Este documento fornece informações sobre medidas de segurança e prevenção de riscos no trabalho florestal. Ele discute os objetivos, introdução, operações como plantação e exploração madeireira, e equipamentos como motoserras. O documento enfatiza a importância da organização do trabalho, equipamentos de proteção individual, formação dos trabalhadores e seleção adequada de ferramentas.
2. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Objectivos pedagógicos:
Gerais:
Diagnosticar um conjunto de operações significativas da exploração florestal,
sendo os formandos capazes de relacionar em cada uma delas os principais
riscos potenciais e medidas de prevenção a adoptar.
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Específicos:
Na operação de plantação identificar correctamente os riscos mais
frequentes, bem como as medidas de prevenção fundamentais, mediante a
realização de um Teste de questões de escolha múltipla.
No uso da motosserra identificar sem qualquer erro, todos os componentes
fundamentais da motosserra, utilizando a técnica de legendagem.
Introdução:
A prevenção de riscos profissionais, mais do que a mera observância de um
conjunto de regras técnicas, determina uma necessidade de se desenvolver
todo um conjunto de metodologias que se reportem aos seguintes princípios
gerais de prevenção:
Eliminação do risco;
Avaliação do Risco;
Combater os riscos na origem;
Adaptação do trabalho ao homem;
Atender ao estado da evolução da técnica;
Organização do trabalho;
Prioridade da protecção colectiva;
Protecção individual;
Informação e formação
3. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Silvicultura
Planificação e organização do Trabalho:
Medidas de Segurança:
O trabalho na floresta é mais perigoso que muitas outras profissões. O
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proprietário está mais exposto do que o operário profissional. A maioria dos
acidentes ocorre durante o abate.
Assim, é estatisticamente reconhecido que o trabalho de desrame é o mais
exposto, registando-se cerca de 70% dos acidentes. A motosserra, só por si,
causa mais de 60% dos ferimentos durante o abate.
Os trabalhadores que operam na mata estão sujeitos ainda, a uma
diversidade de problemas de saúde, sendo de destacar os problemas de
costas.
Por consideração por si próprio e pela sua família, deve proteger-se o melhor
possível durante o abate. Para tal, deverá a nível de medidas de segurança ter
sempre presente:
Equipamento protecção individual completo;
Motosserra com equipamento de segurança;
Técnica segura de trabalho.
O equipamento de protecção
individual, variável consoante as
diferentes operações (que serão
descritas ao longo deste manual),
basicamente é constituído por um
capacete, protecção para os ouvidos,
protecção para os olhos, luvas de
segurança, calças de segurança. O
equipamento protege as partes do
corpo mais expostas.
Ilustração 1 – Equipamento Protecção Individual
A correcta planificação do trabalho, permite uma adequada gestão da prevenção,
uma vez que se torna possível a valorização das seguintes dimensões:
O exercício da avaliação de risco antes do inicio dos trabalhos;
A utilização de instrumentos de informação, como as cartas detalhadas dos locais
das operações, favorecem o trabalho de gestão e organização;
4. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
A escolha criteriosa de equipamentos a utilizar tendo em vista, em particular a
opção por máquinas que reduzam ao mínimo o transporte manual de cargas e os
riscos ligados à manipulação de máquinas portáteis com motor;
A adequação dos acessos às frentes de trabalho e dos locais de armazenagem de
equipamentos, produtos, ferramentas e materiais, de que resultará a redução da
carga de trabalho e até o aumento da produtividade;
A identificação dos profissionais que devem ser objecto de processos de
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informação e de formação, bem como dos domínios que em tal contexto devem ser
privilegiados e que se reportem a riscos graves e frequentes, tais como os
associados às posturas de trabalho, à utilização de equipamentos de trabalho e à
organização do trabalho.
A previsão e o estabelecimento de sistemas e técnicas de organização de trabalho,
tais como:
o A constituição de equipas para determinadas tarefas, tais como, os
trabalhos de limpeza, remoção de materiais e carregamento.
o A alternância de equipas em trabalhos que implica, posturas pouco
confortáveis;
o A eliminação de situações de trabalho isolado, como seja, na operação
de abate de árvores;
o A previsão de meios adequados de comunicação;
o A interdição a terceiros de acesso a locais onde se desenvolvem
trabalhos perigosos e , em geral, a sinalização de segurança em todas
as situações em que tal se afigure necessário;
o A supervisão dos trabalhos por profissionais competente para o efeito.
A planificação é fundamental também nas operações florestais!!
5. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Operações Florestais:
A silvicultura compreende todas as operações de cultivo das árvores.
Desde a apanha de sementes à produção de plantas em viveiro, a sua
plantação e um vasto conjunto de intervenções culturais, até ao momento em
que as matas são exploradas.
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Plantação
Regras gerais:
Equipamentos utilizados:
Enxadas;
Picaretas;
Tabuleiros
Vasos;
Plantadores;
Furador Plantador;
Equipamentos de protecção individual:
a) Fato de macaco,
b) Luvas,
c) Botas de borracha de cano alto, ou botas de biqueira de aço.
Ilustração 2 – Fato Macaco. Ilustração 3 – Luvas Ilustração 4 – Botas de biqueira de aço.
Riscos mais frequentes e graves:
Quedas;
Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados
Cortes
Intoxicação com produtos químicos;
Esmagamentos.
Medidas de Prevenção fundamentais:
Relacionam-se fundamentalmente com:
Selecção de equipamentos e ferramentas;
Organização do trabalho;
Formação e informação;
Utilização de determinados equipamentos de protecção individual;
6. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Na correcta selecção de equipamentos e ferramentas devem ser utilizadas
para a plantação as que melhor se adaptam ao tamanho das plantas, à
natureza do terreno e à altura do trabalhador. Os punhos dos utensílios para
abrir as covas deverão ser concebidos de forma a amortecer os choques da
lâmina contra caules e raízes, devendo ter cores contrastantes com a
envolvente, para serem visíveis.
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Relativamente à organização do trabalho, importa referir o seguinte:
As plantas devem ser depositadas na zona de plantação, em locais que
previamente determinados, com vista a reduzir as distâncias a
percorrer pelos trabalhadores;
Todos os trabalhadores deverão ser envolvidos no transporte de plantas,
de forma a proporcionar rotatividade no trabalho, quebrando a
monotonia nos trabalhos de plantação;
Devem ser assegurados períodos de repouso para os trabalhadores de
modo a evitar a fadiga crónica;
Nos transportes de tabuleiros, vasos ou molhos de plantas com raízes
nuas deve-se utilizar um saco de dorso que permita repartir o peso,
reduzindo desta forma não só a fadiga, bem como se reduz o risco de
quedas.
Em terrenos de encosta, os trabalhadores devem sempre colocar-se do
lado debaixo da linha da plantação com vista a facilitar uma postura
mais correcta, evitando dobrar as costas.
Os trabalhadores devem manter uma posição de equilíbrio, devendo ter
a lâmina do utensílio afastada dos pés, mantendo uma distância de
segurança dos seus companheiros.
Todas as ferramentas devem ser transportadas em segurança, com as
lâminas afastadas do corpo.
Quanto à formação e informação dos trabalhadores florestais, deve-se
salientar sua importância nos seguintes domínios:
As posturas correctas a adoptar pelos profissionais, nomeadamente
saber utilizar o peso do corpo para enterrar os utensílios de plantar,
evitando torções da zona lombar e servir-se dos utensílios como um
apoio enquanto trabalham.
O conhecimento das plantas que tenham sido tratadas quimicamente,
do tipo de produto que foi utilizado e seus riscos inerentes.
No que diz respeito à protecção individual, importa:
Saber identificar o equipamento de protecção individual adequado à
situação concreta e, em particular ao tipo de produto que foi utilizado
nas plantas;
7. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Saber utilizar o equipamento de protecção individual de forma adequada
ao trabalho a desenvolver e ao risco em presença.
Regras especiais:
Na operação de plantação ocorrem com frequência circunstâncias especiais
que determinam a necessidade de medidas específicas de prevenção. A
destacar: 7
a) A plantação de plantas tratadas com produtos químicos;
b) A plantação com a ajuda de um furador/plantador portátil com motor.
a)
As plantas tratadas e outros materiais contaminados devem estar
afastados dos locais onde os trabalhadores repousam, comem ou mudam
as suas roupas.
As plantas tratadas e todos os utensílios utilizados para as colocar devem
ser etiquetadas e, nos rótulos, devem ter inscrito o nome completo da
substância química, o seu princípio activo, as principais medidas de
prevenção a serem tomadas, os sintomas de intoxicação e as medidas a
tomar em caso de intoxicação.
Para a plantação deste tipo de plantas os trabalhadores deverão utilizar
equipamento protecção individual, tais como:
o Um fato-macaco com um avental de protecção aos produtos químicos;
o Botas de borrachas resistentes aos produtos químicos;
o Luvas resistentes aos produtos químicos.
Se as plantas tiverem de ser mergulhadas em pesticidas antes de serem
plantadas, os trabalhadores deverão usar:
o Uma máscara que cubra o nariz e a boca com um filtro adequado;
o Um fato-macaco com capuz resistente ao produto químico;
o Luvas de cano alto resistentes ao produto químico.
o As plantas devem ser manipuladas com cuidado para reduzir os riscos
de contaminação;
o Os sacos ou outros recipientes devem ser despejados e lavados,
diariamente e com bastante água.
o Se a pele ou roupa for contaminada, deve ser imediatamente lavada.
o No fim de cada período de trabalho os trabalhadores deverão:
o Lavar rigorosamente a parte exterior das luvas e do fato de
protecção, preferencialmente com água corrente;
o Lavar a cara e as mãos com bastante água e sabão.
8. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
b)
As brocas utilizadas devem estar adaptadas à natureza da tarefa e do tipo
de terreno.
Os trabalhadores deverão examinar com frequência a máquina, para se
assegurarem que está em bom estado de funcionamento e em boas
condições de segurança. 8
Para levantar a máquina é necessário fazer trabalhar os músculos das
pernas e braços, mantendo as costas direitas.
A velocidade da broca e pressão exercida deverão estar adaptadas à
natureza do terreno e manterem-se constantes. A broca nunca deve ser
forçada.
Antes de libertar a broca de materiais que a possam embaraçar é preciso
desligar o motor.
Em terrenos com declive, os trabalhadores devem estar bem apoiados, ter
boa estabilidade nos locais em que estão a perfurar, ter em atenção a
colocação dos pés e estarem afastados das partes móveis da máquina.
Exploração Florestal
Na exploração florestal evidencia-se a exploração madeireira que compreende
um conjunto de operações que vão desde o abate de árvores até ao seu
carregamento e transporte.
Na maioria destas operações, a maior parte das actividades está relacionada
com o corte de madeiras, nas quais a motosserra se afigura, hoje em dia,
como um equipamento indispensável.
A motosserra
Apesar de ser de uma utilização generalizada hoje em dia, a motosserra,
constitui um equipamento complexo e perigoso que exige do seu operador um
elevado nível de formação adequada e uma boa capacidade de compreensão
da informação contida no respectivo “Manual de Instruções”.
Importa, assim, que se desenvolvam informações gerais sobre este
equipamento, nomeadamente, no que diz respeito a:
Características, capacidades e funcionamento;
Dispositivos de segurança;
Manutenção.
Na aquisição da motosserra, deve-se ter em conta a melhor relação entre a
potência e o peso da máquina devido à fadiga, sabendo-se que é possível
cortar diâmetros consideráveis com lâminas guia mais curta. Este aspecto –
9. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
lâmina-guia mais curta – facilita o corte de ramos, operação onde a frequência
de acidentes é mais elevada.
A consulta do “Manual de Instruções! É, pois, indispensável, porquanto
permite uma boa selecção do equipamento mais adequado ao trabalho a
realizar e o conhecimento exacto das regras a observar na sua utilização.
Assim, todo o manual da motosserra deve compreender instruções e 9
informações pormenorizadas sobre os aspectos relacionados com a
conservação e a boa utilização do equipamento pelo operador/utilizador,
compreendendo os requisitos relativos ao vestuário e aos equipamentos de
protecção, bem como a necessidade de formação profissional quanto à sua
utilização.
Leitura atenta do manual de instruções!!
Entre os componentes fundamentais da motosserra, importa, desde logo,
identificar os seguintes:
Os componentes de segurança são os seguintes:
Guarda mão dianteiro com travão de corrente protege a mão esquerda e
detém a corrente ao produzir-se o ressalto;
Retentor da correnteRetém a corrente quando esta parte.
Guarda mão traseiro protege a mão direita quando a corrente parte.
Bloqueador de Segurança bloqueia o comando do acelerador.
Bainha da lâmina-guia evita ferimentos durante o transporte da
motosserra.
Ilustração 5 – Componentes de segurança da motosserra.
10. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Para além destes componentes, será ainda de referir os dispositivos anti-
vibratórios que têm por função evitar afecções nas mãos provocadas pelas
vibrações.
Uma vez que o recuo (Kickback, ou ressalto) da
motosserra causa mais de 20% de todos os acidentes
de abate, para além do equipamento descrito, deverá 10
possuir uma lâmina curta (30-35cm).
A observância das regras fundamentais de
manutenção constitui uma garantia de segurança.
Uma manutenção descuidada diminui as Ilustração 6 --Ressalto da
capacidades dos materiais e cria ou aumenta os motosserra.
riscos ligados à sua utilização.
Ex: um carburador mal regulado pode levar à paragem do motor da
motosserra durante o abate, o que pode ter consequências graves.
11. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Manutenção da motosserra em boas condições de funcionamento:
Manutenção diária: Manutenção semanal:
1. Corrente: revisão e afiação; 1. Corrente: revisão e afiacção
2. Lamina guia: revisão, limpeza da cuidadosa. Uniformizar o tamanho 11
ranhura e dos orifícios de lubrificação; dos dentes.
inspecção das porcas da tampa do órgão 2. Lamina–guia: eliminação de rebarbas
de corte; inversão da lâmina guia. 3. Pinhão de ataque: revisão e
3. Motor da Motosserra: limpeza lubrificação do rolamento do pinhão.
cuidadosa e inspecção dos orifícios de 4. Embraiagem: revisão e limpeza.
entrada de ar, os quais devem estar 5. Volante e placas do cilindro:
sempre limpos; limpeza.
4. Guarda mão dianteira com travão de 6. Vela: Limpeza, revisão e regulação. Se
corrente: revisão, limpeza e ensaio. necessário, ajuste da folga.
5. Filtro de ar: revisão e limpeza; 7. Sistema de arranque: desmontagem
6. Parafusos, porcas e Pernes: e limpeza, lubrificação do rolamento
ajustamento. do carreto, substituição da corda do
arrancador (se estiver gasta), com
ajustamento da tensão da corda, se
necessário.
8. Filtro de óleo e de combustível:
limpeza e verificação da chegada de
óleo à lâmina.
9. Silenciador: Limpeza.
12. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
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Ilustração 7 – Peças e ferramentas necessárias para a manutenção da motosserra.
13. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Abate
O abate de árvores é precedido da operação de marcação de corte, tendo em
vista a avaliação prévia do volume lenhoso a vender, mas também, a obtenção
de um conjunto de dados sobre a localização e características desse volume.
É habitual recomendar-se o corte das árvores na época Outono-Inverno,
embora na prática, a operação seja levada a cabo ao longo de todo o ano.
Entre os factores que mais se relacionam com a qualidade de abate de 13
árvores, deverão evidenciar-se os seguintes:
A eliminação dos riscos de acidente com os trabalhadores;
A economia do material lenhoso;
A redução dos prejuízos na árvore abatida, nas outras árvores, no solo
e, em geral, nas condições ambientais;
A rapidez com que o abate é executado.
Tendo em vista estes objectivos, torna-se necessário, o desenvolvimento de
um conjunto de técnicas:
A execução do corte o mais próximo do solo;
A obtenção de uma secção de corte regular;
A condução da queda da árvore;
Uma boa preparação prévia do abate, traduzida em:
o Observação da direcção da queda natural da árvore;
o Limpeza do solo à volta do tronco;
o Desramação dos ramos que impeçam a boa execução do abate;
o Selecção de equipamento adequado.
Desramação:
Equipamentos Utilizados:
Motosserra;
Machado;
Equipamento de protecção individual:
o Capacete com viseira em rede e auriculares;
o Calças de protecção com entretela;
o Botas de biqueira de aço e caneleiras;
o Luvas com protecção da mão esquerda;
o Casaco com cor referenciável.
Riscos mais frequentes e graves:
Quedas de objectos;
Projecção de ramos e serradura nos olhos e na face;
Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
14. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Ressaltos da lâmina guia da motosserra;
Ruído produzido pela motosserra;
Vibrações transmitidas pela motosserra;
Intoxicação provocada por gases produzidos pela proximidade da
motosserra;
Queimaduras;
Cortes. 14
Medidas de Prevenção Fundamentais:
A prevenção destes riscos baseia-
se, basicamente, nos seguintes
princípios:
o Formação dos profissionais;
o Organização do trabalho;
o Uso de Equipamentos de
Protecção Individual.
Organização do trabalho.
No que diz respeito à formação dos
profissionais deve-se destacar os
seguintes aspectos relacionados com
o modo operatório:
o Como pegar na motosserra:
A mão esquerda na parte lateral
da pega dianteira, mantendo o
polegar sempre do lado de
dentro da pega;
O cotovelo esquerdo apoiado no
tronco do operador para evitar
que a motosserra ultrapasse a altura dos ombros.
o Como acelerar a motosserra: Ilustração 8--Posição inicial para desramação.
A mão direita deve rodar para
uma posição em que o accionamento do comando do acelerador vai
ser executado com o polegar.
Os restantes dedos vão apertar o bloqueador de segurança.
o Como operar com a motosserra:
Encostar a lâmina à árvore segundo uma direcção paralela aos
ombros;
Tirar partido do peso da motosserra e da sua reacção, fazendo-a
deslizar ao longo do tronco da árvore;
Acompanhar essa reacção, flectindo as pernas e mantendo o dorso
direito;
15. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
O operador deverá manter uma boa base de sustentação ao deslocar-
se;
Após ter feito a abertura dos ramos, o operador deve situar-se nessa
abertura e colocar-se para que o tronco da árvore fique sempre entre
o seu corpo e a lâmina da motosserra.
Naquela situação, o operador deverá posicionar-se, ainda, de forma a
encontrar na árvore um ponto intermédio de apoio. 15
O correcto desenvolvimento deste modo operatório previne, em particular,
os riscos associados a:
Ressalto da motosserra (que a verificar-se, será de lado e não contra
o corpo do operador);
Projecção de lascas de madeira (que far-se-á em direcção contrária à
posição do operador;
De referir que a desramação a nível superior, deverá ser efectuada
utilizando motosserras com órgãos de corte na extremidade de uma
vara extensível, além de ferramentas manuais.
Ilustração 9 – Motosserra com extensor de corte em altura.
16. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Abate de Árvore
Equipamentos Utilizados:
Motosserra;
Panca;
Machado;
Ganchos 16
Pinça;
Garras;
Fita métrica extensível;
Cinto de abate com bolsos para lima e chave combinada, fixador da fita
métrica e dois bolsos para gancho e pinça;
Suta
Caixa de Primeiros Socorros;
Depósito de combustível e óleo;
Moto guincho;
Equipamento de Protecção Individual:
o Capacete com viseira de rede e auriculares;
o Calça de entretela de segurança;
o Botas de biqueira de aço com rasto antiderrapante e caneleiras.
o Luvas de segurança;
o Camisa de cor viva;
Ilustração 10 -Diversos equipamentos utilizados no abate.
17. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
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Ilustração 12 -- Motoguincho
Ilustração 11 – Ganchos com correntes.
Ilustração 13 – Diferentes tipos de cabos de aço
Riscos mais frequentes e graves:
Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
Ressalto da motosserra, de outros equipamentos e da própria árvore
abatida;
Cortes;
Quedas;
Ruído produzido pela motosserra;
Intoxicação por gases produzidos pela motosserra;
Queimaduras;
Electrocussão.
18. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Medidas de Prevenção Fundamentais:
As medidas de prevenção fundamentais a aplicar na operação do abate da
árvore, relacionam-se com os seguintes aspectos:
1. Organização do trabalho;
2. Formação no âmbito de todas as fases dos modos operatórios do abate;
3. Protecção individual adequada à natureza do trabalho. 18
Na organização do trabalho é de destacar a importância de se desenvolver
uma integral preparação da operação, cujos aspectos mais significativos são:
Sinalização da árvore a abater;
Sinalização da interdição da presença de terceiros na zona de trabalho,
acompanhada de procedimentos de verificação visando a certificação de
que não existe ninguém nas zonas de abate, com excepção dos:
o Ajudante de operador;
o Encarregado das operações.
Verificação da existência de todos os equipamentos, ferramentas e
produtos (óleos e combustíveis) necessários à operação;
Ordenação de todos os equipamentos, ferramentas e produtos de
acordo com as necessidades de utilização e de forma compatível com o
trabalho a desenvolver (afastamento das zonas de queda das árvores e
de fuga dos operadores)
Realização de um conjunto de observações relacionadas com a árvore a
abater e suas envolventes:
o Forma da copa da árvore;
o Ramos secos que estejam em risco de queda;
o Perfil do tronco da árvore (se for encurvado obrigará ao
afastamento rápido do motosserrista durante a queda, dada a
possibilidade de ressalto da árvore);
o Fios eléctricos ou telefónicos;
o Proximidade de linhas de alta tensão;
o Caminhos de fuga.
Deverá ter-se ainda em linha de conta que para uma adequada realização do
abate importa ponderar:
A influência do vento;
A direcção da queda da árvore;
A disponibilidade de cunhas e pancas para facilitar o abate de árvores
grandes ou inclinadas;
Uma distância de segurança entra dois operadores que deve ser
superior ao dobro da altura média das árvores a abater.
19. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
No que diz respeito à formação, destacam-se os modos operatórios
relacionados com:
Cortes para abate;
Abate de árvores enganchadas;
Abate de árvores tombadas.
19
Ilustração 14 – Corte para abate
Cortes para abate (entalhe) — aspectos a ter em conta:
Na utilização da motosserra, a mão esquerda deve pegar na parte lateral
da pega dianteira e a mão direita na pega traseira, sendo a aceleração
efectuada com o polegar;
A motosserra deve ser apontada na direcção de queda pretendida para a
árvore, utilizando-se a pega dianteira como orientação ou a marcação
que algumas das motosserras já têm introduzida.
Num corte de abate deve realizar-se em primeiro lugar, o corte superior
e, só depois, o corte inferior.
É mais fácil fazer com que o corte inferior vá de encontro ao corte
superior do que o contrário.
O encontro perfeito destes cortes dar-nos-á a “bica”.
a bica nunca deverá ultrapassar um terço do diâmetro da árvore,
devendo a abertura ter no mínimo 45º.
É importante apontar correctamente a motosserra para obter um abate
preciso.
Relativamente à direcção da queda pretendida para o abate, o
motosserrista deve colocar-se do lado direito da árvore, com o seu pé
direito próximo do tronco e para o lado, o pé esquerdo atrás do tronco
da árvore e o ombro esquerdo encostado ao mesmo, servindo este como
ponto de apoio intermédio, o que vai permitir uma economia de esforço,
não esquecendo a flexão das pernas e o dorso direito.
Ao proceder-se ao corte de abate, deve-se deixar uma presa. A presa vai
dar a segurança exigida ao abate, funcionando como uma charneira que
20. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
se vai fechando, conforme a indicação da bica, durante a queda da
árvore.
O operador deverá manter o dorso direito, flectir as pernas, ter os pés
bem apoiados para obter uma boa base de sustentação e de
estabilidade e de estabilidade, podendo, se necessário, colocar um
joelho em terra.
O corte de abate deve ser limpo. Deve ser feito de forma a permitir a 20
introdução de uma cunha, para evitar o retrocesso da árvore e para não
prender a lâmina guia da motosserra.
Também pode ser utilizada a panca, desde que exista espaço livre para
que a corrente da motosserra não toque no metal.
.De seguida corta-se até à presa (faixa de fractura) que deverá ficar com
cerca de 2 a 3 cm de largura.
É muito importante que a presa não fique cortada dos lados e a aproximação
dos dois cortes seja paralela.
O corte de abate deverá ficar sobreelevado relativamente à presa.
Assim que o motosserrista verifique a tendência da queda, deve
retirar a motosserra, coloca-la em segurança, e, em seguida, auxiliar
a queda com a panca, afastando-se para trás, quando a árvore inicia
a queda, de modo a prevenir um possível ressalto do tronco.
A utilização da panca permite-nos fazer um abate com maior
segurança. Pode no entanto provocar lesões na coluna vertebral
quando mal executada.
Para prevenir estas lesões é necessário:
Colocar-se de frente para a árvore;
Segurar a panca com as duas mãos., mantendo os braços
estendidos;
Flectir as pernas;
Colocar os pés bem apoiados, mantendo uma boa base de
sustentação e um bom equilíbrio;
Utilizar a força das pernas para movimentar a panca.
21. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Abate de árvores enganchadas (procedimentos):
Deve-se, em primeiro lugar, procurar o ponto onde a árvore está
enganchada (presa noutra árvore) e avaliar se a situação é sempre
muito perigosa.
Sempre que possível, devem utilizar-se meios de tracção para libertar
a árvore (Ex: tractor com guincho, moto guincho, cordas….). 21
Em alternativa, tentar baixar a árvore com uma panca, rodando a árvore
para libertar os ramos presos (enganchados) e, se necessário, cortar a
presa.
Para prevenir os riscos graves ao baixar uma árvore enganchada, nunca se
deve:
a) Abater a árvore que a suporta;
b) Trabalhar por debaixo da árvore presa;
c) Abater uma árvore para cima de uma árvore enganchada (presa);
d) Abandonar o local sem assinalar a área à sua volta, de um modo
visível e a uma distância de segurança.
Exercício: faça a legendagem das figuras abaixo, consoante a descrição das alíneas
anteriores:
Ilustração 15 –__________________________ Ilustração 16 – ____________________________
22. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
22
Ilustração 17 –______________________________ Ilustração 18 –______________________________
Abate de árvores tombadas (procedimentos):
O abate de árvores tombadas reveste maior perigo do que o abate
normal, pelo que nunca deve ser efectuado por um operador isolado;
Torna-se necessário avaliar cuidadosamente a situação da árvore,
tendo em conta as tensões a que o conjunto está sujeito.
As raízes levantadas devem ficar seguras, de modo a não caírem
sobre o motosserrista, quando a árvore for cortada. Caso as raízes
levantadas estejam inclinadas para a frente, o corte do tronco deve
ser feito do topo para a base, caso se mostre possível.
Convém utilizar um guincho para arrastar os troncos um por um,
depois de serem cortados.
Ilustração 19 – Corte de árvore derrubada pelo vento Ilustração 20 --Utilização do guincho para baixar árvore.
23. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Corte de Ramos (Desramação)
A operação seguinte, após o abate da árvore e sempre na lógica da preparação
dos troncos para a transformação tecnológica, consiste no corte de ramos ou
desramação. Esta operação precede a toragem.
Tantos os equipamentos necessários a esta operação como os riscos
associados, não diferem muito relativamente ao abordado (excepção feita ao 23
comprimento da lâmina-guia da motosserra, que não deverá ultrapassar os
35cm).
Aborda-se assim, com algum detalhe as especificidades relacionadas com os
modos operatórios mais característicos desta operação:
O tronco da árvore deve, sempre que possível, estar a uma altura de
trabalho adequada (banqueta), isto é, a uma altura entre os joelhos e a
cintura entre os 50 e os 80 cm.
O motosserrista deve manter-se de frente para o tronco da árvore e
manter uma posição de estabilidade.
A motosserra deverá estar apoiada sobre o tronco, salvo no caso de ser
necessário cortar do lado esquerdo do tronco da árvore, situação em
que deverá apoiar a motosserra entre a coxa e o tronco da árvore.
Ilustração 21 –Posição tipo para desramação.
24. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Método das seis Fases ou seis Pontos:
Ramo 1 : o motosserrista, colocado do lado esquerdo da árvore, vai cortar um
ramo do lado direito. A motosserra é apoiada no tronco da árvore. O corte do
ramo é feito verticalmente, de baixo para cima (puxando) com a parte superior
da lâmina-guia.
Ramo 2: o motosserrista, continuando colocado no lado esquerdo da árvore, 24
vai cortar o ramo na zona central do tronco. A partir da posição anterior
(ramo1), a motosserra deve deslizar para o lado esquerdo do tronco,
mantendo-se ai apoiada e em posição deitada. A mão esquerda deve deslizar
para o limite superior da pega dianteira. O corte será feito (horizontalmente)
de baixo para cima (puxando), com a parte superior da lâmina guia.
Ramo 3: o motosserrista, posicionado sempre do lado esquerdo da árvore, vai
cortar o ramo do seu lado (lado esquerdo do tronco da árvore). Partindo da
posição anterior (ponto 2), endireita a motosserra e distribui o peso do
equipamento entre a sua coxa esquerda e o tronco da árvore. O corte do ramo
é então efectuado verticalmente, de cima ara baixo (empurrando) com a arte
inferior da lâmina guia.
Ramo 4: o motosserrista, colocado do lado do esquerdo do tronco, vai cortar o
ramo seguinte do mesmo lado da árvore (lado esquerdo). Deste modo avança
em direcção ao ramo , transferindo o peso do corpo para a frente, de modo a
flectir as pernas e mantendo o posicionamento da motosserra da fase anterior
(ramo 3)..Assim, apoiada a motosserra entre o tronco e a perna esquerda,
efectuará o corte vertical de baixo para cima (puxando) com a parte superior
da lâmina guia.
Ramo 5: o motosserrista, continuando posicionado do lado esquerdo da
árvore, vai cortar o ramo seguinte na zona central do tronco. A partira da
posição 4, o operador transfere imediatamente o peso da motosserra para o
tronco, rodando-a sobre a direita. A mão esquerda deve deslizar até ao limite
inferior da pega dianteira, sendo a aceleração feita pelo polegar da mão direita
(para evitar a torção do pulso).O corte será feito horizontalmente empurrando
com a parte de cima da lâmina-guia.
Ramo 6:o motosserrista, sempre a partir do lado esquerdo do tronco da
árvore, vai cortar o ramo seguinte do lado direito. A partir da posição anterior
(ramo 5), a motosserra deve retomar a sua posição normal, deslizando para o
lado direito do tronco e, consequentemente, também as mãos regressarão à
sua posição normal.
O reinício da sequência, deve ser feito a partir do final do corte do ramo 6,
com a motosserra totalmente apoiada no tronco da árvore e a lâmina guia
virada para baixo, para fazer o corte do novo ramo 1, de baixo para cima. De
salientar que ambos os ramos (6º e 1º) se situam do lado direito do tronco da
árvore.
25. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
25
Ilustração 22 –Operação de desramação utilizando o método dos 6 pontos.
26. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Exercício: Faça a correspondência entre as duas colunas, consoante as fases dos
seis pontos.
26
Ilustração 23 --Identificação dos 6 Ilustração 24 --Legendas
pontos
27. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Toragem/traçagem
A toragem é definida como uma operação cujas características estão muito
dependentes do tipo de utilização prevista para o material lenhoso.
Consiste no seu seccionamento transversal dos troncos abatidos, efectuado
por cortes verticais ao seu eixo, a distâncias variáveis.
Operação antecedida de uma marcação dos comprimentos pretendidos para
os toros que é realizada com o auxilio de uma fita métrica, atendendo-se, 27
também a eventuais defeitos que a madeira apresente.
Tendo em vista a economia de tempo, utiliza-se na medição uma fita métrica
especial, munida na extremidade de um gancho ou prego que se fixa no
tronco abatido e que permite ir fazendo, simultaneamente, a medição dos
toros e a traçagem.
Equipamentos utilizados:
Motosserra;
Cunhas;
Equipamento de protecção individual adequado
Fita métrica
Panca
Garras
Pinças
Riscos mais frequentes e graves:
Quedas;
Quedas de material
Esforços físicos e posturas de trabalho desajustadas
Cortes nos membros inferiores
Ruído produzido pela motosserra
Vibrações transmitidas pela motosserra
Ressalto
Esmagamento
Medidas de Prevenção Fundamentais:
O equipamento fundamental da operação continua a ser a motosserra.
Questão: recordar três regras fundamentais da boa utilização deste
equipamento:
1) __________________________________________________________________________
2) __________________________________________________________________________
3) __________________________________________________________________________
28. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Uma boa técnica de traçagem deverá ter em conta os seguintes objectivos:
Não deixar de prender, dentro do corte, a lâmina-guia da motosserra;
Evitar esgaçamento ou falhas nos toros, resultantes da má execução da
operação.
Um dos perigos desta operação relaciona-se com a posição do tronco que pode
estar sujeito a tensões, consoante as irregularidades do terreno sobre o qual 28
está colocado. Assim, essas tensões determinam que as fibras do lenho se
encontrem sob o efeito de tracção (de fácil penetração para a lâmina guia) ou
sob o efeito de compressão (onde a lâmina-guia trabalha com dificuldade ou
fica mesmo entalada).
No âmbito dos modos operatórios, será de ter em conta a adequação das
posturas, gestos e determinados métodos de trabalho:
O trabalhador deve estar colocado sempre do lado superior da
pendente.
No caso de árvores pequenas dimensões, o operador executará a
traçagem num movimento contínuo, necessitando de equipamento
auxiliar. A introdução de uma cunha será suficiente para evitar que a
lâmina guia fique entalada no corte.
Quando o diâmetro do tronco é demasiado grande para a lâmina guia, a
traçagem faz-se de ambos os lados, mudando-se a posição da
motosserra várias vezes. Será, então, muito importante ter cunhas
disponíveis para o caso da lâmina guia ficar entalada no corte.
O operador deverá manter sempre uma postura correcta, respeitando os
princípios biomecânicos de segurança:
o Dorso direito;
o Pernas flectidas;
o Boa estabilidade (as pernas afastadas e um pé à frente do outro).
29. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
No que respeita à traçagem de troncos sob tensão:
29
Ilustração 25 –Traçagem de tronco sob tensão.
No que respeita à traçagem de troncos sob compressão:
Ilustração 26 – Traçagem de tronco sob compressão-
30. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
No que respeita à traçagem de árvores tombadas:
Antes de mais, importará observar as condições do espaço de trabalho,
os seus acessos, o tipo de tensões a que a madeira está sujeita e prever
as tendências de corte dos toros quando seccionados.
Os toros que se avaliem em situação perigosa, devem ser apoiados, para
evitar que se virem repentinamente e , se necessário, presos com cabos 30
antes que se inicie o corte.
Durante o corte devem tomar-se as devidas precauções, pois o tronco
pode desprender-se do cepo.
O primeiro corte efectua-se na zona sob compressão, seguindo-se o
segundo corte a partir da parte superior.
O segundo corte deve estar entre 2 a 5 cm mais próximo do cepo no
caso do tronco poder balancear repentinamente para cima.
31. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
31
Ilustração 27 -Passos para efectuar uma toragem bem feita.
32. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Extracção:
Operação que envolve uma grande variedade de processos e equipamentos,
consoante o tipo de material lenhoso a movimentar, o local e as condições em
que esse material se encontra e, ainda, a natureza dos acessos de que se
dispõe. Esta operação conhece como momentos fundamentais:
1) A concentração do material lenhoso (“rechega”) 32
2) O transporte até ao carregadouro.
Equipamentos utilizados:
Gancho;
Guincho;
Estropos;
Grua;
Tractor arrastador;
Tractor transportador;
Cabos;
Equipamento de protecção individual;
Tractor
Reboque
Semi-Reboque
Riscos mais frequentes e graves:
Posturas de trabalho e esforços físicos desajustados;
Quedas;
Quedas de material
Cortes;
Esmagamento;
Ruídos produzidos pelas máquinas utilizadas na extracção;
Vibrações produzidas pelas máquinas utilizadas na extracção;
Existem três sistemas de extracção:
1) Extracção de árvore inteiras, com movimentação das árvores completas,
não desramadas, até ao local do carregadouro;
2) Extracção de troncos, com o corte de ramos, desponta e toragem no
local de abate;
3) Extracção de toros, com o corte de ramos, desponta e toragem no local
de abate.
A extracção pode ser realizada manual ou mecanicamente.
33. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
No âmbito da operação de extracção dever-se-ão considerar diversos
processos de trabalho fundamentais. A destacar:
1) Rechega manual;
2) Extracção com tractor arrastador e guincho
3) Extracção com tractor transportador;
4) Extracção por meio de um cabo-grua;
5) O empilhamento em, carregadouro. 33
No que respeita à rechega manual deve evitar-se, sempre que possível,
levantar e transportar a madeira a braço. Quando isso não possa ser evitado,
deverão seguir-se as boas regras de organização do trabalho. E da
movimentação manual de cargas, tais como:
As distâncias a percorrer devem ser mínimas, procurando-se que a
direcção de abate facilite o acesso aos caminhos de extracção;
Para reduzir a carga de trabalho físico devem prever-se pausas
regulares;
Para levantar a carga, o trabalhador deve manter o dorso direito e fazer
trabalhar os músculos das pernas, devendo a carga estar bem
equilibrada e próxima do seu próprio corpo. O trabalhador deve ainda
escolher um caminho livre de obstáculos;
Quando vários trabalhadores transportem um toro, é o trabalhador que
se encontra mais atrás da carga que deve dar o sinal para levantar e
deixar cair a mesma. Todos os trabalhadores devem estar do mesmo
lado do toro e, em terreno declivoso, devem estar sempre do lado
superior da vertente;
Antes de deixar rolar um tronco em terreno inclinado os trabalhadores
devem assegurar-se que não se encontra ninguém em baixo.
Quanto à extracção com tractor arrastador e guincho dever-se-á ter em
conta todo um conjunto de princípios relativos aos equipamentos de trabalho,
à organização do trabalho e à protecção individual.
Os tractores arrastadores devem obedecer as seguintes características:
Estarem conforme as normas;
Estarem equipados com lâmina frontal e chapa de encosto;
Estarem munidos de blindagem;
34. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
Estarem equipados com guinchos;
Estarem dotados de um cabo cuja resistência à ruptura seja, pelo
menos o dobro da força de tracção do guincho;
Terem um arco de arraste ou um outro tipo de suporte que suspenda a
extremidade da carga, de modo que os troncos não se enterrem no
34
terreno durante o arraste.
Os tractores agrícolas utilizados na extracção da madeira, deverão estar
adaptados ao trabalho florestal.
Os cabos dos guinchos montados sobre os tractores arrastadores devem ter
as seguintes características fundamentais:
Comprimento mínimo de 30metros e robustez suficiente;
Estarem solidamente fixadas ao tambor.
Ilustração 28 – Características dos tractores utilizados na rechega.
35. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
A utilização deste equipamento obriga a um conjunto de procedimentos entre
os quais serão de destacar os seguintes:
Serem enrolados com cuidado e ficarem bem esticados à volta do
tambor.
As correntes ou estropos devem estar bem fixos, perto da extremidade
35
dos troncos, de modo a que a distância entre o tronco e o cabo do
guincho seja o mais curto possível;
Quando se desenrola o cabo, é conveniente deixar sempre três voltas do
cabo no mínimo, sobre o tambor. Na prática, isto significa que a
distância de arrastamento não deve ultrapassar os 25 metros quando
se utiliza um cabo de 30 metros de comprimento.
O peso a arrastar pelo guincho deve ser claramente inferior à força de
tracção do guincho e à resistência à ruptura do cabo;
Quando o guincho está em movimento, os travões dos tractores
arrastadores deverão estar bem travados e a lâmina frontal e a chapa
de encosto em posição baixa;
Todo o material deverá ser regularmente inspeccionado, a fim de se
verificar alguma deterioração.
Na utilização destes equipamentos, o trabalho deve ser organizado com a
observância das seguintes regras:
A carga deverá ser içada de modo a ficar encostada à chapa de encosto
sem provocar o balanço da mesma;
Deve evitar-se caminhar ao lado da carga;
Nos terrenos com declive, os trabalhadores deverão deslocar-se do lado
superior da encosta;
Deve evitar-se descarregar o material num local a seguir a uma curva,
uma lomba de estrada ou debaixo de fios eléctricos;
Nenhum trabalhador deve sentar-se ou estar de pé sobre a carga em
movimento, nem tentar recolocá-la manualmente;
Nunca se deve iniciar uma operação de extracção quando existem
outros trabalhadores com outro tipo de trabalho.
36. Trabalho Florestal – Manual de Prevenção
No que diz respeito à protecção individual, além dos equipamentos adequados
ao trabalho florestal e já referidos, deverá referir-se que para manipular cabos
metálicos é indispensável o uso de luvas reforçadas na palma.
36
Ilustração 29—Luvas reforçadas.
Conclusão:
Começo por chamar a atenção para a necessidade de prevenção (genericamente
falando) dos riscos profissionais.
No que concerne às actividades específicas da silvicultura tratadas no decurso desta
formação, atentou-se especialmente nos riscos mais frequentes e graves, bem como
nas medidas de prevenção fundamentais, sem esquecer os equipamentos próprios
utilizados.
Bibliografia:
On line:
www.husqvarna.com.br/Storage/hqcs/product/32
http://www.stihl.pt/isapi/default.asp?contenturl=/fachhaendler/default.html