1. GESTÃO PARA PEQUENAS EMPRESAS
Quase uma em cada três micro e pequena empresa brasileira não chega ao
terceiro de ano de vida. A informação é de estudo sobre o assunto realizado
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae),
que mostrou que a taxa de mortalidade das micro e pequenas é de 27% nos
dois primeiros anos. Não por acaso, esse período é considerado o mais crítico.
Entre os problemas que levam ao fechamento do empreendimento está a
inexistência de um modelo de gestão adequado.
Quem diz isso é o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
Evaldo Alves. “É comum o empreendedor ter o conhecimento de como se faz
determinado produto ou serviço, mas não sobre qual é a melhor maneira de
gerir o negócio”, explica Alves.
Para começar, de acordo com ele é necessário ter consciência de que a
administração da empresa deve ter o mesmo peso que se dá a fazer bem a
comercialização dos produtos ou serviços. E nisso se inclui desde a gestão de
processos à de pessoas. “Se o empreendedor percebe que não possui
conhecimentos de administração, tem de contratar profissionais competentes
nessa área”, aconselha Alves.
O planejamento deve ser entendido como um requisito indispensável de
qualquer empreendimento de sucesso, garante o professor. “Saiba exatamente
para onde você quer que a sua empresa vá e desenvolva estratégias com base
nisso”, afirma.
O que acontece com a empresa que não investe em gestão? O primeiro sinal
de que algo não vai bem é a perda de clientes. Depois, ela diminui seu lucro e
perde participação de mercado. Se não reagir a tempo, o passo seguinte pode
ser o fechamento do negócio.
Em relação aos concorrentes, uma dica é observar os modelos de gestão
implantados por ele. “Mas sem cair na tentação fácil de copiar simplesmente.
Cada empresa é única e precisa encontrar o formato de gestão que mais se
encaixa em seu perfil de produtos, de serviços e de condução do negócio”,
opina o professor.
Segundo ele, os empreendimentos de sucesso costumam conhecer
profundamente o mercado em que atuam. “É importante ser crítico consigo
mesmo e admitir quando faltam competências de administrador”, enfatiza
Alves.
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2. Guia de Sobrevivência
Desenvolvida em conjunto pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), o Fórum Permanente das Micro e Pequenas
Empresas, o Ministério da Justiça e o Instituto Recupera Brasil, a cartilha Guia
de Sobrevivência para MPE s tem como objetivo ajudar empreendedores a
gerir bem os seus negócios.
Entre os itens destacados no guia estão dicas para garantir a saúde financeira
da empresa: jamais misture os valores da empresa com seus valores pessoais;
negocie margens de desconto com seus clientes e fornecedores; mantenha um
fluxo de caixa, mesmo que simples; administre bem valores recebidos pela
empresa, investindo em melhorias sempre que possível e pague as dívidas em
dia, evitando os juros.
A cartilha ainda apresenta, como exemplo, o modelo de gestão americano
PDCA (planejamento, desenvolvimento, controle e atuação). Funciona assim:
primeiro o empreendedor define as metas e o método. Depois, ele treina a
equipe, executa e coleta os dados. A terceira etapa é checar se os resultados
batem com a meta. Por último, têm lugar as ações corretivas, preventivas e de
melhoria.
No entanto, o professor da FGV adverte que o modelo não deve ser entendido
como uma Bíblia. Segundo ele, não existe um padrão ideal e nem uma fórmula
de como fazer uma empresa dar certo. “Qualquer coisa que pareça com uma
receita de bolo, completamente padronizada, tem minha desconfiança. Acredito
mais em cada empresa se adaptar ao mercado e aos seus clientes”, diz.
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