Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
7 mulheres que mudaram a educação
1. 7 mulheres que mudaram a Educação
As mulheres deram, sim, e continuam dando muitas e grandes contribuições para pensar e transformar a
Educação.
Nairim Bernardo
07 de Março | 2018
Quem já foi estudante e quem trabalha diariamente em uma escola vê que a grande maioria do
corpo docente é composto por mulheres. Entretanto, quando falamos de pensadores da Educação,
aquelas pessoas que têm um nome de peso nos estudos da área, a realidade se inverte um pouco e
tendemos a citar nomes de homens, como Paulo Freire, Jean Piaget, Lev Vygotsky, entre outros.
No entanto, as mulheres deram, sim, e continuam dando muitas e grandes contribuições para
pensar e transformar a Educação. Abaixo, conheça sete educadoras que são exemplos para
professoras e estudantes de muitas áreas de todo o mundo:
Anne Sullivan
Anne Sullivan e Helen Keller
Devido a um problema de saúde, a educadora americana Anne Sullivan (1866-1936) perdeu a
visão quando criança. Aos 20 anos, depois de se formar na escola, foi contratada como professora
particular e em tempo integral de Helen Keller, garota cega e surda que nunca tinha recebido
nenhum tipo de Educação formal da família. Através do tato, ela ensinou a menina a reconhecer
objetos e associá-los a palavras. Com a ajuda de Anne, Helen conseguiu aprender inglês, francês,
alemão, ficou proficiente em braile e em linguagem de sinais na palma da mão. Além disso, Helen
se formou em Filosofia, se tornou ativista política e publicou 12 livros. Se você quiser saber mais
sobre a história dessas duas mulheres, vale muito a pena assistir ao filme O Milagre de Anne
Sullivan.
2. Dorina Nowill
A educadora Dorina Nowill (1919-2009) perdeu a visão aos 17 anos. Ela foi a primeira aluna cega
a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo,
onde se formou como professora. Posteriormente, se especializou em Educação de cegos na
Universidade de Columbia, em Nova York. Em 1946, criou a Fundação para o Livro do Cego no
Brasil e, em 1948, fundou a primeira imprensa Braille em grande escala do país, que imprimia
livros didáticos e outros documentos. Dorina também dirigiu a Campanha Nacional de Educação
de Cegos, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que criou os primeiros serviços de
Educação de cegos no país e também lutou pelas aberturas de vagas para pessoas com deficiência
visual no mundo do trabalho.
Emília Ferreiro
A pedagoga e psicolinguista argentina Emilia Ferreiro (1937) revolucionou a maneira de se pensar
a alfabetização e foi quem mais influenciou a Educação brasileira nos últimos 40 anos. Fez
doutorado na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, e focou seus
estudos em investigações sobre a escrita. Em 1979, em parceria com a pedagoga espanhola Ana
Teberosky, lançou o livro Psicogênese da Língua Escrita. Sua obra influenciou tanto os
educadores brasileiros que até mesmo os Parâmetros Curriculares Nacionais são inspirados por
ela.
3. Maria Montessori
Maria Montessori (1870-1952) foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália.
Entretanto, não pode seguir a carreira como desejava, pois, na época, não era permitido às
mulheres examinar homens. Por isso, começou a trabalhar com crianças com deficiência na clínica
da Faculdade de Medicina da Universidade de Roma e, com base nos estudos e trabalhos com
elas, criou o método Montessori, que dava mais ênfase à autoeducação (desenvolvimento da
criança por seus próprios esforços, no seu ritmo e seguindo seus interesses) do que ao papel do
professor como fonte de conhecimento. Para ela, o objetivo da escola é a formação integral do
jovem, uma "Educação para a vida" e isso é feito através da individualidade, da atividade e da
liberdade (em equilíbrio com a disciplina) do aluno.
Débora Seabra
Débora Seabra (1981) foi primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Formada em
magistério na EE Professor Luís Antônio, em Natal, ela trabalha como professora assistente em
turmas de Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, desde 2004. Quando ela nasceu, na
década de 1980, pouco se sabia no Brasil sobre a trissomia do cromossomo 21, ou Síndrome de
Down, mas seus pais sempre fizeram questão de que ela estudasse em instituições de ensino
regular. Hoje, ela também dá palestras em vários países e já lançou um livro de fábulas infantis.
4. Marie Curie
A cientista polonesa Marie Curie (1867-1934) se formou em Matemática e Física, na
Universidade de Sorbonne, na França. Com seu marido, Pierre Curie, descobriu os elementos
químicos Polônio (nome dado em homenagem ao seu país) e Rádio, iniciando as primeiras
pesquisas sobre radioatividade (termo criado por ela mesma). As pesquisas de Marie Curie foram
tão relevantes que, em 1903, ela recebeu o Prêmio Nobel de Física e, 8 anos depois, o de Química.
Ela foi a primeira mulher a ganhar o Nobel e a primeira pessoa a recebê-lo duas vezes. Além dos
estudos sobre Física e Química, Marie Curie era professora e começou a lecionar aos 18 anos.
Entre as instituições em que deu aula, estava uma universidade considerada ilegal por desafiar as
políticas de repressão impostas pelo Império Russo e frequentada principalmente por mulheres
impedidas de estudar. Segundo suas alunas, Marie dava a elas oportunidades que, na época, eram
restritas apenas aos alunos, como visitas a laboratórios de pesquisa e contato com equipamentos
de experimentos.
Hannah Arendt
A família da alemã Hannah Arendt (1906-1975) era judia e, devido ao regime nazista, teve que
deixar o país. Primeiro, eles foram para a França e, de lá, seguiram para os Estados Unidos, onde
Arendt permaneceu como apátrida até se naturalizar americana, já em 1951. Conhecida como
filósofa, ela preferia o título de teórica política. Publicou uma das obras mais famosas do século
XX, o livro As Origens do Totalitarismo, em que analisa as formas totalitárias de poder e a
banalização do terror. Arendt também refletiu sobre Educação e, nos textos A Crise na
Educação e no Reflexões sobre Little Rock, discute o papel da área na vida dos alunos.