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Universidade Aberta do Nordeste e Ensino à Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução desse fascículo. Cópia não autorizada é crime.




                                                                                                                                                                                                Ciências da Natureza
                                                                                                                                                                                                e suas Tecnologias
                                                                                                                                                                                                Física, Química e Biologia
                                                                                                                                                                                                Alex Oliveira, Carlos Jr. e Maikell Victor
                                                                                                                                                                                                                                             03

                                                                                                                                                                                                                           O
                                                                                                                                                                                                                   TUcIaTão
                                                                                                                                                                                                              G R A ubli ç r
                                                                                                                                                                                                                     p        e
                                                                                                                                                                                                                Esta pode s da.
                                                                                                                                                                                                                  n ão ializa
                                                                                                                                                                                                                      erc           e:
                                                                                                                                                                                                                 com          o sit
                                                                                                                                                                                                                     oní vel n m.br/
                                                                                                                                                                                                                Disp w.fdr.co 12
                                                                                                                                                                                                                  w w em20
                                                                                                                                                                                                                      en
50
Prezado(a) Leitor(a),                                                                             mudança no modo como
                                                                                                                                 os
                                                                      (Enem) causou uma grande
                                    me  Nacional do Ensino Médio                                                   interpretar uma
   Ninguém contesta que o Exa                                                        se os estudantes conseguem
                                                     r o vestibular. O Enem avalia                                  objetivo de que
   alunos e os profes sores passaram a interpreta                                      ômenos do cotidiano, com o
                                 estratégias, domina   r linguagens, compreender fen                                 de forma mais
   situação-problema, elaborar                                                          es adversas e interpretá-las
                                   a universidade, esteja   m aptos a enfrentar situaçõ                 ências na área de Ciências
   tais estudantes, ao adentrar                                           ar suas habilidades e compet
                                  e fascícu lo tem o propósito de exercit
   clara e concisa. Por isso, est                    ê possa conquistar sua vaga
                                                                                    na universidade.
   da Natureza e, ass im, contribuir para que voc

    Bom êxito!




  Física

 Circuitos elétricos
Em todas as edições do Enem, itens envolvendo apare-                    composição química é idêntica: a reação entre zinco e
lhos eletroeletrônicos e seus funcionamentos, consumos                  óxido de manganês, componentes das pilhas comuns,
energéticos, instalações elétricas estiveram presentes.                 permite que se alcance apenas essa tensão. Mas, de-
Nada mais justo que, nessa primeira edição das Ciências                 pendendo do tamanho, as pilhas têm diferentes ca-
Naturais, enfocarmos um breve estudo dos circuitos elé-                 pacidades de fornecer energia em forma de corrente
tricos. Então, mãos à obra!!!                                           elétrica. Essa capacidade é expressa em ampère-hora
     Vamos começar o estudo pela fonte de energia dos                   (Ah). Pilhas maiores têm mais material reagente e, por
circuitos - o gerador elétrico ou dispositivo de fem (for-              essa razão, conseguem alimentar os aparelhos por mais
ça eletromotriz - ). O gerador mantém uma diferença                     tempo. Para determinar a duração de uma pilha, é pre-
de potencial U entre seus terminais, fazendo que surjam                 ciso conhecer a corrente elétrica solicitada pelo apare-
sobre os portadores de cargas elétricas forças elétricas.               lho a que está ligada.
Dessa forma, há uma realização de trabalho, criando,                    Fonte: http://galileu.globo.com/edic/108/sem_duvida1.htm

assim, uma corrente elétrica i.
Representação gráfica:                                                 A corrente elétrica
                                                                       A corrente elétrica que comentamos acima é calculada
                                                                       pela seguinte expressão:

    Os geradores transformam algum tipo de energia
                                                                                                sentido da corrente
em energia elétrica. Existem vários tipos de geradores.                                         elétrica convencional
As pilhas e as baterias, por exemplo, transformam ener-
gia química em energia elétrica gerando uma corrente
contínua. Já nos alternadores (turbinas) presentes nas
usinas hidrelétricas, há uma transformação de energia
mecânica em elétrica gerando uma corrente alternada.
                                                                                                 secção
                                                                                                 transversal
 Primeira Discussão
 Se as pilhas pequenas, médias e grandes forne-
 cem a mesma voltagem, por que, então, não se
 usam só pilhas pequenas?
                                                                                       Fonte das figuras: http://educacao.uol.com.br
     As chamadas pilhas palito, pequena, média e gran-
 de, geram a mesma tensão de 1,5 volts porque sua


                                                                                                                Universidade Aberta do Nordeste   51
Corrente Elétrica                                         Aos dispositivos transformam energia elétrica exclu-
                                                                            sivamente em calor chamamos de resistores.
                                Q
                         i =                                                Representação gráfica
                                ∆t
                  Carga Elétrica Elementar
                      e = 1,6.10-19C                                        Primeira e segunda lei de Ohm
                                                                            Num condutor que obedece à primeira Lei de Ohm, a
                    Quantidade de Carga
                                                                            razão entre DDP (U) e a corrente (i) permanece constante
                         Q = n.e                                            a uma temperatura invariável.
                                                                                A essa constante Ohm chamou de resistência e for-
     N = número de elétrons em excesso ou falta
                                                                            mulou a seguinte equação:
     Lembre-se que a unidade de corrente no SI é o Am-                                                         U
                                                                                                         R=
père (Coulomb/segundo).                                                                                        i
     Quando tratamos de corrente elétrica temos a se-                                    Fonte da figura: http://educacao.uol.com.br
guinte classificação:
     - Corrente Contínua (pilhas e baterias).                                    A lei de Ohm é uma lei empírica e não é válida para
     - Corrente Alternada (redes de transmissão de ener-                    todos os materiais. Lembre-se, também, da unidade de
gia, tomadas).                                                              resistência, no SI é o Ohm- (volt/ampere).
                                                                                 A segunda lei de Ohm trata das dimensões do con-
 Segunda discussão                                                          dutor e do material de que ele é feito. Veja:
 Se a maioria dos nossos aparelhos residenciais
 funciona com corrente contínua, por que a trans-
 missão de energia se dá por corrente alternada?

     As usinas, em geral, são afastadas das cida-                               A função que relaciona essas dimensões é a seguinte:
 des, de dezenas de quilômetros, de maneira que a
                                                                                    L     Comprimento (m)
 corrente elétrica tem de ser transportada por fios,                        R =p⋅
 desde as usinas até as cidades. Quando essa ener-                                  s     Área de secção transversal (mm2)

 gia é transmitida por uma corrente alternada, o                                          Resistividade do material ( .mm2/m)

 desperdício por efeito Joule (térmico) é minimiza-                                       Resistência do material ( )

 do já que a corrente alternada é transmitida em                            Os fusíveis
 altas diferenças de potencial.                                             Os fusíveis são dispositivos que protegem os circuitos
     Além desse motivo econômico, há um motivo téc-                         elétricos contra danos causados por sobrecargas de cor-
 nico importante: com corrente alternada, é possível                        rente, que podem provocar até incêndios, explosões e
 causarmos com facilidade um aumento ou diminuição                          eletrocutamentos.
 de diferença de potencial com dispositivos chamados                             O fusível é um dispositivo de proteção simples e eco-
 transformadores por indução eletromagnética.                               nômico e, por isso, amplamente utilizado. Ele é um pe-
                               Fonte modificada: http://efisica.if.usp.br   queno trecho condutor (resistor) feito de um material de
                                                                            baixo ponto de fusão.

Os resistores
Na segunda discussão, falamos do efeito Joule ou efei-
to térmico que corresponde à transformação de energia
elétrica em térmica observada num condutor devido à
passagem dessa corrente por ele. Tal conversão aconte-
                                                                                                 Fonte : www.google.com
ce em razão de o condutor oferecer certa resistência a
passagem dos portadores de cargas elétricas. Assim, os                          O aquecimento provocado por uma corrente eleva-
choques entre os elétrons livres e o cristalino do material                 da funde o elemento, abrindo o circuito e, consequente-
causam esse aquecimento.                                                    mente, cortando a corrente.


52
A potência e o consumo de energia dos                          te quando a intensidade da corrente supera certo va-
aparelhos                                                      lor. Tem sobre o fusível a vantagem de não precisar ser
Definimos a potência de um aparelho elétrico como sen-         trocado. Uma vez resolvido o problema que provocou
do a razão entre a energia elétrica por ele consumida          o desligamento, basta religá-lo para que a circulação
(energia liberada pelas cargas que o atravessam) e o           da corrente se restabeleça.
                                                                                          Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica7
tempo. Vejamos:
                  Potência Elétrica
                                                              A associação de resistores
                                     Eel                      1 – Em série
                            pot =                             O esquema abaixo mostra três lâmpadas incandescentes
                                     ∆t
                                                              associadas em série.
              Fonte da figura: http://educacao.uol.com.br


    Como a energia elétrica entre dois terminais de um
condutor é igual ao trabalho realizado pela força elétri-
ca para deslocar essas cargas entre estes dois pontos,
temos:
              τ                             ∆q ⋅ U
      Pot =      , sendo τ = ∆q ⋅ U → Pot =
              ∆t                             ∆t                                    Fonte: www.google.com

             ∆q                                                    A característica principal dessa ligação é que a cor-
      Como      = i , temos:
             ∆t                                               rente elétrica é a mesma em qualquer ponto do circuito.
                                                              A ddp (tensão) da associação é distribuída entre os resis-
      Pot = U.i
                                                              tores (lâmpadas) proporcionalmente às suas resistências
Logo, podemos determinar a potência dissipada em um           (daí ser usual a denominação divisor de tensão).
resistor tomando-se a equação deduzida para o cálculo da           Como todas as lâmpadas são percorridas pela mes-
potência de um aparelho elétrico qualquer (P = U.i) e a ex-   ma intensidade de corrente, a lâmpada que possuir
pressão matemática da Lei de Ohm (U = R.i). Assim, temos:     maior resistência brilhará mais, pois estará submetida a
Pot = U.i                                                     uma maior parcela da DDP da associação. Vejamos:
Como U = R.i, façamos:
Pot = U.i    Pot = i (R.i)  Pot = R.i2                                          Pot = R ⋅ i 2      Constante
ou
                                                                   Numa associação em série, a resistência do resistor equi-
                     U              U2                      valente é a soma das resistências dos resistores da associação.
Pot = U ⋅ i → Pot =   ⋅ U → Pot =
                     R               R
                                                                           Re = R1 + R2 + R3 + ........ + Rn
      A unidade.de potência no S.I é Watts(W) ou
V.A. A energia elétrica consumida é medida em                      Não esqueça!!!
Joules(J)=Watts.segundo no S.I. As companhias elétri-              Quando uma lâmpada de uma associação em série
cas, entretanto especificam a energia elétrica consumida      queima, as demais lâmpadas apagarão, pois o circuito
utilizando-se de uma unidade muito maior que o joule.         ficará aberto. Não queimarão.
Essa unidade de medida é o quilowatt-hora (kWh).              2 – Em paralelo
                                                              Observe que, na figura abaixo, todas as lâmpadas estão
 Terceira discussão                                           submetidas a uma mesma ddp.
 Por que, nas residências modernas, se usam
 disjuntores e não mais fusíveis?

 Modernamente, nos circuitos elétricos de residências,
 edifícios e indústrias, em vez de fusíveis, utilizam-se
 dispositivos baseados no efeito magnético da corrente
 denominados disjuntores. Em essência, o disjuntor é
 uma chave magnética que se desliga automaticamen-                                 Fonte: www.google.com




                                                                                                  Universidade Aberta do Nordeste   53
Ao contrário da associação em série, agora, cada           Questão comentada
lâmpada (resistor) será percorrida pela própria corrente.      Uma estudante que ingressou na faculdade e, pela primeira
O valor de cada corrente estará relacionada de forma           vez, está morando longe de sua família, recebe sua primeira
inversamente proporcional a sua resistência, veja:             conta de luz:

                                  U = R ⋅i
                 Constante
     Como todas as lâmpadas estão submetidas a uma
mesma DDP, a lâmpada que possuir menor resistência
brilhará mais, pois será percorrida por uma maior parcela
da corrente total da associação. Vejamos:
                                                               Se essa estudante comprar um secador de cabelos que con-
                        U2         Constante                   some 1000W de potência e considerando que ela e suas três
                  Pot =
                        R                                      amigas utilizem esse aparelho por 15 minutos cada uma du-
                                                               rante 20 dias no mês, qual será o acréscimo em reais na sua
    Nas associações em paralelo, o inverso da resistência      conta mensal?
equivalente é igual à soma dos inversos das resistências       A.	10,00	       B.	     12,50
da associação.                                                 C.	13,00	       D.	     13,50
                     1  1 1    1                               E.	14,00
                       = +   +
                    Re R1 R 2 R 3
                                                               Solução comentada
                                                               Cálculo da energia (E) consumida pelo secador de potência
O curto-circuito                                               Pot =1 000W = 1kW pelas 4 pessoas durante um tempo de 15
Um “curto” em qualquer parte de um circuito é, na              min por dia ∆t = 15min = 1/4h:
verdade, uma resistência extremamente baixa. Como              Pot =
                                                                       E                                                 1
                                                                          → E = Pot ∆t → E total = 4 amigas x 20 dias x ⋅ → Etotal = 20kWh
conseqüência, flui uma corrente muito alta pelo curto-                 ∆t                                                4
-circuito. Suponha que um fio condutor no ponto X no           Cálculo do preço de 1kWh:
circuito a seguir entre em contato acidentalmente com          Total gasto num mês (162,50)
o fio no ponto Y.                                                                           = R$ 0,625
                                                                                                    2
                                                                 (consumo mensal = 260)
                                                               Cálculo do acréscimo (A) na conta:
                                                               A = 20.0,625 --- G = R$ 12,50
                                                               Resposta: B

                                                               Para aprender mais!
                                                               1.	 A padronização insuficiente e a ausência de contro-
                                                                   le na fabricação podem também resultar em perdas
                                                                   significativas de energia através das paredes da ge-
                 Fonte figura: www.google.com.br
                                                                   ladeira. Essas perdas, em função da espessura das
                                                                   paredes, para geladeiras e condições de uso típicas,
     Como o fio é um excelente condutor, o curto-circuito          são apresentadas na tabela.
oferece um percurso paralelo com uma resistência prati-
camente nula (idealizada) do ponto X ao ponto Y. Pra-                     Espessura das                        Perda térmica
ticamente toda a corrente irá passar por esse caminho.                    paredes (cm)                         mensal (KWh)
Como a resistência do curto-circuito é praticamente zero,                          2                                   65
a diferença de potencial através de XY será praticamente                           4                                   35
nula (pela lei de Ohm). Dessa forma, o resistor R2 não será
                                                                                   6                                   25
percorrido por corrente e não participará mais do circuito.
     Assim, no circuito acima, a resistência do circuito di-               10                         15
minuirá fazendo que os resistores R1 e R3 sejam percor-        	     Considerando uma família típica, com consumo
ridos por uma corrente maior do que aquela quando na           médio mensal de 200kwh, a perda térmica pelas paredes
presença de R2.                                                de uma geladeira com 4cm de espessura, relativamente


54
a outra de 10cm, corresponde a uma porcentagem do                 	    - Acumule uma quantidade de roupa para ser passa-
consumo total de eletricidade da ordem de                         da a ferro elétrico de uma só vez.
                                                                  	 - Evite o uso de tomadas múltiplas para ligar vários
A.	30%.		               B.	 20%.
                                                                  aparelhos simultaneamente.
C.	10%.		               D.	5%.
                                                                  	    - Utilize, na instalação elétrica, fios de diâmetros re-
E.	1%.
                                                                  comendados às suas finalidades.
                                                                  	 A característica comum a todas essas recomenda-
2.	 As pilhas e baterias são classificadas pela Associação        ções é a proposta de economizar energia através da ten-
    Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - como lixo pe-          tativa de, no dia a dia, reduzir
    rigoso. Agressivas ao meio ambiente e de difícil reci-
    clagem, apresentam em suas composições substân-               A.	 a potência dos aparelhos e dispositivos elétricos.
    cias tóxicas como chumbo, cádmio e mercúrio, que              B.	 o tempo de utilização dos aparelhos e dispositivos.
    podem contaminar o solo e a água. Você já deve ter            C.	 o consumo de energia elétrica convertida em ener-
    observado a existência de pilhas e baterias de diver-             gia térmica.
    sos tamanhos que fornecem a mesma voltagem.                   D.	 o consumo de energia térmica convertida em ener-
                                                                      gia elétrica.
	    O tamanho da pilha ou da bateria está diretamente            E.	 o consumo de energia elétrica através de correntes
relacionado com a intensidade                                         de fuga.
A.	   da força elétrica no processo de indução.
B.	   da força de interação entre cargas elétricas.               5.	 Observe a tabela seguinte. Ela traz especificações
C.	   da carga elétrica no interior do campo elétrico.                técnicas constantes no manual de instruções forne-
D.	   do campo elétrico criado por um corpo eletrizado.               cido pelo fabricante de uma torneira elétrica.
E.	   de corrente elétrica que ela deve fornecer a um circuito.


3.	 Na cozinha de uma casa, ligada à rede elétrica de
    110V, há duas tomadas A e B. Deseja-se utilizar, si-
    multaneamente, um forno de micro-ondas e um fer-
    ro de passar, com as características indicadas. Para
    que isso seja possível, é necessário que o disjuntor (D)
    dessa instalação elétrica, seja de, no mínimo,
                                                                  Disponível em: http://www.cardal.com.br/manualprod/Manuais/Torneira%20Su-
                                                                  prema/Manual_Torneira_Suprema_R00.pdf

                                                                  	    Considerando que o modelo de maior potência da versão
                                                                  220 V da torneira suprema foi inadvertidamente conectada a
                                                                  uma rede com tensão nominal de 127 V e que o aparelho está
                                                                  configurado para trabalhar em sua máxima potência, qual o
                                                                  valor aproximado da potência ao ligar a torneira?


A.	 10 A.		             B.	 15 A.
C.	 20 A.		             D.	 25 A.
E.	 30 A.


4.	 Entre as inúmeras recomendações dadas para a eco-
    nomia de energia elétrica em uma residência, desta-
    camos as seguintes:
	 - Substitua lâmpadas incandescentes por fluores-
centes compactas.                                                 A.	 1.830 W.		             B.	 2.800 W.
	   - Evite usar o chuveiro elétrico com a chave na posi-         C.	 3.200 W.		             D.	 4.030 W.
ção “inverno” ou “quente”.                                        E.	 5.500 W.


                                                                                                         Universidade Aberta do Nordeste   55
Ampliando conhecimentos para o Enem                                       A.	6.		                B.	 10.
1.	 Num livro de eletricidade, você encontra três infor-                  C.	14.		               D.	18.
    mações: a primeira afirma que isolantes são corpos                    E.	25.
    que não permitem a passagem da corrente elétrica;
    a segunda afirma que o ar é isolante, e a terceira                    3.	 O chuveiro elétrico
    afirma que, em média, um raio se constitui de uma
    descarga elétrica correspondente a uma corrente                       	    O chuveiro é composto de dois resistores, que é um fio
    de 10000 amperes que atravessa o ar e desloca, da                     espiralado feito de metais que possibilitam um aquecimen-
    nuvem à Terra, cerca de 20 Coulombs. Pode-se con-                     to rápido e prático, um de alta potência e outro de baixa
    cluir que essas três informações são                                  potência de aquecimento, e um diafragma de borracha. Os
                                                                          resistores ficam fixados no interior do chuveiro. Para selecio-
A.	 coerentes, e o intervalo de tempo médio de uma
                                                                          nar o tipo de banho que se deseja tomar, existe, na sua parte
    descarga elétrica é de 0,002.
                                                                          exterior, uma chave seletora que é capaz de mudar o tipo de
B.	 coerentes, e o intervalo de tempo médio de uma
                                                                          resistência, aumentando ou diminuindo a potência do chu-
    descarga elétrica é de 2,0 s.
                                                                          veiro e, conseqüentemente, a temperatura do banho.
C.	 conflitantes, e o intervalo de tempo médio de uma
    descarga elétrica é de 0,002 s.                                                                                http://www.brasilescola.com

D.	 conflitantes, e o intervalo de tempo médio de uma
    descarga elétrica é de 2,0 s.                                         	 Uma pessoa mudou-se do Estado do Ceará, onde
E.	 conflitantes, e não é possível avaliar o intervalo de                 a tensão da rede elétrica é 220 V, para o estado de São
    tempo médio de uma descarga elétrica.                                 Paulo, onde a tensão é 110 V. Levou consigo um chu-
                                                                          veiro, cuja potência nominal é de 2200 W. Instalado no
                                                                          estado de São Paulo, para que o chuveiro continue a dis-
2.	 Em nossas residências, o consumo mensal de ener-
                                                                          sipar a mesma potência por efeito Joule, sua resistência
    gia elétrica é medido por um aparelho apelidado de
                                                                          elétrica deve ser
    “relógio de luz”. Esse nome é claramente inadequa-
    do, pois não é um relógio nem tem qualquer relação                    A.	quadruplicada.
    com a luz. É comum as pessoas referirem-se à rede                     B.	 reduzida à metade do valor original.
    elétrica como “luz”, porque a primeira utilização                     C.	 reduzida a um quarto do valor original.
    dessa fonte de energia foi para a iluminação. Hoje                    D.	dobrada.
    as lâmpadas domésticas ainda representam uma                          E.	 mantida inalterada.
    parte considerável do consumo de energia elétrica,
    mas há outros aparelhos que competem com elas                         4.	 O gráfico mostra como varia a potência elétrica for-
    em nossas “contas de luz”. Mas o nome ficou, e                            necida a uma pequena cidade durante o intervalo
    costumamos dizer que “faltou luz” quando o forne-
                                                                              de tempo que vai de 12 horas (meio-dia) até 20 ho-
    cimento de energia elétrica é interrompido.
                                                                              ras (8 horas da noite).
	 O relógio de luz, essencialmente, é um pequeno mo-
tor, que utiliza a energia elétrica para produzir a rotação de
um disco de alumínio. A construção do aparelho é feita de
maneira que essa rotação seja proporcional à potência elé-
trica consumida em nossas casas, em cada instante. Quanto
mais aparelhos ligados ao mesmo tempo ou quanto maior
a potência elétrica desses aparelhos, mais rapidamente gira
o disco. Se ele girar muito rápido o tempo todo, ao final do
mês, receberemos uma conta de luz nada agradável.                         	 Sejam: E1 a energia elétrica fornecida entre 12 ho-
	 Numa residência, a única coisa que está ligada é                        ras e 17 horas, e E2‚ a energia elétrica fornecida entre 17
uma lâmpada, que consome 100 watts de potência. O                                                     E1
                                                                          horas e 20 horas. A razão       ‚é
disco do relógio de luz dessa casa dá uma volta a cada 7                                              E2
watts × hora de energia elétrica consumida. O número                      A.	1,0		               B.	 1,2
de voltas que o disco está dando a cada hora, por causa                   C.	1,5		               D.	1,8
do consumo da lâmpada vale, aproximadamente,                              E.	2,0
                     http://dc189.4shared.com/doc/vXUovYEI/preview.html




56
5.	 Um eletricista tem uma tarefa para resolver: precisa           uma vez que as tomadas antigas não serão mais co-
    instalar três lâmpadas, cujas especificações são 60W           mercializadas.
    e 110V, em uma residência onde a tensão é 220V.         -	     Os pinos possuem diâmetros diferentes de acordo
	   A figura a seguir representa os três esquemas consi-           com a corrente elétrica necessária para o uso de
derados por ele.                                                   cada aparelho, ou seja, têm diâmetros diferentes
                                                                   aparelhos que operam com 10 amperes ou entre 10
                                                                   a 20. Isso impede que um aparelho de maior ampe-
                                                                   ragem possa ser conectado a instalações de até 10
                                                                   amperes sobrecarregue a rede. Esta informação está
                                                                   disponível na embalagem de cada produto.
                                                            -	     Adaptadores devem possuir certificação de qualida-
                                                                   de do Inmetro.
                                                                 http://www.tecmundo.com.br/2956-padronizacao-das-tomadas-brasileiras.htm




                                                                 Biologia

	   Analisando os elementos da figura, pode-se concluir          Ecologia
que, no esquema,
                                                            Considerações do professor
A.	 1, todas as lâmpadas queimarão.
                                                            O tema ecologia é bastante cobrado nas provas do Enem.
B.	 2, duas lâmpadas queimarão, e a outra terá seu bri-
                                                            Dentro de suas variações de tópicos, três deles foram mais
    lho diminuído.
                                                            incidentes nos últimos Exames Nacionais do Ensino Médio:
C.	 3, todas as lâmpadas terão seu brilho diminuído.
                                                            ciclos biogeoquímicos, relações ecológicas e poluição. Este
D.	 1, só uma das lâmpadas queimará, e as outras não
                                                            último será considerado neste fascículo à luz da química e os
    acenderão.
                                                            dois primeiros trataremos agora. Leia os textos com atenção
E.	 2, duas lâmpadas exibirão brilho normal.
                                                            e faça as questões para o treino de seu conhecimento.
Leia mais!
                                                            Ciclos biogeoquímicos
                  As novas Tomadas
                                                            Introdução
                                                            Os ciclos biogeoquímicos são processos naturais, utilizan-
                                                            do-se de eventos químicos, físicos e bioquímicos que ob-
                                                            jetivam a reciclagem dos vários elementos em diferentes
                                                            formas químicas do meio ambiente para os organismos e,
                                                            depois, fazem o processo contrário, ou seja, trazem esses
                                                            elementos dos organismos para o meio ambiente.
                                                                 Dessa forma, a água, o carbono, o oxigênio, o ni-
                                                            trogênio, o fósforo, o cálcio, entre outros elementos,
                                                            percorrem esses ciclos, unindo todos os componentes
     O que mudou nos plugues e tomadas;                     vivos e não vivos da Terra. Também é possível compre-
-	   Acabaram os plugues de pinos chatos – os apare-        ender que um ciclo biogeoquímico é o movimento ou o
     lhos serão fabricados e importados apenas com pi-      ciclo de um determinado elemento ou elementos quími-
     nos redondos.                                          cos através da atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera
-	   Os plugues possuem agora dois e três pinos e se-       da Terra. Os ciclos estão intimamente relacionados com
     rão usados de acordo com as características de cada    processos geológicos, hidrológicos e biológicos.
     aparelho.
-	   O terceiro pino funciona como aterramento, para        O ciclo da água
     evitar choques e sobrecargas. Locais que não pos-      A água na natureza pode ser encontrada nos três estados
     suem este tipo de instalação deverão providenciá-la,   físicos: sólido, líquido e gasoso. Os oceanos e mares cons-


                                                                                                      Universidade Aberta do Nordeste   57
tituem cerca de 97% de toda água; dos 3% restantes,              Convém salientar que o carbono:
2,25% estão em forma de gelo nas geleiras e nos polos,      ••   pela fotossíntese é retirado da atmosfera;
e apenas 0,75% estão nos rios, lagos e lençóis freáticos.   ••   pela respiração é devolvido na forma de CO2;
                                                            ••   passa para os animais superiores via cadeia alimentar;
                                                            ••   pela morte e decomposição dos vegetais e animais,
                                                                 volta a ser CO2;
                                                            ••   forma combustíveis fósseis pela alta temperatura e
                                                                 pressão que passa a matéria orgânica morta;
                                                            ••   pela combustão de combustíveis fósseis (gasolina,
                                                                 óleo diesel, gás natural) volta à atmosfera.

                                                            O ciclo do oxigênio
                                                            O oxigênio participa não somente da composição da
                                                            água e do gás carbônico, mas também de numerosos
                                                            compostos orgânicos e inorgânicos. Na atmosfera e na
                                                            hidrosfera, é encontrado livre, sob a forma de substância
                                                            pura, simples, de fórmula O2. É um gás libertado pelos
    O ciclo da água pode ser dividido em curto, quando      organismos fotossintetizantes, através do processo de
a água não passa pelos seres vivos, envolvendo basica-      fotossíntese. É utilizado para a respiração de plantas e
mente fenômenos físicos e ciclo longo da água onde,         de animais, processo que resulta na produção de gás
além das etapas do ciclo curto, a água passa pelos seres    carbônico.
vivos e envolve-se em fenômenos bioquímicos.                     A manutenção das taxas de oxigênio e de gás carbô-
    São fenômenos do ciclo curto: evaporação, conden-       nico no ambiente depende desses dois processos opos-
sação e precipitação.                                       tos: a fotossíntese e a respiração.
    São processos do ciclo longo: a ingestão, evapo-             O O2 produzido pode participar também da forma-
transpiração, respiração, fotossíntese.                     ção da camada de ozônio (O3) na atmosfera. A presença
                                                            de ozônio na atmosfera é de extrema importância para
O ciclo do carbono                                          a humanidade, pelo papel que exerce de filtro das radia-
O carbono é um elemento químico de grande impor-            ções ultravioletas, as quais, úteis em determinada inten-
tância para os seres vivos, pois participa da composição    sidade, são nocivas em intensidades maiores. A nocivi-
química de todos os componentes orgânicos e de uma          dade das radiações ultravioletas está ligada a doenças
grande parcela dos inorgânicos também.                      como o câncer de pele e as alterações genéticas,
      Removido da atmosfera pela fotossíntese, o carbono
do CO2 incorpora-se aos seres vivos quando os vegetais,
                                                            O ciclo do nitrogênio
utilizando o CO2 do ar, ou os carbonatos e bicarbonatos     O nitrogênio é um elemento químico que entra na cons-
dissolvidos na água, realizam a fotossíntese. Dessa ma-     tituição de duas importantíssimas classes de moléculas
neira, o carbono desses compostos é utilizado na síntese    orgânicas: proteínas e ácidos nucleicos.
de compostos orgânicos, que vão suprir os seres vivos.           Embora esteja presente em grande quantidade no
                                                            ar, na forma de N2, poucos seres vivos o assimilam. Ape-
                                                            nas alguns tipos de bactérias, principalmente cianobac-
                                                            térias, conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de
                                                            moléculas orgânicas nitrogenadas.
                                                                 O ciclo do nitrogênio é regido por 3 processos básicos:
                                                            1.	Fixação.
                                                            2.	Nitrificação.
                                                            3.	Desnitrificação.
                                                                O nitrogênio utilizável pelos seres vivos é o combina-
                                                            do com o hidrogênio na forma de amônia (NH3). A trans-
                                                            formação do N2 em NH3 é chamada fixação. Fenômenos


58
físicos, como os relâmpagos e faíscas elétricas, são pro-    O ciclo do cálcio e do fósforo
cessos fixadores de nitrogênio (fixação não biológica). A    O cálcio é um elemento químico muito importante para
produção de amônia por esses fenômenos atmosféricos          os seres vivos. Nos vegetais, ele participa principalmen-
é pequeníssima, sendo praticamente negligenciável em         te como ativador de enzimas, além de participar como
face das necessidades dos seres vivos.                       componente estrutural de sais.
     A fixação biológica do nitrogênio é realizada pelas         A maior participação do cálcio nos animais está rela-
bactérias e cianobactérias que vivem livres no solo ou       cionada com a formação de esqueletos, pois ele é parte
associados às raízes de plantas. As bactérias do gênero      constituinte dos exoesqueletos de invertebrados e conchas.
Rhizobium, cianobactérias do gênero Anabaena e Nos-          Além disso, atua em processos metabólicos: sua participa-
toc são organismos fixadores de nitrogênio. As bactérias     ção é fundamental no processo de coagulação do sangue,
do gênero Rhizobium vivem associadas a plantas legu-         além de ser muito útil no processo de contração muscular.
minosas. Esses micro-organismos, conhecidos generica-            A fonte primária de cálcio na natureza são, sem dú-
mente por radícolas, vivem em nódulos nas raízes das         vida, as rochas calcárias, que, devido à ação de agentes
plantas, estabelecendo uma relação de mutualismo.            diversos, sofrem intemperismo, o qual provoca erosão,
     A amônia ainda pode ser produzida por dois tipos        levando os sais de cálcio para o solo, de onde são car-
de biofixadores de vida livre: bactérias dos gêneros Azo-    regados pelas chuvas para os rios e mares. Assim como
tobacter (aeróbias) e Clostridium (anaeróbias).              ocorre com o fósforo, o cálcio tende a se acumular no
     A oxidação dos íons amônio produz nitritos como         fundo do mar.
resíduos nitrogenados, que, por sua vez, são liberados
para o ambiente ou oxidados a nitrato. A conversão dos
íons amônio em nitrito e nitrato é conhecida por nitri-
ficação, que ocorre pela ação de bactérias nitrificantes
(Nitrosomonas e Nitrobacter). O processo de nitrificação
pode ser dividido em duas etapas:
•• Nitrosação: A amônia é transformada em nitrito
     (NO2–):
     2 NH3 + O2      2 HNO2 + 2 H2O + Energia
•• Nitratação: Ocorre a transformação do íon nitrito                    Fonte: http://www.profpc.com.br/ciclo_fosforo.htm
     em íon nitrato (NO3–):
 	 2 HNO2 + 2 O2          2 HNO3 + Energia                       Cálcio e fósforo são constituintes de exoesqueletos
     Os nitratos, quando liberados para o solo, podem        de crustáceos e endoesqueleto de vertebrados. Com a
ser absorvidos e metabolizados pelas plantas.                morte desses organismos, seus esqueletos se depositam
                                                             no fundo do mar, associam-se a outros tipos de resíduos
     Por meio de excreção ou da morte, os produtos ni-
                                                             e originam uma rocha sedimentar, depois de um lon-
trogenados dos organismos são devolvidos ao ambiente.
                                                             go período de tempo. Esses sedimentos de fundo, rico
Os excretas nitrogenados eliminados para o ambiente,
                                                             em carbonato, participando do ciclo tectônico, podem
como ureia e ácido úrico, são transformados em amônia
                                                             migrar para uma zona de pressão e temperatura mais
pela ação de bactérias e fungos decompositores. Outros
                                                             elevadas, fundindo parcialmente os carbonatos. As mu-
compostos nitrogenados, como proteínas, por exemplo,
                                                             danças lentas e graduais da crosta terrestre podem fazer
são degradados por ação de bactérias e fungos, trans-        que essas rochas sedimentares alcancem a superfície,
formando-os em amônia. A decomposição que se apre-           completando o ciclo.
senta como produto final é denominada amonificação.              Além de tudo isso, o cálcio e o fósforo podem ser
     A devolução de nitrogênio para a atmosfera é co-        adquiridos na alimentação dos organismos e passados
nhecida por desnitrificação e é comumente realizada pe-      de ser vivo a ser vivo pela cadeia alimentar, retornando
las bactérias desnitrificantes (Pseudomonas denitificans).   ao solo pela morte e decomposição.
Aparentemente indesejável, a desnitrificação é necessá-
ria porque, se não ocorresse, a concentração de nitratos     Questão comentada
no solo aumentaria de maneira desastrosa.
                                                             (ENEM-2010) O texto O voo das Folhas traz uma visão dos índios
                                                             Ticunas para um fenômeno usualmente obser-vado na natureza:


                                                                                                   Universidade Aberta do Nordeste   59
O VOO DAS FOLHAS                                 E.	 bactérias que tornam suas raízes fasciculadas, ate-
Com o vento                                                             nuando o efeito da erosão.
as folhas se movimentam.
E quando caem no chão
ficam paradas em silêncio                                           7.	 Os organismos mantêm constante troca de matéria
Assim se forma o ngaura. O ngaura cobre o chão da                       com o ambiente. Os elementos químicos são retirados
              floresta, enriquece a terra e alimenta as árvores.]       do ambiente pelos organismos, utilizados e novamen-
As folhas velhas morrem para ajudar o crescimento das                   te devolvidos ao meio, definindo os chamados ciclos
                                                   folhas novas.]       biogeoquímicos. A figura representa um desses ciclos.
Dentro do ngaura vivem aranhas, formigas, escorpiões,
            centopeias, minhocas, cogumelos e vários tipos de
                                  outros seres muito pequenos.]
As folhas também caem nos lagos, nos igarapés e igapós.
            A natureza segunda os Ticunas / Livro das Árvores.
                                              Organização Geral
                        dos Professores bilíngues Ticunas, 2000.

Na visão dos índios Ticunas, a descrição sobre o ngaura permite
classificá-lo como um produto diretamente relacionado ao ciclo
A.	 da água.
B.	 do oxigênio.
C.	 do fósforo.                                                     	   A figura representa o ciclo do(a)
D.	 do carbono.
E.	 do nitrogênio.                                                  A.	 do fósforo, e as setas A e B representam, respectiva-
                                                                        mente, o trifosfato de adenosina (ATP) e o difosfato
Solução comentada                                                       de adenosina (ADP).
O texto da questão destaca o ngaura que, na linguagem in-           B.	 do oxigênio, e as setas A e B representam, respecti-
dígena, refere-se a um tipo de solo formado por folhas velhas           vamente, a fotossíntese e a respiração.
que morrem e formam uma cobertura na floresta. O fenômeno           C.	 da água, e as setas A e B representam, respectiva-
de reciclagem da matéria orgânica das folhas mortas é a de-             mente, a precipitação e a evapotranspiração.
composição e o ciclo diretamente associado a esse fenômeno          D.	 do nitrogênio, e as setas A e B representam, respec-
é o ciclo do carbono. Embora o item D tenha sido dado como              tivamente, a biofixação e a desnitrificação.
o gabarito da questão, entendemos também que, durante esta
                                                                    E.	 do carbono, e as setas A e B representam, respecti-
reciclagem, o nitrogênio enriquece o solo e nutre as plantas.
                                                                        vamente, a fotossíntese e a respiração.
Resposta: D

                                                                    8.	 Durante o período de desova dos salmões no Hemis-
Para aprender mais!
                                                                        fério Norte, são despejados no ecossistema 80 kg de
6.	 Em agricultura, é amplamente utilizado o plano                      nitrogênio derivados da captura desses peixes pelos
    de rotação de culturas, em que diferentes espé-                     ursos. Esse cálculo foi realizado para uma extensão
    cies vegetais são sucessivamente cultivadas em                      de 250 metros de rio.
    um mesmo terreno. Nesse processo, muitas vezes,
                                                                                        Scientific American, no 52, 2006. Brasil. [Adaptado].
    são cultivadas as leguminosas, pois estas plantas
    se associam a                                                   	 De acordo com o texto, a decomposição dos restos
A.	 bactérias e enriquecem o solo de compostos sul-                 orgânicos do salmão é um importante fator para o ciclo
    furosos.                                                        do nitrogênio num ecossistema do Hemisfério Norte. A
B.	 bactérias e enriquecem o solo de compostos nitro-               ausência das bactérias do gênero Nitrosomonas pode
    genados.                                                        provocar, nesse ecossistema,
C.	 fungos e enriquecem o solo de compostos nitro-                  A.	 diminuição da disponibilidade de nitrato com conse-
    genados.                                                            quente redução da absorção desse íon pelas plantas.
D.	 nemátodos e enriquecem o solo de compostos fos-                 B.	 elevação de nitrito no solo e consequente intoxica-
    forados.                                                            ção dos microorganismos.


60
C.	 aumento do processo de nitrificação com consequen-       volvem associações entre indivíduos da mesma espécie e
    te elevação da absorção de nitrito pelas plantas.        indivíduos de espécies diferentes. Vejamos a classificação
D.	 queda de bactérias do gênero Rhizobium, dimi-            e os exemplos mais comuns entre os seres vivos.
    nuindo a fixação simbiótica de nitrogênio.
E.	 redução de íon amônio e consequente diminuição           Classificação
    da síntese de clorofila.                                 As simbioses são classificadas de acordo com 2 fatores: a es-
                                                             pécie e o benefício e/ou prejuízo que causam aos seres vivos.
Ampliando conhecimentos para o Enem                               Em relação à espécie, classificamos as relações eco-
6.	 Se forem reflorestadas várias áreas, ao redor e dentro   lógicas como:
    de grandes centros urbanos, podem-se combater os         •• Relação intraespecífica ou homotípica – é aquela
    poluentes liberados pela queima de combustíveis fós-          que ocorre entre os indivíduos da mesma espécie.
    seis. O dióxido de carbono é um dos poluentes mais       •• Relação interespecífica ou heterotípica – é aquela que
    abundantes, e sua remoção envolve a elaboração de             ocorre entre os indivíduos de espécies diferentes.
    um produto por um evento metabólico. Assinale a al-         Com respeito ao benefício e/ou prejuízo, classifica-
    ternativa que apresenta, respectivamente, o produto      mos as relações ecológicas em:
    e o fenômeno metabólico do processo descrito é           •• Positivas ou harmônicas – quando não há prejuízo
A.	   carboidrato e fotossíntese.                               para nenhuma das espécies e ocorre o benefício de
B.	   proteína e fermentação.                                   pelo menos um dos associados.
C.	   carboidrato e fermentação.                             •• Negativas ou desarmônicas – quando pelo menos
D.	   proteína e fotossíntese.                                  um dos indivíduos é prejudicado na associação.
E.	   oxigênio e respiração aeróbica.
                                                                  Portanto, as espécies interagem de diversas maneiras,
                                                             que podem ser negativas (–), positivas (+) ou neutras (0)
7.	 O esquema a seguir representa um dos ciclos bio-
                                                             para cada espécie, dependendo da natureza da interação.
    geoquímicos que ocorrem nos ecossistemas.
                                                             Os ecólogos utilizam esta notação abreviada para caracte-
                                                             rizar principalmente as interações interespecíficas porque,
                                                             assim, podemos visualizar melhor a direção em que a in-
                                                             teração afeta cada uma das espécies.

                                                             Relações harmônicas intraespecíficas
                                                             Sociedades
                                                             Os agrupamentos – chamados sociedades – caracteri-
                                                             zam-se pela divisão do trabalho e por uma grande solida-
                                                             riedade entre seus membros, sendo comum entre os inse-
	   Nesse esquema, os espaços I e II devem ser substituí-    tos sociais, castores, gorilas e a própria espécie humana.
dos correta e respectivamente por                                 Entre os insetos sociais (formigas, cupins e várias es-
A.	   oxigênio e consumidores primários.                     pécies de abelhas e vespas), a divisão do trabalho entre
B.	   água e consumidores primários.                         os membros é levada ao extremo. O corpo de cada in-
C.	   dióxido de carbono e produtores.                       divíduo está modificado e adaptado de acordo com as
D.	   oxigênio e produtores.                                 funções que realiza.
E.	   dióxido de carbono e consumidores primários.                Esse fenômeno é chamado polimorfismo morfo-
                                                             lógico, cada grupo diferente forma uma casta.
                                                                  Vejamos um exemplo:
 Relações ecológicas                                         Sociedade dos cupins
Introdução                                                       Entre os cupins ou térmitas, os operários são forma-
                                                             dos por machos e fêmeas estéreis. Há ainda os soldados,
A interação entre organismos ocorre de várias formas. Al-
                                                             um grupo de machos e fêmeas estéreis, com patas e
gumas interações trazem benefícios, e outras, prejuízos.
                                                             mandíbulas muito fortes, encarregados de defender a
As relações ecológicas, também chamadas simbioses, en-
                                                             sociedade.


                                                                                              Universidade Aberta do Nordeste   61
Em certas épocas do ano, podemos ver machos e           Relações desarmônicas intraespecíficas
fêmeas alados, formando nuvens em torno das lâmpa-          Canibalismo
das. O ato sexual, porém, realiza-se no solo, depois que    Algumas vezes um animal mata e devora outro da mesma
ambos perdem as asas. O destino do cupim macho é            espécie. Esse fenômeno é denominado canibalismo. En-
mais feliz que o dos zangões ou machos de formiga:          tre alguns insetos, por exemplo, os animais mais fracos ou
ele permanece com a rainha dentro da câmara nupcial         doentes são devorados pelos sadios. Entre algumas ara-
(uma cavidade feita na madeira pelo casal) e a fecunda      nhas, a fêmea devora o macho após o ato sexual.
periodicamente. A rainha pode botar milhares de ovos
por dia, e seu abdome aumenta em aproximadamente            Competição intraespecífica
centenas de vezes.                                          Todo ser vivo compete com outros por alimento e energia.
                                                            Entre os vegetais, a competição se dá principalmente por
                                                            luz, água e sais minerais. Entre os animais, a competição
                                                            é mais variada: há luta por matéria orgânica (alimento),
                                                            espaço vital, posse da fêmea, defesa da prole etc.

                                                            Relações harmônicas interespecíficas
                                                            Mutualismo
                                                            Trata-se da associação entre indivíduos de espécies dife-
                                                            rentes na qual ambos se beneficiam. Esse tipo de asso-
                                                            ciação é tão íntima, que a sobrevivência dos seres que
                                                            a formam torna-se impossível, quando são separados.
                                                            Alguns autores usam o termo simbiose para caracterizar
Colônias                                                    o que definimos como mutualismo. Como a tendência
São associações de indivíduos de mesma espécie, unidos      atual é considerar simbiose numa associação entre indi-
de tal maneira que formam um conjunto funcional inte-       víduos de espécie diferentes, não importando o tipo de
grado, muitas vezes, quase indistinguível de um organis-    relação entre eles, devemos usar o termo mutualismo
mo único, ou seja, há uma união anatômica.                  para caracterizar a simbiose entre indivíduos de espécies
     As colônias são chamadas homotípicas (do grego         diferentes, em que ambos se beneficiam, a ponto de a
homo, igual) quando seus membros não apresentam             relação se tornar obrigatória.
diferenciação nem repartem trabalho, e heterotípicas
(do grego hetero, diferente) quando há diferenciação e      Ex. 1: Liquens
divisão de tarefas entre os indivíduos.




     Um exemplo de colônia homeomórfica ocorre em
protozoários, algas e corais. Nesses casos, como todos os
indivíduos são iguais, todos realizam o mesmo trabalho.
     Isso não acontece com alguns cnidários, como a ca-
ravela. Sua colônia (heteromórfica) é formada por indiví-
duos com formas e funções diferentes.


62
São constituídos principalmente pela associação      Ex. 1: O paguro-eremita e as anêmonas-do-mar
mutualística entre algas e fungos. A alga realiza a fo-
tossíntese e cede ao fungo parte da matéria orgânica
sintetizada. O fungo, além de proteger a alga, cede-lhe
umidade e sais minerais que absorve. Esse tipo de rela-
ção é benéfico para ambos. Permite a sobrevivência do
líquen em lugares onde, isoladamente, a alga e o fungo
não teriam chance. Os liquens podem ser encontrados
em troncos de árvores, nas rochas nuas, nos desertos
e no Ártico.
Ex. 2: Cupins ou térmitas e protozoários
     Os cupins ou térmitas utilizam em sua alimentação
produtos ricos em celulose, como a madeira, o papel e
certos tecidos. Contudo são incapazes de digerir a ce-
lulose, por não fabricarem a enzima celulase. Por isso,        O paguro-eremita, também conhecido como ber-
abrigam em seu intestino um protozoário flagelado de-     nardo-eremita, é um crustáceo marinho que apresenta
nominado Tryconinpha, produtor da enzima. A celulo-       abdômen mole e desprotegido. Vive normalmente no
se, uma vez digerida, serve de alimento para ambos. Os    interior de uma concha vazia de molusco, como a do
cupins fornecem ao protozoário abrigo e nutrição e, em    caramujo, por exemplo. Presas a essa concha, podem
troca, recebem os produtos da degradação da celulose.     ser encontradas as anêmonas-do-mar ou actínias, celen-
Ex. 3: Ruminantes e microrganismos                        terados popularmente conhecidos por flores-das-pedras.
                                                          As anêmonas, graças aos seus tentáculos que elaboram
                                                          substâncias urticantes, afugentam os possíveis predado-
                                                          res do paguro. Trata-se de um caso de protocooperação,
                                                          porque tanto o paguro como a anêmona podem viver
                                                          isoladamente. Como conceituamos, a coexistência de
                                                          ambos não é obrigatória.
                                                          Ex. 2: O pássaro anu e certos mamíferos




    Os animais ruminantes, do mesmo modo que os
cupins, não fabricam a enzima celulase. Como os ali-
mentos que ingerem são ricos em celulose, também
abrigam em seu estômago grande número de pro-
tozoários e bactérias capazes de fabricar a enzima
celulase. A celulose serve de alimento para os her-
bívoros, as bactérias e os protozoários. Os herbívo-
ros, por sua vez, fornecem abrigo e nutrição a esses
micro-organismos.                                              Os pássaros conhecidos por anus alimentam-se de
                                                          carrapatos e outros parasitas encontrados no pelo de
Protocooperação                                           certos mamíferos, como o gado, o búfalo, o rinoceron-
Protocooperação ou simplesmente cooperação é a as-        te, etc. Os anus, ao retirarem os parasitas (carrapatos) da
sociação entre indivíduos de espécies diferentes em que   pele desse mamíferos, estão se alimentando e, ao mesmo
ambos se beneficiam, mas cuja coexistência não é obri-    tempo, livram os mamíferos desses indesejáveis parasitas.
gatória. Trata-se de um mutualismo não obrigatório.       Como no exemplo anterior, a coexistência de ambos não
Veja exemplos:                                            é obrigatória, daí falarmos em protocooperação.


                                                                                          Universidade Aberta do Nordeste   63
Ex. 3: Pássaro-palito e crocodilo                                 O exemplo de comensalismo mais citado é o que
                                                             ocorre entre a rêmora e o tubarão. A rêmora ou peixe-
                                                             -piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira
                                                             dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao
                                                             corpo do tubarão. A rêmora, além de ser transportada
                                                             pelo tubarão, aproveita os restos de sua alimentação.
                                                             O tubarão não é prejudicado, pois o peso da rêmora é
                                                             insignificante. Os alimentos ingeridos pela rêmora cor-
                                                             respondem aos desprezados pelo tubarão.


    Uma associação semelhante ocorre entre o crocodi-
lo que vive as margens do rio Nilo e uma pequena ave, o
pássaro-palito. Esse crocodilo dorme com a boca aberta,
e o pássaro-palito se aproveita disso para catar restos de
comida e vermes que parasitam a boca do crocodilo.
Ex. 4: Formiga e pulgão


                                                             Inquilinismo
                                                             Trata-se da associação entre indivíduos de espécies diferen-
                                                             tes em que um deles procura abrigo ou suporte no corpo
                                                             do outro, sem prejudicá-lo. O inquilinismo é uma forma
                                                             de associação muito parecida com o comensalismo. Desta
                                                             difere por não haver cessão de alimentos ao inquilino.
                                                                  O peixe-agulha (Fierasfer) possui um corpo fino e
                                                             alongado. Ele penetra no corpo da holotúria, conhecida
     Algumas formigas cuidam de pulgões como um              popularmente como pepino-do-mar, para se abrigar. Do
pastor cuida de seu rebanho.                                 corpo da holotúria, o peixe-agulha só sai para procu-
     Os pulgões alimentam-se da seiva das árvores e eli-     rar alimento, voltando logo em seguida. O peixe agulha
minam o excesso da comida pelo ânus, na forma de um          apenas encontra abrigo no corpo da holotúria, não a
líquido açucarado. As formigas se aproximam e sorvem         prejudicando em qualquer sentido.
aquela secreção.
     Esta associação – chamada sinfilia – pode ser consi-    Epifitismo
derada um tipo de protocooperação realizado entre um         É uma associação específica de vegetais onde o fator
animal, o pulgão, e uma sociedade inteira, a das formigas.   determinante é a “moradia” de um vegetal em outro.
Os pulgões também são beneficiados, pois as formigas os      Uma observação muito importante, aqui, é não confun-
protegem de seus inimigos naturais, como a joaninha.         dir estes vegetais com plantas parasitas. As epífitas são
                                                             plantas que apenas procuram abrigo, proteção e luz ide-
Comensalismo                                                 al ao crescer sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las.
Quando duas espécies se associam com benefício ape-          As parasitas, como veremos, prejudicam a hospedeira.
nas para uma delas e sem causar prejuízo para a outra
dizemos que há comensalismo.                                 Ex.: Orquídeas e bromélias que vivem sobre troncos
     Nos casos mais clássicos de comensalismo, uma
espécie usa os restos alimentares de outra espécie. No
entanto, pode-se considerar comensalismo qualquer
tipo de benefício recebido. Assim considera-se comen-
salismo: foresia (transporte de uma espécie por outra),
inquilinismo (o uso de outra espécie como abrigo), epifi-
tismo (uso de uma espécie como suporte para a fixação
de uma planta) e epizoísmo (uso de um animal como
suporte para fixação).


64
Epizoísmo                                                   cucos, seus ovos são muito parecidos com os da espécie
A associação caracterizada pelo desenvolvimento de cer-     hospedeira, mas, à medida que se desenvolve, o filhote
tos organismos sobre o corpo de outro ser vivo é epi-       torna-se diferente. Mesmo assim, continua a receber ali-
biose. Quando um organismo se desenvolve sobre um           mento da sua “mãe adotiva”.
vegetal, a relação é de epifitismo (ocorre com musgos,
orquídeas e bromélias). Quando o desenvolvimento se
faz sobre um animal, fala-se em epizoísmo.
     Ocorre epizoísmo entre cracas e baleias. As cracas,
pequenos crustáceos de carapaça cônica, vivem fixos so-
bre os tegumentos de baleias e grudados às conchas de
ostras e caracóis.
Forésia
O transporte de um indivíduo pertencente a uma espé-
cie por outro de espécie diferente é chamado forésia ou
                                                            Um filhote de cuco, bem maior que a espécie hospedeira recebendo comida.
diacomismo.
     Associação em que os seres componentes são favo-
                                                                No caso do cuco, a espécie parasitada tem seu su-
recidos por um mecanismo vivo de transporte. Exemplo:
                                                            cesso reprodutivo reduzido, pois investe comida e ener-
transporte do pseudo-escorpiões por moscas, formigas e
                                                            gia para cuidar de outra espécie.
besouros. Outro exemplo é o da mosca Neivamia lutzi
(Neiva), que transporta ovos de outra mosca, a Derma-       Antibiose ou Amensalismo
tobia hominis (berne).
                                                            É a interação desarmônica onde uma espécie produz e
Relações desarmônicas interespecíficas                      libera substâncias que dificultam o crescimento ou a re-
                                                            produção de outras podendo até mesmo matá-las.
Predatismo
                                                                 Um clássico exemplo é o da maré vermelha, onde
É a interação desarmônica na qual um indivíduo (preda-
                                                            algas dinoflageladas produzem substâncias tóxicas que
dor) ataca, mata e devora outro (presa) de espécie dife-
                                                            causam a morte de peixes.
rente. A morte da presa pode ocorrer antes ou durante
a sua ingestão.
                                                            Competição interespecífica
     A predação, embora cause a morte de alguns indi-
víduos, muitas vezes, é benéfica para a população de        A competição compreende a interação ecológica em
presas. Interferir no relacionamento presa-predador às      que indivíduos de espécies diferentes disputam alguma
vezes pode ser desastroso.                                  coisa, como por exemplo alimento e território. Competir
                                                            significa concorrer pela obtenção de um mesmo recurso
Parasitismo                                                 do ambiente. As relações de competição entre indivíduos de
Nesta simbiose os indivíduos de espécies diferentes vi-     espécies diferentes verificam-se, essencialmente, quan-
vem um à custa do outro, causando-lhe prejuízo. O indi-     do têm preferências alimentares idênticas.
víduo que prejudica é denominado parasita ou bionte. O
prejudicado recebe o nome de hospedeiro ou biosado.         Esclavagismo
Os parasitas podem ou não determinar a morte do hos-
pedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por
muitos tipos de doenças ou parasitoses, ainda hoje, al-
gumas, incuráveis. O parasistismo ocorre tanto no reino
animal como no vegetal.

Observação
Outra forma de parasitismo, chamada de parasitismo
social ou de ninhada, ocorre com os cucos (figura a se-
guir), pássaros que depositam os ovos no ninho de outra
espécie para que esta os crie. Na maioria das espécies de       Esclavagismo é uma exótica interação onde um ser
                                                            usufrui da atividade de outro, de outra espécie. Algumas


                                                                                                     Universidade Aberta do Nordeste   65
espécies de formigas atacam outros formigueiros, roubam                        	 Uma parte da celulose serve de alimento às bacté-
as larvas e criam-nas como obreiras-escravas. As Polyer-                       rias e outra parte, tornada assimilável, é utilizada pelo
gus rufescens tornaram-se totalmente dependentes des-                          ruminante. No estômago dos ruminantes, as bactérias
tes escravos, a ponto de, sem eles, serem incapazes de se                      são também capazes de produzir proteínas, a partir de
alimentar, devido às suas mandíbulas hiperdesenvolvidas,                       compostos nitrogenados que os animais absorvem, além
em forma de espada, que usam para perfurar a cutícula                          de terem abrigo. O texto refere-se a um caso de
das suas inimigas. Por outro lado, as suas mandíbulas não
                                                                               a)	mutualismo.
lhes permitem escavar ninhos, nem cuidar de pupas nem
                                                                               b)	parasitismo.
sequer alimentarem-se. As espécies deste gênero são escla-
                                                                               c)	comensalismo.
vagistas parasitas. Em testes de laboratório, uma sociedade
                                                                               d)	 competição interespecífica.
de Polyergus morreu mesmo tendo acesso à comida. Uma
                                                                               e)	 competição intraespecífica.
outra característica das Polyergus rufescens é a presença
da glândula de Duffour. Esta glândula é usada para emitir
feromônios de “propaganda” que usam ao atacar um ni-                           10.	Qual das seguintes situações exprime uma relação
nho. O efeito do feromônio é criar confusão nas formigas                           de competição entre suas populações de um mesmo
defensoras, fazendo as correr de um lado para o outro,                             ecossistema?
desorganizando-se e sendo facilmente derrotadas.                               A.	   bois e gafanhotos alimentando-se de capim.
                                                                               B.	   algas e fungos formados liquens.
Questão comentada                                                              C.	   orquídeas crescendo sobre o tronco de certas árvores.
Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se                  D.	   cipó-chumbo retirando alimento da planta hospedeira.
atraírem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de                     E.	   onças caçando veados.
sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe
um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai
                                                                               11.	Existe um vegetal, o cipó-chumbo, de cor amarela-
os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gêne-
                                                                                   da, desprovido de clorofila, que se desenvolve sobre
ro. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris,
                                                                                   outras plantas. A respeito desse vegetal, podemos
muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.
BERTOLDI O. G. VASCONCELLOS J. R. Ciência e sociedade: A aventura da vida, a
                                                                                   dizer que
aventura da tecnologia. São Paulo. Scipione 2000 (adaptado)
                                                                               A.	 é uma planta parasita cujas raízes sugadoras retiram
A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris                      o líquido que circula nos vasos lenhosos.
e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de                                  B.	 é uma planta parasita cujas raízes sugadoras retiram
A.	 comensalismo.	        B. inquilinismo.                                         o líquido que circula nos vasos liberianos.
C.	 cooperação.	          D. predatismo.                                       C.	 é uma planta epífita, como as orquídeas que usa
E.	mutualismo.                                                                     outras plantas como base de apoio.
                                                                               D.	 é uma planta que não respira nem realiza a fotos-
Solução comentada                                                                  síntese porque utiliza para viver todos os processos
O texto da questão relaciona à morte com fim de alimentar                          metabólicos da planta que está parasitando.
entre organismos de gêneros diferentes e, portanto, de es-                     e)	 é um vegetal que, como os cogumelos, se alimenta
pécies diferentes. Tal situação caracteriza o predatismo, uma
                                                                                   das matérias orgânicas que encontra na casca das
relação ecológica interespecífica desarmônica, em que identi-
                                                                                   plantas em que se apoia.
ficamos o prejuízo para uma das espécies (presa) e o benefício
para a outra (predador).
                                                                                 Química
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                                                                                O aquecimento global
9.	 Os ruminantes abrigam em seu tubo digestório um
    grande número de bactérias indispensáveis para a di-
    gestão da celulose. Nenhum vertebrado fabrica a en-                        Introdução
    zima celulase, não tendo, portanto, a capacidade de
                                                                               Um efeito parecido ao das estufas utilizadas para o cul-
    degradar a celulose. Essas bactérias, que fabricam a
                                                                               tivo de flores e plantas delicadas ocorre naturalmente
    enzima, possibilitam aos ruminantes a assimilação da
                                                                               em nosso planeta, mas, no lugar de uma cobertura de
    celulose, que afinal é o maior componente de sua dieta.
                                                                               vidro, a Terra está coberta por gases estufa. Esse efeito


66
é chamado de efeito estufa e consiste na retenção de
parte da energia térmica recebida do Sol. Os cientistas
estimam que, sem a presença desses gases na atmosfera
terrestre, a temperatura média de nosso planeta seria
de - 18 oC, mas, graças ao efeito estufa natural, vivemos
numa temperatura média de + 15 oC, permitindo que a
água se apresente na fase líquida, condição fundamen-
tal para a existência de vida.
A maior parte do efeito estufa é de origem natural e se
deve à presença de gás carbônico e de vapor-d’água na
atmosfera. Aproximadamente 85% da água atmosféri-
ca encontram-se na forma de vapor-d’água e cerca de
12%, na forma líquida. Entretanto, algumas atividades
humanas podem causar uma intensificação do efeito
estufa e, consequentemente, contribuir para o aqueci-
mento do planeta, visto que essas atividades provocam         Principais gases do efeito estufa
o aumento da concentração de gases que promovem o                 Na tabela a seguir, são apresentados alguns gases
efeito estufa.                                                do efeito estufa e suas características.

                                                                                          Poder relativo
                                                                                Tempo
                                                                                           de absorção
                                                                      Taxa de médio de
                                                     Concentração                           de radiação
  Gás                     Origem                                     aumento permanência
                                                        atual                             infravermelha
                                                                       anual      na
                                                                                         por molécula em
                                                                              atmosfera
                                                                                          relação ao CO2
          Queima de combustíveis fósseis;
CO2       Decomposição aeróbica de substâncias         365 p.p.m.      0,4%        100 anos                    1
          orgânicas.
          Decomposição anaeróbica de substân-
          cias orgânicas, principalmente celulose;
          Flatulência de bovinos;
CH4       Depósitos de combustíveis fósseis;           1,72 p.p.m.     0,5%         10 anos                   21
          Decomposição de lixo orgânico em ater-
          ros sanitários e lixões;
          Pântanos e esgotos.
          Queima de combustíveis fósseis;
          Reação entre o oxigênio e o nitrogênio
          atmosférico devido à uma descarga elé-
          trica de alta intensidade;
          Decomposição de adubos nitrogenados;                                    Entre 120 e
N2O                                                    312 p.p.b.1     0,3%                                  206
          Decomposição aeróbica lenta da maté-                                     175 anos
          ria, após desmatamento e em represas
          construídas para a geração de energia
          hidroelétrica sem a remoção de cober-
          tura vegetal;
                                                                                 Dependendo
          São gases artificiais utilizados como                                   do tipo de
          Propelentes em aerossóis;                    0,27 p.p.b.      0%        composto,                12.400
CFC’s     Gases de compressão em aparelhos de re-                                  entre 75
          frigeração;                                  (CFC-11)2      (CFC-11)    (CFC-11) e             (CFC-11)
          Gases de expansão em polímeros.                                          380 anos
                                                                                   (CFC-15)

                                                                                          Universidade Aberta do Nordeste   67
Poder relativo
                                                                                 Tempo
                                                                                            de absorção
                                                                       Taxa de médio de
                                                     Concentração                            de radiação
     Gás                  Origem                                      aumento permanência
                                                        atual                              infravermelha
                                                                        anual      na
                                                                                          por molécula em
                                                                               atmosfera
                                                                                           relação ao CO2
       Classe de gases artificais que substituem       0,11 p.p.b.       5%          12 anos            11.000
HCFC’s os CFC’s por provocarem uma menor
       destruição na camada de ozônio.                 (HCFC-22)4    (HCFC-22)      (HCFC-22)          (HCFC-22)


Impactos ambientais gerados pela                                 de calor, longos períodos de seca que levariam à di-
intensificação do efeito estufa                                  minuição da produção agrícola, extinção de espé-
Desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, a        cies, ocorrência de epidemias, proliferação de inse-
busca incessante por energia fez que a espécie humana            tos e a modificação na vegetação.
explorasse intensamente o poder energético do carvão          •• O aumento no teor de CO2 dissolvido nos oceanos,
mineral e do petróleo. A obtenção e o uso dessa energia          o que implicaria em um sensível aumento dos or-
possibilitaram o desenvolvimento econômico e social em           ganismos com exoesqueletos formados por carbo-
todo o mundo, mas criaram sérios problemas ambien-               nato de cálcio.
tais. Um deles é a intensificação do efeito estufa que é          Vale lembrar que a ciência não é feita de consenso
denominada aquecimento global.                                e existe uma corrente de cientistas que nega a existência
     Tanto o carvão quanto o petróleo são combustíveis        do aquecimento global e suas consequências. O Enem,
compostos principalmente de carbono. Ao serem quei-           no entanto, tem cobrado em suas questões apenas a
mados, produzem gás carbônico. Assim:                         hipótese do aquecimento global.
Queima do carvão
     C(s) + O2(g) CO2(g)                                      Combater o aquecimento global (redução
                                                              da emissão de CO2)
Queima da gasolina (uma das frações do petróleo)              Entre todos os gases do efeito estufa, o CO2 é o prin-
   2 C8H18( ) + 25 O2(g) 16 CO2(g) + 36 H2O( )                cipal vilão, pois, apesar de ter um potencial estufa
                                                              menor que outros gases, possui a maior concentra-
    A queima frequente de combustíveis fósseis e              ção atmosférica entre todos os gases estufa antropo-
em quantidades cada vez maiores, as queimadas de              gênicos. Portanto, é preciso realizar algumas ações
florestas e a produção de cimento fizeram que ocor-           para diminuir os níveis de gás carbônico na atmosfe-
resse um aumento significativo do CO 2 na atmosfera           ra, tais como:
terrestre.                                                    •• Substituição dos combustíveis fósseis por combustí-
    Modelos matemáticos e computacionais projetam,                 veis de origem na biomassa (biocombustíveis), como
como melhor estimativa, que a Terra sofrerá um au-                 etanol e biodiesel, ou ainda por hidrogênio.
mento de temperatura de 2 °C até o ano de 2100. Esse          •• Redução do desmatamento e das queimadas.
aquecimento global, se confirmado, poderá trazer como         •• Substituição das termoelétricas por fontes alternati-
consequências:                                                     vas de energia.
•• O derretimento parcial das calotas polares e geleiras      •• Utilização do gás metano originado em lixões e ater-
    de regiões montanhosas, com consequente alaga-                 ros sanitários como fonte de energia, convertendo-o,
    mento de regiões costeiras.                                    após sua queima, em gás carbônico que apresenta
•• O aumento da evaporação da água, devido ao au-                  efeito estufa 21 vezes menos intenso.
    mento da temperatura média dos oceanos, mares,
    rios e lagos, o que levará a uma alteração das cor-       Leia mais!
    rentes de ar e marítimas. As alterações nessas cor-       A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimen-
    rentes implicariam uma mudança profunda no clima          to Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de
    de todo o planeta, o que provocaria a incidência de       junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20
    furacões, tempestades tropicais, inundações, ondas        foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de rea-


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lização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio                                 nitroso (N2O), que compõem o restante 1% do ar que
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para                               respiramos. Os gases traços, por serem constituídos por
definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as                             pelo menos três átomos, conseguem absorver o calor
                                                                                    irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse fenô-
próximas décadas.
                                                                                    meno, que acontece há bilhões de anos, é chamado de
     A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi apro-
                                                                                    efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século
vada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em sua                                XIX), a concentração de gases traços na atmosfera, em
64ª Sessão, em 2009.                                                                particular o CO2, tem aumentado significativamente,
     O objetivo da Conferência foi a renovação do com-                              o que resultou no aumento da temperatura em escala
promisso político com o desenvolvimento sustentável,                                global. Mais recentemente, outro fator tornou-se dire-
por meio da avaliação do progresso e das lacunas na                                 tamente envolvido no aumento da concentração de CO2
implementação das decisões adotadas pelas principais                                na atmosfera: o desmatamento.
                                                                               BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre clima, carbono, flores-
cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas no-                            tas e comunidades. In: A G. Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas
vos e emergentes.                                                               globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa Ambiental da
                                                                                                                                       Amazônia, 2000 (adaptação).
     A Conferência teve dois temas principais:
•• A economia verde no contexto do desenvolvimento                             	 Considerando-se o texto, uma alternativa viável para
     sustentável e da erradicação da pobreza;                                  combater o efeito estufa é
•• A estrutura institucional para o desenvolvimento                            A.	 reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituição
     sustentável.                                                                  da produção primária pela industrialização refrigerada.
                                                                               B.	 promover a queima da biomassa vegetal, responsável
    O documento gerado nesse encontro “O Futuro
                                                                                   pelo aumento do efeito estufa devido à produção de CH4.
que Queremos” traz uma lista de promessas que vi-                              C.	 reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o poten-
sam a uma “economia verde” para o futuro. Além                                     cial da vegetação em absorver o CO2 da atmosfera.
disso, ele cita como principais ameaças ao planeta a                           D.	 aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula
desertificação, esgotamento dos recursos pesqueiros,                               capaz de absorver grande quantidade de calor.
contaminação, desmatamento, extinção de milha-                                 E.	 remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, dimi-
res de espécies e aquecimento global – este definido                               nuindo a capacidade delas de reter calor.
como “um dos principais desafios de nossos tempos”.
                                                                               Solução comentadao
    Outro desafio lembrado é o do aumento da popu-
                                                                               Uma alternativa viável para combater a intensificação do efei-
lação, que deve chegar a 9,5 bilhões de pessoas até                            to estufa é reduzir o desmatamento, permitindo a manuten-
2050. Em uma reunião com as ONGs da Rio+20, Ban                                ção do potencial da vegetação em absorver o CO2 da atmos-
Ki-Moon (secretário geral da ONU) afirmou: “Para                               fera por fotossíntese.
2030, precisamos 50% mais alimentos, 45% mais                                  Resposta: C
energia e 30% mais água apenas para viver como
vivemos hoje.” Um problema apontado pelos críti-                               Para aprender mais!
cos do documento, no entanto, é a falta de detalhes                            12.	 Em novembro de 2009, diversos países enviaram re-
práticos de como os objetivos podem ser alcançados.                                 presentantes para participar da Conferência de Mu-
    A força política da Rio+20 também fio questionada                               danças Climáticas da ONU, com o intuito de obter
devido à ausência de líderes importantes, como o pre-                               um novo acordo sobre redução de gases do efeito
sidente norte-americano, Barack Obama, a chanceler                                  estufa, após o vencimento do Protocolo de Kyoto,
alemã Angela Merkel e o britânico David Cameron.                                    em 2012.
         Bibliografia, CISCATO E PEREIRA Planeta Química. 1. Ed. Ática, 2008
                  FELTRE, R. Química Geral, 7. Ed. São Paulo: Moderna, 2008.
                                                                               	    Leia um trecho do documento convocatório.
                                                                               	 “A queima de combustíveis fósseis praticamente
                                                                               quintuplicou desde 1950 e o quinto mais rico da popula-
Questão comentada                                                              ção mundial consome cerca de 53% do total. As emissões
(Enem) A atmosfera terrestre é composta pelos gases nitro-                     de dióxido de carbono per capita correspondem a 21 tone-
    gênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, e                      ladas por ano nos Estados Unidos, em comparação às três
    por gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), va-                    toneladas na China. O quinto mais pobre da população
    por de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido                     mundial, responsável só por 3% das emissões de dióxido


                                                                                                                            Universidade Aberta do Nordeste    69
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O POVO NO ENEM 2012 Fasc 03

  • 1. Universidade Aberta do Nordeste e Ensino à Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução desse fascículo. Cópia não autorizada é crime. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Física, Química e Biologia Alex Oliveira, Carlos Jr. e Maikell Victor 03 O TUcIaTão G R A ubli ç r p e Esta pode s da. n ão ializa erc e: com o sit oní vel n m.br/ Disp w.fdr.co 12 w w em20 en
  • 2. 50
  • 3. Prezado(a) Leitor(a), mudança no modo como os (Enem) causou uma grande me Nacional do Ensino Médio interpretar uma Ninguém contesta que o Exa se os estudantes conseguem r o vestibular. O Enem avalia objetivo de que alunos e os profes sores passaram a interpreta ômenos do cotidiano, com o estratégias, domina r linguagens, compreender fen de forma mais situação-problema, elaborar es adversas e interpretá-las a universidade, esteja m aptos a enfrentar situaçõ ências na área de Ciências tais estudantes, ao adentrar ar suas habilidades e compet e fascícu lo tem o propósito de exercit clara e concisa. Por isso, est ê possa conquistar sua vaga na universidade. da Natureza e, ass im, contribuir para que voc Bom êxito! Física Circuitos elétricos Em todas as edições do Enem, itens envolvendo apare- composição química é idêntica: a reação entre zinco e lhos eletroeletrônicos e seus funcionamentos, consumos óxido de manganês, componentes das pilhas comuns, energéticos, instalações elétricas estiveram presentes. permite que se alcance apenas essa tensão. Mas, de- Nada mais justo que, nessa primeira edição das Ciências pendendo do tamanho, as pilhas têm diferentes ca- Naturais, enfocarmos um breve estudo dos circuitos elé- pacidades de fornecer energia em forma de corrente tricos. Então, mãos à obra!!! elétrica. Essa capacidade é expressa em ampère-hora Vamos começar o estudo pela fonte de energia dos (Ah). Pilhas maiores têm mais material reagente e, por circuitos - o gerador elétrico ou dispositivo de fem (for- essa razão, conseguem alimentar os aparelhos por mais ça eletromotriz - ). O gerador mantém uma diferença tempo. Para determinar a duração de uma pilha, é pre- de potencial U entre seus terminais, fazendo que surjam ciso conhecer a corrente elétrica solicitada pelo apare- sobre os portadores de cargas elétricas forças elétricas. lho a que está ligada. Dessa forma, há uma realização de trabalho, criando, Fonte: http://galileu.globo.com/edic/108/sem_duvida1.htm assim, uma corrente elétrica i. Representação gráfica: A corrente elétrica A corrente elétrica que comentamos acima é calculada pela seguinte expressão: Os geradores transformam algum tipo de energia sentido da corrente em energia elétrica. Existem vários tipos de geradores. elétrica convencional As pilhas e as baterias, por exemplo, transformam ener- gia química em energia elétrica gerando uma corrente contínua. Já nos alternadores (turbinas) presentes nas usinas hidrelétricas, há uma transformação de energia mecânica em elétrica gerando uma corrente alternada. secção transversal Primeira Discussão Se as pilhas pequenas, médias e grandes forne- cem a mesma voltagem, por que, então, não se usam só pilhas pequenas? Fonte das figuras: http://educacao.uol.com.br As chamadas pilhas palito, pequena, média e gran- de, geram a mesma tensão de 1,5 volts porque sua Universidade Aberta do Nordeste 51
  • 4. Corrente Elétrica Aos dispositivos transformam energia elétrica exclu- sivamente em calor chamamos de resistores. Q i = Representação gráfica ∆t Carga Elétrica Elementar e = 1,6.10-19C Primeira e segunda lei de Ohm Num condutor que obedece à primeira Lei de Ohm, a Quantidade de Carga razão entre DDP (U) e a corrente (i) permanece constante Q = n.e a uma temperatura invariável. A essa constante Ohm chamou de resistência e for- N = número de elétrons em excesso ou falta mulou a seguinte equação: Lembre-se que a unidade de corrente no SI é o Am- U R= père (Coulomb/segundo). i Quando tratamos de corrente elétrica temos a se- Fonte da figura: http://educacao.uol.com.br guinte classificação: - Corrente Contínua (pilhas e baterias). A lei de Ohm é uma lei empírica e não é válida para - Corrente Alternada (redes de transmissão de ener- todos os materiais. Lembre-se, também, da unidade de gia, tomadas). resistência, no SI é o Ohm- (volt/ampere). A segunda lei de Ohm trata das dimensões do con- Segunda discussão dutor e do material de que ele é feito. Veja: Se a maioria dos nossos aparelhos residenciais funciona com corrente contínua, por que a trans- missão de energia se dá por corrente alternada? As usinas, em geral, são afastadas das cida- A função que relaciona essas dimensões é a seguinte: des, de dezenas de quilômetros, de maneira que a L Comprimento (m) corrente elétrica tem de ser transportada por fios, R =p⋅ desde as usinas até as cidades. Quando essa ener- s Área de secção transversal (mm2) gia é transmitida por uma corrente alternada, o Resistividade do material ( .mm2/m) desperdício por efeito Joule (térmico) é minimiza- Resistência do material ( ) do já que a corrente alternada é transmitida em Os fusíveis altas diferenças de potencial. Os fusíveis são dispositivos que protegem os circuitos Além desse motivo econômico, há um motivo téc- elétricos contra danos causados por sobrecargas de cor- nico importante: com corrente alternada, é possível rente, que podem provocar até incêndios, explosões e causarmos com facilidade um aumento ou diminuição eletrocutamentos. de diferença de potencial com dispositivos chamados O fusível é um dispositivo de proteção simples e eco- transformadores por indução eletromagnética. nômico e, por isso, amplamente utilizado. Ele é um pe- Fonte modificada: http://efisica.if.usp.br queno trecho condutor (resistor) feito de um material de baixo ponto de fusão. Os resistores Na segunda discussão, falamos do efeito Joule ou efei- to térmico que corresponde à transformação de energia elétrica em térmica observada num condutor devido à passagem dessa corrente por ele. Tal conversão aconte- Fonte : www.google.com ce em razão de o condutor oferecer certa resistência a passagem dos portadores de cargas elétricas. Assim, os O aquecimento provocado por uma corrente eleva- choques entre os elétrons livres e o cristalino do material da funde o elemento, abrindo o circuito e, consequente- causam esse aquecimento. mente, cortando a corrente. 52
  • 5. A potência e o consumo de energia dos te quando a intensidade da corrente supera certo va- aparelhos lor. Tem sobre o fusível a vantagem de não precisar ser Definimos a potência de um aparelho elétrico como sen- trocado. Uma vez resolvido o problema que provocou do a razão entre a energia elétrica por ele consumida o desligamento, basta religá-lo para que a circulação (energia liberada pelas cargas que o atravessam) e o da corrente se restabeleça. Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica7 tempo. Vejamos: Potência Elétrica A associação de resistores Eel 1 – Em série pot = O esquema abaixo mostra três lâmpadas incandescentes ∆t associadas em série. Fonte da figura: http://educacao.uol.com.br Como a energia elétrica entre dois terminais de um condutor é igual ao trabalho realizado pela força elétri- ca para deslocar essas cargas entre estes dois pontos, temos: τ ∆q ⋅ U Pot = , sendo τ = ∆q ⋅ U → Pot = ∆t ∆t Fonte: www.google.com ∆q A característica principal dessa ligação é que a cor- Como = i , temos: ∆t rente elétrica é a mesma em qualquer ponto do circuito. A ddp (tensão) da associação é distribuída entre os resis- Pot = U.i tores (lâmpadas) proporcionalmente às suas resistências Logo, podemos determinar a potência dissipada em um (daí ser usual a denominação divisor de tensão). resistor tomando-se a equação deduzida para o cálculo da Como todas as lâmpadas são percorridas pela mes- potência de um aparelho elétrico qualquer (P = U.i) e a ex- ma intensidade de corrente, a lâmpada que possuir pressão matemática da Lei de Ohm (U = R.i). Assim, temos: maior resistência brilhará mais, pois estará submetida a Pot = U.i uma maior parcela da DDP da associação. Vejamos: Como U = R.i, façamos: Pot = U.i Pot = i (R.i) Pot = R.i2 Pot = R ⋅ i 2 Constante ou Numa associação em série, a resistência do resistor equi- U  U2 valente é a soma das resistências dos resistores da associação. Pot = U ⋅ i → Pot =   ⋅ U → Pot = R  R Re = R1 + R2 + R3 + ........ + Rn A unidade.de potência no S.I é Watts(W) ou V.A. A energia elétrica consumida é medida em Não esqueça!!! Joules(J)=Watts.segundo no S.I. As companhias elétri- Quando uma lâmpada de uma associação em série cas, entretanto especificam a energia elétrica consumida queima, as demais lâmpadas apagarão, pois o circuito utilizando-se de uma unidade muito maior que o joule. ficará aberto. Não queimarão. Essa unidade de medida é o quilowatt-hora (kWh). 2 – Em paralelo Observe que, na figura abaixo, todas as lâmpadas estão Terceira discussão submetidas a uma mesma ddp. Por que, nas residências modernas, se usam disjuntores e não mais fusíveis? Modernamente, nos circuitos elétricos de residências, edifícios e indústrias, em vez de fusíveis, utilizam-se dispositivos baseados no efeito magnético da corrente denominados disjuntores. Em essência, o disjuntor é uma chave magnética que se desliga automaticamen- Fonte: www.google.com Universidade Aberta do Nordeste 53
  • 6. Ao contrário da associação em série, agora, cada Questão comentada lâmpada (resistor) será percorrida pela própria corrente. Uma estudante que ingressou na faculdade e, pela primeira O valor de cada corrente estará relacionada de forma vez, está morando longe de sua família, recebe sua primeira inversamente proporcional a sua resistência, veja: conta de luz: U = R ⋅i Constante Como todas as lâmpadas estão submetidas a uma mesma DDP, a lâmpada que possuir menor resistência brilhará mais, pois será percorrida por uma maior parcela da corrente total da associação. Vejamos: Se essa estudante comprar um secador de cabelos que con- U2 Constante some 1000W de potência e considerando que ela e suas três Pot = R amigas utilizem esse aparelho por 15 minutos cada uma du- rante 20 dias no mês, qual será o acréscimo em reais na sua Nas associações em paralelo, o inverso da resistência conta mensal? equivalente é igual à soma dos inversos das resistências A. 10,00 B. 12,50 da associação. C. 13,00 D. 13,50 1 1 1 1 E. 14,00 = + + Re R1 R 2 R 3 Solução comentada Cálculo da energia (E) consumida pelo secador de potência O curto-circuito Pot =1 000W = 1kW pelas 4 pessoas durante um tempo de 15 Um “curto” em qualquer parte de um circuito é, na min por dia ∆t = 15min = 1/4h: verdade, uma resistência extremamente baixa. Como Pot = E 1 → E = Pot ∆t → E total = 4 amigas x 20 dias x ⋅ → Etotal = 20kWh conseqüência, flui uma corrente muito alta pelo curto- ∆t 4 -circuito. Suponha que um fio condutor no ponto X no Cálculo do preço de 1kWh: circuito a seguir entre em contato acidentalmente com Total gasto num mês (162,50) o fio no ponto Y. = R$ 0,625 2 (consumo mensal = 260) Cálculo do acréscimo (A) na conta: A = 20.0,625 --- G = R$ 12,50 Resposta: B Para aprender mais! 1. A padronização insuficiente e a ausência de contro- le na fabricação podem também resultar em perdas significativas de energia através das paredes da ge- Fonte figura: www.google.com.br ladeira. Essas perdas, em função da espessura das paredes, para geladeiras e condições de uso típicas, Como o fio é um excelente condutor, o curto-circuito são apresentadas na tabela. oferece um percurso paralelo com uma resistência prati- camente nula (idealizada) do ponto X ao ponto Y. Pra- Espessura das Perda térmica ticamente toda a corrente irá passar por esse caminho. paredes (cm) mensal (KWh) Como a resistência do curto-circuito é praticamente zero, 2 65 a diferença de potencial através de XY será praticamente 4 35 nula (pela lei de Ohm). Dessa forma, o resistor R2 não será 6 25 percorrido por corrente e não participará mais do circuito. Assim, no circuito acima, a resistência do circuito di- 10 15 minuirá fazendo que os resistores R1 e R3 sejam percor- Considerando uma família típica, com consumo ridos por uma corrente maior do que aquela quando na médio mensal de 200kwh, a perda térmica pelas paredes presença de R2. de uma geladeira com 4cm de espessura, relativamente 54
  • 7. a outra de 10cm, corresponde a uma porcentagem do - Acumule uma quantidade de roupa para ser passa- consumo total de eletricidade da ordem de da a ferro elétrico de uma só vez. - Evite o uso de tomadas múltiplas para ligar vários A. 30%. B. 20%. aparelhos simultaneamente. C. 10%. D. 5%. - Utilize, na instalação elétrica, fios de diâmetros re- E. 1%. comendados às suas finalidades. A característica comum a todas essas recomenda- 2. As pilhas e baterias são classificadas pela Associação ções é a proposta de economizar energia através da ten- Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - como lixo pe- tativa de, no dia a dia, reduzir rigoso. Agressivas ao meio ambiente e de difícil reci- clagem, apresentam em suas composições substân- A. a potência dos aparelhos e dispositivos elétricos. cias tóxicas como chumbo, cádmio e mercúrio, que B. o tempo de utilização dos aparelhos e dispositivos. podem contaminar o solo e a água. Você já deve ter C. o consumo de energia elétrica convertida em ener- observado a existência de pilhas e baterias de diver- gia térmica. sos tamanhos que fornecem a mesma voltagem. D. o consumo de energia térmica convertida em ener- gia elétrica. O tamanho da pilha ou da bateria está diretamente E. o consumo de energia elétrica através de correntes relacionado com a intensidade de fuga. A. da força elétrica no processo de indução. B. da força de interação entre cargas elétricas. 5. Observe a tabela seguinte. Ela traz especificações C. da carga elétrica no interior do campo elétrico. técnicas constantes no manual de instruções forne- D. do campo elétrico criado por um corpo eletrizado. cido pelo fabricante de uma torneira elétrica. E. de corrente elétrica que ela deve fornecer a um circuito. 3. Na cozinha de uma casa, ligada à rede elétrica de 110V, há duas tomadas A e B. Deseja-se utilizar, si- multaneamente, um forno de micro-ondas e um fer- ro de passar, com as características indicadas. Para que isso seja possível, é necessário que o disjuntor (D) dessa instalação elétrica, seja de, no mínimo, Disponível em: http://www.cardal.com.br/manualprod/Manuais/Torneira%20Su- prema/Manual_Torneira_Suprema_R00.pdf Considerando que o modelo de maior potência da versão 220 V da torneira suprema foi inadvertidamente conectada a uma rede com tensão nominal de 127 V e que o aparelho está configurado para trabalhar em sua máxima potência, qual o valor aproximado da potência ao ligar a torneira? A. 10 A. B. 15 A. C. 20 A. D. 25 A. E. 30 A. 4. Entre as inúmeras recomendações dadas para a eco- nomia de energia elétrica em uma residência, desta- camos as seguintes: - Substitua lâmpadas incandescentes por fluores- centes compactas. A. 1.830 W. B. 2.800 W. - Evite usar o chuveiro elétrico com a chave na posi- C. 3.200 W. D. 4.030 W. ção “inverno” ou “quente”. E. 5.500 W. Universidade Aberta do Nordeste 55
  • 8. Ampliando conhecimentos para o Enem A. 6. B. 10. 1. Num livro de eletricidade, você encontra três infor- C. 14. D. 18. mações: a primeira afirma que isolantes são corpos E. 25. que não permitem a passagem da corrente elétrica; a segunda afirma que o ar é isolante, e a terceira 3. O chuveiro elétrico afirma que, em média, um raio se constitui de uma descarga elétrica correspondente a uma corrente O chuveiro é composto de dois resistores, que é um fio de 10000 amperes que atravessa o ar e desloca, da espiralado feito de metais que possibilitam um aquecimen- nuvem à Terra, cerca de 20 Coulombs. Pode-se con- to rápido e prático, um de alta potência e outro de baixa cluir que essas três informações são potência de aquecimento, e um diafragma de borracha. Os resistores ficam fixados no interior do chuveiro. Para selecio- A. coerentes, e o intervalo de tempo médio de uma nar o tipo de banho que se deseja tomar, existe, na sua parte descarga elétrica é de 0,002. exterior, uma chave seletora que é capaz de mudar o tipo de B. coerentes, e o intervalo de tempo médio de uma resistência, aumentando ou diminuindo a potência do chu- descarga elétrica é de 2,0 s. veiro e, conseqüentemente, a temperatura do banho. C. conflitantes, e o intervalo de tempo médio de uma descarga elétrica é de 0,002 s. http://www.brasilescola.com D. conflitantes, e o intervalo de tempo médio de uma descarga elétrica é de 2,0 s. Uma pessoa mudou-se do Estado do Ceará, onde E. conflitantes, e não é possível avaliar o intervalo de a tensão da rede elétrica é 220 V, para o estado de São tempo médio de uma descarga elétrica. Paulo, onde a tensão é 110 V. Levou consigo um chu- veiro, cuja potência nominal é de 2200 W. Instalado no estado de São Paulo, para que o chuveiro continue a dis- 2. Em nossas residências, o consumo mensal de ener- sipar a mesma potência por efeito Joule, sua resistência gia elétrica é medido por um aparelho apelidado de elétrica deve ser “relógio de luz”. Esse nome é claramente inadequa- do, pois não é um relógio nem tem qualquer relação A. quadruplicada. com a luz. É comum as pessoas referirem-se à rede B. reduzida à metade do valor original. elétrica como “luz”, porque a primeira utilização C. reduzida a um quarto do valor original. dessa fonte de energia foi para a iluminação. Hoje D. dobrada. as lâmpadas domésticas ainda representam uma E. mantida inalterada. parte considerável do consumo de energia elétrica, mas há outros aparelhos que competem com elas 4. O gráfico mostra como varia a potência elétrica for- em nossas “contas de luz”. Mas o nome ficou, e necida a uma pequena cidade durante o intervalo costumamos dizer que “faltou luz” quando o forne- de tempo que vai de 12 horas (meio-dia) até 20 ho- cimento de energia elétrica é interrompido. ras (8 horas da noite). O relógio de luz, essencialmente, é um pequeno mo- tor, que utiliza a energia elétrica para produzir a rotação de um disco de alumínio. A construção do aparelho é feita de maneira que essa rotação seja proporcional à potência elé- trica consumida em nossas casas, em cada instante. Quanto mais aparelhos ligados ao mesmo tempo ou quanto maior a potência elétrica desses aparelhos, mais rapidamente gira o disco. Se ele girar muito rápido o tempo todo, ao final do mês, receberemos uma conta de luz nada agradável. Sejam: E1 a energia elétrica fornecida entre 12 ho- Numa residência, a única coisa que está ligada é ras e 17 horas, e E2‚ a energia elétrica fornecida entre 17 uma lâmpada, que consome 100 watts de potência. O E1 horas e 20 horas. A razão ‚é disco do relógio de luz dessa casa dá uma volta a cada 7 E2 watts × hora de energia elétrica consumida. O número A. 1,0 B. 1,2 de voltas que o disco está dando a cada hora, por causa C. 1,5 D. 1,8 do consumo da lâmpada vale, aproximadamente, E. 2,0 http://dc189.4shared.com/doc/vXUovYEI/preview.html 56
  • 9. 5. Um eletricista tem uma tarefa para resolver: precisa uma vez que as tomadas antigas não serão mais co- instalar três lâmpadas, cujas especificações são 60W mercializadas. e 110V, em uma residência onde a tensão é 220V. - Os pinos possuem diâmetros diferentes de acordo A figura a seguir representa os três esquemas consi- com a corrente elétrica necessária para o uso de derados por ele. cada aparelho, ou seja, têm diâmetros diferentes aparelhos que operam com 10 amperes ou entre 10 a 20. Isso impede que um aparelho de maior ampe- ragem possa ser conectado a instalações de até 10 amperes sobrecarregue a rede. Esta informação está disponível na embalagem de cada produto. - Adaptadores devem possuir certificação de qualida- de do Inmetro. http://www.tecmundo.com.br/2956-padronizacao-das-tomadas-brasileiras.htm Biologia Analisando os elementos da figura, pode-se concluir Ecologia que, no esquema, Considerações do professor A. 1, todas as lâmpadas queimarão. O tema ecologia é bastante cobrado nas provas do Enem. B. 2, duas lâmpadas queimarão, e a outra terá seu bri- Dentro de suas variações de tópicos, três deles foram mais lho diminuído. incidentes nos últimos Exames Nacionais do Ensino Médio: C. 3, todas as lâmpadas terão seu brilho diminuído. ciclos biogeoquímicos, relações ecológicas e poluição. Este D. 1, só uma das lâmpadas queimará, e as outras não último será considerado neste fascículo à luz da química e os acenderão. dois primeiros trataremos agora. Leia os textos com atenção E. 2, duas lâmpadas exibirão brilho normal. e faça as questões para o treino de seu conhecimento. Leia mais! Ciclos biogeoquímicos As novas Tomadas Introdução Os ciclos biogeoquímicos são processos naturais, utilizan- do-se de eventos químicos, físicos e bioquímicos que ob- jetivam a reciclagem dos vários elementos em diferentes formas químicas do meio ambiente para os organismos e, depois, fazem o processo contrário, ou seja, trazem esses elementos dos organismos para o meio ambiente. Dessa forma, a água, o carbono, o oxigênio, o ni- trogênio, o fósforo, o cálcio, entre outros elementos, percorrem esses ciclos, unindo todos os componentes O que mudou nos plugues e tomadas; vivos e não vivos da Terra. Também é possível compre- - Acabaram os plugues de pinos chatos – os apare- ender que um ciclo biogeoquímico é o movimento ou o lhos serão fabricados e importados apenas com pi- ciclo de um determinado elemento ou elementos quími- nos redondos. cos através da atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera - Os plugues possuem agora dois e três pinos e se- da Terra. Os ciclos estão intimamente relacionados com rão usados de acordo com as características de cada processos geológicos, hidrológicos e biológicos. aparelho. - O terceiro pino funciona como aterramento, para O ciclo da água evitar choques e sobrecargas. Locais que não pos- A água na natureza pode ser encontrada nos três estados suem este tipo de instalação deverão providenciá-la, físicos: sólido, líquido e gasoso. Os oceanos e mares cons- Universidade Aberta do Nordeste 57
  • 10. tituem cerca de 97% de toda água; dos 3% restantes, Convém salientar que o carbono: 2,25% estão em forma de gelo nas geleiras e nos polos, •• pela fotossíntese é retirado da atmosfera; e apenas 0,75% estão nos rios, lagos e lençóis freáticos. •• pela respiração é devolvido na forma de CO2; •• passa para os animais superiores via cadeia alimentar; •• pela morte e decomposição dos vegetais e animais, volta a ser CO2; •• forma combustíveis fósseis pela alta temperatura e pressão que passa a matéria orgânica morta; •• pela combustão de combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel, gás natural) volta à atmosfera. O ciclo do oxigênio O oxigênio participa não somente da composição da água e do gás carbônico, mas também de numerosos compostos orgânicos e inorgânicos. Na atmosfera e na hidrosfera, é encontrado livre, sob a forma de substância pura, simples, de fórmula O2. É um gás libertado pelos O ciclo da água pode ser dividido em curto, quando organismos fotossintetizantes, através do processo de a água não passa pelos seres vivos, envolvendo basica- fotossíntese. É utilizado para a respiração de plantas e mente fenômenos físicos e ciclo longo da água onde, de animais, processo que resulta na produção de gás além das etapas do ciclo curto, a água passa pelos seres carbônico. vivos e envolve-se em fenômenos bioquímicos. A manutenção das taxas de oxigênio e de gás carbô- São fenômenos do ciclo curto: evaporação, conden- nico no ambiente depende desses dois processos opos- sação e precipitação. tos: a fotossíntese e a respiração. São processos do ciclo longo: a ingestão, evapo- O O2 produzido pode participar também da forma- transpiração, respiração, fotossíntese. ção da camada de ozônio (O3) na atmosfera. A presença de ozônio na atmosfera é de extrema importância para O ciclo do carbono a humanidade, pelo papel que exerce de filtro das radia- O carbono é um elemento químico de grande impor- ções ultravioletas, as quais, úteis em determinada inten- tância para os seres vivos, pois participa da composição sidade, são nocivas em intensidades maiores. A nocivi- química de todos os componentes orgânicos e de uma dade das radiações ultravioletas está ligada a doenças grande parcela dos inorgânicos também. como o câncer de pele e as alterações genéticas, Removido da atmosfera pela fotossíntese, o carbono do CO2 incorpora-se aos seres vivos quando os vegetais, O ciclo do nitrogênio utilizando o CO2 do ar, ou os carbonatos e bicarbonatos O nitrogênio é um elemento químico que entra na cons- dissolvidos na água, realizam a fotossíntese. Dessa ma- tituição de duas importantíssimas classes de moléculas neira, o carbono desses compostos é utilizado na síntese orgânicas: proteínas e ácidos nucleicos. de compostos orgânicos, que vão suprir os seres vivos. Embora esteja presente em grande quantidade no ar, na forma de N2, poucos seres vivos o assimilam. Ape- nas alguns tipos de bactérias, principalmente cianobac- térias, conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de moléculas orgânicas nitrogenadas. O ciclo do nitrogênio é regido por 3 processos básicos: 1. Fixação. 2. Nitrificação. 3. Desnitrificação. O nitrogênio utilizável pelos seres vivos é o combina- do com o hidrogênio na forma de amônia (NH3). A trans- formação do N2 em NH3 é chamada fixação. Fenômenos 58
  • 11. físicos, como os relâmpagos e faíscas elétricas, são pro- O ciclo do cálcio e do fósforo cessos fixadores de nitrogênio (fixação não biológica). A O cálcio é um elemento químico muito importante para produção de amônia por esses fenômenos atmosféricos os seres vivos. Nos vegetais, ele participa principalmen- é pequeníssima, sendo praticamente negligenciável em te como ativador de enzimas, além de participar como face das necessidades dos seres vivos. componente estrutural de sais. A fixação biológica do nitrogênio é realizada pelas A maior participação do cálcio nos animais está rela- bactérias e cianobactérias que vivem livres no solo ou cionada com a formação de esqueletos, pois ele é parte associados às raízes de plantas. As bactérias do gênero constituinte dos exoesqueletos de invertebrados e conchas. Rhizobium, cianobactérias do gênero Anabaena e Nos- Além disso, atua em processos metabólicos: sua participa- toc são organismos fixadores de nitrogênio. As bactérias ção é fundamental no processo de coagulação do sangue, do gênero Rhizobium vivem associadas a plantas legu- além de ser muito útil no processo de contração muscular. minosas. Esses micro-organismos, conhecidos generica- A fonte primária de cálcio na natureza são, sem dú- mente por radícolas, vivem em nódulos nas raízes das vida, as rochas calcárias, que, devido à ação de agentes plantas, estabelecendo uma relação de mutualismo. diversos, sofrem intemperismo, o qual provoca erosão, A amônia ainda pode ser produzida por dois tipos levando os sais de cálcio para o solo, de onde são car- de biofixadores de vida livre: bactérias dos gêneros Azo- regados pelas chuvas para os rios e mares. Assim como tobacter (aeróbias) e Clostridium (anaeróbias). ocorre com o fósforo, o cálcio tende a se acumular no A oxidação dos íons amônio produz nitritos como fundo do mar. resíduos nitrogenados, que, por sua vez, são liberados para o ambiente ou oxidados a nitrato. A conversão dos íons amônio em nitrito e nitrato é conhecida por nitri- ficação, que ocorre pela ação de bactérias nitrificantes (Nitrosomonas e Nitrobacter). O processo de nitrificação pode ser dividido em duas etapas: •• Nitrosação: A amônia é transformada em nitrito (NO2–): 2 NH3 + O2 2 HNO2 + 2 H2O + Energia •• Nitratação: Ocorre a transformação do íon nitrito Fonte: http://www.profpc.com.br/ciclo_fosforo.htm em íon nitrato (NO3–): 2 HNO2 + 2 O2 2 HNO3 + Energia Cálcio e fósforo são constituintes de exoesqueletos Os nitratos, quando liberados para o solo, podem de crustáceos e endoesqueleto de vertebrados. Com a ser absorvidos e metabolizados pelas plantas. morte desses organismos, seus esqueletos se depositam no fundo do mar, associam-se a outros tipos de resíduos Por meio de excreção ou da morte, os produtos ni- e originam uma rocha sedimentar, depois de um lon- trogenados dos organismos são devolvidos ao ambiente. go período de tempo. Esses sedimentos de fundo, rico Os excretas nitrogenados eliminados para o ambiente, em carbonato, participando do ciclo tectônico, podem como ureia e ácido úrico, são transformados em amônia migrar para uma zona de pressão e temperatura mais pela ação de bactérias e fungos decompositores. Outros elevadas, fundindo parcialmente os carbonatos. As mu- compostos nitrogenados, como proteínas, por exemplo, danças lentas e graduais da crosta terrestre podem fazer são degradados por ação de bactérias e fungos, trans- que essas rochas sedimentares alcancem a superfície, formando-os em amônia. A decomposição que se apre- completando o ciclo. senta como produto final é denominada amonificação. Além de tudo isso, o cálcio e o fósforo podem ser A devolução de nitrogênio para a atmosfera é co- adquiridos na alimentação dos organismos e passados nhecida por desnitrificação e é comumente realizada pe- de ser vivo a ser vivo pela cadeia alimentar, retornando las bactérias desnitrificantes (Pseudomonas denitificans). ao solo pela morte e decomposição. Aparentemente indesejável, a desnitrificação é necessá- ria porque, se não ocorresse, a concentração de nitratos Questão comentada no solo aumentaria de maneira desastrosa. (ENEM-2010) O texto O voo das Folhas traz uma visão dos índios Ticunas para um fenômeno usualmente obser-vado na natureza: Universidade Aberta do Nordeste 59
  • 12. O VOO DAS FOLHAS E. bactérias que tornam suas raízes fasciculadas, ate- Com o vento nuando o efeito da erosão. as folhas se movimentam. E quando caem no chão ficam paradas em silêncio 7. Os organismos mantêm constante troca de matéria Assim se forma o ngaura. O ngaura cobre o chão da com o ambiente. Os elementos químicos são retirados floresta, enriquece a terra e alimenta as árvores.] do ambiente pelos organismos, utilizados e novamen- As folhas velhas morrem para ajudar o crescimento das te devolvidos ao meio, definindo os chamados ciclos folhas novas.] biogeoquímicos. A figura representa um desses ciclos. Dentro do ngaura vivem aranhas, formigas, escorpiões, centopeias, minhocas, cogumelos e vários tipos de outros seres muito pequenos.] As folhas também caem nos lagos, nos igarapés e igapós. A natureza segunda os Ticunas / Livro das Árvores. Organização Geral dos Professores bilíngues Ticunas, 2000. Na visão dos índios Ticunas, a descrição sobre o ngaura permite classificá-lo como um produto diretamente relacionado ao ciclo A. da água. B. do oxigênio. C. do fósforo. A figura representa o ciclo do(a) D. do carbono. E. do nitrogênio. A. do fósforo, e as setas A e B representam, respectiva- mente, o trifosfato de adenosina (ATP) e o difosfato Solução comentada de adenosina (ADP). O texto da questão destaca o ngaura que, na linguagem in- B. do oxigênio, e as setas A e B representam, respecti- dígena, refere-se a um tipo de solo formado por folhas velhas vamente, a fotossíntese e a respiração. que morrem e formam uma cobertura na floresta. O fenômeno C. da água, e as setas A e B representam, respectiva- de reciclagem da matéria orgânica das folhas mortas é a de- mente, a precipitação e a evapotranspiração. composição e o ciclo diretamente associado a esse fenômeno D. do nitrogênio, e as setas A e B representam, respec- é o ciclo do carbono. Embora o item D tenha sido dado como tivamente, a biofixação e a desnitrificação. o gabarito da questão, entendemos também que, durante esta E. do carbono, e as setas A e B representam, respecti- reciclagem, o nitrogênio enriquece o solo e nutre as plantas. vamente, a fotossíntese e a respiração. Resposta: D 8. Durante o período de desova dos salmões no Hemis- Para aprender mais! fério Norte, são despejados no ecossistema 80 kg de 6. Em agricultura, é amplamente utilizado o plano nitrogênio derivados da captura desses peixes pelos de rotação de culturas, em que diferentes espé- ursos. Esse cálculo foi realizado para uma extensão cies vegetais são sucessivamente cultivadas em de 250 metros de rio. um mesmo terreno. Nesse processo, muitas vezes, Scientific American, no 52, 2006. Brasil. [Adaptado]. são cultivadas as leguminosas, pois estas plantas se associam a De acordo com o texto, a decomposição dos restos A. bactérias e enriquecem o solo de compostos sul- orgânicos do salmão é um importante fator para o ciclo furosos. do nitrogênio num ecossistema do Hemisfério Norte. A B. bactérias e enriquecem o solo de compostos nitro- ausência das bactérias do gênero Nitrosomonas pode genados. provocar, nesse ecossistema, C. fungos e enriquecem o solo de compostos nitro- A. diminuição da disponibilidade de nitrato com conse- genados. quente redução da absorção desse íon pelas plantas. D. nemátodos e enriquecem o solo de compostos fos- B. elevação de nitrito no solo e consequente intoxica- forados. ção dos microorganismos. 60
  • 13. C. aumento do processo de nitrificação com consequen- volvem associações entre indivíduos da mesma espécie e te elevação da absorção de nitrito pelas plantas. indivíduos de espécies diferentes. Vejamos a classificação D. queda de bactérias do gênero Rhizobium, dimi- e os exemplos mais comuns entre os seres vivos. nuindo a fixação simbiótica de nitrogênio. E. redução de íon amônio e consequente diminuição Classificação da síntese de clorofila. As simbioses são classificadas de acordo com 2 fatores: a es- pécie e o benefício e/ou prejuízo que causam aos seres vivos. Ampliando conhecimentos para o Enem Em relação à espécie, classificamos as relações eco- 6. Se forem reflorestadas várias áreas, ao redor e dentro lógicas como: de grandes centros urbanos, podem-se combater os •• Relação intraespecífica ou homotípica – é aquela poluentes liberados pela queima de combustíveis fós- que ocorre entre os indivíduos da mesma espécie. seis. O dióxido de carbono é um dos poluentes mais •• Relação interespecífica ou heterotípica – é aquela que abundantes, e sua remoção envolve a elaboração de ocorre entre os indivíduos de espécies diferentes. um produto por um evento metabólico. Assinale a al- Com respeito ao benefício e/ou prejuízo, classifica- ternativa que apresenta, respectivamente, o produto mos as relações ecológicas em: e o fenômeno metabólico do processo descrito é •• Positivas ou harmônicas – quando não há prejuízo A. carboidrato e fotossíntese. para nenhuma das espécies e ocorre o benefício de B. proteína e fermentação. pelo menos um dos associados. C. carboidrato e fermentação. •• Negativas ou desarmônicas – quando pelo menos D. proteína e fotossíntese. um dos indivíduos é prejudicado na associação. E. oxigênio e respiração aeróbica. Portanto, as espécies interagem de diversas maneiras, que podem ser negativas (–), positivas (+) ou neutras (0) 7. O esquema a seguir representa um dos ciclos bio- para cada espécie, dependendo da natureza da interação. geoquímicos que ocorrem nos ecossistemas. Os ecólogos utilizam esta notação abreviada para caracte- rizar principalmente as interações interespecíficas porque, assim, podemos visualizar melhor a direção em que a in- teração afeta cada uma das espécies. Relações harmônicas intraespecíficas Sociedades Os agrupamentos – chamados sociedades – caracteri- zam-se pela divisão do trabalho e por uma grande solida- riedade entre seus membros, sendo comum entre os inse- Nesse esquema, os espaços I e II devem ser substituí- tos sociais, castores, gorilas e a própria espécie humana. dos correta e respectivamente por Entre os insetos sociais (formigas, cupins e várias es- A. oxigênio e consumidores primários. pécies de abelhas e vespas), a divisão do trabalho entre B. água e consumidores primários. os membros é levada ao extremo. O corpo de cada in- C. dióxido de carbono e produtores. divíduo está modificado e adaptado de acordo com as D. oxigênio e produtores. funções que realiza. E. dióxido de carbono e consumidores primários. Esse fenômeno é chamado polimorfismo morfo- lógico, cada grupo diferente forma uma casta. Vejamos um exemplo: Relações ecológicas Sociedade dos cupins Introdução Entre os cupins ou térmitas, os operários são forma- dos por machos e fêmeas estéreis. Há ainda os soldados, A interação entre organismos ocorre de várias formas. Al- um grupo de machos e fêmeas estéreis, com patas e gumas interações trazem benefícios, e outras, prejuízos. mandíbulas muito fortes, encarregados de defender a As relações ecológicas, também chamadas simbioses, en- sociedade. Universidade Aberta do Nordeste 61
  • 14. Em certas épocas do ano, podemos ver machos e Relações desarmônicas intraespecíficas fêmeas alados, formando nuvens em torno das lâmpa- Canibalismo das. O ato sexual, porém, realiza-se no solo, depois que Algumas vezes um animal mata e devora outro da mesma ambos perdem as asas. O destino do cupim macho é espécie. Esse fenômeno é denominado canibalismo. En- mais feliz que o dos zangões ou machos de formiga: tre alguns insetos, por exemplo, os animais mais fracos ou ele permanece com a rainha dentro da câmara nupcial doentes são devorados pelos sadios. Entre algumas ara- (uma cavidade feita na madeira pelo casal) e a fecunda nhas, a fêmea devora o macho após o ato sexual. periodicamente. A rainha pode botar milhares de ovos por dia, e seu abdome aumenta em aproximadamente Competição intraespecífica centenas de vezes. Todo ser vivo compete com outros por alimento e energia. Entre os vegetais, a competição se dá principalmente por luz, água e sais minerais. Entre os animais, a competição é mais variada: há luta por matéria orgânica (alimento), espaço vital, posse da fêmea, defesa da prole etc. Relações harmônicas interespecíficas Mutualismo Trata-se da associação entre indivíduos de espécies dife- rentes na qual ambos se beneficiam. Esse tipo de asso- ciação é tão íntima, que a sobrevivência dos seres que a formam torna-se impossível, quando são separados. Alguns autores usam o termo simbiose para caracterizar Colônias o que definimos como mutualismo. Como a tendência São associações de indivíduos de mesma espécie, unidos atual é considerar simbiose numa associação entre indi- de tal maneira que formam um conjunto funcional inte- víduos de espécie diferentes, não importando o tipo de grado, muitas vezes, quase indistinguível de um organis- relação entre eles, devemos usar o termo mutualismo mo único, ou seja, há uma união anatômica. para caracterizar a simbiose entre indivíduos de espécies As colônias são chamadas homotípicas (do grego diferentes, em que ambos se beneficiam, a ponto de a homo, igual) quando seus membros não apresentam relação se tornar obrigatória. diferenciação nem repartem trabalho, e heterotípicas (do grego hetero, diferente) quando há diferenciação e Ex. 1: Liquens divisão de tarefas entre os indivíduos. Um exemplo de colônia homeomórfica ocorre em protozoários, algas e corais. Nesses casos, como todos os indivíduos são iguais, todos realizam o mesmo trabalho. Isso não acontece com alguns cnidários, como a ca- ravela. Sua colônia (heteromórfica) é formada por indiví- duos com formas e funções diferentes. 62
  • 15. São constituídos principalmente pela associação Ex. 1: O paguro-eremita e as anêmonas-do-mar mutualística entre algas e fungos. A alga realiza a fo- tossíntese e cede ao fungo parte da matéria orgânica sintetizada. O fungo, além de proteger a alga, cede-lhe umidade e sais minerais que absorve. Esse tipo de rela- ção é benéfico para ambos. Permite a sobrevivência do líquen em lugares onde, isoladamente, a alga e o fungo não teriam chance. Os liquens podem ser encontrados em troncos de árvores, nas rochas nuas, nos desertos e no Ártico. Ex. 2: Cupins ou térmitas e protozoários Os cupins ou térmitas utilizam em sua alimentação produtos ricos em celulose, como a madeira, o papel e certos tecidos. Contudo são incapazes de digerir a ce- lulose, por não fabricarem a enzima celulase. Por isso, O paguro-eremita, também conhecido como ber- abrigam em seu intestino um protozoário flagelado de- nardo-eremita, é um crustáceo marinho que apresenta nominado Tryconinpha, produtor da enzima. A celulo- abdômen mole e desprotegido. Vive normalmente no se, uma vez digerida, serve de alimento para ambos. Os interior de uma concha vazia de molusco, como a do cupins fornecem ao protozoário abrigo e nutrição e, em caramujo, por exemplo. Presas a essa concha, podem troca, recebem os produtos da degradação da celulose. ser encontradas as anêmonas-do-mar ou actínias, celen- Ex. 3: Ruminantes e microrganismos terados popularmente conhecidos por flores-das-pedras. As anêmonas, graças aos seus tentáculos que elaboram substâncias urticantes, afugentam os possíveis predado- res do paguro. Trata-se de um caso de protocooperação, porque tanto o paguro como a anêmona podem viver isoladamente. Como conceituamos, a coexistência de ambos não é obrigatória. Ex. 2: O pássaro anu e certos mamíferos Os animais ruminantes, do mesmo modo que os cupins, não fabricam a enzima celulase. Como os ali- mentos que ingerem são ricos em celulose, também abrigam em seu estômago grande número de pro- tozoários e bactérias capazes de fabricar a enzima celulase. A celulose serve de alimento para os her- bívoros, as bactérias e os protozoários. Os herbívo- ros, por sua vez, fornecem abrigo e nutrição a esses micro-organismos. Os pássaros conhecidos por anus alimentam-se de carrapatos e outros parasitas encontrados no pelo de Protocooperação certos mamíferos, como o gado, o búfalo, o rinoceron- Protocooperação ou simplesmente cooperação é a as- te, etc. Os anus, ao retirarem os parasitas (carrapatos) da sociação entre indivíduos de espécies diferentes em que pele desse mamíferos, estão se alimentando e, ao mesmo ambos se beneficiam, mas cuja coexistência não é obri- tempo, livram os mamíferos desses indesejáveis parasitas. gatória. Trata-se de um mutualismo não obrigatório. Como no exemplo anterior, a coexistência de ambos não Veja exemplos: é obrigatória, daí falarmos em protocooperação. Universidade Aberta do Nordeste 63
  • 16. Ex. 3: Pássaro-palito e crocodilo O exemplo de comensalismo mais citado é o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. A rêmora ou peixe- -piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão. A rêmora, além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os restos de sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, pois o peso da rêmora é insignificante. Os alimentos ingeridos pela rêmora cor- respondem aos desprezados pelo tubarão. Uma associação semelhante ocorre entre o crocodi- lo que vive as margens do rio Nilo e uma pequena ave, o pássaro-palito. Esse crocodilo dorme com a boca aberta, e o pássaro-palito se aproveita disso para catar restos de comida e vermes que parasitam a boca do crocodilo. Ex. 4: Formiga e pulgão Inquilinismo Trata-se da associação entre indivíduos de espécies diferen- tes em que um deles procura abrigo ou suporte no corpo do outro, sem prejudicá-lo. O inquilinismo é uma forma de associação muito parecida com o comensalismo. Desta difere por não haver cessão de alimentos ao inquilino. O peixe-agulha (Fierasfer) possui um corpo fino e alongado. Ele penetra no corpo da holotúria, conhecida Algumas formigas cuidam de pulgões como um popularmente como pepino-do-mar, para se abrigar. Do pastor cuida de seu rebanho. corpo da holotúria, o peixe-agulha só sai para procu- Os pulgões alimentam-se da seiva das árvores e eli- rar alimento, voltando logo em seguida. O peixe agulha minam o excesso da comida pelo ânus, na forma de um apenas encontra abrigo no corpo da holotúria, não a líquido açucarado. As formigas se aproximam e sorvem prejudicando em qualquer sentido. aquela secreção. Esta associação – chamada sinfilia – pode ser consi- Epifitismo derada um tipo de protocooperação realizado entre um É uma associação específica de vegetais onde o fator animal, o pulgão, e uma sociedade inteira, a das formigas. determinante é a “moradia” de um vegetal em outro. Os pulgões também são beneficiados, pois as formigas os Uma observação muito importante, aqui, é não confun- protegem de seus inimigos naturais, como a joaninha. dir estes vegetais com plantas parasitas. As epífitas são plantas que apenas procuram abrigo, proteção e luz ide- Comensalismo al ao crescer sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las. Quando duas espécies se associam com benefício ape- As parasitas, como veremos, prejudicam a hospedeira. nas para uma delas e sem causar prejuízo para a outra dizemos que há comensalismo. Ex.: Orquídeas e bromélias que vivem sobre troncos Nos casos mais clássicos de comensalismo, uma espécie usa os restos alimentares de outra espécie. No entanto, pode-se considerar comensalismo qualquer tipo de benefício recebido. Assim considera-se comen- salismo: foresia (transporte de uma espécie por outra), inquilinismo (o uso de outra espécie como abrigo), epifi- tismo (uso de uma espécie como suporte para a fixação de uma planta) e epizoísmo (uso de um animal como suporte para fixação). 64
  • 17. Epizoísmo cucos, seus ovos são muito parecidos com os da espécie A associação caracterizada pelo desenvolvimento de cer- hospedeira, mas, à medida que se desenvolve, o filhote tos organismos sobre o corpo de outro ser vivo é epi- torna-se diferente. Mesmo assim, continua a receber ali- biose. Quando um organismo se desenvolve sobre um mento da sua “mãe adotiva”. vegetal, a relação é de epifitismo (ocorre com musgos, orquídeas e bromélias). Quando o desenvolvimento se faz sobre um animal, fala-se em epizoísmo. Ocorre epizoísmo entre cracas e baleias. As cracas, pequenos crustáceos de carapaça cônica, vivem fixos so- bre os tegumentos de baleias e grudados às conchas de ostras e caracóis. Forésia O transporte de um indivíduo pertencente a uma espé- cie por outro de espécie diferente é chamado forésia ou Um filhote de cuco, bem maior que a espécie hospedeira recebendo comida. diacomismo. Associação em que os seres componentes são favo- No caso do cuco, a espécie parasitada tem seu su- recidos por um mecanismo vivo de transporte. Exemplo: cesso reprodutivo reduzido, pois investe comida e ener- transporte do pseudo-escorpiões por moscas, formigas e gia para cuidar de outra espécie. besouros. Outro exemplo é o da mosca Neivamia lutzi (Neiva), que transporta ovos de outra mosca, a Derma- Antibiose ou Amensalismo tobia hominis (berne). É a interação desarmônica onde uma espécie produz e Relações desarmônicas interespecíficas libera substâncias que dificultam o crescimento ou a re- produção de outras podendo até mesmo matá-las. Predatismo Um clássico exemplo é o da maré vermelha, onde É a interação desarmônica na qual um indivíduo (preda- algas dinoflageladas produzem substâncias tóxicas que dor) ataca, mata e devora outro (presa) de espécie dife- causam a morte de peixes. rente. A morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua ingestão. Competição interespecífica A predação, embora cause a morte de alguns indi- víduos, muitas vezes, é benéfica para a população de A competição compreende a interação ecológica em presas. Interferir no relacionamento presa-predador às que indivíduos de espécies diferentes disputam alguma vezes pode ser desastroso. coisa, como por exemplo alimento e território. Competir significa concorrer pela obtenção de um mesmo recurso Parasitismo do ambiente. As relações de competição entre indivíduos de Nesta simbiose os indivíduos de espécies diferentes vi- espécies diferentes verificam-se, essencialmente, quan- vem um à custa do outro, causando-lhe prejuízo. O indi- do têm preferências alimentares idênticas. víduo que prejudica é denominado parasita ou bionte. O prejudicado recebe o nome de hospedeiro ou biosado. Esclavagismo Os parasitas podem ou não determinar a morte do hos- pedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por muitos tipos de doenças ou parasitoses, ainda hoje, al- gumas, incuráveis. O parasistismo ocorre tanto no reino animal como no vegetal. Observação Outra forma de parasitismo, chamada de parasitismo social ou de ninhada, ocorre com os cucos (figura a se- guir), pássaros que depositam os ovos no ninho de outra espécie para que esta os crie. Na maioria das espécies de Esclavagismo é uma exótica interação onde um ser usufrui da atividade de outro, de outra espécie. Algumas Universidade Aberta do Nordeste 65
  • 18. espécies de formigas atacam outros formigueiros, roubam Uma parte da celulose serve de alimento às bacté- as larvas e criam-nas como obreiras-escravas. As Polyer- rias e outra parte, tornada assimilável, é utilizada pelo gus rufescens tornaram-se totalmente dependentes des- ruminante. No estômago dos ruminantes, as bactérias tes escravos, a ponto de, sem eles, serem incapazes de se são também capazes de produzir proteínas, a partir de alimentar, devido às suas mandíbulas hiperdesenvolvidas, compostos nitrogenados que os animais absorvem, além em forma de espada, que usam para perfurar a cutícula de terem abrigo. O texto refere-se a um caso de das suas inimigas. Por outro lado, as suas mandíbulas não a) mutualismo. lhes permitem escavar ninhos, nem cuidar de pupas nem b) parasitismo. sequer alimentarem-se. As espécies deste gênero são escla- c) comensalismo. vagistas parasitas. Em testes de laboratório, uma sociedade d) competição interespecífica. de Polyergus morreu mesmo tendo acesso à comida. Uma e) competição intraespecífica. outra característica das Polyergus rufescens é a presença da glândula de Duffour. Esta glândula é usada para emitir feromônios de “propaganda” que usam ao atacar um ni- 10. Qual das seguintes situações exprime uma relação nho. O efeito do feromônio é criar confusão nas formigas de competição entre suas populações de um mesmo defensoras, fazendo as correr de um lado para o outro, ecossistema? desorganizando-se e sendo facilmente derrotadas. A. bois e gafanhotos alimentando-se de capim. B. algas e fungos formados liquens. Questão comentada C. orquídeas crescendo sobre o tronco de certas árvores. Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se D. cipó-chumbo retirando alimento da planta hospedeira. atraírem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de E. onças caçando veados. sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai 11. Existe um vegetal, o cipó-chumbo, de cor amarela- os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gêne- da, desprovido de clorofila, que se desenvolve sobre ro. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, outras plantas. A respeito desse vegetal, podemos muito maior que ele, é atacado e devorado por ela. BERTOLDI O. G. VASCONCELLOS J. R. Ciência e sociedade: A aventura da vida, a dizer que aventura da tecnologia. São Paulo. Scipione 2000 (adaptado) A. é uma planta parasita cujas raízes sugadoras retiram A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris o líquido que circula nos vasos lenhosos. e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de B. é uma planta parasita cujas raízes sugadoras retiram A. comensalismo. B. inquilinismo. o líquido que circula nos vasos liberianos. C. cooperação. D. predatismo. C. é uma planta epífita, como as orquídeas que usa E. mutualismo. outras plantas como base de apoio. D. é uma planta que não respira nem realiza a fotos- Solução comentada síntese porque utiliza para viver todos os processos O texto da questão relaciona à morte com fim de alimentar metabólicos da planta que está parasitando. entre organismos de gêneros diferentes e, portanto, de es- e) é um vegetal que, como os cogumelos, se alimenta pécies diferentes. Tal situação caracteriza o predatismo, uma das matérias orgânicas que encontra na casca das relação ecológica interespecífica desarmônica, em que identi- plantas em que se apoia. ficamos o prejuízo para uma das espécies (presa) e o benefício para a outra (predador). Química Para aprender mais! O aquecimento global 9. Os ruminantes abrigam em seu tubo digestório um grande número de bactérias indispensáveis para a di- gestão da celulose. Nenhum vertebrado fabrica a en- Introdução zima celulase, não tendo, portanto, a capacidade de Um efeito parecido ao das estufas utilizadas para o cul- degradar a celulose. Essas bactérias, que fabricam a tivo de flores e plantas delicadas ocorre naturalmente enzima, possibilitam aos ruminantes a assimilação da em nosso planeta, mas, no lugar de uma cobertura de celulose, que afinal é o maior componente de sua dieta. vidro, a Terra está coberta por gases estufa. Esse efeito 66
  • 19. é chamado de efeito estufa e consiste na retenção de parte da energia térmica recebida do Sol. Os cientistas estimam que, sem a presença desses gases na atmosfera terrestre, a temperatura média de nosso planeta seria de - 18 oC, mas, graças ao efeito estufa natural, vivemos numa temperatura média de + 15 oC, permitindo que a água se apresente na fase líquida, condição fundamen- tal para a existência de vida. A maior parte do efeito estufa é de origem natural e se deve à presença de gás carbônico e de vapor-d’água na atmosfera. Aproximadamente 85% da água atmosféri- ca encontram-se na forma de vapor-d’água e cerca de 12%, na forma líquida. Entretanto, algumas atividades humanas podem causar uma intensificação do efeito estufa e, consequentemente, contribuir para o aqueci- mento do planeta, visto que essas atividades provocam Principais gases do efeito estufa o aumento da concentração de gases que promovem o Na tabela a seguir, são apresentados alguns gases efeito estufa. do efeito estufa e suas características. Poder relativo Tempo de absorção Taxa de médio de Concentração de radiação Gás Origem aumento permanência atual infravermelha anual na por molécula em atmosfera relação ao CO2 Queima de combustíveis fósseis; CO2 Decomposição aeróbica de substâncias 365 p.p.m. 0,4% 100 anos 1 orgânicas. Decomposição anaeróbica de substân- cias orgânicas, principalmente celulose; Flatulência de bovinos; CH4 Depósitos de combustíveis fósseis; 1,72 p.p.m. 0,5% 10 anos 21 Decomposição de lixo orgânico em ater- ros sanitários e lixões; Pântanos e esgotos. Queima de combustíveis fósseis; Reação entre o oxigênio e o nitrogênio atmosférico devido à uma descarga elé- trica de alta intensidade; Decomposição de adubos nitrogenados; Entre 120 e N2O 312 p.p.b.1 0,3% 206 Decomposição aeróbica lenta da maté- 175 anos ria, após desmatamento e em represas construídas para a geração de energia hidroelétrica sem a remoção de cober- tura vegetal; Dependendo São gases artificiais utilizados como do tipo de Propelentes em aerossóis; 0,27 p.p.b. 0% composto, 12.400 CFC’s Gases de compressão em aparelhos de re- entre 75 frigeração; (CFC-11)2 (CFC-11) (CFC-11) e (CFC-11) Gases de expansão em polímeros. 380 anos (CFC-15) Universidade Aberta do Nordeste 67
  • 20. Poder relativo Tempo de absorção Taxa de médio de Concentração de radiação Gás Origem aumento permanência atual infravermelha anual na por molécula em atmosfera relação ao CO2 Classe de gases artificais que substituem 0,11 p.p.b. 5% 12 anos 11.000 HCFC’s os CFC’s por provocarem uma menor destruição na camada de ozônio. (HCFC-22)4 (HCFC-22) (HCFC-22) (HCFC-22) Impactos ambientais gerados pela de calor, longos períodos de seca que levariam à di- intensificação do efeito estufa minuição da produção agrícola, extinção de espé- Desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, a cies, ocorrência de epidemias, proliferação de inse- busca incessante por energia fez que a espécie humana tos e a modificação na vegetação. explorasse intensamente o poder energético do carvão •• O aumento no teor de CO2 dissolvido nos oceanos, mineral e do petróleo. A obtenção e o uso dessa energia o que implicaria em um sensível aumento dos or- possibilitaram o desenvolvimento econômico e social em ganismos com exoesqueletos formados por carbo- todo o mundo, mas criaram sérios problemas ambien- nato de cálcio. tais. Um deles é a intensificação do efeito estufa que é Vale lembrar que a ciência não é feita de consenso denominada aquecimento global. e existe uma corrente de cientistas que nega a existência Tanto o carvão quanto o petróleo são combustíveis do aquecimento global e suas consequências. O Enem, compostos principalmente de carbono. Ao serem quei- no entanto, tem cobrado em suas questões apenas a mados, produzem gás carbônico. Assim: hipótese do aquecimento global. Queima do carvão C(s) + O2(g) CO2(g) Combater o aquecimento global (redução da emissão de CO2) Queima da gasolina (uma das frações do petróleo) Entre todos os gases do efeito estufa, o CO2 é o prin- 2 C8H18( ) + 25 O2(g) 16 CO2(g) + 36 H2O( ) cipal vilão, pois, apesar de ter um potencial estufa menor que outros gases, possui a maior concentra- A queima frequente de combustíveis fósseis e ção atmosférica entre todos os gases estufa antropo- em quantidades cada vez maiores, as queimadas de gênicos. Portanto, é preciso realizar algumas ações florestas e a produção de cimento fizeram que ocor- para diminuir os níveis de gás carbônico na atmosfe- resse um aumento significativo do CO 2 na atmosfera ra, tais como: terrestre. •• Substituição dos combustíveis fósseis por combustí- Modelos matemáticos e computacionais projetam, veis de origem na biomassa (biocombustíveis), como como melhor estimativa, que a Terra sofrerá um au- etanol e biodiesel, ou ainda por hidrogênio. mento de temperatura de 2 °C até o ano de 2100. Esse •• Redução do desmatamento e das queimadas. aquecimento global, se confirmado, poderá trazer como •• Substituição das termoelétricas por fontes alternati- consequências: vas de energia. •• O derretimento parcial das calotas polares e geleiras •• Utilização do gás metano originado em lixões e ater- de regiões montanhosas, com consequente alaga- ros sanitários como fonte de energia, convertendo-o, mento de regiões costeiras. após sua queima, em gás carbônico que apresenta •• O aumento da evaporação da água, devido ao au- efeito estufa 21 vezes menos intenso. mento da temperatura média dos oceanos, mares, rios e lagos, o que levará a uma alteração das cor- Leia mais! rentes de ar e marítimas. As alterações nessas cor- A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimen- rentes implicariam uma mudança profunda no clima to Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de de todo o planeta, o que provocaria a incidência de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 furacões, tempestades tropicais, inundações, ondas foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de rea- 68
  • 21. lização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio nitroso (N2O), que compõem o restante 1% do ar que Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para respiramos. Os gases traços, por serem constituídos por definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as pelo menos três átomos, conseguem absorver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse fenô- próximas décadas. meno, que acontece há bilhões de anos, é chamado de A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi apro- efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século vada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em sua XIX), a concentração de gases traços na atmosfera, em 64ª Sessão, em 2009. particular o CO2, tem aumentado significativamente, O objetivo da Conferência foi a renovação do com- o que resultou no aumento da temperatura em escala promisso político com o desenvolvimento sustentável, global. Mais recentemente, outro fator tornou-se dire- por meio da avaliação do progresso e das lacunas na tamente envolvido no aumento da concentração de CO2 implementação das decisões adotadas pelas principais na atmosfera: o desmatamento. BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre clima, carbono, flores- cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas no- tas e comunidades. In: A G. Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas vos e emergentes. globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000 (adaptação). A Conferência teve dois temas principais: •• A economia verde no contexto do desenvolvimento Considerando-se o texto, uma alternativa viável para sustentável e da erradicação da pobreza; combater o efeito estufa é •• A estrutura institucional para o desenvolvimento A. reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituição sustentável. da produção primária pela industrialização refrigerada. B. promover a queima da biomassa vegetal, responsável O documento gerado nesse encontro “O Futuro pelo aumento do efeito estufa devido à produção de CH4. que Queremos” traz uma lista de promessas que vi- C. reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o poten- sam a uma “economia verde” para o futuro. Além cial da vegetação em absorver o CO2 da atmosfera. disso, ele cita como principais ameaças ao planeta a D. aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula desertificação, esgotamento dos recursos pesqueiros, capaz de absorver grande quantidade de calor. contaminação, desmatamento, extinção de milha- E. remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, dimi- res de espécies e aquecimento global – este definido nuindo a capacidade delas de reter calor. como “um dos principais desafios de nossos tempos”. Solução comentadao Outro desafio lembrado é o do aumento da popu- Uma alternativa viável para combater a intensificação do efei- lação, que deve chegar a 9,5 bilhões de pessoas até to estufa é reduzir o desmatamento, permitindo a manuten- 2050. Em uma reunião com as ONGs da Rio+20, Ban ção do potencial da vegetação em absorver o CO2 da atmos- Ki-Moon (secretário geral da ONU) afirmou: “Para fera por fotossíntese. 2030, precisamos 50% mais alimentos, 45% mais Resposta: C energia e 30% mais água apenas para viver como vivemos hoje.” Um problema apontado pelos críti- Para aprender mais! cos do documento, no entanto, é a falta de detalhes 12. Em novembro de 2009, diversos países enviaram re- práticos de como os objetivos podem ser alcançados. presentantes para participar da Conferência de Mu- A força política da Rio+20 também fio questionada danças Climáticas da ONU, com o intuito de obter devido à ausência de líderes importantes, como o pre- um novo acordo sobre redução de gases do efeito sidente norte-americano, Barack Obama, a chanceler estufa, após o vencimento do Protocolo de Kyoto, alemã Angela Merkel e o britânico David Cameron. em 2012. Bibliografia, CISCATO E PEREIRA Planeta Química. 1. Ed. Ática, 2008 FELTRE, R. Química Geral, 7. Ed. São Paulo: Moderna, 2008. Leia um trecho do documento convocatório. “A queima de combustíveis fósseis praticamente quintuplicou desde 1950 e o quinto mais rico da popula- Questão comentada ção mundial consome cerca de 53% do total. As emissões (Enem) A atmosfera terrestre é composta pelos gases nitro- de dióxido de carbono per capita correspondem a 21 tone- gênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, e ladas por ano nos Estados Unidos, em comparação às três por gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), va- toneladas na China. O quinto mais pobre da população por de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido mundial, responsável só por 3% das emissões de dióxido Universidade Aberta do Nordeste 69