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2009
Trabalho Florestal – Manual de
                     Prevenção




                     Filipe Oliveira Santos
                     Consultadoria
                     21-10-2009
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Objectivos pedagógicos:
Gerais:

Diagnosticar um conjunto de operações significativas da exploração florestal,
sendo os formandos capazes de relacionar em cada uma delas os principais
riscos potenciais e medidas de prevenção a adoptar.
                                                                                2
Específicos:

Na operação de plantação identificar correctamente os riscos mais
frequentes, bem como as medidas de prevenção fundamentais, mediante a
realização de um Teste de questões de escolha múltipla.

No uso da motosserra identificar sem qualquer erro, todos os componentes
fundamentais da motosserra, utilizando a técnica de legendagem.




Introdução:
A prevenção de riscos profissionais, mais do que a mera observância de um
conjunto de regras técnicas, determina uma necessidade de se desenvolver
todo um conjunto de metodologias que se reportem aos seguintes princípios
gerais de prevenção:

      Eliminação do risco;
      Avaliação do Risco;
      Combater os riscos na origem;
      Adaptação do trabalho ao homem;
      Atender ao estado da evolução da técnica;
      Organização do trabalho;
      Prioridade da protecção colectiva;
      Protecção individual;
      Informação e formação
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

       Silvicultura

Planificação e organização do Trabalho:
Medidas de Segurança:
O trabalho na floresta é mais perigoso que muitas outras profissões. O
                                                                                            3
proprietário está mais exposto do que o operário profissional. A maioria dos
acidentes ocorre durante o abate.
Assim, é estatisticamente reconhecido que o trabalho de desrame é o mais
exposto, registando-se cerca de 70% dos acidentes. A motosserra, só por si,
causa mais de 60% dos ferimentos durante o abate.
Os trabalhadores que operam na mata estão sujeitos ainda, a uma
diversidade de problemas de saúde, sendo de destacar os problemas de
costas.
Por consideração por si próprio e pela sua família, deve proteger-se o melhor
possível durante o abate. Para tal, deverá a nível de medidas de segurança ter
sempre presente:

     Equipamento protecção individual completo;
     Motosserra com equipamento de segurança;
     Técnica segura de trabalho.


                                          O     equipamento     de    protecção
                                          individual, variável consoante as
                                          diferentes  operações    (que   serão
                                          descritas ao longo deste manual),
                                          basicamente é constituído por um
                                          capacete, protecção para os ouvidos,
                                          protecção para os olhos, luvas de
                                          segurança, calças de segurança. O
                                          equipamento protege as partes do
                                          corpo mais expostas.
                                          Ilustração 1 – Equipamento Protecção Individual




A correcta planificação do trabalho, permite uma adequada gestão da prevenção,
uma vez que se torna possível a valorização das seguintes dimensões:

   O exercício da avaliação de risco antes do inicio dos trabalhos;
   A utilização de instrumentos de informação, como as cartas detalhadas dos locais
    das operações, favorecem o trabalho de gestão e organização;
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

   A escolha criteriosa de equipamentos a utilizar tendo em vista, em particular a
    opção por máquinas que reduzam ao mínimo o transporte manual de cargas e os
    riscos ligados à manipulação de máquinas portáteis com motor;
   A adequação dos acessos às frentes de trabalho e dos locais de armazenagem de
    equipamentos, produtos, ferramentas e materiais, de que resultará a redução da
    carga de trabalho e até o aumento da produtividade;
   A identificação dos profissionais que devem ser objecto de processos de
                                                                                        4
    informação e de formação, bem como dos domínios que em tal contexto devem ser
    privilegiados e que se reportem a riscos graves e frequentes, tais como os
    associados às posturas de trabalho, à utilização de equipamentos de trabalho e à
    organização do trabalho.
   A previsão e o estabelecimento de sistemas e técnicas de organização de trabalho,
    tais como:
            o A constituição de equipas para determinadas tarefas, tais como, os
               trabalhos de limpeza, remoção de materiais e carregamento.
            o A alternância de equipas em trabalhos que implica, posturas pouco
               confortáveis;
            o A eliminação de situações de trabalho isolado, como seja, na operação
               de abate de árvores;
            o A previsão de meios adequados de comunicação;
            o A interdição a terceiros de acesso a locais onde se desenvolvem
               trabalhos perigosos e , em geral, a sinalização de segurança em todas
               as situações em que tal se afigure necessário;
            o A supervisão dos trabalhos por profissionais competente para o efeito.




         A planificação é fundamental também nas operações florestais!!
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Operações Florestais:
         A silvicultura compreende todas as operações de cultivo das árvores.
Desde a apanha de sementes à produção de plantas em viveiro, a sua
plantação e um vasto conjunto de intervenções culturais, até ao momento em
que as matas são exploradas.

                                                                                                   5
Plantação
Regras gerais:

Equipamentos utilizados:

        Enxadas;
        Picaretas;
        Tabuleiros
        Vasos;
        Plantadores;
        Furador Plantador;
        Equipamentos de protecção individual:
         a) Fato de macaco,
         b) Luvas,
         c) Botas de borracha de cano alto, ou botas de biqueira de aço.




Ilustração 2 – Fato Macaco.      Ilustração 3 – Luvas   Ilustração 4 – Botas de biqueira de aço.



Riscos mais frequentes e graves:
    Quedas;
    Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados
    Cortes
    Intoxicação com produtos químicos;
    Esmagamentos.

Medidas de Prevenção fundamentais:

Relacionam-se fundamentalmente com:

        Selecção de equipamentos e ferramentas;
        Organização do trabalho;
        Formação e informação;
        Utilização de determinados equipamentos de protecção individual;
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Na correcta selecção de equipamentos e ferramentas devem ser utilizadas
para a plantação as que melhor se adaptam ao tamanho das plantas, à
natureza do terreno e à altura do trabalhador. Os punhos dos utensílios para
abrir as covas deverão ser concebidos de forma a amortecer os choques da
lâmina contra caules e raízes, devendo ter cores contrastantes com a
envolvente, para serem visíveis.
                                                                                 6
Relativamente à organização do trabalho, importa referir o seguinte:

      As plantas devem ser depositadas na zona de plantação, em locais que
       previamente determinados, com vista a reduzir as distâncias a
       percorrer pelos trabalhadores;
      Todos os trabalhadores deverão ser envolvidos no transporte de plantas,
       de forma a proporcionar rotatividade no trabalho, quebrando a
       monotonia nos trabalhos de plantação;
      Devem ser assegurados períodos de repouso para os trabalhadores de
       modo a evitar a fadiga crónica;
      Nos transportes de tabuleiros, vasos ou molhos de plantas com raízes
       nuas deve-se utilizar um saco de dorso que permita repartir o peso,
       reduzindo desta forma não só a fadiga, bem como se reduz o risco de
       quedas.
      Em terrenos de encosta, os trabalhadores devem sempre colocar-se do
       lado debaixo da linha da plantação com vista a facilitar uma postura
       mais correcta, evitando dobrar as costas.
      Os trabalhadores devem manter uma posição de equilíbrio, devendo ter
       a lâmina do utensílio afastada dos pés, mantendo uma distância de
       segurança dos seus companheiros.
      Todas as ferramentas devem ser transportadas em segurança, com as
       lâminas afastadas do corpo.

Quanto à formação e informação dos trabalhadores florestais, deve-se
salientar sua importância nos seguintes domínios:

      As posturas correctas a adoptar pelos profissionais, nomeadamente
       saber utilizar o peso do corpo para enterrar os utensílios de plantar,
       evitando torções da zona lombar e servir-se dos utensílios como um
       apoio enquanto trabalham.
      O conhecimento das plantas que tenham sido tratadas quimicamente,
       do tipo de produto que foi utilizado e seus riscos inerentes.

No que diz respeito à protecção individual, importa:

      Saber identificar o equipamento de protecção individual adequado à
       situação concreta e, em particular ao tipo de produto que foi utilizado
       nas plantas;
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

        Saber utilizar o equipamento de protecção individual de forma adequada
         ao trabalho a desenvolver e ao risco em presença.

Regras especiais:

Na operação de plantação ocorrem com frequência circunstâncias especiais
que determinam a necessidade de medidas específicas de prevenção. A
destacar:                                                                         7


     a) A plantação de plantas tratadas com produtos químicos;
     b) A plantação com a ajuda de um furador/plantador portátil com motor.

a)

    As plantas tratadas e outros materiais contaminados devem estar
     afastados dos locais onde os trabalhadores repousam, comem ou mudam
     as suas roupas.
    As plantas tratadas e todos os utensílios utilizados para as colocar devem
     ser etiquetadas e, nos rótulos, devem ter inscrito o nome completo da
     substância química, o seu princípio activo, as principais medidas de
     prevenção a serem tomadas, os sintomas de intoxicação e as medidas a
     tomar em caso de intoxicação.
    Para a plantação deste tipo de plantas os trabalhadores deverão utilizar
     equipamento protecção individual, tais como:
     o Um fato-macaco com um avental de protecção aos produtos químicos;
     o Botas de borrachas resistentes aos produtos químicos;
     o Luvas resistentes aos produtos químicos.
    Se as plantas tiverem de ser mergulhadas em pesticidas antes de serem
     plantadas, os trabalhadores deverão usar:
     o Uma máscara que cubra o nariz e a boca com um filtro adequado;
     o Um fato-macaco com capuz resistente ao produto químico;
     o Luvas de cano alto resistentes ao produto químico.
     o As plantas devem ser manipuladas com cuidado para reduzir os riscos
        de contaminação;
     o Os sacos ou outros recipientes devem ser despejados e lavados,
        diariamente e com bastante água.
     o Se a pele ou roupa for contaminada, deve ser imediatamente lavada.
     o No fim de cada período de trabalho os trabalhadores deverão:
           o Lavar rigorosamente a parte exterior das luvas e do fato de
              protecção, preferencialmente com água corrente;
           o Lavar a cara e as mãos com bastante água e sabão.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

b)

    As brocas utilizadas devem estar adaptadas à natureza da tarefa e do tipo
     de terreno.
    Os trabalhadores deverão examinar com frequência a máquina, para se
     assegurarem que está em bom estado de funcionamento e em boas
     condições de segurança.                                                     8
    Para levantar a máquina é necessário fazer trabalhar os músculos das
     pernas e braços, mantendo as costas direitas.
    A velocidade da broca e pressão exercida deverão estar adaptadas à
     natureza do terreno e manterem-se constantes. A broca nunca deve ser
     forçada.
    Antes de libertar a broca de materiais que a possam embaraçar é preciso
     desligar o motor.
    Em terrenos com declive, os trabalhadores devem estar bem apoiados, ter
     boa estabilidade nos locais em que estão a perfurar, ter em atenção a
     colocação dos pés e estarem afastados das partes móveis da máquina.

       Exploração Florestal

Na exploração florestal evidencia-se a exploração madeireira que compreende
um conjunto de operações que vão desde o abate de árvores até ao seu
carregamento e transporte.

Na maioria destas operações, a maior parte das actividades está relacionada
com o corte de madeiras, nas quais a motosserra se afigura, hoje em dia,
como um equipamento indispensável.


A motosserra
Apesar de ser de uma utilização generalizada hoje em dia, a motosserra,
constitui um equipamento complexo e perigoso que exige do seu operador um
elevado nível de formação adequada e uma boa capacidade de compreensão
da informação contida no respectivo “Manual de Instruções”.

Importa, assim, que se desenvolvam informações gerais sobre este
equipamento, nomeadamente, no que diz respeito a:
    Características, capacidades e funcionamento;
    Dispositivos de segurança;
    Manutenção.
Na aquisição da motosserra, deve-se ter em conta a melhor relação entre a
potência e o peso da máquina devido à fadiga, sabendo-se que é possível
cortar diâmetros consideráveis com lâminas guia mais curta. Este aspecto –
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

lâmina-guia mais curta – facilita o corte de ramos, operação onde a frequência
de acidentes é mais elevada.

A consulta do “Manual de Instruções! É, pois, indispensável, porquanto
permite uma boa selecção do equipamento mais adequado ao trabalho a
realizar e o conhecimento exacto das regras a observar na sua utilização.

Assim, todo o manual da motosserra deve compreender instruções e                 9

informações pormenorizadas sobre os aspectos relacionados com a
conservação e a boa utilização do equipamento pelo operador/utilizador,
compreendendo os requisitos relativos ao vestuário e aos equipamentos de
protecção, bem como a necessidade de formação profissional quanto à sua
utilização.




         Leitura atenta do manual de instruções!!

Entre os componentes fundamentais da motosserra, importa, desde logo,
identificar os seguintes:

Os componentes de segurança são os seguintes:

Guarda mão dianteiro com travão de corrente  protege a mão esquerda e
detém a corrente ao produzir-se o ressalto;
Retentor da correnteRetém a corrente quando esta parte.
Guarda mão traseiro  protege a mão direita quando a corrente parte.
Bloqueador de Segurança bloqueia o comando do acelerador.
Bainha da lâmina-guia  evita ferimentos durante o transporte da
                                                               motosserra.




          Ilustração 5 – Componentes de segurança da motosserra.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Para além destes componentes, será ainda de referir os dispositivos anti-
vibratórios que têm por função evitar afecções nas mãos provocadas pelas
vibrações.

Uma vez que o recuo (Kickback, ou ressalto) da
motosserra causa mais de 20% de todos os acidentes
de abate, para além do equipamento descrito, deverá                               10

possuir uma lâmina curta (30-35cm).

A observância das regras fundamentais de
manutenção constitui uma garantia de segurança.

Uma       manutenção       descuidada diminui     as Ilustração 6 --Ressalto da
capacidades dos materiais e cria ou aumenta os motosserra.
riscos ligados à sua utilização.
Ex: um carburador mal regulado pode levar à paragem do motor da
motosserra durante o abate, o que pode ter consequências graves.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção


Manutenção da motosserra em boas condições de funcionamento:

           Manutenção diária:                           Manutenção semanal:
1. Corrente: revisão e afiação;                   1. Corrente:        revisão     e       afiacção

2. Lamina     guia:     revisão,   limpeza   da      cuidadosa. Uniformizar o tamanho                11

   ranhura e dos orifícios de lubrificação;          dos dentes.

   inspecção das porcas da tampa do órgão         2. Lamina–guia: eliminação de rebarbas

   de corte; inversão da lâmina guia.             3. Pinhão      de     ataque:        revisão   e

3. Motor      da       Motosserra:     limpeza       lubrificação do rolamento do pinhão.

   cuidadosa e inspecção dos orifícios de         4. Embraiagem: revisão e limpeza.

   entrada de ar, os quais devem estar            5. Volante     e    placas      do     cilindro:

   sempre limpos;                                    limpeza.

4. Guarda mão dianteira com travão de             6. Vela: Limpeza, revisão e regulação. Se

   corrente: revisão, limpeza e ensaio.              necessário, ajuste da folga.

5. Filtro de ar: revisão e limpeza;               7. Sistema de arranque: desmontagem

6. Parafusos,         porcas       e   Pernes:       e limpeza, lubrificação do rolamento

   ajustamento.                                      do carreto, substituição da corda do

                                                     arrancador (se estiver gasta), com

                                                     ajustamento da tensão da corda, se

                                                     necessário.

                                                  8. Filtro de óleo e de combustível:

                                                     limpeza e verificação da chegada de

                                                     óleo à lâmina.

                                                  9. Silenciador: Limpeza.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




                                                                                  12




Ilustração 7 – Peças e ferramentas necessárias para a manutenção da motosserra.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Abate
O abate de árvores é precedido da operação de marcação de corte, tendo em
vista a avaliação prévia do volume lenhoso a vender, mas também, a obtenção
de um conjunto de dados sobre a localização e características desse volume.
É habitual recomendar-se o corte das árvores na época Outono-Inverno,
embora na prática, a operação seja levada a cabo ao longo de todo o ano.
Entre os factores que mais se relacionam com a qualidade de abate de          13

árvores, deverão evidenciar-se os seguintes:
    A eliminação dos riscos de acidente com os trabalhadores;
    A economia do material lenhoso;
    A redução dos prejuízos na árvore abatida, nas outras árvores, no solo
       e, em geral, nas condições ambientais;
    A rapidez com que o abate é executado.

Tendo em vista estes objectivos, torna-se necessário, o desenvolvimento de
um conjunto de técnicas:
    A execução do corte o mais próximo do solo;
    A obtenção de uma secção de corte regular;
    A condução da queda da árvore;
    Uma boa preparação prévia do abate, traduzida em:
     o Observação da direcção da queda natural da árvore;
     o Limpeza do solo à volta do tronco;
     o Desramação dos ramos que impeçam a boa execução do abate;
     o Selecção de equipamento adequado.


Desramação:
Equipamentos Utilizados:

     Motosserra;
     Machado;
     Equipamento de protecção individual:
      o Capacete com viseira em rede e auriculares;
      o Calças de protecção com entretela;
      o Botas de biqueira de aço e caneleiras;
      o Luvas com protecção da mão esquerda;
      o Casaco com cor referenciável.

Riscos mais frequentes e graves:

     Quedas de objectos;
     Projecção de ramos e serradura nos olhos e na face;
     Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

     Ressaltos da lâmina guia da motosserra;
     Ruído produzido pela motosserra;
     Vibrações transmitidas pela motosserra;
     Intoxicação provocada por gases produzidos pela proximidade da
      motosserra;
     Queimaduras;
     Cortes.                                                                               14




Medidas de Prevenção Fundamentais:

     A prevenção destes riscos baseia-
      se, basicamente, nos seguintes
      princípios:
      o Formação dos profissionais;
      o Organização do trabalho;
      o Uso      de   Equipamentos     de
         Protecção Individual.
   Organização do trabalho.
   No que diz respeito à formação dos
   profissionais deve-se destacar os
   seguintes aspectos relacionados com
   o modo operatório:
      o Como pegar na motosserra:
       A mão esquerda na parte lateral
         da pega dianteira, mantendo o
         polegar sempre do lado de
         dentro da pega;
       O cotovelo esquerdo apoiado no
         tronco do operador para evitar
         que a motosserra ultrapasse a altura dos ombros.
      o Como acelerar a motosserra:        Ilustração 8--Posição inicial para desramação.
       A mão direita deve rodar para
         uma posição em que o accionamento do comando do acelerador vai
         ser executado com o polegar.
       Os restantes dedos vão apertar o bloqueador de segurança.
      o Como operar com a motosserra:
       Encostar a lâmina à árvore segundo uma direcção paralela aos
         ombros;
       Tirar partido do peso da motosserra e da sua reacção, fazendo-a
         deslizar ao longo do tronco da árvore;
       Acompanhar essa reacção, flectindo as pernas e mantendo o dorso
         direito;
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

          O operador deverá manter uma boa base de sustentação ao deslocar-
           se;
          Após ter feito a abertura dos ramos, o operador deve situar-se nessa
           abertura e colocar-se para que o tronco da árvore fique sempre entre
           o seu corpo e a lâmina da motosserra.
          Naquela situação, o operador deverá posicionar-se, ainda, de forma a
           encontrar na árvore um ponto intermédio de apoio.                       15




    O correcto desenvolvimento deste modo operatório previne, em particular,
    os riscos associados a:

          Ressalto da motosserra (que a verificar-se, será de lado e não contra
           o corpo do operador);
          Projecção de lascas de madeira (que far-se-á em direcção contrária à
           posição do operador;
          De referir que a desramação a nível superior, deverá ser efectuada
           utilizando motosserras com órgãos de corte na extremidade de uma
           vara extensível, além de ferramentas manuais.




Ilustração 9 – Motosserra com extensor de corte em altura.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Abate de Árvore
Equipamentos Utilizados:

     Motosserra;
     Panca;
     Machado;
     Ganchos                                                                  16

     Pinça;
     Garras;
     Fita métrica extensível;
     Cinto de abate com bolsos para lima e chave combinada, fixador da fita
      métrica e dois bolsos para gancho e pinça;
     Suta
     Caixa de Primeiros Socorros;
     Depósito de combustível e óleo;
     Moto guincho;
     Equipamento de Protecção Individual:
         o Capacete com viseira de rede e auriculares;
         o Calça de entretela de segurança;
         o Botas de biqueira de aço com rasto antiderrapante e caneleiras.
         o Luvas de segurança;
         o Camisa de cor viva;




            Ilustração 10 -Diversos equipamentos utilizados no abate.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




                                                                                                       17




                                         Ilustração 12 -- Motoguincho




Ilustração 11 – Ganchos com correntes.




                                                    Ilustração 13 – Diferentes tipos de cabos de aço


Riscos mais frequentes e graves:

       Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
       Ressalto da motosserra, de outros equipamentos e da própria árvore
        abatida;
       Cortes;
       Quedas;
       Ruído produzido pela motosserra;
       Intoxicação por gases produzidos pela motosserra;
       Queimaduras;
       Electrocussão.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Medidas de Prevenção Fundamentais:

As medidas de prevenção fundamentais a aplicar na operação do abate da
árvore, relacionam-se com os seguintes aspectos:

  1. Organização do trabalho;
  2. Formação no âmbito de todas as fases dos modos operatórios do abate;
  3. Protecção individual adequada à natureza do trabalho.                     18




Na organização do trabalho é de destacar a importância de se desenvolver
uma integral preparação da operação, cujos aspectos mais significativos são:
   Sinalização da árvore a abater;
   Sinalização da interdição da presença de terceiros na zona de trabalho,
     acompanhada de procedimentos de verificação visando a certificação de
     que não existe ninguém nas zonas de abate, com excepção dos:
        o Ajudante de operador;
        o Encarregado das operações.
   Verificação da existência de todos os equipamentos, ferramentas e
     produtos (óleos e combustíveis) necessários à operação;
   Ordenação de todos os equipamentos, ferramentas e produtos de
     acordo com as necessidades de utilização e de forma compatível com o
     trabalho a desenvolver (afastamento das zonas de queda das árvores e
     de fuga dos operadores)
   Realização de um conjunto de observações relacionadas com a árvore a
     abater e suas envolventes:
        o Forma da copa da árvore;
        o Ramos secos que estejam em risco de queda;
        o Perfil do tronco da árvore (se for encurvado obrigará ao
           afastamento rápido do motosserrista durante a queda, dada a
           possibilidade de ressalto da árvore);
        o Fios eléctricos ou telefónicos;
        o Proximidade de linhas de alta tensão;
        o Caminhos de fuga.

Deverá ter-se ainda em linha de conta que para uma adequada realização do
abate importa ponderar:

     A influência do vento;
     A direcção da queda da árvore;
     A disponibilidade de cunhas e pancas para facilitar o abate de árvores
      grandes ou inclinadas;
     Uma distância de segurança entra dois operadores que deve ser
      superior ao dobro da altura média das árvores a abater.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

No que diz respeito à formação, destacam-se os modos operatórios
relacionados com:

        Cortes para abate;
        Abate de árvores enganchadas;
        Abate de árvores tombadas.
                                                                                 19




Ilustração 14 – Corte para abate

Cortes para abate (entalhe) — aspectos a ter em conta:

      Na utilização da motosserra, a mão esquerda deve pegar na parte lateral
       da pega dianteira e a mão direita na pega traseira, sendo a aceleração
       efectuada com o polegar;
     A motosserra deve ser apontada na direcção de queda pretendida para a
       árvore, utilizando-se a pega dianteira como orientação ou a marcação
       que algumas das motosserras já têm introduzida.
     Num corte de abate deve realizar-se em primeiro lugar, o corte superior
       e, só depois, o corte inferior.
       É mais fácil fazer com que o corte inferior vá de encontro ao corte
       superior do que o contrário.
       O encontro perfeito destes cortes dar-nos-á a “bica”.
      a bica nunca deverá ultrapassar um terço do diâmetro da árvore,
    devendo a abertura ter no mínimo 45º.
      É importante apontar correctamente a motosserra para obter um abate
       preciso.
      Relativamente à direcção da queda pretendida para o abate, o
       motosserrista deve colocar-se do lado direito da árvore, com o seu pé
       direito próximo do tronco e para o lado, o pé esquerdo atrás do tronco
       da árvore e o ombro esquerdo encostado ao mesmo, servindo este como
       ponto de apoio intermédio, o que vai permitir uma economia de esforço,
       não esquecendo a flexão das pernas e o dorso direito.
      Ao proceder-se ao corte de abate, deve-se deixar uma presa. A presa vai
       dar a segurança exigida ao abate, funcionando como uma charneira que
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

     se vai fechando, conforme a indicação da bica, durante a queda da
     árvore.
    O operador deverá manter o dorso direito, flectir as pernas, ter os pés
     bem apoiados para obter uma boa base de sustentação e de
     estabilidade e de estabilidade, podendo, se necessário, colocar um
     joelho em terra.
    O corte de abate deve ser limpo. Deve ser feito de forma a permitir a       20

     introdução de uma cunha, para evitar o retrocesso da árvore e para não
     prender a lâmina guia da motosserra.
     Também pode ser utilizada a panca, desde que exista espaço livre para
     que a corrente da motosserra não toque no metal.
    .De seguida corta-se até à presa (faixa de fractura) que deverá ficar com
     cerca de 2 a 3 cm de largura.

 É muito importante que a presa não fique cortada dos lados e a aproximação
dos dois cortes seja paralela.

O corte de abate deverá ficar sobreelevado relativamente à presa.

        Assim que o motosserrista verifique a tendência da queda, deve
         retirar a motosserra, coloca-la em segurança, e, em seguida, auxiliar
         a queda com a panca, afastando-se para trás, quando a árvore inicia
         a queda, de modo a prevenir um possível ressalto do tronco.
        A utilização da panca permite-nos fazer um abate com maior
         segurança. Pode no entanto provocar lesões na coluna vertebral
         quando mal executada.

     Para prevenir estas lesões é necessário:

        Colocar-se de frente para a árvore;
        Segurar a panca com as duas mãos., mantendo os braços
         estendidos;
        Flectir as pernas;
        Colocar os pés bem apoiados, mantendo uma boa base de
         sustentação e um bom equilíbrio;
        Utilizar a força das pernas para movimentar a panca.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Abate de árvores enganchadas (procedimentos):

         Deve-se, em primeiro lugar, procurar o ponto onde a árvore está
          enganchada (presa noutra árvore) e avaliar se a situação é sempre
          muito perigosa.
        Sempre que possível, devem utilizar-se meios de tracção para libertar
          a árvore (Ex: tractor com guincho, moto guincho, cordas….).                      21
    Em alternativa, tentar baixar a árvore com uma panca, rodando a árvore
    para libertar os ramos presos (enganchados) e, se necessário, cortar a
    presa.

    Para prevenir os riscos graves ao baixar uma árvore enganchada, nunca se
    deve:
       a) Abater a árvore que a suporta;
       b) Trabalhar por debaixo da árvore presa;
       c) Abater uma árvore para cima de uma árvore enganchada (presa);
       d) Abandonar o local sem assinalar a área à sua volta, de um modo
          visível e a uma distância de segurança.

Exercício: faça a legendagem das figuras abaixo, consoante a descrição das alíneas
anteriores:




Ilustração 15 –__________________________   Ilustração 16 – ____________________________
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




                                                                                                                   22




  Ilustração 17 –______________________________          Ilustração 18 –______________________________



 Abate de árvores tombadas (procedimentos):

              O abate de árvores tombadas reveste maior perigo do que o abate
               normal, pelo que nunca deve ser efectuado por um operador isolado;
              Torna-se necessário avaliar cuidadosamente a situação da árvore,
               tendo em conta as tensões a que o conjunto está sujeito.
              As raízes levantadas devem ficar seguras, de modo a não caírem
               sobre o motosserrista, quando a árvore for cortada. Caso as raízes
               levantadas estejam inclinadas para a frente, o corte do tronco deve
               ser feito do topo para a base, caso se mostre possível.
              Convém utilizar um guincho para arrastar os troncos um por um,
               depois de serem cortados.




Ilustração 19 – Corte de árvore derrubada pelo vento   Ilustração 20 --Utilização do guincho para baixar árvore.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Corte de Ramos (Desramação)
A operação seguinte, após o abate da árvore e sempre na lógica da preparação
dos troncos para a transformação tecnológica, consiste no corte de ramos ou
desramação. Esta operação precede a toragem.

Tantos os equipamentos necessários a esta operação como os riscos
associados, não diferem muito relativamente ao abordado (excepção feita ao      23
comprimento da lâmina-guia da motosserra, que não deverá ultrapassar os
35cm).

Aborda-se assim, com algum detalhe as especificidades relacionadas com os
modos operatórios mais característicos desta operação:

     O tronco da árvore deve, sempre que possível, estar a uma altura de
      trabalho adequada (banqueta), isto é, a uma altura entre os joelhos e a
      cintura entre os 50 e os 80 cm.
     O motosserrista deve manter-se de frente para o tronco da árvore e
      manter uma posição de estabilidade.
     A motosserra deverá estar apoiada sobre o tronco, salvo no caso de ser
      necessário cortar do lado esquerdo do tronco da árvore, situação em
      que deverá apoiar a motosserra entre a coxa e o tronco da árvore.




                  Ilustração 21 –Posição tipo para desramação.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Método das seis Fases ou seis Pontos:

Ramo 1 : o motosserrista, colocado do lado esquerdo da árvore, vai cortar um
ramo do lado direito. A motosserra é apoiada no tronco da árvore. O corte do
ramo é feito verticalmente, de baixo para cima (puxando) com a parte superior
da lâmina-guia.
Ramo 2: o motosserrista, continuando colocado no lado esquerdo da árvore,          24

vai cortar o ramo na zona central do tronco. A partir da posição anterior
(ramo1), a motosserra deve deslizar para o lado esquerdo do tronco,
mantendo-se ai apoiada e em posição deitada. A mão esquerda deve deslizar
para o limite superior da pega dianteira. O corte será feito (horizontalmente)
de baixo para cima (puxando), com a parte superior da lâmina guia.
Ramo 3: o motosserrista, posicionado sempre do lado esquerdo da árvore, vai
cortar o ramo do seu lado (lado esquerdo do tronco da árvore). Partindo da
posição anterior (ponto 2), endireita a motosserra e distribui o peso do
equipamento entre a sua coxa esquerda e o tronco da árvore. O corte do ramo
é então efectuado verticalmente, de cima ara baixo (empurrando) com a arte
inferior da lâmina guia.
Ramo 4: o motosserrista, colocado do lado do esquerdo do tronco, vai cortar o
ramo seguinte do mesmo lado da árvore (lado esquerdo). Deste modo avança
em direcção ao ramo , transferindo o peso do corpo para a frente, de modo a
flectir as pernas e mantendo o posicionamento da motosserra da fase anterior
(ramo 3)..Assim, apoiada a motosserra entre o tronco e a perna esquerda,
efectuará o corte vertical de baixo para cima (puxando) com a parte superior
da lâmina guia.
Ramo 5: o motosserrista, continuando posicionado do lado esquerdo da
árvore, vai cortar o ramo seguinte na zona central do tronco. A partira da
posição 4, o operador transfere imediatamente o peso da motosserra para o
tronco, rodando-a sobre a direita. A mão esquerda deve deslizar até ao limite
inferior da pega dianteira, sendo a aceleração feita pelo polegar da mão direita
(para evitar a torção do pulso).O corte será feito horizontalmente empurrando
com a parte de cima da lâmina-guia.
Ramo 6:o motosserrista, sempre a partir do lado esquerdo do tronco da
árvore, vai cortar o ramo seguinte do lado direito. A partir da posição anterior
(ramo 5), a motosserra deve retomar a sua posição normal, deslizando para o
lado direito do tronco e, consequentemente, também as mãos regressarão à
sua posição normal.

O reinício da sequência, deve ser feito a partir do final do corte do ramo 6,
com a motosserra totalmente apoiada no tronco da árvore e a lâmina guia
virada para baixo, para fazer o corte do novo ramo 1, de baixo para cima. De
salientar que ambos os ramos (6º e 1º) se situam do lado direito do tronco da
árvore.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




                                                                          25




Ilustração 22 –Operação de desramação utilizando o método dos 6 pontos.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Exercício: Faça a correspondência entre as duas colunas, consoante as fases dos
seis pontos.




                                                                                  26




  Ilustração 23 --Identificação dos 6              Ilustração 24 --Legendas
  pontos
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Toragem/traçagem
A toragem é definida como uma operação cujas características estão muito
dependentes do tipo de utilização prevista para o material lenhoso.
Consiste no seu seccionamento transversal dos troncos abatidos, efectuado
por cortes verticais ao seu eixo, a distâncias variáveis.
Operação antecedida de uma marcação dos comprimentos pretendidos para
os toros que é realizada com o auxilio de uma fita métrica, atendendo-se,       27

também a eventuais defeitos que a madeira apresente.
Tendo em vista a economia de tempo, utiliza-se na medição uma fita métrica
especial, munida na extremidade de um gancho ou prego que se fixa no
tronco abatido e que permite ir fazendo, simultaneamente, a medição dos
toros e a traçagem.

Equipamentos utilizados:

      Motosserra;
      Cunhas;
      Equipamento de protecção individual adequado
      Fita métrica
      Panca
      Garras
      Pinças


Riscos mais frequentes e graves:

      Quedas;
      Quedas de material
      Esforços físicos e posturas de trabalho desajustadas
      Cortes nos membros inferiores
      Ruído produzido pela motosserra
      Vibrações transmitidas pela motosserra
      Ressalto
      Esmagamento

Medidas de Prevenção Fundamentais:

O equipamento fundamental da operação continua a ser a motosserra.
Questão: recordar três regras fundamentais da boa utilização deste
equipamento:
1) __________________________________________________________________________
2) __________________________________________________________________________
3) __________________________________________________________________________
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Uma boa técnica de traçagem deverá ter em conta os seguintes objectivos:
   Não deixar de prender, dentro do corte, a lâmina-guia da motosserra;
   Evitar esgaçamento ou falhas nos toros, resultantes da má execução da
     operação.

Um dos perigos desta operação relaciona-se com a posição do tronco que pode
estar sujeito a tensões, consoante as irregularidades do terreno sobre o qual   28
está colocado. Assim, essas tensões determinam que as fibras do lenho se
encontrem sob o efeito de tracção (de fácil penetração para a lâmina guia) ou
sob o efeito de compressão (onde a lâmina-guia trabalha com dificuldade ou
fica mesmo entalada).

No âmbito dos modos operatórios, será de ter em conta a adequação das
posturas, gestos e determinados métodos de trabalho:

    O trabalhador deve estar colocado sempre do lado superior da
     pendente.
    No caso de árvores pequenas dimensões, o operador executará a
     traçagem num movimento contínuo, necessitando de equipamento
     auxiliar. A introdução de uma cunha será suficiente para evitar que a
     lâmina guia fique entalada no corte.
    Quando o diâmetro do tronco é demasiado grande para a lâmina guia, a
     traçagem faz-se de ambos os lados, mudando-se a posição da
     motosserra várias vezes. Será, então, muito importante ter cunhas
     disponíveis para o caso da lâmina guia ficar entalada no corte.
    O operador deverá manter sempre uma postura correcta, respeitando os
     princípios biomecânicos de segurança:
     o Dorso direito;
     o Pernas flectidas;
     o Boa estabilidade (as pernas afastadas e um pé à frente do outro).
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

No que respeita à traçagem de troncos sob tensão:




                                                                       29




                 Ilustração 25 –Traçagem de tronco sob tensão.




No que respeita à traçagem de troncos sob compressão:




                  Ilustração 26 – Traçagem de tronco sob compressão-
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

No que respeita à traçagem de árvores tombadas:

     Antes de mais, importará observar as condições do espaço de trabalho,
      os seus acessos, o tipo de tensões a que a madeira está sujeita e prever
      as tendências de corte dos toros quando seccionados.
     Os toros que se avaliem em situação perigosa, devem ser apoiados, para
      evitar que se virem repentinamente e , se necessário, presos com cabos     30
      antes que se inicie o corte.
     Durante o corte devem tomar-se as devidas precauções, pois o tronco
      pode desprender-se do cepo.
     O primeiro corte efectua-se na zona sob compressão, seguindo-se o
      segundo corte a partir da parte superior.
     O segundo corte deve estar entre 2 a 5 cm mais próximo do cepo no
      caso do tronco poder balancear repentinamente para cima.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




                                                             31




Ilustração 27 -Passos para efectuar uma toragem bem feita.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

Extracção:
Operação que envolve uma grande variedade de processos e equipamentos,
consoante o tipo de material lenhoso a movimentar, o local e as condições em
que esse material se encontra e, ainda, a natureza dos acessos de que se
dispõe. Esta operação conhece como momentos fundamentais:

   1) A concentração do material lenhoso (“rechega”)                           32
   2) O transporte até ao carregadouro.

Equipamentos utilizados:

    Gancho;
    Guincho;
    Estropos;
    Grua;
    Tractor arrastador;
    Tractor transportador;
    Cabos;
    Equipamento de protecção individual;
    Tractor
    Reboque
    Semi-Reboque
Riscos mais frequentes e graves:
    Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
    Quedas;
    Quedas de material
    Cortes;
    Esmagamento;
    Ruídos produzidos pelas máquinas utilizadas na extracção;
    Vibrações produzidas pelas máquinas utilizadas na extracção;

Existem três sistemas de extracção:

   1) Extracção de árvore inteiras, com movimentação das árvores completas,
      não desramadas, até ao local do carregadouro;
   2) Extracção de troncos, com o corte de ramos, desponta e toragem no
      local de abate;
   3) Extracção de toros, com o corte de ramos, desponta e toragem no local
      de abate.
A extracção pode ser realizada manual ou mecanicamente.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

No âmbito da operação de extracção dever-se-ão considerar diversos
processos de trabalho fundamentais. A destacar:
      1) Rechega manual;
      2) Extracção com tractor arrastador e guincho
      3) Extracção com tractor transportador;
      4) Extracção por meio de um cabo-grua;
      5) O empilhamento em, carregadouro.                                         33




No que respeita à rechega manual deve evitar-se, sempre que possível,
levantar e transportar a madeira a braço. Quando isso não possa ser evitado,
deverão seguir-se as boas regras de organização do trabalho. E da
movimentação manual de cargas, tais como:
      As distâncias a percorrer devem ser mínimas, procurando-se que a
       direcção de abate facilite o acesso aos caminhos de extracção;
      Para reduzir a carga de trabalho físico devem prever-se pausas
       regulares;
      Para levantar a carga, o trabalhador deve manter o dorso direito e fazer
       trabalhar os músculos das pernas, devendo a carga estar bem
       equilibrada e próxima do seu próprio corpo. O trabalhador deve ainda
       escolher um caminho livre de obstáculos;
      Quando vários trabalhadores transportem um toro, é o trabalhador que
       se encontra mais atrás da carga que deve dar o sinal para levantar e
       deixar cair a mesma. Todos os trabalhadores devem estar do mesmo
       lado do toro e, em terreno declivoso, devem estar sempre do lado
       superior da vertente;
      Antes de deixar rolar um tronco em terreno inclinado os trabalhadores
       devem assegurar-se que não se encontra ninguém em baixo.
Quanto à extracção com tractor arrastador e guincho dever-se-á ter em
conta todo um conjunto de princípios relativos aos equipamentos de trabalho,
à organização do trabalho e à protecção individual.
Os tractores arrastadores devem obedecer as seguintes características:
      Estarem conforme as normas;
      Estarem equipados com lâmina frontal e chapa de encosto;
      Estarem munidos de blindagem;
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

      Estarem equipados com guinchos;
      Estarem dotados de um cabo cuja resistência à ruptura seja, pelo
       menos o dobro da força de tracção do guincho;
      Terem um arco de arraste ou um outro tipo de suporte que suspenda a
       extremidade da carga, de modo que os troncos não se enterrem no
                                                                                         34
       terreno durante o arraste.


Os tractores agrícolas utilizados na extracção da madeira, deverão estar
adaptados ao trabalho florestal.
Os cabos dos guinchos montados sobre os tractores arrastadores devem ter
as seguintes características fundamentais:
      Comprimento mínimo de 30metros e robustez suficiente;
      Estarem solidamente fixadas ao tambor.




                  Ilustração 28 – Características dos tractores utilizados na rechega.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção

A utilização deste equipamento obriga a um conjunto de procedimentos entre
os quais serão de destacar os seguintes:
      Serem enrolados com cuidado e ficarem bem esticados à volta do
       tambor.
      As correntes ou estropos devem estar bem fixos, perto da extremidade
                                                                                35
       dos troncos, de modo a que a distância entre o tronco e o cabo do
       guincho seja o mais curto possível;
      Quando se desenrola o cabo, é conveniente deixar sempre três voltas do
       cabo no mínimo, sobre o tambor. Na prática, isto significa que a
       distância de arrastamento não deve ultrapassar os 25 metros quando
       se utiliza um cabo de 30 metros de comprimento.
      O peso a arrastar pelo guincho deve ser claramente inferior à força de
       tracção do guincho e à resistência à ruptura do cabo;
      Quando o guincho está em movimento, os travões dos tractores
       arrastadores deverão estar bem travados e a lâmina frontal e a chapa
       de encosto em posição baixa;
      Todo o material deverá ser regularmente inspeccionado, a fim de se
       verificar alguma deterioração.


Na utilização destes equipamentos, o trabalho deve ser organizado com a
observância das seguintes regras:
      A carga deverá ser içada de modo a ficar encostada à chapa de encosto
       sem provocar o balanço da mesma;
      Deve evitar-se caminhar ao lado da carga;
      Nos terrenos com declive, os trabalhadores deverão deslocar-se do lado
       superior da encosta;
      Deve evitar-se descarregar o material num local a seguir a uma curva,
       uma lomba de estrada ou debaixo de fios eléctricos;
      Nenhum trabalhador deve sentar-se ou estar de pé sobre a carga em
       movimento, nem tentar recolocá-la manualmente;
      Nunca se deve iniciar uma operação de extracção quando existem
       outros trabalhadores com outro tipo de trabalho.
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção


No que diz respeito à protecção individual, além dos equipamentos adequados
ao trabalho florestal e já referidos, deverá referir-se que para manipular cabos
metálicos é indispensável o uso de luvas reforçadas na palma.

                                                                                       36




Ilustração 29—Luvas reforçadas.




Conclusão:
Começo por chamar a atenção para a necessidade de prevenção (genericamente
falando) dos riscos profissionais.

No que concerne às actividades específicas da silvicultura tratadas no decurso desta
formação, atentou-se especialmente nos riscos mais frequentes e graves, bem como
nas medidas de prevenção fundamentais, sem esquecer os equipamentos próprios
utilizados.


Bibliografia:

On line:
www.husqvarna.com.br/Storage/hqcs/product/32

http://www.stihl.pt/isapi/default.asp?contenturl=/fachhaendler/default.html
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




                                           37
Trabalho Florestal – Manual de Prevenção




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  • 1. 2009 Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Filipe Oliveira Santos Consultadoria 21-10-2009
  • 2. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Objectivos pedagógicos: Gerais: Diagnosticar um conjunto de operações significativas da exploração florestal, sendo os formandos capazes de relacionar em cada uma delas os principais riscos potenciais e medidas de prevenção a adoptar. 2 Específicos: Na operação de plantação identificar correctamente os riscos mais frequentes, bem como as medidas de prevenção fundamentais, mediante a realização de um Teste de questões de escolha múltipla. No uso da motosserra identificar sem qualquer erro, todos os componentes fundamentais da motosserra, utilizando a técnica de legendagem. Introdução: A prevenção de riscos profissionais, mais do que a mera observância de um conjunto de regras técnicas, determina uma necessidade de se desenvolver todo um conjunto de metodologias que se reportem aos seguintes princípios gerais de prevenção:  Eliminação do risco;  Avaliação do Risco;  Combater os riscos na origem;  Adaptação do trabalho ao homem;  Atender ao estado da evolução da técnica;  Organização do trabalho;  Prioridade da protecção colectiva;  Protecção individual;  Informação e formação
  • 3. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Silvicultura Planificação e organização do Trabalho: Medidas de Segurança: O trabalho na floresta é mais perigoso que muitas outras profissões. O 3 proprietário está mais exposto do que o operário profissional. A maioria dos acidentes ocorre durante o abate. Assim, é estatisticamente reconhecido que o trabalho de desrame é o mais exposto, registando-se cerca de 70% dos acidentes. A motosserra, só por si, causa mais de 60% dos ferimentos durante o abate. Os trabalhadores que operam na mata estão sujeitos ainda, a uma diversidade de problemas de saúde, sendo de destacar os problemas de costas. Por consideração por si próprio e pela sua família, deve proteger-se o melhor possível durante o abate. Para tal, deverá a nível de medidas de segurança ter sempre presente:  Equipamento protecção individual completo;  Motosserra com equipamento de segurança;  Técnica segura de trabalho. O equipamento de protecção individual, variável consoante as diferentes operações (que serão descritas ao longo deste manual), basicamente é constituído por um capacete, protecção para os ouvidos, protecção para os olhos, luvas de segurança, calças de segurança. O equipamento protege as partes do corpo mais expostas. Ilustração 1 – Equipamento Protecção Individual A correcta planificação do trabalho, permite uma adequada gestão da prevenção, uma vez que se torna possível a valorização das seguintes dimensões:  O exercício da avaliação de risco antes do inicio dos trabalhos;  A utilização de instrumentos de informação, como as cartas detalhadas dos locais das operações, favorecem o trabalho de gestão e organização;
  • 4. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção  A escolha criteriosa de equipamentos a utilizar tendo em vista, em particular a opção por máquinas que reduzam ao mínimo o transporte manual de cargas e os riscos ligados à manipulação de máquinas portáteis com motor;  A adequação dos acessos às frentes de trabalho e dos locais de armazenagem de equipamentos, produtos, ferramentas e materiais, de que resultará a redução da carga de trabalho e até o aumento da produtividade;  A identificação dos profissionais que devem ser objecto de processos de 4 informação e de formação, bem como dos domínios que em tal contexto devem ser privilegiados e que se reportem a riscos graves e frequentes, tais como os associados às posturas de trabalho, à utilização de equipamentos de trabalho e à organização do trabalho.  A previsão e o estabelecimento de sistemas e técnicas de organização de trabalho, tais como: o A constituição de equipas para determinadas tarefas, tais como, os trabalhos de limpeza, remoção de materiais e carregamento. o A alternância de equipas em trabalhos que implica, posturas pouco confortáveis; o A eliminação de situações de trabalho isolado, como seja, na operação de abate de árvores; o A previsão de meios adequados de comunicação; o A interdição a terceiros de acesso a locais onde se desenvolvem trabalhos perigosos e , em geral, a sinalização de segurança em todas as situações em que tal se afigure necessário; o A supervisão dos trabalhos por profissionais competente para o efeito. A planificação é fundamental também nas operações florestais!!
  • 5. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Operações Florestais: A silvicultura compreende todas as operações de cultivo das árvores. Desde a apanha de sementes à produção de plantas em viveiro, a sua plantação e um vasto conjunto de intervenções culturais, até ao momento em que as matas são exploradas. 5 Plantação Regras gerais: Equipamentos utilizados:  Enxadas;  Picaretas;  Tabuleiros  Vasos;  Plantadores;  Furador Plantador;  Equipamentos de protecção individual: a) Fato de macaco, b) Luvas, c) Botas de borracha de cano alto, ou botas de biqueira de aço. Ilustração 2 – Fato Macaco. Ilustração 3 – Luvas Ilustração 4 – Botas de biqueira de aço. Riscos mais frequentes e graves:  Quedas;  Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados  Cortes  Intoxicação com produtos químicos;  Esmagamentos. Medidas de Prevenção fundamentais: Relacionam-se fundamentalmente com:  Selecção de equipamentos e ferramentas;  Organização do trabalho;  Formação e informação;  Utilização de determinados equipamentos de protecção individual;
  • 6. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Na correcta selecção de equipamentos e ferramentas devem ser utilizadas para a plantação as que melhor se adaptam ao tamanho das plantas, à natureza do terreno e à altura do trabalhador. Os punhos dos utensílios para abrir as covas deverão ser concebidos de forma a amortecer os choques da lâmina contra caules e raízes, devendo ter cores contrastantes com a envolvente, para serem visíveis. 6 Relativamente à organização do trabalho, importa referir o seguinte:  As plantas devem ser depositadas na zona de plantação, em locais que previamente determinados, com vista a reduzir as distâncias a percorrer pelos trabalhadores;  Todos os trabalhadores deverão ser envolvidos no transporte de plantas, de forma a proporcionar rotatividade no trabalho, quebrando a monotonia nos trabalhos de plantação;  Devem ser assegurados períodos de repouso para os trabalhadores de modo a evitar a fadiga crónica;  Nos transportes de tabuleiros, vasos ou molhos de plantas com raízes nuas deve-se utilizar um saco de dorso que permita repartir o peso, reduzindo desta forma não só a fadiga, bem como se reduz o risco de quedas.  Em terrenos de encosta, os trabalhadores devem sempre colocar-se do lado debaixo da linha da plantação com vista a facilitar uma postura mais correcta, evitando dobrar as costas.  Os trabalhadores devem manter uma posição de equilíbrio, devendo ter a lâmina do utensílio afastada dos pés, mantendo uma distância de segurança dos seus companheiros.  Todas as ferramentas devem ser transportadas em segurança, com as lâminas afastadas do corpo. Quanto à formação e informação dos trabalhadores florestais, deve-se salientar sua importância nos seguintes domínios:  As posturas correctas a adoptar pelos profissionais, nomeadamente saber utilizar o peso do corpo para enterrar os utensílios de plantar, evitando torções da zona lombar e servir-se dos utensílios como um apoio enquanto trabalham.  O conhecimento das plantas que tenham sido tratadas quimicamente, do tipo de produto que foi utilizado e seus riscos inerentes. No que diz respeito à protecção individual, importa:  Saber identificar o equipamento de protecção individual adequado à situação concreta e, em particular ao tipo de produto que foi utilizado nas plantas;
  • 7. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção  Saber utilizar o equipamento de protecção individual de forma adequada ao trabalho a desenvolver e ao risco em presença. Regras especiais: Na operação de plantação ocorrem com frequência circunstâncias especiais que determinam a necessidade de medidas específicas de prevenção. A destacar: 7 a) A plantação de plantas tratadas com produtos químicos; b) A plantação com a ajuda de um furador/plantador portátil com motor. a)  As plantas tratadas e outros materiais contaminados devem estar afastados dos locais onde os trabalhadores repousam, comem ou mudam as suas roupas.  As plantas tratadas e todos os utensílios utilizados para as colocar devem ser etiquetadas e, nos rótulos, devem ter inscrito o nome completo da substância química, o seu princípio activo, as principais medidas de prevenção a serem tomadas, os sintomas de intoxicação e as medidas a tomar em caso de intoxicação.  Para a plantação deste tipo de plantas os trabalhadores deverão utilizar equipamento protecção individual, tais como: o Um fato-macaco com um avental de protecção aos produtos químicos; o Botas de borrachas resistentes aos produtos químicos; o Luvas resistentes aos produtos químicos.  Se as plantas tiverem de ser mergulhadas em pesticidas antes de serem plantadas, os trabalhadores deverão usar: o Uma máscara que cubra o nariz e a boca com um filtro adequado; o Um fato-macaco com capuz resistente ao produto químico; o Luvas de cano alto resistentes ao produto químico. o As plantas devem ser manipuladas com cuidado para reduzir os riscos de contaminação; o Os sacos ou outros recipientes devem ser despejados e lavados, diariamente e com bastante água. o Se a pele ou roupa for contaminada, deve ser imediatamente lavada. o No fim de cada período de trabalho os trabalhadores deverão: o Lavar rigorosamente a parte exterior das luvas e do fato de protecção, preferencialmente com água corrente; o Lavar a cara e as mãos com bastante água e sabão.
  • 8. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção b)  As brocas utilizadas devem estar adaptadas à natureza da tarefa e do tipo de terreno.  Os trabalhadores deverão examinar com frequência a máquina, para se assegurarem que está em bom estado de funcionamento e em boas condições de segurança. 8  Para levantar a máquina é necessário fazer trabalhar os músculos das pernas e braços, mantendo as costas direitas.  A velocidade da broca e pressão exercida deverão estar adaptadas à natureza do terreno e manterem-se constantes. A broca nunca deve ser forçada.  Antes de libertar a broca de materiais que a possam embaraçar é preciso desligar o motor.  Em terrenos com declive, os trabalhadores devem estar bem apoiados, ter boa estabilidade nos locais em que estão a perfurar, ter em atenção a colocação dos pés e estarem afastados das partes móveis da máquina. Exploração Florestal Na exploração florestal evidencia-se a exploração madeireira que compreende um conjunto de operações que vão desde o abate de árvores até ao seu carregamento e transporte. Na maioria destas operações, a maior parte das actividades está relacionada com o corte de madeiras, nas quais a motosserra se afigura, hoje em dia, como um equipamento indispensável. A motosserra Apesar de ser de uma utilização generalizada hoje em dia, a motosserra, constitui um equipamento complexo e perigoso que exige do seu operador um elevado nível de formação adequada e uma boa capacidade de compreensão da informação contida no respectivo “Manual de Instruções”. Importa, assim, que se desenvolvam informações gerais sobre este equipamento, nomeadamente, no que diz respeito a:  Características, capacidades e funcionamento;  Dispositivos de segurança;  Manutenção. Na aquisição da motosserra, deve-se ter em conta a melhor relação entre a potência e o peso da máquina devido à fadiga, sabendo-se que é possível cortar diâmetros consideráveis com lâminas guia mais curta. Este aspecto –
  • 9. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção lâmina-guia mais curta – facilita o corte de ramos, operação onde a frequência de acidentes é mais elevada. A consulta do “Manual de Instruções! É, pois, indispensável, porquanto permite uma boa selecção do equipamento mais adequado ao trabalho a realizar e o conhecimento exacto das regras a observar na sua utilização. Assim, todo o manual da motosserra deve compreender instruções e 9 informações pormenorizadas sobre os aspectos relacionados com a conservação e a boa utilização do equipamento pelo operador/utilizador, compreendendo os requisitos relativos ao vestuário e aos equipamentos de protecção, bem como a necessidade de formação profissional quanto à sua utilização. Leitura atenta do manual de instruções!! Entre os componentes fundamentais da motosserra, importa, desde logo, identificar os seguintes: Os componentes de segurança são os seguintes: Guarda mão dianteiro com travão de corrente  protege a mão esquerda e detém a corrente ao produzir-se o ressalto; Retentor da correnteRetém a corrente quando esta parte. Guarda mão traseiro  protege a mão direita quando a corrente parte. Bloqueador de Segurança bloqueia o comando do acelerador. Bainha da lâmina-guia  evita ferimentos durante o transporte da motosserra. Ilustração 5 – Componentes de segurança da motosserra.
  • 10. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Para além destes componentes, será ainda de referir os dispositivos anti- vibratórios que têm por função evitar afecções nas mãos provocadas pelas vibrações. Uma vez que o recuo (Kickback, ou ressalto) da motosserra causa mais de 20% de todos os acidentes de abate, para além do equipamento descrito, deverá 10 possuir uma lâmina curta (30-35cm). A observância das regras fundamentais de manutenção constitui uma garantia de segurança. Uma manutenção descuidada diminui as Ilustração 6 --Ressalto da capacidades dos materiais e cria ou aumenta os motosserra. riscos ligados à sua utilização. Ex: um carburador mal regulado pode levar à paragem do motor da motosserra durante o abate, o que pode ter consequências graves.
  • 11. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Manutenção da motosserra em boas condições de funcionamento: Manutenção diária: Manutenção semanal: 1. Corrente: revisão e afiação; 1. Corrente: revisão e afiacção 2. Lamina guia: revisão, limpeza da cuidadosa. Uniformizar o tamanho 11 ranhura e dos orifícios de lubrificação; dos dentes. inspecção das porcas da tampa do órgão 2. Lamina–guia: eliminação de rebarbas de corte; inversão da lâmina guia. 3. Pinhão de ataque: revisão e 3. Motor da Motosserra: limpeza lubrificação do rolamento do pinhão. cuidadosa e inspecção dos orifícios de 4. Embraiagem: revisão e limpeza. entrada de ar, os quais devem estar 5. Volante e placas do cilindro: sempre limpos; limpeza. 4. Guarda mão dianteira com travão de 6. Vela: Limpeza, revisão e regulação. Se corrente: revisão, limpeza e ensaio. necessário, ajuste da folga. 5. Filtro de ar: revisão e limpeza; 7. Sistema de arranque: desmontagem 6. Parafusos, porcas e Pernes: e limpeza, lubrificação do rolamento ajustamento. do carreto, substituição da corda do arrancador (se estiver gasta), com ajustamento da tensão da corda, se necessário. 8. Filtro de óleo e de combustível: limpeza e verificação da chegada de óleo à lâmina. 9. Silenciador: Limpeza.
  • 12. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 12 Ilustração 7 – Peças e ferramentas necessárias para a manutenção da motosserra.
  • 13. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Abate O abate de árvores é precedido da operação de marcação de corte, tendo em vista a avaliação prévia do volume lenhoso a vender, mas também, a obtenção de um conjunto de dados sobre a localização e características desse volume. É habitual recomendar-se o corte das árvores na época Outono-Inverno, embora na prática, a operação seja levada a cabo ao longo de todo o ano. Entre os factores que mais se relacionam com a qualidade de abate de 13 árvores, deverão evidenciar-se os seguintes:  A eliminação dos riscos de acidente com os trabalhadores;  A economia do material lenhoso;  A redução dos prejuízos na árvore abatida, nas outras árvores, no solo e, em geral, nas condições ambientais;  A rapidez com que o abate é executado. Tendo em vista estes objectivos, torna-se necessário, o desenvolvimento de um conjunto de técnicas:  A execução do corte o mais próximo do solo;  A obtenção de uma secção de corte regular;  A condução da queda da árvore;  Uma boa preparação prévia do abate, traduzida em: o Observação da direcção da queda natural da árvore; o Limpeza do solo à volta do tronco; o Desramação dos ramos que impeçam a boa execução do abate; o Selecção de equipamento adequado. Desramação: Equipamentos Utilizados:  Motosserra;  Machado;  Equipamento de protecção individual: o Capacete com viseira em rede e auriculares; o Calças de protecção com entretela; o Botas de biqueira de aço e caneleiras; o Luvas com protecção da mão esquerda; o Casaco com cor referenciável. Riscos mais frequentes e graves:  Quedas de objectos;  Projecção de ramos e serradura nos olhos e na face;  Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
  • 14. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção  Ressaltos da lâmina guia da motosserra;  Ruído produzido pela motosserra;  Vibrações transmitidas pela motosserra;  Intoxicação provocada por gases produzidos pela proximidade da motosserra;  Queimaduras;  Cortes. 14 Medidas de Prevenção Fundamentais:  A prevenção destes riscos baseia- se, basicamente, nos seguintes princípios: o Formação dos profissionais; o Organização do trabalho; o Uso de Equipamentos de Protecção Individual.  Organização do trabalho.  No que diz respeito à formação dos profissionais deve-se destacar os seguintes aspectos relacionados com o modo operatório: o Como pegar na motosserra:  A mão esquerda na parte lateral da pega dianteira, mantendo o polegar sempre do lado de dentro da pega;  O cotovelo esquerdo apoiado no tronco do operador para evitar que a motosserra ultrapasse a altura dos ombros. o Como acelerar a motosserra: Ilustração 8--Posição inicial para desramação.  A mão direita deve rodar para uma posição em que o accionamento do comando do acelerador vai ser executado com o polegar.  Os restantes dedos vão apertar o bloqueador de segurança. o Como operar com a motosserra:  Encostar a lâmina à árvore segundo uma direcção paralela aos ombros;  Tirar partido do peso da motosserra e da sua reacção, fazendo-a deslizar ao longo do tronco da árvore;  Acompanhar essa reacção, flectindo as pernas e mantendo o dorso direito;
  • 15. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção  O operador deverá manter uma boa base de sustentação ao deslocar- se;  Após ter feito a abertura dos ramos, o operador deve situar-se nessa abertura e colocar-se para que o tronco da árvore fique sempre entre o seu corpo e a lâmina da motosserra.  Naquela situação, o operador deverá posicionar-se, ainda, de forma a encontrar na árvore um ponto intermédio de apoio. 15 O correcto desenvolvimento deste modo operatório previne, em particular, os riscos associados a:  Ressalto da motosserra (que a verificar-se, será de lado e não contra o corpo do operador);  Projecção de lascas de madeira (que far-se-á em direcção contrária à posição do operador;  De referir que a desramação a nível superior, deverá ser efectuada utilizando motosserras com órgãos de corte na extremidade de uma vara extensível, além de ferramentas manuais. Ilustração 9 – Motosserra com extensor de corte em altura.
  • 16. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Abate de Árvore Equipamentos Utilizados:  Motosserra;  Panca;  Machado;  Ganchos 16  Pinça;  Garras;  Fita métrica extensível;  Cinto de abate com bolsos para lima e chave combinada, fixador da fita métrica e dois bolsos para gancho e pinça;  Suta  Caixa de Primeiros Socorros;  Depósito de combustível e óleo;  Moto guincho;  Equipamento de Protecção Individual: o Capacete com viseira de rede e auriculares; o Calça de entretela de segurança; o Botas de biqueira de aço com rasto antiderrapante e caneleiras. o Luvas de segurança; o Camisa de cor viva; Ilustração 10 -Diversos equipamentos utilizados no abate.
  • 17. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 17 Ilustração 12 -- Motoguincho Ilustração 11 – Ganchos com correntes. Ilustração 13 – Diferentes tipos de cabos de aço Riscos mais frequentes e graves:  Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;  Ressalto da motosserra, de outros equipamentos e da própria árvore abatida;  Cortes;  Quedas;  Ruído produzido pela motosserra;  Intoxicação por gases produzidos pela motosserra;  Queimaduras;  Electrocussão.
  • 18. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Medidas de Prevenção Fundamentais: As medidas de prevenção fundamentais a aplicar na operação do abate da árvore, relacionam-se com os seguintes aspectos: 1. Organização do trabalho; 2. Formação no âmbito de todas as fases dos modos operatórios do abate; 3. Protecção individual adequada à natureza do trabalho. 18 Na organização do trabalho é de destacar a importância de se desenvolver uma integral preparação da operação, cujos aspectos mais significativos são:  Sinalização da árvore a abater;  Sinalização da interdição da presença de terceiros na zona de trabalho, acompanhada de procedimentos de verificação visando a certificação de que não existe ninguém nas zonas de abate, com excepção dos: o Ajudante de operador; o Encarregado das operações.  Verificação da existência de todos os equipamentos, ferramentas e produtos (óleos e combustíveis) necessários à operação;  Ordenação de todos os equipamentos, ferramentas e produtos de acordo com as necessidades de utilização e de forma compatível com o trabalho a desenvolver (afastamento das zonas de queda das árvores e de fuga dos operadores)  Realização de um conjunto de observações relacionadas com a árvore a abater e suas envolventes: o Forma da copa da árvore; o Ramos secos que estejam em risco de queda; o Perfil do tronco da árvore (se for encurvado obrigará ao afastamento rápido do motosserrista durante a queda, dada a possibilidade de ressalto da árvore); o Fios eléctricos ou telefónicos; o Proximidade de linhas de alta tensão; o Caminhos de fuga. Deverá ter-se ainda em linha de conta que para uma adequada realização do abate importa ponderar:  A influência do vento;  A direcção da queda da árvore;  A disponibilidade de cunhas e pancas para facilitar o abate de árvores grandes ou inclinadas;  Uma distância de segurança entra dois operadores que deve ser superior ao dobro da altura média das árvores a abater.
  • 19. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção No que diz respeito à formação, destacam-se os modos operatórios relacionados com:  Cortes para abate;  Abate de árvores enganchadas;  Abate de árvores tombadas. 19 Ilustração 14 – Corte para abate Cortes para abate (entalhe) — aspectos a ter em conta:  Na utilização da motosserra, a mão esquerda deve pegar na parte lateral da pega dianteira e a mão direita na pega traseira, sendo a aceleração efectuada com o polegar;  A motosserra deve ser apontada na direcção de queda pretendida para a árvore, utilizando-se a pega dianteira como orientação ou a marcação que algumas das motosserras já têm introduzida.  Num corte de abate deve realizar-se em primeiro lugar, o corte superior e, só depois, o corte inferior. É mais fácil fazer com que o corte inferior vá de encontro ao corte superior do que o contrário. O encontro perfeito destes cortes dar-nos-á a “bica”.  a bica nunca deverá ultrapassar um terço do diâmetro da árvore, devendo a abertura ter no mínimo 45º.  É importante apontar correctamente a motosserra para obter um abate preciso.  Relativamente à direcção da queda pretendida para o abate, o motosserrista deve colocar-se do lado direito da árvore, com o seu pé direito próximo do tronco e para o lado, o pé esquerdo atrás do tronco da árvore e o ombro esquerdo encostado ao mesmo, servindo este como ponto de apoio intermédio, o que vai permitir uma economia de esforço, não esquecendo a flexão das pernas e o dorso direito.  Ao proceder-se ao corte de abate, deve-se deixar uma presa. A presa vai dar a segurança exigida ao abate, funcionando como uma charneira que
  • 20. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção se vai fechando, conforme a indicação da bica, durante a queda da árvore.  O operador deverá manter o dorso direito, flectir as pernas, ter os pés bem apoiados para obter uma boa base de sustentação e de estabilidade e de estabilidade, podendo, se necessário, colocar um joelho em terra.  O corte de abate deve ser limpo. Deve ser feito de forma a permitir a 20 introdução de uma cunha, para evitar o retrocesso da árvore e para não prender a lâmina guia da motosserra. Também pode ser utilizada a panca, desde que exista espaço livre para que a corrente da motosserra não toque no metal.  .De seguida corta-se até à presa (faixa de fractura) que deverá ficar com cerca de 2 a 3 cm de largura. É muito importante que a presa não fique cortada dos lados e a aproximação dos dois cortes seja paralela. O corte de abate deverá ficar sobreelevado relativamente à presa.  Assim que o motosserrista verifique a tendência da queda, deve retirar a motosserra, coloca-la em segurança, e, em seguida, auxiliar a queda com a panca, afastando-se para trás, quando a árvore inicia a queda, de modo a prevenir um possível ressalto do tronco.  A utilização da panca permite-nos fazer um abate com maior segurança. Pode no entanto provocar lesões na coluna vertebral quando mal executada. Para prevenir estas lesões é necessário:  Colocar-se de frente para a árvore;  Segurar a panca com as duas mãos., mantendo os braços estendidos;  Flectir as pernas;  Colocar os pés bem apoiados, mantendo uma boa base de sustentação e um bom equilíbrio;  Utilizar a força das pernas para movimentar a panca.
  • 21. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Abate de árvores enganchadas (procedimentos):  Deve-se, em primeiro lugar, procurar o ponto onde a árvore está enganchada (presa noutra árvore) e avaliar se a situação é sempre muito perigosa.  Sempre que possível, devem utilizar-se meios de tracção para libertar a árvore (Ex: tractor com guincho, moto guincho, cordas….). 21 Em alternativa, tentar baixar a árvore com uma panca, rodando a árvore para libertar os ramos presos (enganchados) e, se necessário, cortar a presa. Para prevenir os riscos graves ao baixar uma árvore enganchada, nunca se deve: a) Abater a árvore que a suporta; b) Trabalhar por debaixo da árvore presa; c) Abater uma árvore para cima de uma árvore enganchada (presa); d) Abandonar o local sem assinalar a área à sua volta, de um modo visível e a uma distância de segurança. Exercício: faça a legendagem das figuras abaixo, consoante a descrição das alíneas anteriores: Ilustração 15 –__________________________ Ilustração 16 – ____________________________
  • 22. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 22 Ilustração 17 –______________________________ Ilustração 18 –______________________________ Abate de árvores tombadas (procedimentos):  O abate de árvores tombadas reveste maior perigo do que o abate normal, pelo que nunca deve ser efectuado por um operador isolado;  Torna-se necessário avaliar cuidadosamente a situação da árvore, tendo em conta as tensões a que o conjunto está sujeito.  As raízes levantadas devem ficar seguras, de modo a não caírem sobre o motosserrista, quando a árvore for cortada. Caso as raízes levantadas estejam inclinadas para a frente, o corte do tronco deve ser feito do topo para a base, caso se mostre possível.  Convém utilizar um guincho para arrastar os troncos um por um, depois de serem cortados. Ilustração 19 – Corte de árvore derrubada pelo vento Ilustração 20 --Utilização do guincho para baixar árvore.
  • 23. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Corte de Ramos (Desramação) A operação seguinte, após o abate da árvore e sempre na lógica da preparação dos troncos para a transformação tecnológica, consiste no corte de ramos ou desramação. Esta operação precede a toragem. Tantos os equipamentos necessários a esta operação como os riscos associados, não diferem muito relativamente ao abordado (excepção feita ao 23 comprimento da lâmina-guia da motosserra, que não deverá ultrapassar os 35cm). Aborda-se assim, com algum detalhe as especificidades relacionadas com os modos operatórios mais característicos desta operação:  O tronco da árvore deve, sempre que possível, estar a uma altura de trabalho adequada (banqueta), isto é, a uma altura entre os joelhos e a cintura entre os 50 e os 80 cm.  O motosserrista deve manter-se de frente para o tronco da árvore e manter uma posição de estabilidade.  A motosserra deverá estar apoiada sobre o tronco, salvo no caso de ser necessário cortar do lado esquerdo do tronco da árvore, situação em que deverá apoiar a motosserra entre a coxa e o tronco da árvore. Ilustração 21 –Posição tipo para desramação.
  • 24. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Método das seis Fases ou seis Pontos: Ramo 1 : o motosserrista, colocado do lado esquerdo da árvore, vai cortar um ramo do lado direito. A motosserra é apoiada no tronco da árvore. O corte do ramo é feito verticalmente, de baixo para cima (puxando) com a parte superior da lâmina-guia. Ramo 2: o motosserrista, continuando colocado no lado esquerdo da árvore, 24 vai cortar o ramo na zona central do tronco. A partir da posição anterior (ramo1), a motosserra deve deslizar para o lado esquerdo do tronco, mantendo-se ai apoiada e em posição deitada. A mão esquerda deve deslizar para o limite superior da pega dianteira. O corte será feito (horizontalmente) de baixo para cima (puxando), com a parte superior da lâmina guia. Ramo 3: o motosserrista, posicionado sempre do lado esquerdo da árvore, vai cortar o ramo do seu lado (lado esquerdo do tronco da árvore). Partindo da posição anterior (ponto 2), endireita a motosserra e distribui o peso do equipamento entre a sua coxa esquerda e o tronco da árvore. O corte do ramo é então efectuado verticalmente, de cima ara baixo (empurrando) com a arte inferior da lâmina guia. Ramo 4: o motosserrista, colocado do lado do esquerdo do tronco, vai cortar o ramo seguinte do mesmo lado da árvore (lado esquerdo). Deste modo avança em direcção ao ramo , transferindo o peso do corpo para a frente, de modo a flectir as pernas e mantendo o posicionamento da motosserra da fase anterior (ramo 3)..Assim, apoiada a motosserra entre o tronco e a perna esquerda, efectuará o corte vertical de baixo para cima (puxando) com a parte superior da lâmina guia. Ramo 5: o motosserrista, continuando posicionado do lado esquerdo da árvore, vai cortar o ramo seguinte na zona central do tronco. A partira da posição 4, o operador transfere imediatamente o peso da motosserra para o tronco, rodando-a sobre a direita. A mão esquerda deve deslizar até ao limite inferior da pega dianteira, sendo a aceleração feita pelo polegar da mão direita (para evitar a torção do pulso).O corte será feito horizontalmente empurrando com a parte de cima da lâmina-guia. Ramo 6:o motosserrista, sempre a partir do lado esquerdo do tronco da árvore, vai cortar o ramo seguinte do lado direito. A partir da posição anterior (ramo 5), a motosserra deve retomar a sua posição normal, deslizando para o lado direito do tronco e, consequentemente, também as mãos regressarão à sua posição normal. O reinício da sequência, deve ser feito a partir do final do corte do ramo 6, com a motosserra totalmente apoiada no tronco da árvore e a lâmina guia virada para baixo, para fazer o corte do novo ramo 1, de baixo para cima. De salientar que ambos os ramos (6º e 1º) se situam do lado direito do tronco da árvore.
  • 25. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 25 Ilustração 22 –Operação de desramação utilizando o método dos 6 pontos.
  • 26. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Exercício: Faça a correspondência entre as duas colunas, consoante as fases dos seis pontos. 26 Ilustração 23 --Identificação dos 6 Ilustração 24 --Legendas pontos
  • 27. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Toragem/traçagem A toragem é definida como uma operação cujas características estão muito dependentes do tipo de utilização prevista para o material lenhoso. Consiste no seu seccionamento transversal dos troncos abatidos, efectuado por cortes verticais ao seu eixo, a distâncias variáveis. Operação antecedida de uma marcação dos comprimentos pretendidos para os toros que é realizada com o auxilio de uma fita métrica, atendendo-se, 27 também a eventuais defeitos que a madeira apresente. Tendo em vista a economia de tempo, utiliza-se na medição uma fita métrica especial, munida na extremidade de um gancho ou prego que se fixa no tronco abatido e que permite ir fazendo, simultaneamente, a medição dos toros e a traçagem. Equipamentos utilizados:  Motosserra;  Cunhas;  Equipamento de protecção individual adequado  Fita métrica  Panca  Garras  Pinças Riscos mais frequentes e graves:  Quedas;  Quedas de material  Esforços físicos e posturas de trabalho desajustadas  Cortes nos membros inferiores  Ruído produzido pela motosserra  Vibrações transmitidas pela motosserra  Ressalto  Esmagamento Medidas de Prevenção Fundamentais: O equipamento fundamental da operação continua a ser a motosserra. Questão: recordar três regras fundamentais da boa utilização deste equipamento: 1) __________________________________________________________________________ 2) __________________________________________________________________________ 3) __________________________________________________________________________
  • 28. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Uma boa técnica de traçagem deverá ter em conta os seguintes objectivos:  Não deixar de prender, dentro do corte, a lâmina-guia da motosserra;  Evitar esgaçamento ou falhas nos toros, resultantes da má execução da operação. Um dos perigos desta operação relaciona-se com a posição do tronco que pode estar sujeito a tensões, consoante as irregularidades do terreno sobre o qual 28 está colocado. Assim, essas tensões determinam que as fibras do lenho se encontrem sob o efeito de tracção (de fácil penetração para a lâmina guia) ou sob o efeito de compressão (onde a lâmina-guia trabalha com dificuldade ou fica mesmo entalada). No âmbito dos modos operatórios, será de ter em conta a adequação das posturas, gestos e determinados métodos de trabalho:  O trabalhador deve estar colocado sempre do lado superior da pendente.  No caso de árvores pequenas dimensões, o operador executará a traçagem num movimento contínuo, necessitando de equipamento auxiliar. A introdução de uma cunha será suficiente para evitar que a lâmina guia fique entalada no corte.  Quando o diâmetro do tronco é demasiado grande para a lâmina guia, a traçagem faz-se de ambos os lados, mudando-se a posição da motosserra várias vezes. Será, então, muito importante ter cunhas disponíveis para o caso da lâmina guia ficar entalada no corte.  O operador deverá manter sempre uma postura correcta, respeitando os princípios biomecânicos de segurança: o Dorso direito; o Pernas flectidas; o Boa estabilidade (as pernas afastadas e um pé à frente do outro).
  • 29. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção No que respeita à traçagem de troncos sob tensão: 29 Ilustração 25 –Traçagem de tronco sob tensão. No que respeita à traçagem de troncos sob compressão: Ilustração 26 – Traçagem de tronco sob compressão-
  • 30. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção No que respeita à traçagem de árvores tombadas:  Antes de mais, importará observar as condições do espaço de trabalho, os seus acessos, o tipo de tensões a que a madeira está sujeita e prever as tendências de corte dos toros quando seccionados.  Os toros que se avaliem em situação perigosa, devem ser apoiados, para evitar que se virem repentinamente e , se necessário, presos com cabos 30 antes que se inicie o corte.  Durante o corte devem tomar-se as devidas precauções, pois o tronco pode desprender-se do cepo.  O primeiro corte efectua-se na zona sob compressão, seguindo-se o segundo corte a partir da parte superior.  O segundo corte deve estar entre 2 a 5 cm mais próximo do cepo no caso do tronco poder balancear repentinamente para cima.
  • 31. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 31 Ilustração 27 -Passos para efectuar uma toragem bem feita.
  • 32. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção Extracção: Operação que envolve uma grande variedade de processos e equipamentos, consoante o tipo de material lenhoso a movimentar, o local e as condições em que esse material se encontra e, ainda, a natureza dos acessos de que se dispõe. Esta operação conhece como momentos fundamentais: 1) A concentração do material lenhoso (“rechega”) 32 2) O transporte até ao carregadouro. Equipamentos utilizados:  Gancho;  Guincho;  Estropos;  Grua;  Tractor arrastador;  Tractor transportador;  Cabos;  Equipamento de protecção individual;  Tractor  Reboque  Semi-Reboque Riscos mais frequentes e graves:  Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;  Quedas;  Quedas de material  Cortes;  Esmagamento;  Ruídos produzidos pelas máquinas utilizadas na extracção;  Vibrações produzidas pelas máquinas utilizadas na extracção; Existem três sistemas de extracção: 1) Extracção de árvore inteiras, com movimentação das árvores completas, não desramadas, até ao local do carregadouro; 2) Extracção de troncos, com o corte de ramos, desponta e toragem no local de abate; 3) Extracção de toros, com o corte de ramos, desponta e toragem no local de abate. A extracção pode ser realizada manual ou mecanicamente.
  • 33. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção No âmbito da operação de extracção dever-se-ão considerar diversos processos de trabalho fundamentais. A destacar: 1) Rechega manual; 2) Extracção com tractor arrastador e guincho 3) Extracção com tractor transportador; 4) Extracção por meio de um cabo-grua; 5) O empilhamento em, carregadouro. 33 No que respeita à rechega manual deve evitar-se, sempre que possível, levantar e transportar a madeira a braço. Quando isso não possa ser evitado, deverão seguir-se as boas regras de organização do trabalho. E da movimentação manual de cargas, tais como:  As distâncias a percorrer devem ser mínimas, procurando-se que a direcção de abate facilite o acesso aos caminhos de extracção;  Para reduzir a carga de trabalho físico devem prever-se pausas regulares;  Para levantar a carga, o trabalhador deve manter o dorso direito e fazer trabalhar os músculos das pernas, devendo a carga estar bem equilibrada e próxima do seu próprio corpo. O trabalhador deve ainda escolher um caminho livre de obstáculos;  Quando vários trabalhadores transportem um toro, é o trabalhador que se encontra mais atrás da carga que deve dar o sinal para levantar e deixar cair a mesma. Todos os trabalhadores devem estar do mesmo lado do toro e, em terreno declivoso, devem estar sempre do lado superior da vertente;  Antes de deixar rolar um tronco em terreno inclinado os trabalhadores devem assegurar-se que não se encontra ninguém em baixo. Quanto à extracção com tractor arrastador e guincho dever-se-á ter em conta todo um conjunto de princípios relativos aos equipamentos de trabalho, à organização do trabalho e à protecção individual. Os tractores arrastadores devem obedecer as seguintes características:  Estarem conforme as normas;  Estarem equipados com lâmina frontal e chapa de encosto;  Estarem munidos de blindagem;
  • 34. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção  Estarem equipados com guinchos;  Estarem dotados de um cabo cuja resistência à ruptura seja, pelo menos o dobro da força de tracção do guincho;  Terem um arco de arraste ou um outro tipo de suporte que suspenda a extremidade da carga, de modo que os troncos não se enterrem no 34 terreno durante o arraste. Os tractores agrícolas utilizados na extracção da madeira, deverão estar adaptados ao trabalho florestal. Os cabos dos guinchos montados sobre os tractores arrastadores devem ter as seguintes características fundamentais:  Comprimento mínimo de 30metros e robustez suficiente;  Estarem solidamente fixadas ao tambor. Ilustração 28 – Características dos tractores utilizados na rechega.
  • 35. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção A utilização deste equipamento obriga a um conjunto de procedimentos entre os quais serão de destacar os seguintes:  Serem enrolados com cuidado e ficarem bem esticados à volta do tambor.  As correntes ou estropos devem estar bem fixos, perto da extremidade 35 dos troncos, de modo a que a distância entre o tronco e o cabo do guincho seja o mais curto possível;  Quando se desenrola o cabo, é conveniente deixar sempre três voltas do cabo no mínimo, sobre o tambor. Na prática, isto significa que a distância de arrastamento não deve ultrapassar os 25 metros quando se utiliza um cabo de 30 metros de comprimento.  O peso a arrastar pelo guincho deve ser claramente inferior à força de tracção do guincho e à resistência à ruptura do cabo;  Quando o guincho está em movimento, os travões dos tractores arrastadores deverão estar bem travados e a lâmina frontal e a chapa de encosto em posição baixa;  Todo o material deverá ser regularmente inspeccionado, a fim de se verificar alguma deterioração. Na utilização destes equipamentos, o trabalho deve ser organizado com a observância das seguintes regras:  A carga deverá ser içada de modo a ficar encostada à chapa de encosto sem provocar o balanço da mesma;  Deve evitar-se caminhar ao lado da carga;  Nos terrenos com declive, os trabalhadores deverão deslocar-se do lado superior da encosta;  Deve evitar-se descarregar o material num local a seguir a uma curva, uma lomba de estrada ou debaixo de fios eléctricos;  Nenhum trabalhador deve sentar-se ou estar de pé sobre a carga em movimento, nem tentar recolocá-la manualmente;  Nunca se deve iniciar uma operação de extracção quando existem outros trabalhadores com outro tipo de trabalho.
  • 36. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção No que diz respeito à protecção individual, além dos equipamentos adequados ao trabalho florestal e já referidos, deverá referir-se que para manipular cabos metálicos é indispensável o uso de luvas reforçadas na palma. 36 Ilustração 29—Luvas reforçadas. Conclusão: Começo por chamar a atenção para a necessidade de prevenção (genericamente falando) dos riscos profissionais. No que concerne às actividades específicas da silvicultura tratadas no decurso desta formação, atentou-se especialmente nos riscos mais frequentes e graves, bem como nas medidas de prevenção fundamentais, sem esquecer os equipamentos próprios utilizados. Bibliografia: On line: www.husqvarna.com.br/Storage/hqcs/product/32 http://www.stihl.pt/isapi/default.asp?contenturl=/fachhaendler/default.html
  • 37. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 37
  • 38. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção 38