Aproximadamente 50% das pequenas empresas fecham em até 2 anos devido a erros dos empreendedores em planejamento, gestão e preparo. Abrir um negócio requer vocação, liderança, criatividade, tolerância a riscos e capacidade administrativa para organizar, planejar e controlar o negócio, reduzindo incertezas. Capacitação empresarial e uso mínimo de capital de terceiros aumentam as chances de sucesso.
1. OS CUIDADOS PARA ABRIR UM NOVO NEGÓCIO
Possuir um negócio próprio tem sido o grande sonho de uma parcela significativa da
população brasileira.
Diversos motivos justificam este interesse pela atividade empresarial. Os mais
freqüentes são: desejo de liberdade, vontade de ganhar mais dinheiro, necessidade de
realização profissional, falta de oportunidade de trabalho e preenchimento de tempo
livre.
Apesar do interesse pela atividade empresarial, as estatísticas mostram um quadro
pouco otimista: aproximadamente 50% das pequenas empresas fecham suas portas
em até dois anos após sua fundação.
Diversas pesquisas têm sido realizadas para explicar as causas desse percentual tão
elevado de insucesso. Todas elas apresentam as mesmas conclusões, mostrando que
os principais motivos do problema estão centrados no empreendedor.
O índice de mortalidade de empresas também é elevado nos Estados Unidos, embora
menor do que no Brasil. Na Europa ocidental, este índice já é bem mais reduzido
porque os governos não permitem que se abra uma pequena empresa sem antes
fazer um curso de iniciação empresarial.
Diante do problema do desemprego no Brasil, tornar-se empresário tem sido a opção
buscada para muitas pessoas desempregadas ou por aquelas que se sentem
inseguras em seus postos de trabalho.
Também é freqüente o caso de pessoas que aderem a programas de demissão
voluntária para investir o dinheiro recebido num negócio próprio. Algum tempo depois,
muitas dessas pessoas vêem seu dinheiro se evaporar num negócio fracassado e
voltam a procurar emprego.
É sabido que a atividade empresarial se caracteriza pela incerteza. No mercado
financeiro sem risco, a taxa histórica de retorno real a longo prazo é de 6% ao ano.
Uma empresa bem sucedida em qualquer lugar do mundo remunera o capital nela
investido em 15% ao ano. Estes nove pontos percentuais a mais esperados para a
atividade empresarial é um bom prêmio e é justificado pelo grande risco empresarial.
Para conquistar esse prêmio, o empresário precisa, entretanto, atender a alguns
requisitos: vocação para a atividade empresarial, liderança, criatividade, tolerância ao
risco e capacidade administrativa representada pela habilidade para organizar,
planejar, controlar e dirigir o negócio.
O objetivo da atividade de planejamento de um negócio é reduzir a incerteza e não
eliminá-la. Com um adequado planejamento, o empresário pode evitar decisões com
erros previsíveis. Sem planejamento, muitos negócios já nascerão fadados ao
fracasso, independente de qualquer imprevisto.
O improviso e o empirismo não têm mais lugar nos dias de hoje. Por menor que seja o
negócio, as funções gerenciais básicas de planejamento, organização e controle
precisarão ser exercidas. É uma situação bem diferente daquela enfrentada pelos
empreendedores pioneiros, quando a simples iniciativa de abrir um negócio já lhes
garantia clientes e lucros.
Av. Visconde de Albuquerque, 603 - Madalena - Recife - PE CEP: 50610-090
Fone: (81) 3227-1699 | www.berconsultoria.com.br
2. Fazendo uma analogia com o futebol, podemos dizer que numa pequena empresa, o
dono precisa saber jogar nas onze posições. É um quadro bem diferente da grande
empresa, onde seus titulares não precisam entender de tudo já que podem contratar
profissionais e delegar poderes para que executem as tarefas necessárias ao bom
desempenho da empresa.
Na pequena empresa, mesmo a usual divisão do trabalho entre dois sócios não
ajudará muito caso eles não tenham um conhecimento completo das principais
funções da empresa (operação, produção, vendas, compras, finanças e pessoal).
Sendo o Brasil um país com uma grande população e ainda não desenvolvido, oferece
um amplo leque de oportunidades para todo o tipo de negócios. Este potencial
econômico só é encontrado atualmente em poucos países e, por este motivo, tem
provocado um crescente interesse dos capitais internacionais em investir em nosso
país. Isto significa maior concorrência e, portanto, maior necessidade de preparo por
parte do empresário brasileiro.
Do ponto de vista sócio-econômico, as pequenas empresas têm uma grande
importância, tendo em vista que geram aproximadamente 70% de todos os empregos
no país. Este fato já seria um motivo suficiente para que tivessem, como ocorre nos
países desenvolvidos, um maior apoio por parte do governo.
O apoio tributário hoje existente ainda é insuficiente na medida em que grande parcela
do setor de serviços, grande absorvedor de mão-de-obra, está fora do Super Simples.
O crédito, na maioria dos casos, ainda tem um custo muito alto. Uma forma de apoio
eficaz seria a criação de um extenso programa de capacitação gerencia, começando
ainda nos bancos escolares.
No cômputo geral, as perspectivas para quem abre um negócio no Brasil são bastante
promissoras, principalmente para quem segue dois mandamentos básicos:
- Utilizar o mínimo de capital de terceiros, pelo menos enquanto as taxas de juros reais
dos financiamentos estiverem elevadas. Tudo indica que o atual quadro de juros altos
da maioria das operações de crédito se manterá.
- Fazer um investimento prévio de tempo e dinheiro em sua capacitação empresarial.
O prêmio reservado aos seguidores desses preceitos pode ser bastante compensador.
Lembre-se: Se você não estiver preparado, procure ajuda antes de Investir o seu
dinheiro.
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