O documento descreve a vida e obra da arquiteta Lina Bo Bardi no Brasil, especialmente seu trabalho de restauração do Solar do Unhão em Salvador na década de 1950. Detalha como ela se apaixonou pelas ruínas do local e conseguiu recursos para preservá-lo, buscando sempre respeitar a cultura popular local em seus projetos arquitetônicos.
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
LINA BO BARDI - Solar do Unhão.ppt
1. LINA BO BARDI
SESC POMPEIA
LINA TOGETHER 2016
SOLAR DO UNHÃO
SALVADOR - BA
2. O Trapiche Unhão
• Lina Bo Bardi referia-se ao Conjunto do
Unhão como Trapiche Unhão.
Deslumbrava-se por aquele edifício em
ruínas situado à beira-mar, as margens da
Baía de Todos os Santos, data de antes
da Fundação do Museu Arte Moderna da
Bahia.
3. • O Unhão Lina Bo Bardi conheceu em 1958 e estava
ameaçado pela construção da Avenida de Contorno,
que ia passar sobre alguns. Mas ela desde o princípio
buscou a viabilidade da restauração e até da
modificação do projeto. Diógenes [Rebouças,
responsável pelo projeto] se dedicou à modificação do
traçado para não destruir o Forte da Gamboa e o
Unhão. Lina conseguiu de Juracy Magalhães
[governador da época] a compra do lugar e o aval para
restaurar. Na época, era um engenho com capela, casa
grande, que depois virou trapiche, galpão. Tinham vários
usos, inclusive oficinas de carros.
4. Tudo começou assim:
• Tudo começou no ano de 1958, quando recebeu o convite para
idealizar a famosa “Casa do Chame-Chame”, imóvel erguido na
esquina da atual Rua Plínio Moscoso entrelaçado a uma jaqueira,
destruído desde a década de 1980 para dar espaço a um prédio.
• E foi nessa oportunidade que Lina Bo Bardi criou afetividade com
cultura baiana.
• “Ela já conhecia artistas e intelectuais como Mário Cravo e o
jornalista Odorico Tavares, por exemplo. Então viaja com um grupo,
conheceu o recôncavo, o sertão, participou de festas populares,de
procissões, conheceu o Candomblé.
• Tinha referência muito presente da história da Guerra de Canudos e
visitou Monte Santo. Conheceu a Bahia desconhecida para a
maioria dos brasileiros, uma espécie de confirmação da afinidade,
expressa em suas notas. Bo Bardi registrou os hábitos, as
tradições, os costumes populares. Ela mesmo expressou que a
obra dela está repleta dessa vivência”.
5. • Do contato com o professor e arquiteto Diógenes Rebouças, passou
a dar aulas na UFBA e a editar o caderno "Crônicas de arte, de
história, de costume, de cultura da vida: arquitetura, pintura,
escultura, música e artes visuais", no Diário de Notícias de
Salvador, tornando-se referência também como agitadora cultural.
• Foi a primeira diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-
BA), instalando-o inicialmente no foyer do Teatro Castro Alves
(TCA) ainda em reforma após o incêndio que tomou a sua estrutura
cinco dias após a inauguração. “Ela aproveitou todos os espaços
encontrados, até o palco. Era um museu vivo, que agregava todas
as artes. Tinha teatro, cinema, música, cineclube. Lina o chamava
de museu-escola. Ela pretendia manter uma galeria do MAM no
TCA e queria transformar o TCA em um teatro popular”.
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7. • Seu olhar atento ao entorno, às realidades do
povo que estavam ao redor do Solar do Unhão,
escreveu no Diário de Notícias:
• Planificar, sanear, antes que a especulação
imobiliária, fantasiada de filantropia, transforme
as casas humildes, as ruas, as praças, o
ambiente da vida pobre, mas rica de fermentos
vivos, de realidades pulsantes, em uma massa
amorfa, mortificada e mortificante. (...)
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12. • Bo Bardi sempre atuou para respeitar a alma
popular e dar condições para que as pessoas ali
morassem. As obras estão situadas em vários
pontos do centro de Salvador justamente por
esse cuidado com os vários locais que precisam
dessa intervenção cuidadosa. Era um outro
urbanismo, preocupado com o social. Há uma
expressividade muito grande por agregar toda a
carga histórica do lugar e da relação de Lina”
com a Bahia.
• Carla Zollinger ( UFBA )
15. Olhar para a Bahia
• “Lina Bo Bardi viu beleza e vida onde
muitos enxergavam apenas pobreza e
miséria”. A arquiteta considerava que “a
cultura popular deveria ser a chave da
produção moderna brasileira e do nosso
desenho industrial”, marcada pela pouca
disponibilidade de recursos materiais e
grande inventividade.
• Carla Zollinger e Joãozito – Curadores da Expo Amar Lina 2015