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A biografia
 Manoel Neves
A BIOGRAFIA
 aspectos gerais
A BIOGRAFIA
                                                     aspectos gerais

                                                        definição
                narração	
  que	
  busca	
  recons.tuir	
  fatos	
  mais	
  relevantes	
  da	
  vida	
  de	
  pessoa	
  

                                               intencionalidade
apresentar	
  eventos	
  cronológicos	
  relevantes	
  da	
  vida	
  pessoa	
  que,	
  em	
  geral,	
  tornou-­‐se	
  celebridade	
  

                                                        estrutura
  momento	
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  e	
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                                                   tipos textuais
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CARACTERÍSTICAS
                          a biografia
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TEXTO
a biografia
SAL DA LIBERDADE
                                                                       um modelo
E,	
  então,	
  ele	
  se	
  ajoelhou	
  diante	
  do	
  oceano,	
  apanhou	
  um	
  torrão	
  de	
  sal	
  e	
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  ergueu.	
  
Não	
   era	
   nada	
   além	
   de	
   um	
   punhado	
   de	
   sal	
   –	
   sal,	
   e	
   estava	
   ali,	
   em	
   quan.dade	
   no	
   mar,	
   para	
   quem	
  
quisesse	
   consumi-­‐lo.	
   Chegava	
   à	
   praia	
   trazido	
   pelas	
   águas	
   do	
   oceano	
   Índico,	
   e	
   não	
   custava	
   nada.	
  
Presente	
  da	
  natureza.	
  
Para	
   os	
   indianos,	
   no	
   entanto,	
   ele	
   valia	
   o	
   preço	
   de	
   uma	
   vida	
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   miséria	
   e	
   submissão	
   à	
   Coroa	
  
Britânica:	
  de	
  acordo	
  com	
  as	
  chamadas	
  Leis	
  Salgadas,	
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  posse	
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  do	
  monopólio	
  
governamental	
   inglês	
   era	
   crime	
   passível	
   de	
   punição	
   na	
   colônia,	
   e	
   a	
   tributação	
   pesava	
   tanto	
  
sobre	
  os	
  camponeses	
  mais	
  humildes	
  como	
  sobre	
  os	
  comerciantes	
  abastados.	
  
É	
  por	
  esse	
  homem	
  pobre,	
  aviltado	
  e	
  oprimido,	
  que	
  o	
  velho	
  lutava	
  pela	
  independência	
  da	
  Índia	
  e	
  
conclamava	
   seu	
   povo	
   à	
   “resistência	
   pacífica”:	
   um	
   dia	
   –	
   havia	
   garan.do	
   ao	
   primeiro-­‐ministro	
  
britânico	
  lord	
  Irwin,	
  pouco	
  antes	
  de	
  par.r	
  em	
  direção	
  às	
  salinas	
  de	
  Dharasana	
  para	
  a	
  “grande	
  
manifestação	
  da	
  desobediência	
  civil	
  –	
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  população	
  indiana	
  havia	
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  processar	
  seu	
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  sal.	
  
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  Prestem	
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  Eu	
  darei	
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  de	
  março	
  de	
  1930,	
  ao	
  lado	
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  outros	
  78	
  seguidores,	
  entre	
  os	
  
quais	
  a	
  poe.sa	
  Sarojini	
  Naidu.	
  
E	
   o	
   velho	
   homem	
   se	
   pôs	
   a	
   andar	
   do	
   ashram	
   de	
   Sabarma.,	
   a	
   comunidade	
   onde	
   vivia,	
   até	
   o	
   mar.	
  
Tinha	
  61	
  anos	
  e	
  atravessou	
  colinas	
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  vales	
  a	
  pé.	
  Durante	
  24	
  dias,	
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  toscamente,	
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  mão,	
  cobriu	
  mais	
  de	
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                                           COHEN,	
  Marlene.	
  Mahatma	
  Gandhi.	
  São	
  Paulo:	
  Globo,	
  2006.	
  
ANÁLISE
a biografia
SAL DA LIBERDADE
                                                                       um modelo
E,	
  então,	
  ele	
  se	
  ajoelhou	
  diante	
  do	
  oceano,	
  apanhou	
  um	
  torrão	
  de	
  sal	
  e	
  o	
  ergueu.	
  
Não	
   era	
   nada	
   além	
   de	
   um	
   punhado	
   de	
   sal	
   –	
   sal,	
   e	
   estava	
   ali,	
   em	
   quan.dade	
   no	
   mar,	
   para	
   quem	
  
quisesse	
   consumi-­‐lo.	
   Chegava	
   à	
   praia	
   trazido	
   pelas	
   águas	
   do	
   oceano	
   Índico,	
   e	
   não	
   custava	
   nada.	
  
Presente	
  da	
  natureza.	
  

                                                                 introdução
O	
   texto	
   começa	
   com	
   uma	
   cena	
   aparentemente	
   sem	
   importância	
   [primeiro	
   parágrafo].	
   O	
  
segundo	
   parágrafo	
   destaca	
   o	
   quanto	
   o	
   sal	
   era	
   comum	
   no	
   Oceano	
   Índico.	
   Levanta-­‐se	
   a	
  
curiosidade	
  do	
  leitor:	
  por	
  que	
  pegar	
  um	
  torrão	
  de	
  sal	
  é	
  tão	
  importante	
  na	
  biografia	
  de	
  alguém?	
  
SAL DA LIBERDADE
                                                                    um modelo
Para	
   os	
   indianos,	
   no	
   entanto,	
   ele	
   valia	
   o	
   preço	
   de	
   uma	
   vida	
   de	
   miséria	
   e	
   submissão	
   à	
   Coroa	
  
Britânica:	
  de	
  acordo	
  com	
  as	
  chamadas	
  Leis	
  Salgadas,	
  a	
  posse	
  de	
  sal	
  não	
  adquirido	
  do	
  monopólio	
  
governamental	
   inglês	
   era	
   crime	
   passível	
   de	
   punição	
   na	
   colônia,	
   e	
   a	
   tributação	
   pesava	
   tanto	
  
sobre	
  os	
  camponeses	
  mais	
  humildes	
  como	
  sobre	
  os	
  comerciantes	
  abastados.	
  
É	
  por	
  esse	
  homem	
  pobre,	
  aviltado	
  e	
  oprimido,	
  que	
  o	
  velho	
  lutava	
  pela	
  independência	
  da	
  Índia	
  e	
  
conclamava	
   seu	
   povo	
   à	
   “resistência	
   pacífica”:	
   um	
   dia	
   –	
   havia	
   garan.do	
   ao	
   primeiro-­‐ministro	
  
britânico	
  lord	
  Irwin,	
  pouco	
  antes	
  de	
  par.r	
  em	
  direção	
  às	
  salinas	
  de	
  Dharasana	
  para	
  a	
  “grande	
  
manifestação	
  da	
  “desobediência	
  civil”	
  –	
  a	
  população	
  indiana	
  havia	
  de	
  processar	
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  próprio	
  sal.	
  

                                                     desenvolvimento
Esses	
   dois	
   parágrafos	
   fornecem	
   informações	
   necessárias	
   para	
   que	
   a	
   cena	
   apresentada	
   no	
  
primeiro	
   parágrafo	
   ganhe	
   relevância	
   no	
   contexto	
   polí.co-­‐econômico	
   da	
   Índia	
   em	
   que	
   viveu	
  
Gandhi.	
  
SAL DA LIBERDADE
                                                                     um modelo
–	
  Prestem	
  atenção	
  Eu	
  darei	
  um	
  sinal	
  à	
  nação	
  –	
  instruiu,	
  em	
  seguida,	
  dando	
  início	
  à	
  marcha	
  em	
  
direção	
  à	
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  Dandi,	
  em	
  11	
  de	
  março	
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  1930,	
  ao	
  lado	
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  78	
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  entre	
  os	
  
quais	
  a	
  poe.sa	
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  Naidu.	
  
E	
   o	
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                                                                 conclusão
Depois	
   de	
   apresentar	
   os	
   dados	
   contextuais	
   necessários,	
   o	
   foco	
   do	
   texto	
   volta	
   a	
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   o	
  
acontecimento	
  que	
  definiu	
  a	
  importância	
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  biografado	
  perante	
  o	
  povo	
  de	
  seu	
  país.	
  
BIBLIOGRAFIA
                                                          a biografia
ABAURRE,	
   Maria	
   Luiza	
   M.,	
   ABAURRE,	
   Maria	
   Bernadete	
   M.	
   Produção	
   de	
   texto;	
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A biografia

  • 3. A BIOGRAFIA aspectos gerais definição narração  que  busca  recons.tuir  fatos  mais  relevantes  da  vida  de  pessoa   intencionalidade apresentar  eventos  cronológicos  relevantes  da  vida  pessoa  que,  em  geral,  tornou-­‐se  celebridade   estrutura momento  em  que  se  tornou  célebre;  nascimento,  infância,  adolescência,  vida  adulta  e  morte.   tipos textuais narra.vo,  exposição,  argumentação   contexto de circulação geralmente  circula  em  forma  de  livro  
  • 4. CARACTERÍSTICAS a biografia relevância   autoria   ghost  writer   biografado  
  • 6. SAL DA LIBERDADE um modelo E,  então,  ele  se  ajoelhou  diante  do  oceano,  apanhou  um  torrão  de  sal  e  o  ergueu.   Não   era   nada   além   de   um   punhado   de   sal   –   sal,   e   estava   ali,   em   quan.dade   no   mar,   para   quem   quisesse   consumi-­‐lo.   Chegava   à   praia   trazido   pelas   águas   do   oceano   Índico,   e   não   custava   nada.   Presente  da  natureza.   Para   os   indianos,   no   entanto,   ele   valia   o   preço   de   uma   vida   de   miséria   e   submissão   à   Coroa   Britânica:  de  acordo  com  as  chamadas  Leis  Salgadas,  a  posse  de  sal  não  adquirido  do  monopólio   governamental   inglês   era   crime   passível   de   punição   na   colônia,   e   a   tributação   pesava   tanto   sobre  os  camponeses  mais  humildes  como  sobre  os  comerciantes  abastados.   É  por  esse  homem  pobre,  aviltado  e  oprimido,  que  o  velho  lutava  pela  independência  da  Índia  e   conclamava   seu   povo   à   “resistência   pacífica”:   um   dia   –   havia   garan.do   ao   primeiro-­‐ministro   britânico  lord  Irwin,  pouco  antes  de  par.r  em  direção  às  salinas  de  Dharasana  para  a  “grande   manifestação  da  desobediência  civil  –  a  população  indiana  havia  de  processar  seu  próprio  sal.   –  Prestem  atenção  Eu  darei  um  sinal  à  nação  –  instruiu,  em  seguida,  dando  início  à  marcha  em   direção  à  costa  de  Dandi,  em  11  de  março  de  1930,  ao  lado  de  outros  78  seguidores,  entre  os   quais  a  poe.sa  Sarojini  Naidu.   E   o   velho   homem   se   pôs   a   andar   do   ashram   de   Sabarma.,   a   comunidade   onde   vivia,   até   o   mar.   Tinha  61  anos  e  atravessou  colinas  e  vales  a  pé.  Durante  24  dias,  ves.do  toscamente,  o  cajado   na  mão,  cobriu  mais  de  320  quilômetros.   COHEN,  Marlene.  Mahatma  Gandhi.  São  Paulo:  Globo,  2006.  
  • 8. SAL DA LIBERDADE um modelo E,  então,  ele  se  ajoelhou  diante  do  oceano,  apanhou  um  torrão  de  sal  e  o  ergueu.   Não   era   nada   além   de   um   punhado   de   sal   –   sal,   e   estava   ali,   em   quan.dade   no   mar,   para   quem   quisesse   consumi-­‐lo.   Chegava   à   praia   trazido   pelas   águas   do   oceano   Índico,   e   não   custava   nada.   Presente  da  natureza.   introdução O   texto   começa   com   uma   cena   aparentemente   sem   importância   [primeiro   parágrafo].   O   segundo   parágrafo   destaca   o   quanto   o   sal   era   comum   no   Oceano   Índico.   Levanta-­‐se   a   curiosidade  do  leitor:  por  que  pegar  um  torrão  de  sal  é  tão  importante  na  biografia  de  alguém?  
  • 9. SAL DA LIBERDADE um modelo Para   os   indianos,   no   entanto,   ele   valia   o   preço   de   uma   vida   de   miséria   e   submissão   à   Coroa   Britânica:  de  acordo  com  as  chamadas  Leis  Salgadas,  a  posse  de  sal  não  adquirido  do  monopólio   governamental   inglês   era   crime   passível   de   punição   na   colônia,   e   a   tributação   pesava   tanto   sobre  os  camponeses  mais  humildes  como  sobre  os  comerciantes  abastados.   É  por  esse  homem  pobre,  aviltado  e  oprimido,  que  o  velho  lutava  pela  independência  da  Índia  e   conclamava   seu   povo   à   “resistência   pacífica”:   um   dia   –   havia   garan.do   ao   primeiro-­‐ministro   britânico  lord  Irwin,  pouco  antes  de  par.r  em  direção  às  salinas  de  Dharasana  para  a  “grande   manifestação  da  “desobediência  civil”  –  a  população  indiana  havia  de  processar  seu  próprio  sal.   desenvolvimento Esses   dois   parágrafos   fornecem   informações   necessárias   para   que   a   cena   apresentada   no   primeiro   parágrafo   ganhe   relevância   no   contexto   polí.co-­‐econômico   da   Índia   em   que   viveu   Gandhi.  
  • 10. SAL DA LIBERDADE um modelo –  Prestem  atenção  Eu  darei  um  sinal  à  nação  –  instruiu,  em  seguida,  dando  início  à  marcha  em   direção  à  costa  de  Dandi,  em  11  de  março  de  1930,  ao  lado  de  outros  78  seguidores,  entre  os   quais  a  poe.sa  Sarojini  Naidu.   E   o   velho   homem   se   pôs   a   andar   do   ashram   de   Sabarma.,   a   comunidade   onde   vivia,   até   o   mar.   Tinha  61  anos  e  atravessou  colinas  e  vales  a  pé.  Durante  24  dias,  ves.do  toscamente,  o  cajado   na  mão,  cobriu  mais  de  320  quilômetros.   conclusão Depois   de   apresentar   os   dados   contextuais   necessários,   o   foco   do   texto   volta   a   ser   o   acontecimento  que  definiu  a  importância  do  biografado  perante  o  povo  de  seu  país.  
  • 11. BIBLIOGRAFIA a biografia ABAURRE,   Maria   Luiza   M.,   ABAURRE,   Maria   Bernadete   M.   Produção   de   texto;   interlocução   e   gêneros.  São  Paulo:  Moderna,  2007.   COSTA,  Sérgio  Roberto.  Dicionário  de  gêneros  textuais.  Belo  Horizonte:  Autên.ca,  2008.