Luciana Nunes apresenta sobre os desafios de criar uma cultura de experiência do usuário (UX) em contextos multidisciplinares. Ela discute o que é UX, os diferentes papéis dos profissionais da área, os níveis de maturidade das equipes, formas de disseminar a cultura UX e a importância da capacitação contínua. O documento fornece uma introdução abrangente sobre UX para equipes multidisciplinares.
Meetup inaugural - Bauru UX Design Group - Fev/2015
Os desafios de criar a cultura de UX em contexto multidisciplinar
1. Luciana Nunes, MSc. | Setembro 2020
Cultura de UX:
os desafios de criar a cultura de
UX em contexto multidisciplinar
2. Oi, eu sou a Luciana!
- Designer por formação
(graduação, especialização e
mestrado), atuante na área
de UX e educação.
Saiba mais aqui:
3. Sobre o que
vamos falar hoje?
• O que é a área de UX
Entender para explicar
• Os diferentes papéis dos profissionais
Ser um profissional generalista ou especialista
• O nível de maturidade da
equipe/empresa
Será que eles realmente entendem e aplicam a UX em
seus processos de design de produtos e serviços?
• Formas de disseminar a cultura UX
Alguns métodos e técnicas
• Capacitação na área
Como se preparar para ser um profissional melhor?
5. Contempla aspectos que envolvem as
percepções e reações das pessoas em
diversos momentos, como emoções,
crenças, motivações, prazer etc.
Experiência do Usuário
IS0 9241-210
6. Contempla aspectos que envolvem as
percepções e reações das pessoas em
diversos momentos, como emoções,
crenças, motivações, prazer etc.
Experiência do Usuário
IS0 9241-210
7. Contempla aspectos que envolvem as
percepções e reações das pessoas em
diversos momentos, como emoções,
crenças, motivações, prazer etc.
Experiência do Usuário
IS0 9241-210
8. Usabilidade
Experiência do Usuário
- Crenças e Valores
- Conhecimento prévio
- Expectativas
- Experiência positiva,
negativa ou neutra
- Adoção do artefato
- Gatilhos
- Execução de tarefas
- Realidade
Antecipação do Uso Momento do uso Após o uso
11. O processo de trabalho envolvendo UX
Mais
concreto
Mais
abstrato
12. O processo de trabalho envolvendo UX
Quando pensamos em projeto:
Quando pensamos em produto:
Começo-meio-fim: a construção é parte a parte e só podemos
usar quanto tiver o todo: foco na entrega e documentação
Pequenas entregas de algo que pode ser usado, grandes aprendizados!
Foco no valor gerado ao usuário.
PATTON (2014)
13. OS DIFERENTES
PAPÉIS DOS
PROFISSIONAIS
DA ÁREA DE UX
UX
Researcher
Arquiteto
de Informação
Designer
de Interação
UX
Designer
Desenvolvedor
Front-end
UX
Writer
Já ouviu falar nesses termos todos?
UI
Designer
14. Pesquisador
(UX Researcher)
• Pesquisa e análise de dados
• Levantamento de requisitos
• Elaboração de entregáveis
• Avaliação do produto (fase
inicial e/ou fase final)
Arquiteto
de Informação
• Organização e
categorização do conteúdo
• Escolha de rótulos
• Definição da busca: filtros
e resultados
Designer
de Interação
• Modelagem de tarefas e
interação: fluxos e diagramas
• Prototipação para avaliar a
interação (média, baixa).
INVISION (2019) e INTERACTION DESIGN (2020)
Designer
de Interface
• Definição do layout: cores,
tipografias, imagens
alinhadas com o branding
do produto
• Prototipação em alta
fidelidade
Podemos ter perfis profissionais específicos...
15. UX Writer
• Define toda a linguagem
(escrita e oral) a ser
utilizada no produto, de
acordo com os requisitos
levantados na pesquisa
INVISION (2019) e INTERACTION DESIGN (2020)
Desenvolvedor
Front-end
• Implementa as interfaces
e a interação utilizando
linguagens como HTML,
CSS e Javascript.
UX Designer
• Realiza em conjunto as
tarefas do Pesquisador (UX
Researcher), Arquiteto da
Informação e Designer de
Interação.
• Mapeia a experiência do
usuário
Podemos ter perfis profissionais específicos...
17. ...ou perfis profissionais mais generalistas
BOTHA (2018)
Vantagens Desvantagens
• Visão do todo permite entender melhor
as limitações durante o processo de
desenvolvimento do produto
• Capacidade de se adaptar melhor em
equipes que estão começando
(startups, equipes com muita restrição
de orçamento etc).
• O acúmulo de funções dificulta o
gerenciamento do tempo
• Não conseguir se aprofundar de
forma igual em todas as atividades
(mesmo que você queira muito,
afinal, você é 1 pessoa só!)
18. ...ou perfis profissionais mais generalistas
BOTHA (2018)
Dependendo do
contexto da sua
empresa, podemos nos
sentir sozinhos como
defensores das boas
práticas do design
centrado no usuário...
O que podemos fazer?
20. Entender a maturidade UX da empresa
SARMENTO (2017)
Se a organização não tem maturidade UX,
você e seu time vão trabalhar, pensar muito,
pesquisar, mas dificilmente chegarão nos
resultados desejados.
21. Entender a maturidade UX da empresa
SARMENTO (2017),
Existem diferentes modelos de maturidade UX. E cada modelo apresenta variados níveis:
Não se pode pular de um nível
para o outro: deve-se avançar
1 nível por vez.
22. Entender a maturidade UX da empresa
Traduzido de CARRARO (2014)
O modelo Keikendo apresenta 5 níveis de maturidade.
23. Traduzido de CARRARO (2014)
Nível Definição Ferramentas para avançar
1 – Sem Intenção
A prática de UX é inexistente: o design entra como fator estético (bonito
ou feio); o desenvolvimento do produto foca nas funcionalidades
(features) e não no que o usuário de fato precisa; a usabilidade é vista
como um agregador e não como algo essencial.
Capacitação da equipe (cursos, inscrição em
eventos, palestras, workshops etc);
2 – Auto Referência
Há uma leve percepção de que UX é importante e que pode trazer valor.
Porém, é mais no discurso do que na prática: o envolvimento dos
usuários durante o processo é praticamente nenhum e o time de UX é
acionado somente no final do desenvolvimento.
Realização de testes de usabilidade (em
fases iniciais e ao final do processo)
3 - Expert
Há um esforço individual na adoção da prática de UX: algumas técnicas
são aplicadas, como testes de usabilidade, testes A/B etc, mas ainda
são escassos e não seguem uma metodologia consistente.
Quantificação dos testes para comparação:
medição da performance e da satisfação
4 - Centralizado
Neste nível a prática de UX é incorporada ao processo de design: há
utilização de técnicas de forma mais regular e consistente e há um time
focado em UX, com diferentes expertises. A maior dificuldade é em
disseminar o conhecimento adquirido dentro da empresa.
Correlacionar as métricas analisadas aos
KPIs (Indicadores de performance) para
mostrar o impacto da prática de UX.
5 - Distribuído
A prática de UX está inserida na cultura da empresa, estando presente
em todas as etapas de desenvolvimento de produtos e serviços. Ela é
vista por diversas áreas como uma parte estratégica e influencia na
tomada de decisões.
25. educar as pessoas
sobre a importância da
incorporação do design
centrado no usuário nas
diferentes fases do
desenvolvimento do
produto/serviço.
Se você for designer de um time só (o
“bloco do eu sozinho”) ou está em um
time multidisciplinar em que não há a
cultura de UX, saiba que:
É um trabalho
de formiguinha:
26. Formas de disseminar a cultura de UX
Você vai precisar de:
PACIÊNCIA
Aprender a administrar a
sua ansiedade e a de
outras partes envolvidas
RESILIÊNCIA
Ser firme e persistir, mesmo
diante de obstáculos (falta
de dinheiro, de tempo, de
gente, de apoio etc)
CONHECIMENTO
Conhecer os métodos e as
técnicas, processos,
abordagens, conceitos etc
PESSOAS
Sem elas, de que adianta?
Agregue pessoas nesta
sua jornada: todo apoio é
bem vindo!
27. Formas de disseminar a cultura de UX
CONHECIMENTO Faça pesquisa e valide
suas hipóteses.
BULEY (2013)
Conhecer os métodos e as técnicas,
processos, abordagens, conceitos etc
28. Formas de disseminar a cultura de UX
CONHECIMENTO
Conhecer os métodos e as técnicas,
processos, abordagens, conceitos etc
Qualquer pesquisa é melhor
que nenhuma!
BULEY (2013)
Alguns métodos e técnicas que são de baixo custo de tempo e dinheiro para você começar:
- Teste de Usabilidade (informal)
- Pesquisa desk
- Proto-personas
- Five Second Test
- Prototipagem em papel
29. Formas de disseminar a cultura de UX
PESSOAS Construa o suporte para o
seu trabalho
BULEY (2013), tradução minha.
Sem elas, de que adianta? Agregue
pessoas nesta sua jornada: todo
apoio é bem vindo!
(…) muita ênfase em processos pode distrair e
tirar o foco dos relacionamentos, que é o mais
importante – especialmente quando a UX
ainda está tentando se estabilizar enquanto
área dentro da empresa.
30. Formas de disseminar a cultura de UX
PESSOAS Construa o suporte para o
seu trabalho
BULEY (2013)
Sem elas, de que adianta? Agregue
pessoas nesta sua jornada: todo
apoio é bem vindo!
O que é possível fazer?
1) Convide o seu colega que não é da área de UX
a participar do processo: isso pode aumentar o
sentimento de pertencimento e envolvimento.
2) Faça coisas juntos: rascunhos, quadro branco,
sessões de brainstorm etc.
31. Formas de disseminar a cultura de UX
PESSOAS Construa o suporte para o
seu trabalho
BULEY (2013)
Sem elas, de que adianta? Agregue
pessoas nesta sua jornada: todo
apoio é bem vindo!
O que é possível fazer?
3) Construa uma rede informal de UX: promova
encontros e debates: apresentação de cases,
compartilhamento de livros, artigos, eventos etc.
4) Escute: deixe que seu colega não-UX dê sua
opinião sobre o processo, assim como falar
sobre suas expectativas e prioridades em
relação ao produto/serviço.
33. Capacitação na área de UX
NETWORKING
PARTICIPAÇÃO DE EVENTOS DA COMUNIDADE
• + Mulheres em UX (☺)
• Meetups diversos promovidos por empresas e universidades
• ILA (Interaction Latin America)
• World Usability Day
• UXConf
• UX Book Club
• WIAD (World Information Architecture Day)
• Dentre outros
34. Capacitação na área de UX
CURSOS LIVRES
• Alura
• Caelum
• Interaction Design Foundation
• Product Arena
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
• LATO SENSU (especialização / MBA): Significa em “em sentido amplo”. São cursos de 360h
com duração em média de 18 meses. É indicado para quem quer se especializar em uma área,
desenvolvendo suas habilidades para aplicação profissional. Ao final, o aluno recebe um
certificado de conclusão de curso.
• STRICTO SENSU (mestrado e doutorado): Significa em “em sentido limitado”. É indicado para
aqueles que desejam seguir carreira de pesquisador ou docente. Ao final, o aluno recebe um
diploma.
• Coursera
• Udemy
• Etc
35. Capacitação na área de UX
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
• LATO SENSU (especialização / MBA):
• STRICTO SENSU (mestrado e doutorado):
• ESPM: Pós-graduação em Marketing e Design Digital
• Instituto Infnet: MBA em UX Design, Arquitetura da Informação e Usabilidade
• PUC-Rio: Ergodesign de Interfaces: design centrado no usuário e UX
• SENAC-RJ: Pós-graduação em Design de Interação
• Veiga de Almeida: Design e Experiência Digital: UX e Usabilidade
• Etc
• UERJ (ESDI)
• PUC-Rio (LEUI)
• ESPM-Rio
36. Capacitação na área de UX
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
• LATO SENSU (especialização / MBA):
• STRICTO SENSU (mestrado e doutorado):
• ESPM: Pós-graduação em Marketing e Design Digital
• Instituto Infnet: MBA em UX Design, Arquitetura da Informação e Usabilidade
• PUC-Rio: Ergodesign de Interfaces: design centrado no usuário e UX
• SENAC-RJ: Pós-graduação em Design de Interação
• Veiga de Almeida: Design e Experiência Digital: UX e Usabilidade
• Etc
• UERJ (ESDI)
• PUC-Rio (LEUI)
• ESPM-Rio
39. ARTIGOS:
CARRARO, J.M. How Mature is Your Organization when it Comes to UX?. UX Magazine, 2014.
NIELSEN, J. Corporate UX Maturity: Stages 1-4. NN/G, 2006
PRIMADANI, L. Assessing the UX maturity stage of your organization. UX Collective, 2019.
SARMENTO, S. Sobre a maturidade de um time de UX. UX Coletivo UX, 2017.
BOTHA, C. The Unicorn Designer. Linkedin, 2018.
SIANG, T.Y. The Ultimate Guide to Understanding UX Roles and Which One You Should Go For.
iNTERACTION Design Foundation, 2020.
VETROV, Y. Applied UX Strategy, Part 1: Maturity Models. UX Matters, 2013.