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Escrita das Américas: a
literatura como fonte
Ensino de História e Linguagens: da graduação à
educação básica, práticas de leitura documental
Coordenadora: Adriane Vidal Costa
Bárbara Munaier
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José Antônio
Reflexões sobre o conceito de América Latina
• Concepções sobre a origem do conceito;
• O “pertencimento” do Brasil na América Latina;
• Por uma identidade latino-americana;
Infância
• A infância de Gabriel García Márquez foi marcada
pelas histórias de seu avô, veterano da Guerra dos
Mil Dias assim como o Coronel Aureliano Buendía;
• Além disso, pouco antes de seu nascimento
aconteceu o grande Massacre de Aracataca (1928),
mesma cidade em que nasceu.
Da maturidade à publicação
• No início dos anos 1960, García Márquez vivia no
México e estava preocupado com a pouca difusão de
seus livros no continente.
• Entretanto, como romancista, era pouco conhecido.
Passou muitas dificuldades financeiras e trabalhou
em várias revistas e jornais até, enfim conseguir
maior prestígio nos círculos literários.
• Ao longo de sua trajetória política e intelectual, foi
muito influenciado pelo socialismo. Em seu trabalho
como jornalista, visitou vários países do leste
europeu e escreveu muitas críticas sobre a
transposição das idéias soviéticas para esses países
sem considerar suas especificidades históricas.
• Em 1956 começou a manter-se informado com o que
acontecia em Cuba. Sua simpatia pelo MR 26 de
julho foi imediata;
• Publicou, ao longo desses anos, muitas matérias
elogiosas ao movimento e a ambição de derrubar a
ditadura de Fulgêncio Batista;
• Logo depois da Revolução (1959), García Márquez foi
á Cuba e voltou esperançoso com todas suas
promessas referentes a área de educação e saúde;
“A Revolução Cubana é um acontecimento histórico
fundamental na América Latina e no mundo inteiro, e nossa
solidariedade com ela não pode ser afetada por um tropeço na
política cultural, ainda que esse tropeço seja tão grande e tão
grave como a suspeita autocrítica de Heberto Padilla”
A consagração: Cem anos de Solidão (1967)
• Para escrever esse livro, García Márquez se isolou do
mundo por dezoito meses, trabalhando oito horas
por dia, deixando a casa sob responsabilidade de sua
esposa;
• A consagração do livro começou antes mesmo de
seu lançamento. Fragmentos foram publicados em
várias revistas e periódicos e criou-se uma grande
expectativa sobre quando o livro seria lançado.
“Acabo de ler as primeiras setenta e cinco
quartilhas de Cien años de soledad. São
absolutamente magistrais... Toda a história
“fictícia” coexiste com a história “real”, o
sonho com a realidade, e graças às lendas,
às invenções, ao exagero, aos mitos...
Macondo converte-se em um território
universal, em uma história quase bíblica das
fundações e gerações [...]”
Carlos Fuentes
“Além de escrever um livro admirável, García Márquez [...]
conseguiu restaurar uma filiação narrativa interrompida há
séculos, ressuscitando a noção ampla, generosa e magnífica do
realismo literário que remonta ao gênero romancista da Idade
Média. Graças a Cien años de soledad se consolida mais
firmemente o prestígio alcançado pelo romance latino-americano
nos últimos anos [...]”
Mário Vargas Llosa
• A consagração da obra máxima de García Márquez se
deu, em grande medida, pelo apoio que o autor
recebeu de uma rede de intelectuais preocupados
em divulgar a literatura latino-americana;
• A Primeira Edição do Livro, em uma Editora
Argentina, esgotou em 15 dias;
• Podemos destacar, que grande parte da
intelectualidade latino-americana estava no exílio.
Isso se deu por vários motivos. Se afastar
possibilitava outra perspectiva sobre a realidade
nacional.
A Guerra dos Mil Dias (1899 – 1902)
• A Guerra dos Mil Dias se passa, oficialmente, entre
os anos de 1899 a 1902. Foi uma guerra travada
entre os partidos Liberal e Conservador que nesse
momento lutavam por espaço político dentro de
uma Colômbia já sulcada por intermináveis guerras
civis.
• Um dos principais motivos pelo qual se deu o
embate foi a luta dos liberais pela instituição do
estado laico. Em outubro de 1902 foi assinado o
tratado de Neerlandia, que punha fim a guerra.
• Juntamente com outros liberais, Nicolás Márquez
Mejías perdeu a guerra e esperou durante quase
cinqüenta anos, até o fim de sua vida, pela chegada
da pensão de veterano prometida ainda nas terras
de Neerlandia.
“Os liberais, dizia, eram maçons, gente de má
índole, partidária de enforcar padres [...] Fazer
guerra por coisas que não podiam ser tocadas com
as mãos”
Página 137
Niños soldados
en la “Guerra de
los Mil Días”
L’Illustration 1902
“O Coronel Aureliano havia lutado trinta e duas
rebeliões armadas e perdeu todas. Teve dezessete
filhos, com dezessete esposas diferentes, que foram
exterminados um atrás do outro [...]”
Página 144
Imagens da Guerra
“Tal realidade não acomete apenas as personagens e
suas famílias, mas também toda uma geração de
colombianos da região do Caribe, que viveram o
mesmo drama da espera pela pensão, lutaram na
mesma guerra, que morreram vitimas do mesmo
descaso. Dentre eles o próprio avô do autor, fonte,
em sua infância, de todas as memórias e
representações relativas à Guerra dos Mil Dias”
“Desde seu primeiro dia de mandato, Arcádio revelou
sua vocação para decretos. Leu até quatro por dia,
para ordenar e dispor de tudo o que passava por sua
cabeça [...] Os que reclamaram, mandou botar pão e
água com os tornozelos num cepo que instalou numa
sala da escola [...]”
Página 145 – Linha 5
“A trajetória de lutas e, principalmente, derrotas
presentes no percurso do líder militar de Macondo,
espelha uma grande parcela do processo histórico
latino americano em sua constante luta por
autonomia política e territorial, iniciado no período
da descolonização e seguido em épocas nas quais os
regimes ditatoriais foram a tônica da configuração
dos governos no continente”
Cem anos de solidão e o massacre de
Aracataca
• Em 1905, havia-se instalado em Aracataca um
empreendimento da United Fruit Company,
companhia norte-americana que explorava banana
para exportação.
• A chegada da empresa trouxe para a região
tecnologias até então desconhecidas - o trem era
uma delas.
• A mão de obra era contratada pela intermediação de
empreiteiras, visando minimizar a empresa estrangeira
de encargos sociais - Os trabalhadores eram submetidos
a péssimas condições de trabalho e a uma rotina de
intensa exploração.
• A industrialização iniciada naqueles primeiros vinte
anos, deu à luz a uma burguesia urbana, e também a um
setor operário que começou a reivindicar benefícios
sociais. Estes incipientes movimentos reivindicativos
deram lugar às primeiras organizações sindicais e
políticas na Colômbia.
• Tais organizações também foram impactadas pela
criação da União Soviética, que constituiu-se em
uma primeira experiência de construção do
socialismo.
• Em 1926, é fundado na Colômbia o Partido Socialista
Revolucionário (PSR), como alternativa aos
tradicionais partidos Liberal e Conservador.
• Por volta de 1927, mais de 25 000 pessoas
trabalhavam nas plantações da United, com jornada
de trabalho de no mínimo 12 horas. Os
trabalhadores não recebiam salários em dinheiro:
recebiam bônus, que somente podiam ser utilizados
nas lojas da empresa, em troca de mercadorias
importadas dos EUA nos navios que transportavam
as bananas. Além de não ter assistência médica, os
trabalhadores dormiam amontoados em barracos
insalubres.
• Os trabalhadores da companhia bananeira, organizam-se
em sindicatos e realizam um movimento grevista, por
nove reivindicações:
Estabelecimento do seguro coletivo, indenização em caso
de acidente de trabalho, descanso dominical
remunerado, aumento do salário em cinquenta por
cento, suspensão dos comissariados dentro da região,
troca do pagamento quinzenal pelo semanal, suspensão
dos contratos individuais e vigência dos coletivos, um
hospital para cada quatrocentos trabalhadores, um
médico para cada duzentos e higienização dos
acampamentos dos trabalhadores.
• O governo conservador de Miguel Abadia Méndez
declarou “estado de alteração da ordem pública” e
“toque de recolher”.
• Acompanhado de 300 soldados, o general Carlos
Cortés Vargas leu para a multidão 4 decretos
ordenando que se dispersasse sob ameaça de abrir
fogo. A multidão não se dispersou e os militares
atacaram.
“O capitão deu a ordem de fogo, e catorze ninhos de
metralhadoras responderam no ato.” (p.340)
“Muitos anos depois, o menino ainda haveria de
contar, embora os vizinhos continuassem achando
que não passava de um velho gagá, que José Arcádio
Segundo levantou-o por cima da sua cabeça e
deixou-se arrastar, quase no ar, como que flutuando
no terror da multidão até a rua vizinha. A posição
privilegiada do menino permitiu que ele visse que
naquele momento a massa desvairada começava a
chegar na esquina e a fileira de metralhadoras abriu
fogo.” (p.341)
“- No chão! Joguem-se no chão!
As duas primeiras linhas já tinham se jogado,
varridas pelas rajadas da metralhadora. Os
sobreviventes, em vez de se jogarem no chão
trataram de voltar para a praça, e o pânico então deu
rabanada de dragão e os mandou numa onda
compacta contra a outra onda compacta que se
movia em sentido contrário, jogada pela outra
rabanada de dragão da rua oposta, onde as
metralhadoras também disparavam sem trégua.”
(p.341)
“Estavam encurralados, girando num torvelinho
gigantesco que pouco a pouco se reduzia ao seu
epicentro porque as bordas iam sendo
sistematicamente recortadas em círculo, como quem
pela uma cebola, pelas tesouras insaciáveis e
metódicas da metralha. O menino viu uma mulher
ajoelhada, com os braços abertos em cruz, num
espaço limpo, misteriosamente vedado à correria
descontrolada da multidão.” (p.341)
“José Arcádio Segundo depositou-o ali no mesmo
instante em que desmoronava com o rosto banhado
em sangue, antes que o tropel colossal arrasasse
com o espaço vazio, com a mulher ajoelhada, com a
luz do alto céu da seca, e com o puto mundo onde
Úrsula Iguarán havia vendido tantos animaizinhos de
caramelo.”
“Quando despertou, José Arcádio Segundo estava
deitado de costas nas trevas. ”
(p. 341)
• É o olhar do menino desde a clareira protegida das
balas que nos informa do desvanecimento de José
Arcádio Segundo, que desmaia e só acorda num
vagão do trem que carrega milhares de mortos.
• José Arcádio Segundo caminha mais de três horas
embaixo de um aguaceiro torrencial e então avista
uma casa na qual é recebido pela proprietária que
fica assustada ao vê-lo, pensando que ele era uma
assombração.
“- Boas – disse exausto. Sou José Arcádio Segundo
Buendía. Pronunciou o nome inteiro, letra por letra,
para se convencer de que estava vivo. E fez bem,
porque a mulher havia pensado que ele era uma
assombração, ao ver na porta aquela figura
esquálida, sombria, com a cabeça e as roupas sujas
de sangue, e tocada pela solenidade da morte.”
(p.342)
“Ela o conhecia. Levou uma manta para que se
abrigasse enquanto sua roupa secava no fogão,
esquentou água para lavar sua ferida, que era só um
arranhão na pele, e deu-lhe uma fralda limpa para
que vendasse a cabeça. Depois serviu-lhe uma
caneca de café sem açúcar, conforme alguém tinha
dito a ela que os Buendía tomavam, e estendeu sua
roupa perto do fogo.” (p. 342-343)
“José Arcádio Segundo não falou enquanto não terminou
de tomar café.
- Deviam ser uns três mil – murmurou.
- O quê?
- Os mortos – esclareceu. Acho que todos que estavam na
estação.
A mulher mediu-o com um olhar de lástima. ‘Aqui não
houve mortes’, disse. ‘Desde os tempos do seu tio, o
coronel, não acontece anda em Macondo.’ Em três
outras cozinhas por onde José Arcádio Segundo passou
antes de chegar em casa disseram a mesma coisa: ‘Não
houve mortes’.”
(p. 343)
• Segundo o professor Márcio Seligmann Silva, a
historiografia conseguiu, pela coleta de testemunhos
de sobreviventes, reconstituir muitos dos detalhes
do episódio, mas as informações fragmentadas não
permitiram observar o conjunto. Por esse motivo as
vítimas sobreviventes pouco puderam ajudar na
determinação do número de mortos. Essa é uma
informação que apenas os que recolheram os
cadáveres poderiam dar e, mesmo eles, sofriam a
ameaça de repressão caso revelassem o que tinham
visto.
• Aqueles que não foram mortos instantaneamente
foram arrematados com baionetas ou enterrados
vivos em valas comuns. Nos trens da United,
centenas de corpos foram enviados e levados até o
mar, onde foram jogados como bananas de má
qualidade. Tal como diz García Márquez em "Cem
Anos de Solidão".
• O general Carlos Cortés Vargas reconheceu nove
mortos. O governo treze e 19 feridos. Em 16 de
janeiro de 1929, o diplomata dos EUA, Jefferson
Caffery, informou ao Departamento de Estado:
"Tenho a honra de informar que o representante da
United Fruit Company em Bogotá, ontem me disse
que o número de grevistas mortos pelas forças
militares colombianas passa de mil".
• A comissão de inquérito do Congresso, liderada por
Jorge Eliécer Gaitán, descobriu cemitérios
clandestinos, estimando que o número de vitimas
ultrapassa 1.500.
As grandes chuvas
• A chuva de 4 anos, 11 meses e 2 dias é um choro
comprido que está interditado aos sobreviventes
pelo ocultamento e a censura. A partir dessa ação da
companhia bananeira, Macondo caminha para o
deterioro. A natureza recupera o que lhe foi tirado. O
tempo passa, mas nem tanto, diz Úrsula.
• A United Fruit sofreu um processo parlamentar
iniciado pelo liberal Jorge Eliecer Gaitán. Em 1929,
reduziram-se as cotas de exportação como
consequência da crise nas bolsas. Em 1932 houve
inundações, resultado das grandes chuvas. Mas, em
Aracataca, as enchentes foram ainda maiores, graças
ao desastrado desvio dos rios Aracataca, San Joaquín
e Ají, que a United Fruit tinha realizado. Tudo isso
levou à retirada da Companhia da região.
Peste da insônia e o esquecimento
“Certa noite, na época em que Rebeca curou-se do
vício de comer terra e foi levada para dormir no
quarto das outras crianças, a índia que dormia com
eles despertou por acaso e ouviu um estranho ruído
intermitente no canto. Levantou-se alarmada,
achando que algum animal tinha entrado no quarto,
e então viu Rebeca na cadeirinha de balanço,
chupando o dedo e com os olhos alumbrados como
os de um gato na escuridão. (...)” (p.85)
“(...) Pasmada de terror, angustiada pela fatalidade
do seu destino, Visitación reconheceu naqueles
olhos o sintoma da doença cuja ameaça a havia
obrigado, com o irmão, a desterrar-se para sempre
de um reino milenar onde eram príncipes. Era a
peste da insônia.” (p.85)
“Foi Aureliano quem concebeu a fórmula que
haveria de defendê-los durante vários meses da
evasão da memória. Descobriu-a por acaso. Insone
experiente, por ter sido um dos primeiros, havia
aprendido à perfeição da arte da ourivesaria. Um dia
estava buscando a pequena bigorna que utilizava
para laminar os metais, e não lembrou o nome dela.
Seu pai disse a ele: ‘bigorna’. Aureliano escreveu o
nome num papel que grudou com goma arábica na
base da bigorninha: bigorna. Assim, teve certeza de
não esquecê-lo no futuro.” (p. 88)
“Pouco a pouco, estudando as infinitas
possibilidades do esquecimento, percebeu que podia
chegar o dia em que as coisas seriam reconhecidas
por suas inscrições, mas ninguém lembraria da sua
utilidade. Então foi mais explícito. O letreiro que
pendurou no cachaço da vaca era uma mostra
exemplar da forma pela qual os habitantes de
Macondo estavam dispostos a lutar contra o
esquecimento: Esta é a vaca, e deve ser ordenhada
todas as manhãs para que produza leite, e o leite
deve ser fervido para ser misturado com o café e
fazer café com leite.” (p. 89)
“E assim continuaram vivendo numa realidade
escorregadia, momentaneamente capturada pelas
palavras, mas que fugiria sem remédio quando fosse
esquecido o valor da letra escrita.
Na entrada do caminho do pantanal tinha sido
colocado um anúncio que dizia Macondo, e outro
maior na rua central que dizia Deus existe.” (p. 89)
• O “esquecimento” do massacre.
• O massacre das bananeiras não resultou em
qualquer responsabilidade penal ou política para o
general Carlos Cortés Vargas. Ele foi promovido a
diretor da Polícia Nacional. Ostentava esse cargo
até quando foi destituído - não pelo massacre das
bananeiras, mas pelo assassinato de um jovem, em
8 de junho de 1929, durante um protesto de rua
em Bogotá. Era um estudante da elite bogotana e
filho de um amigo do presidente Abadía Méndez. A
oligarquia e o alto clero ficaram indignados.
• A construção da memória – individual, familiar,
coletiva, social, etc;
• O sobrevivente é uma espécie de morto/vivo; José
Arcádio Segundo sequer foi visto pelas forças da
repressão e passa a se dedicar a decifrar os
pergaminhos.
• Nos pergaminhos está o sentido de todos os fatos da
família Buendía, de Macondo, da Colômbia, da
América Latina...
Impacto da obra
• “Era como se Cien años de soledad fosse a novela
definitiva do continente. O êxito de vendas desse
livro se deve, em grande medida, à existência dessa
rede de escritores que queriam tornar a literatura
latino-americana (re)conhecida dentro e fora do
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Aula 2 - Gabriel García Márquez

  • 1. Escrita das Américas: a literatura como fonte Ensino de História e Linguagens: da graduação à educação básica, práticas de leitura documental Coordenadora: Adriane Vidal Costa Bárbara Munaier Isadora Vivacqua José Antônio
  • 2. Reflexões sobre o conceito de América Latina • Concepções sobre a origem do conceito; • O “pertencimento” do Brasil na América Latina; • Por uma identidade latino-americana;
  • 3.
  • 4. Infância • A infância de Gabriel García Márquez foi marcada pelas histórias de seu avô, veterano da Guerra dos Mil Dias assim como o Coronel Aureliano Buendía; • Além disso, pouco antes de seu nascimento aconteceu o grande Massacre de Aracataca (1928), mesma cidade em que nasceu.
  • 5. Da maturidade à publicação • No início dos anos 1960, García Márquez vivia no México e estava preocupado com a pouca difusão de seus livros no continente. • Entretanto, como romancista, era pouco conhecido. Passou muitas dificuldades financeiras e trabalhou em várias revistas e jornais até, enfim conseguir maior prestígio nos círculos literários.
  • 6. • Ao longo de sua trajetória política e intelectual, foi muito influenciado pelo socialismo. Em seu trabalho como jornalista, visitou vários países do leste europeu e escreveu muitas críticas sobre a transposição das idéias soviéticas para esses países sem considerar suas especificidades históricas.
  • 7. • Em 1956 começou a manter-se informado com o que acontecia em Cuba. Sua simpatia pelo MR 26 de julho foi imediata; • Publicou, ao longo desses anos, muitas matérias elogiosas ao movimento e a ambição de derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista; • Logo depois da Revolução (1959), García Márquez foi á Cuba e voltou esperançoso com todas suas promessas referentes a área de educação e saúde;
  • 8. “A Revolução Cubana é um acontecimento histórico fundamental na América Latina e no mundo inteiro, e nossa solidariedade com ela não pode ser afetada por um tropeço na política cultural, ainda que esse tropeço seja tão grande e tão grave como a suspeita autocrítica de Heberto Padilla”
  • 9. A consagração: Cem anos de Solidão (1967) • Para escrever esse livro, García Márquez se isolou do mundo por dezoito meses, trabalhando oito horas por dia, deixando a casa sob responsabilidade de sua esposa; • A consagração do livro começou antes mesmo de seu lançamento. Fragmentos foram publicados em várias revistas e periódicos e criou-se uma grande expectativa sobre quando o livro seria lançado.
  • 10. “Acabo de ler as primeiras setenta e cinco quartilhas de Cien años de soledad. São absolutamente magistrais... Toda a história “fictícia” coexiste com a história “real”, o sonho com a realidade, e graças às lendas, às invenções, ao exagero, aos mitos... Macondo converte-se em um território universal, em uma história quase bíblica das fundações e gerações [...]” Carlos Fuentes
  • 11. “Além de escrever um livro admirável, García Márquez [...] conseguiu restaurar uma filiação narrativa interrompida há séculos, ressuscitando a noção ampla, generosa e magnífica do realismo literário que remonta ao gênero romancista da Idade Média. Graças a Cien años de soledad se consolida mais firmemente o prestígio alcançado pelo romance latino-americano nos últimos anos [...]” Mário Vargas Llosa
  • 12. • A consagração da obra máxima de García Márquez se deu, em grande medida, pelo apoio que o autor recebeu de uma rede de intelectuais preocupados em divulgar a literatura latino-americana; • A Primeira Edição do Livro, em uma Editora Argentina, esgotou em 15 dias; • Podemos destacar, que grande parte da intelectualidade latino-americana estava no exílio. Isso se deu por vários motivos. Se afastar possibilitava outra perspectiva sobre a realidade nacional.
  • 13. A Guerra dos Mil Dias (1899 – 1902) • A Guerra dos Mil Dias se passa, oficialmente, entre os anos de 1899 a 1902. Foi uma guerra travada entre os partidos Liberal e Conservador que nesse momento lutavam por espaço político dentro de uma Colômbia já sulcada por intermináveis guerras civis. • Um dos principais motivos pelo qual se deu o embate foi a luta dos liberais pela instituição do estado laico. Em outubro de 1902 foi assinado o tratado de Neerlandia, que punha fim a guerra.
  • 14. • Juntamente com outros liberais, Nicolás Márquez Mejías perdeu a guerra e esperou durante quase cinqüenta anos, até o fim de sua vida, pela chegada da pensão de veterano prometida ainda nas terras de Neerlandia. “Os liberais, dizia, eram maçons, gente de má índole, partidária de enforcar padres [...] Fazer guerra por coisas que não podiam ser tocadas com as mãos” Página 137
  • 15. Niños soldados en la “Guerra de los Mil Días” L’Illustration 1902
  • 16.
  • 17. “O Coronel Aureliano havia lutado trinta e duas rebeliões armadas e perdeu todas. Teve dezessete filhos, com dezessete esposas diferentes, que foram exterminados um atrás do outro [...]” Página 144
  • 19. “Tal realidade não acomete apenas as personagens e suas famílias, mas também toda uma geração de colombianos da região do Caribe, que viveram o mesmo drama da espera pela pensão, lutaram na mesma guerra, que morreram vitimas do mesmo descaso. Dentre eles o próprio avô do autor, fonte, em sua infância, de todas as memórias e representações relativas à Guerra dos Mil Dias”
  • 20. “Desde seu primeiro dia de mandato, Arcádio revelou sua vocação para decretos. Leu até quatro por dia, para ordenar e dispor de tudo o que passava por sua cabeça [...] Os que reclamaram, mandou botar pão e água com os tornozelos num cepo que instalou numa sala da escola [...]” Página 145 – Linha 5
  • 21. “A trajetória de lutas e, principalmente, derrotas presentes no percurso do líder militar de Macondo, espelha uma grande parcela do processo histórico latino americano em sua constante luta por autonomia política e territorial, iniciado no período da descolonização e seguido em épocas nas quais os regimes ditatoriais foram a tônica da configuração dos governos no continente”
  • 22. Cem anos de solidão e o massacre de Aracataca • Em 1905, havia-se instalado em Aracataca um empreendimento da United Fruit Company, companhia norte-americana que explorava banana para exportação. • A chegada da empresa trouxe para a região tecnologias até então desconhecidas - o trem era uma delas.
  • 23. • A mão de obra era contratada pela intermediação de empreiteiras, visando minimizar a empresa estrangeira de encargos sociais - Os trabalhadores eram submetidos a péssimas condições de trabalho e a uma rotina de intensa exploração. • A industrialização iniciada naqueles primeiros vinte anos, deu à luz a uma burguesia urbana, e também a um setor operário que começou a reivindicar benefícios sociais. Estes incipientes movimentos reivindicativos deram lugar às primeiras organizações sindicais e políticas na Colômbia.
  • 24. • Tais organizações também foram impactadas pela criação da União Soviética, que constituiu-se em uma primeira experiência de construção do socialismo. • Em 1926, é fundado na Colômbia o Partido Socialista Revolucionário (PSR), como alternativa aos tradicionais partidos Liberal e Conservador.
  • 25. • Por volta de 1927, mais de 25 000 pessoas trabalhavam nas plantações da United, com jornada de trabalho de no mínimo 12 horas. Os trabalhadores não recebiam salários em dinheiro: recebiam bônus, que somente podiam ser utilizados nas lojas da empresa, em troca de mercadorias importadas dos EUA nos navios que transportavam as bananas. Além de não ter assistência médica, os trabalhadores dormiam amontoados em barracos insalubres.
  • 26. • Os trabalhadores da companhia bananeira, organizam-se em sindicatos e realizam um movimento grevista, por nove reivindicações: Estabelecimento do seguro coletivo, indenização em caso de acidente de trabalho, descanso dominical remunerado, aumento do salário em cinquenta por cento, suspensão dos comissariados dentro da região, troca do pagamento quinzenal pelo semanal, suspensão dos contratos individuais e vigência dos coletivos, um hospital para cada quatrocentos trabalhadores, um médico para cada duzentos e higienização dos acampamentos dos trabalhadores.
  • 27. • O governo conservador de Miguel Abadia Méndez declarou “estado de alteração da ordem pública” e “toque de recolher”. • Acompanhado de 300 soldados, o general Carlos Cortés Vargas leu para a multidão 4 decretos ordenando que se dispersasse sob ameaça de abrir fogo. A multidão não se dispersou e os militares atacaram. “O capitão deu a ordem de fogo, e catorze ninhos de metralhadoras responderam no ato.” (p.340)
  • 28. “Muitos anos depois, o menino ainda haveria de contar, embora os vizinhos continuassem achando que não passava de um velho gagá, que José Arcádio Segundo levantou-o por cima da sua cabeça e deixou-se arrastar, quase no ar, como que flutuando no terror da multidão até a rua vizinha. A posição privilegiada do menino permitiu que ele visse que naquele momento a massa desvairada começava a chegar na esquina e a fileira de metralhadoras abriu fogo.” (p.341)
  • 29. “- No chão! Joguem-se no chão! As duas primeiras linhas já tinham se jogado, varridas pelas rajadas da metralhadora. Os sobreviventes, em vez de se jogarem no chão trataram de voltar para a praça, e o pânico então deu rabanada de dragão e os mandou numa onda compacta contra a outra onda compacta que se movia em sentido contrário, jogada pela outra rabanada de dragão da rua oposta, onde as metralhadoras também disparavam sem trégua.” (p.341)
  • 30. “Estavam encurralados, girando num torvelinho gigantesco que pouco a pouco se reduzia ao seu epicentro porque as bordas iam sendo sistematicamente recortadas em círculo, como quem pela uma cebola, pelas tesouras insaciáveis e metódicas da metralha. O menino viu uma mulher ajoelhada, com os braços abertos em cruz, num espaço limpo, misteriosamente vedado à correria descontrolada da multidão.” (p.341)
  • 31.
  • 32. “José Arcádio Segundo depositou-o ali no mesmo instante em que desmoronava com o rosto banhado em sangue, antes que o tropel colossal arrasasse com o espaço vazio, com a mulher ajoelhada, com a luz do alto céu da seca, e com o puto mundo onde Úrsula Iguarán havia vendido tantos animaizinhos de caramelo.” “Quando despertou, José Arcádio Segundo estava deitado de costas nas trevas. ” (p. 341)
  • 33. • É o olhar do menino desde a clareira protegida das balas que nos informa do desvanecimento de José Arcádio Segundo, que desmaia e só acorda num vagão do trem que carrega milhares de mortos. • José Arcádio Segundo caminha mais de três horas embaixo de um aguaceiro torrencial e então avista uma casa na qual é recebido pela proprietária que fica assustada ao vê-lo, pensando que ele era uma assombração.
  • 34. “- Boas – disse exausto. Sou José Arcádio Segundo Buendía. Pronunciou o nome inteiro, letra por letra, para se convencer de que estava vivo. E fez bem, porque a mulher havia pensado que ele era uma assombração, ao ver na porta aquela figura esquálida, sombria, com a cabeça e as roupas sujas de sangue, e tocada pela solenidade da morte.” (p.342)
  • 35. “Ela o conhecia. Levou uma manta para que se abrigasse enquanto sua roupa secava no fogão, esquentou água para lavar sua ferida, que era só um arranhão na pele, e deu-lhe uma fralda limpa para que vendasse a cabeça. Depois serviu-lhe uma caneca de café sem açúcar, conforme alguém tinha dito a ela que os Buendía tomavam, e estendeu sua roupa perto do fogo.” (p. 342-343)
  • 36. “José Arcádio Segundo não falou enquanto não terminou de tomar café. - Deviam ser uns três mil – murmurou. - O quê? - Os mortos – esclareceu. Acho que todos que estavam na estação. A mulher mediu-o com um olhar de lástima. ‘Aqui não houve mortes’, disse. ‘Desde os tempos do seu tio, o coronel, não acontece anda em Macondo.’ Em três outras cozinhas por onde José Arcádio Segundo passou antes de chegar em casa disseram a mesma coisa: ‘Não houve mortes’.” (p. 343)
  • 37. • Segundo o professor Márcio Seligmann Silva, a historiografia conseguiu, pela coleta de testemunhos de sobreviventes, reconstituir muitos dos detalhes do episódio, mas as informações fragmentadas não permitiram observar o conjunto. Por esse motivo as vítimas sobreviventes pouco puderam ajudar na determinação do número de mortos. Essa é uma informação que apenas os que recolheram os cadáveres poderiam dar e, mesmo eles, sofriam a ameaça de repressão caso revelassem o que tinham visto.
  • 38.
  • 39. • Aqueles que não foram mortos instantaneamente foram arrematados com baionetas ou enterrados vivos em valas comuns. Nos trens da United, centenas de corpos foram enviados e levados até o mar, onde foram jogados como bananas de má qualidade. Tal como diz García Márquez em "Cem Anos de Solidão".
  • 40. • O general Carlos Cortés Vargas reconheceu nove mortos. O governo treze e 19 feridos. Em 16 de janeiro de 1929, o diplomata dos EUA, Jefferson Caffery, informou ao Departamento de Estado: "Tenho a honra de informar que o representante da United Fruit Company em Bogotá, ontem me disse que o número de grevistas mortos pelas forças militares colombianas passa de mil". • A comissão de inquérito do Congresso, liderada por Jorge Eliécer Gaitán, descobriu cemitérios clandestinos, estimando que o número de vitimas ultrapassa 1.500.
  • 41. As grandes chuvas • A chuva de 4 anos, 11 meses e 2 dias é um choro comprido que está interditado aos sobreviventes pelo ocultamento e a censura. A partir dessa ação da companhia bananeira, Macondo caminha para o deterioro. A natureza recupera o que lhe foi tirado. O tempo passa, mas nem tanto, diz Úrsula.
  • 42. • A United Fruit sofreu um processo parlamentar iniciado pelo liberal Jorge Eliecer Gaitán. Em 1929, reduziram-se as cotas de exportação como consequência da crise nas bolsas. Em 1932 houve inundações, resultado das grandes chuvas. Mas, em Aracataca, as enchentes foram ainda maiores, graças ao desastrado desvio dos rios Aracataca, San Joaquín e Ají, que a United Fruit tinha realizado. Tudo isso levou à retirada da Companhia da região.
  • 43. Peste da insônia e o esquecimento “Certa noite, na época em que Rebeca curou-se do vício de comer terra e foi levada para dormir no quarto das outras crianças, a índia que dormia com eles despertou por acaso e ouviu um estranho ruído intermitente no canto. Levantou-se alarmada, achando que algum animal tinha entrado no quarto, e então viu Rebeca na cadeirinha de balanço, chupando o dedo e com os olhos alumbrados como os de um gato na escuridão. (...)” (p.85)
  • 44. “(...) Pasmada de terror, angustiada pela fatalidade do seu destino, Visitación reconheceu naqueles olhos o sintoma da doença cuja ameaça a havia obrigado, com o irmão, a desterrar-se para sempre de um reino milenar onde eram príncipes. Era a peste da insônia.” (p.85)
  • 45. “Foi Aureliano quem concebeu a fórmula que haveria de defendê-los durante vários meses da evasão da memória. Descobriu-a por acaso. Insone experiente, por ter sido um dos primeiros, havia aprendido à perfeição da arte da ourivesaria. Um dia estava buscando a pequena bigorna que utilizava para laminar os metais, e não lembrou o nome dela. Seu pai disse a ele: ‘bigorna’. Aureliano escreveu o nome num papel que grudou com goma arábica na base da bigorninha: bigorna. Assim, teve certeza de não esquecê-lo no futuro.” (p. 88)
  • 46. “Pouco a pouco, estudando as infinitas possibilidades do esquecimento, percebeu que podia chegar o dia em que as coisas seriam reconhecidas por suas inscrições, mas ninguém lembraria da sua utilidade. Então foi mais explícito. O letreiro que pendurou no cachaço da vaca era uma mostra exemplar da forma pela qual os habitantes de Macondo estavam dispostos a lutar contra o esquecimento: Esta é a vaca, e deve ser ordenhada todas as manhãs para que produza leite, e o leite deve ser fervido para ser misturado com o café e fazer café com leite.” (p. 89)
  • 47. “E assim continuaram vivendo numa realidade escorregadia, momentaneamente capturada pelas palavras, mas que fugiria sem remédio quando fosse esquecido o valor da letra escrita. Na entrada do caminho do pantanal tinha sido colocado um anúncio que dizia Macondo, e outro maior na rua central que dizia Deus existe.” (p. 89)
  • 48. • O “esquecimento” do massacre. • O massacre das bananeiras não resultou em qualquer responsabilidade penal ou política para o general Carlos Cortés Vargas. Ele foi promovido a diretor da Polícia Nacional. Ostentava esse cargo até quando foi destituído - não pelo massacre das bananeiras, mas pelo assassinato de um jovem, em 8 de junho de 1929, durante um protesto de rua em Bogotá. Era um estudante da elite bogotana e filho de um amigo do presidente Abadía Méndez. A oligarquia e o alto clero ficaram indignados.
  • 49. • A construção da memória – individual, familiar, coletiva, social, etc; • O sobrevivente é uma espécie de morto/vivo; José Arcádio Segundo sequer foi visto pelas forças da repressão e passa a se dedicar a decifrar os pergaminhos. • Nos pergaminhos está o sentido de todos os fatos da família Buendía, de Macondo, da Colômbia, da América Latina...
  • 50. Impacto da obra • “Era como se Cien años de soledad fosse a novela definitiva do continente. O êxito de vendas desse livro se deve, em grande medida, à existência dessa rede de escritores que queriam tornar a literatura latino-americana (re)conhecida dentro e fora do subcontinente” (Adriane Vidal)