Este documento discute o potencial e desafios do rádio digital em aplicativos móveis no Brasil. Analisa como as emissoras de notícias estão se adaptando aos dispositivos digitais e se seus aplicativos exploram realmente as possibilidades dessas plataformas. Aponta que na maioria dos casos há pouca inovação e personalização, com conteúdos não otimizados para dispositivos móveis. Destaca a CBN como exceção por seu aplicativo bem projetado e conteúdos exclusivos para o formato digital.
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
Artigo "Radiojornalismo em apps: potencialidades, rupturas e continuidades em emissoras informativas brasileiras"
1. Radiojornalismo em apps:
potencialidades, rupturas e
continuidades em emissoras
informativas brasileiras
Debora Cristina Lopez
Kamilla Avelar
Luana Viana
Nair Prata
Rafael Medeiros
2. Introdução
• Processo de especialização da programação radiofônica
• Rádio informativo voltado à difusão de notícias
- Exploração de novos formatos (debates, comentários, espaços
de
opinião, análise e interação do ouvinte)
• Aumento dos potenciais narrativos do radiojornalismo a partir das
tecnologias digitais
3. As redes digitais e dispositivos móveis
• Interferência nas rotinas produtivas, formas de recepção e
circulação dos conteúdos radiojornalísticos.
• Rádio expandido (Kischinhevsky)
• Portabilidade e relação de fidelidade com o público
4. Objetivos
• Análise dos aplicativos de emissoras informativas
• Verificar a organização das narrativas jornalísticas
5. Metodologia
• Análise de conteúdo
• Pontencialidades, rupturas e continuidades no processo de inserção
e adaptação das emissoras às mídias digitais (Palácios, 2003)
• Fichas de análise:
• características do rádio informativo expandido (Kischinhevsky,
2006; Meditsch, 2007; Quadros, 2013)
• características dos dispositivos móveis (Palácios et al, 2015)
• apropriações realizadas pelo rádio
6. Resultados: o caráter multiplataforma do rádio
em aplicativos para dispositivos móveis
Compartilhamento Base Sonora Multimídia Personalização
7. Resultados: o caráter multiplataforma do rádio
em aplicativos para dispositivos móveis
• Observa-se uma preocupação das emissoras em ocupar outros
espaços
• Questiona-se a qualidade desta ocupação
• Aplicativos analisados são, na maioria, não pensados para a
materialidade dos dispositivos móveis
• Desconsideram a affordance dos dispositivos
• Não exploram sensores tácteis, não georrefenciam.
• Gestos tácteis são restritos a toque e deslize para navegação no
conteúdo
8. •Aplicativos, na maioria, são adaptações automatizadas de conteúdos
dos sites
•Seleção não parece seguir critérios pensados para dispositivos móveis
•Áudios na maioria são para consumo online
•Hábitos de consumo da população firma-se em consumo de áudio em mobilidade, com
download de conteúdo
•Falta uma identidade informativa no conteúdo disponibilizado por
emissoras informativas analisadas
•Descolamento da identidade editorial da antena com a identidade editorial
dos apps
•Há pouca referência / relação com antena, dificultando a narrativa
multiplataforma
•Baixa personalização e uso instrumental da publicidade tradicional,
sem explorar os potenciais dos apps como modelo de negócio
9. Pontos positivos
•Ampliação das possibilidades de streaming rompendo limites espaço-
temporais
•Webradios especializadas musicais Jovem Pan
•Conteúdo local através de streaming de emissoras afiliadas em redes
•Manutenção do caráter sonoro da construção narrativa em
multiplataforma
•Integração, na maioria dos casos, às redes sociais
•Falta repensar como se realiza essa integração
•Ir além do mero compartilhamento possibilitado
•Composição de uma narrativa multiplataforma que contemple também as mídias sociais
10. CBN – Ponto fora da curva
•Novo app com tutorial que
apresenta as funcionalidades
•Conteúdo disponível off-line
•Possibilidade de personalização
(favoritos + download de áudios
+ composição de playlists)
11. CBN – Ponto fora da curva
•Disponibilização de conteúdo exclusivo para
mídias digitais
•Fidelização da audiência online
•Manutenção de identidades estética e
editorial
•Referência constante à antena
•Uso de timer para desligar o app
•Exploração de um uso construído, inscrito no
dispositivo móvel e que também remete à escuta de
rádio para dormir
•Coordenação entre a identidade dos dispositivos –
aproximação entre audiências
12. Considerações e desafios
•Falta pensar nas características de consumo da audiência
•É necessário integrar a essência sonora do rádio com as
possibilidades e potencialidades dos dispositivos móveis
•É necessário levar em conta as complexidades da nova ecologia de
mídia e as novas dinâmicas de fruição e circulação de conteúdo