O documento discute o sistema digestório de ruminantes, abordando: 1) A introdução geral aos ruminantes e seu sistema digestório composto, que inclui o rúmen, retículo, omaso e abomaso; 2) O processo de digestão fermentativa realizada por microrganismos no rúmen e retículo, produzindo ácidos graxos voláteis; 3) Fatores que afetam a microbiota ruminal e a digestão de carboidratos, proteínas e lipídeos.
4. Objetivo
Estudar de forma sucinta o
sistema digestório dos
ruminantes e cuidados com os
mesmos em amamentação
Introdução geral aos ruminantes
Conteúdo
a) Sistema Digestório de
Ruminantes
b) Digestão e absorção dos
alimentos
c) Digestão no Período de
Amamentação
d) Cuidados na Alimentação de
Ruminantes
5. O que são ruminantes?
São mamíferos herbívoros;
Alimentação é de origem vegetal;
Possuem vários compartimentos gástricos (poligástricos);
O estômago tem quatro
compartimentos: rúmen,
retículo, omaso e abomaso.
Sistema Digestivo de Ruminantes
10. Função do Aparelho Digestivo
• Fornecer ao organismo, de forma contínua, nutrientes, água
e eletrólitos;
• Armazenar alimentos por um determinado período de tempo
e liberá-los parcialmente para sofrerem digestão;
• Ingerir, triturar (quebrar, mastigar) e digerir os alimentos;
• Absorver os nutrientes;
• Eliminar os resíduos sólidos, ou seja, resíduos alimentares
(produtos não digeridos).
11. Fatores responsáveis pela digestão
Fatores mecânicos - mastigação, deglutição, regurgitação, motilidade
gástrica e intestinal e defecação;
Fatores secretórios - atividades das glândulas digestivas;
Fatores químicos - enzimas, e substâncias químicas (ex: HCl), produzida
pela mucosa gástrica;
Fatores microbianos - atividades secretoras dos microorganismos
(bactérias, protozoários, fungos) presentes no estômago e intestino;
12. Sistema digestório de Ruminantes
• Boca
• Cavidade bucal (lábios, bochechas, língua, dentes)
• Esôfago
• Pré-Estômago (rúmen, retículo, omaso)
• Estômago verdadeiro ou glandular: abomaso
• Intestino delgado: duodeno, jejuno e íleo
• Intestino grosso: ceco, colón e reto
• Ânus
• Órgãos acessórios ou Glândulas Anexas: glândulas
salivares, fígado e pâncreas
15. Lábios: apreensão do alimento
Dentes: apreensão e mastigação
Língua: apreensão, mistura e deglutição do alimento
além do sentido do gosto
Glândulas Salivares: secretam a saliva
Boca
22. Rúmen
Armazena, mistura e dividi o alimento.
Retenção de partículas longas.
Fermentação microbiana.
Absorção dos ácidos graxos voláteis (AGV).
Produção de gases.
23. Retículo
Encaminha o alimento para o rúmen ou para o omaso ou de
volta a boca (regurgitação).
Fermentação microbiana.
Absorção dos AGV, de água e eletrólitos.
Produção e expulsão de gases (eructação).
25. Abomaso
Estômago verdadeiro
Secreção do suco gástrico.
Secreção de ac. clorídrico (HCl) que Acidifica o bolo alimentar.
Secreção de enzimas digestivas que inicia a digestão de
alimentos não fermentados no rúmen e retículo.
Digestão da proteína bacteriana (de 0.5 a 2.5 kg por dia).
30. Importância da Ruminação
Reduzir o tamanho dos alimentos, das partículas, assim favorece a digestão.
Favorece a ação dos microrganismos sobre o alimento.
Propicia a passagem das partículas não digeridas para adiante, por isso
aumenta a capacidade de consumo.
Ruminação e movimentos ruminais auxiliam a estratificação do rúmen e a
eliminação dos gases.
Estimular a produção de saliva.
31.
Zona Pastosa
Zona Líquida
Gás
Zona Sólida
Estratificação da digesta
O órgão movimenta-se
continuamente, a um
ritmo de um a três
movimentos por minuto,
proporcionando uma
divisão física (conhecida
pelo nome de
estratificação da digesta) e
mistura das forragens e
outras partículas ingeridas
aos líquidos.
32. Intestinos
Delgado
Duodeno Jejuno Íleo
Ceco Cólon reto
2. Intestino Grosso: ceco (saco cego),
cólon (parte mais volumosa do intestino
grosso) e reto (termina no ânus).
1.Intestino Delgado: duodeno (porção ativa de
digestão e absorção), jejuno (porção para
absorção) e íleo (porção para absorção e
reabsorção);
33. Função:
• Digerir (suco pancreático, bile
e suco entérico) e absorver a
maioria dos nutrientes dos
alimentos.
Intestino Delgado
34. Função:
• Fermentação microbiana no ceco e cólon.
• Digestão de alimentos, incluindo os fibrosos.
• Síntese de vitaminas K e algumas do complexo B.
• Reabsorção da água.
• Formação das fezes.
Intestino Grosso
35.
36. Funções:
• Produção e secreção da
bile para à emulsão das
gorduras e absorção de
compostos lipossolúveis.
Fígado
37. Fígado
Funções:
• Regulação do metabolismo de carboidratos e gorduras e dos
hormônios;
• Síntese e degradação de proteínas, formação da ureia, ácido
úrico;
• Depósito de várias vitaminas e minerais;
• Desintoxicação;
• Reservatório de sangue.
38. Produção e Secreção da bile
Produzida pelos hepatócitos.
Secretada e concentrada na vesícula biliar e depois secretada no
trato digestivo.
Formada continuamente, mas há um aumento da produção
durante a digestão.
Faz com que o colesterol, as gorduras e as vitaminas
(lipossolúveis) dos alimentos sejam mais solúveis, facilitando a
ação das lipases.
39.
40. Funções:
Produz o suco pancreático que:
• Contem bicarbonato que diminui a acidez do bolo
alimentar que chega ao duodeno;
• Contem enzimas que atuam no processo digestivo
de proteínas, lipídeos e carboidratos.
• Produção de hormônios – controle da glicose.
Pâncreas
47. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS
Os produtos finais da
fermentação
microbiana dos
carboidratos no rúmen
são os ácidos graxos
voláteis (AGVs), sendo
o acético, o
propiônico e o
butírico os três mais
importantes ácidos
formados juntamente
com os gases de
dióxido de carbono
(C02) e metano (CH4)
49. PB da dieta
Proteína Verdadeira
NNP
PNDR
Amônia
Rúmen
Bactéria
Amônia no
sangue
N salivar
Intestino
Aminoácidos
Absorvidos
Fezes
Proteína
Microbiana
Fígado
amônia ureia
Ureia e amônia no sangue
Sangue
NNP – nitrogênio não proteico
PNDR - proteína não degradável no rúmen
DIGESTÃO DE PROTEÍNAS
50. RÚMEN e RETÍCULO
São considerados câmaras fermentativas, pois neles
vivem milhares de microrganismos que vivem em
simbiose com o animal hospedeiro.
Estes microrganismos utilizam os alimentos como
substrato alimentar, tirando deles os nutrientes
necessários para sua multiplicação e crescimento e em
troca liberam energia na forma de ácidos graxos
voláteis que são absorvidos.
54. Benefícios da digestão fermentativa
e ação da microbiota
Possibilidade de utilizar dietas com alto teor de fibra
Desdobrar (digerir) a pectina, hemicelulose e celulose
Síntese de vitamina K e algumas do complexo B
Capacidade de utilizar nitrogênio não proteico (ureia).
57. Goteira Esofágica
Comunicação do rúmen com o retículo.
Normalmente, as bordas da goteira esofágica estão separadas,
deixando passar certos tipos de alimento (forragens sólidas, água,
etc.).
Mas, nos filhotes, a ingestão de leite provoca um reflexo que
faz com que as bordas da goteira se unam, o leite passe
diretamente ao abomaso.
62. Fatores que afetam a microbiota:
• Tipo de dieta (volumoso, concentrado)
• Tempo de ruminação
• Produção de saliva
• Consumo de água
• Intervalo entre a alimentação
• Tempo de passagem da dieta.
Microbiologia do Rúmen/Retículo
63. Dietas ricas em hidratos de carbonos fermentáveis
aumentam os protozoários;
Fome diminui os protozoários
Aumento da frequência das refeições diminui a variação na
microbiota
Microbiologia do Rúmen/Retículo
64. Dietas ricas em concentrados aumentam o lactato, aumentando
as bactérias tolerantes a acidez e que utilizam o lactato;
Em pH menor que 6,0, ocorre uma diminuição das
metanogênicas, celulolíticas e protozoários;
Em pH abaixo de 5,5 a 5,0, a sobrevivência dos microrganismos é
comprometida;
pH abaixo de 6,0 é considerado acidose
Microbiologia do Rúmen/Retículo
67. Ruminantes
Apresentam trato gastrointestinal especializado na
fermentação do alimento de origem vegetal, rico em
fibras.
Se alimentam basicamente de volumosos (pasto, feno,
palhas e silagens) e concentrados (grãos e farelos).
68.
69. Alimentos (vegetais)
São ricos em fibra (polissacarídeos estruturais).
Apresentam hidratos de carbono (celulose, hemicelulose) em maior
proporção.
Os microrganismos são capazes de digerir (fermentam) essa fibra.
Os grãos e farelos apresentam também amido (hidratos de carbono).
Sua digestibilidade é maior e mais rápida.
70. Fermentação
Durante a fermentação dos hidratos de carbono há produção de
ácidos graxos voláteis (AGV):
• Suprem de 60 a 80% das necessidades energéticas.
Ácido acético (C2)
Ácido propiônico (C3)
Ácido butírico (C4)
71. Durante a fermentação dos hidratos de carbono há produção
de gases:
• Gás carbônico (CO2)
• Metano (CH4)
• São eliminados por eructação principalmente.
Fermentação
74. Alimentos (vegetais)
Apresentam também proteínas, gorduras, vitaminas,
minerais e água.
As vitaminas e minerais não sofrem processo de digestão.
As proteínas e gorduras também são fermentadas pelos
microrganismos.
75. Durante a fermentação das proteínas e da ureia há produção de
amônia (NH3):
Os microrganismos (bactérias) utilizam a amônia para sintetizar
proteína microbiana.
Os microrganismos ruminais são constituídos de 40 a 45% de
proteína.
Suprem a maior parte das necessidades proteicas.
Fermentação
76.
77.
78. Motilidade Ruminal
Funções
• Misturar o alimento
• Promover a eructação (eliminação de gases)
• Conduzir o alimento mais denso para o omaso
• Dar inicio ao processo de ruminação-regurgitação
79. • As contrações ocorrem a cada 60 segundos
• Alimentos de maior densidade como grãos diminuem a
motilidade
• Alimentos finamente moídos mesmos os volumosos, como fenos
e palhas, diminuem a motilidade
Motilidade Ruminal
80. Processo de ruminação
Envolve a:
• Regurgitação
• Remastigação
• Reinsalivação
• Redeglutição
81. Ruminação
Estimulada pela ingesta de partículas entre 1 a 7 cm.
Volumosos aumentam o tempo de ruminação
Concentrados diminuem
Partículas menores que 1 cm também diminuem o tempo de
ruminação.
82.
83. Quebra a película que reveste o tecido vegetal
Reduz o tamanho de partícula
Aumenta a superfície de contato do microrganismo com a digesta
Aumenta a gravidade especifica da forragem
Auxilia a regulação do pH ruminal pela produção de saliva.
Ruminação
84. Importância da saliva
Auxilia na regulação e no funcionamento ruminal.
Apresenta um pH de 8,1 com bicarbonato e fosfato como
tampões, para manter o pH do rúmen próximo a neutralidade
(6,0 a 7,0).
Em bovinos há secreção de 90 a 190 L/dia.
Ação antiespumantes.
Apresentam ureia.
85. Eructação
Eliminação dos gases pela boca.
O volume eliminado é cerca de 0,5 a 1L/minuto pode chegar a
15L/minuto após a ingestão de concentrados.
86. Timpanismo
Acumulo de gases no rúmen.
Ocorre por excesso de gases produzidos e/ou pela dificuldade de
realizar a eructação.
Concentrados e leguminosas aumentam a ocorrência de
timpanismo
Timpanismo espumoso: varias pequenas bolhas espalhadas pelo
rúmen.