O documento discute a relação entre visibilidade midiática e deliberação pública no Brasil. Apresenta os conceitos de público forte versus público fraco e destaca as desigualdades deliberativas, com grupos de poder tendo mais acesso à mídia do que cidadãos comuns. Também analisa o potencial das conversações cotidianas para estimular a deliberação, ainda que de forma menos estruturada do que debates midiáticos.
2. Publicidade Fraca (visibilidade, exposição)
x
Publicidade Forte (normas que regulam diálogo)
• Moral: referente à
educação, cultura e
costumes cotidianos;
≠ bárbaro
• Teste da publicidade:
acidentes de
bicicletas em SP
3. Publicidade e Deliberação?
• Criação de espaços deliberativos quando
“atos, intenções e planos podem ser
conhecidos”
• “Intenções de corrupção, chantagem,
malversação precisam ser mantidas em
segredo, para que não se inviabilize a
realização desses mesmos atos, ou a série
deles”(Maia, 169)
4. Legitimidade do poder público
• “Os representantes políticos podem
negligenciar as políticas sinalizadas como as
preferidas pelos cidadãos” (Maia, 171)
5. Pode a mídia funcionar como fórum
para o debate pluralista?
• “A perspectiva pluralista mostra-se frágil para
lidar com as desigualdades deliberativas”
(Maia, 175)
6. • “A política é feita de competição ideológica”
• Essa ideologia, fundamentalmente capitalista,
busca dominação: monetária, intelectual,
social, cultural – a política mostra a face que
interessa ao lado dominante
7. Opinião Pública?
• Constituição da opinião pública na esfera
pública informal x formação da vontade
formal das instituições políticas
• Vontade está mais próxima de levar a pessoa
à ação
8. Público Forte x Público Fraco
• Público forte: grupos representantes do
centro do sistema político e às elites
• Público fraco: sujeito da opinião pública,
forma a opinião desatrelada das decisões
• Grupos cívicos: modificar modos de perceber
e interpretar os problemas sociais e articular
projetos alternativos de políticas públicas
9. • “Os meios de comunicação não oferecem um espaço
equânime para os atores sociais divulgarem suas
causas. Esse é um espaço de acesso restrito, que
sofre forte pressão de anunciantes, segue regras
impessoais do mercado e está sob crescente controle
dos profissionais da mídia.” (Maia, 180)
11. Desigualdades Deliberativas
• Assimetrias de poder
• Desigualdade comunicativa
• Pobreza política
• “Opinião em perspectiva pouco qualificada,
de baixa sofisticação política” (Maia, 184)
• Vale o melhor argumento
• Público fraco luta pela visibilidade
12. Crítica Social
• “Precisa ter efeito contextual, isto é,
reorganizar novas suposições e premissas,
reorientando novos entendimentos sobre as
questões em tela e novas atitudes, no campo
mais geral da convivência social” (Bohman) (p.
188)
15. Pesquisa Empírica e Deliberação
• Pesquisas empíricas para comprovar situações
deliberativas realidade brasileira? (p. 206)
• Caso CDES
• Pessoas mais informadas são mais engajadas?
(existem pesquisas empíricas de âmbito
brasileiro/ latino-americano)
16. Trocas Comunicativas
• “As trocas comunicativas na esfera pública
pressupõem a reflexão, a crítica, a capacidade
de defender seus próprios posicionamentos
por meio de razões, a capacidade de assumir o
papel do outro, articulando a escuta
respeitosa, a sinceridade e a inclusão formal”
(Maia, p. 203)
17. Conversação sociável x
Conversação política
• Conversação sociável: ocasional e espontânea
• Conversação política: visa modificar
preferências, resolver conflitos, decidir
políticas públicas, proteger interesses de
alguém
18. Conversação Cotidiana
• “A conversação cotidiana ajuda os indivíduos
a expressarem aquilo que é comum ou
diferente entre eles, verbalizarem
preconceitos e estereótipos, e chegarem a
algum entendimento sobre experiências,
necessidades e preocupações comuns” (Maia,
p. 210-11)
• Espaço privado
• Instância “familiar”
19. Conversação Cotidiana X
Conversação Massiva
• Conversação Cotidiana: não é sempre
estruturada, reflexiva, autoconsciente ou
voltada a tomada de decisão
• Conversação Massiva: expressa pelos meios
de comunicação
20. Habermas e a Esfera Pública
• Habermas (p. 208) “defende que a esfera
pública retira seus impulsos da esfera privada,
uma vez que os problemas sociais ou as
disfunções dos sistemas sociais se fazem
perceber nas experiências da vida pessoal dos
sujeitos” (Maia, 208)
21. Conversação Cotidiana
• Contar histórias compartilhar
conhecimento (storytelling)
• Associações: maiores chances de expandir as
conversações privadas, chamar a atenção do
público, iniciar discussões
• “Não é o simples fato de os indivíduos se auto
organizarem e agirem coletivamente que leva
a ganhos democráticos” (Maia, 214)