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Marcello Silva e Santos




ANÁLISE MACROERGONÔMICA DA ATIVIDADE
    DE COORDENAÇÃO DE CURSO DE
    ESPECIALIZAÇÃO FORA DE SEDE




          Universidade Federal do Rio de Janeiro
                    COPPE/CESERG
          Curso de Especialização em Ergonomia
31 de maIo de 2011




                     2
ANÁLISE MACROERGONÔMICA DA ATIVIDADE
           DE COORDENAÇÃO DE CURSO DE
           ESPECIALIZAÇÃO FORA DE SEDE




                         Marcello Silva e Santos




TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA
COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE ESPECIALIZAÇÃO
SUPERIOR EM ERGONOMIA.




Aprovado por:


                              _____________________________________




                              _____________________________________




                     RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
                          31 de maIo de 2011



                                                                  3
Resumo do trabalho de conclusão de curso, apresentado à COPPE/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Ergonomia
(Esp.)



 ANÁLISE MACROERGONÔMICA DA ATIVIDADE
           DE COORDENAÇÃO DE CURSO DE
            ESPECIALIZAÇÃO FORA DE SEDE


                                 Marcello Silva e Santos


                                    MaIo/ 2011


       Orientador: Prof. Mario Cesar Rodriguez Vidal

       Programa: Engenharia de Produção


       Este trabalho descreve a Análise Macroergonômica realizada em um processo

de coordenação de curso de especialização no período entre de agosto de 2009 e

dezembro de 2010, com foco em aspectos organizacionais. O primeiro capítulo trata

da descrição do objeto de estudo e da Metodologia adotada. O segundo capítulo

descreve a Análise Global do processo em seu contexto, com problemas de

transposição logística e administrativa e as eventuais correções de rota. O terceiro

capítulo revela a área de foco que foi escolhida, a questão logística, com o

detalhamento das tarefas prescritas, e é concluído com um Diagnóstico Preliminar. O

quarto capítulo narra as observações sistemáticas das atividades reais, a coleta de

dados mensuráveis e o Diagnóstico Final. O quinto capítulo revela as recomendações

e ações necessárias para viabilização do processo como um todo. O Sexto capítulo

explica como se deu o processo de Restituição e Validação durante o

desenvolvimento do estudo enquanto o sétimo capítulo conclui este trabalho.




                                                                                  4
Abstract of Monograph presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Ergonomics Specialist



  MACROERGONOMIC ANALYSIS OF THE CORDINATION ACTIVITY IN AN OFF
                        BASE SPECIALIZATION PROGRAM




                                 Marcello Silva e Santos
                                         May/2009



       Advisor: Mario Cesar Rodriguez Vidal


       Department: Industrial Engineering


       This paper describes the Macroergonomic Analysis carried out in the course of

a specialization training program during the period between August 2009 and August

2010, with primary focus on organizational aspects. The first chapter describes the

object of the study and the Methodology applied. The second chapter describes the

Global Analysis in its context, presenting the challenging aspects, necessary

adjustments and lessons learned. The third chapter reveals the chosen focus area,

logistics and infrastructure, then concludes with a Preliminary Diagnosis. The fourth

chapter portrays the systematic observations of the real activities, the gathering of the

measurable    data   and   the   Final   Diagnosis.   The   fifth   chapter   reveals   the

recommendations and a feasibility study to make the entire process viable. The sixth

chapter explains how the process of Restitution and Validation happened throughout

the development of the study. The seventh chapter concludes the monograph.




                                                                                         5
SUMÁRIO


...............................................................................................................8


ANÁLISE DA DEMANDA .............................................................................................11


FOCALIZAÇÃO E PRÉ-DIAGNÓSTICO ......................................................................24


ANÁLISE SISTEMÁTICA, MODELO OPERANTE E DIAGNÓSTICO..........................48


RECOMENDAÇÕES                                                                              ..........................................67


RESTITUIÇÃO E VALIDAÇÃO.....................................................................................86


CONCLUSÃO............................................................................................................... 88


BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 90




                                                                                                                                     6
INTRODUÇÃO



       1.1.   O Objeto

       Esta dissertação tem como objetivo apresentar a Análise Macroergonômica do

processo de coordenação de um curso superior de especialização situado na cidade

de Vitória, ES. A dissertação foi desenvolvida como parte de requisitos para a

conclusão do curso de Especialização Superior em Ergonomia (CESERG) junto à

COPPE/UFRJ.



       Este estudo teve como objetivo analisar problemas de natureza ergonômica,

visando à elaboração de propostas para melhoria das condições de trabalho, com foco

na redução do esforço físico, na melhoria do desempenho, da segurança, da saúde e

do conforto dos operadores da área em questão.



          1. Genealogia dos Eventos



       O curso ocorreu nas instalações de um Hotel na cidade. Isso enseja uma breve

genealogia dos fatos. O processo de criação do curso em Vitória iniciou-se através do

contato entre o Laboratório GENTE, que objetivava a expansão do conhecimento em

Ergonomia e a Universidade de Vila Velha – UVV, interessada na parceria por

reconhecer a alta demanda por formação na disciplina naquele estado. Depois de

definidos os termos da parceria, foi então assinado um contrato de parceria. Em

seguida, foi realizado um processo seletivo, com a presença de dois professores do

CESERG.

       Entretanto, após alguns meses verificou-se que não haveria quorum mínimo,

estabelecido em 36 alunos, para realização da turma. Como já havia sido estabelecido

um planejamento de aulas, algumas matrículas de alunos efetuadas e até pagamentos

realizados, o Laboratório decidiu assumir a realização do curso diretamente. Isso foi


                                                                                   7
feito principalmente para preservação da imagem da instituição, já que tal decisão

fazia emergir alguns obstáculos:



            •   Logística – Fora da base (Rio de Janeiro) não é possível contar com o

                suporte de secretaria para o planejamento de viagens de professores,

                compra de passagens, reservas de hotel e etc. Toda atividades

                administrativas, escolar e de ensino ficam mais complexa, já que

                muitas atividades dependem de um contato maior com os estudantes,

                ou necessitam ocorrer simultaneamente às aulas, o que não é

                possível ocorrer remotamente.

            •   Viabilidade Econômico-Financeira – Ainda que não haja interesse na

                obtenção de lucros, o Laboratório GENTE não recebe verbas de

                outras fontes, dependendo dos recursos obtidos para manutenção de

                suas atividades. Um curso fora de sede envolve custos que ameaçam

                esse equilíbrio.

            •   Adequação ao Plano Metodológico – O CESERG é extremamente

                zeloso de seu plano de ensino. A Atividade fora de sede apresenta

                desafios para docentes e discentes, principalmente em suas

                interações de orientação acadêmica.



       O curso de especialização fora de sede do CESERG foi enfim aprovado pelo

Conselho de Ensino para Graduados da Universidade Federal do Rio de Janeiro-

CEPG/UFRJ- pelo processo # 23079.007039/00-78 em 29/03/2000 e posteriormente

registrado no sistema Integrado de Gerenciamento acadêmico – SIGA/UFRJ com o

número 3603610200.

       O compromisso da instituição com os preceitos acadêmicos, padrão de ensino

e coerência metodológica determinou uma necessidade de monitoramento e controle




                                                                                   8
nunca antes empenhada em turmas anteriores. O coordenador geral dividiu a

coordenação técnica do processo com outros dois professores, um local e outro

designado como coordenador executivo, estabelecendo uma ponte entre a estrutura

central no Rio de Janeiro e a administração dos procedimentos em Vitória. Ao longo

dessa monografia isolaremos alguns pontos de registro e oportunidades de melhoria

para a realização de turmas futuras.



       1.2.   Metodologia e Fundamentação Teórica



       Esta Análise Macroergonômica foi desenvolvida de acordo com parâmetros da

NR-17, em consonância com a metodologia proposta pelo do Curso de Especialização

Superior em Ergonomia da COPPE/UFRJ (CESERG), constituída das seguintes fases:



                Análise da Demanda

   •          Demanda Inicial

   •          Análise Global / Contexto

   •          Focalização e Pré-Diagnóstico

   •          Delimitação do Estudo

   •          Observações Iniciais

   •          Aplicação de Checklist de Avaliação

   •          Análise das Tarefas

   •          Revisão Bibliográfica

   •          Pré-Diagnóstico

   •          Observações sistemáticas da Atividade;

   •          Coleta de dados quantitativos;



                                                                                9
•         Construção de Modelo Operante

   •         Diagnóstico;

   •         Recomendações de Projeto

   •         Validação e Restituição das Propostas

   •          Conclusão



       É importante frisar que a aplicação da metodologia, embora mantenha sua

estrutura principal, é influenciada pelo contexto da análise ergonômica e pelas

limitações que se apresentam ao longo do desenvolvimento do estudo. A Análise

Macroergonômica equivale à Análise Ergonômica do Trabalho em termos de

sequenciamento das atividades, conforme podemos observar na figura seguinte.




                                                                               10
Figura 1: Metodologia AET (GUÉRIN et al., 1991, modificado por VIDAL, 2004)



2. ANÁLISE DA DEMANDA




                                                                                      11
2.1.     Origem da Demanda

       A demanda se originou a partir do início das atividades de coordenação do

curso de especialização fora de sede.               As atividades de coordenação foram

inicialmente definidas para cada um dos três coordenadores. Entretanto, na prática

essas ações aconteciam de forma pouco rígida. O coordenador local, por exemplo,

aos poucos foi ficando restrito às ações logísticas locais.

       As atividades podem ser divididas em a) Escolares; b) Acadêmicas e c)

Administrativas. Podemos descrever resumidamente as atividades prescritas em cada

classe de atividades de acordo com o seguinte:



           a) Escolares – São as atividades relacionadas ao controle e organização

                do curso, como controle e tabulação de freqüência, preparação de lista

                de presença, organização da programação no site, etc.

           b) Acadêmicas – São as atividades relacionadas ao planejamento e

                desenvolvimento    do     ensino,    como   a   elaboração     do   conteúdo

                programático, definição de professores, etc.

           c) Administrativas – São as atividades relacionadas à logística (compra de

                passagens, reserva de hotéis, etc), controle de pagamentos e

                recebimentos, preparação de contratos e recibos, etc.



       O      encaminhamento    inicial   da   demanda        voltou-se   ao   planejamento

administrativo como um todo e respectivos agentes envolvidos, como professores,

coordenadores e secretaria. O Planejamento e programação de um curso de

especialização fora de sede é considerado mais crítico devido a falta de uma base

local. Nesse contexto, a secretaria do curso na base, a coordenação local e a

coordenação executiva foram objeto de análise e elementos de interesse para o

desdobramento da metodologia de pesquisa e investigação.




                                                                                         12
O encaminhamento das ações de coordenação visava não apenas viabilizar o

funcionamento do curso. A Norma ERG BR 1003 proposta pela ABERGO –

Associação Brasileira de Ergonomia visa regular os programas dos cursos de

especialização em ergonomia. O ensino da pós-graduação volta-se para a formação

profissional em ergonomia (também chamada de pós-graduação lato sensu).

      Já o estabelecimento de padrões para a prática profissional deve ser

assegurado por outros meios como é o caso do Sistema de Certificação do

Ergonomista Brasileiro [Norma ERG BR 0000]. A Norma ERG 1003 restringe-se ao

padrão de excelência dos conteúdos de ensino, do processo de acreditação dos

programas educacionais (cursos) e de aspectos relevantes das instituições que os

sustentam.

      Uma vez que o padrão de conteúdos de competência já é objetivo de um outro

texto normativo (Norma ERG BR 1001), este documento refere-se a acreditação dos

programas e de seus aspectos mais relevantes, considerando que esta conjunção,

realizada de forma otimizada, garante que os padrões de profissionalização sejam

alcançados. O Comitê de Acreditação deve considerar:



      • Aspectos pedagógicos – o currículo, o processo educacional e o sistema de

      avaliação de desempenho dos estudantes.

      • Aspectos escolares – os mecanismos de garantia de qualidade do curso e de

      avaliação dos docentes.

      • Facilidades disponíveis – incluindo laboratórios, bibliotecas e acesso

      computacional.




      2.1.1 Requisitos Básicos para a Acreditação de Cursos




                                                                              13
Os requisitos a seguir aplicam-se apenas aos cursos de especialização

presenciais, uma vez que os cursos oferecidos a longa distância estão em apreciação

pelo Ministério da Educação e são assentados sobre outras bases.

        2.1.1.1 Instituição

        A Faculdade, Centro Universitário ou Universidade que forneça o serviço

educacional deve ser credenciada junto ao CFE/MEC. Associações entre Entidades

Educacionais credenciadas e organizações terceiras devem proceder à preparação de

um dossiê de justificativa da referida associação em termos da acreditação aqui

proposta

        2.1.1.2 Faculdade ou Departamento

        O   núcleo    universitário   responsável   pela   formação   deve   apresentar

características, qualificações, produção acadêmica e técnica de relevância. Cada

núcleo universitário participante da formação deve apresentar uma competência

documentada de sua área de ensino, demonstrando assim efetividade no ensino e na

avaliação dos estudantes, bem como atestados de capacidade de produção

acadêmica ou técnica relevantes e coerentes com a filosofia de ensino, no que se

refere às necessidades sociais ou de mercado em Ergonomia em sua área de atuação

e /ou clientela.

        A unidade responsável deve dispor ou congregar um mix de qualificações

suficiente para conduzir com êxito a formação, incluindo uma diversidade de núcleos

de competência e de perícia relevantes à Ergonomia (ver ERG BR 1001) bem como

experiência em diagnóstico, modelagem e projeto. O mais indicado é que a instituição

já disponha de um núcleo de doutoramento que referencie a formação de nível

superior. Uma área de mestrado, para que seja suficiente como referência, deve ser

sustentada por uma expressiva atividade de extensão e consultoria técnica.

        A existência de um perfil de publicações condizentes com o programa

educacional revela uma produtividade acadêmica necessária a uma acreditação

coerente. A participação nos eventos organizados, endossados ou sugeridos pela


                                                                                    14
ABERGO, bem como as publicações nos periódicos é o critério de desempenho a ser

considerado neste ítem. A universidade, centro universitário ou faculdade que abrigar

uma formação em Ergonomia, deve comprovar a existência de:

       •      Publicações cientificas;

       •      Desenvolvimento de sistemas ou aplicações, bem como relatórios de

       consultorias e projetos de extensão registrados e reconhecidos;

       •      Teses de Mestrado e Doutorado em nível satisfatório.



       Neste particular é importante que exista uma massa critica mínima de trabalhos

em Ergonomia, bem como demonstrações de possibilidade de acolhida futura dos

formados. Este ponto pode vir a ser suprido mediante a existência de convênios ou

participação em uma rede de excelência mais ampla.

       2.1.1.3 Corpo Docente

       O corpo docente deve contar, entre seus pares, com pessoas ligadas a

sociedades típicas ou conexas. A ABERGO é a sociedade típica a que uma dada

porcentagem de docentes deve estar associada, admitindo-se sociedades cientificas

conexas como Sociedade Brasileira de Biomecânica, Sociedade Brasileira de

Engenharia de Segurança, Associação Brasileira de Engenharia de Produção,

Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e outras que vierem a ser relacionadas

mediante avaliação de mérito pelo Comitê de Acreditação, ouvido o Conselho

Cientifico da ABERGO.

       A existência de membros do Corpo Docente que integrem comissões de

conselhos profissionais, corpos editoriais e comitês ad hoc se constitui em atributos de

excelência importantes para a acreditação. A existência de Membros do Corpo

Docente com participações, colaborações e missões junto a outros cursos de

Ergonomia e áreas conexas como Engenharia de Segurança, Medicina do Trabalho,

Gestão da Qualidade, Gerenciamento de Riscos, e outras especializações

reconhecidas são igualmente relevantes para a acreditação dos cursos.


                                                                                     15
2.1.1.4 Coordenação Acadêmica

       O Coordenador Acadêmico deve ser associado a ABERGO, além de

apresentar uma titulação de Doutor ou Mestre em Ergonomia e ter sido orientado por

um doutor em Ergonomia. A excelência irá requerer que este seja portador de uma

titulação adequada e senioridade em Ergonomia nos termos da ERG BR 1000.

       No encaminhamento da demanda original identificou-se imediatamente uma

restrição importante. Não é possível isolar-se variáveis para estudo, pois os temas

relevantes para coordenação são interdependentes. Da mesma forma, as atividades

previamente classificadas (escolar, administrativo e acadêmico) têm pontos de

interseção que dificultam atribuir-se objetos e observáveis para encaminhamento do

processo analítico como vistas ao diagnóstico. No capítulo da reconstrução da

demanda essa ressalva é explorada para a redefinição do objeto do estudo.



       2.2.   Construção Social



       De imediato, pudemos perceber uma reação contrária à realização do curso

por parte da equipe da base. A falta de uma equipe de suporte no local do curso

traduzia-se, naturalmente, em acúmulo de atividades para as pessoas da base. Mas o

principal argumento era a perturbação provocada pelas intervenções necessárias à

distância.

       Portanto, similar ao que ocorre em uma análise ergonômica convencional, na

análise macroergonômica é preciso saber dosar a necessidade de obtenção dos

dados com a disposição e disponibilidade das pessoas que nos poderão alimentar

dessas informações.

       No nosso caso, as ferramentas de análise restringiram-se às entrevistas

estruturadas e check lists de acompanhamento de processo. Para auxiliar no processo

de análise, estudamos o modelo de CESERG Turn Key, desenvolvido pelo Laboratório

para implementação de programas de ensino fora da sede.


                                                                                16
O CESERG Turn Key surge como solução para o rápido crescimento da

Ergonomia no Brasil. A ergonomia como atividade profissional se desenvolveu muito

no Brasil, sobretudo após 1997 com a retomada dos cursos de especialização nas

mais importantes universidades brasileiras. Este processo tem, nessa data, uma

importante efeméride que é a eclosão da pandemia de doenças relacionadas ao

trabalho provocando absenteísmo e aposentadorias especiais, em níveis insuportáveis

por todos os segmentos da sociedade             laboral:   governo, empregadores    e

trabalhadores.

       Esse quadro se tornou, em decorrência disso, ainda mais agudo com a

crescente exigibilidade de maior responsabilidade social e sustentabilidade interna em

grande parte das certificações de qualidade e de excelência, assim como em diversos

processos de captação de recursos de investidores diversos tais como a cotação em

bolsas nacionais e estrangeiras e a decorrente necessidade de uma boa classificação

em índices nacionais – como BOVESPA – e internacionais , tal como o Indice Dow

Jones (DJSI), Global Report Initiative (GRI) e outros nessa linha.

       Com a atual crise internacional a palavra de ordem é a de cortar custos,

eliminar supérfluos. Isso atinge em sua grande maioria empresas e corporações que já

experimentaram vários processos de restruturações, realinhamentos com profundas

alterações em suas arquiteturas organizacionais. A ergonomia, em sua versão mais

contemporânea aparece como um encaminhamento que concomitante preserva

capital (humano, de conhecimento e experiência operacional) assim como elimina

custos nem sempre visíveis, os custos de ausência da ergonomia, que atingem cifras

elevadas, mas têm a característica de apresentar pouca visibilidade, dentro o que os

economistas chamam de custos-sombra (shadow costs).

       Desde 2008 o CESERG vem sendo solicitado a se expandir para além de sua

Sede no Rio de Janeiro, UFRJ, COPPE. Logo no início daquele ano a UFRJ

regulamentou a realização de cursos fora de Sede, mediante uma regulamentação

exigente e condizente com suas convicções acadêmicas. O CESERG seguindo estas


                                                                                   17
diretrizes já organiza sua quarta turma fora de Sede em destinos tão diversos como

Vitória, ES e Natal, RN.

       No entanto a demanda é ainda maior do que a capacidade instalada na própria

UFRJ para atender a esta demanda. Considerando o grande numero de Mestres e

doutores já formados em Ergonomia a partir do GENTE COPPE, superior a duas

dezenas      e   espalhados   pelo   Brasil   como   um   todo,   foi-se   paulatinamente

desenvolvendo uma sistemática que, a partir dos egressos e das necessidades locais

fosse possível combinar o crescimento da reputação do CESERG com o imperativo de

multiplicação que a nação requer, necessita e almeja em curto prazo. O resultado

deste processo é o Programa de Transferência de Tecnologia CESERG (CESERG

Turn-Key).



       2.3.      Reconstrução da Demanda e a Demanda Ergonômica



       A reconstrução da demanda vem na esteira do exposto na seção anterior

aliado ao encaminhamento da demanda original e discussões no decorrer do processo

de orientação da monografia. A atuação de profissionais de alto nível em Ergonomia,

por encaminhar conjuntamente uma série de aspectos técnicos humanos e sociais,

acabou se revelando uma excelente opção tanto para os caminhos de melhoria no

processo de ensino, como aparece com um imenso potencial para o desenvolvimento

de novas iniciativas, independentes da base central de formação.



       Tal quadro conclamava os setores acadêmicos e dos setores de conhecimento

aplicado (consultorias) no sentido de capacitar em larga escala os profissionais

necessários para o enfrentamento nacional destas questões. Alguns dos cursos

surgidos após os cursos pioneiros de especialização em ergonomia se mantiveram

num patamar aceitável de desempenho e procura, o que animava a realização de uma

experiência de administração direta por parte do Laboratório GENTE.


                                                                                      18
A reconstrução da demanda foi realizada junto aos coordenadores, que a

validaram em sua configuração final. A Demanda Ergonômica final foi então definida

como a análise dos problemas de natureza macroergonômica na coordenação de

cursos de especialização fora de sede, visando à elaboração de propostas para

melhoria das condições de organização de processos semelhantes, com foco na

redução do esforço organizacional e cognitivo. Isso remeteu à concentração do foco

do estudo na coordenação acadêmica, mais condizente e relevante em relação ao

papel de coordenação.

      O modelo reconstruído pode ser visto de forma esquemática na figura xx.



SITUAÇÃO: ESTRUTURA ATUAL DO CURSO NÃO EQUIVALENTE

PROBLEMA: COMPLEXIDADE DA ATIVIDADE DE COORDENAÇÃO A DISTANCIA

PONTOS RELEVANTES PARA OBSERVAÇÃO : LOGÍSTICA ALOCAÇÃO DE

PROFESSORES, CONTROLE DO PROCESSO ESCOLAR

OPORTUNIDADES DE MELHORIA (PRÉDIAGNÓSTICO): REFORÇO DO APOIO

LOCAL, REDEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AULAS (FORMATAÇÃO DO

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO), MAIOR UTILIZAÇÃO DOS MEIOS REMOTOS

(PRESTIGIAR O USO DO TELEDUC)




                                                                                19
FOCALIZAÇÃO E PRÉ-DIAGNÓSTICO



     2.4. Delimitação da Área de Estudo



       O foco do estudo determinado foi a atividade de coordenação acadêmica,

ainda que a interdependência desta atividade com outras impossibilite uma clara

separação enquanto variável independente. Em função disso, chamaremos essa

atividade de atividade principal do estudo macroergonômico.

       As características remotas, equivalentes às encontradas em um curso de EAD,

determinaram a necessidade de uma investigação acerca dos fenômenos que

gravitam em torno daquela modalidade de ensino. Em especial, destacamos que a

Educação a Distância (EAD) é considerada, segundo o decreto Decreto-Lei n° 2.494,

de 10/2/1998 como, “uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a

mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados (...)”. A análise

bibliográfica resultou em XXX aspectos relevantes (BELLONI, 2001; KENSKI, 2003):

       a)        Perfil do professor – O professor de EAD deve saber se comunicar

                 bem utilizando os meios de comunicação selecionados, agir como

                 um facilitador de aprendizagem, ser um orientador acadêmico e

                 dinamizador da interação coletiva.

       b)        Ampliação da Importância das apresentações – O Diferencial

                 didático-pedagógico ressalta a capacidade de transmissão do

                 conhecimento a partir dos materiais de apresentação. O professor

                 necessita dedicar-se mais tempo na preparação e concepção das

                 aulas, tendo que ser mais cuidadoso na forma de apresentar o curso

                 e as diferentes disciplinas.

       c)        Estudo independente ou em grupos – Os trabalhos em grupo

                 auxiliam na dimensão social, fazendo com que o processo de

                 aprendizagem seja enriquecido. Como os alunos são de meios muito


                                                                                   20
diversos e diferentes geralmente opta-se por adotar estruturas

                 curriculares flexíveis, a partir de módulos e créditos.

       d)        Senso de responsabilidade e profissionalismo O aluno é obrigado a

                 estudar     por   sua   iniciativa,   desenvolvendo       habilidades   de

                 independência e de trabalho.



       Pela leitura das características acima verificamos existir uma correspondência

entre o ensino fora de sede e os processos de EAD. Naturalmente, não se pode

pensar no ensino e aprendizagem da ergonomia como um processo possível de ser

resolvido sem a existência de um contexto real, impossível de ser criado remotamente,

ainda que com uso de simulações. Portanto, prescreve-se como ideal a possibilidade

de parte do conteúdo didático-pedagógico disponibilizado em um ambiente de rede. O

CESERG já dispõe há 5 anos de uma ferramenta on line para disponibilização de

conteúdos e troca de informações entre alunos e professores. O “TELEDUC” foi criado

também como ferramenta de gestão acadêmica, mas é como recurso didático-

pedagógico que ela se mostra mais interessante do ponto de vista da aprendizagem e

ensino remoto. (Figura XX)




                                                                                         21
Devido a sua importância no processo, a adequação do TELEDUC a essa nova

realidade de ensino fora de base desde o início configurou-se em uma preocupação

da coordenação. Foi criado um ambiente próprio para o CESERG Vitória, estratégia já

utilizada em outros eventos, mas a primeira vez que isso acontecia para um curso de

especialização. Durante o decorrer dos encontros da turma em Vitória, pudemos

perceber certa dificuldade de adaptação dos diferentes envolvidos à ferramenta. Os

alunos evitavam utilizar o ambiente de rede, preferindo os contatos pessoais e por

telefone. Os professores demoravam a lançar os conteúdos no TELEDUC e os

coordenadores nem sempre monitoravam o sistema com a freqüência desejada.

       As razões da pouca efetividade do sistema só foram sendo solucionadas a

partir de 6 meses transcorridos do curso. Entretanto, permanecia a sensação que

havia margem para melhoria no processo, seja por intervenção na ferramenta ou na

sua divulgação e utilização. Isso será objeto de detalhamento quando da discussão

das recomendações.

       Outro aspecto relevante na construção do modelo operante e tratamento da

demanda foi a deficiência da coordenação local. Na verdade, uma análise sem

confirmação científica, apenas calcada em impressões sobre os eventos observados,

leva-nos a identificar possíveis razões que apontem para outras direções os motivos

da deficiência da coordenação local.

       A coordenação geral do curso tem características de centralização. Isso não

ocorre somente por estilo de gestão, pelo contrário. A responsabilidade direta da

coordenação geral perante à instituição maior (COPPE/UFRJ) tem implicações de

ordem múltipla. No plano funcional, o laboratório GENTE, que organiza o curso, deve

respeito ao estatuto da instituição e precisa seguir rigidamente os preceitos impostos

pela natureza da mesma, um dos maiores centros de excelência das Américas.

       Em relação às implicações legais, o coordenador responde diretamente pelas

ocorrências – positivas ou negativas – e pelos resultados dos programas

desenvolvidos em nome da instituição maior. Isso pode trazer conseqüências


                                                                                   22
desagradáveis em casos de inadequações tanto no plano escolar como administrativo

e acadêmico. Naturalmente, do ponto de vista da natureza do serviço prestado –

educação – o aspecto acadêmico acaba sendo o principal indicador de interesse.



3. ANÁLISE SISTEMÁTICA, MODELO OPERANTE E DIAGNÓSTICO.



     3.1. Observações sistemáticas da Atividade – dados coletados para a

         construção da Modelagem Operante.

       As variáveis observáveis foram divididas de acordo com a estrutura funcional

do curso e divididas pelas seguintes macro-áreas:

   a) Escolar – Área responsável pela tabulação dos dados quantitativos do curso,

       sobretudo aqueles relacionados a freqüência dos alunos, índices de faltas,

       notas, etc.

   b) Administrativa – Área que cuida dos aspectos comerciais e financeiros do

       curso,   como controle dos recebimentos,          geração de pagamentos a

       professores, emissão de boletos e recibos, etc.

   c) Acadêmico – Área que corresponde ao plano qualitativo de avaliação, controle

       e diligenciamento do curso. É no plano acadêmico que se desenvolvem as

       atividades dos coordenadores sendo esta, portanto, a área foco desse estudo.



     3.2. Diagnóstico

       A investigação quantitativa comprovou a avaliação preliminar do Pré-

Diagnóstico. Os principais problemas identificados (e confiirmqdos em relação ao

pré diagnistico) foram:



Avaliação Docente e de Coordenação

Desajustes na logística




                                                                                 23
Falta de experiência de parte do colegiado

Coordenação Local nem sempre disponível



Avaliação Discente

Falta de Continuidade

Falta de apoio de secretaria

Demora de resposta

Conflito na comunicação

Coordenação Local nem sempre disponível

Material didático nem sempre prontamente disponibilizado



Avaliação Docente e de Coordenação

Localização privilegiada

Conteúdos foram cobertos adequadamente

Estrutura local eficaz e conveniente



Avaliação Discente

Módulo de Projeto funcionou de forma interessante

Qualidade do corpo docente

Aprendizado prático

Material didático interessante



       ENQUADRAMENTO NORMATIVO - (ENCAIXAR ALGO DA NR 17)

     3.3. Modelo Operante

       Na análise macroergonômica o modelo operante adquire a configuração de

uma estrutura funcional. Nesse sentido, podemos visualizar o modelo conforme a

figura XX a seguir:



            ADM                                                  ESCOLAR
                                                                        24
ACAD




       Resumidamente, a atividade de coordenação acadêmica pressupõe as

seguintes etapas principais: colegiado, ponte logística, plano de ensino, plano de aula

(se coordenador ministrar), conversão de pdf, aprovação do material didático

pedagógico, alimentar listagem bibliográfica, editorial da folha Com o desdobramento

da função “Coordenação Acadêmica”, obtemos o modelo seguinte (Figura xx).


                                    TELEDUC
                                                                   FOLHA



       ACADÊMICO                          PROGRAMAÇÃO


                                                                   SLIDES, NUMERO
                             PDF


       FPD                                                               MATERIAIS
                                          LISTA DE PRESENÇA              COMPLEMENTARES




4. RECOMENDAÇÕES DE PROJETO



       Este trabalho teve um caráter dinâmico que não necessariamente seguiu a

ordem cronológica da metodologia proposta ou mesmo de uma AET regular. Antes

mesmo de se chegara um Diagnóstico formal, foram sendo implementadas ações

recomendadas para a melhoria do processo de coordenação. O termo “de projeto”


                                                                                    25
atrelado às recomendações estabelece o sentido de temporariedade, unicidade e

objetividade inerente a uma ação equivalente ao processo estudado.



       Podemos dividir as recomendações em duas categorias principais conforme a

ordem de seu detalhamento posterior: a) Recomendações para projetos similares

(EAD) e b) recomendações transferíveis para o próprio curso. Dentre as

recomendações na primeira categoria, percebemos ser a administração logística o

entrave principal. No caso de recomendações transferíveis, temos a estrutura do

módulo de projeto, que gerou recomendações materializáveis de artefatos, dispositivos

e reformulações de arranjo físico. Também nesse mesmo sentido, estabeleceu-se um

novo programa metodológico baseado em módulos, condizente com o caráter

pragmático que uma gestão de ensino a distância recomenda.



           a) Recomendações para projetos similares (EAD)



       Algumas recomendações são compatíveis com processos de ensino

equivalentes, com características de EAD. Na modalidade proposta do “CESERG

Turnkey”, apresentado no capítulo XX , há de se ressaltar a importância da

apresentação da missão do CESERG enquanto “instituição” que realiza e pratica a

ergonomia no país: “CESERG que é: “dotar as organizações que operam no Brasil de

profissionais qualificados e competentes para tratar adequadamente dos graves

problemas sócio-técnicos de que padecem a quase totalidade destas organizações,

empreendimentos e atividades econômicas.”

        Nesse sentido, devemos dotar os cursos não presenciais ou semi-presenciais

de mecanismos auto-sustentáveis de qualificação e aprimoramento contínuo. A quebra

de credibilidade é o maior responsável pela falta de continuidade e rejeição dos cursos

fora de sede – ou de qualquer curso, verdade seja dita.




                                                                                    26
Ficou evidente também que a questão logística depende de um rigoroso

planejamento, a ponto de ser responsável pelo sucesso ou fracasso financeiro de

cursos fora de sede, principalmente se todas as variáveis não forem analisadas. Por

exemplo, um curso em uma região de pouca infra-estrutura pode ter seu índice de

viabilidade econômico-financeira bem maior que outro em outra região por motivos

diversos. No nosso caso, a cidade de Vitória e o bairro escolhido, fazia com que os

custos fossem compatíveis com o planejamento inicial, o que não ocorreria em uma

cidade do noroeste de São Paulo, por exemplo, com poucos vôos e empresas aéreas

disponíveis, hotéis, etc.

       Outro aspecto a ser planejado com cuidado é relacionado à alocação de

professores. O ideal é que seja possível a utilização de professores locais, com no

máximo um professor externo para cada encontro. Os custos de coffee break, espaço

de aulas, locação de equipamentos e afins também podem se converter em drenos de

recursos importantes, já que dependendo das instalações utilizadas os recursos têm

que ser contratados com o próprio local do evento, como foi o caso do hotel em Vitória

em que o curso aconteceu.



           b) Recomendações transferíveis para o próprio curso.



       Do ponto de vista do desenvolvimento do conteúdo programático, a

apresentação,    condução   e   apresentação   dos   resultados   materializados   dos

“conteúdos de projeto” foi talvez a que trouxe maior e mais positiva surpresa em

relação aos cursos anteriores, dentro ou fora de sede. Para começar os chamados

“conteúdos de projeto” foram redefinidos, redimensionados e finalmente rebatizado

para “PROJENTE”, ou módulo de Projetos em Ergonomia. Isso objetivou dar ao

CESERG um reforço de sua dimensão prática, sobretudo ao que tange a Ergonomia

de Concepção.




                                                                                   27
A Ergonomia de Concepção é a vertente da ergonomia que mais cresce, até

porque é a que tem maior campo para expansão. Ao contrário das dimensões de

correção e de conscientização, mais alinhadas ao plano físico e           (bem menos)

cognitivo,   a Ergonomia de Concepção ocupa-se exatamente da antecipação dos

problemas que irão se refletir em impactos físicos, cognitivos e até organizacionais.

        Vale a pena citar a definição geral de Ergonomia apresentada pela ABERGO

(Associação Brasileira de Ergonomia): “Entende-se por Ergonomia o estudo das

interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando

intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada a

segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas”. Como

podemos perceber, reconhece-se a importância da integração da ação projetual com o

bem estar dos indivíduos no trabalho.

        Ao deparar-se com as possibilidades ofertadas pelo conhecimento da ação

projetual, os alunos vislumbraram novos encaminhamentos em relação aos seus

respectivos trabalhos de curso. De fato, na apresentação final dos grupos cada equipe

apresentou resultados materializados de suas recomendações. Mesmo nos casos que

as ações não resultaram exatamente em um protótipo, ao serem instigados cada

grupo   buscou    uma     representação   imagética   para   definir   seus   respectivos

encaminhamentos e as soluções subseqüentes oriundas da ação projetual. Assim,

alguns grupos limitaram-se a redefinir um arranjo produtivo (layout) enquanto um outro

tratou da reformulação de todo um sistema de trabalho decorrente de uma demanda

inicial decorrente de indicadores de natureza física. Os resultados desses trabalhos,

mais    especificamente     das   modelagens     e    maquetagens      decorrentes      do

encaminhamento das ações da demanda na empresa, estão apresentadas nas figuras

a seguir.




                                                                                        28
Outro interessante subproduto resultante das atividades relacionadas ao

processo de coordenação de curso fora de sede foi justamente a construção

compartilhada de um novo modelo de organização dos conteúdos do CESERG em

módulos. Esse novo formato, depois de discutido em colegiado, foi apropriado para a

condição de gestão da coordenação de curso local (na sede). Em outras palavras,

tivemos uma recomendação utilizada na prática para uma solução geral e não apenas

particular. Isso nos permite estabelecer a constatação que este trabalho foi concluído

a contento com resultados acima dos esperados, melhorando a eficiência da atividade

em questão e reduzindo a exigência cognitiva (estresse) do trabalho do coordenador,

assim como a carga organizacional presente no conjunto do processo estudado.


                                                                                   29
Afinal, a demanda por profissionais de Ergonomia no Brasil é muito maior do

que a capacidade instalada existente no Brasil para atendê-la. Isto tem propiciado o

surgimento de cursos de aperfeiçoamento e de especialização de diversos tipos e

níveis de qualidade. Em consonância com a história do CESERG, somente

experiências de alto nível de qualidade interessam, razão pela qual nem sempre irá

ocorrer a realização de turmas fora de sede em seqüência (ano após ano).

       As recomendações aqui detalhadas para IES distantes da cidade do Rio de

Janeiro, que reúnam as condições básicas para a Habilitação e manifestem o

entusiasmo em reunir-se a uma comunidade de profissional de alto gabarito, podem

suprir, neste caso, as necessidades de um mercado onde o CESERG por razões

diversas não esteja em condição de atender.



       5.     RESTITUIÇÃO E VALIDAÇÃO.



       Ao longo do desenvolvimento do trabalho foram realizadas diversas reuniões

de coordenação e de “colegiado” local para acompanhamento e discussões a respeito

das recomendações propostas. Vale salientar que a implementação de algumas das

modificações não obedeceu exatamente à ordem cronológica da metodologia de

análise macroergonômica, sendo implementadas na medida em que iam sendo

identificados os problemas e suas soluções. A velocidade da implementação das

possíveis intervenções foi conseqüentemente alta, fruto do engajamento direto dos

responsáveis pela coordenação e de sua atuação na linha de frente do processo.

       O resultado mais importante, conforme mencionado, foi a adequação da

estrutura macrogerencial do CESERG como um todo. Ainda que o conteúdo

programático não tenha sido profundamente modificado, a estruturação por módulos

mostrou-se bem mais eficaz para o controle e gestão do curso, independente da

modalidade do mesmo (local ou fora de sede, presencial ou não presencial, etc.).




                                                                                   30
O modelo adotado pode ser observado nas figuras seguintes. A figura XX

mostra a XXXXXXXXXXXXXXXX enquanto que a figura XX               faz as delimitações

metodológicas necessárias.




       6.     CONCLUSÃO

       A demanda por profissionais de Ergonomia no Brasil é muito maior do que a

capacidade instalada existente no Brasil para atendê-la. Isto tem propiciado o

surgimento de cursos de aperfeiçoamento e de especialização de diversos tipos e

níveis de qualidade. A boa ergonomia, quando é aprendida, responde as expectativas

dos que investem seu tempo e recursos neste propósito e da própria sociedade que irá

receber os resultados deste processo. Entretanto, se não houver competência e

comprometimento com esta lógica, o retorno de um processo mal conduzido é

potencialmente devastador tanto para o indivíduo como para coletividade.

       O curso de Especialização Superior em Ergonomia em Vitória (ES) , pós-

graduação Lato Sensu, foi resultado do empenho da coordenação do Laboratório

GENTE que organiza o CESERG Rio, em Parceria com a COPPE/UFRJ – centro de

excelência mundial de engenharia – e da Fundação Coppetec, que fornece apoio de

gestão ao processo. O curso visou formar especialistas em Ergonomia fornecendo

uma visão científica ampla e aprofundada acoplada a uma base metodológica e

prática, sendo realizado de acordo com as normas fixadas pelos Art. 66 e Art.44,

inciso III, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei 9.394/96) e pela

Resolução CNE/CES N.º 01/2001, observando-se as disposições normativas da norma

ERG-BR 1003 do Sistema de certificação do Ergonomista Brasileiro, SisCEB.

       O Curso de Especialização Superior em Ergonomia (computando-se o Rio de

Janeiro e Salvador) representou a 12ª turma de ergonomistas.




                                                                                 31
Esta monografia tratou da Avaliação Ergonômica da atividade de coordenação,

reponsável pela organização da 12a. turma do CESERG, realizada na modalidade

“fora de sede”. Nesta modalidade, coube à COPPE/UFRJ a Coordenação Acadêmica,

tendo responsabilidade pelos conteúdos e orientação individual dos alunos, de acordo

com o projeto pedagógico registrado no INEP/MEC sob o número 4975. A

Coordenação Acadêmica também acompanhou e avaliou o programa em todas as

etapas, bem como proveu os recursos de infra-estrutura indispensáveis, mobilizando

seus melhores recursos administrativos para o êxito do empreendimento.

       Ao se desenvolver e oferecer o CESERG em Vitória, buscou-se combinar o

atendimento à essa necessidade social, imperativo de multiplicação que a nação

requer, necessita e almeja em curto prazo, com a manutenção da sólida reputação do

CESERG, construída com a qualidade inquestionável da COPPE/UFRJ. De forma

resumida, devemos apresentar a seguir alguns aspectos extraídos da análise

macroergonômica.

   •   ASPECTO ACADÊMICO – Para os coordenadores a sensação que ficou é que

       não há restrições em relação ao aproveitamento dos alunos, teor ou forma

       como o curso foi conduzido. As críticas foram pontuais e geralmente limitadas

       a um mesmo grupo de alunos. A maior parte das reclamações dizia respeito à

       falta de mais trabalhos práticos para aplicação dos conteúdos, falta de

       continuidade de alguns módulos (fisiologia, por exemplo) e a repetição de

       alguns conteúdos.



   •   ASPECTO ADMINISTRATIVO – Restrições realmente existiram neste aspecto,

       porém caso fosse possível contar com um pouco mais de recursos, poderia-se

       contratar alguém para auxiliar na coordenação local. Isso chegou a ser

       oferecido pelo coordenador local, mas não se materializou. Essa pessoa

       poderia ter realizado atividades de suporte importantes, por exemplo, fazer o




                                                                                 32
upload dos conteúdos de aula, imprimir folha ergonômica, lista de freqüência e

       FPD, dentre outras.



   •   ASPECTO ESTRATÉGICO – A análise do ponto de vista da gestão estratégia

       é complexa. Ficar, complicado, Sair, Temerário... Uma das duas formas usuais

       de se avaliar um curso não gratuito como o nosso é pela retenção de alunos e

       continuidade. Com todos os problemas, só houve duas desistências. Quanto à

       continuidade, essa só não acontecerá se não quisermos. Mesmo sem

       nenhuma divulgação local, apenas baseando-nos no site e no mouth-to-mouth,

       já temos aproximadamente mais de 30 pré-inscritos. A pergunta que fica é se

       vale a pena a manutenção de uma base de influência em Vitória, que se

       encaminha para tornar-se um dos sites de maior influência da PETROBRAS

       (nosso principal cliente, se não tanto do CESERG, mas certamente do

       Laboratório como um todo). Se sairmos alguém irá ocupar o nosso espaço,

       seguramente. Há demanda para isso com certeza. O CESERG funciona como

       um imã, atraindo corações e mentes para nossa missão enquanto instituição. E

       essas pessoas podem nos ajudar (como foi o caso da Joana em Salvador e de

       certa forma da Cristina em Macaé) em circunstâncias onde networking tem um

       papel fundamental.

       O programa piloto aqui apresentado e avaliado merece ser ampliado, porém

deve se voltar para instituições que reúnam as condições básicas para a Habilitação e

que manifestem o entusiasmo em reunir-se a uma comunidade de profissional de alto

gabarito e que demonstrem sua inteligência em obter o que de melhor o mercado

pode lhes oferecer em pós-graduação lato-sensu.

       Neste estudo também ficou explícita a comum distância entre a elaboração de

um projeto (previsão e antecipação das atividades de coordenação) e a atividade real,

pela desconsideração de variáveis perturbadoras do planejamento original e,

conseqüentemente das ações de coordenação. Muitas dessas ações só se tornaram


                                                                                  33
possíveis através de regulações ou ajustes, como na substituição do primeiro local em

que o curso foi realizado, por exemplo. Do ponto de vista dos mecanismos de gestão,

isso é um indicador poderoso da correlação entre a Ergonomia e a Gestão de

Projetos, devido a importância da comunicação e relações humanas em ambos

contextos. A introdução da disciplina de Ergonomia no currículo obrigatório das

faculdades de administração e tecnológicos de gestão é extremamente positiva na

redução desta distância. (ENCAIXAR ALGO DA NR 17)

       A importância da valorização da fase de planejamento dos aspectos logísticos

está de acordo com o fato explicitado por ACKOFF (1974): “uma solução bem

sucedida para qualquer problema só é possível se encontrarmos a solução certa para

o problema certo: é mais freqüente errar porque se solucionou o problema errado do

que errar porque se adotou uma solução errada para o problema certo”. Em outras

palavras, sucesso e fracasso são faces de uma mesma moeda. Estatisticamente, a

solução é determinística, com chances idênticas de resultados. Na prática, porém,

podemos modificar o sistema de lançar a moeda de tal forma a forçar a ocorrência de

um dos dois resultados. Desnecessário prever qual, não é mesmo?




                                                                                  34
BIBLIOGRAFIA




       BRASIL. Ministério do trabalho e Emprego. Manual de aplicação da Norma

Regulamentadora nº 17. 2. ed. Brasília: MTE, SIT, 2002.


       COLARES, L. G. T. & FREITAS, C. M. Processo de Trabalho e Saúde de

Trabalhadores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição: entre a prescrição e

o real do trabalho. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 12, 2007.


       FALZON Pierre, Ergonomia, Paris, Editora Blucher 2007.


       GUÉRIN, F. & Cols. Compreender o trabalho para transformá-lo.São Paulo:

Editora Edgard Blucher ltda. 2001


       MORAES, Ana Maria de & MONT’ALVÃO, Claudia. Ergonomia: conceitos e

aplicações. Rio de Janeiros: 2AB, 2000 (2ª Edição, ampliada)


       IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Blücher, 1990.




                                                                                 35

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  • 1. Marcello Silva e Santos ANÁLISE MACROERGONÔMICA DA ATIVIDADE DE COORDENAÇÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO FORA DE SEDE Universidade Federal do Rio de Janeiro COPPE/CESERG Curso de Especialização em Ergonomia
  • 2. 31 de maIo de 2011 2
  • 3. ANÁLISE MACROERGONÔMICA DA ATIVIDADE DE COORDENAÇÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO FORA DE SEDE Marcello Silva e Santos TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE ESPECIALIZAÇÃO SUPERIOR EM ERGONOMIA. Aprovado por: _____________________________________ _____________________________________ RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL 31 de maIo de 2011 3
  • 4. Resumo do trabalho de conclusão de curso, apresentado à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Ergonomia (Esp.) ANÁLISE MACROERGONÔMICA DA ATIVIDADE DE COORDENAÇÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO FORA DE SEDE Marcello Silva e Santos MaIo/ 2011 Orientador: Prof. Mario Cesar Rodriguez Vidal Programa: Engenharia de Produção Este trabalho descreve a Análise Macroergonômica realizada em um processo de coordenação de curso de especialização no período entre de agosto de 2009 e dezembro de 2010, com foco em aspectos organizacionais. O primeiro capítulo trata da descrição do objeto de estudo e da Metodologia adotada. O segundo capítulo descreve a Análise Global do processo em seu contexto, com problemas de transposição logística e administrativa e as eventuais correções de rota. O terceiro capítulo revela a área de foco que foi escolhida, a questão logística, com o detalhamento das tarefas prescritas, e é concluído com um Diagnóstico Preliminar. O quarto capítulo narra as observações sistemáticas das atividades reais, a coleta de dados mensuráveis e o Diagnóstico Final. O quinto capítulo revela as recomendações e ações necessárias para viabilização do processo como um todo. O Sexto capítulo explica como se deu o processo de Restituição e Validação durante o desenvolvimento do estudo enquanto o sétimo capítulo conclui este trabalho. 4
  • 5. Abstract of Monograph presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Ergonomics Specialist MACROERGONOMIC ANALYSIS OF THE CORDINATION ACTIVITY IN AN OFF BASE SPECIALIZATION PROGRAM Marcello Silva e Santos May/2009 Advisor: Mario Cesar Rodriguez Vidal Department: Industrial Engineering This paper describes the Macroergonomic Analysis carried out in the course of a specialization training program during the period between August 2009 and August 2010, with primary focus on organizational aspects. The first chapter describes the object of the study and the Methodology applied. The second chapter describes the Global Analysis in its context, presenting the challenging aspects, necessary adjustments and lessons learned. The third chapter reveals the chosen focus area, logistics and infrastructure, then concludes with a Preliminary Diagnosis. The fourth chapter portrays the systematic observations of the real activities, the gathering of the measurable data and the Final Diagnosis. The fifth chapter reveals the recommendations and a feasibility study to make the entire process viable. The sixth chapter explains how the process of Restitution and Validation happened throughout the development of the study. The seventh chapter concludes the monograph. 5
  • 6. SUMÁRIO ...............................................................................................................8 ANÁLISE DA DEMANDA .............................................................................................11 FOCALIZAÇÃO E PRÉ-DIAGNÓSTICO ......................................................................24 ANÁLISE SISTEMÁTICA, MODELO OPERANTE E DIAGNÓSTICO..........................48 RECOMENDAÇÕES ..........................................67 RESTITUIÇÃO E VALIDAÇÃO.....................................................................................86 CONCLUSÃO............................................................................................................... 88 BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 90 6
  • 7. INTRODUÇÃO 1.1. O Objeto Esta dissertação tem como objetivo apresentar a Análise Macroergonômica do processo de coordenação de um curso superior de especialização situado na cidade de Vitória, ES. A dissertação foi desenvolvida como parte de requisitos para a conclusão do curso de Especialização Superior em Ergonomia (CESERG) junto à COPPE/UFRJ. Este estudo teve como objetivo analisar problemas de natureza ergonômica, visando à elaboração de propostas para melhoria das condições de trabalho, com foco na redução do esforço físico, na melhoria do desempenho, da segurança, da saúde e do conforto dos operadores da área em questão. 1. Genealogia dos Eventos O curso ocorreu nas instalações de um Hotel na cidade. Isso enseja uma breve genealogia dos fatos. O processo de criação do curso em Vitória iniciou-se através do contato entre o Laboratório GENTE, que objetivava a expansão do conhecimento em Ergonomia e a Universidade de Vila Velha – UVV, interessada na parceria por reconhecer a alta demanda por formação na disciplina naquele estado. Depois de definidos os termos da parceria, foi então assinado um contrato de parceria. Em seguida, foi realizado um processo seletivo, com a presença de dois professores do CESERG. Entretanto, após alguns meses verificou-se que não haveria quorum mínimo, estabelecido em 36 alunos, para realização da turma. Como já havia sido estabelecido um planejamento de aulas, algumas matrículas de alunos efetuadas e até pagamentos realizados, o Laboratório decidiu assumir a realização do curso diretamente. Isso foi 7
  • 8. feito principalmente para preservação da imagem da instituição, já que tal decisão fazia emergir alguns obstáculos: • Logística – Fora da base (Rio de Janeiro) não é possível contar com o suporte de secretaria para o planejamento de viagens de professores, compra de passagens, reservas de hotel e etc. Toda atividades administrativas, escolar e de ensino ficam mais complexa, já que muitas atividades dependem de um contato maior com os estudantes, ou necessitam ocorrer simultaneamente às aulas, o que não é possível ocorrer remotamente. • Viabilidade Econômico-Financeira – Ainda que não haja interesse na obtenção de lucros, o Laboratório GENTE não recebe verbas de outras fontes, dependendo dos recursos obtidos para manutenção de suas atividades. Um curso fora de sede envolve custos que ameaçam esse equilíbrio. • Adequação ao Plano Metodológico – O CESERG é extremamente zeloso de seu plano de ensino. A Atividade fora de sede apresenta desafios para docentes e discentes, principalmente em suas interações de orientação acadêmica. O curso de especialização fora de sede do CESERG foi enfim aprovado pelo Conselho de Ensino para Graduados da Universidade Federal do Rio de Janeiro- CEPG/UFRJ- pelo processo # 23079.007039/00-78 em 29/03/2000 e posteriormente registrado no sistema Integrado de Gerenciamento acadêmico – SIGA/UFRJ com o número 3603610200. O compromisso da instituição com os preceitos acadêmicos, padrão de ensino e coerência metodológica determinou uma necessidade de monitoramento e controle 8
  • 9. nunca antes empenhada em turmas anteriores. O coordenador geral dividiu a coordenação técnica do processo com outros dois professores, um local e outro designado como coordenador executivo, estabelecendo uma ponte entre a estrutura central no Rio de Janeiro e a administração dos procedimentos em Vitória. Ao longo dessa monografia isolaremos alguns pontos de registro e oportunidades de melhoria para a realização de turmas futuras. 1.2. Metodologia e Fundamentação Teórica Esta Análise Macroergonômica foi desenvolvida de acordo com parâmetros da NR-17, em consonância com a metodologia proposta pelo do Curso de Especialização Superior em Ergonomia da COPPE/UFRJ (CESERG), constituída das seguintes fases: Análise da Demanda • Demanda Inicial • Análise Global / Contexto • Focalização e Pré-Diagnóstico • Delimitação do Estudo • Observações Iniciais • Aplicação de Checklist de Avaliação • Análise das Tarefas • Revisão Bibliográfica • Pré-Diagnóstico • Observações sistemáticas da Atividade; • Coleta de dados quantitativos; 9
  • 10. Construção de Modelo Operante • Diagnóstico; • Recomendações de Projeto • Validação e Restituição das Propostas • Conclusão É importante frisar que a aplicação da metodologia, embora mantenha sua estrutura principal, é influenciada pelo contexto da análise ergonômica e pelas limitações que se apresentam ao longo do desenvolvimento do estudo. A Análise Macroergonômica equivale à Análise Ergonômica do Trabalho em termos de sequenciamento das atividades, conforme podemos observar na figura seguinte. 10
  • 11. Figura 1: Metodologia AET (GUÉRIN et al., 1991, modificado por VIDAL, 2004) 2. ANÁLISE DA DEMANDA 11
  • 12. 2.1. Origem da Demanda A demanda se originou a partir do início das atividades de coordenação do curso de especialização fora de sede. As atividades de coordenação foram inicialmente definidas para cada um dos três coordenadores. Entretanto, na prática essas ações aconteciam de forma pouco rígida. O coordenador local, por exemplo, aos poucos foi ficando restrito às ações logísticas locais. As atividades podem ser divididas em a) Escolares; b) Acadêmicas e c) Administrativas. Podemos descrever resumidamente as atividades prescritas em cada classe de atividades de acordo com o seguinte: a) Escolares – São as atividades relacionadas ao controle e organização do curso, como controle e tabulação de freqüência, preparação de lista de presença, organização da programação no site, etc. b) Acadêmicas – São as atividades relacionadas ao planejamento e desenvolvimento do ensino, como a elaboração do conteúdo programático, definição de professores, etc. c) Administrativas – São as atividades relacionadas à logística (compra de passagens, reserva de hotéis, etc), controle de pagamentos e recebimentos, preparação de contratos e recibos, etc. O encaminhamento inicial da demanda voltou-se ao planejamento administrativo como um todo e respectivos agentes envolvidos, como professores, coordenadores e secretaria. O Planejamento e programação de um curso de especialização fora de sede é considerado mais crítico devido a falta de uma base local. Nesse contexto, a secretaria do curso na base, a coordenação local e a coordenação executiva foram objeto de análise e elementos de interesse para o desdobramento da metodologia de pesquisa e investigação. 12
  • 13. O encaminhamento das ações de coordenação visava não apenas viabilizar o funcionamento do curso. A Norma ERG BR 1003 proposta pela ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia visa regular os programas dos cursos de especialização em ergonomia. O ensino da pós-graduação volta-se para a formação profissional em ergonomia (também chamada de pós-graduação lato sensu). Já o estabelecimento de padrões para a prática profissional deve ser assegurado por outros meios como é o caso do Sistema de Certificação do Ergonomista Brasileiro [Norma ERG BR 0000]. A Norma ERG 1003 restringe-se ao padrão de excelência dos conteúdos de ensino, do processo de acreditação dos programas educacionais (cursos) e de aspectos relevantes das instituições que os sustentam. Uma vez que o padrão de conteúdos de competência já é objetivo de um outro texto normativo (Norma ERG BR 1001), este documento refere-se a acreditação dos programas e de seus aspectos mais relevantes, considerando que esta conjunção, realizada de forma otimizada, garante que os padrões de profissionalização sejam alcançados. O Comitê de Acreditação deve considerar: • Aspectos pedagógicos – o currículo, o processo educacional e o sistema de avaliação de desempenho dos estudantes. • Aspectos escolares – os mecanismos de garantia de qualidade do curso e de avaliação dos docentes. • Facilidades disponíveis – incluindo laboratórios, bibliotecas e acesso computacional. 2.1.1 Requisitos Básicos para a Acreditação de Cursos 13
  • 14. Os requisitos a seguir aplicam-se apenas aos cursos de especialização presenciais, uma vez que os cursos oferecidos a longa distância estão em apreciação pelo Ministério da Educação e são assentados sobre outras bases. 2.1.1.1 Instituição A Faculdade, Centro Universitário ou Universidade que forneça o serviço educacional deve ser credenciada junto ao CFE/MEC. Associações entre Entidades Educacionais credenciadas e organizações terceiras devem proceder à preparação de um dossiê de justificativa da referida associação em termos da acreditação aqui proposta 2.1.1.2 Faculdade ou Departamento O núcleo universitário responsável pela formação deve apresentar características, qualificações, produção acadêmica e técnica de relevância. Cada núcleo universitário participante da formação deve apresentar uma competência documentada de sua área de ensino, demonstrando assim efetividade no ensino e na avaliação dos estudantes, bem como atestados de capacidade de produção acadêmica ou técnica relevantes e coerentes com a filosofia de ensino, no que se refere às necessidades sociais ou de mercado em Ergonomia em sua área de atuação e /ou clientela. A unidade responsável deve dispor ou congregar um mix de qualificações suficiente para conduzir com êxito a formação, incluindo uma diversidade de núcleos de competência e de perícia relevantes à Ergonomia (ver ERG BR 1001) bem como experiência em diagnóstico, modelagem e projeto. O mais indicado é que a instituição já disponha de um núcleo de doutoramento que referencie a formação de nível superior. Uma área de mestrado, para que seja suficiente como referência, deve ser sustentada por uma expressiva atividade de extensão e consultoria técnica. A existência de um perfil de publicações condizentes com o programa educacional revela uma produtividade acadêmica necessária a uma acreditação coerente. A participação nos eventos organizados, endossados ou sugeridos pela 14
  • 15. ABERGO, bem como as publicações nos periódicos é o critério de desempenho a ser considerado neste ítem. A universidade, centro universitário ou faculdade que abrigar uma formação em Ergonomia, deve comprovar a existência de: • Publicações cientificas; • Desenvolvimento de sistemas ou aplicações, bem como relatórios de consultorias e projetos de extensão registrados e reconhecidos; • Teses de Mestrado e Doutorado em nível satisfatório. Neste particular é importante que exista uma massa critica mínima de trabalhos em Ergonomia, bem como demonstrações de possibilidade de acolhida futura dos formados. Este ponto pode vir a ser suprido mediante a existência de convênios ou participação em uma rede de excelência mais ampla. 2.1.1.3 Corpo Docente O corpo docente deve contar, entre seus pares, com pessoas ligadas a sociedades típicas ou conexas. A ABERGO é a sociedade típica a que uma dada porcentagem de docentes deve estar associada, admitindo-se sociedades cientificas conexas como Sociedade Brasileira de Biomecânica, Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança, Associação Brasileira de Engenharia de Produção, Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e outras que vierem a ser relacionadas mediante avaliação de mérito pelo Comitê de Acreditação, ouvido o Conselho Cientifico da ABERGO. A existência de membros do Corpo Docente que integrem comissões de conselhos profissionais, corpos editoriais e comitês ad hoc se constitui em atributos de excelência importantes para a acreditação. A existência de Membros do Corpo Docente com participações, colaborações e missões junto a outros cursos de Ergonomia e áreas conexas como Engenharia de Segurança, Medicina do Trabalho, Gestão da Qualidade, Gerenciamento de Riscos, e outras especializações reconhecidas são igualmente relevantes para a acreditação dos cursos. 15
  • 16. 2.1.1.4 Coordenação Acadêmica O Coordenador Acadêmico deve ser associado a ABERGO, além de apresentar uma titulação de Doutor ou Mestre em Ergonomia e ter sido orientado por um doutor em Ergonomia. A excelência irá requerer que este seja portador de uma titulação adequada e senioridade em Ergonomia nos termos da ERG BR 1000. No encaminhamento da demanda original identificou-se imediatamente uma restrição importante. Não é possível isolar-se variáveis para estudo, pois os temas relevantes para coordenação são interdependentes. Da mesma forma, as atividades previamente classificadas (escolar, administrativo e acadêmico) têm pontos de interseção que dificultam atribuir-se objetos e observáveis para encaminhamento do processo analítico como vistas ao diagnóstico. No capítulo da reconstrução da demanda essa ressalva é explorada para a redefinição do objeto do estudo. 2.2. Construção Social De imediato, pudemos perceber uma reação contrária à realização do curso por parte da equipe da base. A falta de uma equipe de suporte no local do curso traduzia-se, naturalmente, em acúmulo de atividades para as pessoas da base. Mas o principal argumento era a perturbação provocada pelas intervenções necessárias à distância. Portanto, similar ao que ocorre em uma análise ergonômica convencional, na análise macroergonômica é preciso saber dosar a necessidade de obtenção dos dados com a disposição e disponibilidade das pessoas que nos poderão alimentar dessas informações. No nosso caso, as ferramentas de análise restringiram-se às entrevistas estruturadas e check lists de acompanhamento de processo. Para auxiliar no processo de análise, estudamos o modelo de CESERG Turn Key, desenvolvido pelo Laboratório para implementação de programas de ensino fora da sede. 16
  • 17. O CESERG Turn Key surge como solução para o rápido crescimento da Ergonomia no Brasil. A ergonomia como atividade profissional se desenvolveu muito no Brasil, sobretudo após 1997 com a retomada dos cursos de especialização nas mais importantes universidades brasileiras. Este processo tem, nessa data, uma importante efeméride que é a eclosão da pandemia de doenças relacionadas ao trabalho provocando absenteísmo e aposentadorias especiais, em níveis insuportáveis por todos os segmentos da sociedade laboral: governo, empregadores e trabalhadores. Esse quadro se tornou, em decorrência disso, ainda mais agudo com a crescente exigibilidade de maior responsabilidade social e sustentabilidade interna em grande parte das certificações de qualidade e de excelência, assim como em diversos processos de captação de recursos de investidores diversos tais como a cotação em bolsas nacionais e estrangeiras e a decorrente necessidade de uma boa classificação em índices nacionais – como BOVESPA – e internacionais , tal como o Indice Dow Jones (DJSI), Global Report Initiative (GRI) e outros nessa linha. Com a atual crise internacional a palavra de ordem é a de cortar custos, eliminar supérfluos. Isso atinge em sua grande maioria empresas e corporações que já experimentaram vários processos de restruturações, realinhamentos com profundas alterações em suas arquiteturas organizacionais. A ergonomia, em sua versão mais contemporânea aparece como um encaminhamento que concomitante preserva capital (humano, de conhecimento e experiência operacional) assim como elimina custos nem sempre visíveis, os custos de ausência da ergonomia, que atingem cifras elevadas, mas têm a característica de apresentar pouca visibilidade, dentro o que os economistas chamam de custos-sombra (shadow costs). Desde 2008 o CESERG vem sendo solicitado a se expandir para além de sua Sede no Rio de Janeiro, UFRJ, COPPE. Logo no início daquele ano a UFRJ regulamentou a realização de cursos fora de Sede, mediante uma regulamentação exigente e condizente com suas convicções acadêmicas. O CESERG seguindo estas 17
  • 18. diretrizes já organiza sua quarta turma fora de Sede em destinos tão diversos como Vitória, ES e Natal, RN. No entanto a demanda é ainda maior do que a capacidade instalada na própria UFRJ para atender a esta demanda. Considerando o grande numero de Mestres e doutores já formados em Ergonomia a partir do GENTE COPPE, superior a duas dezenas e espalhados pelo Brasil como um todo, foi-se paulatinamente desenvolvendo uma sistemática que, a partir dos egressos e das necessidades locais fosse possível combinar o crescimento da reputação do CESERG com o imperativo de multiplicação que a nação requer, necessita e almeja em curto prazo. O resultado deste processo é o Programa de Transferência de Tecnologia CESERG (CESERG Turn-Key). 2.3. Reconstrução da Demanda e a Demanda Ergonômica A reconstrução da demanda vem na esteira do exposto na seção anterior aliado ao encaminhamento da demanda original e discussões no decorrer do processo de orientação da monografia. A atuação de profissionais de alto nível em Ergonomia, por encaminhar conjuntamente uma série de aspectos técnicos humanos e sociais, acabou se revelando uma excelente opção tanto para os caminhos de melhoria no processo de ensino, como aparece com um imenso potencial para o desenvolvimento de novas iniciativas, independentes da base central de formação. Tal quadro conclamava os setores acadêmicos e dos setores de conhecimento aplicado (consultorias) no sentido de capacitar em larga escala os profissionais necessários para o enfrentamento nacional destas questões. Alguns dos cursos surgidos após os cursos pioneiros de especialização em ergonomia se mantiveram num patamar aceitável de desempenho e procura, o que animava a realização de uma experiência de administração direta por parte do Laboratório GENTE. 18
  • 19. A reconstrução da demanda foi realizada junto aos coordenadores, que a validaram em sua configuração final. A Demanda Ergonômica final foi então definida como a análise dos problemas de natureza macroergonômica na coordenação de cursos de especialização fora de sede, visando à elaboração de propostas para melhoria das condições de organização de processos semelhantes, com foco na redução do esforço organizacional e cognitivo. Isso remeteu à concentração do foco do estudo na coordenação acadêmica, mais condizente e relevante em relação ao papel de coordenação. O modelo reconstruído pode ser visto de forma esquemática na figura xx. SITUAÇÃO: ESTRUTURA ATUAL DO CURSO NÃO EQUIVALENTE PROBLEMA: COMPLEXIDADE DA ATIVIDADE DE COORDENAÇÃO A DISTANCIA PONTOS RELEVANTES PARA OBSERVAÇÃO : LOGÍSTICA ALOCAÇÃO DE PROFESSORES, CONTROLE DO PROCESSO ESCOLAR OPORTUNIDADES DE MELHORIA (PRÉDIAGNÓSTICO): REFORÇO DO APOIO LOCAL, REDEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AULAS (FORMATAÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO), MAIOR UTILIZAÇÃO DOS MEIOS REMOTOS (PRESTIGIAR O USO DO TELEDUC) 19
  • 20. FOCALIZAÇÃO E PRÉ-DIAGNÓSTICO 2.4. Delimitação da Área de Estudo O foco do estudo determinado foi a atividade de coordenação acadêmica, ainda que a interdependência desta atividade com outras impossibilite uma clara separação enquanto variável independente. Em função disso, chamaremos essa atividade de atividade principal do estudo macroergonômico. As características remotas, equivalentes às encontradas em um curso de EAD, determinaram a necessidade de uma investigação acerca dos fenômenos que gravitam em torno daquela modalidade de ensino. Em especial, destacamos que a Educação a Distância (EAD) é considerada, segundo o decreto Decreto-Lei n° 2.494, de 10/2/1998 como, “uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados (...)”. A análise bibliográfica resultou em XXX aspectos relevantes (BELLONI, 2001; KENSKI, 2003): a) Perfil do professor – O professor de EAD deve saber se comunicar bem utilizando os meios de comunicação selecionados, agir como um facilitador de aprendizagem, ser um orientador acadêmico e dinamizador da interação coletiva. b) Ampliação da Importância das apresentações – O Diferencial didático-pedagógico ressalta a capacidade de transmissão do conhecimento a partir dos materiais de apresentação. O professor necessita dedicar-se mais tempo na preparação e concepção das aulas, tendo que ser mais cuidadoso na forma de apresentar o curso e as diferentes disciplinas. c) Estudo independente ou em grupos – Os trabalhos em grupo auxiliam na dimensão social, fazendo com que o processo de aprendizagem seja enriquecido. Como os alunos são de meios muito 20
  • 21. diversos e diferentes geralmente opta-se por adotar estruturas curriculares flexíveis, a partir de módulos e créditos. d) Senso de responsabilidade e profissionalismo O aluno é obrigado a estudar por sua iniciativa, desenvolvendo habilidades de independência e de trabalho. Pela leitura das características acima verificamos existir uma correspondência entre o ensino fora de sede e os processos de EAD. Naturalmente, não se pode pensar no ensino e aprendizagem da ergonomia como um processo possível de ser resolvido sem a existência de um contexto real, impossível de ser criado remotamente, ainda que com uso de simulações. Portanto, prescreve-se como ideal a possibilidade de parte do conteúdo didático-pedagógico disponibilizado em um ambiente de rede. O CESERG já dispõe há 5 anos de uma ferramenta on line para disponibilização de conteúdos e troca de informações entre alunos e professores. O “TELEDUC” foi criado também como ferramenta de gestão acadêmica, mas é como recurso didático- pedagógico que ela se mostra mais interessante do ponto de vista da aprendizagem e ensino remoto. (Figura XX) 21
  • 22. Devido a sua importância no processo, a adequação do TELEDUC a essa nova realidade de ensino fora de base desde o início configurou-se em uma preocupação da coordenação. Foi criado um ambiente próprio para o CESERG Vitória, estratégia já utilizada em outros eventos, mas a primeira vez que isso acontecia para um curso de especialização. Durante o decorrer dos encontros da turma em Vitória, pudemos perceber certa dificuldade de adaptação dos diferentes envolvidos à ferramenta. Os alunos evitavam utilizar o ambiente de rede, preferindo os contatos pessoais e por telefone. Os professores demoravam a lançar os conteúdos no TELEDUC e os coordenadores nem sempre monitoravam o sistema com a freqüência desejada. As razões da pouca efetividade do sistema só foram sendo solucionadas a partir de 6 meses transcorridos do curso. Entretanto, permanecia a sensação que havia margem para melhoria no processo, seja por intervenção na ferramenta ou na sua divulgação e utilização. Isso será objeto de detalhamento quando da discussão das recomendações. Outro aspecto relevante na construção do modelo operante e tratamento da demanda foi a deficiência da coordenação local. Na verdade, uma análise sem confirmação científica, apenas calcada em impressões sobre os eventos observados, leva-nos a identificar possíveis razões que apontem para outras direções os motivos da deficiência da coordenação local. A coordenação geral do curso tem características de centralização. Isso não ocorre somente por estilo de gestão, pelo contrário. A responsabilidade direta da coordenação geral perante à instituição maior (COPPE/UFRJ) tem implicações de ordem múltipla. No plano funcional, o laboratório GENTE, que organiza o curso, deve respeito ao estatuto da instituição e precisa seguir rigidamente os preceitos impostos pela natureza da mesma, um dos maiores centros de excelência das Américas. Em relação às implicações legais, o coordenador responde diretamente pelas ocorrências – positivas ou negativas – e pelos resultados dos programas desenvolvidos em nome da instituição maior. Isso pode trazer conseqüências 22
  • 23. desagradáveis em casos de inadequações tanto no plano escolar como administrativo e acadêmico. Naturalmente, do ponto de vista da natureza do serviço prestado – educação – o aspecto acadêmico acaba sendo o principal indicador de interesse. 3. ANÁLISE SISTEMÁTICA, MODELO OPERANTE E DIAGNÓSTICO. 3.1. Observações sistemáticas da Atividade – dados coletados para a construção da Modelagem Operante. As variáveis observáveis foram divididas de acordo com a estrutura funcional do curso e divididas pelas seguintes macro-áreas: a) Escolar – Área responsável pela tabulação dos dados quantitativos do curso, sobretudo aqueles relacionados a freqüência dos alunos, índices de faltas, notas, etc. b) Administrativa – Área que cuida dos aspectos comerciais e financeiros do curso, como controle dos recebimentos, geração de pagamentos a professores, emissão de boletos e recibos, etc. c) Acadêmico – Área que corresponde ao plano qualitativo de avaliação, controle e diligenciamento do curso. É no plano acadêmico que se desenvolvem as atividades dos coordenadores sendo esta, portanto, a área foco desse estudo. 3.2. Diagnóstico A investigação quantitativa comprovou a avaliação preliminar do Pré- Diagnóstico. Os principais problemas identificados (e confiirmqdos em relação ao pré diagnistico) foram: Avaliação Docente e de Coordenação Desajustes na logística 23
  • 24. Falta de experiência de parte do colegiado Coordenação Local nem sempre disponível Avaliação Discente Falta de Continuidade Falta de apoio de secretaria Demora de resposta Conflito na comunicação Coordenação Local nem sempre disponível Material didático nem sempre prontamente disponibilizado Avaliação Docente e de Coordenação Localização privilegiada Conteúdos foram cobertos adequadamente Estrutura local eficaz e conveniente Avaliação Discente Módulo de Projeto funcionou de forma interessante Qualidade do corpo docente Aprendizado prático Material didático interessante ENQUADRAMENTO NORMATIVO - (ENCAIXAR ALGO DA NR 17) 3.3. Modelo Operante Na análise macroergonômica o modelo operante adquire a configuração de uma estrutura funcional. Nesse sentido, podemos visualizar o modelo conforme a figura XX a seguir: ADM ESCOLAR 24
  • 25. ACAD Resumidamente, a atividade de coordenação acadêmica pressupõe as seguintes etapas principais: colegiado, ponte logística, plano de ensino, plano de aula (se coordenador ministrar), conversão de pdf, aprovação do material didático pedagógico, alimentar listagem bibliográfica, editorial da folha Com o desdobramento da função “Coordenação Acadêmica”, obtemos o modelo seguinte (Figura xx). TELEDUC FOLHA ACADÊMICO PROGRAMAÇÃO SLIDES, NUMERO PDF FPD MATERIAIS LISTA DE PRESENÇA COMPLEMENTARES 4. RECOMENDAÇÕES DE PROJETO Este trabalho teve um caráter dinâmico que não necessariamente seguiu a ordem cronológica da metodologia proposta ou mesmo de uma AET regular. Antes mesmo de se chegara um Diagnóstico formal, foram sendo implementadas ações recomendadas para a melhoria do processo de coordenação. O termo “de projeto” 25
  • 26. atrelado às recomendações estabelece o sentido de temporariedade, unicidade e objetividade inerente a uma ação equivalente ao processo estudado. Podemos dividir as recomendações em duas categorias principais conforme a ordem de seu detalhamento posterior: a) Recomendações para projetos similares (EAD) e b) recomendações transferíveis para o próprio curso. Dentre as recomendações na primeira categoria, percebemos ser a administração logística o entrave principal. No caso de recomendações transferíveis, temos a estrutura do módulo de projeto, que gerou recomendações materializáveis de artefatos, dispositivos e reformulações de arranjo físico. Também nesse mesmo sentido, estabeleceu-se um novo programa metodológico baseado em módulos, condizente com o caráter pragmático que uma gestão de ensino a distância recomenda. a) Recomendações para projetos similares (EAD) Algumas recomendações são compatíveis com processos de ensino equivalentes, com características de EAD. Na modalidade proposta do “CESERG Turnkey”, apresentado no capítulo XX , há de se ressaltar a importância da apresentação da missão do CESERG enquanto “instituição” que realiza e pratica a ergonomia no país: “CESERG que é: “dotar as organizações que operam no Brasil de profissionais qualificados e competentes para tratar adequadamente dos graves problemas sócio-técnicos de que padecem a quase totalidade destas organizações, empreendimentos e atividades econômicas.” Nesse sentido, devemos dotar os cursos não presenciais ou semi-presenciais de mecanismos auto-sustentáveis de qualificação e aprimoramento contínuo. A quebra de credibilidade é o maior responsável pela falta de continuidade e rejeição dos cursos fora de sede – ou de qualquer curso, verdade seja dita. 26
  • 27. Ficou evidente também que a questão logística depende de um rigoroso planejamento, a ponto de ser responsável pelo sucesso ou fracasso financeiro de cursos fora de sede, principalmente se todas as variáveis não forem analisadas. Por exemplo, um curso em uma região de pouca infra-estrutura pode ter seu índice de viabilidade econômico-financeira bem maior que outro em outra região por motivos diversos. No nosso caso, a cidade de Vitória e o bairro escolhido, fazia com que os custos fossem compatíveis com o planejamento inicial, o que não ocorreria em uma cidade do noroeste de São Paulo, por exemplo, com poucos vôos e empresas aéreas disponíveis, hotéis, etc. Outro aspecto a ser planejado com cuidado é relacionado à alocação de professores. O ideal é que seja possível a utilização de professores locais, com no máximo um professor externo para cada encontro. Os custos de coffee break, espaço de aulas, locação de equipamentos e afins também podem se converter em drenos de recursos importantes, já que dependendo das instalações utilizadas os recursos têm que ser contratados com o próprio local do evento, como foi o caso do hotel em Vitória em que o curso aconteceu. b) Recomendações transferíveis para o próprio curso. Do ponto de vista do desenvolvimento do conteúdo programático, a apresentação, condução e apresentação dos resultados materializados dos “conteúdos de projeto” foi talvez a que trouxe maior e mais positiva surpresa em relação aos cursos anteriores, dentro ou fora de sede. Para começar os chamados “conteúdos de projeto” foram redefinidos, redimensionados e finalmente rebatizado para “PROJENTE”, ou módulo de Projetos em Ergonomia. Isso objetivou dar ao CESERG um reforço de sua dimensão prática, sobretudo ao que tange a Ergonomia de Concepção. 27
  • 28. A Ergonomia de Concepção é a vertente da ergonomia que mais cresce, até porque é a que tem maior campo para expansão. Ao contrário das dimensões de correção e de conscientização, mais alinhadas ao plano físico e (bem menos) cognitivo, a Ergonomia de Concepção ocupa-se exatamente da antecipação dos problemas que irão se refletir em impactos físicos, cognitivos e até organizacionais. Vale a pena citar a definição geral de Ergonomia apresentada pela ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia): “Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas”. Como podemos perceber, reconhece-se a importância da integração da ação projetual com o bem estar dos indivíduos no trabalho. Ao deparar-se com as possibilidades ofertadas pelo conhecimento da ação projetual, os alunos vislumbraram novos encaminhamentos em relação aos seus respectivos trabalhos de curso. De fato, na apresentação final dos grupos cada equipe apresentou resultados materializados de suas recomendações. Mesmo nos casos que as ações não resultaram exatamente em um protótipo, ao serem instigados cada grupo buscou uma representação imagética para definir seus respectivos encaminhamentos e as soluções subseqüentes oriundas da ação projetual. Assim, alguns grupos limitaram-se a redefinir um arranjo produtivo (layout) enquanto um outro tratou da reformulação de todo um sistema de trabalho decorrente de uma demanda inicial decorrente de indicadores de natureza física. Os resultados desses trabalhos, mais especificamente das modelagens e maquetagens decorrentes do encaminhamento das ações da demanda na empresa, estão apresentadas nas figuras a seguir. 28
  • 29. Outro interessante subproduto resultante das atividades relacionadas ao processo de coordenação de curso fora de sede foi justamente a construção compartilhada de um novo modelo de organização dos conteúdos do CESERG em módulos. Esse novo formato, depois de discutido em colegiado, foi apropriado para a condição de gestão da coordenação de curso local (na sede). Em outras palavras, tivemos uma recomendação utilizada na prática para uma solução geral e não apenas particular. Isso nos permite estabelecer a constatação que este trabalho foi concluído a contento com resultados acima dos esperados, melhorando a eficiência da atividade em questão e reduzindo a exigência cognitiva (estresse) do trabalho do coordenador, assim como a carga organizacional presente no conjunto do processo estudado. 29
  • 30. Afinal, a demanda por profissionais de Ergonomia no Brasil é muito maior do que a capacidade instalada existente no Brasil para atendê-la. Isto tem propiciado o surgimento de cursos de aperfeiçoamento e de especialização de diversos tipos e níveis de qualidade. Em consonância com a história do CESERG, somente experiências de alto nível de qualidade interessam, razão pela qual nem sempre irá ocorrer a realização de turmas fora de sede em seqüência (ano após ano). As recomendações aqui detalhadas para IES distantes da cidade do Rio de Janeiro, que reúnam as condições básicas para a Habilitação e manifestem o entusiasmo em reunir-se a uma comunidade de profissional de alto gabarito, podem suprir, neste caso, as necessidades de um mercado onde o CESERG por razões diversas não esteja em condição de atender. 5. RESTITUIÇÃO E VALIDAÇÃO. Ao longo do desenvolvimento do trabalho foram realizadas diversas reuniões de coordenação e de “colegiado” local para acompanhamento e discussões a respeito das recomendações propostas. Vale salientar que a implementação de algumas das modificações não obedeceu exatamente à ordem cronológica da metodologia de análise macroergonômica, sendo implementadas na medida em que iam sendo identificados os problemas e suas soluções. A velocidade da implementação das possíveis intervenções foi conseqüentemente alta, fruto do engajamento direto dos responsáveis pela coordenação e de sua atuação na linha de frente do processo. O resultado mais importante, conforme mencionado, foi a adequação da estrutura macrogerencial do CESERG como um todo. Ainda que o conteúdo programático não tenha sido profundamente modificado, a estruturação por módulos mostrou-se bem mais eficaz para o controle e gestão do curso, independente da modalidade do mesmo (local ou fora de sede, presencial ou não presencial, etc.). 30
  • 31. O modelo adotado pode ser observado nas figuras seguintes. A figura XX mostra a XXXXXXXXXXXXXXXX enquanto que a figura XX faz as delimitações metodológicas necessárias. 6. CONCLUSÃO A demanda por profissionais de Ergonomia no Brasil é muito maior do que a capacidade instalada existente no Brasil para atendê-la. Isto tem propiciado o surgimento de cursos de aperfeiçoamento e de especialização de diversos tipos e níveis de qualidade. A boa ergonomia, quando é aprendida, responde as expectativas dos que investem seu tempo e recursos neste propósito e da própria sociedade que irá receber os resultados deste processo. Entretanto, se não houver competência e comprometimento com esta lógica, o retorno de um processo mal conduzido é potencialmente devastador tanto para o indivíduo como para coletividade. O curso de Especialização Superior em Ergonomia em Vitória (ES) , pós- graduação Lato Sensu, foi resultado do empenho da coordenação do Laboratório GENTE que organiza o CESERG Rio, em Parceria com a COPPE/UFRJ – centro de excelência mundial de engenharia – e da Fundação Coppetec, que fornece apoio de gestão ao processo. O curso visou formar especialistas em Ergonomia fornecendo uma visão científica ampla e aprofundada acoplada a uma base metodológica e prática, sendo realizado de acordo com as normas fixadas pelos Art. 66 e Art.44, inciso III, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei 9.394/96) e pela Resolução CNE/CES N.º 01/2001, observando-se as disposições normativas da norma ERG-BR 1003 do Sistema de certificação do Ergonomista Brasileiro, SisCEB. O Curso de Especialização Superior em Ergonomia (computando-se o Rio de Janeiro e Salvador) representou a 12ª turma de ergonomistas. 31
  • 32. Esta monografia tratou da Avaliação Ergonômica da atividade de coordenação, reponsável pela organização da 12a. turma do CESERG, realizada na modalidade “fora de sede”. Nesta modalidade, coube à COPPE/UFRJ a Coordenação Acadêmica, tendo responsabilidade pelos conteúdos e orientação individual dos alunos, de acordo com o projeto pedagógico registrado no INEP/MEC sob o número 4975. A Coordenação Acadêmica também acompanhou e avaliou o programa em todas as etapas, bem como proveu os recursos de infra-estrutura indispensáveis, mobilizando seus melhores recursos administrativos para o êxito do empreendimento. Ao se desenvolver e oferecer o CESERG em Vitória, buscou-se combinar o atendimento à essa necessidade social, imperativo de multiplicação que a nação requer, necessita e almeja em curto prazo, com a manutenção da sólida reputação do CESERG, construída com a qualidade inquestionável da COPPE/UFRJ. De forma resumida, devemos apresentar a seguir alguns aspectos extraídos da análise macroergonômica. • ASPECTO ACADÊMICO – Para os coordenadores a sensação que ficou é que não há restrições em relação ao aproveitamento dos alunos, teor ou forma como o curso foi conduzido. As críticas foram pontuais e geralmente limitadas a um mesmo grupo de alunos. A maior parte das reclamações dizia respeito à falta de mais trabalhos práticos para aplicação dos conteúdos, falta de continuidade de alguns módulos (fisiologia, por exemplo) e a repetição de alguns conteúdos. • ASPECTO ADMINISTRATIVO – Restrições realmente existiram neste aspecto, porém caso fosse possível contar com um pouco mais de recursos, poderia-se contratar alguém para auxiliar na coordenação local. Isso chegou a ser oferecido pelo coordenador local, mas não se materializou. Essa pessoa poderia ter realizado atividades de suporte importantes, por exemplo, fazer o 32
  • 33. upload dos conteúdos de aula, imprimir folha ergonômica, lista de freqüência e FPD, dentre outras. • ASPECTO ESTRATÉGICO – A análise do ponto de vista da gestão estratégia é complexa. Ficar, complicado, Sair, Temerário... Uma das duas formas usuais de se avaliar um curso não gratuito como o nosso é pela retenção de alunos e continuidade. Com todos os problemas, só houve duas desistências. Quanto à continuidade, essa só não acontecerá se não quisermos. Mesmo sem nenhuma divulgação local, apenas baseando-nos no site e no mouth-to-mouth, já temos aproximadamente mais de 30 pré-inscritos. A pergunta que fica é se vale a pena a manutenção de uma base de influência em Vitória, que se encaminha para tornar-se um dos sites de maior influência da PETROBRAS (nosso principal cliente, se não tanto do CESERG, mas certamente do Laboratório como um todo). Se sairmos alguém irá ocupar o nosso espaço, seguramente. Há demanda para isso com certeza. O CESERG funciona como um imã, atraindo corações e mentes para nossa missão enquanto instituição. E essas pessoas podem nos ajudar (como foi o caso da Joana em Salvador e de certa forma da Cristina em Macaé) em circunstâncias onde networking tem um papel fundamental. O programa piloto aqui apresentado e avaliado merece ser ampliado, porém deve se voltar para instituições que reúnam as condições básicas para a Habilitação e que manifestem o entusiasmo em reunir-se a uma comunidade de profissional de alto gabarito e que demonstrem sua inteligência em obter o que de melhor o mercado pode lhes oferecer em pós-graduação lato-sensu. Neste estudo também ficou explícita a comum distância entre a elaboração de um projeto (previsão e antecipação das atividades de coordenação) e a atividade real, pela desconsideração de variáveis perturbadoras do planejamento original e, conseqüentemente das ações de coordenação. Muitas dessas ações só se tornaram 33
  • 34. possíveis através de regulações ou ajustes, como na substituição do primeiro local em que o curso foi realizado, por exemplo. Do ponto de vista dos mecanismos de gestão, isso é um indicador poderoso da correlação entre a Ergonomia e a Gestão de Projetos, devido a importância da comunicação e relações humanas em ambos contextos. A introdução da disciplina de Ergonomia no currículo obrigatório das faculdades de administração e tecnológicos de gestão é extremamente positiva na redução desta distância. (ENCAIXAR ALGO DA NR 17) A importância da valorização da fase de planejamento dos aspectos logísticos está de acordo com o fato explicitado por ACKOFF (1974): “uma solução bem sucedida para qualquer problema só é possível se encontrarmos a solução certa para o problema certo: é mais freqüente errar porque se solucionou o problema errado do que errar porque se adotou uma solução errada para o problema certo”. Em outras palavras, sucesso e fracasso são faces de uma mesma moeda. Estatisticamente, a solução é determinística, com chances idênticas de resultados. Na prática, porém, podemos modificar o sistema de lançar a moeda de tal forma a forçar a ocorrência de um dos dois resultados. Desnecessário prever qual, não é mesmo? 34
  • 35. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério do trabalho e Emprego. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. 2. ed. Brasília: MTE, SIT, 2002. COLARES, L. G. T. & FREITAS, C. M. Processo de Trabalho e Saúde de Trabalhadores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição: entre a prescrição e o real do trabalho. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 12, 2007. FALZON Pierre, Ergonomia, Paris, Editora Blucher 2007. GUÉRIN, F. & Cols. Compreender o trabalho para transformá-lo.São Paulo: Editora Edgard Blucher ltda. 2001 MORAES, Ana Maria de & MONT’ALVÃO, Claudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiros: 2AB, 2000 (2ª Edição, ampliada) IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Blücher, 1990. 35