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CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS
Este tipo de classificação diz respeito a problemas
conservacionistas onde há necessidade ou não de
defesa das terras contra a erosão e drenagem.
Apesar de não fazer referências diretas a
fertilizantes que devem ser utilizados em determinadas
culturas anuais, esta classificação poderá indicar as que
melhor se adaptem aos solos, à maneira de seu cultivo,
etc.
A classificação da Capacidade de Uso da Terra que
utiliza 8 classes, divide as terras em próprias para cultivo
anuais, que inclui as utilizadas sem práticas especiais, as
que necessitam de práticas simples, de práticas complexas e
de uso restrito; e as impróprias a cultivos anuais que
abrangem as não adaptadas a cultivo de ciclo curto, mas que
servem para pastagem, florestas ou mesmo para a vida
selvática ou para recreação.
Além das cores encontradas nos mapas, que
indicam a aptidão das terras a cultivos
intensivos ou não e o grau de dificuldades e
riscos a que estão sujeitos sem avarias, são
apresentados números romanos acrescidos dos
índices correspondentes às diversas limitações.
O sistema se baseia nas limitações
permanentes das terras e é todo voltado para as
possibilidades e limitações à utilização das
mesmas.
A intensidade de uso representa a maior ou
menor mobilização imposta ao solo, expondo-o a
certos riscos de erosão e/ou perda da
produtividade.
Normalmente o uso com culturas anuais impõe
alta intensidade de uso. Já com vegetação natural
os riscos são bem menores.
As categorias deste sistema são:
Grupos de Capacidade de Uso (A, B e C);
Classes de Capacidade de Uso (I a VIII);
Subclasses de Capacidade de Uso (lle, llle, llla, etc);
e
Unidade de Capacidade de Uso (lle-1, lIe-2, lIle-1,
etc), baseadas em condições específicas que afetam
o uso e o manejo das terras.
Três grupos, que constituem o nível mais
elevado, mais generalizado e estabelecido com base
em uma maior ou menor intensidade de uso das
terras, são caracterizados pelas letras A, B e C
constituídos pelas classes de capacidade de uso
como a seguir se apresentam.
a) Grupo A - terras próprias para lavouras anuais ou
perenes e/ou reflorestamento e vida silvestre.
Comporta as classes:
aa) Classe I - sem práticas especiais;
ab) Classe II - com práticas simples;
ac) Classe III - com práticas intensivas;
Aqui também devem estar incluídas aquelas terras
que são boas para lavouras em condições limitadas
ou esporádicas como é o caso da classe a seguir:
ad) Classe IV - com uso limitado e práticas
intensivas.
b) Grupo B - impróprias para lavouras, mas ainda
apropriadas ao pastoreio e/ou reflorestamento
e/ou vida - silvestre.
Compreende as classes:
ba) Classe V - sem restrições especiais ou práticas
especiais;
bb) Classe VI - com restrições moderadas; e
bc) Classe VII - com severas restrições de uso.
c) Grupo C - terras impróprias para a lavoura,
pastoreio e silvicultura, porém apropriadas para
a proteção da flora, da fauna, recreação ou
armazenamento de água. Compreende a classe:
ca) Classe VIII - terra em geral extremamente
acidentada, arenosa, úmida ou árida, imprópria
para culturas anuais e perenes,
apascentamento ou safras florestais, mas que
podem ter valor como refúgio da fauna
silvestre, recreação, etc.
As subclasses de capacidade de uso estão
representadas em função da natureza das limitações,
possibilitando assim, que as práticas ou grupo de práticas
conservacionistas a serem adotadas sejam mais explícitas.
Convencionalmente as limitações de uso podem ser de
quatro naturezas, a saber:
e: limitações pela erosão presente e/ou risco de erosão;
s: limitações que dizem respeito ao solo;
a: limitações por excesso de água; e
c: limitações climáticas.
Estas limitações estão incluídas dentro de cada classe
de capacidade de uso dos solos (Fig. 7), que devem conter as
unidades de capacidade de uso que tornam mais explícita a
natureza das limitações.
Dessa forma, a unidade de capacidade de uso (Fig. 7)
representa a subclasse perfeitamente qualificada, em função
do fator limitante, à semelhança do exemplo a seguir (17,37):
Ills-1:limitações devidas a profundidade
efetiva;
Ills-3: limitações por pedregosidade;
IIls-10: limitações por salinidade;
Ille-1: limitação por declividade;
Ille-4: limitações por erosão laminar;
IIle-5: limitações por erosão em sulco.
Uma vez inventariados os fatores que maior influência
apresentam sobre o uso das terras, onde destaca-se a
natureza do solo, declividade, erosão, drenagem e clima, eles
deverão ser interpretados e analisados em conjunto, para a
determinação e separação das classes, subclasses e
unidades de capacidade de uso das terras.
As interpretações para fins agrícolas do levantamento
do meio físico, devem ser feitas considerando os critérios
que refletem a maior ou menor adaptabilidade dos solos e do
ambiente para um cultivo ou grupo de cultivos.
Para as limitações climáticas os parâmetros a
considerar são:
a) excedente hídrico;
b) consumo de água através da evapotranspiração real;
c) deficiência hídrica; e
d) reumedecimento (reposição pelas chuvas).
Para as limitações devidas ao solo são considerados
como importantes:
a) profundidade efetiva;
b) capacidade de retenção de água;
c) permeabilidade e drenagem interna do solo;
d) fertilidade; e
e) possibilidade de motomecanização.
O excesso de água no solo é prejudicial à maioria das
culturas, por expulsar o ar do sistema poroso, restringido a
respiração das raízes e interferindo no seu desenvolvimento.
Ele interfere na aeração do perfil e conseqüentemente,
na absorção dos nutrientes pelas plantas.
O excesso de água pode ocorrer em qualquer posição
topográfica por impedimento de caráter físico no perfil, como
é o caso de camadas impermeáveis ou pouco permeáveis
próximas à superfície.
Nas limitações por erosão presente ou riscos de erosão
devem ser considerados:
a) o relevo;
b) o deflúvio; e
c) a erodibilidade.
CLASSES SUBCLASSES UNIDADE DE SOLO
Classes e Subclasses de Terras
CLASSE I - Terra MUITO BOA sob todos os pontos
de vistas. É quase que inteiramente plana e dificilmente
lavada. Retém a água muito bem e é otimamente provida de
nutrientes.
Esta classe pode ser diretamente usada e das mais
variadas maneiras que forem escolhidas.
Naturalmente que devem ser administrados
nutrientes de maneira a suprir as necessidades das plantas e
manter as boas condições físicas existentes.
As outras classes são cultivadas com muito maior
dificuldade e risco que a terra da Classe I.
Serve, portanto, para cultivos comuns, com
produção e colheita de média a alta, sem práticas especiais.
No mapa aparece com a cor VERDE.
Esta classe não possui subclasse.
CLASSE II - BOA terra em determinados pontos,
porém, certas condições físicas não a deixa ser tão boa
como a Classe I.
O declive pode apresentar-se aumentando, fazendo
escorrer a água da chuva a uma velocidade tal que arraste
consigo o solo.
Certas terras da classe II são naturalmente
molhadas e por isso requerem drenagem.
Outras não possuem boa capacidade de retenção
de água.
Estas deficiências limitam o uso da terra ou
requerem alguma atenção especial a cada ano. Mesmo uma
simples área pode ter variações desta classe.
Desde que a classe II apresente algo moderado,
naturalmente limitações de uso e tratamento especial são
necessários.
Aqui são facilmente aplicadas práticas simples de
conservação, como cordões em contorno, cobertura de
proteção, manejo simples de água, rotação de culturas e uso
de fertilizantes.
Os solos desta classe requerem uma ou mais
práticas especiais a fim de serem permanentemente
cultivados. São fatores limitantes:
• a suscetibilidade à erosão se cultivados,
• ocorrência de alguns obstáculos físicos tais como pedras
ou drenagem deficiente,
• baixa produtividade, o que requer práticas especiais de
melhoramento do solo,
• além de práticas comuns.
No mapa aparece com a cor AMARELA.
Esta classe admite as seguintes subclasses:
IIe - terras produtivas, com relevo suave ondulado e com ligeiro
a moderado risco de erosão (classe de declive B: 3 a 8 % );
Ils - terras produtivas, planas ou suave onduladas, com ligeira
limitação pela capacidade de retenção de água ou baixa
saturação de bases ou reduzida capacidade de retenção de
fertilizante;
lIa - terras produtivas praticamente planas, com ligeira restrição
de drenagem ou excesso de água, sem risco de inundação,
e onde uma vez instalado o sistema de drenos, é de fácil
manutenção e a probabilidade de salinização é pequena; e
IIc- terras produtivas, praticamente planas ou suave onduladas,
com ligeiras limitações climáticas (seca até 3 meses).
CLASSE III - Terra MODERADAMENTE BOA para
cultivos.
1: mais limitada em uso que a da classe II pela
razão de um ou mais aspectos naturais.
Pode ser usada para culturas, mas por causa de
suas restrições naturais, necessita um tratamento intensivo
sob todos os aspectos.
Podem ocorrer variações nesta classe, assim como
acontece com a classe II.
Algumas terras da classe III apresentam declives
moderados, onde deve haver intenso cuidado para controlar
a erosão, se usadas com culturas de rotação regular.
Outra variação desta classe é aquela que requer
movimentação da água proveniente da pobreza de drenagem
que apresenta.
Em algumas regiões desprovidas de água, como nas
semi-áridas, não existe classe I e II devido à natural escassez
de umidade.
A melhor terra é em tal caso a da classe III porque a
umidade adquirida, apesar de pouca, é bastante para brotar
as culturas, muito embora requeira um cuidado muitíssimo
especial.
Esta classe de terra necessita de medidas complexas ou
intensas para que produza boas colheitas.
As classes I, II e III abrangem todas as terras que
podem ser recomendadas para culturas regulares.
Os fatores que limitam o uso desta terra são
pedras ou drenagem deficiente, baixa produtividade, o
que requer práticas especiais de melhoramento do
solo, além de práticas comuns. Estes fatores são
idênticos aos da classe l, porém em grau mais
acentuado.
Aparecem no mapa com a cor VERMELHA. Esta
classe admite as seguintes subclasses:
IlIe - terras com declives moderado (classe de declive C: 8 a 20 % ), relevo
suave ondulado a ondulado, com deflúvio rápido, riscos severos de
erosão sob cultivos intensivos, podendo apresentar erosão laminar
moderada e/ou em sulcos, freqüentemente superficiais e rasos, bem
como em terrenos de declives da classe B; além de solos muito
erodíveis como os que possuem mudança textural abrupta;
Ills - terras praticamente planas ou suave onduladas com fertilidade muito
baixa e caráter álico presente, ou limitadas por profundidade efetiva
média ou drenagem interna moderada a pobre; ou risco acentuado
de salinização ou dificuldades de preparo do solo devido à presença
de pedras ou de argilas expansivas;
Illa - terras praticamente planas com limitações moderadas ao excesso de
água, mas sem riscos freqüentes de inundações; a drenagem é
possível, mas sua manutenção é complexa; e
IlIc - terras praticamente planas a suavemente onduladas, com
moderadas limitações climáticas e escassez de água em regiões
semi-áridas.
CLASSE IV - Terra RELATIVAMENTE BOA para
cultivos ocasionais, sob cuidadosa administração, porém
torna-se inconveniente para a produção regular de culturas.
Grande parte dela é inteiramente declivosa, o que a
faz imprópria pelo perigo à erosão que oferece.
Considerando de um modo geral sua qualidade, a
terra pode ser cultivada de seis em seis anos.
Grandes áreas encontram-se secas, com problema
de irrigação, o que torna a classe IV boa somente para a
produção de pastagens.
Em regra geral esta terra apresenta-se boa para
pastos e onde a queda pluviométrica torna-se regular, para
floresta.
As terras desta classe IV não se prestam para
cultivos contínuos ou regulares, mas se tornam apropriadas
quando adequadamente protegidas.
Dos fatores limitantes podem ser citados o declive
acentuado, erosão severa ou drenagem deficiente, obstáculo
físicos tais como pedras, baixa produtividade ou qualquer
outra condição que torna a terra imprópria ao cultivo regular.
No mapa aparece com a cor AZUL.
Esta classe admite as seguintes sub-classes:
IVe- terras severamente limitadas por riscos de erosão para cultivos
intensivos, geralmente com declives acentuados (classe D: 20 a 45 %
), com deflúvio muito rápido, podendo apresentar erosão em sulcos
superficiais muito freqüentes, em sulcos rasos freqüentes ou em
sulcos profundos ocasionais; também é o caso de terrenos com
declives da classe C, mas com solos muito suscetíveis à erosão;
IVs- solos limitados pela profundidade efetiva reduzida ou que apresente
pedregosidade (30-50 %), problemas de motomecanização ou ainda
pequena capacidade de retenção de água aliada a problemas de
fertilidade (como no caso das Areias Quartzosas);
Iva- solos úmidos, de difícil drenagem, dificultando os trabalhos de
motomecanização e ainda com outra limitação adicional, tal como
risco de inundação ocasional, que impede o cultivo contínuo; e
Ivc- terras com limitações climáticas moderadas a severas, ocasionando
períodos prolongados de seca, não havendo possíveis colheitas em
muitos anos secos, ou então com risco ocasionais de geada.
CLASSE V - é comumente plana e não está sujeita a erosão.
Devido à umidade, clima ou alguma obstrução, como rocha
aflorando, não é conveniente o seu cultivo.
O solo é profundo e as terras têm poucas limitações para o
uso com pastos e florestas.
São, portanto, terras inadequadas ao cultivo regular e são
ligeiramente suscetíveis à danificação.
Podem ser usadas para a produção de certos vegetais úteis e
são adaptadas às pastagens e florestas.
A utilização destes solos pode ser feita sem emprego de
práticas ou medidas especiais.
No mapa aparece com a cor VERDE ESCURO.
Esta classe apresenta as seguintes subclasses:
Vs– terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo,
que podem apresentar como limitações os seguintes fatores: muito
baixa capacidade de armazenamento de água, drenagem interna
muito rápida ou muito lenta, pedregosidade ou rochosidade intensa e
problemas advindos da pequena profundidade efetiva;
Va- terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo,
que podem apresentar como limitações os seguintes fatores: muito
baixa capacidade de armazenamento de água: drenagem interna
muito rápida ou muito lenta, pedregosidade ou rochosidade intensa e
problemas advindos da pequena profundidade efetiva;
Va- terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo,
severamente limitadas por excesso de água, sem possibilidade de
drenagem artificial e/ou risco de inundação freqüente, mas que
podem ser usadas para pastoreio, pelo menos em alguma época do
ano; e
Vc- terras planas com limitações climáticas severas, devidos a longos
períodos secos e/ou riscos freqüentes de geadas, neve ou ventos
frios.
CLASSE VI - Não utilizável para qualquer cultivo de
ciclo curto e seu uso é limitado, de algum modo, para pastagens
e florestas por características tais como solo pouco profundo
ou declive acentuado.
Quando a queda pluviométrica é favorável à produção
vegetal, as limitações da classe VI são provavelmente declives
acentuados e solos rasos ou excessivamente molhados que
não podem ser corrigidos pela drenagem, prática esta que
permitiria seu uso com cultivos regulares.
Apresenta-se medianamente suscetível a danificação,
e possui restrições moderadas em seu uso ou sem práticas
especiais.
Os fatores limitantes são o relevo ondulado ou
acidentado, a baixa capacidade de armazenamento de água, a
umidade excessiva e a salinidade ou alcalinidade média, sendo
o solo medianamente erodido e suscetível a erosão.
No mapa aparece com a cor ALARANJADA.
Esta classe apresenta as seguintes subclasses:
Vle- terras que sob pastagem (ou eventualmente com cultivos permanentes
protetores) são medianamente suscetíveis à erosão. Possuem relevo
forte ondulado e declives acentuados (classes D: 20-45 % e C: 8-20 % ),
que proporcionam deflúvio moderado a severo; dificuldades severas de
motomecanização pelas condições topográficas, com riscos de erosão
que podem chegar a muito severos; presença de erosão em sulcos
rasos muito freqüentes ou sulcos profundos freqüentes;
Vls- terras constituídas por solos rasos ou com pedregosidade (30-50 % )
e/ou rochas expostas na superfície. Outra condição que caracteriza as
terras desta subclasse é a pequena produtividade dos solos (Ex: Areia
Quartzosa);
VIa- é devida a solos muitos úmidos, com pequenas ou nulas possibilidades
de drenagem artificial, que acarretam problemas de motomecanização,
agravados por certa suscetibilidade à erosão ou recebimento de
depósitos erosivos oriundos da circunvizinhança; e
VIc- terras com limitações climáticas muito severas, que ocasionam seca
edafológica muito prolongada com impedimento do cultivo mesmo de
plantas perenes mais adaptadas.
CLASSE VII - Não se apresenta somente
incultivável, mas também com severas restrições ao
uso com pastagens; requer extremo cuidado para
evitar a erosão.
Os solos desta classe são altamente
suscetíveis à danificação e possuem restrições
severas em seu uso com ou sem práticas especiais.
Como fatores limitantes aparecem o relevo
acidentado, solo raso, lenço ll freático superficial,
solo severamente erodido e alta suscetibilidade à
erosão.
No mapa aparece com a cor BRUNADA.
Esta classe apresenta as seguintes
subclasses:
VIIe- terras com limitações severas para outras atividades
que não as florestas, com riscos muito severos de
erosão. Apresentam declividade muito acentuada (mais
de 45 % ) que propicia deflúvios muitos rápidos ou
impedimentos a motomecanização; existe presença
muito freqüente de erosão em sulcos muito profundos;
VIIs- terras pedregosas (mais de 50 % de predegosidade),
com associações rochosas; solos rasos a muito rasos,
ou ainda, com a agravante de possuírem baixa
capacidade de retenção de água; e
VIIc- terras com limitações climáticas muito severas, a
exemplo das situadas em regiões semi-áridas, em
locais onde a irrigação seria imprescindível, mas é
impraticável.
CLASSE VIII - E somente adaptada à vida selvagem,
podendo, entretanto ser de proveito para a recreação.
Usualmente é árida ao extremo, escarpada,
pedregosa, arenosa, molhada ou severamente erodida.
Como exemplos aparecem os sopés de montes
rochosos, dunas, argila litorânea, pântano, areia pantanosa,
etc.
São, portanto, terras que não se prestam ao cultivo
ou para a produção da maioria dos vegetais úteis
permanentes, mas que podem ser usados na forma de campo
ou floresta.
No mapa leva a cor ROXA. Para esta classe as
seguintes subclasses são possíveis:
Vllle- terras cujo relevo apresenta declives extremamente
acentuados e deflúvios muito rápidos a expor os solos
a altos riscos de erosão, inclusive a eólica, como é o
caso de dunas costeiras; ou possuem processos
erosivos mu ito severos, inclusive voçorocas;
Vllls- terras constituídas por solos muito rasos e/ou com
tantas pedras e afloramentos rochosos que
impossibilitam plantio e colheita de essências
florestais;
Vllla- áreas permanentemente encharcadas, como várzeas
baixas ou pântanos, sem possibilidades de drenagem
ou que apresentam problemas sérios de fertilidade, se
drenados, como no caso dos solos tiomórficos; e
Vlllc- terras com limitações climáticas muito severas, como
as das áreas áridas, que não se prestam mesmo para o
pastoreio ocasionaI.
Além das 8 classes da capacidade de
uso, são encontradas terras que não
tornam possível odesenvolvimento da
vegetação e por isso são chamados de
tipos de terrenos. Ex: afloramentos
rochosos, areia de praia, etc.
O diagnóstico elaborado com base nas
características e propriedades do solo, independente ou não
de serem fatores limitantes, deve ser representado por
símbolos e notações, dispostos usualmente em uma fórmula
fracionária que serve para sintetizar as condições
encontradas em cada área considerada.
Compreende: a) a profundidade efetiva (pr);
b) a textura da camada superficial e da
subsuperficial;
c) a permeabilidade (pm) da camada superficial
e subsuperficial;
d) a declividade do terreno (d);
e) a erosão (e);
f) os fatores limitantes; e
g) o uso atual das terras, a saber:
Conservação dos solos aula 08 capacidade de uso das terras
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Conservação dos solos aula 08 capacidade de uso das terras

  • 1. CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS Este tipo de classificação diz respeito a problemas conservacionistas onde há necessidade ou não de defesa das terras contra a erosão e drenagem. Apesar de não fazer referências diretas a fertilizantes que devem ser utilizados em determinadas culturas anuais, esta classificação poderá indicar as que melhor se adaptem aos solos, à maneira de seu cultivo, etc.
  • 2. A classificação da Capacidade de Uso da Terra que utiliza 8 classes, divide as terras em próprias para cultivo anuais, que inclui as utilizadas sem práticas especiais, as que necessitam de práticas simples, de práticas complexas e de uso restrito; e as impróprias a cultivos anuais que abrangem as não adaptadas a cultivo de ciclo curto, mas que servem para pastagem, florestas ou mesmo para a vida selvática ou para recreação.
  • 3. Além das cores encontradas nos mapas, que indicam a aptidão das terras a cultivos intensivos ou não e o grau de dificuldades e riscos a que estão sujeitos sem avarias, são apresentados números romanos acrescidos dos índices correspondentes às diversas limitações.
  • 4. O sistema se baseia nas limitações permanentes das terras e é todo voltado para as possibilidades e limitações à utilização das mesmas. A intensidade de uso representa a maior ou menor mobilização imposta ao solo, expondo-o a certos riscos de erosão e/ou perda da produtividade. Normalmente o uso com culturas anuais impõe alta intensidade de uso. Já com vegetação natural os riscos são bem menores.
  • 5. As categorias deste sistema são: Grupos de Capacidade de Uso (A, B e C); Classes de Capacidade de Uso (I a VIII); Subclasses de Capacidade de Uso (lle, llle, llla, etc); e Unidade de Capacidade de Uso (lle-1, lIe-2, lIle-1, etc), baseadas em condições específicas que afetam o uso e o manejo das terras.
  • 6. Três grupos, que constituem o nível mais elevado, mais generalizado e estabelecido com base em uma maior ou menor intensidade de uso das terras, são caracterizados pelas letras A, B e C constituídos pelas classes de capacidade de uso como a seguir se apresentam.
  • 7. a) Grupo A - terras próprias para lavouras anuais ou perenes e/ou reflorestamento e vida silvestre. Comporta as classes: aa) Classe I - sem práticas especiais; ab) Classe II - com práticas simples; ac) Classe III - com práticas intensivas; Aqui também devem estar incluídas aquelas terras que são boas para lavouras em condições limitadas ou esporádicas como é o caso da classe a seguir: ad) Classe IV - com uso limitado e práticas intensivas.
  • 8. b) Grupo B - impróprias para lavouras, mas ainda apropriadas ao pastoreio e/ou reflorestamento e/ou vida - silvestre. Compreende as classes: ba) Classe V - sem restrições especiais ou práticas especiais; bb) Classe VI - com restrições moderadas; e bc) Classe VII - com severas restrições de uso.
  • 9. c) Grupo C - terras impróprias para a lavoura, pastoreio e silvicultura, porém apropriadas para a proteção da flora, da fauna, recreação ou armazenamento de água. Compreende a classe: ca) Classe VIII - terra em geral extremamente acidentada, arenosa, úmida ou árida, imprópria para culturas anuais e perenes, apascentamento ou safras florestais, mas que podem ter valor como refúgio da fauna silvestre, recreação, etc.
  • 10. As subclasses de capacidade de uso estão representadas em função da natureza das limitações, possibilitando assim, que as práticas ou grupo de práticas conservacionistas a serem adotadas sejam mais explícitas. Convencionalmente as limitações de uso podem ser de quatro naturezas, a saber: e: limitações pela erosão presente e/ou risco de erosão; s: limitações que dizem respeito ao solo; a: limitações por excesso de água; e c: limitações climáticas.
  • 11. Estas limitações estão incluídas dentro de cada classe de capacidade de uso dos solos (Fig. 7), que devem conter as unidades de capacidade de uso que tornam mais explícita a natureza das limitações. Dessa forma, a unidade de capacidade de uso (Fig. 7) representa a subclasse perfeitamente qualificada, em função do fator limitante, à semelhança do exemplo a seguir (17,37):
  • 12. Ills-1:limitações devidas a profundidade efetiva; Ills-3: limitações por pedregosidade; IIls-10: limitações por salinidade; Ille-1: limitação por declividade; Ille-4: limitações por erosão laminar; IIle-5: limitações por erosão em sulco.
  • 13. Uma vez inventariados os fatores que maior influência apresentam sobre o uso das terras, onde destaca-se a natureza do solo, declividade, erosão, drenagem e clima, eles deverão ser interpretados e analisados em conjunto, para a determinação e separação das classes, subclasses e unidades de capacidade de uso das terras. As interpretações para fins agrícolas do levantamento do meio físico, devem ser feitas considerando os critérios que refletem a maior ou menor adaptabilidade dos solos e do ambiente para um cultivo ou grupo de cultivos.
  • 14. Para as limitações climáticas os parâmetros a considerar são: a) excedente hídrico; b) consumo de água através da evapotranspiração real; c) deficiência hídrica; e d) reumedecimento (reposição pelas chuvas). Para as limitações devidas ao solo são considerados como importantes: a) profundidade efetiva; b) capacidade de retenção de água; c) permeabilidade e drenagem interna do solo; d) fertilidade; e e) possibilidade de motomecanização.
  • 15. O excesso de água no solo é prejudicial à maioria das culturas, por expulsar o ar do sistema poroso, restringido a respiração das raízes e interferindo no seu desenvolvimento. Ele interfere na aeração do perfil e conseqüentemente, na absorção dos nutrientes pelas plantas. O excesso de água pode ocorrer em qualquer posição topográfica por impedimento de caráter físico no perfil, como é o caso de camadas impermeáveis ou pouco permeáveis próximas à superfície. Nas limitações por erosão presente ou riscos de erosão devem ser considerados: a) o relevo; b) o deflúvio; e c) a erodibilidade.
  • 17. Classes e Subclasses de Terras CLASSE I - Terra MUITO BOA sob todos os pontos de vistas. É quase que inteiramente plana e dificilmente lavada. Retém a água muito bem e é otimamente provida de nutrientes. Esta classe pode ser diretamente usada e das mais variadas maneiras que forem escolhidas. Naturalmente que devem ser administrados nutrientes de maneira a suprir as necessidades das plantas e manter as boas condições físicas existentes. As outras classes são cultivadas com muito maior dificuldade e risco que a terra da Classe I. Serve, portanto, para cultivos comuns, com produção e colheita de média a alta, sem práticas especiais. No mapa aparece com a cor VERDE. Esta classe não possui subclasse.
  • 18. CLASSE II - BOA terra em determinados pontos, porém, certas condições físicas não a deixa ser tão boa como a Classe I. O declive pode apresentar-se aumentando, fazendo escorrer a água da chuva a uma velocidade tal que arraste consigo o solo. Certas terras da classe II são naturalmente molhadas e por isso requerem drenagem. Outras não possuem boa capacidade de retenção de água. Estas deficiências limitam o uso da terra ou requerem alguma atenção especial a cada ano. Mesmo uma simples área pode ter variações desta classe.
  • 19. Desde que a classe II apresente algo moderado, naturalmente limitações de uso e tratamento especial são necessários. Aqui são facilmente aplicadas práticas simples de conservação, como cordões em contorno, cobertura de proteção, manejo simples de água, rotação de culturas e uso de fertilizantes. Os solos desta classe requerem uma ou mais práticas especiais a fim de serem permanentemente cultivados. São fatores limitantes: • a suscetibilidade à erosão se cultivados, • ocorrência de alguns obstáculos físicos tais como pedras ou drenagem deficiente, • baixa produtividade, o que requer práticas especiais de melhoramento do solo, • além de práticas comuns. No mapa aparece com a cor AMARELA.
  • 20. Esta classe admite as seguintes subclasses: IIe - terras produtivas, com relevo suave ondulado e com ligeiro a moderado risco de erosão (classe de declive B: 3 a 8 % ); Ils - terras produtivas, planas ou suave onduladas, com ligeira limitação pela capacidade de retenção de água ou baixa saturação de bases ou reduzida capacidade de retenção de fertilizante; lIa - terras produtivas praticamente planas, com ligeira restrição de drenagem ou excesso de água, sem risco de inundação, e onde uma vez instalado o sistema de drenos, é de fácil manutenção e a probabilidade de salinização é pequena; e IIc- terras produtivas, praticamente planas ou suave onduladas, com ligeiras limitações climáticas (seca até 3 meses).
  • 21. CLASSE III - Terra MODERADAMENTE BOA para cultivos. 1: mais limitada em uso que a da classe II pela razão de um ou mais aspectos naturais. Pode ser usada para culturas, mas por causa de suas restrições naturais, necessita um tratamento intensivo sob todos os aspectos. Podem ocorrer variações nesta classe, assim como acontece com a classe II.
  • 22. Algumas terras da classe III apresentam declives moderados, onde deve haver intenso cuidado para controlar a erosão, se usadas com culturas de rotação regular. Outra variação desta classe é aquela que requer movimentação da água proveniente da pobreza de drenagem que apresenta. Em algumas regiões desprovidas de água, como nas semi-áridas, não existe classe I e II devido à natural escassez de umidade. A melhor terra é em tal caso a da classe III porque a umidade adquirida, apesar de pouca, é bastante para brotar as culturas, muito embora requeira um cuidado muitíssimo especial. Esta classe de terra necessita de medidas complexas ou intensas para que produza boas colheitas.
  • 23. As classes I, II e III abrangem todas as terras que podem ser recomendadas para culturas regulares. Os fatores que limitam o uso desta terra são pedras ou drenagem deficiente, baixa produtividade, o que requer práticas especiais de melhoramento do solo, além de práticas comuns. Estes fatores são idênticos aos da classe l, porém em grau mais acentuado. Aparecem no mapa com a cor VERMELHA. Esta classe admite as seguintes subclasses:
  • 24. IlIe - terras com declives moderado (classe de declive C: 8 a 20 % ), relevo suave ondulado a ondulado, com deflúvio rápido, riscos severos de erosão sob cultivos intensivos, podendo apresentar erosão laminar moderada e/ou em sulcos, freqüentemente superficiais e rasos, bem como em terrenos de declives da classe B; além de solos muito erodíveis como os que possuem mudança textural abrupta; Ills - terras praticamente planas ou suave onduladas com fertilidade muito baixa e caráter álico presente, ou limitadas por profundidade efetiva média ou drenagem interna moderada a pobre; ou risco acentuado de salinização ou dificuldades de preparo do solo devido à presença de pedras ou de argilas expansivas; Illa - terras praticamente planas com limitações moderadas ao excesso de água, mas sem riscos freqüentes de inundações; a drenagem é possível, mas sua manutenção é complexa; e IlIc - terras praticamente planas a suavemente onduladas, com moderadas limitações climáticas e escassez de água em regiões semi-áridas.
  • 25. CLASSE IV - Terra RELATIVAMENTE BOA para cultivos ocasionais, sob cuidadosa administração, porém torna-se inconveniente para a produção regular de culturas. Grande parte dela é inteiramente declivosa, o que a faz imprópria pelo perigo à erosão que oferece. Considerando de um modo geral sua qualidade, a terra pode ser cultivada de seis em seis anos. Grandes áreas encontram-se secas, com problema de irrigação, o que torna a classe IV boa somente para a produção de pastagens. Em regra geral esta terra apresenta-se boa para pastos e onde a queda pluviométrica torna-se regular, para floresta.
  • 26. As terras desta classe IV não se prestam para cultivos contínuos ou regulares, mas se tornam apropriadas quando adequadamente protegidas. Dos fatores limitantes podem ser citados o declive acentuado, erosão severa ou drenagem deficiente, obstáculo físicos tais como pedras, baixa produtividade ou qualquer outra condição que torna a terra imprópria ao cultivo regular. No mapa aparece com a cor AZUL. Esta classe admite as seguintes sub-classes:
  • 27. IVe- terras severamente limitadas por riscos de erosão para cultivos intensivos, geralmente com declives acentuados (classe D: 20 a 45 % ), com deflúvio muito rápido, podendo apresentar erosão em sulcos superficiais muito freqüentes, em sulcos rasos freqüentes ou em sulcos profundos ocasionais; também é o caso de terrenos com declives da classe C, mas com solos muito suscetíveis à erosão; IVs- solos limitados pela profundidade efetiva reduzida ou que apresente pedregosidade (30-50 %), problemas de motomecanização ou ainda pequena capacidade de retenção de água aliada a problemas de fertilidade (como no caso das Areias Quartzosas); Iva- solos úmidos, de difícil drenagem, dificultando os trabalhos de motomecanização e ainda com outra limitação adicional, tal como risco de inundação ocasional, que impede o cultivo contínuo; e Ivc- terras com limitações climáticas moderadas a severas, ocasionando períodos prolongados de seca, não havendo possíveis colheitas em muitos anos secos, ou então com risco ocasionais de geada.
  • 28. CLASSE V - é comumente plana e não está sujeita a erosão. Devido à umidade, clima ou alguma obstrução, como rocha aflorando, não é conveniente o seu cultivo. O solo é profundo e as terras têm poucas limitações para o uso com pastos e florestas. São, portanto, terras inadequadas ao cultivo regular e são ligeiramente suscetíveis à danificação. Podem ser usadas para a produção de certos vegetais úteis e são adaptadas às pastagens e florestas. A utilização destes solos pode ser feita sem emprego de práticas ou medidas especiais. No mapa aparece com a cor VERDE ESCURO. Esta classe apresenta as seguintes subclasses:
  • 29. Vs– terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, que podem apresentar como limitações os seguintes fatores: muito baixa capacidade de armazenamento de água, drenagem interna muito rápida ou muito lenta, pedregosidade ou rochosidade intensa e problemas advindos da pequena profundidade efetiva; Va- terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, que podem apresentar como limitações os seguintes fatores: muito baixa capacidade de armazenamento de água: drenagem interna muito rápida ou muito lenta, pedregosidade ou rochosidade intensa e problemas advindos da pequena profundidade efetiva; Va- terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, severamente limitadas por excesso de água, sem possibilidade de drenagem artificial e/ou risco de inundação freqüente, mas que podem ser usadas para pastoreio, pelo menos em alguma época do ano; e Vc- terras planas com limitações climáticas severas, devidos a longos períodos secos e/ou riscos freqüentes de geadas, neve ou ventos frios.
  • 30. CLASSE VI - Não utilizável para qualquer cultivo de ciclo curto e seu uso é limitado, de algum modo, para pastagens e florestas por características tais como solo pouco profundo ou declive acentuado. Quando a queda pluviométrica é favorável à produção vegetal, as limitações da classe VI são provavelmente declives acentuados e solos rasos ou excessivamente molhados que não podem ser corrigidos pela drenagem, prática esta que permitiria seu uso com cultivos regulares. Apresenta-se medianamente suscetível a danificação, e possui restrições moderadas em seu uso ou sem práticas especiais. Os fatores limitantes são o relevo ondulado ou acidentado, a baixa capacidade de armazenamento de água, a umidade excessiva e a salinidade ou alcalinidade média, sendo o solo medianamente erodido e suscetível a erosão. No mapa aparece com a cor ALARANJADA. Esta classe apresenta as seguintes subclasses:
  • 31. Vle- terras que sob pastagem (ou eventualmente com cultivos permanentes protetores) são medianamente suscetíveis à erosão. Possuem relevo forte ondulado e declives acentuados (classes D: 20-45 % e C: 8-20 % ), que proporcionam deflúvio moderado a severo; dificuldades severas de motomecanização pelas condições topográficas, com riscos de erosão que podem chegar a muito severos; presença de erosão em sulcos rasos muito freqüentes ou sulcos profundos freqüentes; Vls- terras constituídas por solos rasos ou com pedregosidade (30-50 % ) e/ou rochas expostas na superfície. Outra condição que caracteriza as terras desta subclasse é a pequena produtividade dos solos (Ex: Areia Quartzosa); VIa- é devida a solos muitos úmidos, com pequenas ou nulas possibilidades de drenagem artificial, que acarretam problemas de motomecanização, agravados por certa suscetibilidade à erosão ou recebimento de depósitos erosivos oriundos da circunvizinhança; e VIc- terras com limitações climáticas muito severas, que ocasionam seca edafológica muito prolongada com impedimento do cultivo mesmo de plantas perenes mais adaptadas.
  • 32. CLASSE VII - Não se apresenta somente incultivável, mas também com severas restrições ao uso com pastagens; requer extremo cuidado para evitar a erosão. Os solos desta classe são altamente suscetíveis à danificação e possuem restrições severas em seu uso com ou sem práticas especiais. Como fatores limitantes aparecem o relevo acidentado, solo raso, lenço ll freático superficial, solo severamente erodido e alta suscetibilidade à erosão. No mapa aparece com a cor BRUNADA. Esta classe apresenta as seguintes subclasses:
  • 33. VIIe- terras com limitações severas para outras atividades que não as florestas, com riscos muito severos de erosão. Apresentam declividade muito acentuada (mais de 45 % ) que propicia deflúvios muitos rápidos ou impedimentos a motomecanização; existe presença muito freqüente de erosão em sulcos muito profundos; VIIs- terras pedregosas (mais de 50 % de predegosidade), com associações rochosas; solos rasos a muito rasos, ou ainda, com a agravante de possuírem baixa capacidade de retenção de água; e VIIc- terras com limitações climáticas muito severas, a exemplo das situadas em regiões semi-áridas, em locais onde a irrigação seria imprescindível, mas é impraticável.
  • 34. CLASSE VIII - E somente adaptada à vida selvagem, podendo, entretanto ser de proveito para a recreação. Usualmente é árida ao extremo, escarpada, pedregosa, arenosa, molhada ou severamente erodida. Como exemplos aparecem os sopés de montes rochosos, dunas, argila litorânea, pântano, areia pantanosa, etc. São, portanto, terras que não se prestam ao cultivo ou para a produção da maioria dos vegetais úteis permanentes, mas que podem ser usados na forma de campo ou floresta. No mapa leva a cor ROXA. Para esta classe as seguintes subclasses são possíveis:
  • 35. Vllle- terras cujo relevo apresenta declives extremamente acentuados e deflúvios muito rápidos a expor os solos a altos riscos de erosão, inclusive a eólica, como é o caso de dunas costeiras; ou possuem processos erosivos mu ito severos, inclusive voçorocas; Vllls- terras constituídas por solos muito rasos e/ou com tantas pedras e afloramentos rochosos que impossibilitam plantio e colheita de essências florestais; Vllla- áreas permanentemente encharcadas, como várzeas baixas ou pântanos, sem possibilidades de drenagem ou que apresentam problemas sérios de fertilidade, se drenados, como no caso dos solos tiomórficos; e Vlllc- terras com limitações climáticas muito severas, como as das áreas áridas, que não se prestam mesmo para o pastoreio ocasionaI.
  • 36. Além das 8 classes da capacidade de uso, são encontradas terras que não tornam possível odesenvolvimento da vegetação e por isso são chamados de tipos de terrenos. Ex: afloramentos rochosos, areia de praia, etc.
  • 37. O diagnóstico elaborado com base nas características e propriedades do solo, independente ou não de serem fatores limitantes, deve ser representado por símbolos e notações, dispostos usualmente em uma fórmula fracionária que serve para sintetizar as condições encontradas em cada área considerada. Compreende: a) a profundidade efetiva (pr); b) a textura da camada superficial e da subsuperficial; c) a permeabilidade (pm) da camada superficial e subsuperficial; d) a declividade do terreno (d); e) a erosão (e); f) os fatores limitantes; e g) o uso atual das terras, a saber: