1. O documento introduz os principais conceitos da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), incluindo comportamento, reforçamento e manejo do comportamento.
2. A ABA é usada para entender e modificar comportamentos de crianças autistas. Ela observa como o ambiente e as consequências afetam o comportamento.
3. Reforçadores positivos e negativos são usados para aumentar ou diminuir comportamentos desejáveis e indesejáveis, respectivamente. A função subjacente de um comportamento deve ser entendida para modificá-lo efet
2. TÓPICOS
1 -ABA (Análise do Comportamento Aplicada)
1.1 – Desafios Especiais no Desenvolvimento dos Autistas;
1.2 – Comportamento;
1.3 – Reforçamento;
2 – Manejo do Comportamento
2.1 – Funções do Comportamento;
2.2 – Comportamento Auto Estimulatório (Reforçamento Automático);
2.3 – Como reduzir um Comportamento Agressivo em Criança com Autismo;
3 – Trabalhando a Rotina
3. O processo de trabalho da ABA é tornar a metodologia do
comportamento aplicada mais fácil de aprender e de usar com
os autistas.
O que é ABA?
Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior
Analysis; abreviando: ABA) é um termo advindo do campo
científico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a
associação entre ambiente, o comportamento humano e a
aprendizagem.
Uma das Técnicas Utilizada pela TCC é a
ABA (Análise do Comportamento
Aplicada)
5. Monitoramento: Acesso às Cognições
Dados Pessoais
Manhã Tarde Noite
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Dom
6. Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação
pode ser implementado para modificar aquele comportamento. O
Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do comportamento
observável e mensurável em oposição, por exemplo, à abordagem
psicanalítica, que assume que muito do nosso comportamento deve-
se a processos inconscientes.
Ivan Pavlov, Jonh B. Watson, Edward Thorndike e B. F. Skinner
foram os pioneiros que pesquisaram e descobriram os princípios
científicos do Behaviorismo. São considerados os “Pais do
Behaviorismo”.
7. Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido
por um estímulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de
que aquele comportamento ocorra no futuro.
Todos nós aprendemos através de associações e nosso comportamento é
“modificado” através das consequências. Tentamos coisas e elas
funcionam; então as fazemos novamente. Tentamos coisas e elas não
funcionam; então é menos provável que as façamos novamente. Nosso
comportamento foi “modificado” pelo resultado ou consequência.
Ao lado do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu
os termos: SD (Estímulo Discriminativo), Reforçador (Reinforcer),
Controle de Estímulo (Stimulus Control), Extinção (Extinction),
Esquemas de Reforçamento (Schedulus of Reinforcement) e Modelagem
(Shaping).
8. DESAFIOS ESPECIAIS NO
DESENVOLVIMENTO DOS
AUTISTAS
Mais recentemente tem sido usado o termo “Transtorno
do Espectro Autista”, reconhecendo-se que as crianças
podem ter diferentes graus de comprometimento e ,
mais importante, que pode ser possível que as crianças
“movimentem-se” ao longo do espectro, ou seja, que
suas habilidades e comportamentos fiquem mais
próximos do esperado para sua idade cronológica.
9. Para ajudar as crianças a aprender e progredir, precisamos nos dedicar a
alguns dos desafios específicos que elas apresentam:
Comunicação – Podem apresentar pequena ou nenhuma linguagem
expressiva (fala) ou receptiva (compreensão), podem ser ecolálicas
(repetindo palavras ou frases) ou mesmo ter um modo peculiar de
falar (podem estar fixados em um assunto ou apresentar tom ou
volume de voz estranhos).
Habilidades sociais – Podem evitar totalmente o contato social ou
serem desajeitadas ou inseguras na interação social. As regras sociais
podem parecer-lhes muito arbitrárias, complexas e desnorteantes.
10. Processo visual e auditivo – Esses sentidos podem ser muito pouco
reativos, com resposta nula ou pequena a pistas visuais ou auditivas,
ou podem ser hipersensíveis a uma série de sons e estímulos visuais,
que podem ser muito perturbadores para elas.
Auto-estimulação – Podem se engajar em comportamentos de auto-
estimulação, que podem ser reconfortantes e previsíveis para elas. O
comportamento pode envolver o corpo todo (isto é, balançar o
corpo, abanar as mãos, girar em círculos, etc.), usar brinquedos de
forma incomum ou inadequada, ter obsessões – como precisar que
pessoas e objetos fiquem sempre no mesmo lugar ou que os
acontecimentos sigam um padrão previsível.
11. Habilidades para brincar – Deixadas por sua conta, podem não
explorar ou brincar com brinquedos da mesma maneira que faria
uma criança com desenvolvimento típico. Podem tornar-se
obcecadas por um determinado brinquedo ou objeto e preservar na
brincadeira (repetir a mesma coisa sem parar). Normalmente é
difícil que brinquem com amigos, fator de aprendizagem muito
importante.
12. Comportamento
No mundo da Análise do Comportamento Aplicada (ABA –
Applied Behavior Analysis), o conceito de comportamento é
crítico. O que, exatamente, é um comportamento? Simples:
um comportamento é o que uma pessoa faz e diz. É uma ação
(“chorar”) e não uma característica da pessoa (“alta”).
Aquelas coisas que estão na sua cabeça, como pensamentos,
intenções, idéias, planos, etc., não são comportamentos.
Como manejamos ou alteramos o comportamento?
Condicionamento operante é o processo que usamos para
ajudar a modificar ou trocar um comportamento que é
indesejável, ou para reforçar um comportamento desejável.
Os princípios do Condicionamento Operante foram
descobertos e descritos por B.F.Skinner.
13. Condicionamento Operante
Comportamento operante e os
tipos de contingência
Frequência da Resposta
Aumenta
(reforço)
Diminui
(punição)
Estímulo
contingente
à
resposta
Apresentado
(positivo)
Reforço Positivo Punição Positiva
Retirado ou Evitado
(negativo)
Reforço Negativo
(respostas de fuga ou
esquiva)
Punição Negativa
(extinção)
14. Reforçamento
O que é reforçamento? Reforçamento positivo. Reforçamento
negativo. Punição. Reforçadores primários e secundários.
Idéias de reforçadores. Como usar reforçadores?
Todos precisamos de reforçamento, e todos trabalhamos por
ele. Pode ser o reconhecimento do chefe, um abraço da
esposa, uma risada depois de contarmos uma piada, uma boa
nota em um exame ou o salário no fim do mês. O truque para
reforçar é descobrir o que é poderoso o suficiente para causar
o comportamento desejado acontecer de novo.
Reforçamento é um processo no qual um comportamento
é fortalecido pela consequência imediata que seguramente
segue a sua ocorrência (Miltenberger, 2001). Quando um
comportamento é fortalecido é mais provável que aconteça no
futuro.
15. Reforçamento Positivo
Um Reforçador Positivo (SR+) é a adição de alguma coisa que resulta
no fortalecimento do comportamento. Você canta uma música e todos o
aplaudem – você quer fazer de novo; um bebê fala “da-da” e seus pais
sorriem e aplaudem – assim, o Bebê repete a gracinha; uma criança
escova os dentes sem ninguém pedir e ganha uma cartão em um quadro -
a criança volta a escovar seus dentes na noite seguinte, uma criança
mostra a cor azul quando lhe pergunta, e ganha um pequeno chocolate –
da vez seguinte, vai apontar com mais facilidade quando lhe pedirem.
16. Reforçamento Negativo
Um Reforçador Nagativo (SR-) é remoção de alguma coisa
desagradável que resulta no fortalecimento de um comportamento.
Ele é também chamado de ‘aversivo’. Por exemplo, você tira a
etiqueta de uma camisa nova que está irritando sua nuca. Sua nuca se
sente bem e você retirará todas as etiquetas de suas camisas.
Lembre-se que, tanto reforçadores positivos quanto os negativos
tenderão a fortalecer ou aumentar o comportamento.
17. Reforçadores Primários versus Secundários
Quando falamos de reforçadores, estamos nos referindo a reforçadores
secundários, ou seja, coisas de que aprendemos a gostar, de
preferência a reforçadores primários, que são as coisas que precisamos
para sobreviver, como ar, água e comida. Nunca negamos reforçadores
primários. São reforçadores primários poderosos? Certamente.
Quando usamos comida ou bebida como reforçadores, eles são
como um brinde extra, uma coisa prazerosa ou reforçador
secundário, nunca o sustento necessário à sobrevivência.
Reforçadores Secundários são coisas como:
Tangíveis: bijuterias, brinquedos, livros, figurinhas, etc.
Comestíveis: doces, frutas, biscoitos, batata frita, guloseimas, etc.
Atividades: um filme, videogame, tempo livre, um jogo, etc.
Sociais: um elogio, sorrisos, um aceno de cabeça, aplausos, etc.
Físicos: cócegas, abraços, beijos, tapinhas nas costas, etc.
18. Escolhendo reforçadores que funcionam com a criança
Antes de realmente começar a ensinar a criança, é muito mais útil
verificar que tipos de coisas são reforçadores para ela. Faça uma lista e,
antes de tudo, separa estes itens. Você pode querer separar certos
brinquedos e bugigangas especialmente para o horário de trabalho, para
que sejam especiais. Você pode reservar também guloseimas favoritas,
vídeos e jogos, etc., só para estas horas. Como descobrir quais dever ser
estes reforçadores?
Pergunte
Pergunte à criança, mãe, pai, professores, etc.
Observe
Olhe o que a criança escolhe para brincar por si só. Lembre-se, poderão
ser coisas pouco usuais que interessam a ela – uma caixa de vídeo, um
papel brilhante, um barbante, um espelho, um cobertor. Não se
preocupe, por ora, se estas opções são pouco usuais.
19. Teste
Deixe a criança escolher dentre diferentes itens de uma caixa. Troque
as escolhas. Pode ser interessante ter uma caixa com várias coisas
legais, assim você poderá dar-lhes três ou quatro coisas diferentes de
cada vez. Lembre-se de apresentar diferentes categorias de
reforçadores, tais como comida, brinquedos, vídeos, oportunidades de
brincar, etc.
Force uma escolha
Dê à criança a escolha entre dois – “Você quer figurinhas ou um
biscoito?”.
Tente coisas diferentes
Dê um reforçador diferente a cada vez e observe qual é o mais eficaz e
convidativo.
Use muitos reforçadores interessantes e variados
À medida que você conhece seu paciente aprenderá quais os seus
interesses particulares – brinquedos, carros, quebra-cabeças, vídeos,
etc. Mas lembre-se: suas preferências vão mudar, e sua tarefa é ajudá-
lo.
21. Manejo do comportamento
Comportamentos indesejáveis podem emergir quando uma
criança está cansada, faminta, frustrada, aborrecida,
desocupada, excitada, ou em uma situação nova ou difícil.
Por causa das limitações de linguagem, a criança pode ser
incapaz de identificar seus sentimentos ou intenções. Para lidar
adequadamente com comportamentos, você terá que observar e
entender as suas funções. O que fará para lidar com estes
comportamentos dependerá completamente da função que eles
têm para cada criança em particular. Por exemplo, embora um
comportamento possa parecer agressivo (como bater), isto não
significa necessariamente que a intenção ou função do
comportamento também seja agressiva. Bater em alguém
poderia ser um modo inadequado de comunicar-se e dizer “oi!”.
Para outra criança, bater pode ser usado para dizer “não”; e
para outra criança pode ser puramente um gesto agressivo.
22. Funções do Comportamento
Modificar um comportamento significa mudar os eventos ambientais
(antecedentes e consequências) sob os quais ele ocorre. Para fazer isso,
precisamos entender bem a relação funcional entre essas condições e o
comportamento. Em outras palavras, o comportamento que está
acontecendo tem alguma função para as pessoas, ou não estaria
acontecendo. Iwata (1993) e Miltemberger (1999) descreveram as quatro
funções do comportamento.
1) Reforçamento social positivo – Este reforçamento é proporcionado
por outra pessoa.
a) Uma pessoa presta atenção a uma criança quando esta exibe um
comportamento específico ou um conjunto de comportamentos.
b) Uma pessoa apresenta atividades reforçadoras ou tangíveis para uma
criança, tais como brinquedo, comida, etc., quando ela apresenta um
comportamento específico ou conjunto de comportamento.
23. c) Isto pode ser prestar atenção a uma criança (ou dar lhe seu
brinquedo favorito) porque ela está fazendo birra ou batendo em
alguém.
d) Frequêntemente chamado COMPORTAMENTO DE BUSCA E
ATENÇÃO.
2) Reforçamento Social Negativo – Este reforçamento é mediado por
outra pessoa.
a) A pessoa interrompe uma interação aversiva, tarefa ou atividade,
quando a criança exibe certos comportamentos.
b) Quando uma criança apresenta uma crise de birra e alguém a deixa
escapar de fazer a tarefa, como resultado desta birra, isso também
é reforçamento social negativo.
c) Comportamento frequêntemente chamado COMPORTAMENTO
DE FUGA DE DEMANDA.
24. 3) Reforçamento Positivo Automático - Este reforçamento é uma
consequência automática do próprio comportamento.
a) Fazer algo para satisfazer sua própria necessidade é Reforçamento
Positivo Automático.
b) Comportamento auto-estimulatório (“stims”) que provê
estimulação sensorial, tal como se balançar, “agitar as mãos”,
repetir frases continuamente, são exemplos de Reforçamento
Positivo Automático.
c) Comportamento muitas vezes chamado “stim”.
4) Reforçamento Negativo Automático – Apresentar este
comportamento tem o efeito de remover ou reduzir uma condição
aversiva.
a) Exemplo: você fecha a janela quando está com frio.
b) “Agitar as mãos” ou balançar-se para reduzir a ansiedade é um
exemplo de reforçador negativo automático.
25. c) Isto também pode caracterizar COMPORTAMENTO AUTO-
ESTIMULATÓRIO . (Nota: a diferença entre o Positivo
Automático e o Negativo Automático é que o primeiro lhe dá algo
positivo, enquanto o segundo retira algo negativo).
d) A criança que puxa sua orelha para tentar reduzir a dor
(Reforçamento Negativo Automático) pode ter uma infecção de
ouvido. A criança que deita a cabeça na mesa pode estar tentando
aliviar o cansaço ou ter dor de cabeça. A criança que tira a roupa
pode estar tentando reduzir o desconforto por estar quente ou
molhada. Isto é frequentemente chamado de Razões Tangíveis.
26. Como reduzir um Comportamento
Agressivo em Crianças com Autismo
5 Métodos: Lidando com as crises; Lidando com as birras;
Usando a sigla “ACC”; Ajudando a criança a se comunicar;
Tentando outras estratégias.
Muitas crianças autistas não são agressivas, mas tantas outras
têm colapsos e fazem birras incríveis quando são expostas a
circunstâncias complicadas ou não conseguem o que querem.
Elas não reagem desse jeito “só para dar trabalho”, mas
porque não sabem como reagir. Com algumas técnicas
simples, você conseguirá reduzir essas crises e melhorar o
autocontrole da criança autista.
27. Método 1 de 5: Lidando com as crises
Pense na causa do colapso.
Um colapso acontece quando a
criança autista não consegue mais
lidar com algum fator estressante
que tem sido contido de alguma
forma, gerando uma crise de birra.
O colapso costuma ser causado por
frustrações também. Crianças
autistas não fazem birra de
propósito, mas porque algo as
estressa. Essa é uma forma de
expressarem que não conseguem
lidar com a situação, estímulo ou
alteração na rotina. Elas têm um
ataque como recurso de
comunicação, especialmente
quando todas as outras tentativas
não deram certo.
A birra tem muitas faces. Ela pode
ocorrer em forma de gritos, choros,
a criança pode cobrir as orelhas com
as mãos, se machucar
propositalmente ou agressão.
28. 2 Tente fazer a vida doméstica da
criança mais confortável.
Já que as birras são causadas pelo acúmulo do
estresse, criar um ambiente harmonioso e
amigável pode minimizar tais fatores na vida
dela.
Desenvolva uma rotina para a criança sentir
estabilidade. Fazer uma agenda com imagens
pode ajudar a criança a visualizar e entender a
rotina. [1]
Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a
criança para o que acontecerá com imagens e
histórias sociais. Explique por que essas
mudanças são necessárias, isso a ajudará à
entender o que está acontecendo e o que
esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as
alterações ocorrerem.
Permita que a criança se retire das situações
estressantes quando for necessário.
29. 3 Ensine-a técnicas para lidar com o
estresse. Algumas crianças autistas simplesmente não
sabem como lidar com suas emoções e podem
precisar de uma mãozinha extra. Parabenize-a
quando ela mostrar que está usando as técnicas
corretamente.
Crie alternativas para determinados fatores
estressantes (som muito alto, lugares muito
cheios, etc.).
Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo,
contar, se afastar, etc.
Desenvolva um método para a criança
conseguir comunicar que algo a está
incomodando.
30. 4 Perceba quando a criança está estressada
e dê importância aos sentimentos dela.
Saber que as necessidades dela são
normais e importantes como as de
qualquer um é importante para ela se
expressar adequadamente.
"Seu rosto está todo tenso. O barulho
está incomodando você? Posso falar para
suas irmãs brincarem lá fora."
"Você parece irritado hoje. Quer me
contar o que está lhe aborrecendo?”
31. 5 Demonstre bons exemplos de
comportamento. A criança vê quando você está estressado
e aprende a imitar o seu jeito de lidar com
as coisas. Manter a calma, expressar seus
sentimentos com clareza e tirar um
momento para se acalmar ensinarão a
criança a fazer o mesmo.
Tente verbalizar suas decisões: “Estou
aborrecido, vou parar um pouco e respirar
fundo algumas vezes, depois eu volto”.
Depois que você repetir um
comportamento algumas vezes, a criança
provavelmente tentará fazer o mesmo por
conta própria.
32. 6 Crie um ambiente calmo para a criança.
É importante reconhecer que ela pode ter
dificuldades em processar e absorver
muitos estímulos visuais, sons, odores e
texturas. Todos esses fatores podem ser
estressantes e sobrecarregá-la, gerando
crises de birra. Sendo assim, um ambiente
tranquilo pode ajudá-la a se acalmar.
Ensine a criança a expressar que quer ir
para o quarto da calma. Pode ser
apontando para o cômodo, mostrando uma
imagem que represente quarto, linguagem
de sinais e pedir verbalmente.
33. 7 Faça um registro dos colapsos.
Anotar cada vez que a criança tem um ataque
pode ajudar a entender as razões para o
comportamento dela. Tente responder as
seguintes perguntas quando escrever sobre a
próxima ocorrência:
O que a chateou?(Talvez ela esteja segurando o
estresse há horas).
Quais sinais de estresse ela demonstra?
Quando/Se você percebeu que ela estava
aborrecida, o que fez? Deu certo?
Como você poderia prevenir um colapso
futuro?
34. 8 Converse com a criança sobre agressões e
mau comportamento.
Lembre-se, autismo não é uma desculpa
para a criança ser agressiva e maldosa.
Caso ele exiba esse comportamento,
converse com a criança assim que ela se
acalmar. Explique qual atitude específica é
inaceitável e ofereça uma alternativa.
"Não foi legal bater no seu irmão. Eu
entendo que você esteja bravo, mas bater
nas pessoas machuca e não é legal fazer
isso. Quando estiver irritado, respire fundo
por um tempo e conte para mim o que
aconteceu. Você não pode sair batendo nas
pessoas."
35. 9 Ligue para alguém responsável pela
criança além de você durante uma crise.
Existem casos em que pessoas autistas
foram traumatizadas ou assassinadas pela
polícia. Caso a situação seja urgente, peça
ajuda de outro responsável.
Ligue para a polícia em casos extremos
ou situações potencialmente perigosas
para a saúde. Eles podem ser violentos
com à criança, o que pode desencadear o
transtorno de estresse pós-traumático
(TEPT) e piorar a situação.
36. Método 2 de 5: Lidando com as birras
Reflita sobre como suas ações afetam as birras.
Com a birra, a criança espera conseguir o que
quer e ela aprenderá exatamente isso se você
ceder (por exemplo, dando o sorvete que ela
pediu fazendo a birra, ou permitindo que ela vá
dormir mais tarde).
37. 2 Resolva o problema comportamental cedo.
É mais fácil lidar com as birras se o autista em
questão é uma criança. Por exemplo, um
menino de seis anos se jogando no chão é
muito mais simples de lidar do que um de 16
anos. Além disso, menores são as chances de a
criança se ferir, ou aos outros.
38. 3 Ignore a birra.
Melhor do que gritar, xingar e se descontrolar
é ignorar ostensivamente. Isso ensinará a
criança que este não é um bom método para
conseguir atenção. É útil falar com todas as
letras que isso é ineficaz, algo como “Não
consigo entender, o que há de errado com você
gritando deste jeito. Mas se quiser se acalmar e
me explicar o que está acontecendo, sou todos
ouvidos”.
39. 4 Intervenha se a criança estiver fazendo
algo perigoso ou sendo maldosa.
Sempre interfira se ela começar a
arremessar objetos, pegar pertences dos
outros ou bater. Diga para ela parar e
explique que esse comportamento está
errado e é inaceitável.
40. 5 Ofereça a alternativa do bom
comportamento.
Diga para a criança que ela pode escolher
agir de um jeito melhor para conseguir o
que quer. Explicar isso a ajudará a entender
que existem meios mais simples de se
conseguir o que quer (como escutar e
ceder).
Por exemplo, você pode dizer “Se quer
ajuda, respire fundo e diga o que há de
errado. Estou aqui para você”.
41. Método 3 de 5: Usando a sigla “ACC”
1 Antecipe o problema.
Registre (de preferência em um diário físico)
quando as crises acontecem; antes de sair de
casa, antes do banho, na hora de dormir, etc.
Escreva o ACC - antecedentes,
comportamentos e consequências do problema.
Com isso você conseguirá prever a atitude da
criança e o que pode fazer para prevenir e
resolver o problema quando acontecer.
Antecedentes: Quais os fatores que
desencadearam a crise (dia, horário, lugar e
acontecimento)? Como esses fatores
influenciam o problema? A atividade que
estavam fazendo era irritante ou dolorosa?
Comportamento: quais atitudes a criança
tomou? Como ela reagiu à ação?
Consequências: quais foram os resultados da
reação da criança? O que você fez? O que
aconteceu com ela?
42. 2 Use o diário do ACC para identificar
possíveis gatilhos para as crises.
Use esse conhecimento para ensinar a
relação de ação e reação apropriadas para a
criança. Ensine que, quando ela se irritar
com alguém porque quebraram seu
brinquedo, é um momento para se pedir
ajuda, e não se aborrecer.
43. 3 Discuta o diário ACC com um terapeuta.
Depois de coletar essas informações, é uma
boa ideia compartilhá-las com um terapeuta,
para ter um bom exemplo do comportamento
da criança em situações específicas.
44. Método 4 de 5: Ajudando a criança a se
comunicar
1 Ajude a criança a expressar suas
necessidades básicas.
Quando ela souber verbalizar o que a
está incomodando, é menos provável
que acumule estresse, ou precise
apelar para o mau comportamento. A
criança precisa conseguir reconhecer e
expressar as seguintes necessidades:
"Estou com fome."
"Estou cansado."
"Eu quero ficar sozinho."
"Isso dói."
45. 2 Ensine a criança a identificar as próprias
emoções.
Muitas crianças autistas têm problemas para
compreender o que sentem e é importante que
elas aprendam a apontar para imagens ou
reconhecer sintomas físicos que vêm com os
sentimentos. Explique que falar como se sente
para as pessoas (por exemplo, “O
supermercado me dá medo”) permite que elas
possam ajudar a resolver o problema, como
“Você pode ficar lá fora com sua irmã enquanto
eu termino as compras”.
Deixe claro que, se ela souber se comunicar,
você conseguirá entender. Isso elimina a
necessidade da birra.
46. 3 Permaneça calmo e consistente.
Crianças que fazem birra precisam que a figura
materna/paterna seja calma e estável, além de
ter que consistir com o comportamento de
todos os envolvidos nos cuidados dela. Não
tem como ensinar autocontrole para uma
criança se você não tiver autocontrole antes.
47. 4 Saiba que a criança quer se comportar bem.
Isso chama “capacidade presumida” e
ajuda muito a melhorar as habilidades
sociais de pessoas autistas. Com isso, é
muito mais fácil que eles se abram, pois
se sentem respeitados.
48. 5 Tente modelos de comunicação alternativa.
Uma criança autista que ainda não
está pronta para falar requer outros
métodos de comunicação. Tente
linguagem de sinais, digitação, uso de
imagens alternadas, ou qualquer coisa
que um terapeuta recomendaria.
49. Método 5 de 8: Tentando outras estratégias
1 Saiba que suas atitudes podem influenciar
as crises de birra.
Por exemplo, se você continuar fazendo algo
que a aborrece (como expô-la a estímulos
sensoriais dolorosos, ou forçando algo que ela
não quer) ela pode explodir. A criança faz birra
quando percebe que é o único jeito de fazer os
pais darem bola para o que ela quer, pensa e
sente.
50. 2 Trate a criança com respeito.
Forçá-la a fazer coisas com as quais ela
não se sente confortável, ou restringi-la
mental ou fisicamente pode ser danoso.
Respeite a autonomia de seu filho.
É claro que há momentos em que não se
pode ceder, porém, diga o motivo para a
criança: “Você precisa sentar no seu
assento no carro porque ele o protegerá
caso um acidente aconteça”.
Se algo o incomoda, descubra o que é e
tente resolver o problema. “O assento é
desconfortável? Que tal colocarmos
uma almofada nele?”
51. 3 Use medicamentos.
Remédios como inibidores seletivos de
recaptação de serotonina, (ISRS), antipsicóticos
e estabilizadores de humor podem ser
parcialmente úteis para ajudar crianças
birrentas. No entanto, como em qualquer caso
que envolva remédios, existem efeitos
colaterais. Esta não é uma decisão que deva ser
tomada irrefletidamente. Tenha tempo para
pensar a respeito e consulte um médico sobre a
real necessidade de utilizar remédios.
Há dados que comprovam que a Risperidona
tem bons resultados no tratamento em curto
prazo de comportamentos agressivos e
automutilação em crianças autistas. Converse
com um médico ou terapeuta sobre os prós e
contras em adotá-lo como tratamento.
52. 4 Procure a ajuda de um terapeuta.
Ele poderá melhorar as habilidades de
comunicação da criança. Busque um que
trabalhe com crianças autistas. Seu médico, ou
os muitos centros de apoio à criança autista
certamente têm recomendações.
53. 5 Facilite os passos da criança.
Por exemplo, se ela não gosta de
se vestir, quebre o processo em
passos básicos e faça um por um.
Isso o ajudará a entender quais são
algumas das dificuldades que seu
filho sente em relação a
determinadas atividades. Assim,
sem nem mesmo falar, a criança
demonstrará um problema que a
incomode.
54. 6 Use histórias sociais, livros com imagens e
a hora de brincar para ensinar sobre bom
comportamento.
A biblioteca está cheia de livros que
ensinam diferentes habilidades para as
crianças. Além disso, você também pode
usar a hora da brincadeira para ensiná-la a
se comportar.
Por exemplo, se uma das bonecas está
brava, você pode fazer com que ela saia do
círculo de bonecas por um momento, para
respirar fundo e se acalmar. A criança
aprenderá que isso é o que as pessoas
fazem quando se aborrecem.
55. 7 Desenvolva um sistema de recompensas.
Trabalhe com um especialista para adotar um
sistema onde a criança seja recompensada por
manter a calma. Os prêmios podem variar de
elogios (“Você se comportou tão bem no
supermercado, estou tão orgulhoso!”) a
estrelinhas douradas na agenda e presentinhos.
Ajude-a á sentir orgulho de suas conquistas.
56. 8 Dê muito amor e atenção para seu filho.
Se vocês tiverem um laço forte, ele aprenderá
a vir até você quando precisar de ajuda e apoio
e dará ouvidos a tudo que disser.
57. TRABALHANDO A ROTINA
O que são desenhos roteirizados?
Sabemos que o reforço através da imagem é reconhecida
como válido para as pessoas do espectro autista. Aqui nos
referimos tão somente ao apoio visual e não a um tratamento.
Entendemos que o apoio visual ajuda o indivíduo com TEA a
se organizar, a memorizar e interpretar as ações. Definições
essas que para as pessoas “típicas” são mais facilmente
absorvidas. Nosso objetivo é fazer com que os desenhos
sejam uma ferramenta de apoio para o desenvolvimento do
indivíduo com TEA.
Os desenhos roteirizados são uma forma eficaz de ajuda na
organização e entendimento do que esta acontecendo. E
relatamos que dia a dia que, essa autonomia e aprendizado é
desenvolvida pelo indivíduo com TEA.
58. O desenho roteirizado é formado por dois conceitos primordiais:
Embasamento nos conceitos das técnicas de abordagens terapêuticas
ASSERTIVAS que primam, pela organização das ideias,
planejamento, aquisição de habilidades, compreensão social,
aprimoramento de autonomia e capacitação cognitiva.
A construção do desenho roteirizado com base na Técnica de Roteiro
de Quadrinhos.
1- O desenho roteirizado apresenta um novo modelo de ação, uma
estratégia para que indivíduo com TEA seja capaz de compreender
situações, de minimizar comportamentos agressivos, controlar impulsos
e assim modelar uma nova perspectiva para si, quando necessário for.
2- O desenho roteirizado favorece uma inserção social de modelagem,
promovendo uma melhor interpretação e assegurando a escolha de suas
vontades e necessidades. Garantindo inclusive a preservação, bem como
a reflexão perante sua integridade física e emocional.
59. 3- O desenho roteirizado visa estabelecer de forma gradativa e visual
um passo a passo para o aprendizado de tarefas de Atividades da Vida
Diária (AVDs), tais como cuidados de higiene pessoal, tarefas
domésticas e de autonomia social.
60.
61.
62.
63. Referências Bibliográficas
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Infância/ Renato Maiato Caminha, Marina Gusmão Caminha – São
Paulo: Roca, 2007.
Catama. A.C (1999). Aprendizagem.: comportamento, linguagem e
cognição. Porto Alegre: Artmed
FACION, J.R.: Catálogo de Características e Sintomas para o
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GAUDERER, Ch.: Autismo e outros Atrasos do Desenvolvimento. Ação
Social, Brasília, 1993.
64. WINDHOLZ, M.H. – Passo a passo, seu caminho. Guia Curricular para
o ensino de habilidades básicas. São Paulo: EDICON, 1988.
(Referência para a tradução de: Ajude-nos a Aprender – Manual de
Treinamento em ABA).
Portal Educação
P842a – Atividades lúdicas/ Portal Educação. – Campo Grande: Portal
Educação, 2013.
www.portaleducacao.com.br