A visita de estudo ao litoral norte português analisou várias praias, observando os processos de erosão e sedimentação causados pelo mar e rios. Foram identificadas estruturas de proteção como esporões, muros de gabião e enrocamentos. Conclui-se que o litoral está em constante mudança e sujeito a riscos, apesar dos esforços humanos de proteção e as ameaças causadas pela ocupação e degradação do solo.

1. Visita de Estudo ao Litoral Norte
Nomes: -José Pedro Freitas Nº22
-José Pedro Machado Nº23
-Luís Henrique Nº25 Turma: 11CT4

2. Introdução
O presente trabalho é sobre a visita de estudo realizada no passado dia 8 de Março ao
litoral Norte do nosso país.
São objetivos gerais deste trabalho mobilizar a comunidade educativa no
desenvolvimento de atitudes e valores em torno da leitura e literacia dos oceanos,
desenvolver a curiosidade geográfica como promotora da educação para a cidadania e
compreender a importância da exploração/uso dos recursos naturais, integrados numa
perspetiva do conceito de desenvolvimento sustentável.
Como objetivos mais específicos temos:
 Observar aspetos da dinâmica sedimentar na faixa litoral;
 Compreender a ação do mar na meteorização/erosão e recuo da faixa litoral;
 Inferir/aplicar conhecimentos adquiridos em contexto de sala de aula;
 Reconhecer as zonas litorais como áreas muito vulneráveis;
 Identificar riscos geológicos associados a dinâmica sedimentar na faixa litoral;
 Relacionar o recuo da linha de costa como resultado da ação de múltiplos
fatores, naturais e antropogénicos, designadamente para defender o litoral;
 Sensibilizar para a conservação/preservação dos recursos geológicos;
 Identificar situações-problema relacionadas com aspetos de ordenamento do
território e risco geológico;
 Sensibilizar para a adoção de atitudes e comportamentos que visem a prevenção
das defesas naturais na faixa litoral;
 Promover o convívio entre alunos e entre professores.
Praia da Fragosa
A Praia da Fragosa encontra-se localizada na área urbana da Póvoa de Varzim, entre a
Praia de Fragosinho e a Praia do Esteiro, na freguesia de Aver-O-Mar.
Nesta praia existe um esporão natural (fig.1) e, o aparecimento deste, levou a que se
acumulasse uma grande porção de areia a norte destes afloramentos rochosos, dando
origem à Praia do Esteiro.
Um esporão é uma estrutura construída para proteger a costa prolongando-se pelo mar
num ângulo apropriado para acumular areia e reduzir a erosão causada pelas correntes.

3. Também nesta praia é visível uma forte ocupação humana a uma distância curta da
mesma (fig.3) e um avanço da linha costeira devido à existência de uma tampa de
esgoto que estava submersa na areia e que agora está visível (fig.2).
Praia do Esteiro
A Praia do Esteiro encontra-se localizada entre a Praia da Fragosa e a Praia do Coim, na
freguesia Aver-O-Mar.
Esta praia contém o Rio Esteiro (fig.4), daí o nome dela, e este funciona como fronteira
com a Praia da Fragosa.
Este rio apresenta o seu leito meandrificado (fig.5) onde ocorre erosão do seu lado
esquerdo e sedimentação no lado direito do mesmo.
Nesta praia também podemos ver a existência de muros de gabião (fig.6) com o objetivo
de proteger as dunas situadas a Norte, a construção de paliçadas (fig.7) para cortar a
energia do vento não deixando este levar areia nem sementes do seu lugar e
enrocamentos (fig.6) para o rio não alargar o seu leito.
Fig.1- Esporão Natural Fig.2- Tampa de esgoto visível
pela ação do mar
Fig.3- Visualização da ocupação humana em relação à praia da Fragosa

4. Os muros de gabião são construções reforçadas, semelhantes a um muro de grandes
dimensões, construída ao longo de ravinas costeiras para evitar o desabamento de terras
(neste caso das dunas) ou para suster o avanço do mar.
Também nesta praia vimos a existência de um moinho (fig.8) o que indica que esta zona
é muita fustigada pelo vento, e ao que parece já chegou a partir um passadiço devido a
uma tempestade passada.
Ainda na Praia do Esteiro reparamos que havia uma planta muito abundante, com o
nome de chorões (fig.9), que na verdade era uma planta invasora que roubava os
nutrientes às outras expulsando-as de certa forma daquela local.
Fig.4- Rio Esteiro Fig.5- Meandro do Rio Fig.6- Muro de Gabião
e enrocamento
Fig.8- Moinho da praia do Esteiro Fig.9- ChorõesFig.7- Paliçadas

5. Praia do Quião
A Praia do Quião encontra-se localizada entre a Praia de Coim e o Cabo de Santo
André, na freguesia Aver-O-Mar.
Esta praia é conhecida pela apanha tradicional do sargaço (fig.10 e 11) que irá servir
para fertilizante na agricultura e tem um grande afloramento rochoso devido ao esporão
situado a norte da mesma.
Praia da Aguçadoura
A Praia da Aguçadoura apresenta um areal extenso e um sistema dunar na zona Norte.
Na zona Sul desagua a Ribeira da Barranha (fig.12 e 13).
Nesta zona são utilizados muros de gabião (fig.14) e enrocamentos (fig.17) para que a
água vinda da ribeira (com grande velocidade) não provoque erosão nas margens nem
modifique o seu leito, fazendo com que esta não caia.
Esta é uma zona muito afetada por tempestades e evidencia-se fortes indícios de erosão
causados tanto pela ação do mar, como também pela ação antrópica do ser humano
(cortes eólicos- Fig.15).
Fig.10- Sargaço Fig.11- Sargaço
Fig.12- Ribeira Fig.13- Foz da Ribeira Fig.14- Muros de Gabião

6. Praia da Barranha
A Praia da Barranha situa-se mesmo em frente ao campo de futebol da Aguçadoura. Na
mare baixa a inclinação característica do seu areal torna-se mais evidente. Possui um
sistema dunar que se torna mais amplo a Sul do parque de estacionamento.
Nesta praia há uma forte evidência da atividade antrópica do ser humano como as
pegadas por cima do cordão dunar fazendo com que as vegetações existentes acabem
por morrer, acabando por formar cortes eólicos.
Ainda podemos ver a existência de paliçadas para cortar a energia do vento.
Fig.15- Corte Eólico Fig.16- Saneamento visível
devido ao avanço do mar
Fig.17- Enrocamentos
Fig.18- Corte Eólico
Fig.19- Paliçadas

7. Praia de Ofir
Na Praia de Ofir existe um esporão (fig.21 de origem antrópica e no do lado esquerdo
desse esporão há erosão (fig.22) e no direito (fig.23) sedimentação.
Existem também paliçadas e enrocamentos que foram feitos de modo a proteger os
edifícios (fig.25), assim como o esporão.
Também foram construídos cilindros (fig.24) de areia para proteger as dunas para
quando o mar avançasse embatesse nos cilindros defendendo desta forma as dunas.
Embora se tivesse feito construções para proteger as dunas, o Homem destrói-as, pois
era bem visível um pisoteio sobre parte das dunas fazendo com que a vegetação
desaparecesse naquele local.
Fig.20- Esporão Antrópico
Fig.23- Lado direito do esporão onde
ocorre sedimentação
Fig.22- Lado esquerdo do esporão onde
ocorre erosão
Fig.21- Vista de cima do Esporão

8. Praia de Esposende
Nesta zona está a haver erosão na restinga (Fig.26), e esta, se continuar a ser erodida
pode levar a que o mar se junte com o rio Cávado, mas para evitar tal coisa foi feita uma
construção com o objetivo de reduzir a erosão da mesma, construção esta que já não tem
o mesmo efeito pois a erosão tem vindo a aumentar, aumentando desta forma a
probabilidade do mar se juntar com o rio.
Uma restinga é um espaço geográfico formado sempre por depósitos arenosos paralelos
à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de
sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência
marinha
Fig.24- Cilindros de Areia Fig.25- Edifícios (Torres de Ofir)
Fig.26- Restinga de Esposende

9. Conclusão
Com este trabalho podemos concluir que o litoral Norte do país está em constante
alteração, sendo este condicionado por vários fatores abordados no presente trabalho.
Também podemos afirmar que o Homem ’’ não respeita’’ o litoral pois ocupa-o de
forma inconsciente sem se preocupar com os riscos a que está sujeito
Contudo, podemos prevenir os riscos com planos de ordenamento do litoral e usar
métodos como os referidos acima para evitar o desgaste/desaparecimento do litoral.