O texto descreve as características pouco convencionais de um avestruz e como seria inadequado tê-lo como animal de estimação em um apartamento, usando humor para convencer uma criança a desistir do seu desejo de ganhar um avestruz de presente.
1. Situação de aprendizagem
AVESTRUZ
Público Alvo: 6º ao 9º ano (Anos Finais)
Tempo previsto: 4 aulas
Conteúdos e temas: Traços característicos de crônica
narrativa;síntese das capacidades de leitura com sugestões de
como desenvolver (Rojo,2004); Gêneros e Progressão em
expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma
experiência suíça( Francófona).
Competências e habilidades: Explorar , desenvolver e ampliar as
capacidades de leitura.
Estratégias: Trabalho lúdico com diversas mídias, apresentação
de imagens, poemas, músicas etc.
Recursos: Texto escrito ou slide; Vídeo
Avaliação: Produção coletiva de uma crônica escolhendo uma
situação estranha do cotidiano a partir da crônica Avestruz.
2. a) Você conhece um avestruz?
b) Alguém já viu?
c) Como você imagina que seja?
d) Sabe como é?
e) Descreva como é.
3.
4.
5. Vamos ler um texto cujo título é
AVESTRUZ. Esse texto desperta
sua atenção? Sim ou não? O que
ele sugere? Pelo título, dá para
imaginar o assunto? Que tipo de
texto é? Científico? Literário?
Jornalístico?
6. Avestruz
* Por Mário Prata
O filho de uma grande amiga, pediu, de
presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou,
fazer o quê? Moram em um apartamento em
Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail
dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao
lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as
avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles.
Aquilo impressionou o garoto.
7. O início do texto
despertou sua
atenção? Sim ou
não? O que ele
sugere? Pelo início,
dá para saber que
tipo de texto é?
8. Crônica é um gênero híbrido que oscila entre a
literatura e o jornalismo, resultado da visão pessoal,
particular, subjetiva do cronista ante um fato qualquer,
colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. É uma
produção curta, apressada (geralmente o cronista
escreve para o jornal alguns dias da semana, ou tem
uma coluna diária), redigida numa linguagem
descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor.
Quase sempre explora a humor; mas às vezes diz coisas
sérias por meio de uma aparente conversa – fiada.
Noutras, despretensiosamente faz poesia da coisa mais
banal e insignificante.
9. Mario Prata é um escritor, dramaturgo,
jornalista e cronista brasileiro. É natural de
Uberaba, Minas Gerais, mas viveu boa
parte da infância e adolescência em Lins,
interior de São Paulo. Em mais de 50 anos
de escrita, tem no currículo 3 mil crônicas
e cerca de 80 títulos, entre romances,
livros de contos, roteiros e peças teatrais.
Na carreira, recebeu 18 prêmios nacionais
e estrangeiros, com obras reconhecidas no
cinema, literatura, teatro e televisão.
10.
11. Querem ler o texto
todo? O que será que
vai acontecer? Quem
serão os personagens?
Qual será o cenário? O
menino ganhará o
avestruz?
12. Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes
de avestruzes. E se entregavam a domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar
aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza,
minha amiga. Na hora de criar a avestruz, Deus devia
estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve
ter criado primeiro o corpo, que ser assemelha, em
tamanho, a um boi. Sabe quando pesa uma avestruz?
Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha
amiga. E a altura pode chegar a quase três metros.
2,7 para ser mais exato.
13. 1. É legal ter um avestruz como um animal de
estimação: sim ou não?
2. Que animais são indicados para se ter como
estimação?
3. Quais animais podem viver dentro de
apartamento?
4. Quer continuar a ler o texto? Está fácil de
entender?
14. Mas eu estava falando da sua criação por Deus.
Colocou um pescoço que não tem
absolutamente nada a ver com o corpo. Não
devia mais ter estoque de asas no paraíso,
então colocou asas atrofiadas. Talvez até
sabiamente para evitar que saíssem voando em
bandos por aí assustando as demais aves
normais.
Outro coisa que faltou foram dedos para ao
pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
16. Depois olhou para sua obra e não sabia
se era uma ave ou um camelo. Tanto é
que logo depois, Adão dando os nomes a
tudo que via pela frente, olhou para
aquele ser meio abominável e disse:
Struthio Camelus Australis. Que é o
nome oficial da coisa. Acho que o
struthio deve ser aquele pescoço fino em
forma de salsicha.
17. Pois um animal daquele tamanho deveria
botar ovos proporcionais ao seu corpo.
Outro erro. É grande, mas nem tanto. E
me explicava o criador que elas vivem
até os setenta anos e se reproduzem
plenamente até os 40, entrando depois
na menopausa, não tem, portanto, TPM.
Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de 10 a 30 crias por ano,
expliquei ao garoto, filho da minha
amiga.
18. Você sabe o que é:
Struthio Camelus
Australis, TPM,
abominável, atrofiadas,
Floripa, Higienópolis
19. Pois ele ficou mais animado
ainda, imaginando aquele
bando de avestruzes correndo
pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve
uma avestruz para ele de
avião, no domingo. Não sabia
mais o que fazer.
20. Foi quando descobri que elas comem
o que encontram pela frente,
inclusive pedaços de ferro e
madeiras. Joguinhos eletrônicos, por
exemplo. Máquina digital de
fotografia, times inteiros de futebol
de botão e, principalmente chuteiras.
E, se descuidar, um mouse de vez em
quando cai bem.
21. E agora? O que você
acha que vai
acontecer?
Conseguirá o
narrador convencer
o garoto a desistir
do avestruz?
22. Parece que convenci o garoto. Me
telefonou e disse que troca o
avestruz por cinco gaivotas e um
urubu.
Pedi para a minha amiga levar o
garoto num psicólogo. Afinal, tenho
mais o que fazer do que ser gigolô
de avestruz.
23. 1. O que o autor pretendeu com
esse texto? Ter um avestruz
como bicho de estimação: sim
ou não?
2. Qual é a posição que o autor
defende? E quais são os
elementos que provam a sua
posição?