O documento descreve uma proposta de atividade pedagógica para incentivar a leitura em alunos do 6o ano através da leitura e análise do texto "Avestruz", de Mário Prata. A atividade envolve discussões interdisciplinares sobre animais, visita a um zoológico e produção de textos e ilustrações.
4. Objetivo
Incentivar a leitura através de um texto com linguagem
simples e direta envolvendo a prática com uma visita
ao zoológico, no qual é possível o contato com todos
os tipos de animais, entre eles o avestruz, tema do
texto. Sendo possível a interdisciplinaridade com
Ciências, Matemática, Geografia, Artes.
Público-alvo: 6º ano (5º série)
5. Avestruz – Mario Prata
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez
anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento
em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a
culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que
o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação
deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de
avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave.
A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a
avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve
ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi.
Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo
avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7
para ser mais exato.
6. Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um
pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia
mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas.
Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí
assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas
dois dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um
camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via
pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio
camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio
deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha. Pois um animal
daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro
erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem
até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os
quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM.
Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
7. Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao
garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado
ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela
sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de
avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela
frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos
eletrônicos, por exemplo, máquina digital de fotografia, times
inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se
descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que
troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo.
Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2.
Caderno aluno p. 9. Caderno do Professor p. 18.
8. Antes da leitura
1) O professor de Ciências começa o trabalho com a
teoria sobre o Reino Animal.
2) O professor leva imagens/fotos no computador
sobre animais para os alunos.
3) Exibição do vídeo: O Homem e a Águia.
9. 4) O educador de Língua Portuguesa trabalha a teoria do
que são fábulas e como analisá-las, além de mostrar
as lições e experiências que podemos retirar de tais
textos.
5) Levar a discussão sobre a mãe que faz tudo o que o
filho deseja. Até que ponto isso é bom ou ruim para
as crianças? Como elas lidarão com a negação na sua
vida adulta?
10. INTERTEXTUALIDADE
Trabalho com o poema Porquinho-da-Índia, de Manuel Bandeira.
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
Discussão sobre os animais de estimação que cada aluno possui.
11. Durante a leitura
Leitura silenciosa e depois compartilhada.
Uso do dicionário.
Trabalho com a revista Terrinha da Gente para que os
alunos pesquisem animais que poderiam ser
domésticos.
Questionamentos e interferências.
12. Depois da Leitura
Produção de texto: Meu animal de estimação.
Ilustração do texto: Como você imagina o avestruz?
Visita monitorada ao zoológico, com os alunos
tomando notas do que é explicado.
Criação de um livro ilustrado com as imagens dos
animais e registros colhidos no zoológico.
13. Para Complementar
O professor pode ainda ampliar o tema colocando
vídeos sobre a criação do avestruz e de um desenho
animado que reflete bem as situações cometidas por
um avestruz.
http://www.youtube.com/watch?v=OMu7AW7KmhI
http://www.youtube.com/watch?v=MHw5nnrsYAw