4. •As alterações demográficas a nível europeu caracterizam-se por um
aumento dos indivíduos com mais de 65 anos, e, inversamente uma
diminuição dos nascimentos.
•Em Portugal:
1960 - >65 anos, 7,8% do total da população
2011 - >65 anos,19% do total da população
• As estimativas para os próximos 50 anos vão no sentido do
aumento desta taxa e, em 2060, Portugal será dos países mais
envelhecidos da União Europeia.
Demografia
8. Processo
fisiológico
inevitável
previsível
irreversível
próprio dos seres vivos
As alterações ocorrem progressivamente, desde cedo na idade adulta
O padrão geral de envelhecimento nos mamíferos é semelhante
↓ reservas fisiológicas
↑ propensão para doenças
Envelhecimento biológico
PROGRESSIVA INCAPACIDADE DE
MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO
HOMEOSTÁTICO EM CONDIÇÕES DE
SOBRECARGA FUNCIONAL
10. O envelhecimento decorre a todos os níveis:
células / tecidos → órgãos / sistemas → organismo
↓ nº de células ativas
↓ taxa de atividade celular
↓ reparação celular
atrofia, fibrose, infiltração lipídica
1. Composição corporal
Alterações celulares
↓ utilização Mitocondrial de O2
↓ síntese de DNA e RNA
↓ capacidade de reparação
↑ lipofuscina
Alterações morfológicas no núcleo e organelos
12. Global Pele
Músculo
Esquelético
Hematológico e
S. Imune
Orgãos
sensoriais:
Olho / Ouvido
Cardiovascular
Gastrointestinal
Respiratório
Renal
Endócrino
Genital
Botelho, M.A. (2007) Idade Avançada – características biológicas e multimorbilidade. Rev Port Clin Geral
23:191-5
Alterações anatómicas e fisiológicas
1. Composição corporal
13. 2. Alterações no balanço energético
da taxa metabólica em repouso
(RMR):
- atividade metabólica dos tecidos reduzida,
pela menor massa muscular
da reserva funcional
- a demanda energética face ao stress
não é compensada
da eficácia na utilização de energia
- aumento do custo energético (consumo) na
atividade física (ex: caminhar)
- fadiga
- tendência para uma vida mais sedentária
↓
Níveis
energéticos
↓
Metabolismo
basal
↑
Necessidades
energéticas
durante a
atividade física
↓
Reposta face ao
stress
Se ↑ RMR:
- marcador de doença
- factor de risco para
mortabilidade
- perda de peso não
controlada
14. 3. Homeostenose
dos
ajustamentos
moleculares
necessários para
tolerar desafios,
podendo ser apenas
evidentes em período
de esforço máximo ou
de stress.
Declinam as capacidades
para tolerar o stress
de natureza física:
• térmico
• oxidativo
• farmacológico
• nutricional
• hipóxico ou isquémico
15. 3. Alterações metabólicas e hormonais
Metabolismo da
glicose
Atividade da tiroide
Atividade
corticosuprarenal
Hormonas sexuais
Alterações Homeostasia
Sinalização
hormonal
Anti-
oxidantes
Marcadores
inflamatórios
• ↑marcardores
inflamatórios:
Envelhecimento
+
Comorbilidades
• ↑stress oxidativo:
Produção de espécies reactivas
de oxigénio (ROs)
↓ atividade antioxidante
intrínseca
Alterações na termorregulação
Regulação da temperatura corporal
Sudorese
Resposta a pirogéneos
16. 4. Alterações neurodegenerativas
Perda progressiva da estrutura ou
funcionamento neuronal
SNC não dispõe de capacidade reparadora
depósitos de lipofuscina
deposição de placas senis
alterações inflamatórias
alterações bioquímica
declínio da função sináptica
perda de coordenaçao entre regiões cerebrais
Atrofia cerebral associada à idade
após os 60 anos
↑ dos sulcos em detrimentos das circunvalações cerebrais
↑ do tamanho dos ventrículos cerebrais
Perda da motricidade fina e
destreza manual
redução do número de neurónios motores dano nas bainhas de mielina
Marcha
Equilíbrio
Cognição
Tempo de reação
Regulação SNA
Sensibilidade táctil, dolorosa e vibratória
18. Síndromes Geriátricos - Conceito
J Am Geriatr Soc. May 2007; 55(5): 780–791
São manifestações de doença Prevalência elevada na população idosa
Apresentam etiologia multifactorial
Podem envolver sistemas não relacionados com a sintomatologia
apresentada Impacto na funcionalidade e na qualidade de vida
19. " Doenças agudas vs doenças crónicas
" Apresentação atípica de doença nas pessoas idosas
Envelhecimento – na manifestação de doença e resposta ao
tratamento
Pluripatologia e polimedicação
Sintomatolgia não relacionada com o sistema lesado
Doença
20. " Maior gravidade da patologia
" Declínio funcional mais acelerado
" Maior tempo de convalescença
" Prognóstico mais dependente do doente
" Maior mortalidade morbilidade para as mesmas
doenças
Doença – Quadro Clinico
21. " Maior vulnerabilidade ao stress
" Maior dependência funcional
" Menor expressão semiológica
" Exame Objetivo
" Importante variação individual
Doença – Quadro Clinico
25. Desnutrição e prevalência
-Mesmo o envelhecimento normal está associado a maior risco
nutricional
e-SPEN, the European e-Journal of Clinical Nutrition and Metabolism 4 (2009) e86–e89
30. Consequências da desnutrição
! ↑ Morbilidade
! > Risco de Infeção
! Dependência/incapacidade funcional
! ↑ risco de quedas, ↑ fractura
! Declínio cognitivo
! Úlceras de pressão, dificuldade na cicatrização
! ↓ Qualidade de vida
! ↑ Tempo de internamento e readmissão, > Custos
31. Avaliação do estado nutricional
! Registo do Peso
No domicilio
Em cada consulta
Controle da evolução
ponderal
Intervenção precoce
32. Critérios de Diagnóstico - ESPEN
Diagnóstico de desnutrição:
Alternativa 1:
IMC <18.5 kg/m2
Alternativa 2:
Perda de Peso (não intencional) > 10% sem
tempo definido, ou >5% nos últimos 3 meses e
(pelo menos um):
IMC<20 kg/m2 se <70 anos, ou <22 kg/m2 se
70 anos ou mais velho
FFMI <15 ou17 kg/m2 se sexo feminino ou
masculino respetivamente
Adaptado de Cederholm T, Bosaeus I, Barazzoni R, et al; Diagnostic criteria for malnutrition e An
ESPEN Consensus Statement; Clinical Nutrition 34 (2015) 335e340
33. ► Aumento da variabilidade interpessoal
► Redução da clearence hepática e renal
► Diminuição do volume de distribuição
► Diminuição do efeito de primeira passagem hepática, com maior
biodisponibilidade de drogas ativas e menor de pró fármacos
Alterações da Farmacocinética
34. ► Não totalmente esclarecido
Alterações da Farmacodinâmica
Alterações nos
Recetores Fisiológicos
Densidade
Afinidade
Mecanismo de Ligação
Alteração na resposta
aos fármacos
Maior sensibilidade a
agentes psicotrópicos e
sedativos
Redução dos
receptores β-
Adrenérgicos
cardicacos e vasculares
Redução AMPc
35. ! As reações adversas -10-20%.
! Responsáveis por 10% dos internamentos, sendo estes mais
demorados e aumentam para o dobro o risco de morte.
! Os idosos consomem 25% dos fármacos dispensados e mais de 50%
dos medicamentos não sujeitos a receita médica3
Polifarmácia
36. ► 5-10 medicamentos
► Considerar suplementação e produtos de ervanária
► Impacto:
As manifestações mais comuns associadas à polifarmácia são: quedas,
hipotensão ortostática, falência cardíaca ou detioração cognitiva e
delirium.
Risco de reações adversas – proporcional ao numero de fármacos
Interação entre drogas
Fator de risco independente para quedas e fraturas ósseas
Dificulta a abordagem terapêutica correta
Dificulta a correta adesão
Polifarmácia
37. ► Balanço necessário entre o excesso de medicação e a não prescrição
► Adequação das guidelines a doentes com multimorbilidades
► Adequar a medicação à esperança de vida do doente
Polifarmácia
38. ► Prescrição apropriada no doente idoso
Tem indicação para o medicamento?
O medicamento é efetivo?
A dose é correta?
As recomendações estão corretas?
As recomendações são praticáveis?
Há interações medicamentosas previsíveis?
Há interações entre a medicação e as comorbilidades?
A duração da terapêutica é aceitável?
O preço é aceitável ou há alternativas mais baratas?
Critérios de prescrição adequada!
Abordagem
“start slow, and go slow”