SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 114
Baixar para ler offline
3a
SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume1
MATEMÁTICA
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
MATEMÁTICA
ENSINO MÉDIO
3a
SÉRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014-2017
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
Orientação geral sobre os Cadernos 5
Situações de Aprendizagem 12
Situação de Aprendizagem 1 – A Geometria e o método das coordenadas 12
Situação de Aprendizagem 2 – A reta, a inclinação constante e a proporcionalidade 22
Situação de Aprendizagem 3 – Problemas lineares – máximos e mínimos 33
Situação de Aprendizagem 4 – Circunferências e cônicas: significados, equações,
aplicações 43
Situação de Aprendizagem 5 – A equação de 3o
grau e o aparecimento natural dos
números complexos 60
Situação de Aprendizagem 6 – Das fórmulas à análise qualitativa: relações entre
coeficientes e raízes 69
Situação de Aprendizagem 7 – Equações e polinômios: divisão por x – k e redução
do grau da equação 75
Situação de Aprendizagem 8 – Números complexos: representação no plano e
significado das operações (translações, rotações, ampliações) 83
Orientações para Recuperação 101
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para
a compreensão do tema 103
Considerações finais 105
Quadro de conteúdos do Ensino Médio 107
5
Matemática – 3ª série – Volume 1
ORIENTAÇÃO GERAL SOBRE OS CADERNOS
Os temas escolhidos para compor o con-
teúdo disciplinar de cada volume não se afas-
tam, de maneira geral, do que é usualmente
ensinado nas escolas ou do que é apresentado
nos livros didáticos. As inovações pretendidas
referem-se à abordagem desses temas, sugeri-
da ao longo dos Cadernos. Em tal abordagem,
busca-se evidenciar os princípios norteadores
do presente currículo, destacando-se a con-
textualização dos conteúdos, as competências
pessoais envolvidas, especialmente as relacio-
nadas com a leitura e a escrita matemáticas,
bem como os elementos culturais internos e
externos à Matemática.
Em todos os Cadernos, os conteúdos estão
organizados em 16 unidades mais ou menos
do mesmo tamanho, que podem corresponder
a oito semanas de trabalho letivo. De acordo
com o número de aulas disponíveis por sema-
na, o professor explorará cada assunto com
maior ou menor aprofundamento, ou seja,
escolherá uma escala adequada para o tra-
tamento dos temas escolhidos. A critério do
professor, em cada situação específica, o tema
correspondente a uma das unidades pode ser
estendido para mais de uma semana, enquan-
to o de outra unidade pode ser tratado de
modo mais simplificado.
É desejável que o professor tente contem-
plar todas as oito unidades, uma vez que,
juntas, compõem um panorama do conteúdo
do volume, e, muitas vezes, uma das unidades
contribui para a compreensão das outras. In-
sistimos, no entanto, no fato de que somente
o professor, em sua circunstância particular,
e levando em consideração seu interesse e o
dos alunos pelos temas apresentados, pode
determinar adequadamente quanto tempo
dedicará a cada uma das unidades.
Ao longo dos Cadernos são apresentadas,
além de uma visão panorâmica do conteúdo do
volume, oito Situações de Aprendizagem, que
pretendem ilustrar a abordagem sugerida, orien-
tando a ação do professor na sala de aula. As
atividades são independentes e podem ser explo-
radas pelos professores com maior ou menor in-
tensidade, segundo seu interesse e de sua classe.
Naturalmente, em razão das limitações de espa-
ço dos Cadernos, nem todas as unidades foram
contempladas com Situações de Aprendizagem,
mas a expectativa é de que a abordagem dos te-
mas seja explicitada nas atividades oferecidas.
São apresentados também em cada Cader-
no, sempre que possível, materiais diversos
(textos, softwares, sites e vídeos, entre outros),
que estejam em sintonia com a abordagem pro-
posta, e que possam ser utilizados pelo profes-
sor para o enriquecimento de suas aulas.
Compõem o Caderno ainda algumas con-
siderações sobre a avaliação a ser realizada,
bem como o conteúdo considerado indispen-
sável ao desenvolvimento das competências
enunciadas no presente volume.
6
Conteúdos básicos do volume
Um dos conteúdos básico do volume 1 da
3a
série é Geometria Analítica Plana. Mesmo
quando o professor dispõe de poucas aulas por
semana, tal tema costuma ser contemplado nes-
sa série. E ainda que seja apenas parcialmente
ensinado, a equação da reta é apresentada aos
alunos. Neste Caderno, sugerimos uma abor-
dagem da Geometria Analítica que privilegia a
equação da reta, apresentada de um modo pe-
culiar e que destaca certa classe de problemas
cuja solução depende apenas de uma compre-
ensão adequada da ideia de proporcionalidade
subjacente. São os chamados problemas linea-
res, entre os quais estão alguns problemas de
máximos e mínimos muito interessantes.
De acordo com os princípios gerais que
norteiam todos os Cadernos, espera-se que os
demais assuntos sejam contemplados, com
maior ou menor ênfase, segundo o interesse
do professor e as condições efetivas da turma.
Mas consideramos que o tema das retas, com
suas equações, propriedades e aplicações pode
ser especialmente representativa do significa-
do da Geometria Analítica como um método
de abordagem dos problemas geométricos que
contempla o ideal cartesiano – ou o “plano”
de Descartes, que buscava uma aproximação
efetiva entre a Geometria e a Álgebra.
Para o tratamento dos temas, este primei-
ro tópico está organizado em oito unidades.
O primeiro passo, na Unidade 1, seria a con-
solidação do uso do sistema de coordenadas
cartesianas XOY, já iniciado em séries ante-
riores, tanto no Ensino Fundamental quanto
no Ensino Médio. Tal sistema será utilizado
para representar pontos do plano, determi-
nando-se, por exemplo, a distância entre dois
pontos, o ponto médio e a inclinação do seg-
mento determinado pelos dois pontos.
A ideia de inclinação de um segmento pode
ser explorada de modo muito fecundo, tan-
to na caracterização de segmentos paralelos
quanto na condição de alinhamento de três
pontos, uma vez que para três pontos (A, B e
C) estarem alinhados, as inclinações das retas
AB, BC e AC devem ser iguais. Com base nes-
sas noções iniciais, é possível propor e resolver
uma série de problemas geométricos simples,
em que a aprendizagem do método analítico
situa-se no centro das atenções. Uma ativi-
dade para a sala de aula, incluindo questões
cujas respostas podem depender ou não do
sistema de coordenadas escolhido, será apre-
sentada na Situação de Aprendizagem 1.
Em seguida, na Unidade 2, procura-se ex-
plorar a representação de curvas por equações,
iniciando-se com a reta. Os casos particulares
das retas paralelas aos eixos coordenados são
tratados diretamente, de modo simples. Para
as retas inclinadas em relação aos eixos OX e
OY, a qualidade comum a todos os seus pon-
tos é o fato de que, qualquer que seja o par
de representantes que escolhamos, a inclina-
ção do segmento correspondente é sempre a
mesma: tal inclinação constante é a inclinação
da reta. Assim, facilmente se chega à equação
y = mx + h, em que o coeficiente m representa
a inclinação da reta, e h representa o ponto
7
Matemática – 3ª série – Volume 1
em que a reta corta o eixo OY. A caracteri-
zação de retas concorrentes e paralelas, com
base nas inclinações correspondentes, é uma
consequência natural.
Na Unidade 3, o passo seguinte a ser dado é
o estudo da condição de perpendicularidade de
duas retas, com base em suas inclinações m1 e
m2. Neste Caderno, será apresentada uma ma-
neira simples de compreender que se as inclina-
ções são tais que m1 m2 = –1, então as retas se-
rão perpendiculares. A forma geral da equação
da reta, bem como a representação de regiões
do plano por meio de desigualdades, servirá de
conclusão dessa etapa. Uma atividade referente
à equação da reta e à representação de regiões
por meio de inequações será apresentada na
Situação de Aprendizagem 2.
Na Unidade 4, o foco do estudo são as re-
tas, tendo em vista a resolução de alguns pro-
blemas lineares, ou seja, problemas que, em
última instância, envolvem apenas relações de
proporcionalidade direta. Um conjunto deles,
incluindo-se alguns problemas de máximos
e mínimos, será apresentada na Situação de
Aprendizagem 3. Apesar de problemas como
esses não serem usualmente apresentados no
Ensino Médio, pedimos ao professor que os
leia com atenção, pois certamente perceberá
que constituem situações simples em contex-
tos interessantes.
Na Unidade 5, é apresentada a equação da
circunferência com centro na origem do sistema
de coordenadas. O tempo disponível pelo pro-
fessor deverá determinar o nível de exploração
de tal equação, deixando-se à escolha do profes-
sor o estudo das translações da equação ou da
forma geral da equação da circunferência, que
pode ser apenas sugerido ou transferido para o
estudo das funções, no volume 2.
y
x
P
O
r
y
x
C: x2
+ y2
= r2
A Unidade 6 poderia ser utilizada para a
apresentação de uma maneira simples de efe-
tuar o cálculo da distância de um ponto a uma
reta, baseado apenas na inclinação m da reta.
Complementando tal cálculo, poderá ser feito
um estudo simplificado das posições relativas
entre retas e circunferências.
Na Unidade 7, as cônicas são apresenta-
das e caracterizadas por meio de propriedades
de diversas maneiras. Além de constituírem
interseções de um plano com uma superfície
cônica, o que lhes garante a denominação, a
elipse é uma circunferência “achatada”; a hi-
pérbole surge na representação de grandezas
inversamente proporcionais; e a parábola, na
representação de uma grandeza que é propor-
cional ao quadrado de outra. Complementar-
mente, as cônicas também são apresentadas
8
pelas suas importantes propriedades caracte-
rísticas em relação aos focos.
Na Unidade 8 são apresentadas as equações
da elipse, da hipérbole e da parábola, em posi-
ções convenientes em relação aos eixos de coor-
denadas, de modo a simplificar os cálculos. Uma
extensão de tal estudo, conduzindo a equações
mais gerais, pode ser dispensada ou adiada para
o momento em que serão tratadas as funções
(volume 2). Uma atividade exploratória das
caracterizações das cônicas, de suas equações
em situações simples e de algumas aplicações é
apresentada na Situação de Aprendizagem 4.
Além da Geometria Analítica Plana, este Vo-
lume também aborda as equações algébricas, po-
linômios e números complexos. Os três temas, em
muitoscasos,entrelaçam-seaolongodaHistória.
Como se sabe, uma equação sempre corresponde
a uma pergunta, sempre envolve algo desconhe-
cido, uma incógnita, e sempre está associada à
solução de algum problema. Equacionar um pro-
blema é justamente traduzir a pergunta que ele
representa por meio de uma equação.
No Ensino Fundamental, sobretudo nas
séries/anos finais, já foram apresentados aos alu-
nos diversos problemas, em diferentes contextos,
cuja solução conduz a equações do primeiro e
do segundo graus. O aluno já está acostumado
a resolver equações de 1o
grau (ax + b = 0, com
a ≠ 0) e de 2o
grau (ax2
+ bx + c = 0, com a ≠ 0).
Trata-se agora de enfrentar equações corres-
pondentes a situações um pouco mais enre-
dadas, que conduzem a equações de 3o
grau
(ax3
+ bx2
+ cx + d = 0, com a ≠ 0), de 4o
grau
(ax4
+ bx3
+ cx2
+ dx + e = 0, com a ≠ 0), de
5o
grau (ax5
+ bx4
+ cx3
+ dx2
+ ex + f = 0, com
a ≠ 0), e assim por diante. Tal é o conteúdo das
Unidades 9 e 10.
A história da busca de soluções para tais
equações, chamadas equações algébricas, é mui-
to instrutiva, pois, com base nela, compreende-
mos mais facilmente as sucessivas ampliações
nos conjuntos numéricos, dos números natu-
rais até os números complexos, que viabilizam
a atribuição de significado à raiz quadrada de
um número negativo. Aprendemos também
com a história que, com as equações de 3o
grau,
a busca por uma fórmula envolvendo radicais
que nos forneça as raízes, do mesmo tipo da que
nos dá as soluções de uma equação de 2o
grau
(x
b b ac
a
=
± −– 2
4
2
), não costuma ser o me-
lhor caminho para resolver as equações de graus
3 e 4, e é um caminho impossível de ser trilhado
para equações de grau maior ou igual a 5.
O caminho mais conveniente, nesses casos,
é uma análise qualitativa da pergunta que cada
equação representa, extraindo da própria per-
gunta informações relevantes sobre as raízes.
Portanto, é muito importante sempre, e é deci-
sivo em muitos casos, pensar efetivamente em
um problema como se pensa em uma pergunta,
aprendendo a examiná-la criticamente para se
chegar à sua resposta. Mais do que mera in-
tenção de ensinar técnicas de solução, nosso
objetivo aqui é a plena compreensão desse fato.
Uma apresentação das ideias fundamentais da
história das equações algébricas será feita na
Situação de Aprendizagem 5.
9
Matemática – 3ª série – Volume 1
Mais adiante, o significado da análise quali-
tativa de uma equação algébrica estará presen-
te nas Unidades 11 e 12. Tanto as relações entre
os coeficientes do polinômio P(x) e as raízes da
equação P(x) = 0, quanto o fato de que, conhe-
cendo-se uma raiz x = k da equação P(x) = 0,
conseguimos reduzir sua solução à de uma
equação de grau uma unidade menor, assunto
explorado nas Situações de Aprendizagem 6 e
7. Serão entrelaçados em atividades os dois re-
sultados a seguir, que expressam basicamente o
mesmo fato: “x = k é raiz da equação P(x) = 0”
é equivalente a “o polinômio P(x) pode ser
fatorado e escrito na forma (x – k) Q(x), em
que Q(x) é um polinômio de grau uma unidade
menor que P(x)”. Até esse ponto, vários fatos
terão sido reunidos a respeito das raízes da
equação P(x) = 0, sendo P(x) um polinômio.
Relações entre coeficientes e raízes, possíveis
raízes inteiras, fatoração de P(x) e diminuição
no grau da equação, entre outros, poderão ser
sistematizados na Unidade 13.
A partir da Unidade 14, os números com-
plexos são abordados mais diretamente. Como
no caso das equações, a ênfase também não
será posta nos cálculos algébricos, mas sim no
significado de tais números responsável por
uma notável expansão dos conjuntos numéri-
cos já conhecidos. As múltiplas possibilidades
da representação geométrica de um número
complexo z, que tem como imagem um pon-
to no plano, como um par (x; y) de números
reais, ou pode escrito na forma z = x + yi.
Assim, como a reta foi necessária e sufi-
ciente para se incluir todos os números reais,
racionais e irracionais, veremos que, com a
inclusão de números que possam ser raízes
quadradas de negativos, será necessário (e
suficiente) todo o plano cartesiano, que ser-
virá de inspiração para a construção do pla-
no complexo, suporte para a representação
de todos os números complexos. A unidade
imaginária i, que representa o novo número
cujo quadrado dá –1, serve de padrão para
a representação no eixo vertical de números
como 2i, 6i, 7i, – 4i etc.
Em sintonia com tal representação, vere-
mos que o valor absoluto de um complexo | z |
é |z| = x y2 2+ , e mede a distância, no plano
complexo, da imagem de z à origem do siste-
ma de coordenadas. O ângulo que a reta de-
terminada pela origem e a imagem de z forma
com o eixo x (medido no sentido anti-horário)
é o argumento de z, representado por . As
aproximações com a Geometria Analítica Pla-
na serão comuns: por exemplo, o conjunto de
pontos do plano que representam complexos
de módulo constante, digamos, |z| = 5, for-
mam a circunferência x2
+ y2
= 25.
Plano Cartesiano
eixo Y
eixo X
y
x
P (x;y)
x2
+y2
= 25
1
1
10
Plano Complexo
eixo Imaginário
eixo Real
y
x
i
z = x+yi
|z|=5
|z|
1
O significado das operações com números
complexos será explicitado nas Unidades 15
e 16. Veremos, em tais unidades, que as ope-
rações com complexos correspondem à rea-
lização de certos movimentos no plano. Por
exemplo, se a um complexo z for somado o
número real 4, sua representação no plano
será deslocada na direção do eixo x de 4 uni-
dades; se a z for somado o número imaginário
3i, sua representação será deslocada na dire-
ção do eixo y de 3 unidades; se a z for soma-
do o número 4 + 3i, sua representação sofrerá
um deslocamento horizontal (eixo Real) de
4 unidades, seguido de um vertical (eixo Imagi-
nário) de 3 unidades, ou seja, o deslocamento
de z terá valor igual ao módulo do complexo
4 + 3i, que é igual a 5, na direção determinada
pela origem e a representação deste comple-
xo. Ao multiplicar o complexo z pelo real 5,
mostraremos que z permanece com o mesmo
argumento (ângulo com o eixo x), mas a dis-
tância de z até a origem fica multiplicada por
5; se multiplicarmos z por i, o módulo de z
permanecerá o mesmo e seu argumento au-
mentará de π
2
; já se multiplicarmos z por
5i, os dois efeitos são combinados: aumenta a
distância até a origem, ao mesmo tempo que
o argumento aumenta de π
2
.
eixo Imaginário
eixo Real
z + 4 + 3i
z + 4
3z
z i
|z|
|z|
z
z + 3i
11
Matemática – 3ª série – Volume 1
O estudo de tais movimentos na imagem de
z, decorrentes de operações realizadas sobre z,
torna o estudo dos números complexos espe-
cialmente significativo, abrindo caminho para
um grande número de aplicações práticas na
Situação de Aprendizagem 8.
De modo geral, ao longo das oito últimas
unidades do volume, a ênfase será dada ao
significado de cada equação como uma per-
gunta, de cada raiz como uma resposta, de
cada complexo como um ponto do plano, de
cada operação realizada sobre ele como uma
transformação em sua imagem no plano.
Desde as seções iniciais, o exercício da
compreensão leitora encontra-se presente em
todas as etapas do texto. Os cálculos a serem
efetuados ao longo da resolução das equa-
ções são sempre acompanhados de um texto
explicativo, o que pode alongar um pouco o
percurso, mas esperamos que o torne mais
significativo. Afinal, aprender Matemática
também significa desenvolver a capacidade de
expressão na leitura e na escrita, ao lado das
habilidades de cálculo.
Sinteticamente, as 16 unidades que compõem
o presente Caderno são apresentadas a seguir.
Quadro geral de conteúdos do volume 1 da 3a
série do Ensino Médio
Unidade 1 – O plano cartesiano; distância entre dois pontos; ponto médio de um segmento;
condição de alinhamento de três pontos.
Unidade 2 – A equação da reta; significado dos coeficientes; retas paralelas.
Unidade 3 – Retas perpendiculares; regiões do plano.
Unidade 4 – Problemas lineares.
Unidade 5 – A equação da circunferência.
Unidade 6 – Distância de ponto à reta; posições relativas entre reta e circunferência.
Unidade 7 – Cônicas; apresentação e propriedades da elipse, da hipérbole e da parábola.
Unidade 8 – Equações da elipse, da hipérbole e da parábola.
Unidade 9 – Equações algébricas de graus 1, 2, 3, 4, 5, ...; história, fórmulas.
Unidade 10 – A raiz quadrada de um número negativo e o conjunto dos complexos.
Unidade 11 – Das fórmulas à abordagem qualitativa: relações entre coeficientes e raízes.
Unidade 12 – Equações e polinômios; operações com polinômios; divisão de um polinômio
por x – k.
Unidade 13 – Síntese de resultados sobre a resolução de equações algébricas de qualquer grau.
Unidade 14 – Números complexos; representação no plano; relações com Geometria Analítica.
Unidade 15 – Significado das operações com números complexos; translações, rotações, ampliações.
Unidade 16 – Transformações no plano complexo; exercícios simples.
12
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
A GEOMETRIA E O MÉTODO DAS COORDENADAS
Roteiro para aplicação da Situação
de Aprendizagem 1
1. Na Geometria Analítica Plana,
representamos os pontos de um
plano por coordenadas (x; y) e fa-
zemos cálculos relativos a figuras geométricas
por meio de operações algébricas sobre os pa-
resdecoordenadas.Partindodessaideia,consi-
dere os pontos A (2; 3) e B (5; 7), e calcule:
a) A distância entre esses dois pontos.
dAB = (5–2)2
+ (7 – 3)2
= 9 + 16 = 25 = 5u
b) A inclinação do segmento AB.
m =
y
x
=
7 – 3
5 – 2
=
4
3
2. Como você escreveria a equação da reta
paralela ao eixo x que cruza o eixo y no
ponto (0; 5)?
y = 5
3. Qual é a equação da reta paralela ao eixo y,
que cruza o eixo x no ponto (–2; 0)?
x = – 2
O cálculo de distância entre dois pontos
da inclinação de um segmento, por exemplo,
pode ser realizado conforme as expressões in-
dicadas a seguir.
4. Compare se o que você fez nas três primei-
ras atividades corresponde ao apresentado
a seguir:
Conteúdos e temas: coordenadas cartesianas no plano; cálculo de distâncias, coordenadas do
ponto médio, inclinação de segmentos usando coordenadas; escolha de sistemas de coorde-
nadas convenientes para a solução de problemas geométricos.
Competências e habilidades: compreensão da linguagem algébrica na representação de situações
e problemas geométricos; expressão de resultados geométricos por meio da linguagem algébrica.
Sugestão de estratégias: retomada do uso de sistemas de coordenadas já iniciado na 6a
série/
7o
ano do Ensino Fundamental e apresentação de problemas geométricos simples, que podem
ser resolvidos por meio da linguagem das coordenadas.
13
Matemática – 3ª série – Volume 1
y
0
yB
xA
xB
x
yA
B
A
dAB
dAB = distância entre A e B
dAB = (xB − xA)2
+ (yB − yA)2
y
0
yB
xA
xB
x
yA
B
A
1
mAB
mAB = inclinação de AB
mAB =
yB − yA
xB − xA
y
0 x
A D
E
B
C
A, B, C não alinhados: mAB ≠ mBC
BC paralelo a DE: mBC = mDE
y
0
y = h (h > 0)
y = h (h < 0)
x
h
h
y
0
(h < 0)
x = h
(h > 0)
x
x = h
Registre as semelhanças e as diferenças en-
tre as soluções que você propôs e as figuras
apresentadas.
Resposta pessoal. Professor, discuta com os alunos as fórmulas
e as propriedades que foram envolvidas nas atividades de 1 a 3.
5. Observe os gráficos a seguir e busque uma
equação que represente a reta r, em cada item:
a)
r
y
x0
3
2
1
5
4
6
7
21 3 54
y = x + 3
14
b) y
0
3
4
5
x
r
6
7
2
1
21 3 54
y = −
1
2
x + 5
6. De forma geral, para as retas inclinadas em
relação aos eixos, lembrando dos gráficos
das funções de 1o
grau, temos as equações
indicadas a seguir:
a)
0
y = mx + h
(m > 0)
m
h
1
x
y
b)
0
y = mx + h
(m < 0)
m
h
1
x
y
Compare-as com as equações encontradas
na atividade 5 e identifique, em cada uma,
os valores de m e h.
a) m = 1 e h = 3
b) m = –
1
2
e h = 5
7. Comparando as inclinações das retas,
podemos identificar as que são paralelas
e as que são concorrentes e, particular-
mente, a relação entre as inclinações de
retas perpendiculares:
y
x
r1: y = m1x + h1
m1 ≠ m2 r1 e r2 concorrentes
r2: y = m2x + h2
r1: y = m1x + h1
r2: y = m2x + h2
x
y
m1 = m2 r1 e r2 paralelas
Considerando isso, responda às questões
seguintes:
a) Qual é a posição relativa entre as retas
y = 2x + 5 e y = – 4x + 1?
As retas são concorrentes (m1 ≠ m2).
b) Qual é a posição relativa entre as retas
y = 3x + 4 e y = 3x – 2?
As retas são paralelas (m1 = m2).
15
Matemática – 3ª série – Volume 1
Desafio!
Para calcular a distância de um ponto a uma reta, deixando de lado o caso mais simples,
em que a reta é paralela a um dos eixos, podemos explorar a semelhança de triângulos indi-
cada na figura a seguir:
yP
y
P
yr
h
xP x
(yr = mxP + h)
r: y = mx + h
yP – yr
dPr
1
m1
2
+mα
α
d
y y mP r
Pr
–
=
+
1
1 2
⇒
d
y y
m
P r
Pr
–
=
+1 2
⇒
d
y m x h
m
P p
Pr
– · –
=
+1 2
No sistema cartesiano a seguir foram re-
presentadas retas de equações:
r: y = 3; s: x = 4; t: y = 3x + 1
Localize nesse sistema o ponto (2;15) e
determine a distância desse ponto a cada
uma das retas indicadas anteriormente.
Por observação direta, notamos que a distância de P até
a reta y = 3 é igual a 15 – 3 = 12. Da mesma maneira, no-
tamos que a distância de P até a reta x = 4 é 4 – 2 = 2. Para
calcular a distância de P até a reta y = 3x + 1, observando
na figura a semelhança entre os triângulos PAB e MNQ,
y ts
x
16
14
12
10
8
4
2
0 2 64 8–2–4–6–8
r
temos: PB
QM
=
PA
QN
d
1
=
8
32
+ 12
→ d =
8
10
=
8 10
10
→ d =
4 10
5
. Logo,
N
3
M
Q
P
y
A
x
B
d
15
7
3
1
0 2
15– 7 = 8
y2 = 3 ⋅ 2 + 1 = 7
y = 3
x = 4
y = 3x + 1
1
Î10
Î10
4
d
y y mP r
Pr
–
=
+
1
1 2
⇒
d
y y mP r
Pr
–
=
+
1
1 2
⇒
BOOK_MAT-SPFE-2014_3S_CP_VOL1.indb 15 25/11/13 17:43
16
Para aplicar informações citadas anterior-
mente, são apresentadas as atividades a seguir.
8. O hexágono regular ABCDEF tem centro
M, como mostra a figura a seguir, e cada
lado tem 10 unidades de comprimento.
Utilizando os sistemas de coordenadas
XOY e X’MY’, determine:
y
F
D
B
E
A
x
M C
a) as coordenadas dos pontos A, B, C, D,
E, F, M;
b) a inclinação dos segmentos FE, DC,
BC, AM, FA, ED, AC e FB;
c) as coordenadas do ponto médio dos seg-
mentos AB, FC, FM, AE, BC, DC e AD.
Será necessário calcular a altura de um triângulo equilátero
de lado 10, que é igual a 5 3 .
10
5
h
h2
+ 52
= 102
h2
= 75
h = 5 3
A partir desse resultado, para o sistema XOY, temos:
a) A (5; 0); B (15; 0); C (20; 5 3); D (15; 10 3); E (5; 10 3);
Para continuar nosso estudo de Geometria
Analítica, três lembretes são importantes.
Em primeiro lugar, trata-se de uma retoma-
da de modo mais sistemático de um uso dos sis-
temas de coordenadas que, de fato, já se iniciou
bem anteriormente, na solução de sistemas de
equações lineares e no estudo das funções.
Em segundo lugar, o que aqui se pretende
desenvolver um novo método de abordar pro-
blemas geométricos já conhecidos, ou seja, a
novidade está na forma de tratamento dos pro-
blemas, não no seu conteúdo.
E em terceiro lugar, é importante lembrar
que, muitas vezes, temos a liberdade de escolher
o sistema de coordenadas que será utilizado na
resolução dos problemas. Nesses casos, convém
notar que, embora as coordenadas dos pontos
representados dependam do sistema escolhido,
existem informações relativas aos pontos que
podem depender ou não do sistema. Por exem-
plo, dados três pontos A, B, C, a escolha de um
sistema de coordenadas deve considerar os se-
guintes aspectos:
as coordenadas dos pontos A, B e C de-
pendem do sistema XOY escolhido;
a distância entre dois desses pontos não
depende do sistema escolhido;
a inclinação do segmento AB depende
do sistema escolhido;
a área do triângulo ABC não depende
do sistema escolhido;
a medida do ângulo BAC não depende do
sistema escolhido, e assim por diante.
Y
X
17
Matemática – 3ª série – Volume 1
F (0; 5 3); M (10; 5 3).
b) FE: 3; DC: – 3; BC: 3; AM: 3; FA: – 3; ED: 0; AC: 3
3
;
FB: –
3
3
.
c) AB: (10; 0); FC: (10; 5 3); FM: (5; 5 3); AE: (5; 5 3); BC:
(17,5; 5 3
2
); DC: (17,5; 7,5 3); AD: (10; 5 3).
Professor!
É importante notar que os segmentos
FE e BC são paralelos, assim como
também o são os segmentos FA e DC,
AB e ED, AM e FE etc. Esse é o sig-
nificado da igualdade das inclinações,
nesses casos.
Para o sistema X'MY', as coordenadas são as seguintes:
a) A (–5; –5 3); B (5; –5 3;) C (10; 0); D (5; 5 3); E (–5; 5 3);
F (–10; 0); M (0; 0).
b) FE: 3; DC: – 3; BC: 3; AM: 3; FA: – 3; ED: 0; AC: 3
3
;
FB: –
3
3
.
c) AB:(0;–5 3);FC:(0;0);FM:(–5;0);AE:(–5;0);BC:(7,5;–2,5 3);
DC: (7,5; 2,5 3); AD: (0; 0).
Muitos outros exercícios semelhantes à
atividade 1 podem ser apresentados aos alu-
nos, a fim de recordar fatos e relações da
Geometria Plana, expressando-os por meio das
coordenadas cartesianas. Triângulos, quadra-
dos, losangos, retângulos, pentágonos, entre
outros, poderiam ser representados no plano
por meio de coordenadas, calculando-se com-
primentos de lados, de medianas, baricentro
etc. Vale ressaltar que muitos dos problemas
de Geometria Plana já conhecidos podem ser
abordados em outra perspectiva, com a parce-
ria entre a Álgebra e a Geometria. A escolha do
sistema de coordenadas mais simples em cada
situação também pode ser explorada. As ativi-
dades a seguir ilustram o que se sugere.
9. Observe o hexágono regular ABCDEF,
apresentado na atividade anterior, agora
com o vértice F coincidente com um ponto
do eixo das ordenadas, e com o lado AB
apoiado sobre o eixo das abscissas.
Y
F
O B
DE
A X
M C
Determine:
a) as coordenadas dos pontos A, B, C, D,
E e F;
A (5; 0), B (15; 0), C(20; 5 3), D(15; 10 3), E(5; 10 3), F(0; 5 3).
b) as coordenadas do ponto M, centro do
hexágono;
M(10; 5 3).
c) a inclinação dos segmentos AD e BE;
mAD= 3, mBE = – 3.
d) as coordenadas do ponto médio dos
segmentos: AE e BD;
AE: (5; 5 3), BD: (15; 5 3).
18
e) as medidas AD, BE e FC, diagonais do
hexágono.
dAD = dBE = dFC = (5–15)2
+ (0 – 10 3)2 = 100 + 300 = 20u
10. No sistema de coordenadas desenhado
no papel quadriculado, represente os
pontos: A (1; 2), B (3; 8), C (–2; 8) e
D (– 4; 2).
a) Mostre que os pontos A, B, C e D são
os vértices de um paralelogramo.
b) Calcule o comprimento do lado maior
do paralelogramo ABCD.
c) Calcule o comprimento da diagonal
menor de ABCD.
d) Trace, em seu desenho, as diagonais do
paralelogramo ABCD. Identifique pela
letra M o ponto em que as diagonais se
cruzam. Determine as coordenadas do
ponto M.
e) Calcule a área do triângulo AMD.
y
C
D
A
M
B
x
0
2
-2-4 1 3
8
Vamos representar os pontos indicados para orientar a res-
posta aos diversos itens. No entanto, vale lembrar que pode-
ríamos responder a cada uma das questões apenas com as
informações do enunciado, sem qualquer figura.
a) Calculando as inclinações dos segmentos AB e CD, nota-
mos que elas são iguais:
mAB = 8 – 2
3 – 1
= 3
mCD =
2 – 8
–4 – (–2)
=
–6
–2
= 3
Logo, AB e CD são paralelos. De modo análogo, mostramos
que AD e BC também são paralelos. Resulta, então, que o
quadrilátero ABCD é um paralelogramo.
b) Calculando as distâncias entre A e B, e entre B e C, obtemos:
dAB = (8 – 2)2
+ (3 – 1)2
= 40;
dBC= (8 – 8)2
+ (–2 – 3)2
= 5
Logo, o lado AB é maior, valendo 2 10.
c) Calculando as distâncias entre A e C e entre B e D, obte-
mos as diagonais:
dAC = (8 – 2)2
+ (–2 – 1)2
= 45;
dBD= (2 – 8)2
+ (–4 – 3)2
= 85.
Logo, a diagonal menor é AC.
d) Basta lembrar que as diagonais do paralelogramo se cru-
zam no ponto médio de cada uma delas e achar o ponto
médio de AC, que é –
1
2
; 5 .
e) Por inspeção direta, a base do triângulo AMD tem compri-
mento 5 e a altura mede 3; logo, a área de AMD é igual a 7,5.
11. Represente os pontos A (0; 0),
B (3; 7) e C (–2; 13) em um siste-
ma de coordenadas, sendo M o
ponto médio de AC e N o ponto médio
de BC:
a) Determine as coordenadas de M e N.
b) Calcule as inclinações dos segmentos
AB e MN, verificando que tais segmen-
tos são paralelos.
19
Matemática – 3ª série – Volume 1
c) Calcule as distâncias dAB e dMN, verifi-
cando que dAB = 2 dMN.
Como no exercício anterior, vamos fazer um esboço da figura
que oriente solução.
y
C
B
x
13
N
M
A
0
7
-2 3
a) As coordenadas de M, ponto médio de AC, são a média
aritmética das coordenadas correspondentes de A e C:
xM =
xA + xC
2
= 0 – 2
2
= –1 yM =
yA + yC
2
= 0 + 13
2
= 13
2
M = –1;
13
2
. Analogamente, N =
1
2
; 10 .
b) Calculando a inclinação de AB, temos:
mAB =
yB – yA
xb – xA
=
7
3
Do mesmo modo, mMN =
yM – yN
xM – xN
=
7
3
Como as inclinações são iguais, concluímos que os segmen-
tos AB e MN são paralelos.
c) Calculando as distâncias entre A e B e entre M e N, obtemos:
dAB = 58 e dMN = 58
2
ou seja, dMN =
dAB
2
12. Para que três pontos A, B e
C estejam alinhados, é necessá-
rio e suficiente que as inclinações dos seg-
mentos AB, BC (e, consequentemente, AC)
sejam iguais, isto é, que os três pontos
constituam uma única rampa ABC.
0 x
y
yC
yB
yA
xA
xB
xC
A
B
C
mAB
϶ mBC
C
0 x
y
yB
yC
yA
xA
xB
xC
A
B
C
mAB
= mBC
= mAc
Dados os pontos A (1; 3), B (3; 7) e C (4; k):
a) Determine o valor de k para que esses
pontos estejam alinhados.
Devemos ter mAB = mBC ; resulta daí que
7 – 3
3 – 1
=
k – 7
4 – 3
, e,
então, k = 9.
b) Determine o valor de k para que a área
do triângulo ABC seja igual a zero.
A área de ABC será nula quando os três pontos estiverem ali-
nhados, ou seja, quando k = 9. É interessante aproximar essas
20
duas informações: sempre que três pontos estão alinhados, a
área do triângulo formado por eles é nula e vice-versa.
c) Sendo k = 3, desenhe o triangulo ABC e
calcule sua área.
Vamos construir uma figura para orientar a solução.
Observando a figura, verificamos que a base AC mede 3 e
a altura relativa mede 4; logo, a área é igual a 6.
y
B
C
x
43
A
7
3
1
13. No sistema de coordenadas a seguir, repre-
sente quatro pontos de modo a formar um
quadrilátero ABCD. Escolha as coordena-
das à vontade.
y
x
6
4
–1
–4 –3 –2 –1 1 32 4 5
–2
–3
–4
2
5
3
1
0
Analisando o quadrilátero formado:
a) calcule os pontos médios dos lados AB,
BC, CD e DA;
b) mostre que os quatro pontos médios
obtidos formam um paralelogramo.
Basta seguir os passos do enunciado: calcular os pontos
médios dos quatro segmentos determinados pelos pon-
tos escolhidos arbitrariamente, calcular as inclinações dos
segmentos determinados por esses quatro pontos médios
e verificar que elas são iguais duas a duas. Procure verificar
que isso vale para qualquer quadrilátero. Em outras palavras,
os pontos médios dos lados de um quadrilátero qualquer
sempre formam um paralelogramo.
D
A
B
C
É interessante associar esse fato ao resulta-
do da atividade 11, notando que os lados do
paralelogramo são os segmentos que unem os
pontos médios dos lados dos triângulos em
que o quadrilátero inicial se divide quando
são traçadas as suas diagonais.
14. Com base na figura, calcule a distância do
ponto P de coordenadas (2; 15) à reta r nos
casos indicados a seguir:
a) r: y = 3 b) r: x = 9 c) y = 3x + 1
Vamos fazer uma figura para orientar a
solução:
21
Matemática – 3ª série – Volume 1
N
3
M
Q
P
y
A
x
B
d
15
7
3
1
0 2 9
15– 7 = 8
y2 = 3 . 2 + 1 = 7
y = 3
x = 9
y = 3x + 1
1
ÎW10
a) Por observação direta, notamos que a distância de P até a reta
y = 3 é igual a 15 – 3 = 12.
b) Da mesma maneira, notamos que a distância de P até a reta
x = 9 é 9 – 2 = 7.
c) Para calcular a distância d de P até a reta y = 3 x + 1, ob-
servando na figura a semelhança entre os triângulos PAB e
MNQ, temos:
PB
QM
=
PA
QN
.
Logo,
d
1
=
8
10
, ou seja, d =
8 10
10
.
Considerações sobre a avaliação
Ao final desta primeira unidade, a expec-
tativa é que a Geometria Analítica tenha
sido assimilada como um novo método novo
para a abordagem de problemas já conhe-
cidos, como foi registrado anteriormente.
Nos exercícios apresentados, o diálogo entre
a Álgebra e a Geometria pode ser observa-
do e, a partir disso, ela deve ser ampliada
continuamente.
Considera-se que o desenvolvimento da
Situação de Aprendizagem foi bem-sucedido
se os alunos consolidaram o uso do sistema
de coordenadas cartesianas, tendo aprendido
a determinar o ponto médio de um segmen-
to, calcular a distância entre dois pontos e a
inclinação de um segmento, bem como veri-
ficar se dois segmentos dados pelas coorde-
nadas de seus pontos são ou não paralelos,
além de outros resultados que o professor
considerar viáveis no contexto de sua aula,
sempre associados à representação de pontos
por coordenadas.
22
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
A RETA, A INCLINAÇÃO CONSTANTE E A
PROPORCIONALIDADE
Roteiro para aplicação da Situação
de Aprendizagem 2
A partir de agora, vamos procurar repre-
sentar curvas por equações com base na ex-
pressão algébrica das propriedades que tais
curvas apresentam. E vamos iniciar a discus-
são com a mais simples das "curvas", ou seja,
com a reta, que é como uma "curva sem imagi-
nação", pois segue sempre na mesma direção.
Para determinar a equação de uma reta, ou
seja,arelaçãoentreascoordenadasxeyquedeve
satisfazer todos os seus pontos, basta estar atento
ao fato de que todos os segmentos nela contidos
têm a mesma inclinação. Deixemos de lado os ca-
sos particulares das retas paralelas aos eixos coor-
denados, cujas equações são do tipo:
x = constante = k, para todo y (reta para-
lela ao eixo OY);
ou então:
Conteúdos e temas: equação da reta: proporcionalidade, inclinação constante; relação entre
as inclinações de retas paralelas e de retas perpendiculares; inequações lineares e regiões do
plano cartesiano; problemas envolvendo equações da reta.
Competências e habilidades: compreensão da linguagem algébrica na representação de situações
e problemas geométricos; expressão de situações envolvendo proporcionalidade por meio de
equações e inequações envolvendo retas.
Sugestão de estratégias: caracterização da reta tendo por base a inclinação constante do seg-
mento formado por qualquer par de seus pontos; resolução de situações-problema envolven-
do proporcionalidade, com base na equação da reta.
y = constante = h para todo x (reta parale-
la ao eixo OX).
Consideremos agora as retas que cortam
os eixos. Se uma reta corta o eixo OY no pon-
to P0 (0; h), tendo o valor de m como inclina-
ção comum a todos os seus segmentos, então
um ponto qualquer P (x; y) da reta deve ser
tal que a inclinação do segmento P0P seja
igual a m.
A inclinação constante de todos os seg-
mentos de uma reta pode ser associada à
representação de grandezas diretamente pro-
porcionais.Defato,seumagrandezayédireta-
mente proporcional a outra grandeza x, então
y
x
= constante = m, ou seja, y = mx, que repre-
senta uma reta de inclinação m, passando pela
origem. Se a reta não passar pela origem, mas
cortar o eixo y no ponto de ordenada h, temos:
y – h
x – 0
= m.
23
Matemática – 3ª série – Volume 1
Ou seja, quando x aumenta em uma unida-
de, a variação de y será y’ – y = m.
1. Na equação y = 473,5x +
+ 12,879, se x variar uma uni-
dade, passando, por exemplo,
de 2008 para 2009, de quanto
será o aumento de y? Tente responder a
essa questão sem efetuar cálculos.
O aumento de y será de 473,5, pois esse valor é a taxa de
variação de y para cada unidade de x.
Os sinais dos coeficientes m e h
Muitos exemplos de retas com diferentes
valores e sinais para m e h são apresentados a
seguir, e convém associar a cada uma das retas
representadas o pequeno triângulo correspon-
dente ao significado da inclinação.
x
y
h
0
1
m
y = mx + h
Retas paralelas ao eixo OX, que têm equação
do tipo y = h, podem ser consideradas retas de
inclinação m = 0. Retas que passam pela origem
do sistema de coordenadas têm equação do tipo
y = mx, uma vez que h = 0. Para as retas parale-
las ao eixo OY, não se define inclinação.
Logo, todo ponto da reta satisfaz a equa-
ção y = mx + h, considerando os seguintes
aspectos:
h: ordenada do ponto em que a reta cor-
ta o eixo OY;
m: inclinação da reta, ou seja, a varia-
ção na ordenada y por unidade a mais
de x.
Cabe enfatizar que, com base em certo
valor h, y varia de modo diretamente pro-
porcional a x, então temos: y – h = mx, ou
seja, y = mx + h. A inclinação m representa
a constante de proporcionalidade, e é inte-
ressante notar que m corresponde à varia-
ção no valor de y quando o valor de x au-
menta em uma unidade:
x y = mx + h
x’ = x + 1 y’ = m(x + 1) + h =
= mx + m + h = y + m
x’ – x = 1 y’ – y = m
24
x
y
y = h
y = h
(h > 0)
(h < 0)
0
Nesses casos m = 0
x = k
k < 0
y
x
0
x = k
k > 0
Nesses casos não existe m
Se duas retas são paralelas, então elas têm a
mesmainclinação;sesãoconcorrentes,entãosuas
inclinações são diferentes. As figuras a seguir po-
dem facilitar a compreensão de tais afirmações:
m1 = m2 r1 e r2 paralelas
y
x
0
r1
r2
y = m1x + h1 y = m2x + h2
m1 ≠ m2 r1 e r2 concorrentes
y
x0
r1
r2
y = m1 x + h1
y = m2 x + h2
Para que você se familiarize com tais fatos,
são apresentados a seguir alguns exercícios.
As questões formuladas são simples, mas
representam conhecimentos fundamentais.
Com os valores de h e m, podemos escrever
diretamente a equação da reta (atividade 2).
Também podemos facilmente escrever a equa-
ção da reta que passa por um ponto dado,
com inclinação dada, ou que passa por dois
pontos dados (atividades 3 e 4).
2. Represente no plano cartesiano as retas r1 a
r9 de equações do tipo y = mx + h, corres-
pondentes aos valores de h e m registrados
na tabela a seguir.
h m
r1 0 5
r2 3 –2
25
Matemática – 3ª série – Volume 1
h m
r3 –3 –2
r4 –1 ∙∙∙5
r5
∙∙∙3 –7
r6 – ∙∙∙5 6,4
r7 π 0
r8 –0,5 – ∙∙∙7
r9 –0,8 π
y
6
7
–1 4 62 3 51
–3
–5
–2
–4
–6
–7
4
2
5
3
1
0
–1–3 –2–4
x
Um esboço das nove retas, destacando-se os valores relati-
vos dos coeficientes m e h, é indicado a seguir:
y = – Î5 + 6,4x
y = – 0,5 – Î7 x
y = Î3 – 7x
y = – 0,8 + πx
y = 3 – 2x
y = 5x
y = – 3 – 2x
y = π
r1
r2
r3
r4
r5
r6
r7
r8
r9
y = –1 + Î5 x
y
x
3.	Determine a equação da reta que passa
pelo ponto A (2; 5) e tem inclinação m = 3.
3
5
y
2
P
1
Xx
Y
1a
solução
A equação da reta é do tipo y = mx + h, ou seja, é y = 3x + h
Como o ponto (2; 5) pertence à reta, então: 5 = 3 ⋅ 2 + h
Logo, h = –1, e a equação é y = 3x –1
2a
solução
Sendo (x; y) um ponto genérico da reta,
devemos ter: m =
y – 5
x – 2
= 3.
Logo, y – 5 = 3(x – 2), ou seja, y = 3x –1
BOOK_MAT-SPFE-2014_3S_CP_VOL1.indb 25 25/11/13 17:43
26
4. Escreva a equação da reta que passa pelos
pontos A (1; 7) e B (4; 16).
0 x
y
1
A
B
7
16
4
1a
solução
Sendo a reta inclinada em relação aos eixos, a equação é da
forma y = mx + h.
Substituindoascoordenadasdospontos,temos:
7 = m 1 + h
16 = m 4 + h
Resolvendo o sistema, temos: m = 3 e h = 4.
Logo, a equação é y = 3x + 4.
2a
solução
A inclinação da reta é m =
16 – 7
4 – 1
= 3.
E já sabemos que a equação é do tipo y = 3x + h.
Se ela passa pelo ponto A (1; 7), temos: 7 = 3 1 + h
ou seja, h = 4. Logo, a equação é y = 3x + 4.
5. Considere o quadrado ABCD cujo lado
mede 5 unidades e o triângulo equilátero
EFG cujo lado mede 10 unidades, repre-
sentados no sistema cartesiano.
y
BA
D 5
x
C
y
xF
M
G
10
E
O
a) Escolha um sistema de coordenadas que
consideremaisadequadoeescrevaasequa-
ções das retas AB, BC, CD, DA, AC e BD.
b) Escolha um sistema de coordenadas
que considere mais adequado e escre-
va as equações das retas EF, FG, GE e
OM, onde M é o ponto médio do lado
EF e O é o ponto médio do lado GF.
Naturalmente, existem muitas respostas distintas para a ques-
tão. São indicados a seguir alguns exemplos de sistemas de
coordenadas que poderiam ser escolhidos:
y
BA
D 50 x
C
Sugestão para o professor!
Apresente exercícios de fixação sobre os
fatos básicos explorados nas atividades
anteriores. Proponha aos alunos a deter-
minação de diversas equações de retas a
partir de diferentes informações:
Reta passando por dois pontos dados;
Reta passando por um ponto dado,
sendo fornecida também a inclinação.
A atividade pode ficar ainda mais inte-
ressante e significativa se forem incluí-
dos os casos de retas paralelas aos eixos
coordenados.
27
Matemática – 3ª série – Volume 1
y
x
F
M
G
10
E
0
a) reta AB: y = 5 reta DC: y = 0
reta AD: x = 0 reta CB: x = 5
reta DB: y = x reta AC: y = –x + 5
b) reta FG: y = 0
calculando a altura do triângulo equilátero, obtemos
h = 5 3; logo, as retas EF e EG têm equações do tipo
y = mx + 5 3;
como a reta EF passa pelo ponto F(5; 0), concluímos
que 0 = m 5 + 5 3, ou seja, m = – 3; a equação de EF é
y = – 3x + 5 3;
do mesmo modo, como EG passa pelo ponto (–5; 0),
concluímos que sua inclinação é
5 3
5
, ou seja, é igual a 3;
sua equação é y = 3 x + 5 3;
a reta OM terá equação do tipo y = m x, uma vez que passa
pela origem.
Como as coordenadas do ponto M são
5
2
;
5 3
5
, cal-
culamos o valor de M e obtemos m = 3; portanto, a equa-
ção de OM é y = 3x.
Professor:
Outros sistemas de coordenadas poderiam
ser escolhidos. Em sala de aula, essa diversi-
dade possibilita algumas comparações inte-
ressantes sobre quais resultados dependem
e quais não dependem de tal escolha. Nesse
momento também é interessante analisar
qual o sistema mais conveniente, no sentido
de simplificar as equações a serem obtidas.
6. Se duas retas inclinadas em relação aos ei-
xos coordenados r1 e r2 são perpendiculares,
então suas inclinações m1 e m2 tem sinais
opostos e são inversas, isto é, m1 m2 = –1,
como é possível perceber pela análise da fi-
gura seguinte:
y
0
x
1
h2
h1
y = m2 x + h2
y = m1 x + h1
m1
m2
Os ângulos assinalados nos dois triângulos
retângulos são congruentes. Isso nos permi-
te afirmar que
m1
1
=
1
–m2
(note que, como
m2 < 0, o segmento que corresponde ao lado
do triângulo tem comprimento igual a – m2).
Sendo assim, concluímos que m1 m2 = –1.
Considerando esse resultado, determine a
equação da reta t que passa pelo ponto A
e é perpendicular à reta r, nos seguintes
casos:
A r
(0; 0) y = 4 – 3x
(0; 4) y = 2x – 5
(0; –3) y = 0,2x + 7
(0; 7) y = –√––3 x + 2
(1; 2) y = 3x + 7
Em cada caso, buscamos a equação da reta que passa pelo
28
ponto dado e é perpendicular à reta dada. Para obter a in-
clinação m’ da reta procurada, basta tomar a inclinação m
da reta dada, inverter e trocar o sinal, pois sabemos que o
produto m · m’ deve ser igual a – 1.
Assim, temos a seguinte tabela:
A r m m'
(0; 0) y = 4 – 3x – 3
1
3
(0; 4) y = 2x – 5 2 –
1
2
(0; –3) y = 0,2x + 7 0,2 – 5
(0; 7) y = – √––3 x + 2 – 3
1
3
= 3
3
(1; 2) y = 3x + 7 3 –
1
3
As retas perpendiculares são, portanto: y = m’ x + h, com o
m’ de acordo com a tabela anterior e com o h calculado com
base no fato de que elas passam pelo ponto indicado.
No primeiro caso, teríamos: y =
1
3
+ h; como a reta passa
pela origem (0; 0), h = 0, e temos y =
1
3
x.
No segundo caso:
y = –
1
2
x + h; como a reta passa pelo ponto (0; 4), temos:
4 = –
1
2
0 + h, ou seja, h = 4; portanto y = –
1
2
x + 4 .
Nos demais casos, temos, sucessivamente:
y = –5x –3 y =
1
3
+ 7 y = –
1
3
x +
7
3
Professor, para justificar o fato "se as retas
r1 e r2 são perpendiculares e m1 e m2 são,
respectivamente, as inclinações dessas re-
tas, então m1 · m2 = –1", pode-se discutir
com os alunos a argumentação a seguir:
Parajustificaressefato,bastaobservarafigura:
y
0 x
1
h2
h1
y = m2x + h2
y = m1x + h1
m2
m1
Pode-se notar que, no triângulo retângulo
formado pelas duas retas e pelo segmento
em que estão representadas as inclinações
m1 e m2, a altura relativa à hipotenusa é
igual a 1; logo, o produto dos comprimen-
tos dos segmentos representados por m1
e m2 é igual a 1, uma vez que o quadrado
da medida da altura relativa à hipotenusa
é igual ao produto das medidas das proje-
ções dos catetos sobre ela. Como as incli-
nações têm sinais opostos, concluímos que:
m1 · m2 = – 1, ou seja, m1 = – 1
m2
.
29
Matemática – 3ª série – Volume 1
Outro modo de comprovar tal relação é
aplicar o Teorema de Pitágoras no triângulo
retângulo anteriormente referido, obser-
vando que um dos catetos é √–––––––1 + m1
2
,
o outro é √–––––––1 + m2
2
, e a hipotenusa é m1 – m2
(lembrar que m2 é negativo; logo, o com-
primento do segmento representado pelas
duas inclinações é m1 – m2).
Isso significa que:
(m1 – m2)2
= 1 + m1
2
+ 1 + m2
2
, portanto,
m1 m2 = –1.
7. Como observado anteriormente, a equa-
ção y = mx + h representa os pontos de
uma reta inclinada em relação aos eixos
coordenados. Uma reta divide o plano em
dois semiplanos. Em um deles, o que se si-
tua acima da reta, os pontos são tais que
y > mx + h; no outro, abaixo da reta, temos
y < mx + h. Se os semiplanos incluem os pon-
tos da reta, temos y ≥ mx + h para os pontos
acima da reta ou na reta, e y ≤ mx + h para os
pontos abaixo dela ou na reta.
y
x0
y > mx + h
y < mx + h
y = mx + h
y
x0
y ≥ mx + h
y ≤ mx + h
y = mx + h
Observação sobre a notação:
y > mx + h: pontos do semiplano situado acima da reta y = mx + h.
y ≥ mx + h: pontos do semiplano situado acima da reta, mais os pontos da reta y = mx + h.
y < mx + h: pontos do semiplano situado abaixo da reta y = mx + h.
y ≤ mx + h: pontos do semiplano situado abaixo da reta, mais os pontos da reta y = mx + h.
30
Partindo dessa ideia, associe cada uma das re-
giões coloridas A, B, C, D, E, F a uma inequação
ouaumsistemadeinequaçõesdotipoy>mx+h,
ou, então, y < mx + h, considerando-se a conti-
nuidade ou não da região solicitada.
A
y = 3x + 5
x
y
0
B
y = 5 – 0,5x
y
x0
C
y = 5 + 2x
x
y
0
y = –3 + 2x
D
y = 7 – 0,5x
y = 4 – 0,9x
x
y
0
E
7 x
y
0
y = 4 + x
y = 4
F
5 x
y
0
y = – 2xπ
y = π
A: y ≥ 3x + 5
B: y < 5 – 0,5x
C: –3 + 2x ≤ y ≤ 5 + 2x
D: 4 – 0,9x ≤ y < 7 – 0,5x
E: 4 ≤ y ≤ 4 + x para 0 ≤ x ≤ 7
F: – 2 x < y ≤ para 0 ≤ x ≤ 5
A equação da reta em sua forma geral
ax + by = c não foi especialmente contem-
plada na apresentação das ideias neste texto.
31
Matemática – 3ª série – Volume 1
Entretanto, consideramos importante que o pro-
fessor explore em alguns exercícios o fato de que
tal equação sintetiza adequadamente os dois ca-
sos aqui estudados separadamente: as retas para-
lelas aos eixos coordenados e as retas inclinadas
em relação aos eixos. Particularmente importan-
te, nesse caso, é reconhecer a inclinação da reta
apresentada na forma geral ax + by = c. Sendo
b ≠ 0, a reta não será paralela ao eixo OY e pode-
mos encontrar sua inclinação. Explicitando o va-
lordey,escrevemosy=
–a
b
x+
c
b
enotamosque
a inclinação da reta é m =
–a
b
. Seria interessante
praticar tal reconhecimento em variados exercí-
cios. Para dedicar mais espaço neste Caderno à
exploraçãodetemasmenosfrequentementeabor-
dados, deixamos tal tarefa a cargo do professor.
8. Uma pessoa deve fazer uma dieta em que
deve ingerir, no mínimo, 75 g de proteínas por
dia, servindo-se apenas de certo alimento A.
a) Se cada grama de A fornece 0,15 g de
proteína, quantos gramas de A deverão
ser ingeridos por dia, no mínimo?
Sendo x a quantidade de gramas de A a ser ingerida, deve-
mos ter x 0,15 ≥ 75.
Concluímos, então, que x ≥ 500, ou seja devem ser ingeridos
no mínimo 500 g do alimento A.
b) Represente algebricamente a relação
entre a quantidade x de A em gramas a
ser ingerida e a quantidade y de proteí-
nas correspondente.
A quantidade y em gramas de proteína ingerida é uma fun-
ção da quantidade x em gramas ingeridos do alimento A. En-
tão, temos: y = 0,15x.
c) Represente no plano cartesiano os
pontos correspondentes aos pares
(x; y) para os quais a prescrição da die-
ta é atendida.
Os pares (x; y) do plano cartesiano que correspondem ao
atendimento à prescrição da dieta são os pontos da reta
y=0,15x, tais que x ≥ 500, ou seja, são os pontos da reta
y=0,15x à direita da reta x = 500.
d) Represente no plano cartesiano a
região em que a dieta estaria igual-
mente satisfeita, porém com alimen-
tos mais ricos em proteínas do que o
alimento A.
Os pares (x; y) que correspondem a alimentos mais ricos em
proteínas do que A são tais que y > 0,15x, ou seja, ingerindo-se
x gramas, a quantidade y de proteínas será maior do que 0,15x:
trata-se da região acima da reta y = 0,15x; como devemos
ter a ingestão de, no mínimo, 75g de proteína, então y ≥ 75,
e devemos considerar, na região y > 0,15x, apenas os pontos
acima da ou na reta y=75.
32
9. Um fazendeiro dispõe de 18 al-
queires para plantar milho e alfa-
fa. Chamando de x a área a ser
plantada de milho, e y a área a ser planta-
da de alfafa, e sabendo-se que o fazendei-
ro pode optar por deixar uma parte das
terras sem plantar nenhuma das culturas,
responda às questões a seguir:
a) Represente a relação algébrica que deve
existir entre os valores de x e y.
Sendo x a quantidade de alqueires plantados de milho e y a
quantidade de alqueires plantados de alfafa, e sabendo-se que
existe a opção de não plantar todos os 18 alqueires, devemos
ter, então, a soma x + y menor ou igual a 18, ou seja, x + y ≤ 18.
b) Represente a região A do plano carte-
siano que corresponde à relação entre x
e y anteriormente referida.
Representando no plano cartesiano, obtemos o semiplano
abaixo da reta x + y = 18, e mais os pontos da reta x + y = 18;
naturalmente, somente faz sentido no problema em questão
os pares (x; y) em que temos x ≥ 0 e y ≥ 0.
y = 75
x = 500
y = 0,15x
x
y
Para obtermos a representação dos pontos da reta x + y = 18,
basta escolhermos os pontos em que x = 0 (e, portanto, y =
=18), e em que y = 0 (e, portanto, x = 18).
c) Sabendo-se que devem ser plantados,
no mínimo, 5 alqueires de milho, qual
a região B do plano correspondente
aos pares (x; y) que satisfazem as con-
dições formuladas?
Sabendoquedevemserplantadosnomínimo5alqueiresdemi-
lho,temos,então,x≥5;noplano,teremosaregiãoàdireitadareta
x = 5, e abaixo da reta, x + y = 18.
d) Sabendo-se que devem ser plantados, no
mínimo, 5 alqueires de milho e, no míni-
mo, 3 alqueires de alfafa, qual a região C
do plano que corresponde aos pares (x; y)
que satisfazem as condições formuladas?
Sabendo que devem ser plantados no mínimo 5 alqueires de
milho e no mínimo 3 alqueires de alfafa, devemos ter, simulta-
neamente, x + y ≤ 18, x ≥ 5 e y ≥ 3; no plano, trata-se da região
acima da, ou na reta y = 3, à direita da, ou na reta x = 5, e abaixo
da, ou na reta x + y = 18 (incluindo-se os pontos das duas retas).
33
Matemática – 3ª série – Volume 1
Considerações sobre a avaliação
Ao final desta Situação de Aprendizagem, é
fundamental que as equações de retas estejam
naturalmente associadas à variação proporcio-
nal entre x e y, tanto a partir da origem quanto
a partir de outros valores: y = kx, y – h = kx,
ou ainda, y – y0 = k(x – x0).
Espera-se que os alunos compreendam que re-
tas paralelas aos eixos têm equações simples, e que
retas inclinadas em relação aos eixos têm equações
na forma y = mx + h e ainda que saibam interpre-
tar o significado dos coeficientes m e h. Especial
atenção deve ser dada ao pequeno triângulo que
determina a inclinação de cada reta, em decorrên-
cia das múltiplas informações que ele oferece.
Também faz parte das expectativas de
aprendizagem o reconhecimento de regiões
do plano determinadas por desigualdades
do tipo y < mx + h, ou y > mx + h, bem
como de suas variações, envolvendo igual-
dade e desigualdade.
x + y = 18
18
5
180 x
y
B
x + y = 18
18
5
180 x
y
C
3
x + y = 18
18
180 x
y
A
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
PROBLEMAS LINEARES – MÁXIMOS E MÍNIMOS
Conteúdos e temas: equação da reta em diferentes contextos: problemas lineares; representa-
ção de retas e regiões do plano cartesiano: problemas de máximos e mínimos.
Competências e habilidades: capacidade de recorrer à linguagem da Geometria Analítica para
enfrentar situações-problema em diferentes contextos; reconhecimento da importância da ideia
de proporcionalidade e de sua relação direta com as equações das retas.
Sugestão de estratégias: apresentação de uma coleção de problemas lineares, alguns deles
envolvendo situações de máximos ou mínimos, como motivação para uso das equações e
inequações associadas a retas e regiões do plano.
34
Roteiro para aplicação da Situação
de Aprendizagem 3
De maneira geral, situações que envolvem
grandezas diretamente proporcionais, ou cujas
variações, a partir de certo valor inicial, traduzem
umaproporcionalidadedireta,resultamemequa-
ções de retas, quando traduzidas algebricamente.
Vamos examinar, nas atividades a seguir, algumas
situações concretas desse tipo. Os enunciados dos
problemas podem não parecer usuais no conteú-
dodeGeometriaAnalítica,masorequisitoparaa
soluçãodetodoseleséapenasoconhecimentobá-
sico que já foi apresentado envolvendo equações
de retas ou inequações correspondentes a regiões.
Alguns dos problemas examinam situações de
otimização, ou seja, em que se busca a solução
de um problema de máximo ou de mínimo. As
perguntas iniciais de cada problema são simples e
servem de degraus para facilitar a compreensão e
a solução das últimas questões.
1.Emumafábricaqueproduzum
só tipo de produto, o custo C da
produção de x unidades é a soma
de um custo fixo C0 com um custo variável C1,
queéproporcionalax.Seoprocessodeprodu-
ção for tal que cada unidade produzida a mais
tenha sempre o mesmo custo, independente-
mente do valor de x, então C1 = kx, onde k re-
presenta o custo de cada unidade do produto.
Emumafábricacomoadescritaacima,tem-se:
C = 3 000 + 150x (x é o número de artigos; C é
o custo da produção em reais).
a) Esboce o gráfico de C em função de x.
O gráfico de C = 3000 + 150x é uma reta de inclinação
m = 150, cortando o eixo OY, em que está representado o
custo C, no ponto (0; 3 000):
C = 3 000 + 150x
C
x
3000
150
1
b) Para qual valor de x o custo fixo se igua-
la ao custo variável?
O custo fixo é 3 000 e o custo variável é 150x; eles são iguais
quando x = 20.
C = 3 000 + 150xC
3000
1
150
C1 = 150x
20
x
c) A partir de qual valor de x o custo fixo
passa a representar menos de 10% do
custo total da produção?
O custo fixo passará a corresponder a 10% do custo total na
seguinte situação:
3000 = 10% de (3000 + 150x), ou seja, na seguinte situação
3000 = 0,1(3000 + 150x), e então x = 180.
2. Uma fábrica produz dois tipos de produtos:
A e B. A quantidade produzida diariamente
de A é igual a x, e a quantidade diária de B
é igual a y. O processo de produção é tal que
35
Matemática – 3ª série – Volume 1
x
y
5x + 8y = 3200
5x + 8y = 2400
480
400
300
6400
c) Represente em um sistema de coorde-
nadas no plano os pares (x; y) para os
quais se tem C ≤ 3200.
Teremos o custo C menor ou igual a 3200 na região do pri-
meiro quadrante situada na reta 5x + 8y = 3 200 ou abaixo dela:
y
x0 640
5x + 8y = 3200
400
3. Uma pessoa deve fazer uma dieta que for-
neça pelo menos 6 mg de vitamina B2, ali-
mentando-se exclusivamente dos alimen-
tos I e II, oferecidos em pacotes de 100 g.
Cada pacote do alimento I fornece 1,2 mg
de B2, e cada pacote do alimento II for-
nece 0,15 mg de B2. Sendo x o número de
pacotes do alimento I a serem ingeridos, e
y o número de pacotes do alimento II:
cada unidade produzida de A custa sempre
5 reais e cada unidade de B custa 8 reais, sen-
do, portanto, o custo da produção conjunta
de A e B igual a C = 5x + 8y (C em reais).
a) Sendo o valor de C, em determinado
dia, igual a R$ 2400,00, determine dois
pares de valores possíveis para x e y.
Para 2400 = 5x + 8y, podemos ter x = 0 e y = 300, ou então,
y = 0 e x = 480, ou ainda, x = 400 e y = 50. Existem infinitos pares
de valores de x e de y que satisfazem a relação dada: são os cor-
respondentes aos pontos da reta cuja equação 5x + 8y = 2400
é representada a seguir:
5x + 8y = 2400
480
400
300
50
x
y
0
b) Sendo o máximo valor admissível para
C igual a R$ 3200,00, qual o valor má-
ximo possível para x? E qual é o valor
máximo possível para y? (Observação:
x ≥ 0, y ≥ 0).
Sendo C = 3 200, então temos:
5x + 8y = 3200. Os pares (x; y)
correspondentes situam-se sobre a reta
5x + 8y = 3 200 (que é paralela à reta
5x + 8y = 2 400).
Quando y = 0, x assume o valor máximo possível: x = 640.
Quando x = 0, y assume o valor máximo possível: y = 400.
36
a) Escreva a relação que deve existir entre
x e y para que a dieta seja satisfeita.
Como cada pacote do alimento I fornece 1,2 mg de vitamina B2,
x pacotes de I fornecerão x 1,2 mg de vitamina B2; se cada pa-
cote de II fornece 0,15 mg de B2, então y pacotes de II fornece-
rão 0,15 y mg de B2. Logo, ingerindo x pacotes de I e y pacotes
de II, a quantidade ingerida de B2 será igual a 1,2x + 0,15y. Para a
dieta ser satisfeita, devemos ter 1,2x + 0,15y ≥ 6.
b) Represente graficamente os pares (x; y) que
satisfazem essa relação. (Lembre-se de que
devemos ter, naturalmente, x ≥ 0, y ≥ 0.)
y
x0 5
1,2x + 0,15y = 6
40
Os pontos (x; y) que satisfazem a relação 1,2x + 0,15y ≥ 6 são
os pontos do primeiro quadrante que se situam acima da ou
na reta 1,2x + 0,15y = 6. Essa reta intercepta o eixo OX no pon-
to (5; 0) e o eixo OY no ponto (0; 40).
4. Retome o enunciado da atividade anterior.
Considere que cada pacote de 100 g do ali-
mento I custa 5 reais, e que cada pacote do
alimento II custa 2 reais.
a) Expresse o custo C da alimentação, se
forem utilizados x pacotes de I e y pa-
cotes de II.
Como cada pacote de I custa 5 reais e cada pacote de II custa 2
reais,ocustoCseráiguala5x+2y,ouseja,C=5x+2y(Cemreais).
b) Represente graficamente no plano car-
tesiano os pares (x; y) que correspon-
dem ao custo C1 = 40 reais, notando que
eles correspondem a uma reta r1.
Sendo o custo C1 = 40, os pares (x; y) que satisfazem a relação
40 = 5x + 2y são os pontos da reta r1, representada a seguir.
Pararepresentartalreta,bastanotarquequandox=0,y=20,eque
quandoy=0,x=8,ouseja,ospontos(0;20)e(8;0)pertencemar1.
y
x
20
C1 = 40
5x + 2y = 40
r1
0 8
c) Represente os pontos que correspondem
ao custo de C2 = 60 reais e C3 = 80 reais,
notando que eles correspondem às retas
r2 e r3, paralelas à reta r1 do item anterior.
OspontosquecorrespondemaocustoC2 =60eC3 =80sãopon-
tos, respectivamente, das retas r2 : 5x + 2y = 60 e r3 : 5x + 2y = 80,
representadas a seguir.
Para representar r2, basta notar que:
se x = 0, então y = 30;
se y = 0, então x = 12.
Para representar r3, analogamente, temos:
x = 0, y = 40; y = 0, x = 16.
As retas r2 e r3 são paralelas, pois têm a mesma inclinação m,
determinada pelos coeficientes 5 e 2: m = –
5
2
.
d) Mostre que quanto menor o custo, me-
nor a ordenada do ponto em que a reta
que o representa intercepta o eixo y.
37
Matemática – 3ª série – Volume 1
Para cada valor fixado de C, a reta C = 5x + 2y intercepta o eixo
OY no ponto 0;
C
2
; assim, quanto menor o custo, menor
o valor de
C
2
. Podemos observar esse fato nos exemplos dos
itens anteriores, para C igual a 40, 60 e 80.
y
x0 8 12 16
r2
r1
C1 = 40
C2 = 60
C3 = 80
r3
40
30
20
e) Para qual dos pares (x; y) tem-se a dieta
satisfeita e o custo da alimentação o me-
nor possível?
y
x0 5
40
1,2x + 0,15y ≥ 6
Recordemos, da atividade 3, que para a dieta ser satisfeita, os
pares (x; y) devem pertencer à região do primeiro quadrante
situada na reta 1,2x + 0,15y = 6, ou acima dela. Estamos, agora,
procurando o par (x; y) que corresponde ao custo mínimo en-
tre os pontos da região em que 1,2x + 0,15y ≥ 6.
Vamos observar como as retas que traduzem os custos da ali-
mentação, representadas anteriormente, situam-se na região
que satisfazem a dieta.
Notamos que:
para os diversos valores do custo, as retas representativas
são paralelas inclinação igual a –
5
2
;
quanto mais baixa for a reta que representa o custo, menor
é esse custo – seu valor determina o ponto em que a reta
corta o eixo y, que é 0;
C
2
;
o ponto mais baixo a que se pode chegar sem sair da região
que satisfaz a dieta (acima ou na reta 1,2x + 0,15y = 6), é o
ponto (5; 0);
nesse ponto, o custo será C = 5 5 + 2 0 = 25, que é o
custo mínimo.
Todos esses fatos estão reunidos na figura a seguir:
y
x850 12
20
16
1,2x + 0,15y ≥ 6
C = 5x + 2y
C = 80
C = 60
C = 40
fora da região
de satisfação
da dieta
Cmínimo
C = 25
30
12,5
40
Portanto, o custo mínimo, nas condições do enunciado,
ocorre com 5 pacotes do alimento I e nenhum pacote do
alimento II; tal custo corresponde a 25 reais.
5. Um pequeno fazendeiro dispõe
de 8 alqueires para plantar milho e
cana. Ele deve decidir quanto plan-
tar de milho e quanto de cana, em alqueires,
de modo que seu rendimento total seja o
maior possível. Cada alqueire de milho plan-
tado deve resultar em um rendimento líquido
38
de R$ 20 mil, e cada alqueire de cana deverá
render R$ 15 mil. No entanto, cada alqueire
de milho requer 20000L de água para irriga-
ção e cada alqueire de cana requer somente
10000L de água, sendo que, no período cor-
respondente, a quantidade de água disponí-
vel para tal fim é 120000L.
Considere x e y as quantidades de alqueires
plantados de milho e cana, respectivamente.
a) Como se pode representar, em termos
de x e y, o rendimento total R a ser rece-
bido pelo fazendeiro, supondo que ven-
da a totalidade de sua produção?
Cada alqueire de milho renderá 20 000; logo, se plan-
tar x alqueires, o rendimento será 20 000x. Cada alqueire
de cana renderá 15 000; logo, se plantar y alqueires de
cana, o rendimento será 15 000y. O rendimento total será
R = 20 000x + 15 000y.
b) Qual a relação entre x e y que traduz
a exigência de que o total de alqueires
plantados não pode ser maior do que 8?
Represente no plano cartesiano os pon-
tos (x; y) que satisfazem essa relação.
Sendo x a quantidade de alqueires a ser plantados de milho e y
a quantidade de alqueires plantados de cana, a soma x + y não
pode ultrapassar os 8 alqueires disponíveis, ou seja: x + y ≤ 8.
y
x8
8
x + y ≤ 8
c) Qual é a relação entre x e y que traduz
a exigência de que o total de água a ser
utilizado não pode superar os 120000L?
Represente no plano cartesiano os pon-
tos (x; y) que satisfazem essa relação.
Como cada alqueire de milho requer 20000L de água, x al-
queires requererão 20000x L; da mesma forma, y alqueires de
cana utilizarão 10000y L de água. Assim, o total de litros de
água utilizados será 20000x + 10000y, e não poderá ultrapas-
sar o limite de 120000, ou seja: 20000x + 10000y ≤ 120000. Isso
corresponde aos pontos situados abaixo da reta ou na reta
20000x + 10000y = 120000. Veja a representação:
y
12
0 6 8
2x + y = 12
2x + y ≤ 12
x
Para representar a reta, podemos simplificar os coeficientes,
obtendo 2x + y = 12.
para x = 0, temos y = 12;
para y = 0, temos x = 6.
d) Represente no plano cartesiano o conjunto
dospontosquesatisfazemsimultaneamen-
te as duas exigências expressas nos itens b e
c (lembrando que devemos ter x ≥ 0, y ≥ 0).
Os pontos do plano que satisfazem simultaneamente as duas
restrições são os pontos situados abaixo ou na reta x + y = 8,
e abaixo ou na reta 2x + y = 12. Formam o quadrilátero ABCD
indicado na representação a seguir.
39
Matemática – 3ª série – Volume 1
r1: 4x + 3y = 15 r2: 4x + 3y = 24
x = 0 y = 5 x = 0 y = 8
y = 0 x =
15
4
y = 0 x = 6
f) Mostre que, quanto maior o rendimento
R, maior a ordenada do ponto em que a
reta que o representa intercepta o eixo OY.
Para cada valor fixado do rendimento R, a reta R = 20 000x +
+ 15 000y corta o eixo OY no ponto em que x = 0, ou seja,
em que y =
R
15000
. Isso significa que quanto maior o ren-
dimento, maior é a ordenada do ponto em que a reta que o
representa intercepta o eixo y.
g) Determineopontodaregiãodoitemdque
corresponde ao rendimento total máximo.
Buscamos agora o ponto da região de viabilidade do pro-
blema, ou seja, que foi determinado no item d, no qual o
rendimento total R é o maior possível. O maior valor possível
para a reta R = 20 000x + 15 000y cortar o eixo y sem sair da re-
gião de viabilidade corresponde à reta que passa pelo ponto
de interseção das retas x + y = 8 e 2x + y = 12. Calculando tal
ponto, obtemos x = 4 e y = 4. No ponto (4; 4), portanto, o valor
de R é o maior possível, respeitadas as condições de x + y ≤ 8
e 2x + y ≤ 12. Calculando o valor de R nesse ponto, obtemos:
R = 20 000 4 + 15 000 4, ou seja, R = 140 000 reais. Acompa-
nhe o raciocínio que foi feito na figura abaixo:
fora da região
da viabilidade
Rmáximo
4
4
y
12
B
x + y = 8
8615___
4
x
C
R2 = 120000
2x + y = 12
R1 = 75000
A
5
D
0
8
y
12
8 A
D C
B
0 6 8
2x + y = 12
x + y = 8
x
e) Determine o conjunto dos pontos
(x; y) do plano que correspondem ao
rendimento R1 = 75mil e os que corres-
pondem ao rendimento R2 = 120mil.
Os pontos (x; y) que correspondem ao rendimento
R1 = 75 000 reais são os pontos da reta r1 de equação
75 000 = 20 000x + 15 000y,ou seja, simplificando os coefi-
cientes, 4x + 3y = 15.
Os pontos que correspondem ao rendimento R2 = 120000 são
os pontos da reta r2 de equação 120000 = 20000x + 15000y, ou
seja, simplificando os coeficientes, 24 = 4x + 3y. As duas retas são
paralelas e estão representadas a seguir:
y
12
8
B
x + y = 8
8615___
4
x
C
R2 = 120000
2x + y = 12
R1 = 75000
A
5
D
0
40
Desafio!
Umafábricautilizadoistiposdemáquinas,M1 eM2,paraproduzirdoistiposdeprodutos,P1 eP2.
Cada unidade de P1 exige 2 horas de trabalho de M1 e 2 horas de M2; cada unidade de P2 exige 1 hora
de trabalho de M1 e 4 horas de M2. Sabe-se que as máquinas M1 e M2 podem trabalhar, no máximo,
10horaspordiae16horaspordia,respectivamente,equeolucrounitário,navendadeP1,éiguala40
reais, enquanto na venda de P2, o lucro unitário é de 60 reais. Representando por x a quantidade diá-
ria a ser produzida de P1 e por y a quantidade a ser produzida de P2, responda às questões seguintes:
a) Qual é a relação entre x e y de modo que o tempo de utilização da máquina M1 não
ultrapasse as horas diárias permitidas? Represente os pontos correspondentes no plano
cartesiano.
Cada unidade de P1 utiliza 2 h de M1; cada unidade de P2 utiliza 1 h de M1; logo, produzindo-se x unidades de P1 e y unidades de
P2, a máquina M1 ficará ocupada x 2 + y 1 horas. Como M1 poderá trabalhar no máximo 10 h, devemos ter 2x + 1y ≤ 10. Corres-
ponde à região do plano abaixo da ou na reta 2x + y = 10 (ver a seguir).
y
x8
2x + 4y ≤ 16
4
y
x5
10
2x + y ≤ 10
b) Qual é a relação entre x e y de modo que o tempo de utilização da máquina M2 não
ultrapasse as horas diárias permitidas? Represente os pontos correspondentes no
plano cartesiano.
Da mesma maneira, ao item anterior, cada unidade de P1 utiliza 2 h de M2, e cada unidade de P2 utiliza 4 h de M2. Logo, x unidades
de P1 e y unidades de P2 utilizarão 2x + 4y horas de M2, e devemos ter 2x + 4y ≤ 16. O gráfico está representado anteriormente.
c) Represente a região do plano cartesiano que corresponde aos pontos (x; y) que satisfa-
zem simultaneamente às duas restrições dos itens a e b.
41
Matemática – 3ª série – Volume 1
Trata-se da região do primeiro quadrante situada abaixo das ou nas retas 2x + y = 10 e 2x + 4y = 16; é o quadrilátero A de vértices
(0; 0), (5; 0), (0; 4) e (4; 2). Para encontrar o vértice (4; 2), basta achar a interseção das retas 2x + y = 10 e 2x + 4y = 16
y
x85
2
2x + 4y ≤ 16
A
2x + y ≤ 104
10
4
d) Qual é a expressão do lucro total L que resulta da venda de todas as unidades produzidas
de P1 e P2?
O lucro total L, que resulta da venda de todas as x unidades produzidas de P1 e y unidades produzidas de P2, é igual a 40x + 60y, pois
cada unidade de P1 gera um lucro de 40, e cada unidade de P2 gera um lucro de 60. Assim, temos L = 40x + 60y.
e) Represente os pontos do plano que correspondem a um lucro total igual a 120 reais.
Se o lucro L for igual a 120 reais, temos: 120 = 40x + 60y. Os pontos que satisfazem a essa relação pertencem a uma reta, represen-
tada a seguir:
y
x3
2
0
120 = 40x + 60y
42
f) Qual é o ponto da região do item c que corresponde ao lucro total máximo?
Devemos encontrar o ponto da região A, indicada no item c, para o qual o lucro total L seja máximo. A região A é formada pelos
pares (x; y), que obedecem às duas restrições inicialmente apresentadas, constituindo, assim, a região de viabilidade para o pro-
blema. Para descobrir tal ponto, vamos relacionar o lucro L com a região A.
2x + 4y ≤ 16
y
10
8653 4
x
2
2x + y ≤ 10
Lmáximo
L = 240
Lucro crescente
A
L = 120
4
Para cada valor de L, a expressão L = 40x + 60y representa uma reta; para valores diferentes de L, as retas correspondentes são
todas paralelas. Por exemplo, para L = 240, temos 240 = 40x + 60y, que é uma reta que intercepta o eixo x no ponto (6; 0), e o eixo y
no ponto (0; 4).
Para encontrar o lucro máximo, basta procurar entre as retas paralelas L = 40x + 60 y aquela que corta o eixo y o mais alto pos-
sível, sem sair da região de viabilidade do problema. Tal reta é a que passa pelo ponto (4; 2); o valor de L correspondente é
L = 40 4 + 60 2 = 280. O lucro total máximo é, portanto, 280 reais.
Considerações sobre a avaliação
Nesta presente Situação de Aprendizagem,
foram explorados problemas lineares, envol-
vendo exclusivamente equações de retas, em
alguns dos quais o que estava em foco era uma
questão de otimização (de máximo ou de mí-
nimo). Tais problemas, apesar de seus enuncia-
dos relativamente longos, não são muito com-
plexos, exigindo apenas uma leitura atenta das
informações apresentadas. Eles podem se pres-
tar muito bem à realização de pequenos proje-
tos de estudo ou de investigação sobre os temas
abordados, como as dietas ou a organização do
trabalho em uma fábrica, por exemplo.
Os objetivos da Situação de Aprendizagem
estarão garantidos se os alunos conseguirem
explorar de modo analítico, com consciência,
todas as informações apresentadas em pelo
43
Matemática – 3ª série – Volume 1
menos em uma das atividades de otimiza-
ção, compreendendo o fato de que a solução
desta exige apenas conhecimentos iniciais de
Geometria Analítica. Não é necessário que
o professor resolva todos os exercícios, mas
é preciso que estabeleça como meta explorar
muito bem pelo menos uma das modelagens
apresentadas para problemas práticos.
Sobre a forma de avaliação, consideramosque
o assunto favorece uma utilização de múltiplos
instrumentos, não se limitando às provas. Traba-
lhos de modelagem matemática e equacionamen-
to de problemas lineares, incorporando-se outras
variáveis ou condições, além das referidas, podem
ser realizados, explorando-se centros de interesse
dos alunos.
Conteúdos e temas: caracterização da circunferência e das cônicas (elipse, hipérbole e parábola) por
meio de propriedades; equações da circunferência e das cônicas em situações simples, com centro
na origem; utilização das equações das circunferências e das cônicas em diferentes contextos.
Competências e habilidades: capacidade de expressar por meio da linguagem algébrica as pro-
priedades características de curvas muito frequentes na natureza, como as circunferências
e as cônicas; capacidade de reconhecer, em diferentes contextos, a presença das circun-
ferências e das cônicas, expressas por meio de suas equações; capacidade de lidar com as equa-
ções das circunferências e das cônicas para resolver problemas simples, em diferentes contextos.
Sugestão de estratégias: apresentação de um conjunto de situações em que as circunferências
e as cônicas estão presentes, explorando suas propriedades tendo em vista a representação de
tais curvas por meio de equações; apresentação de alguns exercícios exemplares, para sinali-
zar aos professores os principais centros de interesses dos temas estudados.
Roteiro para aplicação da Situação
de Aprendizagem 4
Nas três Situações de Aprendizagem
anteriores, a ênfase foi dada à abordagem
algébrica de problemas geométricos en-
volvendo as retas e suas equações. A par-
tir de agora, outras curvas serão estudadas
com os métodos da Geometria Analítica.
Também aqui não se trata de apresentar cur-
vas e propriedades desconhecidas, mas sim
de abordar de uma maneira nova uma sé-
rie de curvas e de problemas já conhecidos,
aumentando, assim, nossa capacidade de
resolver situações-problema.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
CIRCUNFERÊNCIAS E CÔNICAS: SIGNIFICADOS,
EQUAÇÕES, APLICAÇÕES
44
As circunferências e as cônicas (elipses, hipérboles e parábolas) são curvas que
também podem ser representadas no plano cartesiano e cuja propriedade obede-
cida pelos seus pontos pode ser descrita por meio de uma equação de duas variáveis.
A circunferência e a elipse podem ser vistas a partir de seções de um cilindro circular; a
elipse não passa de uma circunferência alongada em uma das duas direções.
circunferência elipse
circunferência
elipse
Os quatro tipos de curvas podem ser vistos como seções de uma superfície cônica.
©ConexãoEditorial
Também é possível observar superfícies cônicas colocando-se água em recipientes cilín-
dricos ou cortando-se adequadamente uma peça de salame.
©ConexãoEditorial
A caracterização dessas curvas pode
ser feita com mais vagar pelo professor,
sendo interessante, inclusive, a observa-
ção destas colocando-se água em recipien-
tes cilíndricos, cortando-se um salame, ou
construindo materiais para serem usados
em aula, com madeira e serrote.
A seguir, buscaremos apresentar as equa-
ções de tais curvas, quando situadas em um
plano cartesiano convenientemente escolhi-
do. Começaremos com a circunferência.
45
Matemática – 3ª série – Volume 1
Circunferência
A propriedade característica da circunfe-
rência é a de que seus pontos são todos equidis-
tantes de um ponto interior chamado centro; a
distância comum de cada um de seus pontos ao
centro é o raio da circunferência. Assim, se o
centro for a origem do sistema de coordenadas
e P (x; y) um ponto de uma circunferência de
raio r, a equação que relaciona as coordenadas
de um ponto qualquer da circunferência é:
d(P; O) = r;
ou seja, x2
+ y2
= r;
ou, ainda, x2
+ y2
= r2
.
Se o centro C for o ponto (xo; yo), então da
igualdade característica d(P; C) = r resultará:
(x – xo)2
+ (y – yo)2
= r.
Ou seja, (x – xo)2
+ (y – yo)2
= r2
.
y
xx0
y
r
P
√––––––
√–––––––––––––––––
y
x
xx0
0
y
y0
r
C
P
Exemplos
A equação x2
+ y2
= 10 representa uma cir-
cunferência com centro na origem e raio
igual a √––10.
A equação (x – 3)2
+ (y – 5)2
= 16 represen-
ta uma circunferência de centro no ponto
(3; 5) e raio igual a 4.
A equação x2
+ (y – 1)2
= 25 representa
uma circunferência de centro no ponto (0;
1) e raio igual a 5.
A equação (x + 7)2
+ y2
= 13 representa
uma circunferência de centro no ponto (–7;
0) e raio igual a √––13.
1. Sabendo que uma circunfe-
rência de centro C(x0; y0) e
raio r tem equação (x – x0)2
+
+ (y – y0)2
= r2
, considere a circunferência
de centro (4; 4) e de raio 4.
46
a) Represente-a no plano cartesiano a se-
guir e determine sua equação.
A equação da circunferência é (x – 4)2
+ (y – 4)2
= 16; ver figura
a seguir.
y
x0
4
4
4
SP1
P2
b) Determine a equação da reta s que
passa pela origem e pelo centro da
circunferência.
A reta s que passa pela origem e pelo centro da circunferên-
cia tem inclinação igual a 1; logo, sua equação é y = x.
c) Calcule as coordenadas dos pontos P1 e
P2, de interseção da reta s com a circun-
ferência dada.
Os pontos de interseção da reta s com a circunferên-
cia são as soluções do sistema formado pelas equações
y = x e (x – 4)2
+ (y – 4)2
= 16. Substituindo y por x na se-
gunda equação, obtemos x1 = 4 + 2 2 e x2 = 4 – 2 2.
Logo, P1 = (4 + 2 2; 4 + 2 2) e P2 = (4 – 2 2; 4 – 2 2).
d) Calcule a distância entre P1 e P2.
Calculando a distância entre P1 e P2, encontramos 8, que é o
diâmetro da circunferência.
Professor:
Outros exercícios poderiam ser propos-
tos, articulando o reconhecimento da
equação da circunferência e os resulta-
dos já conhecidos sobre retas. Em virtu-
de da limitação do espaço do Caderno,
deixamos tal tarefa para o discernimento
e a disponibilidade do professor.
Elipse
As curvas chamadas cônicas – a elipse, a hipérbole e a parábola – ocorrem com muita frequência
na natureza e no dia a dia. Vamos conhecer suas principais características, começando pela elipse.
Quando inclinamos um recipiente cilíndrico aberto, de seção circular, contendo água em
repouso, o contorno da superfície da água é uma elipse. Também é uma elipse a sombra pro-
jetada de uma circunferência situada em um plano vertical, quando a luz do Sol, ou outra luz
qualquer, incide obliquamente.
©ConexãoEditorial
47
Matemática – 3ª série – Volume 1
Foi Johannes Kepler (1571-1630), em seus estudos de Astronomia, quem associou às traje-
tórias dos planetas ao redor do Sol não mais circunferências, mas sim elipses, ou seja, circunfe-
rências “achatadas”. Nessas elipses, Kepler destacou a existência de dois pontos simetricamen-
te opostos em relação ao centro, chamados focos, em um dos quais o Sol se situava.
A partir desses dois pontos, uma propriedade fundamental pode ser utilizada para caracte-
rizar uma elipse: qualquer ponto da elipse é tal que a soma das distâncias até esses dois pontos
fixados, que são os focos, é constante. Jardineiros utilizam frequentemente essa propriedade
para construir canteiros elípticos: fincando-se duas estacas, uma em cada foco, e deslocando-
-se um estilete, com um barbante de comprimento L (maior do que a distância entre os focos)
esticado, obtém-se uma elipse.
d(P, F1) + d(P, F2) = constante
F1
F2
Um coador de café de plástico pode ilustrar o fato de que as elipses
podem ser consideradas como curvas intermediárias entre a circunfe-
rência e o segmento de reta:
Uma elipse apresenta dois eixos de simetria: o semieixo maior cos-
tuma ser representado por a, o menor por b. Assim, os dois eixos são
2a e 2b.
0 x
y
Semieixos
a
␺
–a
–b
b
©ConexãoEditorial
©ConexãoEditorial
©ConexãoEditorial
©ConexãoEditorial
48
Como já foi dito anteriormente, a elipse é
como uma circunferência "achatada". Com
isso em mente, vamos obter a equação da elip-
se com centro na origem.
2. Usando o fato de que a elip-
se é uma circunferência “acha-
tada”, ou seja, é a curva obtida
quando reduzimos (ou ampliamos) na
mesma proporção todas as cordas perpen-
diculares a um diâmetro dado, mostre que
a equação da elipse de centro na origem e
com os semieixos a e b é
x2
a2
+
y2
b2
= 1.
y
0 x
x2
a2
+ = 1
y2
b2
x2
+(y’
)2
= a2
(x; y’
)
(x; y)
Elipse
Circunferência
–a
–a
l
a
–b
a
b
De fato, se os pontos (x; y’) de uma circunferência de centro na
origem e raio a satisfazem a equação x2
+ y’2
= a2
, os pontos (x; y)
da elipse obtida reduzindo todas as ordenadas na proporção de
a para b (a > b > 0) são tais que
y’
y
=
a
b
, ou seja, y’ = y
a
b
.
Substituindo esse valor de y’ na equação da circunferência
x2
+ y’2
= a2
, obtemos x2
+
y a
b
2
= a2
, de onde resulta:
x2
a2
+
y2
b2
= 1, que é a equação da elipse.
Exemplos
A equação
x2
9
+
y2
7
= 1 representa
uma elipse de semieixos 3 e √––7, com
centro na origem;
A equação x2
+
y2
5
= 1 representa uma
elipse de semieixos 1 e √––5, com centro
na origem;
A equação 4x2
+ 9y2
= 36 representa
uma elipse, pois pode ser escrita na for-
ma equivalente
x2
9
+
y2
4
= 1; tem cen-
tro na origem e semieixos 3 e 2.
Professor:
Aqui seria interessante apresentar muitos
exercícios de identificação dos dois semi-
eixos de elipses dadas por equações na
forma
x2
a2
+
y2
b2
= 1, com a correspon-
dente representação no plano cartesiano,
bem como exercícios de escrita das equa-
ções de elipses já representadas no plano,
com o centro na origem do sistema e com
os valores dos semieixos indicados sobre os
eixos coordenados.
3. Em uma elipse com centro na origem e
semieixo maior a no eixo OX, os pontos
(0; b) e (0; –b) distam do centro menos do
que a. Os pontos do eixo OX que estão a
uma distância a de (0; b) e (0; –b) têm coor-
denadas (c; 0) e (–c; 0). Eles são particular-
mente importantes, sendo chamados focos
da elipse. O valor c é chamado distância
focal da elipse. Por construção, a soma das
distâncias dos pontos (0; b) e (0; –b) até os
focos é igual a 2a. É possível mostrar que
49
Matemática – 3ª série – Volume 1
para todo ponto P (x; y) do plano, se
x2
a2
+
+
y2
b2
= 1, então a soma das distâncias de
P até os focos (c; 0) e (–c; 0) é igual a 2a.
A razão c
a
é chamada excentricidade da
elipse, sendo representada pela letra e.
y
0 x–a a
–b
–c c
a a
b
a) Mostre que, entre a, b e c, vale a relação
a2
= b2
+ c2
.
Observando o triângulo retângulo formado na figura, de hi-
potenusa a e catetos b e c, concluímos que a2
= b2
+ c2
.
b) Mostre que, fixado o valor de a, quanto
menor for o valor de b, mais a excentrici-
dade se aproxima de 1 e a elipse se aproxi-
ma de um segmento de reta; quanto mais
próximo de a for o valor de b, mais a ex-
centricidade se aproxima de zero e a elipse
se aproxima de uma circunferência.
Como c = a2
– b2
notamos que, sendo fixado o valor de a,
quanto maior for o valor de b, menor será c, e portanto, menor a
excentricidade, e mais a elipse se aproxima de uma circunferên-
cia; quanto menor o valor de b, mais próximo de a é o valor de c,
e portanto, maior é a excentricidade, que se aproxima do valor 1.
Observação:
No caso da órbita da Terra, que Kepler con-
cluiu ser uma elipse com o Sol em um dos
focos, a excentricidade e é igual a 0,01675, ou
seja, a órbita é quase uma circunferência. Os
semieixos, nesse caso, são, aproximadamen-
te, a = 153 493 000 km e b = 153 454 000 km.
4. Considere a elipse representada a seguir de
centro na origem e semieixos a = 13 e b = 5.
y
x
F2F1
5
13
13
c
Determine:
a) a equação da elipse;
A equação da elipse é
x2
132
+
y2
52
= 1
b) a excentricidade da elipse;
A excentricidade da elipse é e =
c
a
, sendo c = 132
– 52
= 12.
Calculando o valor de e, temos: e =
12
13
= 0,923.
c) os focos da elipse;
Os focos da elipse são os pontos de coordenadas (c; 0) e (–c; 0),
ou seja, são os pontos (12; 0) e (–12; 0).
d) o valor de k para que o ponto P (5; k), do
primeiro quadrante, pertença à elipse;
Para que o ponto (5; k) pertença à elipse, devemos ter
52
132
+
k2
52
= 1, de onde obtemos que k = ±
60
13
. Sendo
P do primeiro quadrante, segue que k =
60
13
.
e) a soma das distâncias de P aos focos
da elipse.
Podemos calcular a soma das distâncias do ponto P 5;
60
13
até os focos obtidos no item c); sabemos, no entanto, que tal
valor será igual a 2a, ou seja, a 26.
50
Hipérbole
Quando representamos graficamente pares (x; y) de grandezas inversamente proporcio-
nais, isto é, cujo produto x y é constante e não nulo, a curva obtida é uma hipérbole:
y
x
0
y2
y1
x3
x2
x y = k
eixos perpendiculares/sistema ortogonal
x1
y3
x1 y1 = x2 y2 = x3 y3 = constante = k ≠ 0
0
y1
y2
x y = k
eixos oblíquos
x1 x2x3
x
y
y3
Como já vimos anteriormente, a hipérbole surge, ainda, quando seccionamos um cone cir-
cular reto com um plano que forma com o plano da base um ângulo maior do que aquele
formado por uma geratriz do cone com a base.
Quando um avião se desloca a certa
altura com velocidade maior do que a do
som, um problema importante consiste
em determinar a região da superfície da
Terra de onde se pode escutar o barulho
de seus motores. Essa região é chamada
zona de audibilidade e se desloca com o
avião. É possível mostrar que, em cada
instante, seu contorno é uma hipérbole.
©ConexãoEditorial
51
Matemática – 3ª série – Volume 1
Uma propriedade característica da hipérbole é a seguinte: existem dois pontos fixados F1 e F2
tais que a diferença entre as distâncias de qualquer ponto da curva até esses dois pontos é constan-
te. A partir dessa propriedade, é possível traçar hipérboles da forma indicada na figura a seguir:
F1 F2
P
hipérbole
d(P, F2) – d(P, F1) = constante
Para escrever a equação da hipérbole, podemos partir da representação de grandezas
inversamente proporcionais. No caso de um sistema XOY em que os eixos cartesianos
são ortogonais, a hipérbole é chamada equilátera e os dois ramos da curva aproximam-se
indefinidamente dos eixos coordenados, nunca os tangenciando. A origem é um centro
de simetria e os eixos coordenados são chamados, nesse caso, de assíntotas da hipérbole.
Por exemplo, as curvas formadas pelos pontos cujas coordenadas satisfazem as relações a
seguir são hipérboles tendo como assíntotas os eixos coordenados (ver figuras).
x
y
x · y = 7
0 x
y
x · y = –5
0
7 5
2,5
–2
–1
–7
1
–1
52
A equação x2
– y2
= 1 pode ser escrita
(x + y) (x – y) = 1, ou seja, X Y = 1,
sendo Y = (x – y) e X = (x + y); podemos,
então, verificar que os pontos (x; y) que sa-
tisfazem a equação x2
– y2
= 1 são os mes-
mos que satisfazem a equação X Y = 1.
Podemos reconhecê-los, no sistema carte-
siano, notando que quando X = 0, ou seja,
no eixo Y, temos y = x, o que significa que
o eixo Y é a bissetriz dos quadrantes ím-
pares, y = x. Analogamente, vemos que
Y = 0 quando y = – x, ou seja, o eixo X
é a bissetriz dos quadrantes pares. Temos,
então, a representação a seguir. Dizemos
que as assíntotas da hipérbole são as retas
y = x e y = – x.
x
y
x2
– y2
= 1
XY = 1
X (y = – x)
Y (y = x)
0
5. A equação 4x2
– 9y2
= 36 pode
ser considerada uma hipérbole.
Fatore o primeiro membro e
obtenha X e Y tal que X Y = 36. Em segui-
da, determine as assíntotas e faça uma
representação gráfica da hipérbole, obtendo
(2x – 3y) (2x + 3y) = 36, ou seja, X Y = 36.
x
0
y
4x2
– 9y2
= 36
Y (2x – 3y = 0)
X (2x + 3y = 0)
6. A equação de uma hipérbole representada
no plano cartesiano, com centro na ori-
gem, é do tipo
x2
a2
–
y2
b2
= 1, em que a é a
abscissa do vértice da hipérbole, nas condi-
ções representadas na figura seguinte:
– a a
y
b
x
– b
y xb
a
=
b
–y x
a
=
x2
a2
–
y2
b2
= 1
a) Sabendo isso, determine a equação da
hipérbole que passa pelo ponto (3; 0) e
tem como assíntotas as retas y = 4
3
x e
y = – 4
3
x
x2
9
=
y2
16
= 1
53
Matemática – 3ª série – Volume 1
b) Faça a representação gráfica da hipér-
bole e de suas assíntotas.
y
–1 4 62 3 51
–3
–5
–2
–4
4
2
5
3
1
0
–1–3 –2–4 x
7 8
–5–6–7–8
y = –
4
3
x y =
4
3
x
x2
9
–
y2
16
= 1
7. Obtenha a equação de uma hipérbole com
centro na origem, representada na figura, sa-
bendo que ela passa pelo ponto (a; 0) e que
tem como assíntotas as retas y = (
b
a )x e
y = (–
b
a )x.
Em relação ao sistema de eixos XOY, em que o eixo Y corres-
ponde à reta y =
b
a
x e o eixo X corresponde à reta y = –
b
a
x,
a equação da hipérbole seria : X Y = K (constante).
X
Y
–a a
0
y
x
y= – x
b
a
y= x
b
a
Em relação ao sistema ortogonal XOY, é possível mostrar que ao
produtoX Y=Kcorrespondeoproduto y–
b
a
x y+
b
a
x =
k.Um indício de tal fato é a correspondência:
Y = 0 corresponde a y –
b
a
x = 0
(eixo X) (assíntota da hipérbole)
X = 0 corresponde a y +
b
a
x = 0
(eixo Y) (assíntota da hipérbole)
Calculando o produto indicado, temos:
X Y = K corresponde a
y –
b
a
x y +
b
a
x = k.
Ou seja, y2
−
b2
a2
x2
= k.
Como a curva passa pelo ponto (a; 0), podemos calcular o
valor de k:
02
–
b2
a2
a2
= k, ou seja, k = – b2
Logo,aequaçãodahipérboleéy2
–
b2
a2
x2
=–b2
,deondeobtemos:
x2
a2
–
y2
b2
= 1
Professor:
Neste momento, seria interessante apre-
sentar diversos exercícios de representa-
ção no plano cartesiano de hipérboles
dadas por equações na forma apresen-
tada anteriormente, sempre destacando
as assíntotas, que podem ser obtidas
pela simples fatoração da diferença de
quadrados, característica da equação da
hipérbole nessa forma.
8. Sendo y =
b
a
x e y = –
b
a
x, com a e b
positivos, as assíntotas de uma hipérbole
54
que passa por (a; 0), os pontos F1(c; 0) e
F2(–c; 0), tais que c2
= a2
+ b2
, são chama-
dos focos da hipérbole. Na figura a seguir, são
apresentados os focos da hipérbole. É possível
mostrar que a diferença entre as distâncias de
um ponto qualquer da hipérbole até F1 e até
F2 é constante e igual a 2a.
x
b
y
c
ca
0
– a–c
F2(–c; 0) (c; 0)F1
y =
b
a
x
y = –
b
a
x
Para cada uma das hipérboles a seguir, deter-
mine os focos e calcule o valor constante da di-
ferença das distâncias entre um ponto qualquer
da hipérbole e os focos. Confira o valor obtido
fazendo os cálculos diretamente para um ponto
da hipérbole arbitrariamente escolhido.
a)
x
y
4
3
0
Temos a = 4, b = 3; logo, c = a2
+ b2
= 5.
Os focos são os pontos (5; 0) e (–5; 0).
A diferença entre as distâncias de um ponto qualquer da hi-
pérbole até os dois focos é igual a 2a, ou seja, é 8.
b)
x
y
5
12
Da mesma maneira, a = 5, b = 12 e c = 13.
Focos: (13; 0) e (–13; 0). A diferença entre as distâncias de
um ponto qualquer da hipérbole até os dois focos é 2a = 10.
c)
x
y
5
–5
Neste caso, os eixos estão invertidos, e os focos estão no eixo y.
Temos c = 5 2 e os focos (0; 5 2) e (0; –5 2). A diferen-
ça entre as distâncias de um ponto qualquer da hipérbole
até os dois focos é 2a = 10.
0
0
55
Matemática – 3ª série – Volume 1
Um dos sistemas utilizados para a locali-
zação de automóveis utiliza a propriedade ca-
racterística da hipérbole anteriormente referi-
da, ou seja, a diferença das distâncias de um
ponto P qualquer da hipérbole a dois pontos
fixados F1 e F2, que são seus focos, é constan-
te, ou seja, o valor absoluto da diferença PF1 –
–PF2 =constante.Seumautosituadonoponto
P enviar um sinal para cada uma das centrais
F1 e F2, considerando a diferença dos tempos
de recepção dos sinais, e consequentemente,
das distâncias entre P e F1 e P e F2, pode-se
concluir que o ponto P situa-se em um dos ra-
mos de uma hipérbole H12. Se outro sinal for
enviado do automóvel para uma terceira cen-
tral F3, combinando-se os dados de F2 e F3,
pode-se concluir que o ponto P situa-se sobre
outra hipérbole H32. Os pontos de interseção
das duas hipérboles fornecem as posições pos-
síveis para o automóvel.
F1
F2
F3
P
P
H32
H32
H12
H12
??
Parábola
Em geral, quando representamos graficamente pares (x; y) de
grandezas tais que y é diretamente proporcional ao quadrado de
x (y = kx2
, k constante e k ≠ 0), a curva correspondente no plano
cartesiano é uma parábola.
É o que ocorre, por exemplo, quando uma pedra é abandonada
e registramos a relação entre a distância percorrida verticalmente
e o tempo de queda livre. Também é uma parábola a trajetória de todos os projéteis lançados
obliquamente em relação à superfície da Terra, desconsiderados os efeitos do ar.
©ConexãoEditorial
y
0
y = kx2
x
56
Além disso, quando, de um ponto fixado no solo, lançamos projéteis sempre com a mesma
velocidade inicial vo, em todas as direções possíveis, em um plano vertical dado, o contorno da
região determinada pelos pontos que podem ser atingidos pelos projéteis é também uma pará-
bola, chamada parábola de segurança.
0
Quando seccionamos um cone circular reto por um plano que forma com a base um ângulo
exatamente igual ao que uma geratriz do cone forma com a base, obtemos também uma parábola.
©ConexãoEditorial
A parábola tem certas propriedades características que podem ser utilizadas para defini-la.
Uma delas é a existência de um ponto F, fixado, e de uma reta r, fixada, tais que a distância de cada
ponto P da parábola até F é igual à distância de P até r. F é o foco da parábola e r é sua diretriz.
PII
d(P, F) = d(P,r)
d(P', F) = d(P',r)
d(PII
, F) = d(PII
,r)P'
P
F
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aprofessora de geografia
 
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014professora de geografia
 
Avaliação de aprendizagem em processo professores 20132
Avaliação de aprendizagem em processo   professores  20132Avaliação de aprendizagem em processo   professores  20132
Avaliação de aprendizagem em processo professores 20132diretoriabragpta
 
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014professora de geografia
 
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental IImarcelosilveirazero1
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9aprofessora de geografia
 
Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano vol 2
Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano   vol 2Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano   vol 2
Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano vol 2Neide Marques
 
Educação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino MédioEducação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino Médiomarcelosilveirazero1
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aprofessora de geografia
 
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental IImarcelosilveirazero1
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3sCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3sprofessora de geografia
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)professora de geografia
 
Matriz de referencia
Matriz de referenciaMatriz de referencia
Matriz de referenciamfmpafatima
 
Plano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestores
Plano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestoresPlano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestores
Plano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestoresEscola Figueiredo Correia
 

Mais procurados (19)

Aap 6º ano_-_todas_as_disciplinas
Aap 6º ano_-_todas_as_disciplinasAap 6º ano_-_todas_as_disciplinas
Aap 6º ano_-_todas_as_disciplinas
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
 
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
 
Avaliação de aprendizagem em processo professores 20132
Avaliação de aprendizagem em processo   professores  20132Avaliação de aprendizagem em processo   professores  20132
Avaliação de aprendizagem em processo professores 20132
 
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
 
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
 
2ª formação AAP 2015
2ª formação   AAP 20152ª formação   AAP 2015
2ª formação AAP 2015
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
 
Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano vol 2
Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano   vol 2Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano   vol 2
Caderno do professor de geografia 5ª série 6 º ano vol 2
 
Educação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino MédioEducação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino Médio
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
 
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3sCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_3s
 
Matematica
MatematicaMatematica
Matematica
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
 
Matriz de referencia
Matriz de referenciaMatriz de referencia
Matriz de referencia
 
Rp lp 2_em
Rp lp 2_emRp lp 2_em
Rp lp 2_em
 
Plano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestores
Plano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestoresPlano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestores
Plano de ao do spaece 2012 elaborado pelos professores e gestores
 
Ppt iii currículo
Ppt iii  currículoPpt iii  currículo
Ppt iii currículo
 

Semelhante a Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s

395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdfDanilo A. Pereira
 
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014professora de geografia
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6aprofessora de geografia
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3sprofessora de geografia
 
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2Neide Marques
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sprofessora de geografia
 
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MECColeção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MECAndréa Thees
 
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio marcelosilveirazero1
 
PPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdf
PPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdfPPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdf
PPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdfRosiney1
 
Livro aprender mais matematica anos finais
Livro aprender mais matematica anos finaisLivro aprender mais matematica anos finais
Livro aprender mais matematica anos finaisrosefarias123
 
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisLivro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisrosefarias123
 
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisLivro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisKellen Castro Almeida
 
Livroaprendermaismatematicaanosfinais2
Livroaprendermaismatematicaanosfinais2Livroaprendermaismatematicaanosfinais2
Livroaprendermaismatematicaanosfinais2rosefarias123
 
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisLivro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisFran Correa
 
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)suellem camillato
 
Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014professora de geografia
 
Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011
Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011
Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011Fernanda Rezende Pedroza
 
36529302 guia-dop-professor
36529302 guia-dop-professor36529302 guia-dop-professor
36529302 guia-dop-professorMonica Cardoso
 

Semelhante a Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s (20)

395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
 
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
 
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2
 
Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944
Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944
Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
 
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MECColeção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
 
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
 
PPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdf
PPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdfPPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdf
PPT PROJETO DE VIDA_3S_PÓS-MÉDIO 2021.pdf
 
Livro aprender mais matematica anos finais
Livro aprender mais matematica anos finaisLivro aprender mais matematica anos finais
Livro aprender mais matematica anos finais
 
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisLivro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
 
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisLivro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
 
Livroaprendermaismatematicaanosfinais2
Livroaprendermaismatematicaanosfinais2Livroaprendermaismatematicaanosfinais2
Livroaprendermaismatematicaanosfinais2
 
Caderno.pdf
Caderno.pdfCaderno.pdf
Caderno.pdf
 
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finaisLivro aprender mais_matematica_anos_finais
Livro aprender mais_matematica_anos_finais
 
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
 
Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 3as séries 2014
 
Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011
Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011
Discussões sobre o currículo prescrito e real - 2011
 
36529302 guia-dop-professor
36529302 guia-dop-professor36529302 guia-dop-professor
36529302 guia-dop-professor
 

Último

Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 

Último (20)

Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 

Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s

  • 1. 3a SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume1 MATEMÁTICA
  • 2. MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR MATEMÁTICA ENSINO MÉDIO 3a SÉRIE VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo
  • 3. Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri
  • 4. Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo
  • 5. SUMÁRIO Orientação geral sobre os Cadernos 5 Situações de Aprendizagem 12 Situação de Aprendizagem 1 – A Geometria e o método das coordenadas 12 Situação de Aprendizagem 2 – A reta, a inclinação constante e a proporcionalidade 22 Situação de Aprendizagem 3 – Problemas lineares – máximos e mínimos 33 Situação de Aprendizagem 4 – Circunferências e cônicas: significados, equações, aplicações 43 Situação de Aprendizagem 5 – A equação de 3o grau e o aparecimento natural dos números complexos 60 Situação de Aprendizagem 6 – Das fórmulas à análise qualitativa: relações entre coeficientes e raízes 69 Situação de Aprendizagem 7 – Equações e polinômios: divisão por x – k e redução do grau da equação 75 Situação de Aprendizagem 8 – Números complexos: representação no plano e significado das operações (translações, rotações, ampliações) 83 Orientações para Recuperação 101 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 103 Considerações finais 105 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 107
  • 6. 5 Matemática – 3ª série – Volume 1 ORIENTAÇÃO GERAL SOBRE OS CADERNOS Os temas escolhidos para compor o con- teúdo disciplinar de cada volume não se afas- tam, de maneira geral, do que é usualmente ensinado nas escolas ou do que é apresentado nos livros didáticos. As inovações pretendidas referem-se à abordagem desses temas, sugeri- da ao longo dos Cadernos. Em tal abordagem, busca-se evidenciar os princípios norteadores do presente currículo, destacando-se a con- textualização dos conteúdos, as competências pessoais envolvidas, especialmente as relacio- nadas com a leitura e a escrita matemáticas, bem como os elementos culturais internos e externos à Matemática. Em todos os Cadernos, os conteúdos estão organizados em 16 unidades mais ou menos do mesmo tamanho, que podem corresponder a oito semanas de trabalho letivo. De acordo com o número de aulas disponíveis por sema- na, o professor explorará cada assunto com maior ou menor aprofundamento, ou seja, escolherá uma escala adequada para o tra- tamento dos temas escolhidos. A critério do professor, em cada situação específica, o tema correspondente a uma das unidades pode ser estendido para mais de uma semana, enquan- to o de outra unidade pode ser tratado de modo mais simplificado. É desejável que o professor tente contem- plar todas as oito unidades, uma vez que, juntas, compõem um panorama do conteúdo do volume, e, muitas vezes, uma das unidades contribui para a compreensão das outras. In- sistimos, no entanto, no fato de que somente o professor, em sua circunstância particular, e levando em consideração seu interesse e o dos alunos pelos temas apresentados, pode determinar adequadamente quanto tempo dedicará a cada uma das unidades. Ao longo dos Cadernos são apresentadas, além de uma visão panorâmica do conteúdo do volume, oito Situações de Aprendizagem, que pretendem ilustrar a abordagem sugerida, orien- tando a ação do professor na sala de aula. As atividades são independentes e podem ser explo- radas pelos professores com maior ou menor in- tensidade, segundo seu interesse e de sua classe. Naturalmente, em razão das limitações de espa- ço dos Cadernos, nem todas as unidades foram contempladas com Situações de Aprendizagem, mas a expectativa é de que a abordagem dos te- mas seja explicitada nas atividades oferecidas. São apresentados também em cada Cader- no, sempre que possível, materiais diversos (textos, softwares, sites e vídeos, entre outros), que estejam em sintonia com a abordagem pro- posta, e que possam ser utilizados pelo profes- sor para o enriquecimento de suas aulas. Compõem o Caderno ainda algumas con- siderações sobre a avaliação a ser realizada, bem como o conteúdo considerado indispen- sável ao desenvolvimento das competências enunciadas no presente volume.
  • 7. 6 Conteúdos básicos do volume Um dos conteúdos básico do volume 1 da 3a série é Geometria Analítica Plana. Mesmo quando o professor dispõe de poucas aulas por semana, tal tema costuma ser contemplado nes- sa série. E ainda que seja apenas parcialmente ensinado, a equação da reta é apresentada aos alunos. Neste Caderno, sugerimos uma abor- dagem da Geometria Analítica que privilegia a equação da reta, apresentada de um modo pe- culiar e que destaca certa classe de problemas cuja solução depende apenas de uma compre- ensão adequada da ideia de proporcionalidade subjacente. São os chamados problemas linea- res, entre os quais estão alguns problemas de máximos e mínimos muito interessantes. De acordo com os princípios gerais que norteiam todos os Cadernos, espera-se que os demais assuntos sejam contemplados, com maior ou menor ênfase, segundo o interesse do professor e as condições efetivas da turma. Mas consideramos que o tema das retas, com suas equações, propriedades e aplicações pode ser especialmente representativa do significa- do da Geometria Analítica como um método de abordagem dos problemas geométricos que contempla o ideal cartesiano – ou o “plano” de Descartes, que buscava uma aproximação efetiva entre a Geometria e a Álgebra. Para o tratamento dos temas, este primei- ro tópico está organizado em oito unidades. O primeiro passo, na Unidade 1, seria a con- solidação do uso do sistema de coordenadas cartesianas XOY, já iniciado em séries ante- riores, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. Tal sistema será utilizado para representar pontos do plano, determi- nando-se, por exemplo, a distância entre dois pontos, o ponto médio e a inclinação do seg- mento determinado pelos dois pontos. A ideia de inclinação de um segmento pode ser explorada de modo muito fecundo, tan- to na caracterização de segmentos paralelos quanto na condição de alinhamento de três pontos, uma vez que para três pontos (A, B e C) estarem alinhados, as inclinações das retas AB, BC e AC devem ser iguais. Com base nes- sas noções iniciais, é possível propor e resolver uma série de problemas geométricos simples, em que a aprendizagem do método analítico situa-se no centro das atenções. Uma ativi- dade para a sala de aula, incluindo questões cujas respostas podem depender ou não do sistema de coordenadas escolhido, será apre- sentada na Situação de Aprendizagem 1. Em seguida, na Unidade 2, procura-se ex- plorar a representação de curvas por equações, iniciando-se com a reta. Os casos particulares das retas paralelas aos eixos coordenados são tratados diretamente, de modo simples. Para as retas inclinadas em relação aos eixos OX e OY, a qualidade comum a todos os seus pon- tos é o fato de que, qualquer que seja o par de representantes que escolhamos, a inclina- ção do segmento correspondente é sempre a mesma: tal inclinação constante é a inclinação da reta. Assim, facilmente se chega à equação y = mx + h, em que o coeficiente m representa a inclinação da reta, e h representa o ponto
  • 8. 7 Matemática – 3ª série – Volume 1 em que a reta corta o eixo OY. A caracteri- zação de retas concorrentes e paralelas, com base nas inclinações correspondentes, é uma consequência natural. Na Unidade 3, o passo seguinte a ser dado é o estudo da condição de perpendicularidade de duas retas, com base em suas inclinações m1 e m2. Neste Caderno, será apresentada uma ma- neira simples de compreender que se as inclina- ções são tais que m1 m2 = –1, então as retas se- rão perpendiculares. A forma geral da equação da reta, bem como a representação de regiões do plano por meio de desigualdades, servirá de conclusão dessa etapa. Uma atividade referente à equação da reta e à representação de regiões por meio de inequações será apresentada na Situação de Aprendizagem 2. Na Unidade 4, o foco do estudo são as re- tas, tendo em vista a resolução de alguns pro- blemas lineares, ou seja, problemas que, em última instância, envolvem apenas relações de proporcionalidade direta. Um conjunto deles, incluindo-se alguns problemas de máximos e mínimos, será apresentada na Situação de Aprendizagem 3. Apesar de problemas como esses não serem usualmente apresentados no Ensino Médio, pedimos ao professor que os leia com atenção, pois certamente perceberá que constituem situações simples em contex- tos interessantes. Na Unidade 5, é apresentada a equação da circunferência com centro na origem do sistema de coordenadas. O tempo disponível pelo pro- fessor deverá determinar o nível de exploração de tal equação, deixando-se à escolha do profes- sor o estudo das translações da equação ou da forma geral da equação da circunferência, que pode ser apenas sugerido ou transferido para o estudo das funções, no volume 2. y x P O r y x C: x2 + y2 = r2 A Unidade 6 poderia ser utilizada para a apresentação de uma maneira simples de efe- tuar o cálculo da distância de um ponto a uma reta, baseado apenas na inclinação m da reta. Complementando tal cálculo, poderá ser feito um estudo simplificado das posições relativas entre retas e circunferências. Na Unidade 7, as cônicas são apresenta- das e caracterizadas por meio de propriedades de diversas maneiras. Além de constituírem interseções de um plano com uma superfície cônica, o que lhes garante a denominação, a elipse é uma circunferência “achatada”; a hi- pérbole surge na representação de grandezas inversamente proporcionais; e a parábola, na representação de uma grandeza que é propor- cional ao quadrado de outra. Complementar- mente, as cônicas também são apresentadas
  • 9. 8 pelas suas importantes propriedades caracte- rísticas em relação aos focos. Na Unidade 8 são apresentadas as equações da elipse, da hipérbole e da parábola, em posi- ções convenientes em relação aos eixos de coor- denadas, de modo a simplificar os cálculos. Uma extensão de tal estudo, conduzindo a equações mais gerais, pode ser dispensada ou adiada para o momento em que serão tratadas as funções (volume 2). Uma atividade exploratória das caracterizações das cônicas, de suas equações em situações simples e de algumas aplicações é apresentada na Situação de Aprendizagem 4. Além da Geometria Analítica Plana, este Vo- lume também aborda as equações algébricas, po- linômios e números complexos. Os três temas, em muitoscasos,entrelaçam-seaolongodaHistória. Como se sabe, uma equação sempre corresponde a uma pergunta, sempre envolve algo desconhe- cido, uma incógnita, e sempre está associada à solução de algum problema. Equacionar um pro- blema é justamente traduzir a pergunta que ele representa por meio de uma equação. No Ensino Fundamental, sobretudo nas séries/anos finais, já foram apresentados aos alu- nos diversos problemas, em diferentes contextos, cuja solução conduz a equações do primeiro e do segundo graus. O aluno já está acostumado a resolver equações de 1o grau (ax + b = 0, com a ≠ 0) e de 2o grau (ax2 + bx + c = 0, com a ≠ 0). Trata-se agora de enfrentar equações corres- pondentes a situações um pouco mais enre- dadas, que conduzem a equações de 3o grau (ax3 + bx2 + cx + d = 0, com a ≠ 0), de 4o grau (ax4 + bx3 + cx2 + dx + e = 0, com a ≠ 0), de 5o grau (ax5 + bx4 + cx3 + dx2 + ex + f = 0, com a ≠ 0), e assim por diante. Tal é o conteúdo das Unidades 9 e 10. A história da busca de soluções para tais equações, chamadas equações algébricas, é mui- to instrutiva, pois, com base nela, compreende- mos mais facilmente as sucessivas ampliações nos conjuntos numéricos, dos números natu- rais até os números complexos, que viabilizam a atribuição de significado à raiz quadrada de um número negativo. Aprendemos também com a história que, com as equações de 3o grau, a busca por uma fórmula envolvendo radicais que nos forneça as raízes, do mesmo tipo da que nos dá as soluções de uma equação de 2o grau (x b b ac a = ± −– 2 4 2 ), não costuma ser o me- lhor caminho para resolver as equações de graus 3 e 4, e é um caminho impossível de ser trilhado para equações de grau maior ou igual a 5. O caminho mais conveniente, nesses casos, é uma análise qualitativa da pergunta que cada equação representa, extraindo da própria per- gunta informações relevantes sobre as raízes. Portanto, é muito importante sempre, e é deci- sivo em muitos casos, pensar efetivamente em um problema como se pensa em uma pergunta, aprendendo a examiná-la criticamente para se chegar à sua resposta. Mais do que mera in- tenção de ensinar técnicas de solução, nosso objetivo aqui é a plena compreensão desse fato. Uma apresentação das ideias fundamentais da história das equações algébricas será feita na Situação de Aprendizagem 5.
  • 10. 9 Matemática – 3ª série – Volume 1 Mais adiante, o significado da análise quali- tativa de uma equação algébrica estará presen- te nas Unidades 11 e 12. Tanto as relações entre os coeficientes do polinômio P(x) e as raízes da equação P(x) = 0, quanto o fato de que, conhe- cendo-se uma raiz x = k da equação P(x) = 0, conseguimos reduzir sua solução à de uma equação de grau uma unidade menor, assunto explorado nas Situações de Aprendizagem 6 e 7. Serão entrelaçados em atividades os dois re- sultados a seguir, que expressam basicamente o mesmo fato: “x = k é raiz da equação P(x) = 0” é equivalente a “o polinômio P(x) pode ser fatorado e escrito na forma (x – k) Q(x), em que Q(x) é um polinômio de grau uma unidade menor que P(x)”. Até esse ponto, vários fatos terão sido reunidos a respeito das raízes da equação P(x) = 0, sendo P(x) um polinômio. Relações entre coeficientes e raízes, possíveis raízes inteiras, fatoração de P(x) e diminuição no grau da equação, entre outros, poderão ser sistematizados na Unidade 13. A partir da Unidade 14, os números com- plexos são abordados mais diretamente. Como no caso das equações, a ênfase também não será posta nos cálculos algébricos, mas sim no significado de tais números responsável por uma notável expansão dos conjuntos numéri- cos já conhecidos. As múltiplas possibilidades da representação geométrica de um número complexo z, que tem como imagem um pon- to no plano, como um par (x; y) de números reais, ou pode escrito na forma z = x + yi. Assim, como a reta foi necessária e sufi- ciente para se incluir todos os números reais, racionais e irracionais, veremos que, com a inclusão de números que possam ser raízes quadradas de negativos, será necessário (e suficiente) todo o plano cartesiano, que ser- virá de inspiração para a construção do pla- no complexo, suporte para a representação de todos os números complexos. A unidade imaginária i, que representa o novo número cujo quadrado dá –1, serve de padrão para a representação no eixo vertical de números como 2i, 6i, 7i, – 4i etc. Em sintonia com tal representação, vere- mos que o valor absoluto de um complexo | z | é |z| = x y2 2+ , e mede a distância, no plano complexo, da imagem de z à origem do siste- ma de coordenadas. O ângulo que a reta de- terminada pela origem e a imagem de z forma com o eixo x (medido no sentido anti-horário) é o argumento de z, representado por . As aproximações com a Geometria Analítica Pla- na serão comuns: por exemplo, o conjunto de pontos do plano que representam complexos de módulo constante, digamos, |z| = 5, for- mam a circunferência x2 + y2 = 25. Plano Cartesiano eixo Y eixo X y x P (x;y) x2 +y2 = 25 1 1
  • 11. 10 Plano Complexo eixo Imaginário eixo Real y x i z = x+yi |z|=5 |z| 1 O significado das operações com números complexos será explicitado nas Unidades 15 e 16. Veremos, em tais unidades, que as ope- rações com complexos correspondem à rea- lização de certos movimentos no plano. Por exemplo, se a um complexo z for somado o número real 4, sua representação no plano será deslocada na direção do eixo x de 4 uni- dades; se a z for somado o número imaginário 3i, sua representação será deslocada na dire- ção do eixo y de 3 unidades; se a z for soma- do o número 4 + 3i, sua representação sofrerá um deslocamento horizontal (eixo Real) de 4 unidades, seguido de um vertical (eixo Imagi- nário) de 3 unidades, ou seja, o deslocamento de z terá valor igual ao módulo do complexo 4 + 3i, que é igual a 5, na direção determinada pela origem e a representação deste comple- xo. Ao multiplicar o complexo z pelo real 5, mostraremos que z permanece com o mesmo argumento (ângulo com o eixo x), mas a dis- tância de z até a origem fica multiplicada por 5; se multiplicarmos z por i, o módulo de z permanecerá o mesmo e seu argumento au- mentará de π 2 ; já se multiplicarmos z por 5i, os dois efeitos são combinados: aumenta a distância até a origem, ao mesmo tempo que o argumento aumenta de π 2 . eixo Imaginário eixo Real z + 4 + 3i z + 4 3z z i |z| |z| z z + 3i
  • 12. 11 Matemática – 3ª série – Volume 1 O estudo de tais movimentos na imagem de z, decorrentes de operações realizadas sobre z, torna o estudo dos números complexos espe- cialmente significativo, abrindo caminho para um grande número de aplicações práticas na Situação de Aprendizagem 8. De modo geral, ao longo das oito últimas unidades do volume, a ênfase será dada ao significado de cada equação como uma per- gunta, de cada raiz como uma resposta, de cada complexo como um ponto do plano, de cada operação realizada sobre ele como uma transformação em sua imagem no plano. Desde as seções iniciais, o exercício da compreensão leitora encontra-se presente em todas as etapas do texto. Os cálculos a serem efetuados ao longo da resolução das equa- ções são sempre acompanhados de um texto explicativo, o que pode alongar um pouco o percurso, mas esperamos que o torne mais significativo. Afinal, aprender Matemática também significa desenvolver a capacidade de expressão na leitura e na escrita, ao lado das habilidades de cálculo. Sinteticamente, as 16 unidades que compõem o presente Caderno são apresentadas a seguir. Quadro geral de conteúdos do volume 1 da 3a série do Ensino Médio Unidade 1 – O plano cartesiano; distância entre dois pontos; ponto médio de um segmento; condição de alinhamento de três pontos. Unidade 2 – A equação da reta; significado dos coeficientes; retas paralelas. Unidade 3 – Retas perpendiculares; regiões do plano. Unidade 4 – Problemas lineares. Unidade 5 – A equação da circunferência. Unidade 6 – Distância de ponto à reta; posições relativas entre reta e circunferência. Unidade 7 – Cônicas; apresentação e propriedades da elipse, da hipérbole e da parábola. Unidade 8 – Equações da elipse, da hipérbole e da parábola. Unidade 9 – Equações algébricas de graus 1, 2, 3, 4, 5, ...; história, fórmulas. Unidade 10 – A raiz quadrada de um número negativo e o conjunto dos complexos. Unidade 11 – Das fórmulas à abordagem qualitativa: relações entre coeficientes e raízes. Unidade 12 – Equações e polinômios; operações com polinômios; divisão de um polinômio por x – k. Unidade 13 – Síntese de resultados sobre a resolução de equações algébricas de qualquer grau. Unidade 14 – Números complexos; representação no plano; relações com Geometria Analítica. Unidade 15 – Significado das operações com números complexos; translações, rotações, ampliações. Unidade 16 – Transformações no plano complexo; exercícios simples.
  • 13. 12 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 A GEOMETRIA E O MÉTODO DAS COORDENADAS Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 1 1. Na Geometria Analítica Plana, representamos os pontos de um plano por coordenadas (x; y) e fa- zemos cálculos relativos a figuras geométricas por meio de operações algébricas sobre os pa- resdecoordenadas.Partindodessaideia,consi- dere os pontos A (2; 3) e B (5; 7), e calcule: a) A distância entre esses dois pontos. dAB = (5–2)2 + (7 – 3)2 = 9 + 16 = 25 = 5u b) A inclinação do segmento AB. m = y x = 7 – 3 5 – 2 = 4 3 2. Como você escreveria a equação da reta paralela ao eixo x que cruza o eixo y no ponto (0; 5)? y = 5 3. Qual é a equação da reta paralela ao eixo y, que cruza o eixo x no ponto (–2; 0)? x = – 2 O cálculo de distância entre dois pontos da inclinação de um segmento, por exemplo, pode ser realizado conforme as expressões in- dicadas a seguir. 4. Compare se o que você fez nas três primei- ras atividades corresponde ao apresentado a seguir: Conteúdos e temas: coordenadas cartesianas no plano; cálculo de distâncias, coordenadas do ponto médio, inclinação de segmentos usando coordenadas; escolha de sistemas de coorde- nadas convenientes para a solução de problemas geométricos. Competências e habilidades: compreensão da linguagem algébrica na representação de situações e problemas geométricos; expressão de resultados geométricos por meio da linguagem algébrica. Sugestão de estratégias: retomada do uso de sistemas de coordenadas já iniciado na 6a série/ 7o ano do Ensino Fundamental e apresentação de problemas geométricos simples, que podem ser resolvidos por meio da linguagem das coordenadas.
  • 14. 13 Matemática – 3ª série – Volume 1 y 0 yB xA xB x yA B A dAB dAB = distância entre A e B dAB = (xB − xA)2 + (yB − yA)2 y 0 yB xA xB x yA B A 1 mAB mAB = inclinação de AB mAB = yB − yA xB − xA y 0 x A D E B C A, B, C não alinhados: mAB ≠ mBC BC paralelo a DE: mBC = mDE y 0 y = h (h > 0) y = h (h < 0) x h h y 0 (h < 0) x = h (h > 0) x x = h Registre as semelhanças e as diferenças en- tre as soluções que você propôs e as figuras apresentadas. Resposta pessoal. Professor, discuta com os alunos as fórmulas e as propriedades que foram envolvidas nas atividades de 1 a 3. 5. Observe os gráficos a seguir e busque uma equação que represente a reta r, em cada item: a) r y x0 3 2 1 5 4 6 7 21 3 54 y = x + 3
  • 15. 14 b) y 0 3 4 5 x r 6 7 2 1 21 3 54 y = − 1 2 x + 5 6. De forma geral, para as retas inclinadas em relação aos eixos, lembrando dos gráficos das funções de 1o grau, temos as equações indicadas a seguir: a) 0 y = mx + h (m > 0) m h 1 x y b) 0 y = mx + h (m < 0) m h 1 x y Compare-as com as equações encontradas na atividade 5 e identifique, em cada uma, os valores de m e h. a) m = 1 e h = 3 b) m = – 1 2 e h = 5 7. Comparando as inclinações das retas, podemos identificar as que são paralelas e as que são concorrentes e, particular- mente, a relação entre as inclinações de retas perpendiculares: y x r1: y = m1x + h1 m1 ≠ m2 r1 e r2 concorrentes r2: y = m2x + h2 r1: y = m1x + h1 r2: y = m2x + h2 x y m1 = m2 r1 e r2 paralelas Considerando isso, responda às questões seguintes: a) Qual é a posição relativa entre as retas y = 2x + 5 e y = – 4x + 1? As retas são concorrentes (m1 ≠ m2). b) Qual é a posição relativa entre as retas y = 3x + 4 e y = 3x – 2? As retas são paralelas (m1 = m2).
  • 16. 15 Matemática – 3ª série – Volume 1 Desafio! Para calcular a distância de um ponto a uma reta, deixando de lado o caso mais simples, em que a reta é paralela a um dos eixos, podemos explorar a semelhança de triângulos indi- cada na figura a seguir: yP y P yr h xP x (yr = mxP + h) r: y = mx + h yP – yr dPr 1 m1 2 +mα α d y y mP r Pr – = + 1 1 2 ⇒ d y y m P r Pr – = +1 2 ⇒ d y m x h m P p Pr – · – = +1 2 No sistema cartesiano a seguir foram re- presentadas retas de equações: r: y = 3; s: x = 4; t: y = 3x + 1 Localize nesse sistema o ponto (2;15) e determine a distância desse ponto a cada uma das retas indicadas anteriormente. Por observação direta, notamos que a distância de P até a reta y = 3 é igual a 15 – 3 = 12. Da mesma maneira, no- tamos que a distância de P até a reta x = 4 é 4 – 2 = 2. Para calcular a distância de P até a reta y = 3x + 1, observando na figura a semelhança entre os triângulos PAB e MNQ, y ts x 16 14 12 10 8 4 2 0 2 64 8–2–4–6–8 r temos: PB QM = PA QN d 1 = 8 32 + 12 → d = 8 10 = 8 10 10 → d = 4 10 5 . Logo, N 3 M Q P y A x B d 15 7 3 1 0 2 15– 7 = 8 y2 = 3 ⋅ 2 + 1 = 7 y = 3 x = 4 y = 3x + 1 1 Î10 Î10 4 d y y mP r Pr – = + 1 1 2 ⇒ d y y mP r Pr – = + 1 1 2 ⇒ BOOK_MAT-SPFE-2014_3S_CP_VOL1.indb 15 25/11/13 17:43
  • 17. 16 Para aplicar informações citadas anterior- mente, são apresentadas as atividades a seguir. 8. O hexágono regular ABCDEF tem centro M, como mostra a figura a seguir, e cada lado tem 10 unidades de comprimento. Utilizando os sistemas de coordenadas XOY e X’MY’, determine: y F D B E A x M C a) as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E, F, M; b) a inclinação dos segmentos FE, DC, BC, AM, FA, ED, AC e FB; c) as coordenadas do ponto médio dos seg- mentos AB, FC, FM, AE, BC, DC e AD. Será necessário calcular a altura de um triângulo equilátero de lado 10, que é igual a 5 3 . 10 5 h h2 + 52 = 102 h2 = 75 h = 5 3 A partir desse resultado, para o sistema XOY, temos: a) A (5; 0); B (15; 0); C (20; 5 3); D (15; 10 3); E (5; 10 3); Para continuar nosso estudo de Geometria Analítica, três lembretes são importantes. Em primeiro lugar, trata-se de uma retoma- da de modo mais sistemático de um uso dos sis- temas de coordenadas que, de fato, já se iniciou bem anteriormente, na solução de sistemas de equações lineares e no estudo das funções. Em segundo lugar, o que aqui se pretende desenvolver um novo método de abordar pro- blemas geométricos já conhecidos, ou seja, a novidade está na forma de tratamento dos pro- blemas, não no seu conteúdo. E em terceiro lugar, é importante lembrar que, muitas vezes, temos a liberdade de escolher o sistema de coordenadas que será utilizado na resolução dos problemas. Nesses casos, convém notar que, embora as coordenadas dos pontos representados dependam do sistema escolhido, existem informações relativas aos pontos que podem depender ou não do sistema. Por exem- plo, dados três pontos A, B, C, a escolha de um sistema de coordenadas deve considerar os se- guintes aspectos: as coordenadas dos pontos A, B e C de- pendem do sistema XOY escolhido; a distância entre dois desses pontos não depende do sistema escolhido; a inclinação do segmento AB depende do sistema escolhido; a área do triângulo ABC não depende do sistema escolhido; a medida do ângulo BAC não depende do sistema escolhido, e assim por diante. Y X
  • 18. 17 Matemática – 3ª série – Volume 1 F (0; 5 3); M (10; 5 3). b) FE: 3; DC: – 3; BC: 3; AM: 3; FA: – 3; ED: 0; AC: 3 3 ; FB: – 3 3 . c) AB: (10; 0); FC: (10; 5 3); FM: (5; 5 3); AE: (5; 5 3); BC: (17,5; 5 3 2 ); DC: (17,5; 7,5 3); AD: (10; 5 3). Professor! É importante notar que os segmentos FE e BC são paralelos, assim como também o são os segmentos FA e DC, AB e ED, AM e FE etc. Esse é o sig- nificado da igualdade das inclinações, nesses casos. Para o sistema X'MY', as coordenadas são as seguintes: a) A (–5; –5 3); B (5; –5 3;) C (10; 0); D (5; 5 3); E (–5; 5 3); F (–10; 0); M (0; 0). b) FE: 3; DC: – 3; BC: 3; AM: 3; FA: – 3; ED: 0; AC: 3 3 ; FB: – 3 3 . c) AB:(0;–5 3);FC:(0;0);FM:(–5;0);AE:(–5;0);BC:(7,5;–2,5 3); DC: (7,5; 2,5 3); AD: (0; 0). Muitos outros exercícios semelhantes à atividade 1 podem ser apresentados aos alu- nos, a fim de recordar fatos e relações da Geometria Plana, expressando-os por meio das coordenadas cartesianas. Triângulos, quadra- dos, losangos, retângulos, pentágonos, entre outros, poderiam ser representados no plano por meio de coordenadas, calculando-se com- primentos de lados, de medianas, baricentro etc. Vale ressaltar que muitos dos problemas de Geometria Plana já conhecidos podem ser abordados em outra perspectiva, com a parce- ria entre a Álgebra e a Geometria. A escolha do sistema de coordenadas mais simples em cada situação também pode ser explorada. As ativi- dades a seguir ilustram o que se sugere. 9. Observe o hexágono regular ABCDEF, apresentado na atividade anterior, agora com o vértice F coincidente com um ponto do eixo das ordenadas, e com o lado AB apoiado sobre o eixo das abscissas. Y F O B DE A X M C Determine: a) as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E e F; A (5; 0), B (15; 0), C(20; 5 3), D(15; 10 3), E(5; 10 3), F(0; 5 3). b) as coordenadas do ponto M, centro do hexágono; M(10; 5 3). c) a inclinação dos segmentos AD e BE; mAD= 3, mBE = – 3. d) as coordenadas do ponto médio dos segmentos: AE e BD; AE: (5; 5 3), BD: (15; 5 3).
  • 19. 18 e) as medidas AD, BE e FC, diagonais do hexágono. dAD = dBE = dFC = (5–15)2 + (0 – 10 3)2 = 100 + 300 = 20u 10. No sistema de coordenadas desenhado no papel quadriculado, represente os pontos: A (1; 2), B (3; 8), C (–2; 8) e D (– 4; 2). a) Mostre que os pontos A, B, C e D são os vértices de um paralelogramo. b) Calcule o comprimento do lado maior do paralelogramo ABCD. c) Calcule o comprimento da diagonal menor de ABCD. d) Trace, em seu desenho, as diagonais do paralelogramo ABCD. Identifique pela letra M o ponto em que as diagonais se cruzam. Determine as coordenadas do ponto M. e) Calcule a área do triângulo AMD. y C D A M B x 0 2 -2-4 1 3 8 Vamos representar os pontos indicados para orientar a res- posta aos diversos itens. No entanto, vale lembrar que pode- ríamos responder a cada uma das questões apenas com as informações do enunciado, sem qualquer figura. a) Calculando as inclinações dos segmentos AB e CD, nota- mos que elas são iguais: mAB = 8 – 2 3 – 1 = 3 mCD = 2 – 8 –4 – (–2) = –6 –2 = 3 Logo, AB e CD são paralelos. De modo análogo, mostramos que AD e BC também são paralelos. Resulta, então, que o quadrilátero ABCD é um paralelogramo. b) Calculando as distâncias entre A e B, e entre B e C, obtemos: dAB = (8 – 2)2 + (3 – 1)2 = 40; dBC= (8 – 8)2 + (–2 – 3)2 = 5 Logo, o lado AB é maior, valendo 2 10. c) Calculando as distâncias entre A e C e entre B e D, obte- mos as diagonais: dAC = (8 – 2)2 + (–2 – 1)2 = 45; dBD= (2 – 8)2 + (–4 – 3)2 = 85. Logo, a diagonal menor é AC. d) Basta lembrar que as diagonais do paralelogramo se cru- zam no ponto médio de cada uma delas e achar o ponto médio de AC, que é – 1 2 ; 5 . e) Por inspeção direta, a base do triângulo AMD tem compri- mento 5 e a altura mede 3; logo, a área de AMD é igual a 7,5. 11. Represente os pontos A (0; 0), B (3; 7) e C (–2; 13) em um siste- ma de coordenadas, sendo M o ponto médio de AC e N o ponto médio de BC: a) Determine as coordenadas de M e N. b) Calcule as inclinações dos segmentos AB e MN, verificando que tais segmen- tos são paralelos.
  • 20. 19 Matemática – 3ª série – Volume 1 c) Calcule as distâncias dAB e dMN, verifi- cando que dAB = 2 dMN. Como no exercício anterior, vamos fazer um esboço da figura que oriente solução. y C B x 13 N M A 0 7 -2 3 a) As coordenadas de M, ponto médio de AC, são a média aritmética das coordenadas correspondentes de A e C: xM = xA + xC 2 = 0 – 2 2 = –1 yM = yA + yC 2 = 0 + 13 2 = 13 2 M = –1; 13 2 . Analogamente, N = 1 2 ; 10 . b) Calculando a inclinação de AB, temos: mAB = yB – yA xb – xA = 7 3 Do mesmo modo, mMN = yM – yN xM – xN = 7 3 Como as inclinações são iguais, concluímos que os segmen- tos AB e MN são paralelos. c) Calculando as distâncias entre A e B e entre M e N, obtemos: dAB = 58 e dMN = 58 2 ou seja, dMN = dAB 2 12. Para que três pontos A, B e C estejam alinhados, é necessá- rio e suficiente que as inclinações dos seg- mentos AB, BC (e, consequentemente, AC) sejam iguais, isto é, que os três pontos constituam uma única rampa ABC. 0 x y yC yB yA xA xB xC A B C mAB ϶ mBC C 0 x y yB yC yA xA xB xC A B C mAB = mBC = mAc Dados os pontos A (1; 3), B (3; 7) e C (4; k): a) Determine o valor de k para que esses pontos estejam alinhados. Devemos ter mAB = mBC ; resulta daí que 7 – 3 3 – 1 = k – 7 4 – 3 , e, então, k = 9. b) Determine o valor de k para que a área do triângulo ABC seja igual a zero. A área de ABC será nula quando os três pontos estiverem ali- nhados, ou seja, quando k = 9. É interessante aproximar essas
  • 21. 20 duas informações: sempre que três pontos estão alinhados, a área do triângulo formado por eles é nula e vice-versa. c) Sendo k = 3, desenhe o triangulo ABC e calcule sua área. Vamos construir uma figura para orientar a solução. Observando a figura, verificamos que a base AC mede 3 e a altura relativa mede 4; logo, a área é igual a 6. y B C x 43 A 7 3 1 13. No sistema de coordenadas a seguir, repre- sente quatro pontos de modo a formar um quadrilátero ABCD. Escolha as coordena- das à vontade. y x 6 4 –1 –4 –3 –2 –1 1 32 4 5 –2 –3 –4 2 5 3 1 0 Analisando o quadrilátero formado: a) calcule os pontos médios dos lados AB, BC, CD e DA; b) mostre que os quatro pontos médios obtidos formam um paralelogramo. Basta seguir os passos do enunciado: calcular os pontos médios dos quatro segmentos determinados pelos pon- tos escolhidos arbitrariamente, calcular as inclinações dos segmentos determinados por esses quatro pontos médios e verificar que elas são iguais duas a duas. Procure verificar que isso vale para qualquer quadrilátero. Em outras palavras, os pontos médios dos lados de um quadrilátero qualquer sempre formam um paralelogramo. D A B C É interessante associar esse fato ao resulta- do da atividade 11, notando que os lados do paralelogramo são os segmentos que unem os pontos médios dos lados dos triângulos em que o quadrilátero inicial se divide quando são traçadas as suas diagonais. 14. Com base na figura, calcule a distância do ponto P de coordenadas (2; 15) à reta r nos casos indicados a seguir: a) r: y = 3 b) r: x = 9 c) y = 3x + 1 Vamos fazer uma figura para orientar a solução:
  • 22. 21 Matemática – 3ª série – Volume 1 N 3 M Q P y A x B d 15 7 3 1 0 2 9 15– 7 = 8 y2 = 3 . 2 + 1 = 7 y = 3 x = 9 y = 3x + 1 1 ÎW10 a) Por observação direta, notamos que a distância de P até a reta y = 3 é igual a 15 – 3 = 12. b) Da mesma maneira, notamos que a distância de P até a reta x = 9 é 9 – 2 = 7. c) Para calcular a distância d de P até a reta y = 3 x + 1, ob- servando na figura a semelhança entre os triângulos PAB e MNQ, temos: PB QM = PA QN . Logo, d 1 = 8 10 , ou seja, d = 8 10 10 . Considerações sobre a avaliação Ao final desta primeira unidade, a expec- tativa é que a Geometria Analítica tenha sido assimilada como um novo método novo para a abordagem de problemas já conhe- cidos, como foi registrado anteriormente. Nos exercícios apresentados, o diálogo entre a Álgebra e a Geometria pode ser observa- do e, a partir disso, ela deve ser ampliada continuamente. Considera-se que o desenvolvimento da Situação de Aprendizagem foi bem-sucedido se os alunos consolidaram o uso do sistema de coordenadas cartesianas, tendo aprendido a determinar o ponto médio de um segmen- to, calcular a distância entre dois pontos e a inclinação de um segmento, bem como veri- ficar se dois segmentos dados pelas coorde- nadas de seus pontos são ou não paralelos, além de outros resultados que o professor considerar viáveis no contexto de sua aula, sempre associados à representação de pontos por coordenadas.
  • 23. 22 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 A RETA, A INCLINAÇÃO CONSTANTE E A PROPORCIONALIDADE Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2 A partir de agora, vamos procurar repre- sentar curvas por equações com base na ex- pressão algébrica das propriedades que tais curvas apresentam. E vamos iniciar a discus- são com a mais simples das "curvas", ou seja, com a reta, que é como uma "curva sem imagi- nação", pois segue sempre na mesma direção. Para determinar a equação de uma reta, ou seja,arelaçãoentreascoordenadasxeyquedeve satisfazer todos os seus pontos, basta estar atento ao fato de que todos os segmentos nela contidos têm a mesma inclinação. Deixemos de lado os ca- sos particulares das retas paralelas aos eixos coor- denados, cujas equações são do tipo: x = constante = k, para todo y (reta para- lela ao eixo OY); ou então: Conteúdos e temas: equação da reta: proporcionalidade, inclinação constante; relação entre as inclinações de retas paralelas e de retas perpendiculares; inequações lineares e regiões do plano cartesiano; problemas envolvendo equações da reta. Competências e habilidades: compreensão da linguagem algébrica na representação de situações e problemas geométricos; expressão de situações envolvendo proporcionalidade por meio de equações e inequações envolvendo retas. Sugestão de estratégias: caracterização da reta tendo por base a inclinação constante do seg- mento formado por qualquer par de seus pontos; resolução de situações-problema envolven- do proporcionalidade, com base na equação da reta. y = constante = h para todo x (reta parale- la ao eixo OX). Consideremos agora as retas que cortam os eixos. Se uma reta corta o eixo OY no pon- to P0 (0; h), tendo o valor de m como inclina- ção comum a todos os seus segmentos, então um ponto qualquer P (x; y) da reta deve ser tal que a inclinação do segmento P0P seja igual a m. A inclinação constante de todos os seg- mentos de uma reta pode ser associada à representação de grandezas diretamente pro- porcionais.Defato,seumagrandezayédireta- mente proporcional a outra grandeza x, então y x = constante = m, ou seja, y = mx, que repre- senta uma reta de inclinação m, passando pela origem. Se a reta não passar pela origem, mas cortar o eixo y no ponto de ordenada h, temos: y – h x – 0 = m.
  • 24. 23 Matemática – 3ª série – Volume 1 Ou seja, quando x aumenta em uma unida- de, a variação de y será y’ – y = m. 1. Na equação y = 473,5x + + 12,879, se x variar uma uni- dade, passando, por exemplo, de 2008 para 2009, de quanto será o aumento de y? Tente responder a essa questão sem efetuar cálculos. O aumento de y será de 473,5, pois esse valor é a taxa de variação de y para cada unidade de x. Os sinais dos coeficientes m e h Muitos exemplos de retas com diferentes valores e sinais para m e h são apresentados a seguir, e convém associar a cada uma das retas representadas o pequeno triângulo correspon- dente ao significado da inclinação. x y h 0 1 m y = mx + h Retas paralelas ao eixo OX, que têm equação do tipo y = h, podem ser consideradas retas de inclinação m = 0. Retas que passam pela origem do sistema de coordenadas têm equação do tipo y = mx, uma vez que h = 0. Para as retas parale- las ao eixo OY, não se define inclinação. Logo, todo ponto da reta satisfaz a equa- ção y = mx + h, considerando os seguintes aspectos: h: ordenada do ponto em que a reta cor- ta o eixo OY; m: inclinação da reta, ou seja, a varia- ção na ordenada y por unidade a mais de x. Cabe enfatizar que, com base em certo valor h, y varia de modo diretamente pro- porcional a x, então temos: y – h = mx, ou seja, y = mx + h. A inclinação m representa a constante de proporcionalidade, e é inte- ressante notar que m corresponde à varia- ção no valor de y quando o valor de x au- menta em uma unidade: x y = mx + h x’ = x + 1 y’ = m(x + 1) + h = = mx + m + h = y + m x’ – x = 1 y’ – y = m
  • 25. 24 x y y = h y = h (h > 0) (h < 0) 0 Nesses casos m = 0 x = k k < 0 y x 0 x = k k > 0 Nesses casos não existe m Se duas retas são paralelas, então elas têm a mesmainclinação;sesãoconcorrentes,entãosuas inclinações são diferentes. As figuras a seguir po- dem facilitar a compreensão de tais afirmações: m1 = m2 r1 e r2 paralelas y x 0 r1 r2 y = m1x + h1 y = m2x + h2 m1 ≠ m2 r1 e r2 concorrentes y x0 r1 r2 y = m1 x + h1 y = m2 x + h2 Para que você se familiarize com tais fatos, são apresentados a seguir alguns exercícios. As questões formuladas são simples, mas representam conhecimentos fundamentais. Com os valores de h e m, podemos escrever diretamente a equação da reta (atividade 2). Também podemos facilmente escrever a equa- ção da reta que passa por um ponto dado, com inclinação dada, ou que passa por dois pontos dados (atividades 3 e 4). 2. Represente no plano cartesiano as retas r1 a r9 de equações do tipo y = mx + h, corres- pondentes aos valores de h e m registrados na tabela a seguir. h m r1 0 5 r2 3 –2
  • 26. 25 Matemática – 3ª série – Volume 1 h m r3 –3 –2 r4 –1 ∙∙∙5 r5 ∙∙∙3 –7 r6 – ∙∙∙5 6,4 r7 π 0 r8 –0,5 – ∙∙∙7 r9 –0,8 π y 6 7 –1 4 62 3 51 –3 –5 –2 –4 –6 –7 4 2 5 3 1 0 –1–3 –2–4 x Um esboço das nove retas, destacando-se os valores relati- vos dos coeficientes m e h, é indicado a seguir: y = – Î5 + 6,4x y = – 0,5 – Î7 x y = Î3 – 7x y = – 0,8 + πx y = 3 – 2x y = 5x y = – 3 – 2x y = π r1 r2 r3 r4 r5 r6 r7 r8 r9 y = –1 + Î5 x y x 3. Determine a equação da reta que passa pelo ponto A (2; 5) e tem inclinação m = 3. 3 5 y 2 P 1 Xx Y 1a solução A equação da reta é do tipo y = mx + h, ou seja, é y = 3x + h Como o ponto (2; 5) pertence à reta, então: 5 = 3 ⋅ 2 + h Logo, h = –1, e a equação é y = 3x –1 2a solução Sendo (x; y) um ponto genérico da reta, devemos ter: m = y – 5 x – 2 = 3. Logo, y – 5 = 3(x – 2), ou seja, y = 3x –1 BOOK_MAT-SPFE-2014_3S_CP_VOL1.indb 25 25/11/13 17:43
  • 27. 26 4. Escreva a equação da reta que passa pelos pontos A (1; 7) e B (4; 16). 0 x y 1 A B 7 16 4 1a solução Sendo a reta inclinada em relação aos eixos, a equação é da forma y = mx + h. Substituindoascoordenadasdospontos,temos: 7 = m 1 + h 16 = m 4 + h Resolvendo o sistema, temos: m = 3 e h = 4. Logo, a equação é y = 3x + 4. 2a solução A inclinação da reta é m = 16 – 7 4 – 1 = 3. E já sabemos que a equação é do tipo y = 3x + h. Se ela passa pelo ponto A (1; 7), temos: 7 = 3 1 + h ou seja, h = 4. Logo, a equação é y = 3x + 4. 5. Considere o quadrado ABCD cujo lado mede 5 unidades e o triângulo equilátero EFG cujo lado mede 10 unidades, repre- sentados no sistema cartesiano. y BA D 5 x C y xF M G 10 E O a) Escolha um sistema de coordenadas que consideremaisadequadoeescrevaasequa- ções das retas AB, BC, CD, DA, AC e BD. b) Escolha um sistema de coordenadas que considere mais adequado e escre- va as equações das retas EF, FG, GE e OM, onde M é o ponto médio do lado EF e O é o ponto médio do lado GF. Naturalmente, existem muitas respostas distintas para a ques- tão. São indicados a seguir alguns exemplos de sistemas de coordenadas que poderiam ser escolhidos: y BA D 50 x C Sugestão para o professor! Apresente exercícios de fixação sobre os fatos básicos explorados nas atividades anteriores. Proponha aos alunos a deter- minação de diversas equações de retas a partir de diferentes informações: Reta passando por dois pontos dados; Reta passando por um ponto dado, sendo fornecida também a inclinação. A atividade pode ficar ainda mais inte- ressante e significativa se forem incluí- dos os casos de retas paralelas aos eixos coordenados.
  • 28. 27 Matemática – 3ª série – Volume 1 y x F M G 10 E 0 a) reta AB: y = 5 reta DC: y = 0 reta AD: x = 0 reta CB: x = 5 reta DB: y = x reta AC: y = –x + 5 b) reta FG: y = 0 calculando a altura do triângulo equilátero, obtemos h = 5 3; logo, as retas EF e EG têm equações do tipo y = mx + 5 3; como a reta EF passa pelo ponto F(5; 0), concluímos que 0 = m 5 + 5 3, ou seja, m = – 3; a equação de EF é y = – 3x + 5 3; do mesmo modo, como EG passa pelo ponto (–5; 0), concluímos que sua inclinação é 5 3 5 , ou seja, é igual a 3; sua equação é y = 3 x + 5 3; a reta OM terá equação do tipo y = m x, uma vez que passa pela origem. Como as coordenadas do ponto M são 5 2 ; 5 3 5 , cal- culamos o valor de M e obtemos m = 3; portanto, a equa- ção de OM é y = 3x. Professor: Outros sistemas de coordenadas poderiam ser escolhidos. Em sala de aula, essa diversi- dade possibilita algumas comparações inte- ressantes sobre quais resultados dependem e quais não dependem de tal escolha. Nesse momento também é interessante analisar qual o sistema mais conveniente, no sentido de simplificar as equações a serem obtidas. 6. Se duas retas inclinadas em relação aos ei- xos coordenados r1 e r2 são perpendiculares, então suas inclinações m1 e m2 tem sinais opostos e são inversas, isto é, m1 m2 = –1, como é possível perceber pela análise da fi- gura seguinte: y 0 x 1 h2 h1 y = m2 x + h2 y = m1 x + h1 m1 m2 Os ângulos assinalados nos dois triângulos retângulos são congruentes. Isso nos permi- te afirmar que m1 1 = 1 –m2 (note que, como m2 < 0, o segmento que corresponde ao lado do triângulo tem comprimento igual a – m2). Sendo assim, concluímos que m1 m2 = –1. Considerando esse resultado, determine a equação da reta t que passa pelo ponto A e é perpendicular à reta r, nos seguintes casos: A r (0; 0) y = 4 – 3x (0; 4) y = 2x – 5 (0; –3) y = 0,2x + 7 (0; 7) y = –√––3 x + 2 (1; 2) y = 3x + 7 Em cada caso, buscamos a equação da reta que passa pelo
  • 29. 28 ponto dado e é perpendicular à reta dada. Para obter a in- clinação m’ da reta procurada, basta tomar a inclinação m da reta dada, inverter e trocar o sinal, pois sabemos que o produto m · m’ deve ser igual a – 1. Assim, temos a seguinte tabela: A r m m' (0; 0) y = 4 – 3x – 3 1 3 (0; 4) y = 2x – 5 2 – 1 2 (0; –3) y = 0,2x + 7 0,2 – 5 (0; 7) y = – √––3 x + 2 – 3 1 3 = 3 3 (1; 2) y = 3x + 7 3 – 1 3 As retas perpendiculares são, portanto: y = m’ x + h, com o m’ de acordo com a tabela anterior e com o h calculado com base no fato de que elas passam pelo ponto indicado. No primeiro caso, teríamos: y = 1 3 + h; como a reta passa pela origem (0; 0), h = 0, e temos y = 1 3 x. No segundo caso: y = – 1 2 x + h; como a reta passa pelo ponto (0; 4), temos: 4 = – 1 2 0 + h, ou seja, h = 4; portanto y = – 1 2 x + 4 . Nos demais casos, temos, sucessivamente: y = –5x –3 y = 1 3 + 7 y = – 1 3 x + 7 3 Professor, para justificar o fato "se as retas r1 e r2 são perpendiculares e m1 e m2 são, respectivamente, as inclinações dessas re- tas, então m1 · m2 = –1", pode-se discutir com os alunos a argumentação a seguir: Parajustificaressefato,bastaobservarafigura: y 0 x 1 h2 h1 y = m2x + h2 y = m1x + h1 m2 m1 Pode-se notar que, no triângulo retângulo formado pelas duas retas e pelo segmento em que estão representadas as inclinações m1 e m2, a altura relativa à hipotenusa é igual a 1; logo, o produto dos comprimen- tos dos segmentos representados por m1 e m2 é igual a 1, uma vez que o quadrado da medida da altura relativa à hipotenusa é igual ao produto das medidas das proje- ções dos catetos sobre ela. Como as incli- nações têm sinais opostos, concluímos que: m1 · m2 = – 1, ou seja, m1 = – 1 m2 .
  • 30. 29 Matemática – 3ª série – Volume 1 Outro modo de comprovar tal relação é aplicar o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo anteriormente referido, obser- vando que um dos catetos é √–––––––1 + m1 2 , o outro é √–––––––1 + m2 2 , e a hipotenusa é m1 – m2 (lembrar que m2 é negativo; logo, o com- primento do segmento representado pelas duas inclinações é m1 – m2). Isso significa que: (m1 – m2)2 = 1 + m1 2 + 1 + m2 2 , portanto, m1 m2 = –1. 7. Como observado anteriormente, a equa- ção y = mx + h representa os pontos de uma reta inclinada em relação aos eixos coordenados. Uma reta divide o plano em dois semiplanos. Em um deles, o que se si- tua acima da reta, os pontos são tais que y > mx + h; no outro, abaixo da reta, temos y < mx + h. Se os semiplanos incluem os pon- tos da reta, temos y ≥ mx + h para os pontos acima da reta ou na reta, e y ≤ mx + h para os pontos abaixo dela ou na reta. y x0 y > mx + h y < mx + h y = mx + h y x0 y ≥ mx + h y ≤ mx + h y = mx + h Observação sobre a notação: y > mx + h: pontos do semiplano situado acima da reta y = mx + h. y ≥ mx + h: pontos do semiplano situado acima da reta, mais os pontos da reta y = mx + h. y < mx + h: pontos do semiplano situado abaixo da reta y = mx + h. y ≤ mx + h: pontos do semiplano situado abaixo da reta, mais os pontos da reta y = mx + h.
  • 31. 30 Partindo dessa ideia, associe cada uma das re- giões coloridas A, B, C, D, E, F a uma inequação ouaumsistemadeinequaçõesdotipoy>mx+h, ou, então, y < mx + h, considerando-se a conti- nuidade ou não da região solicitada. A y = 3x + 5 x y 0 B y = 5 – 0,5x y x0 C y = 5 + 2x x y 0 y = –3 + 2x D y = 7 – 0,5x y = 4 – 0,9x x y 0 E 7 x y 0 y = 4 + x y = 4 F 5 x y 0 y = – 2xπ y = π A: y ≥ 3x + 5 B: y < 5 – 0,5x C: –3 + 2x ≤ y ≤ 5 + 2x D: 4 – 0,9x ≤ y < 7 – 0,5x E: 4 ≤ y ≤ 4 + x para 0 ≤ x ≤ 7 F: – 2 x < y ≤ para 0 ≤ x ≤ 5 A equação da reta em sua forma geral ax + by = c não foi especialmente contem- plada na apresentação das ideias neste texto.
  • 32. 31 Matemática – 3ª série – Volume 1 Entretanto, consideramos importante que o pro- fessor explore em alguns exercícios o fato de que tal equação sintetiza adequadamente os dois ca- sos aqui estudados separadamente: as retas para- lelas aos eixos coordenados e as retas inclinadas em relação aos eixos. Particularmente importan- te, nesse caso, é reconhecer a inclinação da reta apresentada na forma geral ax + by = c. Sendo b ≠ 0, a reta não será paralela ao eixo OY e pode- mos encontrar sua inclinação. Explicitando o va- lordey,escrevemosy= –a b x+ c b enotamosque a inclinação da reta é m = –a b . Seria interessante praticar tal reconhecimento em variados exercí- cios. Para dedicar mais espaço neste Caderno à exploraçãodetemasmenosfrequentementeabor- dados, deixamos tal tarefa a cargo do professor. 8. Uma pessoa deve fazer uma dieta em que deve ingerir, no mínimo, 75 g de proteínas por dia, servindo-se apenas de certo alimento A. a) Se cada grama de A fornece 0,15 g de proteína, quantos gramas de A deverão ser ingeridos por dia, no mínimo? Sendo x a quantidade de gramas de A a ser ingerida, deve- mos ter x 0,15 ≥ 75. Concluímos, então, que x ≥ 500, ou seja devem ser ingeridos no mínimo 500 g do alimento A. b) Represente algebricamente a relação entre a quantidade x de A em gramas a ser ingerida e a quantidade y de proteí- nas correspondente. A quantidade y em gramas de proteína ingerida é uma fun- ção da quantidade x em gramas ingeridos do alimento A. En- tão, temos: y = 0,15x. c) Represente no plano cartesiano os pontos correspondentes aos pares (x; y) para os quais a prescrição da die- ta é atendida. Os pares (x; y) do plano cartesiano que correspondem ao atendimento à prescrição da dieta são os pontos da reta y=0,15x, tais que x ≥ 500, ou seja, são os pontos da reta y=0,15x à direita da reta x = 500. d) Represente no plano cartesiano a região em que a dieta estaria igual- mente satisfeita, porém com alimen- tos mais ricos em proteínas do que o alimento A. Os pares (x; y) que correspondem a alimentos mais ricos em proteínas do que A são tais que y > 0,15x, ou seja, ingerindo-se x gramas, a quantidade y de proteínas será maior do que 0,15x: trata-se da região acima da reta y = 0,15x; como devemos ter a ingestão de, no mínimo, 75g de proteína, então y ≥ 75, e devemos considerar, na região y > 0,15x, apenas os pontos acima da ou na reta y=75.
  • 33. 32 9. Um fazendeiro dispõe de 18 al- queires para plantar milho e alfa- fa. Chamando de x a área a ser plantada de milho, e y a área a ser planta- da de alfafa, e sabendo-se que o fazendei- ro pode optar por deixar uma parte das terras sem plantar nenhuma das culturas, responda às questões a seguir: a) Represente a relação algébrica que deve existir entre os valores de x e y. Sendo x a quantidade de alqueires plantados de milho e y a quantidade de alqueires plantados de alfafa, e sabendo-se que existe a opção de não plantar todos os 18 alqueires, devemos ter, então, a soma x + y menor ou igual a 18, ou seja, x + y ≤ 18. b) Represente a região A do plano carte- siano que corresponde à relação entre x e y anteriormente referida. Representando no plano cartesiano, obtemos o semiplano abaixo da reta x + y = 18, e mais os pontos da reta x + y = 18; naturalmente, somente faz sentido no problema em questão os pares (x; y) em que temos x ≥ 0 e y ≥ 0. y = 75 x = 500 y = 0,15x x y Para obtermos a representação dos pontos da reta x + y = 18, basta escolhermos os pontos em que x = 0 (e, portanto, y = =18), e em que y = 0 (e, portanto, x = 18). c) Sabendo-se que devem ser plantados, no mínimo, 5 alqueires de milho, qual a região B do plano correspondente aos pares (x; y) que satisfazem as con- dições formuladas? Sabendoquedevemserplantadosnomínimo5alqueiresdemi- lho,temos,então,x≥5;noplano,teremosaregiãoàdireitadareta x = 5, e abaixo da reta, x + y = 18. d) Sabendo-se que devem ser plantados, no mínimo, 5 alqueires de milho e, no míni- mo, 3 alqueires de alfafa, qual a região C do plano que corresponde aos pares (x; y) que satisfazem as condições formuladas? Sabendo que devem ser plantados no mínimo 5 alqueires de milho e no mínimo 3 alqueires de alfafa, devemos ter, simulta- neamente, x + y ≤ 18, x ≥ 5 e y ≥ 3; no plano, trata-se da região acima da, ou na reta y = 3, à direita da, ou na reta x = 5, e abaixo da, ou na reta x + y = 18 (incluindo-se os pontos das duas retas).
  • 34. 33 Matemática – 3ª série – Volume 1 Considerações sobre a avaliação Ao final desta Situação de Aprendizagem, é fundamental que as equações de retas estejam naturalmente associadas à variação proporcio- nal entre x e y, tanto a partir da origem quanto a partir de outros valores: y = kx, y – h = kx, ou ainda, y – y0 = k(x – x0). Espera-se que os alunos compreendam que re- tas paralelas aos eixos têm equações simples, e que retas inclinadas em relação aos eixos têm equações na forma y = mx + h e ainda que saibam interpre- tar o significado dos coeficientes m e h. Especial atenção deve ser dada ao pequeno triângulo que determina a inclinação de cada reta, em decorrên- cia das múltiplas informações que ele oferece. Também faz parte das expectativas de aprendizagem o reconhecimento de regiões do plano determinadas por desigualdades do tipo y < mx + h, ou y > mx + h, bem como de suas variações, envolvendo igual- dade e desigualdade. x + y = 18 18 5 180 x y B x + y = 18 18 5 180 x y C 3 x + y = 18 18 180 x y A SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 PROBLEMAS LINEARES – MÁXIMOS E MÍNIMOS Conteúdos e temas: equação da reta em diferentes contextos: problemas lineares; representa- ção de retas e regiões do plano cartesiano: problemas de máximos e mínimos. Competências e habilidades: capacidade de recorrer à linguagem da Geometria Analítica para enfrentar situações-problema em diferentes contextos; reconhecimento da importância da ideia de proporcionalidade e de sua relação direta com as equações das retas. Sugestão de estratégias: apresentação de uma coleção de problemas lineares, alguns deles envolvendo situações de máximos ou mínimos, como motivação para uso das equações e inequações associadas a retas e regiões do plano.
  • 35. 34 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 3 De maneira geral, situações que envolvem grandezas diretamente proporcionais, ou cujas variações, a partir de certo valor inicial, traduzem umaproporcionalidadedireta,resultamemequa- ções de retas, quando traduzidas algebricamente. Vamos examinar, nas atividades a seguir, algumas situações concretas desse tipo. Os enunciados dos problemas podem não parecer usuais no conteú- dodeGeometriaAnalítica,masorequisitoparaa soluçãodetodoseleséapenasoconhecimentobá- sico que já foi apresentado envolvendo equações de retas ou inequações correspondentes a regiões. Alguns dos problemas examinam situações de otimização, ou seja, em que se busca a solução de um problema de máximo ou de mínimo. As perguntas iniciais de cada problema são simples e servem de degraus para facilitar a compreensão e a solução das últimas questões. 1.Emumafábricaqueproduzum só tipo de produto, o custo C da produção de x unidades é a soma de um custo fixo C0 com um custo variável C1, queéproporcionalax.Seoprocessodeprodu- ção for tal que cada unidade produzida a mais tenha sempre o mesmo custo, independente- mente do valor de x, então C1 = kx, onde k re- presenta o custo de cada unidade do produto. Emumafábricacomoadescritaacima,tem-se: C = 3 000 + 150x (x é o número de artigos; C é o custo da produção em reais). a) Esboce o gráfico de C em função de x. O gráfico de C = 3000 + 150x é uma reta de inclinação m = 150, cortando o eixo OY, em que está representado o custo C, no ponto (0; 3 000): C = 3 000 + 150x C x 3000 150 1 b) Para qual valor de x o custo fixo se igua- la ao custo variável? O custo fixo é 3 000 e o custo variável é 150x; eles são iguais quando x = 20. C = 3 000 + 150xC 3000 1 150 C1 = 150x 20 x c) A partir de qual valor de x o custo fixo passa a representar menos de 10% do custo total da produção? O custo fixo passará a corresponder a 10% do custo total na seguinte situação: 3000 = 10% de (3000 + 150x), ou seja, na seguinte situação 3000 = 0,1(3000 + 150x), e então x = 180. 2. Uma fábrica produz dois tipos de produtos: A e B. A quantidade produzida diariamente de A é igual a x, e a quantidade diária de B é igual a y. O processo de produção é tal que
  • 36. 35 Matemática – 3ª série – Volume 1 x y 5x + 8y = 3200 5x + 8y = 2400 480 400 300 6400 c) Represente em um sistema de coorde- nadas no plano os pares (x; y) para os quais se tem C ≤ 3200. Teremos o custo C menor ou igual a 3200 na região do pri- meiro quadrante situada na reta 5x + 8y = 3 200 ou abaixo dela: y x0 640 5x + 8y = 3200 400 3. Uma pessoa deve fazer uma dieta que for- neça pelo menos 6 mg de vitamina B2, ali- mentando-se exclusivamente dos alimen- tos I e II, oferecidos em pacotes de 100 g. Cada pacote do alimento I fornece 1,2 mg de B2, e cada pacote do alimento II for- nece 0,15 mg de B2. Sendo x o número de pacotes do alimento I a serem ingeridos, e y o número de pacotes do alimento II: cada unidade produzida de A custa sempre 5 reais e cada unidade de B custa 8 reais, sen- do, portanto, o custo da produção conjunta de A e B igual a C = 5x + 8y (C em reais). a) Sendo o valor de C, em determinado dia, igual a R$ 2400,00, determine dois pares de valores possíveis para x e y. Para 2400 = 5x + 8y, podemos ter x = 0 e y = 300, ou então, y = 0 e x = 480, ou ainda, x = 400 e y = 50. Existem infinitos pares de valores de x e de y que satisfazem a relação dada: são os cor- respondentes aos pontos da reta cuja equação 5x + 8y = 2400 é representada a seguir: 5x + 8y = 2400 480 400 300 50 x y 0 b) Sendo o máximo valor admissível para C igual a R$ 3200,00, qual o valor má- ximo possível para x? E qual é o valor máximo possível para y? (Observação: x ≥ 0, y ≥ 0). Sendo C = 3 200, então temos: 5x + 8y = 3200. Os pares (x; y) correspondentes situam-se sobre a reta 5x + 8y = 3 200 (que é paralela à reta 5x + 8y = 2 400). Quando y = 0, x assume o valor máximo possível: x = 640. Quando x = 0, y assume o valor máximo possível: y = 400.
  • 37. 36 a) Escreva a relação que deve existir entre x e y para que a dieta seja satisfeita. Como cada pacote do alimento I fornece 1,2 mg de vitamina B2, x pacotes de I fornecerão x 1,2 mg de vitamina B2; se cada pa- cote de II fornece 0,15 mg de B2, então y pacotes de II fornece- rão 0,15 y mg de B2. Logo, ingerindo x pacotes de I e y pacotes de II, a quantidade ingerida de B2 será igual a 1,2x + 0,15y. Para a dieta ser satisfeita, devemos ter 1,2x + 0,15y ≥ 6. b) Represente graficamente os pares (x; y) que satisfazem essa relação. (Lembre-se de que devemos ter, naturalmente, x ≥ 0, y ≥ 0.) y x0 5 1,2x + 0,15y = 6 40 Os pontos (x; y) que satisfazem a relação 1,2x + 0,15y ≥ 6 são os pontos do primeiro quadrante que se situam acima da ou na reta 1,2x + 0,15y = 6. Essa reta intercepta o eixo OX no pon- to (5; 0) e o eixo OY no ponto (0; 40). 4. Retome o enunciado da atividade anterior. Considere que cada pacote de 100 g do ali- mento I custa 5 reais, e que cada pacote do alimento II custa 2 reais. a) Expresse o custo C da alimentação, se forem utilizados x pacotes de I e y pa- cotes de II. Como cada pacote de I custa 5 reais e cada pacote de II custa 2 reais,ocustoCseráiguala5x+2y,ouseja,C=5x+2y(Cemreais). b) Represente graficamente no plano car- tesiano os pares (x; y) que correspon- dem ao custo C1 = 40 reais, notando que eles correspondem a uma reta r1. Sendo o custo C1 = 40, os pares (x; y) que satisfazem a relação 40 = 5x + 2y são os pontos da reta r1, representada a seguir. Pararepresentartalreta,bastanotarquequandox=0,y=20,eque quandoy=0,x=8,ouseja,ospontos(0;20)e(8;0)pertencemar1. y x 20 C1 = 40 5x + 2y = 40 r1 0 8 c) Represente os pontos que correspondem ao custo de C2 = 60 reais e C3 = 80 reais, notando que eles correspondem às retas r2 e r3, paralelas à reta r1 do item anterior. OspontosquecorrespondemaocustoC2 =60eC3 =80sãopon- tos, respectivamente, das retas r2 : 5x + 2y = 60 e r3 : 5x + 2y = 80, representadas a seguir. Para representar r2, basta notar que: se x = 0, então y = 30; se y = 0, então x = 12. Para representar r3, analogamente, temos: x = 0, y = 40; y = 0, x = 16. As retas r2 e r3 são paralelas, pois têm a mesma inclinação m, determinada pelos coeficientes 5 e 2: m = – 5 2 . d) Mostre que quanto menor o custo, me- nor a ordenada do ponto em que a reta que o representa intercepta o eixo y.
  • 38. 37 Matemática – 3ª série – Volume 1 Para cada valor fixado de C, a reta C = 5x + 2y intercepta o eixo OY no ponto 0; C 2 ; assim, quanto menor o custo, menor o valor de C 2 . Podemos observar esse fato nos exemplos dos itens anteriores, para C igual a 40, 60 e 80. y x0 8 12 16 r2 r1 C1 = 40 C2 = 60 C3 = 80 r3 40 30 20 e) Para qual dos pares (x; y) tem-se a dieta satisfeita e o custo da alimentação o me- nor possível? y x0 5 40 1,2x + 0,15y ≥ 6 Recordemos, da atividade 3, que para a dieta ser satisfeita, os pares (x; y) devem pertencer à região do primeiro quadrante situada na reta 1,2x + 0,15y = 6, ou acima dela. Estamos, agora, procurando o par (x; y) que corresponde ao custo mínimo en- tre os pontos da região em que 1,2x + 0,15y ≥ 6. Vamos observar como as retas que traduzem os custos da ali- mentação, representadas anteriormente, situam-se na região que satisfazem a dieta. Notamos que: para os diversos valores do custo, as retas representativas são paralelas inclinação igual a – 5 2 ; quanto mais baixa for a reta que representa o custo, menor é esse custo – seu valor determina o ponto em que a reta corta o eixo y, que é 0; C 2 ; o ponto mais baixo a que se pode chegar sem sair da região que satisfaz a dieta (acima ou na reta 1,2x + 0,15y = 6), é o ponto (5; 0); nesse ponto, o custo será C = 5 5 + 2 0 = 25, que é o custo mínimo. Todos esses fatos estão reunidos na figura a seguir: y x850 12 20 16 1,2x + 0,15y ≥ 6 C = 5x + 2y C = 80 C = 60 C = 40 fora da região de satisfação da dieta Cmínimo C = 25 30 12,5 40 Portanto, o custo mínimo, nas condições do enunciado, ocorre com 5 pacotes do alimento I e nenhum pacote do alimento II; tal custo corresponde a 25 reais. 5. Um pequeno fazendeiro dispõe de 8 alqueires para plantar milho e cana. Ele deve decidir quanto plan- tar de milho e quanto de cana, em alqueires, de modo que seu rendimento total seja o maior possível. Cada alqueire de milho plan- tado deve resultar em um rendimento líquido
  • 39. 38 de R$ 20 mil, e cada alqueire de cana deverá render R$ 15 mil. No entanto, cada alqueire de milho requer 20000L de água para irriga- ção e cada alqueire de cana requer somente 10000L de água, sendo que, no período cor- respondente, a quantidade de água disponí- vel para tal fim é 120000L. Considere x e y as quantidades de alqueires plantados de milho e cana, respectivamente. a) Como se pode representar, em termos de x e y, o rendimento total R a ser rece- bido pelo fazendeiro, supondo que ven- da a totalidade de sua produção? Cada alqueire de milho renderá 20 000; logo, se plan- tar x alqueires, o rendimento será 20 000x. Cada alqueire de cana renderá 15 000; logo, se plantar y alqueires de cana, o rendimento será 15 000y. O rendimento total será R = 20 000x + 15 000y. b) Qual a relação entre x e y que traduz a exigência de que o total de alqueires plantados não pode ser maior do que 8? Represente no plano cartesiano os pon- tos (x; y) que satisfazem essa relação. Sendo x a quantidade de alqueires a ser plantados de milho e y a quantidade de alqueires plantados de cana, a soma x + y não pode ultrapassar os 8 alqueires disponíveis, ou seja: x + y ≤ 8. y x8 8 x + y ≤ 8 c) Qual é a relação entre x e y que traduz a exigência de que o total de água a ser utilizado não pode superar os 120000L? Represente no plano cartesiano os pon- tos (x; y) que satisfazem essa relação. Como cada alqueire de milho requer 20000L de água, x al- queires requererão 20000x L; da mesma forma, y alqueires de cana utilizarão 10000y L de água. Assim, o total de litros de água utilizados será 20000x + 10000y, e não poderá ultrapas- sar o limite de 120000, ou seja: 20000x + 10000y ≤ 120000. Isso corresponde aos pontos situados abaixo da reta ou na reta 20000x + 10000y = 120000. Veja a representação: y 12 0 6 8 2x + y = 12 2x + y ≤ 12 x Para representar a reta, podemos simplificar os coeficientes, obtendo 2x + y = 12. para x = 0, temos y = 12; para y = 0, temos x = 6. d) Represente no plano cartesiano o conjunto dospontosquesatisfazemsimultaneamen- te as duas exigências expressas nos itens b e c (lembrando que devemos ter x ≥ 0, y ≥ 0). Os pontos do plano que satisfazem simultaneamente as duas restrições são os pontos situados abaixo ou na reta x + y = 8, e abaixo ou na reta 2x + y = 12. Formam o quadrilátero ABCD indicado na representação a seguir.
  • 40. 39 Matemática – 3ª série – Volume 1 r1: 4x + 3y = 15 r2: 4x + 3y = 24 x = 0 y = 5 x = 0 y = 8 y = 0 x = 15 4 y = 0 x = 6 f) Mostre que, quanto maior o rendimento R, maior a ordenada do ponto em que a reta que o representa intercepta o eixo OY. Para cada valor fixado do rendimento R, a reta R = 20 000x + + 15 000y corta o eixo OY no ponto em que x = 0, ou seja, em que y = R 15000 . Isso significa que quanto maior o ren- dimento, maior é a ordenada do ponto em que a reta que o representa intercepta o eixo y. g) Determineopontodaregiãodoitemdque corresponde ao rendimento total máximo. Buscamos agora o ponto da região de viabilidade do pro- blema, ou seja, que foi determinado no item d, no qual o rendimento total R é o maior possível. O maior valor possível para a reta R = 20 000x + 15 000y cortar o eixo y sem sair da re- gião de viabilidade corresponde à reta que passa pelo ponto de interseção das retas x + y = 8 e 2x + y = 12. Calculando tal ponto, obtemos x = 4 e y = 4. No ponto (4; 4), portanto, o valor de R é o maior possível, respeitadas as condições de x + y ≤ 8 e 2x + y ≤ 12. Calculando o valor de R nesse ponto, obtemos: R = 20 000 4 + 15 000 4, ou seja, R = 140 000 reais. Acompa- nhe o raciocínio que foi feito na figura abaixo: fora da região da viabilidade Rmáximo 4 4 y 12 B x + y = 8 8615___ 4 x C R2 = 120000 2x + y = 12 R1 = 75000 A 5 D 0 8 y 12 8 A D C B 0 6 8 2x + y = 12 x + y = 8 x e) Determine o conjunto dos pontos (x; y) do plano que correspondem ao rendimento R1 = 75mil e os que corres- pondem ao rendimento R2 = 120mil. Os pontos (x; y) que correspondem ao rendimento R1 = 75 000 reais são os pontos da reta r1 de equação 75 000 = 20 000x + 15 000y,ou seja, simplificando os coefi- cientes, 4x + 3y = 15. Os pontos que correspondem ao rendimento R2 = 120000 são os pontos da reta r2 de equação 120000 = 20000x + 15000y, ou seja, simplificando os coeficientes, 24 = 4x + 3y. As duas retas são paralelas e estão representadas a seguir: y 12 8 B x + y = 8 8615___ 4 x C R2 = 120000 2x + y = 12 R1 = 75000 A 5 D 0
  • 41. 40 Desafio! Umafábricautilizadoistiposdemáquinas,M1 eM2,paraproduzirdoistiposdeprodutos,P1 eP2. Cada unidade de P1 exige 2 horas de trabalho de M1 e 2 horas de M2; cada unidade de P2 exige 1 hora de trabalho de M1 e 4 horas de M2. Sabe-se que as máquinas M1 e M2 podem trabalhar, no máximo, 10horaspordiae16horaspordia,respectivamente,equeolucrounitário,navendadeP1,éiguala40 reais, enquanto na venda de P2, o lucro unitário é de 60 reais. Representando por x a quantidade diá- ria a ser produzida de P1 e por y a quantidade a ser produzida de P2, responda às questões seguintes: a) Qual é a relação entre x e y de modo que o tempo de utilização da máquina M1 não ultrapasse as horas diárias permitidas? Represente os pontos correspondentes no plano cartesiano. Cada unidade de P1 utiliza 2 h de M1; cada unidade de P2 utiliza 1 h de M1; logo, produzindo-se x unidades de P1 e y unidades de P2, a máquina M1 ficará ocupada x 2 + y 1 horas. Como M1 poderá trabalhar no máximo 10 h, devemos ter 2x + 1y ≤ 10. Corres- ponde à região do plano abaixo da ou na reta 2x + y = 10 (ver a seguir). y x8 2x + 4y ≤ 16 4 y x5 10 2x + y ≤ 10 b) Qual é a relação entre x e y de modo que o tempo de utilização da máquina M2 não ultrapasse as horas diárias permitidas? Represente os pontos correspondentes no plano cartesiano. Da mesma maneira, ao item anterior, cada unidade de P1 utiliza 2 h de M2, e cada unidade de P2 utiliza 4 h de M2. Logo, x unidades de P1 e y unidades de P2 utilizarão 2x + 4y horas de M2, e devemos ter 2x + 4y ≤ 16. O gráfico está representado anteriormente. c) Represente a região do plano cartesiano que corresponde aos pontos (x; y) que satisfa- zem simultaneamente às duas restrições dos itens a e b.
  • 42. 41 Matemática – 3ª série – Volume 1 Trata-se da região do primeiro quadrante situada abaixo das ou nas retas 2x + y = 10 e 2x + 4y = 16; é o quadrilátero A de vértices (0; 0), (5; 0), (0; 4) e (4; 2). Para encontrar o vértice (4; 2), basta achar a interseção das retas 2x + y = 10 e 2x + 4y = 16 y x85 2 2x + 4y ≤ 16 A 2x + y ≤ 104 10 4 d) Qual é a expressão do lucro total L que resulta da venda de todas as unidades produzidas de P1 e P2? O lucro total L, que resulta da venda de todas as x unidades produzidas de P1 e y unidades produzidas de P2, é igual a 40x + 60y, pois cada unidade de P1 gera um lucro de 40, e cada unidade de P2 gera um lucro de 60. Assim, temos L = 40x + 60y. e) Represente os pontos do plano que correspondem a um lucro total igual a 120 reais. Se o lucro L for igual a 120 reais, temos: 120 = 40x + 60y. Os pontos que satisfazem a essa relação pertencem a uma reta, represen- tada a seguir: y x3 2 0 120 = 40x + 60y
  • 43. 42 f) Qual é o ponto da região do item c que corresponde ao lucro total máximo? Devemos encontrar o ponto da região A, indicada no item c, para o qual o lucro total L seja máximo. A região A é formada pelos pares (x; y), que obedecem às duas restrições inicialmente apresentadas, constituindo, assim, a região de viabilidade para o pro- blema. Para descobrir tal ponto, vamos relacionar o lucro L com a região A. 2x + 4y ≤ 16 y 10 8653 4 x 2 2x + y ≤ 10 Lmáximo L = 240 Lucro crescente A L = 120 4 Para cada valor de L, a expressão L = 40x + 60y representa uma reta; para valores diferentes de L, as retas correspondentes são todas paralelas. Por exemplo, para L = 240, temos 240 = 40x + 60y, que é uma reta que intercepta o eixo x no ponto (6; 0), e o eixo y no ponto (0; 4). Para encontrar o lucro máximo, basta procurar entre as retas paralelas L = 40x + 60 y aquela que corta o eixo y o mais alto pos- sível, sem sair da região de viabilidade do problema. Tal reta é a que passa pelo ponto (4; 2); o valor de L correspondente é L = 40 4 + 60 2 = 280. O lucro total máximo é, portanto, 280 reais. Considerações sobre a avaliação Nesta presente Situação de Aprendizagem, foram explorados problemas lineares, envol- vendo exclusivamente equações de retas, em alguns dos quais o que estava em foco era uma questão de otimização (de máximo ou de mí- nimo). Tais problemas, apesar de seus enuncia- dos relativamente longos, não são muito com- plexos, exigindo apenas uma leitura atenta das informações apresentadas. Eles podem se pres- tar muito bem à realização de pequenos proje- tos de estudo ou de investigação sobre os temas abordados, como as dietas ou a organização do trabalho em uma fábrica, por exemplo. Os objetivos da Situação de Aprendizagem estarão garantidos se os alunos conseguirem explorar de modo analítico, com consciência, todas as informações apresentadas em pelo
  • 44. 43 Matemática – 3ª série – Volume 1 menos em uma das atividades de otimiza- ção, compreendendo o fato de que a solução desta exige apenas conhecimentos iniciais de Geometria Analítica. Não é necessário que o professor resolva todos os exercícios, mas é preciso que estabeleça como meta explorar muito bem pelo menos uma das modelagens apresentadas para problemas práticos. Sobre a forma de avaliação, consideramosque o assunto favorece uma utilização de múltiplos instrumentos, não se limitando às provas. Traba- lhos de modelagem matemática e equacionamen- to de problemas lineares, incorporando-se outras variáveis ou condições, além das referidas, podem ser realizados, explorando-se centros de interesse dos alunos. Conteúdos e temas: caracterização da circunferência e das cônicas (elipse, hipérbole e parábola) por meio de propriedades; equações da circunferência e das cônicas em situações simples, com centro na origem; utilização das equações das circunferências e das cônicas em diferentes contextos. Competências e habilidades: capacidade de expressar por meio da linguagem algébrica as pro- priedades características de curvas muito frequentes na natureza, como as circunferências e as cônicas; capacidade de reconhecer, em diferentes contextos, a presença das circun- ferências e das cônicas, expressas por meio de suas equações; capacidade de lidar com as equa- ções das circunferências e das cônicas para resolver problemas simples, em diferentes contextos. Sugestão de estratégias: apresentação de um conjunto de situações em que as circunferências e as cônicas estão presentes, explorando suas propriedades tendo em vista a representação de tais curvas por meio de equações; apresentação de alguns exercícios exemplares, para sinali- zar aos professores os principais centros de interesses dos temas estudados. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 4 Nas três Situações de Aprendizagem anteriores, a ênfase foi dada à abordagem algébrica de problemas geométricos en- volvendo as retas e suas equações. A par- tir de agora, outras curvas serão estudadas com os métodos da Geometria Analítica. Também aqui não se trata de apresentar cur- vas e propriedades desconhecidas, mas sim de abordar de uma maneira nova uma sé- rie de curvas e de problemas já conhecidos, aumentando, assim, nossa capacidade de resolver situações-problema. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 CIRCUNFERÊNCIAS E CÔNICAS: SIGNIFICADOS, EQUAÇÕES, APLICAÇÕES
  • 45. 44 As circunferências e as cônicas (elipses, hipérboles e parábolas) são curvas que também podem ser representadas no plano cartesiano e cuja propriedade obede- cida pelos seus pontos pode ser descrita por meio de uma equação de duas variáveis. A circunferência e a elipse podem ser vistas a partir de seções de um cilindro circular; a elipse não passa de uma circunferência alongada em uma das duas direções. circunferência elipse circunferência elipse Os quatro tipos de curvas podem ser vistos como seções de uma superfície cônica. ©ConexãoEditorial Também é possível observar superfícies cônicas colocando-se água em recipientes cilín- dricos ou cortando-se adequadamente uma peça de salame. ©ConexãoEditorial A caracterização dessas curvas pode ser feita com mais vagar pelo professor, sendo interessante, inclusive, a observa- ção destas colocando-se água em recipien- tes cilíndricos, cortando-se um salame, ou construindo materiais para serem usados em aula, com madeira e serrote. A seguir, buscaremos apresentar as equa- ções de tais curvas, quando situadas em um plano cartesiano convenientemente escolhi- do. Começaremos com a circunferência.
  • 46. 45 Matemática – 3ª série – Volume 1 Circunferência A propriedade característica da circunfe- rência é a de que seus pontos são todos equidis- tantes de um ponto interior chamado centro; a distância comum de cada um de seus pontos ao centro é o raio da circunferência. Assim, se o centro for a origem do sistema de coordenadas e P (x; y) um ponto de uma circunferência de raio r, a equação que relaciona as coordenadas de um ponto qualquer da circunferência é: d(P; O) = r; ou seja, x2 + y2 = r; ou, ainda, x2 + y2 = r2 . Se o centro C for o ponto (xo; yo), então da igualdade característica d(P; C) = r resultará: (x – xo)2 + (y – yo)2 = r. Ou seja, (x – xo)2 + (y – yo)2 = r2 . y xx0 y r P √–––––– √––––––––––––––––– y x xx0 0 y y0 r C P Exemplos A equação x2 + y2 = 10 representa uma cir- cunferência com centro na origem e raio igual a √––10. A equação (x – 3)2 + (y – 5)2 = 16 represen- ta uma circunferência de centro no ponto (3; 5) e raio igual a 4. A equação x2 + (y – 1)2 = 25 representa uma circunferência de centro no ponto (0; 1) e raio igual a 5. A equação (x + 7)2 + y2 = 13 representa uma circunferência de centro no ponto (–7; 0) e raio igual a √––13. 1. Sabendo que uma circunfe- rência de centro C(x0; y0) e raio r tem equação (x – x0)2 + + (y – y0)2 = r2 , considere a circunferência de centro (4; 4) e de raio 4.
  • 47. 46 a) Represente-a no plano cartesiano a se- guir e determine sua equação. A equação da circunferência é (x – 4)2 + (y – 4)2 = 16; ver figura a seguir. y x0 4 4 4 SP1 P2 b) Determine a equação da reta s que passa pela origem e pelo centro da circunferência. A reta s que passa pela origem e pelo centro da circunferên- cia tem inclinação igual a 1; logo, sua equação é y = x. c) Calcule as coordenadas dos pontos P1 e P2, de interseção da reta s com a circun- ferência dada. Os pontos de interseção da reta s com a circunferên- cia são as soluções do sistema formado pelas equações y = x e (x – 4)2 + (y – 4)2 = 16. Substituindo y por x na se- gunda equação, obtemos x1 = 4 + 2 2 e x2 = 4 – 2 2. Logo, P1 = (4 + 2 2; 4 + 2 2) e P2 = (4 – 2 2; 4 – 2 2). d) Calcule a distância entre P1 e P2. Calculando a distância entre P1 e P2, encontramos 8, que é o diâmetro da circunferência. Professor: Outros exercícios poderiam ser propos- tos, articulando o reconhecimento da equação da circunferência e os resulta- dos já conhecidos sobre retas. Em virtu- de da limitação do espaço do Caderno, deixamos tal tarefa para o discernimento e a disponibilidade do professor. Elipse As curvas chamadas cônicas – a elipse, a hipérbole e a parábola – ocorrem com muita frequência na natureza e no dia a dia. Vamos conhecer suas principais características, começando pela elipse. Quando inclinamos um recipiente cilíndrico aberto, de seção circular, contendo água em repouso, o contorno da superfície da água é uma elipse. Também é uma elipse a sombra pro- jetada de uma circunferência situada em um plano vertical, quando a luz do Sol, ou outra luz qualquer, incide obliquamente. ©ConexãoEditorial
  • 48. 47 Matemática – 3ª série – Volume 1 Foi Johannes Kepler (1571-1630), em seus estudos de Astronomia, quem associou às traje- tórias dos planetas ao redor do Sol não mais circunferências, mas sim elipses, ou seja, circunfe- rências “achatadas”. Nessas elipses, Kepler destacou a existência de dois pontos simetricamen- te opostos em relação ao centro, chamados focos, em um dos quais o Sol se situava. A partir desses dois pontos, uma propriedade fundamental pode ser utilizada para caracte- rizar uma elipse: qualquer ponto da elipse é tal que a soma das distâncias até esses dois pontos fixados, que são os focos, é constante. Jardineiros utilizam frequentemente essa propriedade para construir canteiros elípticos: fincando-se duas estacas, uma em cada foco, e deslocando- -se um estilete, com um barbante de comprimento L (maior do que a distância entre os focos) esticado, obtém-se uma elipse. d(P, F1) + d(P, F2) = constante F1 F2 Um coador de café de plástico pode ilustrar o fato de que as elipses podem ser consideradas como curvas intermediárias entre a circunfe- rência e o segmento de reta: Uma elipse apresenta dois eixos de simetria: o semieixo maior cos- tuma ser representado por a, o menor por b. Assim, os dois eixos são 2a e 2b. 0 x y Semieixos a ␺ –a –b b ©ConexãoEditorial ©ConexãoEditorial ©ConexãoEditorial ©ConexãoEditorial
  • 49. 48 Como já foi dito anteriormente, a elipse é como uma circunferência "achatada". Com isso em mente, vamos obter a equação da elip- se com centro na origem. 2. Usando o fato de que a elip- se é uma circunferência “acha- tada”, ou seja, é a curva obtida quando reduzimos (ou ampliamos) na mesma proporção todas as cordas perpen- diculares a um diâmetro dado, mostre que a equação da elipse de centro na origem e com os semieixos a e b é x2 a2 + y2 b2 = 1. y 0 x x2 a2 + = 1 y2 b2 x2 +(y’ )2 = a2 (x; y’ ) (x; y) Elipse Circunferência –a –a l a –b a b De fato, se os pontos (x; y’) de uma circunferência de centro na origem e raio a satisfazem a equação x2 + y’2 = a2 , os pontos (x; y) da elipse obtida reduzindo todas as ordenadas na proporção de a para b (a > b > 0) são tais que y’ y = a b , ou seja, y’ = y a b . Substituindo esse valor de y’ na equação da circunferência x2 + y’2 = a2 , obtemos x2 + y a b 2 = a2 , de onde resulta: x2 a2 + y2 b2 = 1, que é a equação da elipse. Exemplos A equação x2 9 + y2 7 = 1 representa uma elipse de semieixos 3 e √––7, com centro na origem; A equação x2 + y2 5 = 1 representa uma elipse de semieixos 1 e √––5, com centro na origem; A equação 4x2 + 9y2 = 36 representa uma elipse, pois pode ser escrita na for- ma equivalente x2 9 + y2 4 = 1; tem cen- tro na origem e semieixos 3 e 2. Professor: Aqui seria interessante apresentar muitos exercícios de identificação dos dois semi- eixos de elipses dadas por equações na forma x2 a2 + y2 b2 = 1, com a correspon- dente representação no plano cartesiano, bem como exercícios de escrita das equa- ções de elipses já representadas no plano, com o centro na origem do sistema e com os valores dos semieixos indicados sobre os eixos coordenados. 3. Em uma elipse com centro na origem e semieixo maior a no eixo OX, os pontos (0; b) e (0; –b) distam do centro menos do que a. Os pontos do eixo OX que estão a uma distância a de (0; b) e (0; –b) têm coor- denadas (c; 0) e (–c; 0). Eles são particular- mente importantes, sendo chamados focos da elipse. O valor c é chamado distância focal da elipse. Por construção, a soma das distâncias dos pontos (0; b) e (0; –b) até os focos é igual a 2a. É possível mostrar que
  • 50. 49 Matemática – 3ª série – Volume 1 para todo ponto P (x; y) do plano, se x2 a2 + + y2 b2 = 1, então a soma das distâncias de P até os focos (c; 0) e (–c; 0) é igual a 2a. A razão c a é chamada excentricidade da elipse, sendo representada pela letra e. y 0 x–a a –b –c c a a b a) Mostre que, entre a, b e c, vale a relação a2 = b2 + c2 . Observando o triângulo retângulo formado na figura, de hi- potenusa a e catetos b e c, concluímos que a2 = b2 + c2 . b) Mostre que, fixado o valor de a, quanto menor for o valor de b, mais a excentrici- dade se aproxima de 1 e a elipse se aproxi- ma de um segmento de reta; quanto mais próximo de a for o valor de b, mais a ex- centricidade se aproxima de zero e a elipse se aproxima de uma circunferência. Como c = a2 – b2 notamos que, sendo fixado o valor de a, quanto maior for o valor de b, menor será c, e portanto, menor a excentricidade, e mais a elipse se aproxima de uma circunferên- cia; quanto menor o valor de b, mais próximo de a é o valor de c, e portanto, maior é a excentricidade, que se aproxima do valor 1. Observação: No caso da órbita da Terra, que Kepler con- cluiu ser uma elipse com o Sol em um dos focos, a excentricidade e é igual a 0,01675, ou seja, a órbita é quase uma circunferência. Os semieixos, nesse caso, são, aproximadamen- te, a = 153 493 000 km e b = 153 454 000 km. 4. Considere a elipse representada a seguir de centro na origem e semieixos a = 13 e b = 5. y x F2F1 5 13 13 c Determine: a) a equação da elipse; A equação da elipse é x2 132 + y2 52 = 1 b) a excentricidade da elipse; A excentricidade da elipse é e = c a , sendo c = 132 – 52 = 12. Calculando o valor de e, temos: e = 12 13 = 0,923. c) os focos da elipse; Os focos da elipse são os pontos de coordenadas (c; 0) e (–c; 0), ou seja, são os pontos (12; 0) e (–12; 0). d) o valor de k para que o ponto P (5; k), do primeiro quadrante, pertença à elipse; Para que o ponto (5; k) pertença à elipse, devemos ter 52 132 + k2 52 = 1, de onde obtemos que k = ± 60 13 . Sendo P do primeiro quadrante, segue que k = 60 13 . e) a soma das distâncias de P aos focos da elipse. Podemos calcular a soma das distâncias do ponto P 5; 60 13 até os focos obtidos no item c); sabemos, no entanto, que tal valor será igual a 2a, ou seja, a 26.
  • 51. 50 Hipérbole Quando representamos graficamente pares (x; y) de grandezas inversamente proporcio- nais, isto é, cujo produto x y é constante e não nulo, a curva obtida é uma hipérbole: y x 0 y2 y1 x3 x2 x y = k eixos perpendiculares/sistema ortogonal x1 y3 x1 y1 = x2 y2 = x3 y3 = constante = k ≠ 0 0 y1 y2 x y = k eixos oblíquos x1 x2x3 x y y3 Como já vimos anteriormente, a hipérbole surge, ainda, quando seccionamos um cone cir- cular reto com um plano que forma com o plano da base um ângulo maior do que aquele formado por uma geratriz do cone com a base. Quando um avião se desloca a certa altura com velocidade maior do que a do som, um problema importante consiste em determinar a região da superfície da Terra de onde se pode escutar o barulho de seus motores. Essa região é chamada zona de audibilidade e se desloca com o avião. É possível mostrar que, em cada instante, seu contorno é uma hipérbole. ©ConexãoEditorial
  • 52. 51 Matemática – 3ª série – Volume 1 Uma propriedade característica da hipérbole é a seguinte: existem dois pontos fixados F1 e F2 tais que a diferença entre as distâncias de qualquer ponto da curva até esses dois pontos é constan- te. A partir dessa propriedade, é possível traçar hipérboles da forma indicada na figura a seguir: F1 F2 P hipérbole d(P, F2) – d(P, F1) = constante Para escrever a equação da hipérbole, podemos partir da representação de grandezas inversamente proporcionais. No caso de um sistema XOY em que os eixos cartesianos são ortogonais, a hipérbole é chamada equilátera e os dois ramos da curva aproximam-se indefinidamente dos eixos coordenados, nunca os tangenciando. A origem é um centro de simetria e os eixos coordenados são chamados, nesse caso, de assíntotas da hipérbole. Por exemplo, as curvas formadas pelos pontos cujas coordenadas satisfazem as relações a seguir são hipérboles tendo como assíntotas os eixos coordenados (ver figuras). x y x · y = 7 0 x y x · y = –5 0 7 5 2,5 –2 –1 –7 1 –1
  • 53. 52 A equação x2 – y2 = 1 pode ser escrita (x + y) (x – y) = 1, ou seja, X Y = 1, sendo Y = (x – y) e X = (x + y); podemos, então, verificar que os pontos (x; y) que sa- tisfazem a equação x2 – y2 = 1 são os mes- mos que satisfazem a equação X Y = 1. Podemos reconhecê-los, no sistema carte- siano, notando que quando X = 0, ou seja, no eixo Y, temos y = x, o que significa que o eixo Y é a bissetriz dos quadrantes ím- pares, y = x. Analogamente, vemos que Y = 0 quando y = – x, ou seja, o eixo X é a bissetriz dos quadrantes pares. Temos, então, a representação a seguir. Dizemos que as assíntotas da hipérbole são as retas y = x e y = – x. x y x2 – y2 = 1 XY = 1 X (y = – x) Y (y = x) 0 5. A equação 4x2 – 9y2 = 36 pode ser considerada uma hipérbole. Fatore o primeiro membro e obtenha X e Y tal que X Y = 36. Em segui- da, determine as assíntotas e faça uma representação gráfica da hipérbole, obtendo (2x – 3y) (2x + 3y) = 36, ou seja, X Y = 36. x 0 y 4x2 – 9y2 = 36 Y (2x – 3y = 0) X (2x + 3y = 0) 6. A equação de uma hipérbole representada no plano cartesiano, com centro na ori- gem, é do tipo x2 a2 – y2 b2 = 1, em que a é a abscissa do vértice da hipérbole, nas condi- ções representadas na figura seguinte: – a a y b x – b y xb a = b –y x a = x2 a2 – y2 b2 = 1 a) Sabendo isso, determine a equação da hipérbole que passa pelo ponto (3; 0) e tem como assíntotas as retas y = 4 3 x e y = – 4 3 x x2 9 = y2 16 = 1
  • 54. 53 Matemática – 3ª série – Volume 1 b) Faça a representação gráfica da hipér- bole e de suas assíntotas. y –1 4 62 3 51 –3 –5 –2 –4 4 2 5 3 1 0 –1–3 –2–4 x 7 8 –5–6–7–8 y = – 4 3 x y = 4 3 x x2 9 – y2 16 = 1 7. Obtenha a equação de uma hipérbole com centro na origem, representada na figura, sa- bendo que ela passa pelo ponto (a; 0) e que tem como assíntotas as retas y = ( b a )x e y = (– b a )x. Em relação ao sistema de eixos XOY, em que o eixo Y corres- ponde à reta y = b a x e o eixo X corresponde à reta y = – b a x, a equação da hipérbole seria : X Y = K (constante). X Y –a a 0 y x y= – x b a y= x b a Em relação ao sistema ortogonal XOY, é possível mostrar que ao produtoX Y=Kcorrespondeoproduto y– b a x y+ b a x = k.Um indício de tal fato é a correspondência: Y = 0 corresponde a y – b a x = 0 (eixo X) (assíntota da hipérbole) X = 0 corresponde a y + b a x = 0 (eixo Y) (assíntota da hipérbole) Calculando o produto indicado, temos: X Y = K corresponde a y – b a x y + b a x = k. Ou seja, y2 − b2 a2 x2 = k. Como a curva passa pelo ponto (a; 0), podemos calcular o valor de k: 02 – b2 a2 a2 = k, ou seja, k = – b2 Logo,aequaçãodahipérboleéy2 – b2 a2 x2 =–b2 ,deondeobtemos: x2 a2 – y2 b2 = 1 Professor: Neste momento, seria interessante apre- sentar diversos exercícios de representa- ção no plano cartesiano de hipérboles dadas por equações na forma apresen- tada anteriormente, sempre destacando as assíntotas, que podem ser obtidas pela simples fatoração da diferença de quadrados, característica da equação da hipérbole nessa forma. 8. Sendo y = b a x e y = – b a x, com a e b positivos, as assíntotas de uma hipérbole
  • 55. 54 que passa por (a; 0), os pontos F1(c; 0) e F2(–c; 0), tais que c2 = a2 + b2 , são chama- dos focos da hipérbole. Na figura a seguir, são apresentados os focos da hipérbole. É possível mostrar que a diferença entre as distâncias de um ponto qualquer da hipérbole até F1 e até F2 é constante e igual a 2a. x b y c ca 0 – a–c F2(–c; 0) (c; 0)F1 y = b a x y = – b a x Para cada uma das hipérboles a seguir, deter- mine os focos e calcule o valor constante da di- ferença das distâncias entre um ponto qualquer da hipérbole e os focos. Confira o valor obtido fazendo os cálculos diretamente para um ponto da hipérbole arbitrariamente escolhido. a) x y 4 3 0 Temos a = 4, b = 3; logo, c = a2 + b2 = 5. Os focos são os pontos (5; 0) e (–5; 0). A diferença entre as distâncias de um ponto qualquer da hi- pérbole até os dois focos é igual a 2a, ou seja, é 8. b) x y 5 12 Da mesma maneira, a = 5, b = 12 e c = 13. Focos: (13; 0) e (–13; 0). A diferença entre as distâncias de um ponto qualquer da hipérbole até os dois focos é 2a = 10. c) x y 5 –5 Neste caso, os eixos estão invertidos, e os focos estão no eixo y. Temos c = 5 2 e os focos (0; 5 2) e (0; –5 2). A diferen- ça entre as distâncias de um ponto qualquer da hipérbole até os dois focos é 2a = 10. 0 0
  • 56. 55 Matemática – 3ª série – Volume 1 Um dos sistemas utilizados para a locali- zação de automóveis utiliza a propriedade ca- racterística da hipérbole anteriormente referi- da, ou seja, a diferença das distâncias de um ponto P qualquer da hipérbole a dois pontos fixados F1 e F2, que são seus focos, é constan- te, ou seja, o valor absoluto da diferença PF1 – –PF2 =constante.Seumautosituadonoponto P enviar um sinal para cada uma das centrais F1 e F2, considerando a diferença dos tempos de recepção dos sinais, e consequentemente, das distâncias entre P e F1 e P e F2, pode-se concluir que o ponto P situa-se em um dos ra- mos de uma hipérbole H12. Se outro sinal for enviado do automóvel para uma terceira cen- tral F3, combinando-se os dados de F2 e F3, pode-se concluir que o ponto P situa-se sobre outra hipérbole H32. Os pontos de interseção das duas hipérboles fornecem as posições pos- síveis para o automóvel. F1 F2 F3 P P H32 H32 H12 H12 ?? Parábola Em geral, quando representamos graficamente pares (x; y) de grandezas tais que y é diretamente proporcional ao quadrado de x (y = kx2 , k constante e k ≠ 0), a curva correspondente no plano cartesiano é uma parábola. É o que ocorre, por exemplo, quando uma pedra é abandonada e registramos a relação entre a distância percorrida verticalmente e o tempo de queda livre. Também é uma parábola a trajetória de todos os projéteis lançados obliquamente em relação à superfície da Terra, desconsiderados os efeitos do ar. ©ConexãoEditorial y 0 y = kx2 x
  • 57. 56 Além disso, quando, de um ponto fixado no solo, lançamos projéteis sempre com a mesma velocidade inicial vo, em todas as direções possíveis, em um plano vertical dado, o contorno da região determinada pelos pontos que podem ser atingidos pelos projéteis é também uma pará- bola, chamada parábola de segurança. 0 Quando seccionamos um cone circular reto por um plano que forma com a base um ângulo exatamente igual ao que uma geratriz do cone forma com a base, obtemos também uma parábola. ©ConexãoEditorial A parábola tem certas propriedades características que podem ser utilizadas para defini-la. Uma delas é a existência de um ponto F, fixado, e de uma reta r, fixada, tais que a distância de cada ponto P da parábola até F é igual à distância de P até r. F é o foco da parábola e r é sua diretriz. PII d(P, F) = d(P,r) d(P', F) = d(P',r) d(PII , F) = d(PII ,r)P' P F