O documento apresenta uma agenda para um minicurso sobre validação de métodos analíticos. A agenda inclui tópicos como contexto, conceitos teóricos, validação quantitativa e qualitativa. O documento também discute conceitos como especificações de qualidade, fontes de especificações, protocolos de validação e ferramentas para validação de métodos.
Apresentação - Indicadores de desempenho analítico - Congresso SBPC 2010
Curso Validação Métodos - Congresso SBAC 2009 - Fernando Berlitz
1. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
MINICURSO TEÓRICO 7
VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS
FERNANDO BERLITZ
Porto Alegre, 14 de Junho de 2009
AGENDA
• Contexto
• Conceitos Teóricos
• Validação Quantitativa
• Validação Qualitativa
Direitos Reservados ao autor 1
2. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
CONTEXTO
• Novas tecnologias tem sido constantemente
desenvolvidas e disponibilizadas ao laboratório
clínico
• Métodos analíticos atuais são mais padronizados e
mais confiáveis
Evolução Métodos Laboratoriais
1950´s 2000´s
g
Molécula
Sensibilidade
Especificidade
Reprodutibilidade
Acurácia
Direitos Reservados ao autor 2
3. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
CONTEXTO
• Kits comerciais atuais são “pronto para uso”,
utilizando sistemas analíticos fechados e
equipamentos dedicados
• Foco mudou do desenvolvimento de métodos para
a seleção e avaliação desses métodos quanto ao
atendimento dos requisitos exigidos para sua
finalidade específica
CONTEXTO
• A avaliação de métodos nos laboratórios tem
custo não desprezível (reagentes, amostras,
pessoas e tempo)
• Entretanto, se esta avaliação não for realizada de
forma adequada pode contribuir para...
– Erros na decisão médica
– Custos para o sistema de saúde
– Conseqüências indesejadas para o paciente
– Comprometer a i
C t imagem d l b tó i ( i
do laboratório (riscos mercado)
d )
– Comprometer os resultados e, por vezes, até a sobrevivência
da empresa (riscos jurídicos)
Direitos Reservados ao autor 3
4. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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CONTEXTO
• Apesar de todos estes riscos, a maioria dos
laboratórios ignora e importância de uma
adequada avaliação de um método analítico
antes da sua implantação na rotina laboratorial
• As explicações são invariavelmente as mesmas...
– “Alto custo... Impossível de ser absorvido pelo laboratório,
pois as margens são pequenas...”
– “Só os laboratórios grandes podem fazer isso...”
– “Não há necessidade pois já foi testado pelo fabricante”
Não necessidade, fabricante
– “Não sabemos como fazer”
Não é tão difícil assim!
Direitos Reservados ao autor 4
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Mas, voltando ao princípio....
... “Validação de Métodos”
O que é um método?
Método
Método é uma seqüência organizada de
atividades com uma função específica
ç p
Questão Método Solução
Direitos Reservados ao autor 5
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Método = Processo
Insumo Processo Produto
No Laboratório...
Processo Laudo
L d
Amostra
Direitos Reservados ao autor 6
7. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Todo processo atende a uma necessidade...
... de um cliente
Amostra Processo Laudo
Necessidades Requisitos
Necessidades
Atendidas
Clientes
Processos devem asegurar atendimento aos requisitos
dos clientes
Validar
atendimento
aos requisitos
Clientes Amostra
Tempo Qualidade
Necessidades
Tradução Necessidades
Atendidas
Requisitos
Direitos Reservados ao autor 7
8. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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“Devemos validar todo o PROCESSO quanto
ao atendimento dos requisitos dos clientes e
não somente a parte analítica”
Exemplo de Validação
Direitos Reservados ao autor 8
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Exemplo de Validação
O que os meus • Adaptar receitas Satisfação dos
c e tes gostam?
clientes gosta • Testar adaptações clientes
VALIDAÇÃO Atendimento aos
Requisitos
Requisitos
exigidos
assegurados
IMPLANTANDO UM NOVO MÉTODO
ANALÍTICO NA ROTINA
Direitos Reservados ao autor 9
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Estabelecer necessidade
Seleção do método
Definição da
performance desejada
Avaliação de VALIDAÇÃO
desempenho do método VERIFICAÇÃO
Padronização do
sistema de CQ
Implementação na rotina
Cliente Amostra Análises de rotina Rotinas de CQ
Resultado
Necessidade de um novo método
• Melhorar Exatidão e/ou precisão com relação
aos métodos existentes (atualmente utilizados)
• Reduzir custos (reagentes, trabalho, etc.)
• Novos insumos (novo equipamento, por ex.)
• Novo processo
• Novo produto (novo analito a ser determinado)
Direitos Reservados ao autor 10
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SELECIONANDO UM NOVO MÉTODO
ANALÍTICO
Seleção de um novo método
• Avaliar necessidade
– Solicitação Cliente
– Solicitação Médica
– Solicitação Mercado
• Definir características de aplicação
• Definir características do método
• Definir características de performance analítica
Direitos Reservados ao autor 11
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Quem método escolhemos utilizar?
Valor Método
Real Definitivo
VALIDAÇÃO
Método
Rastreabilidade
Referência
VALIDAÇÃO
Valor Método
VERIFICAÇÃO
Observado Rotina
CQ
DEFININDO AS ESPECIFICAÇÕES DE
QUALIDADE
Direitos Reservados ao autor 12
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Especificações = Requisito
Generalizando...
Especificações da qualidade de um ensaio
laboratorial são as necessidades ou requisitos
exigidos pelos clientes médicos...
...com o objetivo de atender plenamente aos clientes
diretos destes (pacientes).
ESPECIFICAÇÕES DE QUALIDADE
• Representam o nível de ERRO a ser aceito para
a análise laboratorial em questão
• Ou seja, qual o ERRO máximo que o meu
método pode apresentar sem que ocorra
impacto importante em termos de DECISÃO
MÉDICA
Direitos Reservados ao autor 13
14. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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QUESTÕES
De
D que ERROS estamos f l d ?
t falando?
Como definir esses ERROS máximos
permitidos?
ESPECIFICAÇÕES DE QUALIDADE
CONCEITO QUALITATIVO MEDIDA QUANTITATIVA
EXATIDÃO (Eficácia)
( ) BIAS
Grau de correlação entre valor Mede a inexatidão ou
médio da distribuição e “valor ERRO SISTEMÁTICO
real”
PRECISÃO (Eficiência) IMPRECISÃO (DP)
Repetibilidade e Medida da dispersão dos
Reprodutibilidade, de curto dados ou ERRO RANDÔMICO
e longo prazo
ADEQUAÇÃO (Efetividade) ERRO TOTAL ANALÍTICO
Sobreposição entre uma medição Somatório das influências dos
única e o “valor real” esperado erros SISTEMÁTICO e
para esta RANDÔMICO
Direitos Reservados ao autor 14
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VALOR MÉDIO
“VALOR REAL” (ANÁLISES SERIADAS)
FONTES DE ESPECIFICAÇÕES
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ESPECIFICAÇÕES: hierarquia
1. Impacto do desempenho analítico em função de
cenário clínico específico
2. Impacto do desempenho analítico em função de
cenário clínico geral
PREFERÊNCIA
PREFERÊNCIA
3. Diretrizes de Sociedades Científicas
4. Limites de entidades regulamentadoras, acreditadoras
e provedores de ensaios de proficiência
5. Estado
5 “Estado da Arte”: dados publicados
Arte :
Fonte:
Hierarquia IUPAC-IFFCC-OMS
Estocolmo, 1999
ESPECIFICAÇÕES:Modelos
Direitos Reservados ao autor 16
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Direitos Reservados ao autor 17
18. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Erro Total máximo baseado em dados de
variação biológica dos analitos
ETa = 1,65 . (0,75 CVI) + 0,375 . (CVI2 + CVG2)1/2
CVI é correspondente à variação biológica intra-individual do analito
CVG é correspondente à variação biológica inter individual do analito
inter-individual
Direitos Reservados ao autor 18
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ESTUDANDO UM MÉTODO ANALÍTICO
Direitos Reservados ao autor 19
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ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE MÉTODOS
• AVALIAÇÃO é a determinação das características de
desempenho analítico de um novo método
• VALIDAÇÃO é a confirmação por estudo e obtenção de
evidências objetivas de que os requisitos para o uso
específico podem ser atendidos
– RDC-302: Validação é o “procedimento que fornece evidências de
que um sistema apresenta desempenho dentro das especificações
da qualidade, de maneira a fornecer resultados válidos”.
• VERIFICAÇÃO é a confirmação por análise das evidências
objetivas de que os requisitos para o uso específico estão
sendo atendidos, nas minhas condições de rotina.
ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE MÉTODOS
• VALIDAÇÃO:
– Ensaios “in house .
in house”
– Ex.: Biologia Molecular
• VERIFICAÇÃO:
– Ensaios comercialmente disponíveis
– Ex.: Ensaios de rotina para bioquímica/inumologia
Direitos Reservados ao autor 20
21. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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O que é VALIDAR um método?
Processo para comprovar que um procedimento,
processo, equipamento ou método pode funcionar da
forma esperada e produzir os resultados desejados.
desejados
Estudo que visa a confirmação, por análise e obtenção
de evidências objetivas, de que os requisitos de
desempenho desejados para uma aplicação analítica
específica podem ser efetivamente obtidos pelo
laboratório.
Porque VALIDAR um método?
• Confirmar que o laboratório é capaz de seguir as
instruções do fabricante do ensaio e obter os
resultados esperados
• Comprovar o adequado desempenho do método
nas condições de uso (indústria vs. laboratório)
• Obter as reais características de performance do
método analítico (utilização em CQ, por ex.)
• Exigência de órgãos/normas reguladores
– CLIA, CAP, RDC302, etc.
Direitos Reservados ao autor 21
22. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Como VALIDAR um método?
• Estimar os ERROS analíticos do método teste
• Comparar os erros obtidos com erros
analíticos máximos aceitáveis e, com base
e
nessa comparação, julgar a aceitabilidade
analítica do método teste (VALIDAÇÃO
ANALÍTICA)
• Avaliar a adequação clínica do método,
analisando a correlação dos resultados obtidos
com o método teste frente à dados ou
desfechos clínicos (VALIDAÇÃO CLÍNICA)
Direitos Reservados ao autor 22
23. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
VALIDAÇÃO ANALÍTICA: Experimentos
Imprecisão
Inexatidão
Fonte: www.westgard.com
ESTUDOS DE VALIDAÇÃO: Protocolos
• Protocolos CLSI
– EP9: Estudos de Comparação de métodos
– EP5: Estudos de Replicação
– EP6: Linearidade
– EP7: Interferências
– ...
Direitos Reservados ao autor 23
24. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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ESTUDOS DE VALIDAÇÃO: Protocolos
• Westgard
– www.westgard.com
– Livros
ESTUDOS DE VALIDAÇÃO: Protocolos
Direitos Reservados ao autor 24
25. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Validação de Métodos: Ferramentas
ERRO RANDÔMICO: IMPRECISÃO
• IMPRECISÃO DE CURTO PRAZO
– Estudo de Replicação “Intra-ensaio” ou “Within-run”
– Várias replicatas (20) de uma mesma amostra analisadas em
batelada única
– Concentrações próximas aos níveis de decisão médica
– Obter dados de imprecisão (DP, CV%)
• IMPRECISÃO DE LONGO PRAZO
– Estudo de Replicação “Inter-ensaio” ou “Between-run”
– Avalia a “Imprecisão total” do método
Imprecisão total
– Várias replicatas de uma mesma amostra analisadas em
diferentes bateladas (e dias) diferentes
– Concentrações próximas aos níveis de decisão médica
– Obter dados de imprecisão (DP, CV%)
Direitos Reservados ao autor 25
26. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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ESTUDO DE REPLICAÇÃO
CV% = ( s / x) * 100
ER = s
ER% = CV%
ERRO SISTEMÁTICO: INEXATIDÃO
• ESTUDO DE COMPARAÇÃO DE MÉTODOS
– Comparação do método teste com método de referência ou
padrão
– Avalia ERRO SISTEMÁTICO CONSTANTE e PROPORCIONAL
• ESTUDO DE INTERFERENTES
– Avaliação de efeito da adição de possíveis interferentes na
amostra
– Avalia ERRO SISTEMÁTICO CONSTANTE
• ESTUDO DE RECUPERAÇÃO
– Avaliação do efeito da adição exógena do analito na amostra
– Avalia ERRO SISTEMÁTICO PROPORCIONAL
Direitos Reservados ao autor 26
27. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
ERRO SISTEMÁTICO CONSTANTE E PROPORCIONAL
ESTUDO DE COMPARAÇÃO DE MÉTODOS
• Mesmas amostras processadas em ambos os
métodos (teste e referência)
– N° amostras: mínimo 40 amostras
t í i t
– Concentrações distribuídas eqüitativamente dentro da faixa de
medição do teste
– Preferencialmente processadas em duplicatas
• Obtenção de dados de correlação e regressão
• Utilização dos dados de regressão para estimar o
ERRO SISTEMÁTICO em níveis de decisão
í i d d i
médica
Direitos Reservados ao autor 27
28. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Comparação de métodos:
Recomendação de Protocolo
• Selecionar o método de referência ou comparativo
• Selecionar 40 amostras contemplando toda a faixa
analítica do método
• Analisar 8 amostras por dia, em período de no
máximo 2 horas, nos métodos teste e referência
• Plotar resultados em um gráfico de diferenças
(
(Bland-Altman) e identifique p
) q possíveis
discrepâncias
• Re-processar amostras com resultados
discrepantes
Comparação de métodos:
Recomendação de Protocolo
• Prosseguir o estudo até o 5° dia, se nenhuma
discrepância for observada
• Plotar um gráfico de dispersão com os resultados
dos dois métodos
• Correlacionar os dois métodos; se coeficiente de
correlação alto, proceder análise de regressão e
estimar o Erro Sistemático nos níveis de decisão
médica
• Combinar o Erro Sistemático com o Erro
Randômico para julgar aceitabilidade do método
Direitos Reservados ao autor 28
29. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Definição do método comparativo
• É uma das etapas mais importantes de todo o estudo de
validação de um novo método
• Todos os resultados obtidos nos estudos para avaliar o novo
método são dependentes da qualidade e relevância do
método comparativo utilizado com referencial
• Preferência: utilizar padrão-ouro (Método Definitivo) para o
teste em estudo
• Mais comum: utilização do método de rotina no laboratório
ç
(em caso de troca de metodologia existente).
– Não é o ideal
– Vamos estar avaliando erros do novo método baseado no desempenho
de um método que pode não ser o mais adequado para aquela análise.
Estudo Preliminar: Correlação
• O objetivo do estudo de correlação é determinar
a força do relacionamento entre duas variáveis
• A análise de correlação indica a existência de
relacionamento entre duas variáveis e se este
relacionamento é forte ou fraco
• Correlação envolve uma forma de estimação, no
caso, a estimativa de uma relação que pode
existir
e istir na população.
pop lação
Direitos Reservados ao autor 29
30. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Coeficiente de Correlação de Pearson
Para uma amostra de “n” pares de valores (x,y) o coeficiente
de correlação ( r ) fornece uma medida da relação linear que
e s e entre
existe e e duas variáveis a ea ó as “X” e “Y”
a á e s aleatórias
Direitos Reservados ao autor 30
31. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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Coeficiente de Correlação (r)
r Correlação
> 0,90 Muito alta 0,975
0.70 a 0.90 Alta
0.50 a 0.70 Moderada
0.30 a 0.50 Baixa
< 0.30 Sem correlação
Cuidado!
Um coeficiente de Referência Teste
correlação (r) elevado 0,50
0 50 1,00
1 00
entre método teste e 0,25 0,50
referência não é 1,00 2,00
suficiente para considerar 0,75 1,50
o método teste adequado 0,20 0,40
para utilização na rotina 0,30 0,60
1,80
1 80 3,60
3 60
0,63 1,26
0,45 0,90
R = 1,00
Teste = 2 x Ref
Direitos Reservados ao autor 31
32. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS
Direitos Reservados ao autor 32
33. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
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REGRESSÃO
Y = a .X + b
Y: concentração do analito no método teste
X: concentração do analito no método referência
a: Coeficiente angular (“Slope” ou “Inclinação” da c r a)
ang lar o curva);
Permite estimativa do Erro Proporcional
b: Coeficiente linear (“Intercept”); Permite estimativa do
Erro Constante
REGRESSÃO
Direitos Reservados ao autor 33
34. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
REGRESSÃO
ES
ER
Direitos Reservados ao autor 34
35. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Por exemplo, r2 = (0,64)2 = 0,41 significa que 41% da variação
observada no método teste depende do método referência, ou
seja, a equação de regressão obtida explica somente 41%
j , q ç g p
dos dados (amostras) estudados
Então, r2 é a “nota” (qualidade, confiabilidade) da equação
de regressão obtida
Regressão no Excel
Direitos Reservados ao autor 35
36. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 36
37. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Análise dos Resíduos
• Resíduo é a diferença entre o valor estimado pelo
modelo e o valor da amostra.
• Deve ser plotado em relação a cada variável
independente e analisado
• Determinação de outliers:
• “Outiers”: “valores estranhos, não esperados”
• “Outiler” = 3 x Erro Padrão (S y,x)
• Analisar cada “outlier” e se pertinente repetir a dosagem
outlier e, pertinente,
em questão ou eliminar o dado
Análise dos Resíduos
Bland - Altman Difference Plot
3
2
% Difference
1
0
-1 0 5 10 15
-2
2
-3
[Cholesterol] mmol/L
Direitos Reservados ao autor 37
38. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
ARMADILHAS DA REGRESSÃO
• Número de dados insuficiente para estimar os
p
parâmetros:
– resulta em um modelo fraco ou com coeficiente fracos
• Interpolação x Extrapolação:
– os indicadores de qualidade do modelo – r2 e ε – não são válidos na
extrapolação
• “Multicolinearidade”:
Multicolinearidade :
– correlação entre variáveis supostamente independentes
ARMADILHAS DA REGRESSÃO
Concentrações devem estar distribuídas
eqüitativamente dentro da faixa
q
de medição do teste
Direitos Reservados ao autor 38
39. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
ESTUDO DE INTERFERENTES
+ Interferência ?
Intercept (b)
EP7 - CLSI
ESTUDO DE RECUPERAÇÃO
p
+ Recuperação?
Slope (a)
Direitos Reservados ao autor 39
40. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Sensibilidade
Vários termos são utilizados para descrever os diferentes
aspectos da sensibilidade analítica mínima do método:
• “Limit of absence (LoA)”:
Limit LoA) :
)
LoA)”:
– É a menor concentração do analito que o método pode diferenciar
de ZERO.
• “Limit of detection (LoD)”:
Limit LoD)”:
– É a concentração mínima do analito cuja presença pode ser
quantitativamente detectada sob condições definidas.
• “Functional sensitivity ou “Limit of quantification
Functional sensitivity” Limit
(LoQ)”:
(LoQ)
– É a concentração mínima do analito cuja presença pode ser
quantitativamente determinada de forma confiável sob condições
definidas. É a concentração na qual o CV é, no máximo, 20%.
Diferentes aspectos da Sensibilidade Analítica
ou Limites de Detecção
Direitos Reservados ao autor 40
41. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
CONCLUINDO SOBRE O DESEMPENHO
ANALÍTICO DO MÉTODO
Interpretando os resultados dos estudos
• Erro Randômico (ER):
– Desvio padrão do estudo de replicação
ER = s
– Coeficiente de Variação da replicação
ER% = CV%
Direitos Reservados ao autor 41
42. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Interpretando os resultados dos estudos
• Erro sistemático (ES):
– Estimar concentração no método teste em Níveis de Decisão
Médica (NDM)
– Exemplo: Supondo um equação de regressão...
“Y” (teste) = 1,02 (a) * “X” (ref) + 0,05 (b)
Substituindo “X” pelo NDM (126, Glicose)...
Y = (1,02 * 126) + 0,05
( , ) ,
Y = 129 mg/dL
é a conc. Glicose no método teste quando analisamos uma
amostra com 126 mg/dL no método de referência
Interpretando os resultados dos estudos
• Erro sistemático (ES):
– Se “X” igual à 126 mg/dL
– Se “Y” igual à 129 mg/dL
Y”
ES = Y - X = 3 mg/dL
ES% = (3/126)*100 = 2,4%
Direitos Reservados ao autor 42
43. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Aceitabilidade dos métodos
Julgar pela comparação de erros obtidos nos
testes com erros permitidos (AE) para a
técnica, nos respectivos níveis de decisão
médica (NDM), pelos órgãos reguladores e/ou
literatura
TEa nível máximo de erro que pode ser tolerado sem
TEa:
invalidar a utilidade médica do resultado
NDM qualquer conc. do analito que seja crítica para
NDM:
interpretação médica (diagnóstico/tratamento)
Avaliação de Performance
ET = ES + ER
ET < ES + ER : rejeitar novo método
ET > ES + ER : aceitar novo método
É o suficiente???
Direitos Reservados ao autor 43
44. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Avaliação de Performance
• Lógica:
– Erro randômico (imprecisão):
• Mais difícil de contornar (minimizar)
• Exige muito controle no processo (incluindo CQ analítico)
• Envolve elevação dos custos
– Erro sistemático (inexatidão):
• Tem alternativas para ser minimizado: calibração, fatores de
ajuste, ajuste de valores de referência, etc.
Então,
E tã na aceitação de um novo método, o
it ã d ét d
INIMIGO É A IMPRECISÃO!!!
Avaliação de Performance: Critério 2
Direitos Reservados ao autor 44
45. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Avaliação de Performance: Critério 2
ER > 0,5*ET: Baixo desempenho
0,5*ET > ER > 0,33*ET: Desempenho Regular
0,33*ET > ER > 0,25*ET: Bom Desempenho
ER < 0,25*ET: Desempenho Excelente
Avaliação de Performance: Critério 3
Direitos Reservados ao autor 45
46. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Avaliação de Performance: Critério 3
ER > 0,5*ET: Desempenho inaceitável
0,5*ET > ER > 0,33*ET: Desempenho Regular
0,33*ET > ER > 0,25*ET: Desempenho intermediário
0,25 ET > ER > 0,16 ET: Bom Desempenho
0 25*ET 0 16*ET:
ER < 0,16*ET: Desempenho Excelente
Avaliação de Performance: Critério 3
Significado dos limites para classificação
de performance baseados em Imprecisão
ER = 0,5*ET ou 1/2*ET ou 2 DPs no intervalo aceitável de ET
ER = 0,33*ET ou 1/3*ET ou 3 DPs no intervalo aceitável de ET
ER = 0,25*ET ou 1/4*ET ou 4 DPs no intervalo aceitável de ET
ER = 0,16*ET ou 1/6*ET ou 6 DPs no intervalo aceitável de ET
6 DPs dentro do intervalo aceitável de ET:
Performance “6-SIGMA”
“6-
Direitos Reservados ao autor 46
47. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Impacto do nível de performance
• < 2 sigma: Não atendimento aos requisitos da qualidade,
sigma:
mesmo quando método está desempenhando em sua
performance padrão. Não aceitável para utilização na
rotina.
ti
• 2 a 4 sigma: Pode atender aos requisitos, quando
sigma:
desempenhando em sua performance padrão. É de difícil
C gestão na rotina, pois requer um robusto sistema de CQ,
U operadores bem treinados, rotina de manutenção
S preventiva agressiva, etc.
T • 4 a 5 sigma:
sigma: Atende aos requisitos de qualidade
O
desejados e pode ser bem gerenciado na rotina, com
menor esforço em termos de CQ, treinamento e
manutenção.
• 6 Sigma: amplamente aceitável e de fácil implantação na
Sigma:
rotina (auto-gerenciável); Menor custo de não-qualidade.
Padrão “6-sigma” na Validação de um
“6-
novo método laboratorial
ES + (6*ER) < ET permitido
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Análise de performance em métrica-sigma
• Vantagens:
– Métrica única, viabilizando comparação entre diferentes
métodos ou processos
p
– Avaliação de desempenho baseado no atendimento de metas
esperadas/desejadas (especificações de
qualidade/desempenho)
– Correlação entre desempenho analítico, erros e custos
• Desvantagens: (Premissas)
– Conhecimento
– Cálculos
– Dependência da fonte de Erro Total utilizada
Métrica-
Métrica-sigma
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Métrica-
Métrica-sigma
Métrica-
Métrica-sigma
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Métrica-
Métrica-sigma
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Performance em métrica-sigma
métrica-
Performance em métrica-sigma
métrica-
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Performance em métrica-sigma
métrica-
Performance em métrica-sigma
métrica-
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VALIDANDO NA PRÁTICA
Exemplo de Validação Realizada
Analito: TSH
Equipamento Teste: J&J Vitros ECi
Equipamento Comparativo: Siemens ADVIA Centaur
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VITROS ECi
ADVIA Centaur
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Berlitz_Validação.Métodos
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Tipo de Regressão
• Existem vários modelos matemáticos disponíveis
para análises de regressão linear
• Os mais utilizados em validação de métodos
laboratoriais são os de “Passing-Bablok”,
“Deming” e “Mínimos Quadrados”
• Estes modelos tem premissas distintas e tem
aplicações e impactos diferenciados nos
resultados de uma validação analítica
Tipo de Regressão
• “Mínimos Quadrados”: assume a inexistência de
erros no método de referência
• “Deming”: utiliza algoritmo de regressão ortogonal
Deming : ortogonal,
assumindo que a imprecisão está presente em ambos
os métodos (teste e referência), e é a mais adequada
quando há presença de erro sistemático proporcional
• “Passing-Bablok”: procedimento estatístico não-
“Passing-
paramétrico cujo algoritmo matemático suporta
variância (imprecisão) não constante em ambos os
métodos comparados
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Tipo de Regressão:
TSH, VITROS ECi
Outros Exemplos
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Berlitz_Validação.Métodos
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Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 59
60. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Using Routine Method
as reference for Bias%
determination
Using Routine Method
as reference for Bias%
determination
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PADRONIZANDO O SISTEMA DE CQ
Direitos Reservados ao autor 61
62. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 62
63. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 63
64. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 64
65. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 65
66. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Métrica-
Métrica-sigma e Regras CQ
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67. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
QC design baseado em desempenho
Direitos Reservados ao autor 67
68. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
QC design baseado em desempenho
QC design baseado em desempenho
Direitos Reservados ao autor 68
69. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 69
70. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
VALIDAÇÃO E “SEIS SIGMA”
1° trabalho sobre “Seis Sigma” publicado em revista
indexada na área de medicina laboratorial
i d d á d di i l b i l
VALIDANDO VALORES DE REFERÊNCIA
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71. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
Direitos Reservados ao autor 71
72. SBAC2009_Fernando 14/06/2009
Berlitz_Validação.Métodos
IMPLANTANDO NA ROTINA
Direitos Reservados ao autor 72
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Berlitz_Validação.Métodos
Implantação na rotina
• Treinamento
• Padronização
• Verificação periódica de desempenho
– Controle do Processo
PADRONIZAÇÃO
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Berlitz_Validação.Métodos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
IMPORTÂNCIA E EFEITOS
• A validação analítica de um método antes da
implantação na rotina é essencial para assegurar a
qualidade da informação diagnóstica fornecida pelo
laboratório
• “Quebra de Paradigma”: Estudos de validação não
geram custos, mas sim evitam custos
desnecessários e conseqüências indesejá eis aos
indesejáveis
clientes e ao negócio
Direitos Reservados ao autor 74
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Berlitz_Validação.Métodos
LIMITAÇÕES
• Validar analiticamente um método não dispensa a
validação clínica do mesmo
• Validação trata prioritariamente de erros
ANALÍTICOS. A maioria dos erros em laboratório são
PRÉ-ANALÍTICOS
• Atendimento de requisitos de qualidade analítica por
um método laboratorial não garante resultados
adequados:
– treinamento, padronização e controle de processo são essenciais
OBRIGADO!
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