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Gramíneas
Forrageiras do
Gênero
Brachiaria
Brachiaria brizantha
Brachiaria decumbens
Brachiaria mutica
Brachiaria ruzizienses
Brachiaria humidicola
Características Gerais
• alta produção de matéria seca
• principais espécies são estoloníferas
• não apresentam problemas limitantes de doenças
• crescimento bem distribuído durante a maior parte do ano
• 70% dos 174 milhões de hectares ocupados por pastagens no Brasil
são constituídos de pastagens cultivadas, a maior parte deles ocupada
por gramíneas do gênero Brachiaria
• Adaptação ampla, abrangendo várzeas inundáveis, margens de
florestas ralas e até regiões semidesérticas
Espécies introduzidas no Brasil
Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf
Brachiaria decumbens - sementes da Austrália
Brachiaria decumbens - introdução IPEAN
Brachiaria dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf
Brachiaria humidicola (Rendel) Schuwnickerdt
Brachiaria radicans Napper
Brachiaria ruziziensis Germain & Evrard
Brachiaria vittata Stapf
Espécies introduzidas no Brasil
Brachiaria extensa Chase
Brachiaria purpurascens (Henr. Blumea)
Brachiaria plantaginea (Link) Hitch
Espécies introduzidas no Brasil, provavelmente há dezenas de anos,
sendo consideradas como nativas
Espécies nativas
Brachiaria adspersa (Trin) Parodi
Brachiaria fasciculata (Se) Parodi
Brachiaria mollis (Sw) Parodi
Brachiaria reptans (L) Gardner & Hubbard
Brachiaria venezuelae (Hack) Heur
Plantas de regiões tropicais, principalmente africanas, abrangendo cerca
de 80 espécies.
Do ponto de vista forrageiro, destaca-se:
Brachiaria decumbens, brizantha e ruziziensis- Região do Brasil Central;
Brachiaria humidicola - Amazônia;
Brachiaria purpurascens - solos úmidos nas regiões litorâneas.
Gramíneas do gênero Brachiaria Características diferenciais
Classificação – Família: Gramineae
Tribo: Paniceae
Gênero : Brachiaria
• Colmo herbáceo, florescendo todos os anos
• Flor hermafrodita ou masculina com 1 a 3 estames
• Espiga unilateral ou panícula
• Espigueta comprimida dorsiventralmente, biflora, com a antécio terminal
frutífero, o basal neutro ou masculino
• As glumas caem com o antécio frutífero
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Características diferenciais
• A inflorescência mede 11 a 24 cm, tem 3-7 espigas com espiguetas
solitárias dispostas em duas fileiras
• Ráquis com 1,5 a 3 mm de largura com pêlos
• Espigueta obtusa de 4-4,6 mm, glabras
Espigueta
Espigueta com gluma e antécio típicos do gênero Brachiaria.
1. Baixo nível de nutrientes
2. Baixa digestibilidade
3. Baixo nível de ingestão
4. Conseqüentemente, baixo valor nutritivo
5. Susceptibilidade à cigarrinha
6. Intoxicação:
fotossensibilização; cara inchada; intoxicação nitrito e nitrato
Problemas comuns das Brachiarias
Brachiaria purpurascens (Forsk) Stapf (anterior: Brachiaria mutica)
• inicialmente classificada como Panicum e introduzida no Brasil em 1820
• nomes comuns:
"Para grass"
"Mauritius grass"
"Angola grass“
capim-angola
capim-bengo
capim-fino,
capim-do-pará
Brachiaria purpurascens
• éspécie perene com colmos floríferos de 2 a 6 m, prostrados
• muitos nós que enraízam formando densa cobertura e nós com pelos
brancos
• folhas glabras ou levemente pilosas, lineares e lanceoladas (100 a 300 mm
de comprimento e 8 a 20 mm de largura)
Brachiaria purpurascens
• Inflorescências em forma de panícula com 10 a 20 rácemos ramificados
(250 a 150 mm de comprimento)
• Espiguetas de 3 a 4 mm de comprimento, glabras, em duas fileiras
Brachiaria purpurascens
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• altas produções e boa qualidade de forragem, sendo largamente distribuída
• pode suportar alagamento por longo tempo, mas não pode ser cultivada
com sucesso em solos secos e áreas semi-áridas.
• adequada para cultivo nos trópicos úmidos, sub-trópicos e áreas úmidas ou
solo irrigado.
• pode ser semeada de imediato (não ocorre dormência de sementes após a
colheita) , porém sementes de baixa viabilidade.
• devido à propagação vegetativa utiliza-se pedaços de colmos prostrados,
que são plantados espaçados de um metro.
• as invasoras são eliminadas posteriormente devido ao vigor competitivo
desta espécie.
Brachiaria purpurascens CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
 Forma de crescimento
 Altura
 Pilosidade
 Inflorescência
 Especificidades
Brachiaria dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf
• espécie perene
• hábito de crescimento semi-ereto
• cor avermelhada, com 1 a 2 m de altura
• estolões finos, fortes, radicantes nos nós
e de coloração púrpura
• rizomas subterrâneos de dois tipos:
um em forma de nódulos pequenos e compactos
outro longo e fino, semelhante a estolões
Brachiaria dictyoneura
• folhas dos estolões curtas e lanceoladas (40 a 60 mm de comprimento e 8
mm de largura)
• folhas dos ramos floríferos são mais estreitas e mais longas (80 a 150 mm)
do que as dos estolões (8 a 10 mm)
• folhas dos ramos vegetativos são lineares (300 a 400 mm de comprimento e
8 mm de largura),
glabras de cor verde pálida,
denticuladas nas margens.
Brachiaria dictyoneura
• inflorescências com rácemos de 2 mm de comprimento e ráquis de 1 mm de
largura
• espiguetas de 7 mm de comprimento
• primeira gluma do comprimento da espigueta e apresenta nervuras
longitudinais, numerosas e paralelas
Brachiaria dictyoneura
• vegeta bem em altitudes que variam desde o nível do mar até 1.800 m,
principalmente em regiões onde a precipitação oscila entre 1.500 e 3.500
mm/ano
• desenvolve-se bem em diferentes tipos de solos apresentando boa
adaptação aos solos franco-arenosos até os argilosos, desde que bem
drenados
• possui boa adaptação e produção de forragem em solos ácidos e de baixa
fertilidade natural
• excelente comportamento em solos arenosos
• responde satisfatoriamente à aplicação de doses moderadas de calcário
dolomítico (1,5 a 2,0 t/ha) e de fósforo (40 a 80 kg de P2O5).
Brachiaria dictyoneura
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• sistema radicular profundo que permite a obtenção de água durante os
períodos de seca
• boa tolerância ao ataque das cigarrinhas-das-pastagens
• requer solos bem drenados e não tolera o encharcamento prolongado
• apresenta boa aceitabilidade pelos animais
• as sementes apresentam dormência, inclusive depois de 8 meses de
colhidas
• forma consorciações equilibradas com leguminosas forrageiras como P.
phaseoloides, D. ovalifolium, A. pintoi, C. macrocarpum, C. acutifolium e S.
guainaensis
Brachiaria dictyoneura
• Estabelecimento realizado por semeadura no início do período chuvoso
• o plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,5 a 1,0 m entre si, a lanço ou
em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utiliza mudas
• a profundidade de semeadura deve ser de 2,0 a 3,0 cm, já que as sementes
são pequenas
• a densidade de semeadura varia de 2 a 3 kg/ha de sementes viáveis
escarificadas com 90 a 95% de pureza
• quando em consorciação com leguminosas,
o plantio pode ser feito a lanço ou em linhas
espaçadas de 1,0 a 1,5 m.
Brachiaria dictyoneura
Brachiaria humidicola (Rendel) Schuwnickerdt
• conhecida como "Creeping signal grass","Coronivia grass" ou Quicuio da
Amazônia
• espécie do leste e sudeste da África, onde ocorre em áreas relativamente
úmidas
• em 1972/73 devido a perdas sérias de Brachiaria decumbens por
cigarrinhas, foi sugerida a propagação de B. humidicola por apresentar-se
tolerante ao inseto na região Amazônica, havendo tendência para substituir
gradualmente a B. decumbens
• também vem ampliando a área plantada na região dos Cerrados
Brachiaria humidicola
• espécie perene com hastes floríferas
com mais de 500 mm e numerosos
estolões, formando cobertura densa
• atinge 1 m de altura e os estolões são
finos, de cor avermelhada, enraizando
nos nós.
• rizomas apresentam-se em dois tipos:
um em nódulos pequenos, compactos e
outro em nódulos longos e finos,
Brachiaria humidicola
• folhas dos estolões curtas e lanceoladas (com 50 a 60 mm de comprimento
e 8 a 10 mm de largura)
• folhas dos ramos floríferos mais estreitas e longas do que as dos estolões
(com 70 a 170 mm de comprimento e 6 a 8 mm de largura)
• folhas dos ramos vegetativos são lineares, com 300 mm de comprimento e
5 mm de largura, glabras, às vezes ligeiramente denticuladas na parte
apical da folha.
Brachiaria humidicola
• inflorescências apresentam de 2 a 5 rácemos (30 a 40 mm de comprimento)
• ráquis possui 1 mm de largura e as espiguetas de 5 mm de comprimento,
bisseriadas ao longo da ráquis
• primeira gluma apresenta
nervuras longitudinais
numerosas e paralelas
• lema estéril apresenta-se
piloso
• flósculo fértil de 4 mm de
comprimento
Brachiaria humidicola
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• embora ocorra abundante
florescimento no ano de
estabelecimento, a formação de
sementes é esparsa
• utiliza-se a propagação por secções
das hastes ou pedaços de touceira
com raízes
• o estabelecimento mais rápido e mais
eficiente tem sido obtido quando os
pedaços de plantas têm um ou mais
afilhos
• em pastagens já estabelecidas surgem
poucas inflorescências
Brachiaria humidicola
• a quantidade de sementes
por hectare na semeadura é
de 4 a 5 kg, quando a
porcentagem de germinação
do lote estiver entre 13 a 20%
• produção de forragem de boa qualidade
• de grande aceitação por cavalos, apesar de
apresentar níveis altos de oxalatos
• a utilização na recria de eqüinos, é viável, podendo, por meio do
fornecimento adequado de mistura mineral apropriada, contornar o
problema causado pelos oxalatos com riscos de osteodistrofias, conduzindo
a bom desempenho na recria de eqüinos
• hospedeiro de cigarrinhas-das-pastagens
• mesmo levando-se em conta suas características agronômicas desejáveis,
não se recomenda o plantio em grandes áreas dessa gramínea por
representar risco a outras espécies de gramíneas consideradas forrageiras
nobres, porém susceptíveis às cigarrinhas-das-pastagens, que ficariam
ameaçadas pelo provável aumento populacional da praga
Brachiaria humidicola cv. Llanero
• doença caracterizada por um inchaço bilateral dos ossos da face
• causada por deficiência de cálcio no sangue que estimula a glândula
paratireóide a produzir um hormônio (paratohormônio) que mobiliza o cálcio
dos ossos para o sangue
• o cálcio retirado dos ossos é substituído por um tecido cicatricial fibroso,
que provoca aumento de volume dos ossos da face
Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada"
• ocorre quando a qualidade da forrageira é baixa:
baixo conteúdo protéico
baixo conteúdo de minerais
elevados teores de fibra
altas concentrações de oxalatos
baixos teores de cálcio
• outros fatores que contribuem são:
- deficiência de cálcio na alimentação
- excesso de fósforo na alimentação (desequilíbrio na relação Ca:P, que
ocorre, normalmente, quando há consumo excessivo de grãos de milho ou
farelo de trigo ou de certas gramíneas, como napier)
- deficiência de vitamina D (necessária para que o cálcio seja absorvido pelo
organismo; é uma causa rara porque ocorre apenas em animais que não
tomam sol).
Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada"
Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada"
Ossos da face e membros de cavalos
com sintomas de cara inchada
Tratamento:
Aumentar a administração de cálcio, diminuir o fósforo e evitar pastagens
ricas em oxalato.
Em estágios mais avançados, administração maciça de cálcio, além de
medicamentos que auxiliem sua absorção.
Iniciar o tratamento nos estágios iniciais, pois, em casos graves, a cara
inchada pode levar o animal à morte por obstrução dos seios nasais.
Prevenção:
Em eqüinos mantidos exclusivamente em pasto, deve-se fornecer misturas
minerais apropriadas e em quantidades adequadas.
Quando for necessária a suplementação com concentrados, deve-se
adicionar fontes de cálcio às rações (carbonato de cálcio, cloreto de cálcio,
fosfato tricálcico e farinha de ostra)
Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada"
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• pastagens de Brachiaria humidicola não devem ser utilizadas para eqüinos
pois apresentam sérios problemas para a saúde e desempenho desse
animais por intoxicação por oxalato
• sintomas da intoxicação:
manqueira, indisposição, cansaço, emagrecimento, fratura, atraso na muda
dos dentes, crescimento irregular dos cascos, tumefação dos ossos da face,
emagrecimento, fraturas espontâneas, distúrbios locomotores e debilidade
progressiva, morte.
• dessa forma, a Brachiaria humidicola não é uma boa opção forrageira para
eqüinos, devendo ser preterida por outras mais indicadas como 'Coastcross-
1' (Cynodon sp.), pasto Ramirez (Paspalum guenoarum), capim Rhodes
(Chloris gayana), Pasto Negro (Paspalum plicatulum), Pensacola (Paspalum
notatum).
Problemas com Oxalato
Conteúdo de cálcio, fósforo, relação cálcio/fósforo, oxalato total e relação
cálcio/oxalato na matéria seca das folhas de algumas gramíneas forrageiras
consideradas potencialmente tóxicas para eqüinos.
Problemas com Oxalato
Forrageiras Nome
comum
%
Ca
% P Ca/P Oxalato Ca/Oxalato
Setaria anceps cv.
Kazungula
Setária 0,27 0,25 1,08 2,80 0,10
Brachiaria humidicola Humidícola 0,41 0,18 2,27 2,85 0,23
Panicum maximum cv.
Colonião
Colonião 0,30 0,14 2,14 2,21 0,13
Brachiaria spp. Tangola 0,34 0,13 2,61 1,55 0,22
Digitaria decumbens cv.
Transvala
Transvala 0,53 0,12 4,42 2,30 0,23
Brachiaria dictyoneura
cv. Llanero
Llanero 0,21 0,17 1,23 1,62 0,13
Pennisetum clandestinum Quicuio 0,36 0,36 1,00 1,30 0,28
• esta espécie está mais relacionada com B. decumbens, da qual difere por
ter porte um pouco maior e apresentar a gluma inferior distante do resto da
espigueta
• possui odor peculiar, semelhante ao capim gordura (Melinis minutiflora
Beauv.)
• é uma gramínea perene,
subereta,
de 1 a 1,5 m de altura,
apresenta a base decumbente
e radicante nos nós inferiores
Brachiaria ruziziensis
• possui rizomas fortes, em forma de tubérculos
arredondados e com até 15 mm de diâmetro
• As folhas são lineares e lanceoladas,
com 100 a 200 mm de comprimento e
15 mm de largura,
pubescentes,
verde amareladas
Brachiaria ruziziensis
• Inflorescência formada por 3 a 6 rácemos de 4 a 10 mm de comprimento
• ráquis largamente alada, com 4 mm de largura, de cor arroxeada
• espiguetas possuem 5 mm de comprimento, pilosas na parte apical,
bisseriadas ao longo da ráquis
• gluma inferior tem 3 mm de comprimento e surge 0,5 a 1 mm abaixo do
resto da espigueta
• flósculo fértil apresenta 4 mm de comprimento.
Brachiaria ruziziensis
• propagada tanto por semente como vegetativamente, por partes da planta
que apresentam raízes
• florescimento muitas vezes abundante, mas as produções de sementes
viáveis é relativamente baixa, atingindo 100 kg/há
• germinação pode ser significativamente aumentada quando as sementes
são tratadas com ácido sulfúrico concentrado por 15 a 20 minutos
(germinação de até 50% dasm sementes recém-colhidas).
• na propagação vegetativa,
o terço superior dos colmos
enraizados apresentam maior
percentagem de propagação
Brachiaria ruziziensis
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Brachiaria radicans ou arrecta (Napper) ou Tanner Grass
• espécie perene
• colmos de 1,20 m ou mais de comprimento
• subereta
• fortemente radicante nos nós inferiores
Brachiaria arrecta
• folhas lanceoladas, de base cordiforme,
de 70 a 150 mm de comprimento e 12 a 25
mm de largura, brilhante de aspecto
suculento e cor verde escura
• nós de cor verde amarelada, salientes,
sem pelos e quando em contato com o solo
emitem raízes.
• inflorescência formada por 6 a 12 racemos, sendo os basais de 40 a 80 mm
de largura
• Espiguetas sub-sésseis, ovadas com 4 mm de comprimento, glabras e
bisseriadas ao longo da ráquis
• Sementes inférteis, e a ráquis é destituída de pelos.
Brachiaria arrecta
• A intoxicação sempre foi atribuída ao nitrato, mas o nível tóxico de nitrato aos
animais está associado ao tipo de forragens e concentrações altas de nitrato em
forragens são necessárias para provocar intoxicação.
• O princípio tóxico ainda não é bem definido, mas altos níveis de nitrato foram
encontrados na planta e no soro de animais infectados.
• Foi levantada à hipótese de que há presença de S-metilcisteína sulfóxido, um
composto não tóxico que em contato com os microrganismos do rumem se
transforma em Dimetilsulfeto, que causa hemólise.
• a toxicidade varia de acordo com fatores:
taxa e quantidade de ingestão da forragem;
tipo de forragem;
nível de energia da dieta;
condição geral de saúde do animal e gestação.
• Wright & Davidson (1964) citaram que níveis de 3.400 a 4.500 ppm de nitrato são
potencialmente tóxicos para bovinos
• o possível tratamento é a remoção do animal da área contaminada, com
fornecimento de suplemento energético para estimular microrganismos do rúmen a
usarem o nitrato e injeção intravenosa de solução de azul de metileno.
Problemas com intoxicação por nitrato
Em condições normais:
Em condições de excesso de nitrato:
Problemas com intoxicação por nitrato
Nitrato em
forragens
Nitrito no
rúmen
Amônia no
rúmen
Proteína
microbiana
no rúmen
Absorção
de nitrito
no sangue
Methemoglobina
Insuficiência
de oxigênio
Morte
do animal
Excesso de
nitrato em
forragens
Acúmulo
de nitrito
no rúmen
•A intoxicação se caracteriza por uma coloração marrom-
avermelhada da urina, andar desequilibrado, mucosas pálidas e
micções freqüentes.
•Há anemia hemolítica e metemoglobinemia, elevado teor de
nitrito no soro sanguíneo e hemoglobinúria.
•Na macroscopia nota-se tumefação dos rins e incoagulabilidade
sanguínea.
•Microscopicamente nota-se necrose hepática e nefrose difusa
acompanhada de gotículas hialinas.
Brachiaria decumbens (Stapf )
• forma relvado com folhas
junto ao solo e é bastante
procurada pelo gado
• pode suportar uma pressão de
pastejo considerável, pois em
Uganda, cargas animais
pesadas converteram
pastagens nativas em
pastagens dominadas por B.
decumbens
• dessa forma, constitui um
capim ideal para o
abafamento de invasoras.
Brachiaria decumbens
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• espécie adaptada a áreas tropicais úmidas de verão chuvoso, com estação
seca não superior a quatro ou cinco meses
• cresce em muitos tipos de solo, porém requer boa drenagem e condições
de média fertilidade para dar os melhores resultados
• requer precipitação acima de 1000 mm, tolerando secas
• no Mato Grosso, a espécie tem tido considerável difusão, tendo-se
destacado pelo bom comportamento em solos de cerrado, apresentando
boas produções de massa verde e tolerância a escassez de chuvas.
• a primeira introdução de B. decumbens no Brasil, ocorreu no IPEAN
(Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária Norte), em 1952.
Brachiaria decumbens
• planta perene, de 30 a 60 cm de altura
• prostrada, geniculada, radicante
• emiti raízes adventícias e brotos novos nos nós inferiores
• rizomas apresentam-se na forma de nódulos pequenos
• Folhas lanceoladas ou linear-lanceoladas, com 10 a 15 cm de comprimento
e 15 mm de largura, macias e densamente pilosas.
Brachiaria decumbens cv. IPEAN
• Inflorescência formada por 1 a 5 rácemos de 20 a 100 mm de comprimento
• ráquis apresenta 1,5 mm de largura
• espiguetas apresentam-se ligeiramente pilosas no ápice, com 5 mm de
comprimento, mostrando-se bisseriadas ao longo da ráquis.
Brachiaria decumbens cv. IPEAN
• espécie perene, de 0,6 a 1 m de altura
• subereta, geniculada em alguns dos nós inferiores e pouco radicante
• rizomas apresentam-se em forma de nódulos pequenos
• folhas linear-lanceoladas, de 150 a 250 mm de comprimento e 20 mm de
largura, rígidas e esparsamente pilosas
• inflorescência formada por 1 a 5 rácemos, de 20 a 100 mm de comprimento
• ráquis de 1,5 mm de largura
• espiguetas são ligeiramente pilosas no ápice com 5 mm de comprimento e
bisseriadas ao longo da ráquis
• pode florescer profusamente, mas poucas sementes serão formadas e
apresentarão pouca germinação, que é atribuída principalmente à
impermeabilidade das peças florais que envolvem firmemente a cariopse.
Brachiaria decumbens cv. Basilisk
• pode ser empregada a propagação vegetativa,
usando-se pedaços de colmos que enraízam
facilmente durante a estação chuvosa
• recomenda-se de 4 a 6 kg de sementes
por hectare ou 2.000 kg de mudas
• para um lote de sementes que apresente 20% de seu peso com sementes
cheias (mais de 60 sementes/g) deve-se empregar 4 kg de semente/ha
• nestas condições obtém-se uma população de 240.000 plantas/ha ou 24
plantas/m2, que deverá ocupar os espaços vazios ainda no primeiro ano de
formação
• deve ser levado em consideração que tem sido encontrada uma variação
bastante acentuada na qualidade de sementes comerciais
• tem sido constatadas apenas 3% de sementes cheias (viáveis)
Brachiaria decumbens cv. Basilisk
• com relação ao tipo de solo, tanto a
B. decumbens quanto a B.
ruziziensis não toleram solos
alagadiços, preferindo terrenos com
solos bem drenados e com boa
fertilidade
• adapta-se a uma grande variedade
de solos, desde que sejam
drenados, tolerando seca e solos de
média fertilidade
• a produção de forragem varia com a
fertilidade do solo e umidade
disponível
Brachiaria decumbens cv. Basilisk
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• os experimentos realizados no IPEAN indicaram que ambas as brachiarias
(IPEAN e Basilisk) não produzem quantidades satisfatórias de forragem em
solos com teores baixos de fósforo (P) e potássio (K)
• em relação ao manejo e à persistência da
forrageira, as informações disponíveis mostram
que a B. decumbens é mais persistente sob cargas
animais mais pesadas e a níveis mais baixos
de fósforo, que muitas gramíneas tropicais
• nos experimentos conduzidos em Campo Grande
no CNPGado de Corte, durante a estação seca
(junho a setembro) pode-se verificar que a carga
animal mais elevada de 2,5 novilhas/ha foi
perfeitamente suportada pela pastagem sem que
se observasse danos as plantas.
Brachiaria decumbens cv. Basilisk
• esporos do fungo Pithomyces chartarum, na
presença de umidade, se desenvolvem e tornam-se
potenciais agentes de problemas hepáticos em bovinos
e ovinos
• o fungo é responsável pela produção da micotoxina esporidesmina, que
ingerida provoca lesões nos ductos biliares, prejudicando o fluxo da bile
• paralela à doença hepática, a micotoxina esporidesmina também é a causa
de uma dermatite, que provoca lesões cutâneas semelhantes a
queimaduras, especialmente nas orelhas, flanco, base da cauda e glúteos.
• Atualmente relaciona-se os episódios com saponinas esteriodais
litogênicas de B. Decumbens . Sais insolúveis sob forma de cristais de
glicuronídeos de epismilagenina e episarsasapogenina
nas células hepáticas e ductos biliares
Problemas com Fotossensibilização
• com a impossibilidade de ser eliminado junto com a bile, o pigmento
filoeritrina, resultante do metabolismo normal da clorofila presente
no capim, se acumula na corrente sangüínea, principalmente na
circulação cutânea.
• por ser fotossensível, ao receber luz solar, esse pigmento reage
fotoquimicamente e libera substâncias nocivas à derme.
Problemas com Fotossensibilização Problemas com Fotossensibilização
• no Brasil, os primeiros casos da doença surgiram em 1975,
coincidentemente a partir do início do pastejo em Brachiaria decumbens,
cultivada com sementes de origem australiana
• suspeita-se, portanto, que as sementes importadas estivessem
contaminadas com esporos do fungo Pithomyces chartarum
• são as regiões de cerrado os locais onde mais se observam casos de
fotossensibilização
• nelas, em razão dos solos arenosos e
de baixa fertilidade, nos quais outros
tipos de pastagens são difíceis de
serem cultivados, a Brachiaria decumbens
se desenvolveu e foi bem aceita pelos
pecuaristas.
Problemas com Fotossensibilização
• o controle da doença se dá através de práticas de manejo dos animais nas
pastagens, visando a manutenção do porte baixo das forrageiras (abaixo de
40 cm de altura), impedindo assim o florescimento e o sombreamento,
fatores responsáveis pelo acúmulo de material vegetativo senescente, na
parte basal das plantas, substrato ideal para intensa esporulação do fungo
• Tratamento:
Proteger o animal da incidência direta de raios solares, mantendo-o em
áreas bem sombreadas;
Em seguida deve-se instituir o tratamento tópico das lesões com soluções
ou pomadas anti-sépticas;
O uso de protetores hepáticos, porém sua eficácia é duvidosa;
Problemas com Fotossensibilização
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Ciclo da Doença
Problemas com Fotossensibilização
Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf
• hábito de crescimento cespitoso, de 1 a 1,5 m de altura
• espécie perene
• colmos eretos ou suberetos, pouco radicantes nos nós inferiores
• bainhas pilosas
• nós glabros e salientes.
• folhas glabras ou pilosas, linear-lanceoladas (com 50 até 400 mm de
comprimento e com largura de 6 a 15 mm)
• pilosas na face ventral e glabras na fase dorsal
• rizomas curtos, de 30 a 50 mm de comprimento, cobertos de escamas
amareladas e brilhantes
Brachiaria brizantha
• Inflorescências formadas por 2 a 12 rácemos (50 a 150 mm de comprimento)
• ráquis apresenta cor roxa escura, com 1 mm de largura
• espiguetas apresentam de 4 a 6 mm de comprimento, glabras ou
ligeiramente pilosas na parte apical
• gluma inferior largamente ovalada e abarca a espigueta em metade de seu
comprimento
Brachiaria brizantha
Principais atributos
Brachiaria brizantha
alta resposta à aplicação de fertilizantes
alta capacidade de cobertura do solo
bom desempenho sob sombreamento
bom valor nutritivo
alta produção de raízes
alta produção de sementes
• propagada por sementes
• propagação vegetativa
considerada impraticável
• quantidade de sementes
a ser empregada dependerá
da qualidade de semente disponível
• qualidade da semente poderá ser verificada pesando-se 1 grama de
sementes e separando as que se apresentarem cheias de chochas ou
vazias
• quando a amostra apresentar em torno de 20% do peso em sementes
cheias (± 60 sementes) será empregado 4 kg de sementes por hectare.
Brachiaria brizantha
• do total da área ocupada por pastagens, estima-se que 60 milhões de
hectares sejam formados pela Brachiaria brizantha cultivar Marandu
• caracteriza-se como planta de porte semi-ereto, com 1,5 a 2,0 m de altura
• se adapta bem a solos de média e boa fertilidade
• tolera elevadas saturações de alumínio
• apresenta boa resposta a adubação
• não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas
• adapta-se até 3.000 metros de altitude, precipitação anual ao redor de 700
mm e cerca de cinco meses de seca no inverno
• possui boa tolerância ao sombreamento, ao fogo e à seca
Brachiaria brizantha cv. Marandu
25/04/2013
11
• é considerada resistente a cigarrinha das pastagens e a formigas
cortadeiras
• é tolerante à acidez, sendo recomendada para solos de média a alta
fertilidade
• possui bom potencial de produção e boa qualidade nutricional quando
comparada a outras gramíneas tropicais
• produtividades superiores a 20 t já foram obtidas
• consorciações podem ser feitas com Arachis pintoi, estilosantes e puerária
• o estabelecimento é feito por sementes
• 1,6 a 2,5 kg de SPV/ha e a melhor profundidade de plantio está na faixa de
2 a 4 cm.
Brachiaria brizantha cv. Marandu Brachiaria brizantha cv. Marandu
• liberada pela Embrapa em 2003 após quinze anos de avaliações
• planta cespitosa, de 1,5 m de altura
• possui folhas lanceoladas e longas,
com poucos pêlos
de coloração verde-escura
• colmos finos e radicantes nos nós
• Inflorescências grandes, com espiguetas em uma só fileira
• é indicada para regiões de clima tropical úmido, com precipitação anual
acima de 800 mm
Brachiaria brizantha cv. Xaraés
• é medianamente exigente em fertilidade e em solos drenados é responsiva
à adubação
• lâminas foliares mais largas que as da cultivar Marandu e a coloração é
verde-escura
• estabelecimento rápido, com melhor rebrotação que a cultivar Marandu
• alta produtividade, especialmente de folhas, a rápida rebrota e o
florescimento tardio, prolongando o período de pastejo até o período seco
• apresenta bom valor nutritivo e alta capacidade de suporte, que resulta em
cerca de 20% maior produtividade animal por hectare quando comparada a
cultivar Marandu (VALLE et al. 2004)
• não apresenta resistência desejável às espécies de cigarrinhas Notozulia
entreriana e Deois flavopicta (VALLE et al. 2004)
Brachiaria brizantha cv. Xaraés
Brachiaria brizantha cv. Xaraés
• hábito de crescimento decumbente, formando touceiras de 1,6 m
• exige solos de média a baixa fertilidade e precipitação pluviométrica de 800
a 3000 mm
• possui boa tolerância à seca
• digestibilidade alta
• rapidez na rebrota, o que a torna mais indicada para pastejo direto e
silagem
• possibilidade de ser plantada em solos mal drenados - é ideal para regiões
de climas tropical e tropical úmido
• possui florescimento tardio e ciclo mais longo
o que mantém sua qualidade por mais tempo
Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória
25/04/2013
12
• selecionada após 16 anos de avaliações pela Embrapa
• crescimento ereto e cespitoso
• porte médio e com altura entre 0,85 e 1,10 m
• colmos verdes e finos (4 mm de diâmetro)
• bainhas foliares têm poucos pêlos claros
• lâmina foliar é glabra medindo até 45 cm de comprimento e 1,8 cm de
largura
• lâmina áspera na face superior e têm bordas serrilhadas e cortantes
• apresenta ainda perfilhamento aéreo
Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã
• inflorescência apresenta maior número de rácemos (até 12), quase
horizontais, com pêlos longos e claros nas bordas e espiguetas sem pêlos e
arroxeadas no ápice
• resistente às cigarrinhas típicas de pastagens, Notozulia entreriana e Deois
flavopicta
• em Campo Grande, MS e em regiões semelhantes, apresenta florescimento
precoce e concentrado nos meses de janeiro-fevereiro
• a produtividade de sementes puras em parcelas experimentais foi de,
aproximadamente, 150 kg/ha/ano em colheitas manuais
• pode ser cultivado no norte de Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, Acre e
Sul do Pará, e em regiões com estação seca de até 5 meses dos Estados
das regiões Centro-Oeste e Sudeste, além das áreas de Mata Atlântica e de
cerrado da Bahia
Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã
• plantio convencional deve ser realizado em época de chuvas bem
distribuídas, como meados de novembro até fevereiro nos cerrados de Mato
Grosso do Sul
• taxa de semeadura de no mínimo 2,5 kg/ha de sementes puras viáveis
numa profundidade entre 2 e 5 cm
• indicado para solos de média fertilidade
• produz forragem de boa qualidade
e acumula de folhas
• possui colmos finos, o que resulta em um melhor aproveitamento pelo
animal
• possui alto valor nutritivo e alta taxa de crescimento e rebrota
Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã
• proveniente do cruzamento nº 625 (Brachiaria ruziziensis clone 44-6 X
Brachiaria brizantha CIAT 6297), realizado em 1988 pelo programa de
pastos tropicais do centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT)
• gramínea perene, vigorosa, de hábito perfilhado e decumbente
• apresenta grande tolerância à cigarrinha-das-pastagens
• em estudo anatômico, observou-se a presença
de células e tecidos com paredes espessadas,
especialmente com lignina que podem representar
dificuldades na digestibilidade e degradabilidade
(SMILJANIC JUNIOR et al., 2007)
• altura da planta com a inflorescência,
varia de 90 a 100 cm
Brachiaria híbrido cv. Mulato
• folhas lineares, lanceoladas, de cor verde intenso, de 35 a 40 cm de
comprimento e 2,5 a 3,0 mm de largura
• caule cor verde intenso e cilíndrico, de 55 a 80 cm de diâmetro
• sistema radicular profundo, sendo resistente à seca
• possui boa recuperação ao desfolhamento pois apresenta mecanismo de
rebrote por gemas basais
• tem boa capacidade para emitir estolões, com rápida recuperação no
pastejo ou corte
• floração tardia e a inflorescência é tipo panícula de até 40 cm de
comprimento, com 4 a 7 rácemos, com dupla fileira de espiguetas ( 42
espiguetas)
Brachiaria híbrido cv. Mulato Brachiaria híbrido cv. Mulato
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13
• B. decumbens: Calopogônio, Pueraria “kudzu”, E.
guianensis, E. capitata, E. macrocefala, Centrosema,
Arachis.
• B. humidicola: Arachis pintoi, Siratro, Guatá.
• B. brizantha cv. marandu: Pueraria “kudzu”,
Centrosema, Guatá.
• B. brizantha cv. Xaraés: Arachis, Calopogônio,
Stylosanthes, Pueraria, Soja perene
• B. ruziziensis: Calopogônio,Siratro, Soja perene.
Consorciação de Brachiarias e Leguminosas
Stylosanthes guianensis
Soja perene
• B. brizantha é mais tolerante ao frio.
• B. decumbens e humidicola desaparecem no inverno (RS) e ressurgem com
vigor na primavera.
• B. brizantha é mais tolerante à seca que B. decumbens, humidícola e
ruziziensis. Cerca de 700 mm e 8 meses de seca.
• B. ruziziensis e decumbens são mais aceitas pelos animais que a B.
brizantha e humidicola (mais áspera e dura).
• B. brizantha e B. decumbens apresentam sementes com alta dormência na
época da colheita, que é quebrada por ocasião do armazenamento (3 a 4
meses e quanto mais frio e seco melhor).
• Altura de corte varia entre 5 e 20 cm do solo.
• De modo geral, apresentam médio valor nutritivo.
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Produção de matéria seca (Kg/ha) de Brachiaria humidicola comparada com
outras gramíneas em sistema de cortes, durante três anos na área do
IPEAN (Belém).
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Gramínea 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
B. humidicola 17.255 18.419 19.064 54.738
B. decumbens 24.455 11.700 15.836 52.081
B. ruziziensis 22.404 14.396 14.167 50.967
Panicum maximum 25.163 15.772 12.206 53.141
Composição química percentual média de B. decumbens em diversos
intervalos entre cortes.
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Intervalo Matéria Fibra Proteína Extrato Extrativo não
entre mineral bruta bruta etéreo nitrogenado CaO P2O5
cortes % % % % % % %
30 dias 5,7 31,1 8,6 2,7 42,0 0,34 0,24
45 dias 5,5 32,4 8,4 2,7 41,0 0,30 0,23
60 dias 5,1 31,9 8,4 2,5 42,1 0,25 0,18
75 dias 4,9 31,3 8,0 2,5 43,2 0,26 0,19
90 dias 4,8 32,3 7,7 2,3 42,9 0,21 0,18
Digestibilidade "in vitro" para gramíneas do gênero Brachiaria, colhidas em
diferentes estádios de maturidade.
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Semanas de crescimento
Brachiaria 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 16
brizantha 78,6 78,3 73,5 76,3 68,4 67,7 65,8 61,1 58,1 60,0 - 58,6 54,6 -
decumbens - 78,2 72,8 73,0 71,9 71,0 66,7 66,9 61,1 63,7 58,9 54,8 - 49,8
mutica - 75,6 78,9 76,4 71,2 - 59,5 61,1 53,8 48,5 - 47,3 - 38,7
ruzizienses 82,5 81,2 79,7 73,9 72,1 72,1 69,2 66,2 68,6 64,0 - 54,8 54,5 40,8
humidicola 76,8 74,1 68,5 73,5 72,0 72,8 68,6 66,5 63,1 59,1 - 55,9 51,4 51,6
Velocidade de estabelecimento por propagação de Brachiaria spp.
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Velocidade de
Espécies estabelecimento (meses) Propagação
B. decumbens 4 Sementes
3 Mudas
B. ruzizienses 3 a 4 Sementes
B. humidicola 11 Mudas
3 Mudas
1 a 5 Mudas
6 a 8 Sementes
B. brizantha cv. Marandu 4 a 5 Sementes
25/04/2013
14
Tolerância das diferentes espécies ás condições climáticas e de manejo.
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Espécie Tolerância
Nome Nome Exigência Solos mal Acidez
científico comum Propagação Nutricional Seca Geada drenados do solo
decumbens Decumbens Sementes Boa Regular Fraca Fraca Boa
brizantha Braquiarão Sementes Média Regular Fraca Fraca Boa
humidicola Quicuio Sementes Boa Fraca Regular Boa Moderada/Baixa
ruzizienses Ruzizienses Sementes Média Fraca Fraca Fraca Regular
mutica Angola Vegetativa Média Fraca Fraca Moderada/Baixa Regular
arrecta Tanner
Grass
Vegetativa Média Regular Regular Moderada/Baixa -
dictyoneura Dictioneura Sementes Boa Fraca Fraca Regular Moderada/Baixa
Comparações entre as espécies de Brachiaria
Espécie de Brachiaria
Fatores decumbens brizantha humidicola ruzizienses mutica arrecta
Seca Regular Boa Fraca Fraca Fraca Fraca
Geada Fraca Boa Regular Fraca Fraca Fraca
Sombra Boa Regular Regular Boa Fraca Fraca
Fogo Boa Regular Regular Fraca Fraca Regular
Fertilidade
do solo
Baixa Boa Baixa Boa Baixa Boa
Cigarrinha Susceptível Resistente Tolerante Susceptível Moderada Moderada
Propagação Sementes Sementes Sementes Sementes Sementes/mudas Mudas

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  • 1. 25/04/2013 1 Gramíneas Forrageiras do Gênero Brachiaria Brachiaria brizantha Brachiaria decumbens Brachiaria mutica Brachiaria ruzizienses Brachiaria humidicola Características Gerais • alta produção de matéria seca • principais espécies são estoloníferas • não apresentam problemas limitantes de doenças • crescimento bem distribuído durante a maior parte do ano • 70% dos 174 milhões de hectares ocupados por pastagens no Brasil são constituídos de pastagens cultivadas, a maior parte deles ocupada por gramíneas do gênero Brachiaria • Adaptação ampla, abrangendo várzeas inundáveis, margens de florestas ralas e até regiões semidesérticas Espécies introduzidas no Brasil Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf Brachiaria decumbens - sementes da Austrália Brachiaria decumbens - introdução IPEAN Brachiaria dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf Brachiaria humidicola (Rendel) Schuwnickerdt Brachiaria radicans Napper Brachiaria ruziziensis Germain & Evrard Brachiaria vittata Stapf Espécies introduzidas no Brasil Brachiaria extensa Chase Brachiaria purpurascens (Henr. Blumea) Brachiaria plantaginea (Link) Hitch Espécies introduzidas no Brasil, provavelmente há dezenas de anos, sendo consideradas como nativas Espécies nativas Brachiaria adspersa (Trin) Parodi Brachiaria fasciculata (Se) Parodi Brachiaria mollis (Sw) Parodi Brachiaria reptans (L) Gardner & Hubbard Brachiaria venezuelae (Hack) Heur Plantas de regiões tropicais, principalmente africanas, abrangendo cerca de 80 espécies. Do ponto de vista forrageiro, destaca-se: Brachiaria decumbens, brizantha e ruziziensis- Região do Brasil Central; Brachiaria humidicola - Amazônia; Brachiaria purpurascens - solos úmidos nas regiões litorâneas. Gramíneas do gênero Brachiaria Características diferenciais Classificação – Família: Gramineae Tribo: Paniceae Gênero : Brachiaria • Colmo herbáceo, florescendo todos os anos • Flor hermafrodita ou masculina com 1 a 3 estames • Espiga unilateral ou panícula • Espigueta comprimida dorsiventralmente, biflora, com a antécio terminal frutífero, o basal neutro ou masculino • As glumas caem com o antécio frutífero
  • 2. 25/04/2013 2 Características diferenciais • A inflorescência mede 11 a 24 cm, tem 3-7 espigas com espiguetas solitárias dispostas em duas fileiras • Ráquis com 1,5 a 3 mm de largura com pêlos • Espigueta obtusa de 4-4,6 mm, glabras Espigueta Espigueta com gluma e antécio típicos do gênero Brachiaria. 1. Baixo nível de nutrientes 2. Baixa digestibilidade 3. Baixo nível de ingestão 4. Conseqüentemente, baixo valor nutritivo 5. Susceptibilidade à cigarrinha 6. Intoxicação: fotossensibilização; cara inchada; intoxicação nitrito e nitrato Problemas comuns das Brachiarias Brachiaria purpurascens (Forsk) Stapf (anterior: Brachiaria mutica) • inicialmente classificada como Panicum e introduzida no Brasil em 1820 • nomes comuns: "Para grass" "Mauritius grass" "Angola grass“ capim-angola capim-bengo capim-fino, capim-do-pará Brachiaria purpurascens • éspécie perene com colmos floríferos de 2 a 6 m, prostrados • muitos nós que enraízam formando densa cobertura e nós com pelos brancos • folhas glabras ou levemente pilosas, lineares e lanceoladas (100 a 300 mm de comprimento e 8 a 20 mm de largura) Brachiaria purpurascens • Inflorescências em forma de panícula com 10 a 20 rácemos ramificados (250 a 150 mm de comprimento) • Espiguetas de 3 a 4 mm de comprimento, glabras, em duas fileiras Brachiaria purpurascens
  • 3. 25/04/2013 3 • altas produções e boa qualidade de forragem, sendo largamente distribuída • pode suportar alagamento por longo tempo, mas não pode ser cultivada com sucesso em solos secos e áreas semi-áridas. • adequada para cultivo nos trópicos úmidos, sub-trópicos e áreas úmidas ou solo irrigado. • pode ser semeada de imediato (não ocorre dormência de sementes após a colheita) , porém sementes de baixa viabilidade. • devido à propagação vegetativa utiliza-se pedaços de colmos prostrados, que são plantados espaçados de um metro. • as invasoras são eliminadas posteriormente devido ao vigor competitivo desta espécie. Brachiaria purpurascens CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:  Forma de crescimento  Altura  Pilosidade  Inflorescência  Especificidades Brachiaria dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf • espécie perene • hábito de crescimento semi-ereto • cor avermelhada, com 1 a 2 m de altura • estolões finos, fortes, radicantes nos nós e de coloração púrpura • rizomas subterrâneos de dois tipos: um em forma de nódulos pequenos e compactos outro longo e fino, semelhante a estolões Brachiaria dictyoneura • folhas dos estolões curtas e lanceoladas (40 a 60 mm de comprimento e 8 mm de largura) • folhas dos ramos floríferos são mais estreitas e mais longas (80 a 150 mm) do que as dos estolões (8 a 10 mm) • folhas dos ramos vegetativos são lineares (300 a 400 mm de comprimento e 8 mm de largura), glabras de cor verde pálida, denticuladas nas margens. Brachiaria dictyoneura • inflorescências com rácemos de 2 mm de comprimento e ráquis de 1 mm de largura • espiguetas de 7 mm de comprimento • primeira gluma do comprimento da espigueta e apresenta nervuras longitudinais, numerosas e paralelas Brachiaria dictyoneura • vegeta bem em altitudes que variam desde o nível do mar até 1.800 m, principalmente em regiões onde a precipitação oscila entre 1.500 e 3.500 mm/ano • desenvolve-se bem em diferentes tipos de solos apresentando boa adaptação aos solos franco-arenosos até os argilosos, desde que bem drenados • possui boa adaptação e produção de forragem em solos ácidos e de baixa fertilidade natural • excelente comportamento em solos arenosos • responde satisfatoriamente à aplicação de doses moderadas de calcário dolomítico (1,5 a 2,0 t/ha) e de fósforo (40 a 80 kg de P2O5). Brachiaria dictyoneura
  • 4. 25/04/2013 4 • sistema radicular profundo que permite a obtenção de água durante os períodos de seca • boa tolerância ao ataque das cigarrinhas-das-pastagens • requer solos bem drenados e não tolera o encharcamento prolongado • apresenta boa aceitabilidade pelos animais • as sementes apresentam dormência, inclusive depois de 8 meses de colhidas • forma consorciações equilibradas com leguminosas forrageiras como P. phaseoloides, D. ovalifolium, A. pintoi, C. macrocarpum, C. acutifolium e S. guainaensis Brachiaria dictyoneura • Estabelecimento realizado por semeadura no início do período chuvoso • o plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,5 a 1,0 m entre si, a lanço ou em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utiliza mudas • a profundidade de semeadura deve ser de 2,0 a 3,0 cm, já que as sementes são pequenas • a densidade de semeadura varia de 2 a 3 kg/ha de sementes viáveis escarificadas com 90 a 95% de pureza • quando em consorciação com leguminosas, o plantio pode ser feito a lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 a 1,5 m. Brachiaria dictyoneura Brachiaria humidicola (Rendel) Schuwnickerdt • conhecida como "Creeping signal grass","Coronivia grass" ou Quicuio da Amazônia • espécie do leste e sudeste da África, onde ocorre em áreas relativamente úmidas • em 1972/73 devido a perdas sérias de Brachiaria decumbens por cigarrinhas, foi sugerida a propagação de B. humidicola por apresentar-se tolerante ao inseto na região Amazônica, havendo tendência para substituir gradualmente a B. decumbens • também vem ampliando a área plantada na região dos Cerrados Brachiaria humidicola • espécie perene com hastes floríferas com mais de 500 mm e numerosos estolões, formando cobertura densa • atinge 1 m de altura e os estolões são finos, de cor avermelhada, enraizando nos nós. • rizomas apresentam-se em dois tipos: um em nódulos pequenos, compactos e outro em nódulos longos e finos, Brachiaria humidicola • folhas dos estolões curtas e lanceoladas (com 50 a 60 mm de comprimento e 8 a 10 mm de largura) • folhas dos ramos floríferos mais estreitas e longas do que as dos estolões (com 70 a 170 mm de comprimento e 6 a 8 mm de largura) • folhas dos ramos vegetativos são lineares, com 300 mm de comprimento e 5 mm de largura, glabras, às vezes ligeiramente denticuladas na parte apical da folha. Brachiaria humidicola • inflorescências apresentam de 2 a 5 rácemos (30 a 40 mm de comprimento) • ráquis possui 1 mm de largura e as espiguetas de 5 mm de comprimento, bisseriadas ao longo da ráquis • primeira gluma apresenta nervuras longitudinais numerosas e paralelas • lema estéril apresenta-se piloso • flósculo fértil de 4 mm de comprimento Brachiaria humidicola
  • 5. 25/04/2013 5 • embora ocorra abundante florescimento no ano de estabelecimento, a formação de sementes é esparsa • utiliza-se a propagação por secções das hastes ou pedaços de touceira com raízes • o estabelecimento mais rápido e mais eficiente tem sido obtido quando os pedaços de plantas têm um ou mais afilhos • em pastagens já estabelecidas surgem poucas inflorescências Brachiaria humidicola • a quantidade de sementes por hectare na semeadura é de 4 a 5 kg, quando a porcentagem de germinação do lote estiver entre 13 a 20% • produção de forragem de boa qualidade • de grande aceitação por cavalos, apesar de apresentar níveis altos de oxalatos • a utilização na recria de eqüinos, é viável, podendo, por meio do fornecimento adequado de mistura mineral apropriada, contornar o problema causado pelos oxalatos com riscos de osteodistrofias, conduzindo a bom desempenho na recria de eqüinos • hospedeiro de cigarrinhas-das-pastagens • mesmo levando-se em conta suas características agronômicas desejáveis, não se recomenda o plantio em grandes áreas dessa gramínea por representar risco a outras espécies de gramíneas consideradas forrageiras nobres, porém susceptíveis às cigarrinhas-das-pastagens, que ficariam ameaçadas pelo provável aumento populacional da praga Brachiaria humidicola cv. Llanero • doença caracterizada por um inchaço bilateral dos ossos da face • causada por deficiência de cálcio no sangue que estimula a glândula paratireóide a produzir um hormônio (paratohormônio) que mobiliza o cálcio dos ossos para o sangue • o cálcio retirado dos ossos é substituído por um tecido cicatricial fibroso, que provoca aumento de volume dos ossos da face Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada" • ocorre quando a qualidade da forrageira é baixa: baixo conteúdo protéico baixo conteúdo de minerais elevados teores de fibra altas concentrações de oxalatos baixos teores de cálcio • outros fatores que contribuem são: - deficiência de cálcio na alimentação - excesso de fósforo na alimentação (desequilíbrio na relação Ca:P, que ocorre, normalmente, quando há consumo excessivo de grãos de milho ou farelo de trigo ou de certas gramíneas, como napier) - deficiência de vitamina D (necessária para que o cálcio seja absorvido pelo organismo; é uma causa rara porque ocorre apenas em animais que não tomam sol). Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada" Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada" Ossos da face e membros de cavalos com sintomas de cara inchada Tratamento: Aumentar a administração de cálcio, diminuir o fósforo e evitar pastagens ricas em oxalato. Em estágios mais avançados, administração maciça de cálcio, além de medicamentos que auxiliem sua absorção. Iniciar o tratamento nos estágios iniciais, pois, em casos graves, a cara inchada pode levar o animal à morte por obstrução dos seios nasais. Prevenção: Em eqüinos mantidos exclusivamente em pasto, deve-se fornecer misturas minerais apropriadas e em quantidades adequadas. Quando for necessária a suplementação com concentrados, deve-se adicionar fontes de cálcio às rações (carbonato de cálcio, cloreto de cálcio, fosfato tricálcico e farinha de ostra) Problema da Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada"
  • 6. 25/04/2013 6 • pastagens de Brachiaria humidicola não devem ser utilizadas para eqüinos pois apresentam sérios problemas para a saúde e desempenho desse animais por intoxicação por oxalato • sintomas da intoxicação: manqueira, indisposição, cansaço, emagrecimento, fratura, atraso na muda dos dentes, crescimento irregular dos cascos, tumefação dos ossos da face, emagrecimento, fraturas espontâneas, distúrbios locomotores e debilidade progressiva, morte. • dessa forma, a Brachiaria humidicola não é uma boa opção forrageira para eqüinos, devendo ser preterida por outras mais indicadas como 'Coastcross- 1' (Cynodon sp.), pasto Ramirez (Paspalum guenoarum), capim Rhodes (Chloris gayana), Pasto Negro (Paspalum plicatulum), Pensacola (Paspalum notatum). Problemas com Oxalato Conteúdo de cálcio, fósforo, relação cálcio/fósforo, oxalato total e relação cálcio/oxalato na matéria seca das folhas de algumas gramíneas forrageiras consideradas potencialmente tóxicas para eqüinos. Problemas com Oxalato Forrageiras Nome comum % Ca % P Ca/P Oxalato Ca/Oxalato Setaria anceps cv. Kazungula Setária 0,27 0,25 1,08 2,80 0,10 Brachiaria humidicola Humidícola 0,41 0,18 2,27 2,85 0,23 Panicum maximum cv. Colonião Colonião 0,30 0,14 2,14 2,21 0,13 Brachiaria spp. Tangola 0,34 0,13 2,61 1,55 0,22 Digitaria decumbens cv. Transvala Transvala 0,53 0,12 4,42 2,30 0,23 Brachiaria dictyoneura cv. Llanero Llanero 0,21 0,17 1,23 1,62 0,13 Pennisetum clandestinum Quicuio 0,36 0,36 1,00 1,30 0,28 • esta espécie está mais relacionada com B. decumbens, da qual difere por ter porte um pouco maior e apresentar a gluma inferior distante do resto da espigueta • possui odor peculiar, semelhante ao capim gordura (Melinis minutiflora Beauv.) • é uma gramínea perene, subereta, de 1 a 1,5 m de altura, apresenta a base decumbente e radicante nos nós inferiores Brachiaria ruziziensis • possui rizomas fortes, em forma de tubérculos arredondados e com até 15 mm de diâmetro • As folhas são lineares e lanceoladas, com 100 a 200 mm de comprimento e 15 mm de largura, pubescentes, verde amareladas Brachiaria ruziziensis • Inflorescência formada por 3 a 6 rácemos de 4 a 10 mm de comprimento • ráquis largamente alada, com 4 mm de largura, de cor arroxeada • espiguetas possuem 5 mm de comprimento, pilosas na parte apical, bisseriadas ao longo da ráquis • gluma inferior tem 3 mm de comprimento e surge 0,5 a 1 mm abaixo do resto da espigueta • flósculo fértil apresenta 4 mm de comprimento. Brachiaria ruziziensis • propagada tanto por semente como vegetativamente, por partes da planta que apresentam raízes • florescimento muitas vezes abundante, mas as produções de sementes viáveis é relativamente baixa, atingindo 100 kg/há • germinação pode ser significativamente aumentada quando as sementes são tratadas com ácido sulfúrico concentrado por 15 a 20 minutos (germinação de até 50% dasm sementes recém-colhidas). • na propagação vegetativa, o terço superior dos colmos enraizados apresentam maior percentagem de propagação Brachiaria ruziziensis
  • 7. 25/04/2013 7 Brachiaria radicans ou arrecta (Napper) ou Tanner Grass • espécie perene • colmos de 1,20 m ou mais de comprimento • subereta • fortemente radicante nos nós inferiores Brachiaria arrecta • folhas lanceoladas, de base cordiforme, de 70 a 150 mm de comprimento e 12 a 25 mm de largura, brilhante de aspecto suculento e cor verde escura • nós de cor verde amarelada, salientes, sem pelos e quando em contato com o solo emitem raízes. • inflorescência formada por 6 a 12 racemos, sendo os basais de 40 a 80 mm de largura • Espiguetas sub-sésseis, ovadas com 4 mm de comprimento, glabras e bisseriadas ao longo da ráquis • Sementes inférteis, e a ráquis é destituída de pelos. Brachiaria arrecta • A intoxicação sempre foi atribuída ao nitrato, mas o nível tóxico de nitrato aos animais está associado ao tipo de forragens e concentrações altas de nitrato em forragens são necessárias para provocar intoxicação. • O princípio tóxico ainda não é bem definido, mas altos níveis de nitrato foram encontrados na planta e no soro de animais infectados. • Foi levantada à hipótese de que há presença de S-metilcisteína sulfóxido, um composto não tóxico que em contato com os microrganismos do rumem se transforma em Dimetilsulfeto, que causa hemólise. • a toxicidade varia de acordo com fatores: taxa e quantidade de ingestão da forragem; tipo de forragem; nível de energia da dieta; condição geral de saúde do animal e gestação. • Wright & Davidson (1964) citaram que níveis de 3.400 a 4.500 ppm de nitrato são potencialmente tóxicos para bovinos • o possível tratamento é a remoção do animal da área contaminada, com fornecimento de suplemento energético para estimular microrganismos do rúmen a usarem o nitrato e injeção intravenosa de solução de azul de metileno. Problemas com intoxicação por nitrato Em condições normais: Em condições de excesso de nitrato: Problemas com intoxicação por nitrato Nitrato em forragens Nitrito no rúmen Amônia no rúmen Proteína microbiana no rúmen Absorção de nitrito no sangue Methemoglobina Insuficiência de oxigênio Morte do animal Excesso de nitrato em forragens Acúmulo de nitrito no rúmen •A intoxicação se caracteriza por uma coloração marrom- avermelhada da urina, andar desequilibrado, mucosas pálidas e micções freqüentes. •Há anemia hemolítica e metemoglobinemia, elevado teor de nitrito no soro sanguíneo e hemoglobinúria. •Na macroscopia nota-se tumefação dos rins e incoagulabilidade sanguínea. •Microscopicamente nota-se necrose hepática e nefrose difusa acompanhada de gotículas hialinas. Brachiaria decumbens (Stapf ) • forma relvado com folhas junto ao solo e é bastante procurada pelo gado • pode suportar uma pressão de pastejo considerável, pois em Uganda, cargas animais pesadas converteram pastagens nativas em pastagens dominadas por B. decumbens • dessa forma, constitui um capim ideal para o abafamento de invasoras. Brachiaria decumbens
  • 8. 25/04/2013 8 • espécie adaptada a áreas tropicais úmidas de verão chuvoso, com estação seca não superior a quatro ou cinco meses • cresce em muitos tipos de solo, porém requer boa drenagem e condições de média fertilidade para dar os melhores resultados • requer precipitação acima de 1000 mm, tolerando secas • no Mato Grosso, a espécie tem tido considerável difusão, tendo-se destacado pelo bom comportamento em solos de cerrado, apresentando boas produções de massa verde e tolerância a escassez de chuvas. • a primeira introdução de B. decumbens no Brasil, ocorreu no IPEAN (Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária Norte), em 1952. Brachiaria decumbens • planta perene, de 30 a 60 cm de altura • prostrada, geniculada, radicante • emiti raízes adventícias e brotos novos nos nós inferiores • rizomas apresentam-se na forma de nódulos pequenos • Folhas lanceoladas ou linear-lanceoladas, com 10 a 15 cm de comprimento e 15 mm de largura, macias e densamente pilosas. Brachiaria decumbens cv. IPEAN • Inflorescência formada por 1 a 5 rácemos de 20 a 100 mm de comprimento • ráquis apresenta 1,5 mm de largura • espiguetas apresentam-se ligeiramente pilosas no ápice, com 5 mm de comprimento, mostrando-se bisseriadas ao longo da ráquis. Brachiaria decumbens cv. IPEAN • espécie perene, de 0,6 a 1 m de altura • subereta, geniculada em alguns dos nós inferiores e pouco radicante • rizomas apresentam-se em forma de nódulos pequenos • folhas linear-lanceoladas, de 150 a 250 mm de comprimento e 20 mm de largura, rígidas e esparsamente pilosas • inflorescência formada por 1 a 5 rácemos, de 20 a 100 mm de comprimento • ráquis de 1,5 mm de largura • espiguetas são ligeiramente pilosas no ápice com 5 mm de comprimento e bisseriadas ao longo da ráquis • pode florescer profusamente, mas poucas sementes serão formadas e apresentarão pouca germinação, que é atribuída principalmente à impermeabilidade das peças florais que envolvem firmemente a cariopse. Brachiaria decumbens cv. Basilisk • pode ser empregada a propagação vegetativa, usando-se pedaços de colmos que enraízam facilmente durante a estação chuvosa • recomenda-se de 4 a 6 kg de sementes por hectare ou 2.000 kg de mudas • para um lote de sementes que apresente 20% de seu peso com sementes cheias (mais de 60 sementes/g) deve-se empregar 4 kg de semente/ha • nestas condições obtém-se uma população de 240.000 plantas/ha ou 24 plantas/m2, que deverá ocupar os espaços vazios ainda no primeiro ano de formação • deve ser levado em consideração que tem sido encontrada uma variação bastante acentuada na qualidade de sementes comerciais • tem sido constatadas apenas 3% de sementes cheias (viáveis) Brachiaria decumbens cv. Basilisk • com relação ao tipo de solo, tanto a B. decumbens quanto a B. ruziziensis não toleram solos alagadiços, preferindo terrenos com solos bem drenados e com boa fertilidade • adapta-se a uma grande variedade de solos, desde que sejam drenados, tolerando seca e solos de média fertilidade • a produção de forragem varia com a fertilidade do solo e umidade disponível Brachiaria decumbens cv. Basilisk
  • 9. 25/04/2013 9 • os experimentos realizados no IPEAN indicaram que ambas as brachiarias (IPEAN e Basilisk) não produzem quantidades satisfatórias de forragem em solos com teores baixos de fósforo (P) e potássio (K) • em relação ao manejo e à persistência da forrageira, as informações disponíveis mostram que a B. decumbens é mais persistente sob cargas animais mais pesadas e a níveis mais baixos de fósforo, que muitas gramíneas tropicais • nos experimentos conduzidos em Campo Grande no CNPGado de Corte, durante a estação seca (junho a setembro) pode-se verificar que a carga animal mais elevada de 2,5 novilhas/ha foi perfeitamente suportada pela pastagem sem que se observasse danos as plantas. Brachiaria decumbens cv. Basilisk • esporos do fungo Pithomyces chartarum, na presença de umidade, se desenvolvem e tornam-se potenciais agentes de problemas hepáticos em bovinos e ovinos • o fungo é responsável pela produção da micotoxina esporidesmina, que ingerida provoca lesões nos ductos biliares, prejudicando o fluxo da bile • paralela à doença hepática, a micotoxina esporidesmina também é a causa de uma dermatite, que provoca lesões cutâneas semelhantes a queimaduras, especialmente nas orelhas, flanco, base da cauda e glúteos. • Atualmente relaciona-se os episódios com saponinas esteriodais litogênicas de B. Decumbens . Sais insolúveis sob forma de cristais de glicuronídeos de epismilagenina e episarsasapogenina nas células hepáticas e ductos biliares Problemas com Fotossensibilização • com a impossibilidade de ser eliminado junto com a bile, o pigmento filoeritrina, resultante do metabolismo normal da clorofila presente no capim, se acumula na corrente sangüínea, principalmente na circulação cutânea. • por ser fotossensível, ao receber luz solar, esse pigmento reage fotoquimicamente e libera substâncias nocivas à derme. Problemas com Fotossensibilização Problemas com Fotossensibilização • no Brasil, os primeiros casos da doença surgiram em 1975, coincidentemente a partir do início do pastejo em Brachiaria decumbens, cultivada com sementes de origem australiana • suspeita-se, portanto, que as sementes importadas estivessem contaminadas com esporos do fungo Pithomyces chartarum • são as regiões de cerrado os locais onde mais se observam casos de fotossensibilização • nelas, em razão dos solos arenosos e de baixa fertilidade, nos quais outros tipos de pastagens são difíceis de serem cultivados, a Brachiaria decumbens se desenvolveu e foi bem aceita pelos pecuaristas. Problemas com Fotossensibilização • o controle da doença se dá através de práticas de manejo dos animais nas pastagens, visando a manutenção do porte baixo das forrageiras (abaixo de 40 cm de altura), impedindo assim o florescimento e o sombreamento, fatores responsáveis pelo acúmulo de material vegetativo senescente, na parte basal das plantas, substrato ideal para intensa esporulação do fungo • Tratamento: Proteger o animal da incidência direta de raios solares, mantendo-o em áreas bem sombreadas; Em seguida deve-se instituir o tratamento tópico das lesões com soluções ou pomadas anti-sépticas; O uso de protetores hepáticos, porém sua eficácia é duvidosa; Problemas com Fotossensibilização
  • 10. 25/04/2013 10 Ciclo da Doença Problemas com Fotossensibilização Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf • hábito de crescimento cespitoso, de 1 a 1,5 m de altura • espécie perene • colmos eretos ou suberetos, pouco radicantes nos nós inferiores • bainhas pilosas • nós glabros e salientes. • folhas glabras ou pilosas, linear-lanceoladas (com 50 até 400 mm de comprimento e com largura de 6 a 15 mm) • pilosas na face ventral e glabras na fase dorsal • rizomas curtos, de 30 a 50 mm de comprimento, cobertos de escamas amareladas e brilhantes Brachiaria brizantha • Inflorescências formadas por 2 a 12 rácemos (50 a 150 mm de comprimento) • ráquis apresenta cor roxa escura, com 1 mm de largura • espiguetas apresentam de 4 a 6 mm de comprimento, glabras ou ligeiramente pilosas na parte apical • gluma inferior largamente ovalada e abarca a espigueta em metade de seu comprimento Brachiaria brizantha Principais atributos Brachiaria brizantha alta resposta à aplicação de fertilizantes alta capacidade de cobertura do solo bom desempenho sob sombreamento bom valor nutritivo alta produção de raízes alta produção de sementes • propagada por sementes • propagação vegetativa considerada impraticável • quantidade de sementes a ser empregada dependerá da qualidade de semente disponível • qualidade da semente poderá ser verificada pesando-se 1 grama de sementes e separando as que se apresentarem cheias de chochas ou vazias • quando a amostra apresentar em torno de 20% do peso em sementes cheias (± 60 sementes) será empregado 4 kg de sementes por hectare. Brachiaria brizantha • do total da área ocupada por pastagens, estima-se que 60 milhões de hectares sejam formados pela Brachiaria brizantha cultivar Marandu • caracteriza-se como planta de porte semi-ereto, com 1,5 a 2,0 m de altura • se adapta bem a solos de média e boa fertilidade • tolera elevadas saturações de alumínio • apresenta boa resposta a adubação • não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas • adapta-se até 3.000 metros de altitude, precipitação anual ao redor de 700 mm e cerca de cinco meses de seca no inverno • possui boa tolerância ao sombreamento, ao fogo e à seca Brachiaria brizantha cv. Marandu
  • 11. 25/04/2013 11 • é considerada resistente a cigarrinha das pastagens e a formigas cortadeiras • é tolerante à acidez, sendo recomendada para solos de média a alta fertilidade • possui bom potencial de produção e boa qualidade nutricional quando comparada a outras gramíneas tropicais • produtividades superiores a 20 t já foram obtidas • consorciações podem ser feitas com Arachis pintoi, estilosantes e puerária • o estabelecimento é feito por sementes • 1,6 a 2,5 kg de SPV/ha e a melhor profundidade de plantio está na faixa de 2 a 4 cm. Brachiaria brizantha cv. Marandu Brachiaria brizantha cv. Marandu • liberada pela Embrapa em 2003 após quinze anos de avaliações • planta cespitosa, de 1,5 m de altura • possui folhas lanceoladas e longas, com poucos pêlos de coloração verde-escura • colmos finos e radicantes nos nós • Inflorescências grandes, com espiguetas em uma só fileira • é indicada para regiões de clima tropical úmido, com precipitação anual acima de 800 mm Brachiaria brizantha cv. Xaraés • é medianamente exigente em fertilidade e em solos drenados é responsiva à adubação • lâminas foliares mais largas que as da cultivar Marandu e a coloração é verde-escura • estabelecimento rápido, com melhor rebrotação que a cultivar Marandu • alta produtividade, especialmente de folhas, a rápida rebrota e o florescimento tardio, prolongando o período de pastejo até o período seco • apresenta bom valor nutritivo e alta capacidade de suporte, que resulta em cerca de 20% maior produtividade animal por hectare quando comparada a cultivar Marandu (VALLE et al. 2004) • não apresenta resistência desejável às espécies de cigarrinhas Notozulia entreriana e Deois flavopicta (VALLE et al. 2004) Brachiaria brizantha cv. Xaraés Brachiaria brizantha cv. Xaraés • hábito de crescimento decumbente, formando touceiras de 1,6 m • exige solos de média a baixa fertilidade e precipitação pluviométrica de 800 a 3000 mm • possui boa tolerância à seca • digestibilidade alta • rapidez na rebrota, o que a torna mais indicada para pastejo direto e silagem • possibilidade de ser plantada em solos mal drenados - é ideal para regiões de climas tropical e tropical úmido • possui florescimento tardio e ciclo mais longo o que mantém sua qualidade por mais tempo Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória
  • 12. 25/04/2013 12 • selecionada após 16 anos de avaliações pela Embrapa • crescimento ereto e cespitoso • porte médio e com altura entre 0,85 e 1,10 m • colmos verdes e finos (4 mm de diâmetro) • bainhas foliares têm poucos pêlos claros • lâmina foliar é glabra medindo até 45 cm de comprimento e 1,8 cm de largura • lâmina áspera na face superior e têm bordas serrilhadas e cortantes • apresenta ainda perfilhamento aéreo Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã • inflorescência apresenta maior número de rácemos (até 12), quase horizontais, com pêlos longos e claros nas bordas e espiguetas sem pêlos e arroxeadas no ápice • resistente às cigarrinhas típicas de pastagens, Notozulia entreriana e Deois flavopicta • em Campo Grande, MS e em regiões semelhantes, apresenta florescimento precoce e concentrado nos meses de janeiro-fevereiro • a produtividade de sementes puras em parcelas experimentais foi de, aproximadamente, 150 kg/ha/ano em colheitas manuais • pode ser cultivado no norte de Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, Acre e Sul do Pará, e em regiões com estação seca de até 5 meses dos Estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, além das áreas de Mata Atlântica e de cerrado da Bahia Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã • plantio convencional deve ser realizado em época de chuvas bem distribuídas, como meados de novembro até fevereiro nos cerrados de Mato Grosso do Sul • taxa de semeadura de no mínimo 2,5 kg/ha de sementes puras viáveis numa profundidade entre 2 e 5 cm • indicado para solos de média fertilidade • produz forragem de boa qualidade e acumula de folhas • possui colmos finos, o que resulta em um melhor aproveitamento pelo animal • possui alto valor nutritivo e alta taxa de crescimento e rebrota Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã • proveniente do cruzamento nº 625 (Brachiaria ruziziensis clone 44-6 X Brachiaria brizantha CIAT 6297), realizado em 1988 pelo programa de pastos tropicais do centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) • gramínea perene, vigorosa, de hábito perfilhado e decumbente • apresenta grande tolerância à cigarrinha-das-pastagens • em estudo anatômico, observou-se a presença de células e tecidos com paredes espessadas, especialmente com lignina que podem representar dificuldades na digestibilidade e degradabilidade (SMILJANIC JUNIOR et al., 2007) • altura da planta com a inflorescência, varia de 90 a 100 cm Brachiaria híbrido cv. Mulato • folhas lineares, lanceoladas, de cor verde intenso, de 35 a 40 cm de comprimento e 2,5 a 3,0 mm de largura • caule cor verde intenso e cilíndrico, de 55 a 80 cm de diâmetro • sistema radicular profundo, sendo resistente à seca • possui boa recuperação ao desfolhamento pois apresenta mecanismo de rebrote por gemas basais • tem boa capacidade para emitir estolões, com rápida recuperação no pastejo ou corte • floração tardia e a inflorescência é tipo panícula de até 40 cm de comprimento, com 4 a 7 rácemos, com dupla fileira de espiguetas ( 42 espiguetas) Brachiaria híbrido cv. Mulato Brachiaria híbrido cv. Mulato
  • 13. 25/04/2013 13 • B. decumbens: Calopogônio, Pueraria “kudzu”, E. guianensis, E. capitata, E. macrocefala, Centrosema, Arachis. • B. humidicola: Arachis pintoi, Siratro, Guatá. • B. brizantha cv. marandu: Pueraria “kudzu”, Centrosema, Guatá. • B. brizantha cv. Xaraés: Arachis, Calopogônio, Stylosanthes, Pueraria, Soja perene • B. ruziziensis: Calopogônio,Siratro, Soja perene. Consorciação de Brachiarias e Leguminosas Stylosanthes guianensis Soja perene • B. brizantha é mais tolerante ao frio. • B. decumbens e humidicola desaparecem no inverno (RS) e ressurgem com vigor na primavera. • B. brizantha é mais tolerante à seca que B. decumbens, humidícola e ruziziensis. Cerca de 700 mm e 8 meses de seca. • B. ruziziensis e decumbens são mais aceitas pelos animais que a B. brizantha e humidicola (mais áspera e dura). • B. brizantha e B. decumbens apresentam sementes com alta dormência na época da colheita, que é quebrada por ocasião do armazenamento (3 a 4 meses e quanto mais frio e seco melhor). • Altura de corte varia entre 5 e 20 cm do solo. • De modo geral, apresentam médio valor nutritivo. Comparações entre as espécies de Brachiaria Produção de matéria seca (Kg/ha) de Brachiaria humidicola comparada com outras gramíneas em sistema de cortes, durante três anos na área do IPEAN (Belém). Comparações entre as espécies de Brachiaria Gramínea 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano B. humidicola 17.255 18.419 19.064 54.738 B. decumbens 24.455 11.700 15.836 52.081 B. ruziziensis 22.404 14.396 14.167 50.967 Panicum maximum 25.163 15.772 12.206 53.141 Composição química percentual média de B. decumbens em diversos intervalos entre cortes. Comparações entre as espécies de Brachiaria Intervalo Matéria Fibra Proteína Extrato Extrativo não entre mineral bruta bruta etéreo nitrogenado CaO P2O5 cortes % % % % % % % 30 dias 5,7 31,1 8,6 2,7 42,0 0,34 0,24 45 dias 5,5 32,4 8,4 2,7 41,0 0,30 0,23 60 dias 5,1 31,9 8,4 2,5 42,1 0,25 0,18 75 dias 4,9 31,3 8,0 2,5 43,2 0,26 0,19 90 dias 4,8 32,3 7,7 2,3 42,9 0,21 0,18 Digestibilidade "in vitro" para gramíneas do gênero Brachiaria, colhidas em diferentes estádios de maturidade. Comparações entre as espécies de Brachiaria Semanas de crescimento Brachiaria 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 16 brizantha 78,6 78,3 73,5 76,3 68,4 67,7 65,8 61,1 58,1 60,0 - 58,6 54,6 - decumbens - 78,2 72,8 73,0 71,9 71,0 66,7 66,9 61,1 63,7 58,9 54,8 - 49,8 mutica - 75,6 78,9 76,4 71,2 - 59,5 61,1 53,8 48,5 - 47,3 - 38,7 ruzizienses 82,5 81,2 79,7 73,9 72,1 72,1 69,2 66,2 68,6 64,0 - 54,8 54,5 40,8 humidicola 76,8 74,1 68,5 73,5 72,0 72,8 68,6 66,5 63,1 59,1 - 55,9 51,4 51,6 Velocidade de estabelecimento por propagação de Brachiaria spp. Comparações entre as espécies de Brachiaria Velocidade de Espécies estabelecimento (meses) Propagação B. decumbens 4 Sementes 3 Mudas B. ruzizienses 3 a 4 Sementes B. humidicola 11 Mudas 3 Mudas 1 a 5 Mudas 6 a 8 Sementes B. brizantha cv. Marandu 4 a 5 Sementes
  • 14. 25/04/2013 14 Tolerância das diferentes espécies ás condições climáticas e de manejo. Comparações entre as espécies de Brachiaria Espécie Tolerância Nome Nome Exigência Solos mal Acidez científico comum Propagação Nutricional Seca Geada drenados do solo decumbens Decumbens Sementes Boa Regular Fraca Fraca Boa brizantha Braquiarão Sementes Média Regular Fraca Fraca Boa humidicola Quicuio Sementes Boa Fraca Regular Boa Moderada/Baixa ruzizienses Ruzizienses Sementes Média Fraca Fraca Fraca Regular mutica Angola Vegetativa Média Fraca Fraca Moderada/Baixa Regular arrecta Tanner Grass Vegetativa Média Regular Regular Moderada/Baixa - dictyoneura Dictioneura Sementes Boa Fraca Fraca Regular Moderada/Baixa Comparações entre as espécies de Brachiaria Espécie de Brachiaria Fatores decumbens brizantha humidicola ruzizienses mutica arrecta Seca Regular Boa Fraca Fraca Fraca Fraca Geada Fraca Boa Regular Fraca Fraca Fraca Sombra Boa Regular Regular Boa Fraca Fraca Fogo Boa Regular Regular Fraca Fraca Regular Fertilidade do solo Baixa Boa Baixa Boa Baixa Boa Cigarrinha Susceptível Resistente Tolerante Susceptível Moderada Moderada Propagação Sementes Sementes Sementes Sementes Sementes/mudas Mudas