SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
inst it ut ogamaliel.com http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/o-ensino-da-graca/teologia
O Ensino da Graça
digg
A idéia da santif icação progressiva, ou a idéia de que a santif icação pode
ser ‘melhorada’ pelo homem mediante uma ‘completa’ dedicação de sua
vida, renúncia pessoal e auto-jugamento de suas ações não é bíblica.
Após observar os argumentos que dá base de sustentação a teoria da
santif icação progressiva, surgem as pergntas: O cristão é santif icado
através de auto-julgamento? É possível renunciar ao pecado? O que é
seguir a santidade?
“Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Ela nos ensina a
abandonar a impiedade e as paixões mundanas, para que vivamos neste presente século sóbria,
justa e piedosamente…”
( Tt 2:11 -12)
O Que a Graça Ensina?
Observe este comentário:
“Somos santif icados através do auto-julgamento, da renuncia pessoal ao pecado e do seguir após a
santidade. D. D. – A santif icação é ef etuada ao passo que o crente desenvolve sua salvação, cônscio da
operação de Deus em seu íntimo” Teologia Elementar – E. H. BANCROFT- Pág 265, 10ª Impressão.
O versículo acima é utilizado como base de apoio a idéia da santif icação progressiva, ou a idéia de que a
santif icação pode ser ‘melhorada’ pelo homem mediante uma ‘completa’ dedicação de sua vida, renúncia
pessoal e auto-jugamento de suas ações. Após observar os argumentos que dá base de sustentação a
teoria da santif icação progressiva, surgem as pergntas: O cristão é santif icado através de auto-
julgamento? É possível renunciar ao pecado? O que é seguir a santidade?
Entretanto, Tito 2:11 à 12 demonstra o contrário. O apóstolo Paulo em sua carta exorta sobre o que Tito
deveria f alar aos cristãos sob sua responsabilidade ( Tt 2:1 -10). As determinações que deveriam ser
passadas por Tito tinham um objetivo: que em tudo os cristãos f ossem um “adorno” à doutrina de Deus (v.
10).
Dai decorre a seguinte verdade: Cristo trouxe salvação a todos os homens através da verdade do
evangelho e ensinou aos que creem a abandonar a impiedade, as paixões do mundo para um viver (neste
presente século) sóbrio, justo e piedoso diante dos homens.
Jesus deixou estas determinações a seus seguidores enquanto aguardam “… a bem-aventurança e o
aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” ( Tt 2:13 ). Um viver sóbrio, justo e
piedoso não são elementos de santif icação como querem alguns. O apóstolo é bem claro: um viver sóbrio,
justo e piedoso é ORNAMENTO da doutrina de Deus! Ninguém é santif icado por dedicar-se a um viver
piedoso!
Há muitos que vivem uma vida ‘piedosa’ e ‘justa’, e, no entanto, está destituído da glória de Deus.
O versículo quatorze é bem esclarecedor: o nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus “… a si mesmo se
deu por nós a f im de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de
boas obras” ( Tt 2:14 ) (grif o nosso).
A Santif icação decorre da entrega de Cristo com o objetivo de remir o pecador, adquirindo para si um povo
todo seu, ou seja, santif icado-o. O que determina a santidade do povo de Deus é o ser propriedade d’Ele.
Adquirido por Ele como propriedade peculiar dentre a humanidade. Em momento algum a santif icação diz de
elementos ligados ao ornamento da doutrina de Deus (comportamento, moral).
Quando se f ala de salvação, as teses doutrinárias explicam-na da seguinte f orma: o homem quando aceita
a Cristo como salvador sof re uma transf ormação nas tendências gerais de sua natureza, que acaba por
reverter o seu caráter moral. É o que denominam de regeneração. Af irmam que a humanidade possui um
duplo problema como conseqüência do pecado e da queda:
1. O homem passou a ter uma natureza corrupta expressa através de um caráter moral depreciado
pelo pecado. A regeneração por sua vez reverte a maldição do pecado dando uma nova direção as
tendências gerais da natureza humana;
2. Este homem depois de regenerado permanece ainda com o problema da culpa. A culpa ou
possibilidade de punição não é extinta através da regeneração, o que só pode ser resolvido através
da justif icação. Assim af irmam: na justif icação o homem é perdoado e recebe a declaração de que
cumpriu tudo que a lei exige no homem.
A parte da regeneração e da justif icação ocorre à adoção, entretanto tudo se dá no mesmo momento,
quando o pecador se arrepende dos pecados e dá meia volta em suas tendências pecaminosas. Af irmam
que na adoção o homem é restaurado a uma posição de f avor diante de Deus. Antes alienado, agora
aceito, por meio da adoção.
Este modelo doutrinário aponta que na conversão ocorre regeneração, justif icação, adoção e santif icação
posicional ou objetiva, sendo processos independentes que ocorrem ao mesmo tempo, tidos como
aspecto objetivo da salvação inicial, porém, não é algo ef etivo de f ato. Observe o seguinte quadro e
sequência numérica:
Aspectos objetivos da salvação Continuação e complementação da salvação
1-Regeneração1-Justif icação
1-Adoção
1-Santif icação (posicional)
2-Santif icação (progressiva)
3- Santif icação (f ase f inal e contemporânea a vinda de Cristo)
Esta teoria sobre os elementos que compõe a salvação é assim disposta para comportar uma explicação
sobre porque o crente ainda erra, mesmo depois de regenerado, justif icado e, segundo eles, santif icado
‘posicionalmente’.
Daí surgiu à idéia da santif icação progressiva – “um ato que é instantâneo, mas que ao mesmo tempo traz
em si a idéia de desenvolvimento até a consumação” Teologia Elementar – E. H. BANCROFT – Pág 262, 10ª
Impressão, Ed. EBR.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lição 001 - Escola Bíblica Dominical
Lição 001 - Escola Bíblica DominicalLição 001 - Escola Bíblica Dominical
Lição 001 - Escola Bíblica Dominical
Carlos Basaglia
 

Mais procurados (18)

Cristo o senhor da psicologia
Cristo o senhor da psicologiaCristo o senhor da psicologia
Cristo o senhor da psicologia
 
Razões da nossa fé lição 9
Razões da nossa fé   lição 9Razões da nossa fé   lição 9
Razões da nossa fé lição 9
 
07 ist - teologia fundamental
07  ist - teologia fundamental07  ist - teologia fundamental
07 ist - teologia fundamental
 
11 ist - revisão geral modulo 1 e 2
11   ist - revisão geral modulo 1 e 211   ist - revisão geral modulo 1 e 2
11 ist - revisão geral modulo 1 e 2
 
Lição 001 - Escola Bíblica Dominical
Lição 001 - Escola Bíblica DominicalLição 001 - Escola Bíblica Dominical
Lição 001 - Escola Bíblica Dominical
 
Assembleia Paroquial - 04.09.12
Assembleia Paroquial  - 04.09.12Assembleia Paroquial  - 04.09.12
Assembleia Paroquial - 04.09.12
 
09 ist - cristologia
09  ist - cristologia09  ist - cristologia
09 ist - cristologia
 
Introdução 1 cristologia
Introdução 1 cristologiaIntrodução 1 cristologia
Introdução 1 cristologia
 
Cristologia aula04
Cristologia aula04Cristologia aula04
Cristologia aula04
 
Aula02 cristologia
Aula02 cristologiaAula02 cristologia
Aula02 cristologia
 
Cristologia2
Cristologia2Cristologia2
Cristologia2
 
Catolicismo
CatolicismoCatolicismo
Catolicismo
 
A conversão
A conversãoA conversão
A conversão
 
Ética e Teologia
Ética e TeologiaÉtica e Teologia
Ética e Teologia
 
Religiões
ReligiõesReligiões
Religiões
 
Movimento Pentecostal - Seitas e Heresias
Movimento Pentecostal - Seitas e HeresiasMovimento Pentecostal - Seitas e Heresias
Movimento Pentecostal - Seitas e Heresias
 
15 - ist - a vida cristã - cura
15  - ist - a vida cristã - cura15  - ist - a vida cristã - cura
15 - ist - a vida cristã - cura
 
Cristologia aula01
Cristologia aula01Cristologia aula01
Cristologia aula01
 

Semelhante a O ensino da graça

Evangelismo e missões capitulo 1
Evangelismo e missões  capitulo 1Evangelismo e missões  capitulo 1
Evangelismo e missões capitulo 1
Daniel Vicente
 
A doutrina da salvação a santificação
A doutrina da salvação   a santificaçãoA doutrina da salvação   a santificação
A doutrina da salvação a santificação
Jonathan Anderson
 

Semelhante a O ensino da graça (20)

a santidade na fé reformada. o tema da santidade e o tema correlato da santif...
a santidade na fé reformada. o tema da santidade e o tema correlato da santif...a santidade na fé reformada. o tema da santidade e o tema correlato da santif...
a santidade na fé reformada. o tema da santidade e o tema correlato da santif...
 
Aula 25_Soteriologia - os 3 Aspectos da Salvação.pdf
Aula 25_Soteriologia - os 3 Aspectos da Salvação.pdfAula 25_Soteriologia - os 3 Aspectos da Salvação.pdf
Aula 25_Soteriologia - os 3 Aspectos da Salvação.pdf
 
Evangelismo e missões capitulo 1
Evangelismo e missões  capitulo 1Evangelismo e missões  capitulo 1
Evangelismo e missões capitulo 1
 
A conversão
A conversãoA conversão
A conversão
 
A doutrina da salvação a santificação
A doutrina da salvação   a santificaçãoA doutrina da salvação   a santificação
A doutrina da salvação a santificação
 
SLIDE DO SACRAMNETO DA RECONCILIAÇÃO.pdf
SLIDE DO SACRAMNETO DA RECONCILIAÇÃO.pdfSLIDE DO SACRAMNETO DA RECONCILIAÇÃO.pdf
SLIDE DO SACRAMNETO DA RECONCILIAÇÃO.pdf
 
A obra regeneradora do espirito santo de deus (1)
A obra regeneradora do espirito santo de deus (1)A obra regeneradora do espirito santo de deus (1)
A obra regeneradora do espirito santo de deus (1)
 
Operações gerais do Espírito Santo
Operações gerais do Espírito SantoOperações gerais do Espírito Santo
Operações gerais do Espírito Santo
 
Santificação
SantificaçãoSantificação
Santificação
 
Institutogamaliel.com teses sobre a doutrina da santificação
Institutogamaliel.com teses sobre a doutrina da santificaçãoInstitutogamaliel.com teses sobre a doutrina da santificação
Institutogamaliel.com teses sobre a doutrina da santificação
 
Visão panorâmica da história dos reformadores
Visão panorâmica da história dos reformadoresVisão panorâmica da história dos reformadores
Visão panorâmica da história dos reformadores
 
Virna Salgado Barra - A ENCÍCLICA “VERITATIS SPLENDOR” (2017)
Virna Salgado Barra - A ENCÍCLICA “VERITATIS SPLENDOR” (2017)Virna Salgado Barra - A ENCÍCLICA “VERITATIS SPLENDOR” (2017)
Virna Salgado Barra - A ENCÍCLICA “VERITATIS SPLENDOR” (2017)
 
Lição 9 mortos para o pecado
Lição 9 mortos para o pecadoLição 9 mortos para o pecado
Lição 9 mortos para o pecado
 
A conversão
A conversãoA conversão
A conversão
 
Lição 04 - Conhecendo o arrependimento bíblico e frutífero
Lição 04 - Conhecendo o arrependimento bíblico e frutíferoLição 04 - Conhecendo o arrependimento bíblico e frutífero
Lição 04 - Conhecendo o arrependimento bíblico e frutífero
 
M7 ensino 01 02
M7 ensino 01 02M7 ensino 01 02
M7 ensino 01 02
 
Os cinco "solas" da Reforma Protestante
Os cinco "solas" da Reforma ProtestanteOs cinco "solas" da Reforma Protestante
Os cinco "solas" da Reforma Protestante
 
A Manifestação da Graça da Salvação
A Manifestação da Graça da SalvaçãoA Manifestação da Graça da Salvação
A Manifestação da Graça da Salvação
 
Lição 09 - Arrependimento e Fé para a Salvação
Lição 09 - Arrependimento e Fé para a SalvaçãoLição 09 - Arrependimento e Fé para a Salvação
Lição 09 - Arrependimento e Fé para a Salvação
 
Artigo
ArtigoArtigo
Artigo
 

Último

AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).pptAUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
VilmaDias11
 
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdfTHIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
thandreola
 
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALAntropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
MiltonCesarAquino1
 

Último (13)

Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdfComentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
 
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide SilvaVivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
 
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).pptAUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdfTHIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
 
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptxBíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
 
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo MissionárioMissões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
 
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyoNovo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
Oração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo BrasileiroOração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo Brasileiro
 
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptxFORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
 
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALAntropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
 
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptxLição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
 

O ensino da graça

  • 1. inst it ut ogamaliel.com http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/o-ensino-da-graca/teologia O Ensino da Graça digg A idéia da santif icação progressiva, ou a idéia de que a santif icação pode ser ‘melhorada’ pelo homem mediante uma ‘completa’ dedicação de sua vida, renúncia pessoal e auto-jugamento de suas ações não é bíblica. Após observar os argumentos que dá base de sustentação a teoria da santif icação progressiva, surgem as pergntas: O cristão é santif icado através de auto-julgamento? É possível renunciar ao pecado? O que é seguir a santidade? “Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, para que vivamos neste presente século sóbria, justa e piedosamente…” ( Tt 2:11 -12) O Que a Graça Ensina? Observe este comentário: “Somos santif icados através do auto-julgamento, da renuncia pessoal ao pecado e do seguir após a santidade. D. D. – A santif icação é ef etuada ao passo que o crente desenvolve sua salvação, cônscio da operação de Deus em seu íntimo” Teologia Elementar – E. H. BANCROFT- Pág 265, 10ª Impressão. O versículo acima é utilizado como base de apoio a idéia da santif icação progressiva, ou a idéia de que a santif icação pode ser ‘melhorada’ pelo homem mediante uma ‘completa’ dedicação de sua vida, renúncia pessoal e auto-jugamento de suas ações. Após observar os argumentos que dá base de sustentação a teoria da santif icação progressiva, surgem as pergntas: O cristão é santif icado através de auto- julgamento? É possível renunciar ao pecado? O que é seguir a santidade? Entretanto, Tito 2:11 à 12 demonstra o contrário. O apóstolo Paulo em sua carta exorta sobre o que Tito deveria f alar aos cristãos sob sua responsabilidade ( Tt 2:1 -10). As determinações que deveriam ser passadas por Tito tinham um objetivo: que em tudo os cristãos f ossem um “adorno” à doutrina de Deus (v. 10). Dai decorre a seguinte verdade: Cristo trouxe salvação a todos os homens através da verdade do evangelho e ensinou aos que creem a abandonar a impiedade, as paixões do mundo para um viver (neste presente século) sóbrio, justo e piedoso diante dos homens. Jesus deixou estas determinações a seus seguidores enquanto aguardam “… a bem-aventurança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” ( Tt 2:13 ). Um viver sóbrio, justo e piedoso não são elementos de santif icação como querem alguns. O apóstolo é bem claro: um viver sóbrio, justo e piedoso é ORNAMENTO da doutrina de Deus! Ninguém é santif icado por dedicar-se a um viver
  • 2. piedoso! Há muitos que vivem uma vida ‘piedosa’ e ‘justa’, e, no entanto, está destituído da glória de Deus. O versículo quatorze é bem esclarecedor: o nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus “… a si mesmo se deu por nós a f im de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras” ( Tt 2:14 ) (grif o nosso). A Santif icação decorre da entrega de Cristo com o objetivo de remir o pecador, adquirindo para si um povo todo seu, ou seja, santif icado-o. O que determina a santidade do povo de Deus é o ser propriedade d’Ele. Adquirido por Ele como propriedade peculiar dentre a humanidade. Em momento algum a santif icação diz de elementos ligados ao ornamento da doutrina de Deus (comportamento, moral). Quando se f ala de salvação, as teses doutrinárias explicam-na da seguinte f orma: o homem quando aceita a Cristo como salvador sof re uma transf ormação nas tendências gerais de sua natureza, que acaba por reverter o seu caráter moral. É o que denominam de regeneração. Af irmam que a humanidade possui um duplo problema como conseqüência do pecado e da queda: 1. O homem passou a ter uma natureza corrupta expressa através de um caráter moral depreciado pelo pecado. A regeneração por sua vez reverte a maldição do pecado dando uma nova direção as tendências gerais da natureza humana; 2. Este homem depois de regenerado permanece ainda com o problema da culpa. A culpa ou possibilidade de punição não é extinta através da regeneração, o que só pode ser resolvido através da justif icação. Assim af irmam: na justif icação o homem é perdoado e recebe a declaração de que cumpriu tudo que a lei exige no homem. A parte da regeneração e da justif icação ocorre à adoção, entretanto tudo se dá no mesmo momento, quando o pecador se arrepende dos pecados e dá meia volta em suas tendências pecaminosas. Af irmam que na adoção o homem é restaurado a uma posição de f avor diante de Deus. Antes alienado, agora aceito, por meio da adoção. Este modelo doutrinário aponta que na conversão ocorre regeneração, justif icação, adoção e santif icação posicional ou objetiva, sendo processos independentes que ocorrem ao mesmo tempo, tidos como aspecto objetivo da salvação inicial, porém, não é algo ef etivo de f ato. Observe o seguinte quadro e sequência numérica: Aspectos objetivos da salvação Continuação e complementação da salvação 1-Regeneração1-Justif icação 1-Adoção 1-Santif icação (posicional) 2-Santif icação (progressiva) 3- Santif icação (f ase f inal e contemporânea a vinda de Cristo) Esta teoria sobre os elementos que compõe a salvação é assim disposta para comportar uma explicação sobre porque o crente ainda erra, mesmo depois de regenerado, justif icado e, segundo eles, santif icado ‘posicionalmente’. Daí surgiu à idéia da santif icação progressiva – “um ato que é instantâneo, mas que ao mesmo tempo traz em si a idéia de desenvolvimento até a consumação” Teologia Elementar – E. H. BANCROFT – Pág 262, 10ª Impressão, Ed. EBR.