O documento descreve um projeto artístico-pedagógico realizado por uma professora em uma escola de tempo integral em 2019. O projeto envolveu a contação da história "Tom-Tim-Tó" e a produção de um espetáculo teatral com alunos do 5o ano. A abordagem metodológica foi qualitativa e baseada na arte-educação e na artografia. O projeto promoveu o protagonismo dos alunos e colaboração comunitária.
Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil - CelliJ
1. O PROJETO DIDÁTICO TIA
CECÍLIA CONTA E O ESPETÁCULO
TOM-TIM-TÓ SOB O OLHAR DA
A/R/TOGRAFIA
GT – Contação de histórias, teatro e dramaturgia: a leitura
literária em outros contextos
Comunicação oral
Maria Cecília Silva de Amorim- mestranda PPGAC/UFG
Orientação: Profª Drª Valéria Maria Chaves de Figueiredo
Luziânia, GO.
28 de outubro de 2020.
2. Pontos de partida
• Contido na pesquisa de mestrado em andamento intitulada “A
contação de histórias na cena: contar, encenar e (re) significar como
proposição arte/educativa no chão da escola” configurando como
uma experiência fundamental para a constituição do processo artista-
professora-pesquisadora instituído como trajetória acadêmica.
• Memória de uma experiência com a contação e o teatro em uma
escola de tempo integral em 2019.
• A contação do conto clássico alemão recolhido pelos Irmãos Grimm
“Rumpelstilzchen” e publicado pela coleção pedagógica do Baú do
Professor com o título Tom-tim-tó.
• Abordagem metodológica qualitativa - Pesquisa Educacional Baseada
em Arte – PEBA e artografia.
3. Olhar da artografia:
perguntas, metáforas, experiências,
visualidade de conceitos
• Como dialogar, por meio da pesquisa, entre o fazer artístico
(artista), a compreensão (pesquisador) e a produção do
conhecimento docente (professor)? Na a/r/tografia, saber, fazer e
realizar se fundem e se dispersam, criando uma linguagem mestiça,
híbrida. (...) Os a/r/tógrafos estão vivendo seu trabalho, estão
representando sua compreensão e estão executando suas práticas
pedagógicas e, enquanto integram teoria, prática e criação através de
suas experiências estéticas, “produzem sentido” no lugar de fatos e
dados. (OLIVEIRA e CHARRÉU, 2016, p. 376)
5. Olhar da artografia
• Uma professora contadora de histórias que, por teimosia, conta e
canta. Os laudos médicos há 7 anos e anualmente trazem o
diagnóstico de que existem três lesões em minha prega vocal direita.
Por isso, uma caixinha de som me acompanha sempre, em todas as
aulas. É um corpo/voz que adoeceu pelo excessivo uso. Não havia
lugar para mim. Mas, a biblioteca me acolheu e devagar me colocou
sopro de vida novamente. É a anima – alma- porque contadores de
histórias são aqueles que dão vida às palavras
6. Olhar da artografia
• Conto clássico Tom-Tim-Tó.
• Estratégias:
• Simples narrativa, leitura,
storyboard, ensaios,
produção de espetáculo
com alunos de 4 turmas de
5º ano.
7. Olhar da artografia
• Destaques:
• Apoio e
protagonismo dos
alunos e alunas;
• Colaboração de uma
mãe voluntária para
confecção de
figurinos e cenário;
9. Olhar da artografia
Na dramaturgia, o planejado dá lugar para a atuação
que pode fornecer outras características para a cena. A
forma da palavra comunga da força da gestualidade. A
linguagem teatral alcança as crianças e faz com que se
reconheçam capazes de atuar. Por isso, o texto não
seria o mais importante e a contação de histórias precisa
se abrir, evocar outras linguagens da arte.
10. Considerações
• A apreciação presencial do espetáculo permitiu que toda a
escola pudesse ter acesso ao trabalho artístico
carinhosamente preparado pelos alunos do 5º ano
juntamente com a professora regente e uma voluntária. O
registro no YouTube https://youtu.be/QOpOUCdfm24
(vídeo amador) possibilitou que os alunos pudessem ainda
apreciar o espetáculo na rede, mostrando que isso não é um
privilégio a artistas, mas é um registro importante para a
memória da própria escola.
11. Considerações
Por meio da artografia, é possível refletir considerando o
entrelugar professora-artista-pesquisadora, e perceber que o
papel do professor se amplia em atividades de criação artística
participativa/colaborativa, uma vez que orienta o processo de
leitura, transposição do texto para a narrativa e organiza os
ensaios, atuando como dramaturgo/encenador.
O trabalho com a leitura e a contação de histórias funciona como
fio condutor de atividades outras no campo da arte-educação os
quais, como o Tom-Tim-Tó, projetam o processo de
aprendizagem potencializando habilidades e fomentando a
prática artística na escola inclusive pela internet.
12. Referências
• BOLSANELLO, Débora Pereira. A educação somática e os conceitos de
descondicionamento gestual, autenticidade somática e tecnologia interna.
Disponível em
https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-
8042.2011v23n36p309. Acesso em 13 out. 2019.
• BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. 8. ed. São
Paulo: Vozes, 2012.
• FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 21.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
• GRIMM, Jacob, GRIMM Wilhelm. Tom-Tim-Tó. GARCIA, Walkíria, GARCIA Osório
(adaptação) Baú do Professor: Histórias e oficinas pedagógicas – 7 e 8 anos. v. 2.
São Paulo: FAPI, 2005.