Se levanta as mãos começa a tremer. (tremor alcoólico: Nux vomica). As pernas cansam-se com o menor exercício. (Phosphoricum acidum). Ciática que se agrava com o repouso e ao começar a caminhar (Rhus toxicodendron). Contracção espasmódica dos dedos dos pés. PELE: seca e quente Erupção parecida à do sarampo, principalmente na cara. (ajuda ao gomo da erupção, como Bryonia alba ou Sulphur: eu prefiro usar Gelsemium sempervirens ou Bryonia alba; deixar Sulphur para terminar os casos, porque observei fortes reacções com Sulphur no princípio). 10. DINAMIZAÇÕES USUAIS: 3X – 3C – 6C – 12C – 30C – 200C. 11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS: Debilidade intelectual. Estados confusos. Cefaleia nervosa, tipo enxaqueca. Nevralgia facial com tiques. Insónia nervosa, medo sem motivo. Tensão nervosa à espera de acontecimentos. Tremores. Cãibras dos pianistas, violinistas e escritores. Vertigens. Ataxia locomotiva. Mal de Parkinson. Epilepsia. Convulsões histéricas (uma gota de 0 cada ½ hora até Ter efeito. Trismos histérico. Histeria em geral, gotas de 0 para 10 colheradas de águas, tomar uma colher cada ½ hora. Paresias. Paralisias pôs-diftéricas, paralisias dos mesentéricos. Paralisia da bexiga. Paralisia dos membros. ambliopia. Diplopia. (hemiopatia). Astenopia. Atonia histérica. Cãibras do tubo digestivo. Diarreia emotiva. Incontinência da urina. Atonia e impotência sexual. Espermatorreia. Convulsões depois da gravidez (X gotas da = em meio copo com água, para tomar uma colher cada cinco minutos). Dismenorreia nervosa. Atonia uterina. Transtornos nervosos do coração. Febre tifoideia, principalmente para vencer ou diminuir a sonolência. Febres intermitentes (paludismo: diminui a violência do acesso). Sarampo. (combate a prostração, favorece a erupção). (os alemães recomendam dar uma gota da 1X para favorecer a erupção). Em sofrimentos nervosos crónicos, sobretudo paralíticos, uma dose 200C semanal, três ou quatro semanas, além da potência baixa ou média que se use, pode converter paralisia em paresias ou resolver paralisias que não chegaram à degeneração dos nervos. 25
  • 22. GRUPO A MATRICARIA CHAMOMILLA 1. SINÓNIMOS: Matricaria camomila. Camomila comum. Manzanila. 2. GENERALIDADES: Origem: a Matricaria Camomila, é uma planta anual da família das Sinantéreas. Encontra-se em quase toda a Europa, América e muitas regiões da Ásia; provavelmente existe em todo o mundo. A sua grande vitalidade e adaptação a qualquer terreno assim o fazem supor. Parece no entanto preferir os terrenos secos e arenosos. Princípios activos: tem um princípio amargo, cristalizável, a antemina, um óleo essencial e volátil, muito aromático; uma resina; além de malatos, tanatos e ácido tânico em quantidade mínima. Preparação homeopática: prepara-se a tintura com a planta verde e flores, segundo a primeira regra. Antecedentes de emprego: o uso medicinal da Matricaria chamomilla remonta- se aos tempos mais antigos. Mais recentemente, Nicolás Lemery, no seu “tratado universal das drogas simples”, resume as propriedades medicinais da Camomila, conhecidas com tempo como se segue: “o seu emprego principal é para combater as doenças do útero; provoca a menstruação; resolve durezas (tumores duros), resolve, atenua e arrasta os ventos; abre os vapores; suprime as obstruções; excita a urina; faz arrastar a areia e a pedra do rim e da bexiga. Todas estas indicações ficaram reduzidas agora, para a Escola Galénica as “propriedades estomáquicas, nervosas e antiespasmódicas”. Para a Medicina Homeopática, a Camomila tem algumas das propriedades antigas, todas as actuais aceites oficialmente e várias novas, de acordo com a patogenesia derivada da sua experimentação. Experimentação Pura: a experimentação pura da Matricaria chamomilla foi feita pelo Dr. Hahnemann e incluída na sua “Matéria Médica Pura” 3. ESFERA DE ACÇÃO: Actua sobre o sistema nervoso e deste, principalmente sobre a medula, nos centros sensitivos das hastes anteriores e sobre as placas sensitivas terminais (centros motores das hastes anteriores): Gelsemium sempervirens, tem também acção sobre o sistema nervoso simpático. De maneira menos marcada actua sobre os centros motores medulares e sobre o córtex cerebral. É importante também a sua acção sobre as mucosas em geral, mas muito especialmente sobre a mucosa digestiva; e não é menos no aparelho genital feminino. 26
  • 23. 4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: Sobre os territórios nervosos assinalados a acção é fundamentalmente irritativa, mas tem uma fase depressiva manifestada sobretudo no parasimpático. (pneumogástrico ou vago). Da acção irritativa dos centros e das terminações nervosas, deduz-se o predomínio da dor neste medicamento. Da sua acção menor sobre os centros motores e os cérebros, resultam rigidezes, retardamentos e Cãibras, convulsões, cefaleias, vertigens e instabilidade do carácter. Pela acção da excitação no simpático e de depressão no parasimpático, explicam-se as palpitações com ansiedade , a irritabilidade e a secura da mucosa respiratória e a insuficiência secretora da mucosa digestiva, que ocasiona transtornos dispépticos como o aumento das fermentações e aparecimento do quadro da dispepsia flatulenta de origem nervosa. Pode dizer-se que Gelsemium sempervirens transforma a motilidade e a inteligência e a Matricaria chamomilla parece-se muito com Aconitum napellus e a Belladonna inflamatória e os de Matricaria chamomilla irritativos, tipicamente nevríticos, verdadeiras nevralgias. 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: O tipo morfológico, como o psíquico de Matricaria chamomilla, encontra-se mais em crianças pequenas e mulheres. As Matérias Médicas assinalam que se tratam de pessoas de pele castanha clara; isto é muito relativo e procede, como em muitos outros medicamentos, de que foram primitivamente experimentadas em pessoas claras ou ruivas do tipo europeu. Na mudança pode afirmar-se que sobretudo nas mulheres (crónicas de Matricaria chamomilla”, a expressão do seu rosto é dura, denotando nojo, ira ou bem dor. Observou-se muito frequentemente uma face mais vermelha do que a outra. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: A hipersensibilidade à dor domina neste medicamento. As dores são agudas, dilacerantes, angustiosas e o doente declara-as mais violentas do que são na realidade, já que estão fora da proporção com o mal que lhes produz (Aconitum napellus). Acompanham-se com adormecimento das partes afectadas (Aconitum napellus). Podem produzir-se Cãibras, particularmente na barriga das pernas; e nas crianças, durante dentição, chegam a produzir-se convulsões. A criança é chorona, resmungona, arisca, caprichosa, insuportável; sempre descontente, nunca satisfeito, deseja um jogo qualquer e uma vez que se lhe dá despreza ou o deita fora e pede outro que sofra de igual sorte. Chora, debate-se, agita-se, mas acalma-se repentinamente se se pega ao colo ou se passeia de carrinho. À criança e ao adulto não gostam que lhes falem e se respondem fazem-no bruscamente e grosseria. Tanto a criança como o adulto são muito irritáveis, mas este último é além de caprichoso e arisco, rancoroso e malvado, facilmente se irrita e as suas cóleras são sempre de extrema violência, ao grau de ficar doente. A criança sofre de insónia, vai para a cama mas não consegue dormir, está agitado, grita, geme e se consegue dormir desperta sobressaltado. Sofre pesadelos e 27
  • 24. desperta com os olhos muito abertos, aterrorizado (Arsenicum album). Dorme às vezes com os olhos semiabertos. Como assinala TETAU o sujeito de Matricaria chamomilla é hiper-medular posterior, hiper-simpático tónico, às vezes instável e sempre o parasimpático instável. É a mulher de Matricaria chamomilla hiper-ovárica em todo o tempo, quer dizer, fora das regras, durante as regras (hiperfoliculínica), na gravidez e no parto (hiperluteínica). O sujeito de Matricaria chamomilla, Homem ou mulher, é um hipersuprarrenal com descarga adrenalínica pronta, violenta, dirigida até a ira, por isso Matricaria chamomilla é uma irada. (outros irados da Farmacodinâmica Homeopática, Belladonna, Hyosciamus niger, Aurum metallicum, Bryonia alba, Cantharis vesicatoria, Chelidonium majus, Hepar sulphur, Iodum metallicum, Lycopodium clavatum, Nux vomica, Platina). Ao adulto e à criança não gostam que lhes falem e se respondem o fazem sempre com brusquidão e grosseria. 6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos): principalmente esquerdos. 7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: 1. grande irritabilidade. (Atropa belladona – Nux vomica – Bryonia alba – Iodium metallicum). 2. Hipersensibilidade e intolerância à dor. (Aconitum napellus – Coffea cruda – Nux vomica). 3. Sempre contente, nunca satisfeito. 4. A criança, que se debate e chora, acalma-se e cala-se instantaneamente se lhe pegam ao colo ou se passeia de carrinho.. 5. Uma face vermelha e quente e a outra pálida e fria. 6. Transtornos provocados pelo abuso do café, do chá preto. Da Manzanila e dos narcóticos (Nux vomica) 7. A maneira de um característico, deve fazer-se notar que exiistem dois períodos fisiológicos nas crianças lactantes, nos quais a Matricaria chamomilla tem importante indicação, eles são: “a dispepsia transitória do lactante” (Síndrome dos 21 dias ou doença de Alarcón) e a primeira dentição. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE TEMPO: das 9 às 00h00 da noite. DE SITIO E CLIMA: ao ar livre, pelo calor, pelo vento. PSÍQUICAS: pela cólera. MELHORIAS: DE SÍTIO E CLIMA: pelo tempo quente e húmido. DE POSIÇÃO: estando nos braços ou transportado de carro. 28
  • 25. 9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: SONO: insónia: a criança é enviada para a cama, mas não pode dormir (Atropa belladona). Sono agitado: a criança grita, geme e desperta-se sobressaltado (Atropa belladona). Sofre pesadelos e desperta com os olhos muito abertos, aterrorizado (Arsenicum album). Dorme às vezes com os olhos semiabertos. FEBRE: calafrios, rápidos com frio glacial; se se descobre alguma parte do corpo, tudo se estremece. Febre acompanhada de dores vivas. Uma face vermelha e quente e a outra pálida e fria durante a febre. CABEÇA: suores quentes na cabeça que aparecem depois de comer ou dormir. Cefaleia licinante com extensão que chegam ao pescoço ou ao peito, de um só lado, hemicrania, com vermelhão da face do mesmo lado. FACE: uma face roxa e quente e a outra pálida e fria. Suor na face depois de comer ou beber. OLHOS: borda da pálpebra inferior inflamada, com ulceração com crostas. Contracção espasmódica das pálpebras. Conjuntivite catarral ligada ao período inflamatório dentição. OUVIDOS: grande sensibilidade aos sons (Coffea cruda – Nux vomica). Otalgia dilacerante que faz o doente gritar (Belladonna ). DIGESTIVO – BOCA: odontalgia lancinante, pulsátil, insuportável que se apresenta depois de comer, agravada pelas bebidas quentes e pelo café, melhorada pelas bebidas frias. Transtornos nervosos da dentição. FARINGE: constrição espasmódica com dor como produzida por uma espinha (Hepar sulphur). Impossibilidade de engolir os sólidos, principalmente estando acostumado. ESTÔMAGO: arrotos fétidos, com odor a ovos podres e vómito. Sensação de plenitude, de pesadez, como se tivesse uma pedra (Bryonia alba). Gastralgia com pressão dos bebedores de café e de macela. ABDÓMEN: forte distensão abdominal por gases. (Aerocolia, timpanismo). Cólicas flatulentas, puns cortantes, que não melhoram pela expulsão de gases (melhorados pela expulsão: Lycopodium clavatum). Cólicas muito violentas, com desejo de dobrar-se em dois (Colocynthis). Cólicas durante a dentição. Cólicas durante a “dispepsia transitória do lactante”, com agitação e gritos (em ambos os casos remédio que não melhora). EVACUAÇÕES: diarreia aquosa, quente, queimante, amarelo-verdosa, como ovos envolvidos com espinafres, com odor a ovos podres; sobrevem na noite e a causa da dentição ou depois de uma cólera. GENITAIS FEMININOS: regras adiantadas, abundantes, sendo o sangue negro e com coágulos; extremamente dolorosas. As dores são extensas, com Cãibras e muito violentas no baixo ventre e com agitação. Tendência a ficar colérico durante as regras. Metrorragia em que o sangue é negro, com grandes coágulos e dores de falso parto. No parto, as dores ascendem, como se o útero fizesse pressão contra o diafragma. (as dores descendem: (Belladonna – Sepia). Seios duros e sensíveis ao tacto, sobretudo nas meninas. Ameaça de aborto, com espasmos e convulsões, por causa de uma cólera. 29
  • 26. Cãibras no útero da mãe cada vez que a criança mama. RESPIRATÓRIO – LARINGE: tosse seca, rouca, nocturna, apresentando-se entre as 21h00 e a 00h00 e cujo acesso pode durar até quinze minutos sem despertar o doente. A criança encoleriza-se quando tosse e por sua vez, a cólera pode provocar tosse. CIRCULATÓRIO: taquicardia depois de encolerizar-se. MEMBROS: Cãibras na barrigas das pernas, sobretudo de noite. Sensação de ardor na planta dos pés pela noite (Sulphur – Sanguinaria canadensis). 10. DINAMIZAÇÕES USUAIS: 1X – 3X – 3C – 6C – 12C – 30C. 11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS: Nevralgias típicas. Otalgia e odontalgia. Gastralgias e caimbras no estômago. Cólicas flatulentas. Cólicas pela dentição, uma cólera ou durante a “Dispepsia transitória do lactante”. “ se se fracassou com Camomila nas diarreias infantis (nas que está indicada) é porque se deu em potência inferior a 12C”, disse Cartier. Convulsões durante a dentição. Dentição difícil. Alternar com Atropa belladona se há muita inflamação nas gengivas; com Calcarea phosphorica, se há retardo no tempo do broto. Vómitos de leite, imediatos à tetada ou ao mamilo (alternado com Aethusa cynapium se o leite vem de volta já coalhado; especialmente durante a dispepsia transitória do lactante) indigestão no adulto, baixo à forma da dispepsia flatulenta de origem nervosa ou por excesso de estimulantes. Obstrução catarral da vesícula biliar (0: xx a xxx gotas em água mineral, antes da comida e da refeição, alternando em igual quantidade com Cardos marianus depois dos mesmos alimentos). Prevenção dos efeitos maus da cólera (0: x gotas postas num torrão de açúcar ou numa colherada de água açucarada, tomadas imediatamente depois do desgosto ou ainda antes, se se prevê que ele será inevitável). Dores de parto (1 gota de 0 cada quarto de hora). Dismenorreia. metrorragia típica. 30
  • 27. GRUPO A OPIUM 1. SINÓNIMOS: Papaver somniferum, Papaver album. Dormideira. Amapola, Chicalota. 2. GENERALIDADES: Origem: o Opium é um suco lactescente que se extrai do fruto da planta “Papaver somniferum” da família das Papaveráaceas. Esta ampola vê-se desenvolver-se à beira dos semeadoiros de milho, trigo ou qualquer outra graminea e ainda dentro deles, em última circunstância esta foi utilizada no México, para esconder a sua cultura ilegal. Princípios activos: estão constituídos por mais de 25 alcalóides, dos quais os principais são: morfina, codeína, tebaína, narcotina, pavaverina, laudanina, criptopina, protopina e narceína, em ordem quantitativa. Preparação homeopática: a tintura prepara-se com o suco seco pulverizado, segundo a Quarta regra. O concentrado sólido pode preparar-se segundo a sétima regra. Antecedentes de emprego: medicamento dos mais antigos empregues na medicina. Conhecia-se antes de Hipócrates e nos tempos deste era de uso corrente, com as indicações de hipnótico, analgésico e paralisante. Na terapêutica tradicional pouco a pouco e cada vez mais, usam-se, em lugar do medicamento total, os seus alcalóides por separado. Experimentação Pura: esta foi feita, pela primeira vez, pelo doutor Hahnemann e a sua patogenesia consignada na Matéria Médica Pura. 3. ESFERA DE ACÇÃO: O Opium actua em todo o sistema nervoso com igual intensidade: cérebro, cerebelo, bulbo, medula (centro das hastes anteriores, das hastes posteriores e vias de condução), simpático e parasimpático. 4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: A variedade e a variabilidade dos seus efeitos explicam pela multicidade dos seus princípios activos. Em doses débeis, pouco tóxicas, situada na chamada zona terapêutica da medicina Alopática (de 5 a 19 centigramas do extracto total), produz-se uma fase de excitação em todo o sistema nervoso que dura pouco e caracteriza-se por ligeira aceleração da circulação (excitação do simpático), com pulso acelerado e forte, rosto encardido e vivaz ; o aumento da circulação no cérebro e a acção directa do Opium sobre os neurónios cerebrais. Nesta fase conjugam-se e dão: excitação da inteligência, sensação de bem estar, de euforia, como no principio da embriaguez alcoólica; aumenta o brilho dos olhos, a mirada é viva, inteligente e há maior vigor muscular. A excitação simpática e bulbar dá, ao para que a aceleração circulatória, o aumento dos movimentos respiratórios, mas com um ligeira hipermneia que não é 31
  • 28. moléstia: “respira-se mais com gosto”. Por igual razão (excitação simpática), os movimentos peristálticos do estômago e do intestino atenuam-se. A doses um pouco mais fortes (15 centigramas), a excitação é muito intensa, ainda também muito breve: as ideias vêm em sentido diferente, o pulso aumenta em rapidez, amplitude e força, as papilas dilatam-se, a respiração é muito acelerada, o tónus muscular aumenta e há uma certa rigidez, como consequência, sem chegar à contracção ou à cãibra. Esta fase é imediatamente seguida do primeiro estado da fase depressiva, na qual o coração diminui a sua força, a circulação em geral fica lenta, o pulso, apesar da sua lentidão, conserva-se pleno (depressão simpática); a lentidão da circulação cerebral provoca retardamento do retorno venoso, com as conseguintes congestões passivas do órgão e como consequência disto e da depressão directa dos centros cerebrais e bulbo- medulares apresenta-se a confusão das ideias. A contracção das pupilas, o rosto passa de vermelho a vermelho escuro, os músculos relaxam-se com agradável sensação de lassitude, de abandono; a respiração é profunda, lenta, a garganta fica seca, há náuseas e ainda vómitos seguidos de diminuição das secreções gástricas e intestinais e uma ligeira subida da temperatura; neste momento começa o sono com uma agradável sensação de atordoamento, de sonolência, para chegar, pouco depois, ao profundo sono estuporoso. Se a dose dada não passa dos 15 centigramas, o sujeito desperta ao fim de 12 a 36 horas, com náuseas, vómitos e cefaleia. Mas se se aumenta a dose até os 25 ou 30 centigramas, entra-se no segundo estado da fase depressiva e, como consequência, apresenta-se o sono estuporoso profundo, as pupilas estão muito contraídas, quase puntiformes, a face fica cianótica, a boca está muito seca; a transpiração é mais lenta e começa a ficar irregular, as batidas cardíacas são débeis e irregulares; a sensação e os reflexos estão abolidos, os músculos completamente relaxados, verdadeiramente paralisados, o maxilar inferior cai; as matérias fecais e as urinas escapam-se involuntariamente por paralisia respiratória e circulatória. Na necropsia encontram-se as circunvoluções cerebrais aplanadas, os vasos cerebrais e raquidiais cheios de sangue, verdadeiramente repletos (apoplexia) e grande quantidade de exudato seroso nos aracnóides e nos ventrículos. Deve entender-se o efeito consecutivo do Opium, sobretudo no cérebro, bulbo e medula, como tendo duas fases que determinam por sua vez a excitação e a depressão: uma fase activa, de grande fluxo sanguíneo por aumento da velocidade da circulação, e outra fase passiva de estancamento ou êxtase (fase apopléctica sem hemorragia). Opium, é pois um medicamento levemente excitador e grandemente depressor: excita a inteligência (Phosphorus – Nux vomica); excita a sensibilidade (Aconitum napellus –Belladonna – Gelsemium sempervirens – Matricaria chamomila – Nux vomica); excita a mobilidade (Aconitum napellus – Belladonna – Nux vomica); deprime a inteligência (Gelsemium sempervirens – Baryta carbonica); deprime a sensibilidade (Aconitum napellus); deprime a motilidade (Gelsemium sempervirens – Curare, causticum). 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: Sujeito delgado em extremo, com mirada vaga, pupilas contraídas, face pálida ou bem enrijecida em extremo e quase vultuosa, correspondendo estes dois aspectos do rosto às fases depressiva, excitadora e congestiva da sua acção tóxica. Aspecto cansado e sonolento com flacidez muscular geral. 32
  • 29. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: O sistema nervoso é transitoriamente excitado e dá o tipo hiperasténico com franca simpaticotonia; depois deprime-se, em graus diversos segundo as doses, e dá o tipo hipoasténico definitivo com acentuada deficiência glandular endócrina. É nesta época um sujeito hipo-cérbro-bulbo-medular, hipo-tiroideo, hipo-pituitário, hipo-suprarrenal, hipo-testicular e ovárico. Na fase hiper-asténica apresenta-se a excitabilidade reflexa: há tremor muscular que começa na língua e nas mãos e estende-se a todo o corpo. Depois movimentos convulsivos afectando as formas de convulsões tónicas e clónicas, à parte dos sobressaltos e sacudidas dos músculos flexores. Na fase hipo-asténica apresenta-se a amiostenia progressiva e em seguida a paresia e a paralisia. A paralisia do simpático manifesta-se sobretudo a nível dos músculos lisos, principalmente do intestino. A sensibilidade primeiro exalta-se havendo hipersensibilidade à luz, ao ruído, aos odores; intensas dores lancinantes e nevralgias. Depois deprime-se profundamente, dando adormecimentos e formigueiros nas extremidades, anestesias e finalmente, à semelhança das paralisias, a perda da consciência. O pensamento e imaginação do sujeito de Opium, na fase transitória de excitação e congestão, exaltam-se: as ideias afluem em quantidade e com grande rapidez, atropeladamente, acompanhadas de agradável sensação de euforia; num semi-sono apresentam-se sonhos agradáveis, fantásticos ou eróticos, os quais constituem o atractivo principal para os efeitos a fumar a droga. Pode haver também, então, breve delírio furioso e loquaz, com visões terrificas de animais fantásticos, de demónios, ou bem apresentar-se o típico delírio tremens. Passando da fase de excitação à depressiva, surgem outras alucinações, tais como sentir-se de altura gigantesca e que tudo o que lhe rodeia está igualmente aumentado; ou crê que está em suspensão e esvoaçando no ar. Também pensam que não estão na sua casa e querem voltar a ela. Já na fase de franca depressão progressiva, chega a indiferença ao prazer e à dor, então não deseja nada e quer que o deixem tranquilo; neste estado vai perdendo a consciência pouco a pouco até chegar ao estupor completo, no qual há respiração estertorosa, roncante, boca aberta, maxilar inferior pendente, olhos abertos e convulsos, cara muito vermelha ou cianótica, estado de incontinência total que é um verdadeiro coma percursor à morte. Esta pode sobrevir também dentro de um verdadeiro ictus apopléctico, por hemorragia cerebral intensa. 6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos): Indiferente. 7. SINTOMAS CARACTERÍSTICOS: 1. sono profundo, verdadeiro estupor com perda da consciência. 2. Estado apopléctico (ictus). 3. Falta de reacção orgânica às doenças e aos medicamentos (apatia profunda. reacção de alarme nula. “Selye”). 4. Tem sono, mas não pode dormir. (Belladonna). 5. As ideias afluem em grande quantidade, atropeladamente. 33
  • 30. 6. Obstipação excessiva por atonia intestinal e ainda paralisia rectal. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE SITIO E CLIMA: pelo calor (congestão). FISIOLÓGICAS: durante o sono e depois dele. Pelos estimulantes. Enquanto está suando. MELHORIAS: DE SÍTIO E CLIMA: pelo frio. 9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: SONO: sente sono, mas não pode dormir por causa de uma hiperacusia muito acentuada, de modo que o mais leve ruído o mantém desperto. Sono com estupor profundo, comatoso: respiração estertorosa, roncante, boca aberta, olhos abertos e convulsos, cara muito vermelha ou cianótica, mandíbula pendente. Carfologia no sono. (Hyoscyamus niger). Sufocação ao ficar a dormir. (Opium é o medicamento por excelência do coma). Sonhos muito agradáveis e fantásticos ou tristes e terríveis: imagens eróticas ou imagens demoníacas. A cama parece tão quente que não pode descansar nela. FEBRE: ligeira subida de temperatura na fase depressiva no começo. Indicado em todas as febres com estupor grave. (Tiroideia – Tifo). CABEÇA: atordoamento com a embriaguez. Congestão do cérebro com fortes pulsações. (Aconitum napellus – Belladonna – Glonoinum – Veratrum viride – Sanguinaria canadensis – Aurum metallicum). Cabeça pesada, sobretudo no occipital, com vertigens. Grande actividade do pensamento. FACE: face congestionada: vermelho-escura ou violácea. (Belladonna). Quente, inchada (Mercurius vivus). Aspecto indiferente e ainda estúpido. (Gelsemium sempervirens – Baryta carbonica). Paralisia dos músculos da face, sobretudo nas comissuras labiais. OLHOS: roxos, semi-fechados ou abertos durante o coma. Pupilas contraídas em extremo, ainda puntiformes. Ausência dos reflexos pupilar e da córnea. Mirada vaga, fixa, “vidrada”. Ptose palpebral. (Gelsemium sempervirens – Causticum). OUVIDOS: hiperacusia, sobretudo ao deixar-se dormir: ao menor ruído o mantém desperto. DIGESTIVO – BOCA: boca muito seca, com sede intensa. Língua violácea ou negra. (Tifoideia). Língua paralisada. FARINGE: disfagia paralítica. ESTÔMAGO: vómitos com convulsões. Vómitos fecalóides. (peristaltismo inverso, oclusão intestinal). ABDÓMEN: abdómen muito doloroso e intenso, timpânico, parece que se vai romper. (quadro agudo na oclusão ou na paralisia intestinal). EVACUAÇÕES: obstipação tenaz, sem nenhum desejo de defecar. 34
  • 31. Atonia intestinal e sobretudo inércia rectal, com grande quantidade de fezes acumuladas. Oclusão intestinal. fezes duras, impossíveis de expulsar se não é imediatamente lavado. As fezes sobem e baixam, saem e entram alternadamente (Silicea terra – Thuja occidentalis), por inércia do recto. Evacuações involuntárias na fase final. Peristaltismo invertido, seguido de vómitos fecalóides. Opium faz parte do grupo dos grandes obstipados da Farmacodinâmica Homeopática, diferenciando-se estes entre si, em relação com as causas como se segue: OPIUM: obstipação intestinal paralítica. NUX VOMICA: obstipação intestinal por atonia parética, principalmente por causa da vida sedentária. Outras vezes falta de peristaltismo irregular e espasmódico. LYCOPODIUM CLAVATUM: obstipação intestinal por abafo, combinada com atonia do intestino grosso e constrição espasmódica do esfíncter anal. PLUMBUM METALLICUM: obstipação intestinal por miastenia dos músculos lisos intestinais e dos rectos abdominais, provocada pela degeneração e atrofia muscular progressiva. GRAPHITES: obstipação intestinal por aquinesia intestinal proveniente da debilidade muscular ou exagerada dilatação cólica (Megacólon). SILICEA TERRA: obstipação intestinal por extrema debilidade muscular intestinal ou abdominal (esgotamento) e grande secura da mucosa (desidratação). BRYONIA ALBA: obstipação intestinal por secura da mucosa intestinal ligada a transtornos gastro-hepáticos. ALUMINA: obstipação intestinal por extrema secura da mucosa intestinal de origem metabólico-constitucional ou nervoso. URINÁRIO: retenção de urinas por paralisias da bexiga, retenção depois de um susto ou depois de um parto. Micção involuntária por paralisia flácida do esfíncter vesical. GENITAIS MASCULINOS: aumento do desejo sexual com erecções e poluções frequentes. Diminuição do desejo sexual e impotência. GENITAIS FEMININOS: diminuição do desejo sexual. Supressão das regras por um susto (Aconitum napellus). No trabalho de parto interrompem-se as dores e apresenta-se um estado comatoso. Convulsões das pálpebras: Eclampsia sem sonolência e ainda coma entre as crises. RESPIRATÓRIO – LARINGE: afonia depois de um susto (Aconitum napellus). Como o fizemos com a obstipação intestinal, vamos expor uma relação comparativa das afonias: ACONITUM NAPELLUS e OPIUM: afonia depois de um susto. GELSEMIUM SEMPERVIRENS: afonia por uma impressão ou excessiva tensão nervosa. ACONITUM NAPELLUS: afonia depois da exposição ao vento frio e seco; afonia nitidamente congestiva e catarral. ARSENICUM IODATUM: afonia catarral. ALLIUM CEPA e EUPATORIUM PERFOLIATUM: afonia gripal. ARSENICUM IODATUM, IODUM, SPONGIA TOSTA e ARUM TRIPHYLLUM: afonia em terreno tuberculínico ou já tuberculosa. 35
  • 32. ARNICA MONTANA, BELLADONA: afonia depois de gritar ou cantar; a primeira por traumatismo, a segunda por inflamação. BELLADONA, CAUSTICUM, GELSEMIUM SEMPERVIRENS, LACHESIS TRIGONOCEPHALLUS, NUX VOMICA, OPIUM, PHOSPHORUS e PLUMBUM: afonia parética ou paralítica, sendo Phosphorus e Plumbum os mais crónicos. GELSEMIUM SEMPERVIRENS, IGNATIA AMARA e PULSATILLA NIGRICANS: Afonia durante as regras e afonia histérica. SPONGIA TOSTA: afonia pelo bócio que comprime o nervo recorrente laríngeo. PULMÕES: respiração profunda, desigual, ruidosa, estertorosa (coma). Respiração rápida, dispneia. Sufoco quando dorme: a respiração detém-se, é preciso sacudir o doente para que a respiração normalize. CIRCULATÓRIO: sensação de ardor ao redor do coração, como se estivesse queimando. (sensação de frio ao redor do coração: Natrum muriaticum). Palpitações depois de um susto (Aconitum napellus) ou de uma cólera (Matricaria chamomila), ou de qualquer impressão ou espera (Gelsemium sempervirens). Pulso lento, pleno, tenso, às vezes intermitente, pequeno e filiforme. MEMBROS: contracções dos membros. Paralisia sem dor (Oleander). Tremores (Gelsemium sempervirens). PELE: pele quente, coberta de suores quentes (Belladonna), excepto nas extremidades inferiores. 10. DINAMIZAÇÕES USUAIS: 12C – 30C – 200C. 11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS: Alcoolismo (intoxicação grave na fase da apoplexia: V gotas da 12C a cada hora). Anúria paralítica. Apendicite grave com quadro abdominal agudo, com ameaça de peritonite e ainda com vómitos fecalóides; e que por circunstâncias especiais não pode ser operada – paliativo – apoplexia. Bradicardia. Cianose. Cólicas do chumbo. Coma em geral. Comoção cerebral. Convulsões, especialmente dos lactantes. Delirium-tremens. Obstipação intestinal paralítica. Epilepsia, formas com mais sonolência e inconsciência que dá convulsões. Falta de reacção orgânica ou falta de reacção aos medicamentos. Febre tifoideia para combater sonolência e a paralisia respiratória. Oclusão intestinal. Diversas paralisias. 36
  • 33. GRUPO B ANTIMONIUM TARTARICUM 1. SINÓNIMOS: Tartarato (sal do ácido tartárico) duplo de antimónio e de potássio. Tártaro emético. Tártaro estibiado. Emético. 2. GENERALIDADES: Origem: o Antimonium tartaricum é um sal duplo de Antimónio e potássio. A sua fórmula é: 2(Ksbo) C4H4O6H2O Preparação homeopática: prepara-se em solução aquosa segundo a Quinta regra ou por trituração segundo a sétima regra. Antecedentes de emprego: O Antimonium tartaricum foi muito empregado até aos princípios deste século, com diversas indicações, sendo as principais: se empregava como vomitivo (emético), como expectorante em afecções respiratórias, como antiinflamatório (antiflogístico) na pneumonia, pleurisia, pericardite e reumatismo articular agudo; como derivativo de uso externo. Experimentação e uso Homeopático: não há dados precisos, dignos de crédito, sobre a sua experimentação pura. O Dr. Hahnemann enriqueceu a patogenesia do medicamento com alguns sintomas, provavelmente de observação clínica e eles podem ler-se no livro de “As doenças crónicas”. A Patogenesia encontra-se na enciclopédia de Allen e no Diário Britânico de Homeopatia, volume XIX. 3. ESFERA DE ACÇÃO: Actua principalmente sobre o nervo vago, (pneumogástrico) e por intermédio ou directamente sobre o pulmão e a mucosa gastrointestinal. Exerce também acção sobre a pele. 4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: A acção sobre o vago é frequentemente excitadora, pelo qual produz depressão acentuada das vísceras toráxicas e exaltação das abdominais, um verdadeiro estado de vagotonia que se traduz, sobretudo, por dispneia, asfixia, bradicardia, baixa tensão arterial, náusea, vómitos e diarreia. Doses de 0.05 gr a 0.10 gr são vomitivas e ligeiramente purgantes. A acção electiva sobre o pneumogástrico foi demonstrada com a seguinte experiência: ingeriu-se o Antimónio tartárico nas doses citadas acima, produz de imediato os efeitos assinalados (acção excitadora directa sobre as extremidades gástricas do vago). Em mudança, necessitam-se de doses muito mais elevadas por via subcutânea para provocar o vómito. Doses menores, de um centigrama a um miligrama, continuadas por muito tempo, chegam a produzir gastrenterites típicas, fenómenos nervosos bulbares (vertigem) e cerebrais (cefaleias e prostração); debilidade do coração, do pulmão e dos músculos. 37
  • 34. A doses elevadas, superiores a 0.10 gr, causa colapso grave num quadro de gastrenterite aguda, tipo cólera, que determina a morte. Nas autopsia encontrou-se grande quantidade de exudato mucoso nos brônquios, procedentes de lesões mucosadas; ulcerações e amolecimento das mucosas gastrointestinais e degeneração gasosa do coração, fígado e rins; lesões anatomopatológicas todas estas, que podem ser a consequência distante da acção sobre o pneumogástrico ou produzidas por um transtorno bioquímico metabólico toda via não esclarecido. Aplicado localmente degenera a pele, produzindo lesões pustulosas. Podia dizer-se que pela sua acção nervosa retarda as funções respiratórias e circulatórias e exacerba as digestivas; e pela a sua acção local, tópica ou de contacto, degenera as mucosas e a pele. 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: não é um medicamento que tenha marcados traços anatómicos. Pode corresponder em parte a pessoas de constituição hidrogenóide e gordas e preguiçosas. Esta constituição e conduta poderiam explicar, talvez, as degenerações gordurosas viscerais que se assinalaram. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: Antimonium tartaricum corresponde a um sujeito tipicamente vago-tónico, com predomínio deste tonos sobre o pulmão, dando a depressão respiratória conseguinte. Quem sabe o sujeito de Antimonium tartaricum seja um hipotireoideo. Trata-se de um preguiçoso, talvez por debilidade muscular (miastenia tóxica). Frequentemente fica sonolento, com invencível tendência ao sono, chegando a cair em adormecimento (Opium) e prostração. Despertado e agitado, ansioso, com necessidade de ar e de grande temor de ser abandonado e permanecer sozinho (Gelsemium sempervirens). 6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos): Indiferente. 7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: 1. sonolência intensa com tendência irresistível ao sonho e prostração (Opium). 2. Tosse com grande quantidade de estertores e acumulação de escarro, mas sem expectoração (Ipecacuanha cephaelis). 3. Respiração ruidosa com grande dispneia (Opium – Ipecacuanha cephaellis). 4. face fria, cianótica, pálida, coberta de suores frios (Tabacum – Veratrum album). 5. Náuseas constantes com ansiedade mortal e prostração. (Ipecacuanha cephaelis). 6. Vómitos com desmaio (lipotimias), seguido de sonolência e extrema prostração. 38
  • 35. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE TEMPO: pela noite. DE SITIO E CLIMA: pelo tempo frio e húmido. Pelo calor. Pelas mudanças de tempo. Na Primavera. DE POSIÇÃO: encostado. FISIOLÓGICAS: pelo leite e todos os alimentos ácidos. MELHORIAS: DE SÍTIO E CLIMA: pelo frio. DE POSIÇÃO: estando sentado. FISIOLÓGICAS: pela expectoração e pelos eructos. 9. SINTOMAS SOBRESSAÍDOS REGIONAIS: SONO: muita sonolência e propensão a dormir em quase todas as afecções (Opium – Nux moschata). Sonho estuporoso (Opium). FEBRE: febres tifóidicas “tifo pulmonar”. CABEÇA: vertigens ao por a cabeça sobre a almofada. FACE: face fria, cianótica, pálida, coberta de suores frios. Traços fundidos. OLHOS: olhos fundidos. DIGESTIVO – BOCA: língua saburrosa com as seguintes variantes: - vermelha na parte média e saliva branca no resto. - Saliva em todo o dorso e vermelha nas bordas. - vermelha e seca na parte média com duas bandas brancas em cada lado. - Salivação e ausência total de sede. ESTÔMAGO: falta de apetite. Desejo de comer maçãs e tomar ácidos, ainda estes agravam. Aversão pelo leite. Náuseas constantes com ansiedade mortal e prostração (Ipecacuanha cephaelis): menos sonolência e prostração. Quando a Ipecacuanha cephaelis falha e o seu quadro agrava, vómitos com lipotímias. Vómitos difíceis, arrotando além de alimentos e bílis, um muco branco, viscoso, que se estira em largos filamentos (Kali bichromicum – Hydrastis canadensis), muito abundante, que pode chegar a encher o esófago, a boca e o nariz e produzir asfixia, sobretudo nas crianças pequenas. À medida que o doente vomita encontra-se mais e mais esgotado. Gastralgia com cãibras intensas. ABDÓMEN: dores abdominais espasmódicas. Cãibras abdominais. EVACUAÇÕES: diarreia como água, involuntária, abundante, fétida, com suor frio na face. Colériforme (Veratrum album). RESPIRATÓRIO – NARIZ: asas do nariz muito dilatadas, muito abertas, animadas de batimentos rápidos e sincrónicos com os movimentos respiratórios (Lycopodium clavatum). (Antimonium tartaricum: mais dilatação das narinas, menos movimentos. Lycopodium clavatum: mais movimentos, menos dilatação). LARINGE: tosse espasmódica, sufocante, quintosa; que se agrava à menor ingestão de alimentos e come às três da manhã, obrigando o doente a sentar-se na cama e necessitando que o sustenham pela sua grande debilidade. Esta tosse vem acompanhada de náuseas e vómitos. Tosse branda, pastosa, com ruído de escarros, mas sem poder expectorá-las (Ipecacuanha cephaelis). 39
  • 36. BRÔNQUIOS E PULMÕES: grande quantidade de muco, mas sem expectoração. Respiração muito ruidosa. Enorme acumulação de escarros nos brônquios que materialmente abafam. (quando Ipecacuanha cephaelis falha e o quadro agrava-se Antimonium tartaricum segue bem a Ipecacuanha cephaelis). Hepatização pulmonar que ainda persiste depois de ter terminado a pneumonia. Asfixia (Carbo vegetabilis). CIRCULATÓRIO: pulso rápido, débil, pequeno, algumas vezes imperceptível (Arsenicum album). Baixa tensão arterial. Colapso. (Opium – Ipecacuanha cephaelis – Carbo vegetalis – Camphora). EXTREMIDADES: Cãibras durante a diarreia. Pernas muito débeis (Phosphoric acidum). PELE: erupção postulosa com base eritematosa, semelhante à da varíola e que ao secar- se deixa traços avrmelhados. 10. DINAMIZAÇÕES USUAIS: Triturações decimais e centesimais: 1X – 3X - 1C – 3C. diluições aquosas da 6C à 30C. 11. REFERÊNCIAS TERAPEÛTICAS: Cianose, dispneia, asma húmida. Asfixia do recém-nascido. Bronquite capilar. Bronquite catarral, bronquite crónica dos idosos, pneumonia. Pneumonia com congestão hepática, edema do pulmão, tosse convulsa, vómitos em geral com muitas mucosidades. Vómitos que não podem ser coagidos, gastralgia com cãibras, gastrenterites, Colériforme. Diarreia involuntária dos tuberculosos e dos caquécticos. Cãibras abdominais. Febre tifóide com notáveis sintomas toráxicos: “Tifos pulmonares” alternando com Phosphorus e com Paronichia Illecebrum – “Tianguis pepetla” – e com Bryonia alba e com o Ferrum phosphoricum. Dermatites herpetiformes. Afecções postulosas da pele (Ectyma), doenças cutâneas caracterizadas por bolhas de líquido seroso ( Pénfigo), Impetigo, varicela, varíola. 40
  • 37. GRUPO B BRYONIA ALBA 1. SINÓNIMOS: Brionia branca. Vitis alba. Vitis diabólica. Nabo do diabo. Rábano do diabo. Lúpulo Silvestre. Arnoca tolonchi. 2. GENERALIDADES: Origem: a Bryonia alba é uma planta herbácea, trepadora e vivaz da família das Curcubitáceas, muito comum em França e na Alemanha. Princípios activos: eles são a brionina e uma resina, a brioresina. Preparação homeopática: prepara-se a tintura mãe com a raiz fresca, antes que a planta esteja em floração, segundo a primeira regra. Com a raiz seca prepara-se conforme a Quarta regra, ou pela trituração segundo a sétima regra. Antecedentes de emprego: nos séculos XVIII e XIX sobretudo, foi muito empregue como purgante drástico. Arnaud de Villeneuve recomendava contra a epilepsia e Sydenham contra as febres intermitentes que se acompanham de sintomas nervosos tipo mania. No Tratado Universal das Drogas Simples, Nicolas Lemery disse dela “Limpa as serosidades pelo ventre e pela urina; faz desaparecer as obstruções; excita os períodos menstruais, facilita a expulsão da placenta depois do parto; é igualmente útil nos casos de asma e hidropisia”. Experimentação Pura: homeopaticamente foi experimentada pelo Dr. Hahnemann e sua Patogenesia que se encontra na Matéria Médica Pura. 3. ESFERA DE ACÇÃO: Tem acções sobre as serosas, as mucosas e o simpático, também actua sobre o fígado e de maneira menos acentuada sobre todos os órgãos que as serosas envolvem: pulmão (Pleura), Coração (Pericárdio), articulações (sinovial); com a característica de: “actuar na parte destes órgãos mais próxima da serosa” (Dr. J. Sieffert). Apresenta também acção sobre os músculos. 4. ACÇÃO FISIOPATOLÓGICA: A primeira acção das doses fortes de Bryonia alba é inflamatória do trato gastrointestinal e , como consequência, purgante não drástico e fortemente hidragoga, quer dizer, que faz perder muita água o que produz desidratação do organismo; daí a secura generalizada característica e da sede intensa. A esta primeira acção inflamatória segue uma Segunda, também inflamatória, das mucosas e das serosas, quer dizer, das mucosas diferentes do intestino: respiratórias, uretrais, vaginais e dos parênquimas orgânicos, o que dá a sintomatologia típica que será estudada nos seus sítios. As serosas ou se desidratam menos, ou são inflamadas antes de que se produza a desidratação por gastrenterites, pelo qual dão ao quadro da inflamação com exudato, exactamente contrária à inflamação sem exudato ou serosa, das mucosas. 41
  • 38. Invocou-se uma acção simpática de instabilidade para explicar estes erros, mas este mecanismo não está claro. Bryonia alba que actua sobre as serosas como nenhum outro medicamento, convém para o segundo estágio da sua inflamação, quer dizer, como acima, quando se produz o exudato, ou seja, quando nem Aconitum napellus (hiperemia ou congestão), nem Atropa belladona (inflamação localizada no principio), poderiam ter evitado a exudação. Pela acção hidragoga, se esta não é extrema, Bryonia alba pode ser um excelente drenador e canalizador que favorece a eliminação de tóxicos a nível de qualquer órgão, mas sobretudo o fígado. Os indivíduos intoxicados gravemente com Bryonia alba morrem por causa da acidose que provoca desidratação ou pela insuficiência hepática total a partir da intensa degeneração parenquimatosa. 5. TIPO: A) MORFOLÓGICO: Tratam-se de pessoas delgadas, secas, desidratadas; de fibras musculares rígidas; geralmente morenas e de cabelos escuros. B) NEURO-PSÍQUICO-ENDÓCRINO: Trata-se de um sujeito bulbo-medular, simpático e instável, hiperestáctico para o movimento. Muito provavelmente hipertireoideo, hiperpituitário e hipersuprarrenático ao princípio; hipotireoideo, hipopituitário e normosuprarrenático posteriormente. Indivíduo excessivamente irritado (Matricaria Chamomilla – Chelidonium majus – Nux vomica – Aurum metallicum) facilmente encoleriza-se. Tem medo pelo que vem e apresenta uma forma particular de delírio: fala constantemente em seus negócios. Se quisermos mostrar a imagem patológica típica de Bryonia diríamos: o sujeito de Bryonia alba é um pleuro-pulmonar, diatésico, reumático, seco, hepático, e tem tendência à obstipação. 6. LATERALIDADE (Sintomas topográficos): Lado direito. 7. CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES: 1. grande secura das mucosas e da pele. 2. Sede viva por grandes quantidades de água de uma vez só, mas em grandes intervalos. 3. Tudo se agrava pelo movimento e melhora pelo repouso. 4. Agravação pela pressão ligeira e melhora pela pressão forte. 5. Dores agudas; pungentes, agravados pelo menor movimento. 6. Vertigens pela manhã ao levantar-se. 8. MODALIDADES – AGRAVAÇÕES: DE TEMPO: pela noite, até às nove (Matricaria Chamomilla). Pela manhã, às 3 horas e ao levantar-se. 42