Este documento descreve a Social Avoidance and Distress Scale (SAD), um questionário de 28 itens projetado para avaliar ansiedade social e evitamento de situações sociais. Foi adaptado para português por pesquisadores portugueses em 1986 e apresenta alta consistência interna e estabilidade temporal moderada. Fornece escores separados para homens e mulheres com base em amostras portuguesas.
Terapia Cognitivo-Comportamental Para Transtorno de Ansiedade Generalizada
SAD avalia ansiedade social
1. SAD -Social Avoidance and Distress Scale
Autores: Watson e Friend, 1969
Aferição Portuguesa: Pinto Gouveia, J., Fonseca, L., Robalo, M., Allen, A.,
Matos, A. P., Gil, E., 1986.
Descrição:
A SAD é um questionário de auto-resposta constituído por 28 questões. Apesar
da versão original ter uma escala de respostas dicotómica (Verdadeiro/Falso), a
versão portuguesa é constituída por uma escala de resposta de tipo Likert, em que os
sujeitos se posicionam em relação à forma como o item caracteriza, de um modo
Nada, Pouco, Bastante, Muito ou Muitíssimo, a sua maneira de ser.
Objectivo:
Este questionário pretende avaliar a experiência de mal-estar, desconforto e
ansiedade em situações sociais, bem como o evitamento deliberado dessas mesma
situações. A SAD mede essencialmente a ansiedade social geral, mais do que a
ansiedade situacional. Tem sido utilizada em investigações na área da ansiedade
social, nomeadamente na selecção de indivíduos com ansiedade social, na
verificação de diferenças decorrentes do tratamento e também em estudos
comparativos com outros questionários.
Validade e finalidade:
Este questionário apresenta uma elevada consistência interna (KR20=.94), com
uma estabilidade temporal de .68. Alguns autores, como Turner, McCanna e Beidel
(1987, in Pinto Gouveia, 2000) consideraram que a SAD não possui validade
discriminante, na medida em que não permite distinguir entre sujeitos com fobia
social de sujeitos com outras perturbações ansiosas, apenas distinguindo os sujeitos
com fobia social de sujeitos com fobia simples. Outros autores, como Heimberg,
2. Hope, Rapee e Bruch (1988, in Pinto Gouveia, 2000), apresentam explicações
alternativas para os resultados apresentado por Turner et al., reforçando a utilidade
da SAD na avaliação da ansiedade social, por considerarem esta como o problema
nuclear entre os vários distúrbios de ansiedade.
Procedimentos de cotação:
Cada item é cotado de 1 a 5 (1, 2, 3, 4, 5), excepto os itens 1, 3, 4, 6, 7, 9, 12, 15,
17, 22, 25, 27, 28, que deverão ser cotados inversamente, ou seja, de 5 a 1 (5, 4, 3, 2,
1).
Dados normativos:
Total Masculino Feminino
Média Desvio
padrão
Média Desvio
padrão
Intervalo de
Normalidade
Média Desvio
Padrão
Intervalo de
Normalidade
71.91 14.93 70.55 14.12 56.43-84.67 73.19 15.63 57.56-88.82
Referências bibliográficas:
Pinto Gouveia et al., (1986). Ansiedade Social: Utilização dos questionários de
auto-resposta SAD, FNE e SISST numa população Portuguesa. Psiquiatria Clínica, 7
(1), 43-48.
Pinto Gouveia, J. (2000). Ansiedade Social: da timidez à fobia social. Coimbra:
Quarteto.