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O que é Literatura?
É a arte de compor escritos artísticos; o exercício
da eloqüência e da poesia; conjunto de produções
literárias de um país ou de uma época; carreira das
letras. Literatura é simplesmente a arte das
palavras. Como diz Carlos Drummond de
Andrade em um de seus poemas:
      “Penetra surdamente no reino das palavras.
      Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”

A Literatura enquanto arte exige do escritor, técnicas,
conhecimentos, sensibilidade e paciência.
Literatura e Comunicação

A literatura assim como a língua que ela utiliza, é
um instrumento de comunicação e de interação
social e, por isso, cumpre também o papel social
de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma
comunidade.
Ela não é presa a língua que utiliza, apesar de estar
vinculada a ela, chegando às vezes a subverter
algumas de suas regras e o sentido comum de suas
palavras.
Literatura e Plurissignificação
    “Literatura é uma linguagem carregada de significado.”
Observe os sentidos que envolvem a palavra flor nestes versos de
                          Drummond:
                 A flor e a náusea                             Os versos de Drummond, se
                                                               lidos em seu sentido puramente
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.        denotativo, seriam ilógicos e
Uma flor ainda desbotada                                       perderiam muito de seu
ilude a polícia, rompe o asfalto.                              significado.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
                                                               A palavra flor é empregada
                                                               conotativamente, se seu sentido
Sua cor não se percebe.                                        fosse puramente denotativo seu
Suas pétalas não se abrem.                                     sentido seria ilógico e perderia
Seu nome não está nos livros.                                  o seu sentido.
É feia. Mas é realmente uma flor.
                                                               Retratando o período de 1945,
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da          de ditadura militar, a flor pode
                                               tarde           ter um sentido político,
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.                 revolucionário ou corresponde a
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.              uma metáfora da própria poesia,
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em
                                               pânico.         o que demonstra uma
É Feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o   linguagem plurissignificativa.
                                               ódio.
Literatura e sociedade
A literatura está vinculada à sociedade em que
se origina.
O artista recria ou transcria a realidade, dando
origem a uma supra-realidade, ou a uma
realidade ficcional.
A obra literária é resultado das relações
dinâmicas entre escritor, público e sociedade.
Por vezes, a literatura assume formas de
denúncia social, crítica à realidade que a cerca.
Literatura e Imaginação
    Como transcrição da realidade a literatura não tem que estar presa a ela, assim tanto
    o leitor quanto o escritor podem fazer uso da imaginação para recriar a realidade
    escrita e a criada pelo leitor.
    Atualmente a leitura do texto literário não é considerada passiva, o leitor tem sido
    visto como participante porque usa a imaginação para recriá-lo, como já havia sido
    considerado na poesia de Fernando Pessoa:

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que Finge que é dor
A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve ,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm

E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão
Este comboio de corda
Que se chama coração
Literatura e Prazer
Para os gregos a arte tem como princípio uma função hedonística,
isto é, causar prazer, retratando o belo, este belo deveria
assemelhar-se à verdade ou a natureza.
Modernamente, esses conceitos desapareceram, mas a arte ainda
cumpre o papel de proporcionar prazer.
O prazer é ocasionado pelo jogo de palavras, ritmos, sons e
imagens, conduzindo o leitor a mundos imaginários.
A repetição de sons /r/, /p/ e /b/ e as imagens destes versos do
“Soneto de Separação”, de Vinícius de Morais, nos faz perceber
como esses efeitos causam prazer à nossa sensibilidade:
    De repente do riso fez-se o pranto
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O que é literatura?

  • 1. O que é Literatura? É a arte de compor escritos artísticos; o exercício da eloqüência e da poesia; conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; carreira das letras. Literatura é simplesmente a arte das palavras. Como diz Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas: “Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos.” A Literatura enquanto arte exige do escritor, técnicas, conhecimentos, sensibilidade e paciência.
  • 2. Literatura e Comunicação A literatura assim como a língua que ela utiliza, é um instrumento de comunicação e de interação social e, por isso, cumpre também o papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. Ela não é presa a língua que utiliza, apesar de estar vinculada a ela, chegando às vezes a subverter algumas de suas regras e o sentido comum de suas palavras.
  • 3. Literatura e Plurissignificação “Literatura é uma linguagem carregada de significado.” Observe os sentidos que envolvem a palavra flor nestes versos de Drummond: A flor e a náusea Os versos de Drummond, se lidos em seu sentido puramente Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. denotativo, seriam ilógicos e Uma flor ainda desbotada perderiam muito de seu ilude a polícia, rompe o asfalto. significado. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. A palavra flor é empregada conotativamente, se seu sentido Sua cor não se percebe. fosse puramente denotativo seu Suas pétalas não se abrem. sentido seria ilógico e perderia Seu nome não está nos livros. o seu sentido. É feia. Mas é realmente uma flor. Retratando o período de 1945, Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da de ditadura militar, a flor pode tarde ter um sentido político, e lentamente passo a mão nessa forma insegura. revolucionário ou corresponde a Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se. uma metáfora da própria poesia, Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. o que demonstra uma É Feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o linguagem plurissignificativa. ódio.
  • 4. Literatura e sociedade A literatura está vinculada à sociedade em que se origina. O artista recria ou transcria a realidade, dando origem a uma supra-realidade, ou a uma realidade ficcional. A obra literária é resultado das relações dinâmicas entre escritor, público e sociedade. Por vezes, a literatura assume formas de denúncia social, crítica à realidade que a cerca.
  • 5. Literatura e Imaginação Como transcrição da realidade a literatura não tem que estar presa a ela, assim tanto o leitor quanto o escritor podem fazer uso da imaginação para recriar a realidade escrita e a criada pelo leitor. Atualmente a leitura do texto literário não é considerada passiva, o leitor tem sido visto como participante porque usa a imaginação para recriá-lo, como já havia sido considerado na poesia de Fernando Pessoa: O poeta é um fingidor Finge tão completamente Que Finge que é dor A dor que deveras sente E os que lêem o que escreve , Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só as que eles não têm E assim nas calhas de roda Gira a entreter a razão Este comboio de corda Que se chama coração
  • 6. Literatura e Prazer Para os gregos a arte tem como princípio uma função hedonística, isto é, causar prazer, retratando o belo, este belo deveria assemelhar-se à verdade ou a natureza. Modernamente, esses conceitos desapareceram, mas a arte ainda cumpre o papel de proporcionar prazer. O prazer é ocasionado pelo jogo de palavras, ritmos, sons e imagens, conduzindo o leitor a mundos imaginários. A repetição de sons /r/, /p/ e /b/ e as imagens destes versos do “Soneto de Separação”, de Vinícius de Morais, nos faz perceber como esses efeitos causam prazer à nossa sensibilidade: De repente do riso fez-se o pranto Silenciosamente e branco como a bruma E das boca unidas fez-se a espuma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto.