REDESENHO DE PROCESSOS TÉCNICOS E ADEQUAÇÃO DE ESTRUTURA GERENCIAL: ALINHANDO PESSOAS E PROCESSOS PARA AUMENTO DE PRODUTIVIDADE E PRESERVAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
1) Uma empresa redesenhou seus processos técnicos e propôs uma nova estrutura gerencial alinhada aos processos para aumentar produtividade.
2) A nova estrutura segmenta as áreas por diferença nos processos em vez de conhecimento, permitindo uma orientação real por processos.
3) A implantação gradual da nova estrutura e processos tem sido bem-sucedida, melhorando o desempenho e preservando o conhecimento científico.
Semelhante a REDESENHO DE PROCESSOS TÉCNICOS E ADEQUAÇÃO DE ESTRUTURA GERENCIAL: ALINHANDO PESSOAS E PROCESSOS PARA AUMENTO DE PRODUTIVIDADE E PRESERVAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
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Curso Validação Métodos - Congresso SBAC 2009 - Fernando Berlitz
REDESENHO DE PROCESSOS TÉCNICOS E ADEQUAÇÃO DE ESTRUTURA GERENCIAL: ALINHANDO PESSOAS E PROCESSOS PARA AUMENTO DE PRODUTIVIDADE E PRESERVAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
1. REDESENHO DE PROCESSOS TÉCNICOS E ADEQUAÇÃO DE ESTRUTURA
GERENCIAL: ALINHANDO PESSOAS E PROCESSOS PARA AUMENTO DE
PRODUTIVIDADE E PRESERVAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
BERLITZ F.
Weinmann Laboratório - Porto Alegre,RS
fberlitz@weinmann.com.br
INTRODUÇÃO
RESULTADOS
Processos são conjuntos de atividades seqüenciais que, utilizando recursos adequados, geram
produtos ou serviços com valor percebido pelos clientes. A primeira característica importante
dos processos é a interfuncionalidade. Embora alguns processos sejam inteiramente realizados
dentro de uma unidade funcional, a maioria dos processos importantes das empresas atravessa
as fronteiras das áreas funcionais. Por isso mesmo, são conhecidos como processoshorizontais,
já que se desenvolvem ortogonalmente à estrutura vertical típica das organizações
estruturadas funcionalmente.
A organização de uma empresa por processos pode ter a aparência de uma estrutura funcional,
com áreas funcionais bem definidas, mas com processos operando efetivamente de forma
ortogonal. Não se trata de uma estrutura matricial, embora existam relações de dupla Em Março de 2008, foi definida e comunicada uma nova estrutura
subordinação nas organizações por processos. Muitas vezes, as mesmas pessoas participam de gerencial para os processos técnicos no laboratório. Essa estrutura prevê,
vários processos simultaneamente. Na prática, não existem empresas 100% orientadas por sob gestão da Diretoria Técnica, duas áreas de produção (Automação e
processo, ou seja, na maioria das vezes, as áreas funcionais e suas chefias não desaparecem Não-Automação) e duas áreas de apoio aos processos técnicos (Área
quando a organização se estrutura por processos. À medida que os process owners (donos do Científica e Manutenção de Equipamentos). A nova estrutura, em razão da
processo) vão assumindo responsabilidade cada vez maior pelo projeto, pela estruturação e pelo grande alteração que esta representa frente à estrutura vigente, está
funcionamento dos processos essenciais das empresas, os chefes das áreas funcionais se focam sendo implantada de forma gradual, visando minimizar resistências e
cada vez mais no treinamento e na capacitação do seu pessoal. viabilizando uma transição sem afetar negativamente a qualidade e
O caminho para uma real orientação por processos é árduo e altamente dependente de forte eficiência dos processos executados. Apoiados nessa nova estrutura, estão
liderança e uma adequada gestão da mudança. A transição para uma gestão por processos sendo implantados, de forma gradual, os novos processos, redesenhados e
enfrenta resistências pois se baseia na ruptura de “modelos mentais” pré-existentes. No otimizados, na rotina da área técnica do laboratório.
laboratório clínico esta situação é uma realidade em um redesenho de processos quando se
busca mudança para uma real orientação por processos. Quando se fala de processos
efetivamente “técnicos”, como os processos de produção no Laboratório Clínico, as resistências DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
são ainda maiores, visto que a estrutura destas áreas são, via de regra, definidas segundo áreas A nova estrutura implantada na área técnica do laboratório obteve
de conhecimento (Hematologia, Microbiologia, etc.), o que evidentemente prejudica uma visão êxito quanto a comunicar uma nova visão para a gestão dos processos
de processos e contribui para um uso não otimizado de recursos e, consequentemente, para um técnicos, onde segmentam-se áreas por diferenças entre processos e não
desempenho insatisfatório da organização e falta de flexibilidade para se adaptar às por áreas de conhecimento. Esta nova visão permite real orientação por
constantes evoluções dos requisitos exigidos por clientes e demais partes interessadas. Na processos, viabilizando ganhos em redução de custos e elevação da
maioria das vezes, nestes casos, o primeiro passo para essa mudança passa a ser repensar a produtividade, baseada em utilização racional de recursos.
estrutura gerencial da Área Técnica, visando comunicar mais adequadamente essa nova visão,
sendo o pilar fundamental para a nova orientação por processos em substituição à orientação A nova estrutura está viabilizando e facilitando, na prática, a
baseada em áreas de conhecimento. implantação dos novos processos na rotina, minimizando resistências e
evitando possíveis problemas de desempenho decorrentes da incorporação
destes novos processos. Outra característica da nova estrutura gerencial
é a flexibilidade e sua sensibilidade à alterações nos processos. Como a
empresa como um todo está tendo seus processos redesenhados,
OBJETIVO
constantemente novas definições podem surgir desses projetos de
otimização. Por exemplo, revisando o processo de manutenção em todas as
Adequar estrutura gerencial da empresa para suportar processos com elevada qualidade, áreas da empresa, surgiu a definição de unificar esse processo de forma
produtividade e flexibilidade, assegurando também a preservação dos diferenciais competitivos relativos corporativa. Essa nova definição, entre outros impactos, alterou a
ao conhecimento científico. estrutura proposta para a Área Técnica, suprimindo-se a área de apoio
referente à “Manutenção de Equipamentos”.
A manutenção do diferencial competitivo relativo ao conhecimento
CASUÍSTICA E MÉTODOS técnico foi assegurado e reconhecido formalmente via estruturação da
Área Científica (com gestor médico específico) e pela valorização dos
especialistas como detentores e disseminadores do conhecimento
Os Processos técnicos foram mapeados e redesenhados visando obter
científico na empresa, viabilizando seu crescimento na organização,
excelência de desempenho, viabilizando o atendimento dos objetivos estratégicos da empresa.
independente da ocupação de um cargo gerencial.
O mapeamento e análise crítica dos processos foi realizado por um grupo de 5 facilitadores
(grupo escolhido entre os gerentes, supervisores e analistas técnicos do laboratório), sob
orientação de um gestor de projeto (formação como Black Belt e Gestor de Processos) e gestão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
de um patrocinador do projeto (Diretor Técnico).
Após mapeamento e análises complementares, foram analisadas estratégias para implantação de • GONÇALVES, J. Processo, que Processo?. Revista de Administração de
novos processos otimizados para a área técnica da empresa. Para implantar os novos processos, Empresas, v. 40, n. 4, p. 8-19, out./dez. 2000.
foi proposta uma nova estrutura gerencial para dar suporte a estes processos. Neste • HAMMER, Michael, CHAMPY, James. Reengineering the corporation. New
planejamento, algumas premissas foram obedecidas: respeito à pessoas (preservar salários e York, HarperBusiness, 1994.
benefícios; garantir comunicação durante processo de mudança), adequação do perfil/habilidade • MENDES, M. E. et al. Gestão por processos no laboratório clínico. 2007.
dos colaboradores às funções a serem desempenhadas, estruturação gerencial baseada em • TARANTINO, D. Why Do Process Redesign Fail? The Physician Executive.
processos (e não por áreas de conhecimento tradicional) e preservação do conhecimento técnico August, 2007.
(entendido como diferencial competitivo da empresa). • WOMACK, J.; JONES, D. Lean Solutions. Rio de Janeiro, Elsevier, 2006.