O documento apresenta uma atividade de correção sobre silogismos aristotélicos. Resume os principais pontos analisados: 1) O silogismo 3 é válido segundo as regras lógicas. 2) Os silogismos 1 e 2 são inválidos por cometerem falácias - o primeiro por ter o termo maior com maior extensão na conclusão, o segundo por ter o termo médio não distribuído.
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Correção de silogismos e identificação de falácias lógicas
1. CORREÇÃO DA ATIVIDADE
I
Leia atentamente os silogismos seguintes e responda às questões.
1. Todos os lisboetas são portugueses.
Jeremy não é lisboeta.
Logo, Jeremy não é português.
2. Todos os lisboetas são portugueses.
Jeremy é português.
Logo, Jeremy é lisboeta.
3. Todo os baianos são brasileiros.
Gilberto Gil é baiano.
Logo, Gilberto Gil é brasileiro.
1. Segundo as regras da lógica aristotélica que silogismos são válidos?
O silogismo 3 é válido.
2. Por que razão não podemos considerar válido o silogismo 1?
Não é válido porque Jeremy pode ser português, mesmo não sendo lisboeta. Ser lisboeta não é
condição necessária para ser português. O termo maior portugueses tem mais extensão na
conclusão do que na premissa. Incorre-se portanto na falácia da ilícita maior.
3. Por que razão não podemos considerar válido o silogismo 2?
O argumento não garante que Jeremy, por ser português, integre a classe dos lisboetas. Pode
ser lisboeta, mas também pode ser portuense, escalabitano ou conimbricense. A conclusão não
é uma consequência lógica das premissas. Comete-se a falácia do termo médio não distribuído.
O termo médio diz-se não distribuído quando não é tomado em toda a sua extensão, quando
não se refere a todos os membros de uma classe (quando não tem extensão universal). É o que
aqui acontece em ambas as premissas e não devia acontecer pelo menos em uma.
4. Os silogismos 3 e 4 são silogismos válidos que diferem quanto ao valor de verdade da
conclusão. O que os torna válidos?
A mesma forma lógica correta que apresentam.
II
Coloque na forma padrão as proposições do silogismo seguinte e verifique a sua validade.
1. Qualquer cientista é sábio.
Certos seres são artistas e também cientistas.
Logo, não há artista que não seja cientista.
Todos os cientistas são sábios.
Alguns artistas são cientistas.
2. Logo, todos os artistas são cientistas.
O silogismo é inválido. O termo menor (artistas) tem mais extensão na conclusão do que na
premissa – falácia da ilícita menor. A conclusão ultrapassa o que as premissas permitem
estabelecer.
III
Identifique as falácias cometidas nos silogismos seguintes. Indique a figura e o modo.
1. Todos os artistas são pessoas criativas.
Nenhum artista é conservador.
Logo, nenhum conservador é pessoa criativa.
Falácia da ilícita maior. O termo maior está distribuído na conclusão, mas na premissa maior,
como predicado de uma proposição de tipo A, tem extensão particular. Trata-se de um
silogismo de 3.ª figura com o modo AEE.
2. Todos os filósofos são pessoas com espírito crítico.
Algumas pessoas com espírito crítico são cientistas.
Logo, alguns cientistas são filósofos.
Falácia do termo médio não distribuído. O termo médio «pessoas com espírito crítico»
apresenta em ambas as premissas uma extensão particular. Trata-se de um silogismo de 4.ª
figura, modo AII.
IV
Leia os diálogos seguintes, exponha as proposições do argumento na forma-padrão do
silogismo categórico e verifique a sua validade.
1
Miguel – Como cristão, acredito na divindade de Jesus, que Jesus é Deus feito homem.
Jonas – Eu como judeu não acredito em tal coisa.
Miguel – Pois, por isso é que, apesar de acreditar num só Deus, um judeu não é um cristão.
Jonas – Nem mais.
Argumento:
P1. Todos os cristãos são pessoas que acreditam na divindade de Jesus.
P2. Nenhum judeu é pessoa que acredite na divindade de Jesus.
C. Logo, nenhum judeu é cristão.
Silogismo válido.
2
João – Vivemos na era da globalização, mas somos cada vez menos tolerantes com as outras
culturas.
Vítor – E tens alguma solução para esse problema?
João – Sim, creio que devíamos tornar-nos relativistas. Só os relativistas são tolerantes.
Vítor – Eu sou um defensor dos direitos humanos, e quem defende os direitos humanos é
também contrário ao relativismo.
João – Isso só prova que não és tolerante.
Vítor – Até pode ser que o teu argumento seja válido, mas não me convence.
3. Argumento:
Todos os relativistas são tolerantes.
Nenhum defensor dos direitos humanos é relativista.
Logo, nenhum defensor dos direitos humanos é tolerante.
Argumento inválido. Comete-se a falácia da ilícita maior. O termo maior está distribuído – tem
extensão universal – na conclusão, mas não na premissa maior.
V
Construa um silogismo válido da 1º Figura com os seguintes dados:
Termo menor: portugueses
Termo médio: escritores
Termo maior: homens
1. Todos os escritores são homens
2. Alguns portugueses são escritores
3. Logo, alguns portugueses são homens