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Teses sobre a doutrina da santificação
É possível que a Santificação ou a Santidade decorra daquilo que ‘merece e exige reverência moral e religiosa’?
Muitos ofertam aos seus deuses reverência moral e religiosa, por entenderem que seja isto que tais divindades
exigem e merecem, porém, a atitude deles não os santifica.
“O mesmo Deus de paz vos santifique completamente”
( 1Ts 5:23 )
Teses sobre a Doutrina da Santificação
O que mais se tem apregoado sobre a santificação é que nela se desenvolve a experiência da salvação.
O Dr. Scofield deixou registrado em suas notas de rodapé, da Bíblia Scofield que: “A justificação é um ato de
reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa (…) Ele declara justamente e trata como justo
aquele que crê em Jesus Cristo” Nota de rodapé Romanos 3: 28. Observe que, para Scofield o crente não é
justo, mas somente reconhecido e tratado como sendo justo.
Sobre a Santificação, Scofield apresenta um triplo significado ao tema: posicional, experimental e consumação.
Ele considera que posicionalmente o crente é santo, mas que, experimentalmente, está sendo santificado
progressivamente.
Neste mesmo sentido, E. H. Bancroft ao falar da santificação, subdivide o tema em três fases: inicial, progressiva
e final. Da fase progressiva, ele destacou: “A justificação difere santificação no seguinte: aquela é uma ato
instantâneo e que não comporta progressão; esta, é uma crise que visa a um processo – um ato que é
instantâneo, mas que ao mesmo tempo traz em si a idéia de desenvolvimento até a consumação. De acordo
com 2 Co 3. 18 estamos sendo transformados de um grau de caráter ou de glória para outro. É porque a
santificação é progressiva que somos exortados a continuar progredindo cada vez mais (1 Ts 3.12; 4. 1, 9, 10)
nas graças da vida cristã. Existe realmente o ‘aperfeiçoamento de santidade’. O dom de Deus à igreja, de
pastores e mestres, tem o propósito de aperfeiçoar os santos na semelhança de Cristo até que, finalmente,
atinjam o padrão divino (Ef 4. 11- 15; Ef 3. 10 – 15)” BANCROFT, Emery. H., Teologia Elementar – 3º Edição
2001, Ed. EBR, Pg. 262 (grifo nosso).
Como demonstramos anteriormente, o crente efetivamente é santo e justo. Porém, como entender esta
necessidade de Santificação? A bíblia realmente apresenta a Santificação em três fases distintas?
É comumente aceito nos meios acadêmicos que a Santificação é obra continua do Espírito Santo. Esta obra
‘continua’ visa conformar o crente à imagem de Cristo. Tal idéia é proveniente da palavra traduzida por
santificação, que deixou o seu significado original ao longo do tempo em segundo plano, e passou a ter inclusa a
idéia de moralidade e religiosidade.
Este novo significado que se deu à palavra ‘santificação’ se deve também à idéia de purificação, e com base em
alguns textos bíblicos tentam demonstrar que na santificação ocorre uma transformação moral; com esta idéia
afirma-se que a moral e o caráter são elementos que devem ser transformados através de uma busca pela
santificação.
Em resumo, as várias teorias existentes sustentam que a Santificação é posicional (objetiva), progressiva
(subjetiva) e efetiva no futuro. Explicam que a santificação objetiva surge na regeneração e que todos os crentes
são separados e foram purificados por Deus.
Apesar de o crente ter sido Santificado por Deus, alegam que o Espírito Santo, por sua vez, continua trabalhando
na vida deste crente regenerado com o fito de desenvolver um novo caráter e uma nova personalidade: é o que
denominam de santificação progressiva.
Segundo este pensamento teológico, a Santificação efetiva deve ser aguardada quando da volta de Cristo,
quando se dará a plena liberdade do pecado.
Dentre os elementos necessários à Santificação, destacam: o Espírito Santo, a união com Cristo, a palavra de
Deus, o esforço do cristão, a oração, a disciplina, a obediência, consagração, etc. Para que a Santificação seja
alcançada, alegam que o cristão precisa da ação “abundante” do Espírito, senão o crente fica a mercê das
fraquezas “morais” e “espirituais”.
Pensam na mudança do caráter e da moral do cristão como sendo necessária à santificação, para que se torne
cada vez mais real a sua união com Cristo. Entendem que há níveis diversos de santidade.
Millard J. Erickson em sua Introdução à Teologia Sistemática define este posicionamento: “A santificação é a
obra continua de Deus na vida do crente, tornando-o realmente santo. Por ‘santo’ entende-se aqui ‘portador de
uma verdadeira semelhança com Deus’. A santificação é um processo pelo qual a condição moral da pessoa é
moldada de acordo com sua situação legal diante de Deus” Pg 417, 1º § (grifo nosso).
O Dr. Shedd ao falar de aspectos pertinentes a Santificação, apresenta quatro fatores fundamentais: “Em
primeiro lugar, ele depende da união entre o remido e o Redentor (…) Segundo: a santidade deve caracterizar o
padrão de vida (…) Produzir um hábito de santidade deve ser desafio prioritário do ministério (…) Terceiro: a
santificação, sendo um processo, não deve ser encarada como um alvo que algum dia alcançaremos nesta vida
terrestre (…) Em quarto lugar observamos a realidade escatológica. A segunda vinda de nosso Senhor promete
completar o que a vinda de Jesus Cristo no primeiro século iniciou” Shedd, Russell P., Lei, Graça e Santificação,
2º edição, Ed. Vida Nova, Pág. 72 ss.
Refutação
Se levarmos em conta a idéia de que a palavra traduzida por ‘santificação’ engloba questões como ‘moral’ e
‘religiosidade’, acabaremos por adotar os pensamentos acima. Mas, quando se leva em conta que a Santificação
decorre da nova natureza adquirida em Cristo, percebe-se que elementos como moralidade, comportamento,
caráter não são levados em conta na Santificação.
Quando da queda do homem em Adão, Deus não levou em conta questões como moral e caráter. Nem mesmo
existia a idéia de caráter, moral ou comportamento no Éden.
O homem, quando foi criado, era participante da vida que há em Deus, sendo perfeito, santo, irrepreensível,
inculpável e participante da glória de Deus. Estas características pertinentes ao homem Adão, foram conferidas
pela natureza concedida por Deus e não por questões morais, comportamentais ou de religiosidade.
Se na queda não estava em voga elementos como moralidade e religiosidade, porque estes elementos são
computados quando da reunião dos homens com Deus? A bíblia apresenta a fé como única exigência, visto que,
a desobediência se concretizou por causa da falta de confiança em Deus.
É possível que a Santificação ou a Santidade decorra daquilo que ‘merece e exige reverência moral e religiosa’?
Muitos ofertam aos seus deuses reverência moral e religiosa, por entenderem que seja isto que tais divindades
exigem e merecem, porém, a atitude deles não os santifica.
Da mesma forma os judeus entendiam que Deus exigia e merecia ser reverenciado por meio da religiosidade e
moralidade decorrente da lei. Porém, o zelo não mudou a condição deles diante de Deus ( Rm 10:1 -4).
Não adianta um caráter impecável, uma moral intocável, um comportamento exemplar, uma religiosidade
rigorosa, etc., nenhum destes elementos faz o homem aceitável diante de Deus. Por quê? Porque a obra de
Deus é perfeita. Não há como o homem retocar a obra de Deus.
A obra realizada na Regeneração faz com que os homens passem à condição de santos, irrepreensíveis,
inculpáveis e participantes da glória de Deus. Ou seja, a obra realizada por Deus é perfeita. Perfeito em Cristo é
a condição de santo, irrepreensível e inculpável ( Cl 1:22 e 28).
Como em Cristo habita corporalmente a plenitude da divindade, aqueles que crêem recebem a plenitude de
Deus em Cristo. Regeneração plena, Justificação plena e Santificação plena.
O apóstolo João ao falar da plenitude de Deus em seus filhos, assim define: “Todo aquele que confessar que
Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” ( 1Jo 4:15 ). Caso alguém tenha dúvidas quanto à
natureza herdada em Cristo, perceba que, tal qual Cristo é, ‘somos nós também neste mundo’ ( 1Jo 4:17 ).
Observe que a nova condição em Cristo é efetiva neste mundo, e não no vindouro. A filiação é que confere
Justificação e Santificação. Perceba que se adotarmos o posicionamento corrente da teologia da atualidade,
deveríamos considerar que Cristo também está se santificando progressivamente, pois tal qual Ele é, somos nos
AQUI NESTE MUNDO.
O Dr. Bancroft, ao falar da Santificação progressiva citou II Co 3: 18 para justificar o seu posicionamento. Ao
lermos o verso bíblico, percebe-se que ele foi arrancado do contexto e interpretado sem o critério das Escrituras
“De acordo com 2 Co 3. 18 estamos sendo transformados de um grau de caráter ou de glória para outro” (idem).
“Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo a glória do Senhor, somos transformados de
glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” ( 2Co 3:18 ).
O contexto do verso acima faz referência à lei entregue por Moisés ao povo. Ao fazer referência ao brilho do
rosto de Moisés após ter recebido as tábuas da lei, e ao véu que Moisés utilizou, Paulo demonstra que todos os
cristãos estão com o rosto descoberto. Que todos refletem a glória de Deus. Que todos foram transformados de
glória em glória. Que a transformação operada nos da a imagem de Deus.
Mas, sobre que glória Paulo estava falando? De caráter? Não! Da glória proveniente da lei, que desvanecia, e da
glória proveniente do evangelho, que é permanente. Onde Paulo faz referência a caráter? Não vemos no texto, e
nem mesmo o contexto fazer qualquer referência a caráter ou moral.
“Pois o que foi glorioso, não o é em comparação com a glória inexeqüível”
( 2Co 3:10 )
É sobre estas ‘glorias’ que Paulo fez referência, e não com relação a caráter.
Porque uma é a glória dos homens, quando criados por Deus, e outra é a glória dos filhos de Deus, gerados da
semente incorruptível. A lei tinha a sua glória e valor para o homem gerado da semente corruptível de Adão,
agora, em Cristo, o homem é transformado da glória de criatura para a de filhos, ou melhor, em imagem e
semelhança de Deus.
É importante perceber que existem muitas distorções quanto ao tema Santificação, principalmente ao utilizarem
citações bíblicas. Estas são arrancadas do contexto para dar ênfase às teses que são formuladas.
Antes de prosseguirmos neste estudo, veremos algumas passagens bíblicas que fazem referência à Santificação
e o seu contexto, e quando possível, faremos citações a outros escritores, para tornar evidente as diferenças de
interpretação e a aplicação de algumas passagens bíblicas.

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  • 1. institutogamaliel.com http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/teses-sobre-a-doutrina-da-santificacao/teologia Teses sobre a doutrina da santificação É possível que a Santificação ou a Santidade decorra daquilo que ‘merece e exige reverência moral e religiosa’? Muitos ofertam aos seus deuses reverência moral e religiosa, por entenderem que seja isto que tais divindades exigem e merecem, porém, a atitude deles não os santifica. “O mesmo Deus de paz vos santifique completamente” ( 1Ts 5:23 ) Teses sobre a Doutrina da Santificação O que mais se tem apregoado sobre a santificação é que nela se desenvolve a experiência da salvação. O Dr. Scofield deixou registrado em suas notas de rodapé, da Bíblia Scofield que: “A justificação é um ato de reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa (…) Ele declara justamente e trata como justo aquele que crê em Jesus Cristo” Nota de rodapé Romanos 3: 28. Observe que, para Scofield o crente não é justo, mas somente reconhecido e tratado como sendo justo. Sobre a Santificação, Scofield apresenta um triplo significado ao tema: posicional, experimental e consumação. Ele considera que posicionalmente o crente é santo, mas que, experimentalmente, está sendo santificado progressivamente. Neste mesmo sentido, E. H. Bancroft ao falar da santificação, subdivide o tema em três fases: inicial, progressiva e final. Da fase progressiva, ele destacou: “A justificação difere santificação no seguinte: aquela é uma ato instantâneo e que não comporta progressão; esta, é uma crise que visa a um processo – um ato que é instantâneo, mas que ao mesmo tempo traz em si a idéia de desenvolvimento até a consumação. De acordo com 2 Co 3. 18 estamos sendo transformados de um grau de caráter ou de glória para outro. É porque a santificação é progressiva que somos exortados a continuar progredindo cada vez mais (1 Ts 3.12; 4. 1, 9, 10) nas graças da vida cristã. Existe realmente o ‘aperfeiçoamento de santidade’. O dom de Deus à igreja, de pastores e mestres, tem o propósito de aperfeiçoar os santos na semelhança de Cristo até que, finalmente, atinjam o padrão divino (Ef 4. 11- 15; Ef 3. 10 – 15)” BANCROFT, Emery. H., Teologia Elementar – 3º Edição 2001, Ed. EBR, Pg. 262 (grifo nosso). Como demonstramos anteriormente, o crente efetivamente é santo e justo. Porém, como entender esta necessidade de Santificação? A bíblia realmente apresenta a Santificação em três fases distintas? É comumente aceito nos meios acadêmicos que a Santificação é obra continua do Espírito Santo. Esta obra ‘continua’ visa conformar o crente à imagem de Cristo. Tal idéia é proveniente da palavra traduzida por santificação, que deixou o seu significado original ao longo do tempo em segundo plano, e passou a ter inclusa a idéia de moralidade e religiosidade. Este novo significado que se deu à palavra ‘santificação’ se deve também à idéia de purificação, e com base em alguns textos bíblicos tentam demonstrar que na santificação ocorre uma transformação moral; com esta idéia afirma-se que a moral e o caráter são elementos que devem ser transformados através de uma busca pela santificação. Em resumo, as várias teorias existentes sustentam que a Santificação é posicional (objetiva), progressiva (subjetiva) e efetiva no futuro. Explicam que a santificação objetiva surge na regeneração e que todos os crentes são separados e foram purificados por Deus. Apesar de o crente ter sido Santificado por Deus, alegam que o Espírito Santo, por sua vez, continua trabalhando na vida deste crente regenerado com o fito de desenvolver um novo caráter e uma nova personalidade: é o que
  • 2. denominam de santificação progressiva. Segundo este pensamento teológico, a Santificação efetiva deve ser aguardada quando da volta de Cristo, quando se dará a plena liberdade do pecado. Dentre os elementos necessários à Santificação, destacam: o Espírito Santo, a união com Cristo, a palavra de Deus, o esforço do cristão, a oração, a disciplina, a obediência, consagração, etc. Para que a Santificação seja alcançada, alegam que o cristão precisa da ação “abundante” do Espírito, senão o crente fica a mercê das fraquezas “morais” e “espirituais”. Pensam na mudança do caráter e da moral do cristão como sendo necessária à santificação, para que se torne cada vez mais real a sua união com Cristo. Entendem que há níveis diversos de santidade. Millard J. Erickson em sua Introdução à Teologia Sistemática define este posicionamento: “A santificação é a obra continua de Deus na vida do crente, tornando-o realmente santo. Por ‘santo’ entende-se aqui ‘portador de uma verdadeira semelhança com Deus’. A santificação é um processo pelo qual a condição moral da pessoa é moldada de acordo com sua situação legal diante de Deus” Pg 417, 1º § (grifo nosso). O Dr. Shedd ao falar de aspectos pertinentes a Santificação, apresenta quatro fatores fundamentais: “Em primeiro lugar, ele depende da união entre o remido e o Redentor (…) Segundo: a santidade deve caracterizar o padrão de vida (…) Produzir um hábito de santidade deve ser desafio prioritário do ministério (…) Terceiro: a santificação, sendo um processo, não deve ser encarada como um alvo que algum dia alcançaremos nesta vida terrestre (…) Em quarto lugar observamos a realidade escatológica. A segunda vinda de nosso Senhor promete completar o que a vinda de Jesus Cristo no primeiro século iniciou” Shedd, Russell P., Lei, Graça e Santificação, 2º edição, Ed. Vida Nova, Pág. 72 ss. Refutação Se levarmos em conta a idéia de que a palavra traduzida por ‘santificação’ engloba questões como ‘moral’ e ‘religiosidade’, acabaremos por adotar os pensamentos acima. Mas, quando se leva em conta que a Santificação decorre da nova natureza adquirida em Cristo, percebe-se que elementos como moralidade, comportamento, caráter não são levados em conta na Santificação. Quando da queda do homem em Adão, Deus não levou em conta questões como moral e caráter. Nem mesmo existia a idéia de caráter, moral ou comportamento no Éden. O homem, quando foi criado, era participante da vida que há em Deus, sendo perfeito, santo, irrepreensível, inculpável e participante da glória de Deus. Estas características pertinentes ao homem Adão, foram conferidas pela natureza concedida por Deus e não por questões morais, comportamentais ou de religiosidade. Se na queda não estava em voga elementos como moralidade e religiosidade, porque estes elementos são computados quando da reunião dos homens com Deus? A bíblia apresenta a fé como única exigência, visto que, a desobediência se concretizou por causa da falta de confiança em Deus. É possível que a Santificação ou a Santidade decorra daquilo que ‘merece e exige reverência moral e religiosa’? Muitos ofertam aos seus deuses reverência moral e religiosa, por entenderem que seja isto que tais divindades exigem e merecem, porém, a atitude deles não os santifica. Da mesma forma os judeus entendiam que Deus exigia e merecia ser reverenciado por meio da religiosidade e moralidade decorrente da lei. Porém, o zelo não mudou a condição deles diante de Deus ( Rm 10:1 -4).
  • 3. Não adianta um caráter impecável, uma moral intocável, um comportamento exemplar, uma religiosidade rigorosa, etc., nenhum destes elementos faz o homem aceitável diante de Deus. Por quê? Porque a obra de Deus é perfeita. Não há como o homem retocar a obra de Deus. A obra realizada na Regeneração faz com que os homens passem à condição de santos, irrepreensíveis, inculpáveis e participantes da glória de Deus. Ou seja, a obra realizada por Deus é perfeita. Perfeito em Cristo é a condição de santo, irrepreensível e inculpável ( Cl 1:22 e 28). Como em Cristo habita corporalmente a plenitude da divindade, aqueles que crêem recebem a plenitude de Deus em Cristo. Regeneração plena, Justificação plena e Santificação plena. O apóstolo João ao falar da plenitude de Deus em seus filhos, assim define: “Todo aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” ( 1Jo 4:15 ). Caso alguém tenha dúvidas quanto à natureza herdada em Cristo, perceba que, tal qual Cristo é, ‘somos nós também neste mundo’ ( 1Jo 4:17 ). Observe que a nova condição em Cristo é efetiva neste mundo, e não no vindouro. A filiação é que confere Justificação e Santificação. Perceba que se adotarmos o posicionamento corrente da teologia da atualidade, deveríamos considerar que Cristo também está se santificando progressivamente, pois tal qual Ele é, somos nos AQUI NESTE MUNDO. O Dr. Bancroft, ao falar da Santificação progressiva citou II Co 3: 18 para justificar o seu posicionamento. Ao lermos o verso bíblico, percebe-se que ele foi arrancado do contexto e interpretado sem o critério das Escrituras “De acordo com 2 Co 3. 18 estamos sendo transformados de um grau de caráter ou de glória para outro” (idem). “Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” ( 2Co 3:18 ). O contexto do verso acima faz referência à lei entregue por Moisés ao povo. Ao fazer referência ao brilho do rosto de Moisés após ter recebido as tábuas da lei, e ao véu que Moisés utilizou, Paulo demonstra que todos os cristãos estão com o rosto descoberto. Que todos refletem a glória de Deus. Que todos foram transformados de glória em glória. Que a transformação operada nos da a imagem de Deus. Mas, sobre que glória Paulo estava falando? De caráter? Não! Da glória proveniente da lei, que desvanecia, e da glória proveniente do evangelho, que é permanente. Onde Paulo faz referência a caráter? Não vemos no texto, e nem mesmo o contexto fazer qualquer referência a caráter ou moral. “Pois o que foi glorioso, não o é em comparação com a glória inexeqüível” ( 2Co 3:10 ) É sobre estas ‘glorias’ que Paulo fez referência, e não com relação a caráter. Porque uma é a glória dos homens, quando criados por Deus, e outra é a glória dos filhos de Deus, gerados da semente incorruptível. A lei tinha a sua glória e valor para o homem gerado da semente corruptível de Adão, agora, em Cristo, o homem é transformado da glória de criatura para a de filhos, ou melhor, em imagem e semelhança de Deus. É importante perceber que existem muitas distorções quanto ao tema Santificação, principalmente ao utilizarem citações bíblicas. Estas são arrancadas do contexto para dar ênfase às teses que são formuladas. Antes de prosseguirmos neste estudo, veremos algumas passagens bíblicas que fazem referência à Santificação e o seu contexto, e quando possível, faremos citações a outros escritores, para tornar evidente as diferenças de interpretação e a aplicação de algumas passagens bíblicas.