O documento discute vários tópicos políticos e sociais, incluindo: 1) as condenações da Catalunha e dos catalães pelo governo espanhol; 2) a escravatura no contexto do capitalismo e do racismo institucionalizado na Península Ibérica; 3) como todos os regimes oligárquicos tendem a ser autoritários.
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TEXTOS DE CIRCUNSTÂNCIA – 6
1 - As condenações da Catalunha e dos catalães
2 - Racismo, estupidez e ignorância
3 - Todos os regimes políticos oligárquicos são autoritários
4 - Sobre a chamada esquerda
5 - Nova humilhação para os EUA – agora no Iémen
6 - A proibição da carne de vaca
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1 - As condenações da Catalunha e dos catalães
Mesmo que nada tenha de democrático, qualquer regime – hoje em dia - é tomado
como tal desde que nele se enquiste uma casta, tomada como representante do povo
e dona do pote; nesse regime, à plebe é reservada a tarefa de contribuir para o
enchimento do pote e a escolha, entre os membros da casta, daqueles que terão no
bolso a chave do pote, nos quatro anos seguintes.
Em Espanha, à morte de Franco sucedeu o protagonismo de Adolfo Suarez, na
transformação dos mandarins do fascismo, em democratas de sempre. Para completar
o aggiornamento, o PSOE e a IU aceitaram a confraternização com a UCD/PP onde
se encostaram os fascistas reciclados como democratas; e, engoliram a presença de
um rei, continuador de uma monarquia abolida, por referendo, em 1931.
Desse ameno convívio, surgiu a “magnânima” atribuição a catalães, bascos e galegos
da possibilidade de falarem as suas próprias línguas, banidas do espaço público por
Franco, quiçá inspirado em Escrivá de Balaguer, santificado após a sua morte. E o
território voltou a apresentar as suas diferenças culturais e nacionais através das
autonomias, unidas e reverentes perante o rei (quando este não andava a caçar
elefantes), da bandeira e por um parlamento com a designação medieval de Cortes.
Sublinhe-se que Espanha, de facto, nunca foi uma nação mas um aglomerado de
nações, normalmente unidas por um poder despótico e intratável centrado em Madrid.
A única nação ibérica que se tem mantido como estado-nação, chama-se Portugal.
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Ao contrário do que aconteceu na Escócia onde um referendo foi feito sem incidentes
nem repressão, o efetuado em 1/10/2017 na Catalunha aconteceu perante a oposição
do governo de Madrid, que se escuda numa Constituição que só aceita referendos
desde que consentidos pelo … governo nacional, tomando como marcados pela
menoridade todos os povos vassalos do Bourbón; e daí o caudal de brutalidades
cometidas pela polícia enviada por Rajoy, a que se seguiu a tutela financeira pelo
célebre artigo 155º.
Seguiu-se a prisão de altos dirigentes das instituições catalãs durante dois anos,
ordenada pelo Tribunal Constitucional que retirou à Catalunha o estatuto de “nação”
que havia sido legislado em 2006. Nessa sequência, entendem-se as pesadíssimas
sentenças por crimes inventados pelos meritíssimos saudosos de Franco; sedição,
rebeldia, desfalque, desordem pública. E vai ser formulada uma segunda via do pedido
de extradição para Puidgemont que se exilou na Bélgica1
.
É evidente que as penas visam a intimidação, a geração do medo nos catalães. Vai
seguir-se um período de ações políticas e de rua bem como disputas jurídicas que
conduzirão à libertação dos presos políticos. A própria sentença diz que o procés não
foi um golpe de estado; nem integrado num plano violento; que estava fora de causa
uma secessão imediata da Catalunha mas antes, uma pressão para que Madrid
aceitasse um referendo como o escocês; e que os independentistas constituem um
movimento de “convicções pacifistas”.
Porém, o maior medo cabe ao regime pós-franquista, obrigado a todas as formas de
dissuasão e repressão, pois sabe que uma independência catalã será o desabar de
um castelo de cartas, com novas independências, nomeadamente a de Euzkadi. Daí
que toda a classe política centralista se sinta ameaçada pelas pretensões de maior
autonomia e mesmo independência; e pressionada pela acutilância de nacionalistas
neofascistas vinda de grupos como o Vox. A Catalunha já anunciou ir realizar outro
referendo e, já ontem, a brutalidade policial se fez sentir em Barcelona.
15/10/2019
2 - Racismo, estupidez e ignorância
Os bolsonaros tugas gostam muito de justificar a escravatura dizendo que antes dos
acontecimentos que tornaram os portugueses os grandes campeões do tráfico de
escravos (e que só abandonaram por ameaça dos ingleses...), na África do Norte e no
Médio Oriente havia (ainda há resquícios) de escravatura. Certamente.
Porém, se não fossem ignorantes saberiam que as necessidades de escravos, para as
roças e engenhos do açúcar no Brasil, para as minas espanholas em Potosi ou
transplantados para o sul algodoeiro dos EUA, NADA TINHAM a ver, em dimensão,
com a escravatura dos tempos medievais. O capitalismo, mesmo nascente, tinha uma
1
Rapidamente recusada pela justiça belga
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necessidade de mão-de-obra incomparavelmente superior aos modelos económicos
anteriores o que é difícil de perceber por quem de História apenas recebeu as
vacuidades do Hermano Saraiva.
E já agora, os luso-bolsonaros que aprendam - O RACISMO FOI
INSTITUCIONALIZADO NA PENÍNSULA IBÉRICA NO SECULO XV. Se souberem ler
mais do que os jornais desportivos, consultem “RACISMOS” de Francisco de
Bettencourt, português que vive em Inglaterra e não no país com menos instrução da
Europa.
3 - Todos os regimes políticos oligárquicos são autoritários
Todos os regimes políticos oligárquicos são autoritários. A autoridade, a imposição, a
discriminação e a punição são comuns a todos os regimes oligárquicos. Não há preto
e branco nestas coisas.
Na dita democracia par(a)lamentar e nos regimes musculados em torno de homens
fortes/partidos únicos há um pendor fascista - isto é defendem e tentam reproduzir a
"ditadura dos capitalistas" através de classes políticas mais ou menos (ou nada)
pluralistas. A tonalidade fascista inserida nos regimes oligárquicos depende de várias
coisas; as possibilidades de acumulação de capital por parte do patronato, a
habilidade da sua classe política, a maior ou menor passividade da multidão ou, uma
ameaça externa.
Um regime político democrático só o é se baseado na democracia direta - cada um
pode escolher e ser escolhido, sem mordomias, perenidade das mesmas e, sujeito a
ser apeado a qualquer momento. E isso, nenhum regime oligárquico ou os seus
partidos defendem a democracia direta - vade retro Satanás, rosnam eles.
No que diz respeito à paróquia lusa, a CRP estatui, com imenso detalhe, um regime
oligárquico, que designamos por pós-fascista e, no qual, como se pode observar vai
aumentando o divórcio entre a plebe e a classe política. Só resta, numa tarefa de
longo prazo e em ligação a outros povos europeus, a organização rizomática de
grupos para contestar, para enquadrar descontentes, para boicotar a ação da classe
política; por exemplo, com ações de desobediência civil, como aconteceu em Lisboa
em 2010, nas proximidades da Cimeira da NATO (com atitudes pouco meritórias do
BE/PC... como é óbvio).
Não votamos, não nos dirigimos às instituições políticas do regime, com petições e
abaixo-assinados; são totalmente inúteis, desprezados ou falseadas pelos mandarins,
quedando-se, esquecidos ou mortos, sem consequências que inculpem a classe
política, acampada em S. Bento.
4 - Sobre a chamada esquerda
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Há uns anos, um sindicalista espanhol de topo dizia-nos que Portugal política e,
sociologicamente estava atrasado uns 20 anos em relação a Espanha. Há pouco
tempo publicámos um trabalho sobre o perfil educativo nas várias regiões portuguesas
e espanholas e mais atrás um outro com comparações a nível europeu; e que
evidenciam isso mesmo.
É nesse quadro que precisamos de observar a situação do PCP, do BE e, mais
geralmente, dessa coisa chamada "esquerda" portuguesa.
A "descoberta" do estalinismo ainda nos anos 50 afastou muita gente de esquerda dos
PC's europeus (em Portugal vivia-se em fascismo) e isso viu-se na posição do PCF
face à libertação da Argélia, como antes a tolerância face a Petain até … Hitler invadir
a URSS.
Depois veio o Maio francês, com o PCF a jogar contra a contestação e a apoiar a
recuperação gaulista contra a contestação da esquerda, mormente guevarista,
maoista e anarquista. O PCF, ao comprometer-se num governo de Mitterrand abriu o
seu caixão. Hoje é um dos grupos que se acolhe sob o telheiro roto dos trotskistas do
Melenchon que, por sua vez nada tem de interessante.
O outro grande, o PCI deslizava para a social-democracia com o Berlinguer e acabou
dissolvendo-se num curioso Partito Democrático della Sinistra (PDS) antes de passar
a PD, tout court.
Com o início da guerra colonial o PCP tinha uma posição curiosa. Não se podia
desligar da aliança tática entre os estados ditos comunistas e o Terceiro Mundo mas,
no seu íntimo nacionalista, havia muito da superioridade colonialista sobre os "pretos".
E daí que apontassem aos seus militantes confrontados com uma ida para a guerra
colonial, a presença efetiva na guerra "desertando lá e, se possível com armas e
outros camaradas"; o que soava a impossível mas amaciava o coração patriótico do
partido.
Entre PCP e PCE nunca houve grandes simpatias. O primeiro, foi sempre fiel ao
PCUS (provavelmente porque daí vinham os fundos para manter o aparelho
clandestino) o que lhe deu o galardão de único subscritor, na área, da invasão da
Checoslováquia; e, como feroz nacionalista, sempre se afastou de qualquer
hegemonia ibérica do PCE, para mais com Carrillo desligando-se do PCUS e
aproximando-se do chamado eurocomunismo.
E foi mantendo, internamente, a peregrina ideia de "revolução democrática e nacional
" coisa insípida para tentar atrair católicos e gente mais ou menos antifascista mas
com pouca simpatia para com o chamado comunismo.
O PCP teve um momento de glória até à descolonização, sobretudo de Angola, onde
os soviéticos passaram a exercer a maior influência, sobretudo através dos cubanos.
Quando Gorbachov avançou com a perestroika Cunhal apoiou, claro; como veio
depois a criticá-la após a ascensão de Ieltsin, como também é claro.
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O PCP continuou serenamente a defender algo de impreciso e ridículo como a
"política patriótica e de esquerda" onde tudo ou nada pode caber, porque não passa
de um chavão. E tem procurado manter a CGTP operacional sobretudo pelo seu lugar
na Concertação e um número significativo mas decrescente, de câmaras.
Em Espanha há vários PC's e, o dominante e mais conhecido, que se apresenta
dentro da IU, só tem implantação relevante em Madrid e na Andaluzia. Entretanto,
inserido na galáxia Podemos vê, impotente, a atuação do caudilho Iglésias, dileto
discípulo de Laclau, caminhando todos para a irrelevância a prazo. Entretanto convém
referir os méritos de Iglésias em desmembrar a galáxia popular dos Indignados que,
em Espanha foram muito mais relevantes do que em Portugal, onde o movimento foi
sabotado pela santa aliança BE/PCP.
Hoje, na ortodoxia, resta o fabuloso KKE grego que não tem pejo em pespegar no seu
pasquim uma grande foto de Stalin; entretanto, o Syriza, um género de BE com ouzu,
deslizou para a social-democracia.
Quanto ao BE é um partido eleitoral que vive da sua presença na AR e dos subsídios
e apoios que daí advêm, cada vez mais orbitando o PS de Costa. No seu seio, os
UDP's perderam relevância e muitos afastaram-se; os seguidores sociais-democratas
do Miguel Portas perderam o líder, Ana Drago saiu, agastada, enquanto Marisa,
também social-democrata vagueia entre Bruxelas e Estrasburgo. Louçã guindou-se ao
prestigiado (?) Conselho de Estado e tenta guiar o partido à distância através de um
seu delfim, enquanto a Catarina tem lugar cativo em frente das câmaras de tv e dos
microfones.
E é tudo. O BE não tem sindicatos, nem câmaras mas goza de uma atenção mediática
constante e frenética. Na realidade é um balão que tanto pode inchar (2015) como
esvaziar (2011) com peso mediático e eleitoral, mas sem relevância social.
Recentemente colou-se à deriva da moda, as alterações climáticas.
Na realidade Costa conquistou o conjunto BE/PCP em 2015 e solidificou o seu peso
na AR, no seio da geringonça, satelitizando aqueles dois partidos, como dissemos na
ocasião; e esvaziando o PSD e o CDS.
Se os sistemas políticos se mantiverem com o perfil atual; se não for superado o
modelo de representação que favorece as oligarquias políticas; se forem acontecendo
happenings sobre as alterações climáticas para aliciar quem tiver uma visão idílica ou
nenhuma visão sobre o capitalismo, não haverá uma verdadeira esquerda na Europa
nas próximas décadas. Não se sabe se, então, ainda haverá a Europa de hoje ou,
apenas um grande terminal da Rota da Seda; e espera-se que não seja um território
empobrecido retalhado por dementes nacionalismos, com versões ainda mais imbecis
e perigosas que trumps e boris.
(escrito uma semana antes das eleições de dia 6 de
outubro)
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5 - Nova humilhação para os EUA – agora no Iémen
Os Houthis iemenitas deram no sábado (15/9) uma lição ao Mohammed bin Salman
(MbS), rei (ainda não entronizado) da Arábia Saudita, ao provocarem danos com uns
quantos drones na joia da coroa saudita – a refinaria de Abqaiq, a maior do mundo – e
no campo petrolífero de Khurais. É de reconhecer que o MbS foi mais eficaz quando
mandou esquartejar um inimigo político em Istambul, do que a proteger o seu tesouro.
Há cinco anos, os sauditas, à frente do pelotão dos sultões do Golfo decidiram invadir
o Iémen para intervir numa disputa musculada dentro daquele país, onde existe uma
grande parte da população adepta do zaidismo, um ramo do islamismo xiita…
Coisa execrável, como sabemos, para as cabeças coroadas sunitas, bem como para o
seu aliado sionista, que não dorme bem a congeminar como convencer o seu protetor
Trump a fazer a guerra ao Irão. Os sauditas ambicionam o controlo do Bab el-Mandeb,
como há 500 anos, Albuquerque; e, do outro lado do estreito, já confraternizam
militares norte-americanos, italianos, japoneses e … chineses que assinam, com as
suas presenças, um atestado de relevância à ligação entre o mar Vermelho e o Índico.
Num país normal o seu dirigente máximo (neste caso o MbS) já tinha feito as malas
mas, numa monarquia absoluta, os conceitos de democracia – mesmo na sonolenta
versão ocidental de democracia de mercado - e opinião pública, não existem, ponto.
Deixemos o MbS recuperar da surpresa e ganhar o juízo suficiente para deixar os
iemenitas resolverem por si as suas diferenças, o que não será fácil. Sobretudo para o
orgulhoso príncipe herdeiro.
Há uns dois anos, Trump rumou a Riad com detalhados catálogos de armas
sofisticadas para vender à Arábia Saudita, por delegação da Northrop e da Boeing.
Usando os seus dotes de vendedor de imobiliário, Trump conseguiu a adjudicação de
$ 12000 M (cerca de 3.5 vezes o orçamento militar da paróquia lusa) em armas; e o
Iémen, logo ali ao lado, tem sido um excelente campo de experimentação e de
preparação para novas compras.
De facto, a indústria americana está a precisar de mais umas guerras, depois de a
Turquia ter preferido ir às compras a Moscovo e o ISIS ter visto reduzida a sua
capacidade de escoamento de armas na Síria e no Iraque.
Trump parece uma barata tonta. Poucos meses atrás centrava-se na Venezuela
insuflando o seu bobo Guaidó. Depois virou-se contra o Irão mas quando viu o seu
caro super-drone ser abatido, engoliu em seco, dedicando-se por inteiro às sanções.
Por vezes, Trump tem saudades do seu amigo Kim que se vai entretendo lançando
uns foguetes para o mar mas, de facto, não está prevista mais nenhuma partida de
dominó entre os dois anafados.
Mais recentemente, tem prometido apoios ao seu alter ego Boris (que terá conhecido
no cabeleireiro) nomeadamente se Boris decidir ancorar a Inglaterra como mais um
estado da União.
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De permeio, Trump, depois de experimentar a “mãe de todas as bombas” no
Afeganistão, procura uma saída airosa, negociada com os talibans; e que não será
saudável para os seus funcionários afegãos.
Entretanto, vai rebuscando no baú das sanções, mais umas quantas para aplicar à
China, ao Irão, para além da Rússia, da Venezuela, à UE… mesmo sem ver que o
boomerang, volteia no ar e tende a voltar ao local de partida.
Irritado com tantas complicações, Trump procede a mais um despedimento, o do
fabuloso guerreiro Bolton; e o paquiderme Pompeo já estará na casa de partida, à
espera do apito.
Perante tantas preocupações, o que nos alegra são os entusiasmantes wrestlings
eleitorais na paróquia lusa que já provocaram uma forte queda na venda de soníferos.
6 - A proibição da carne de vaca
Tchekov disse há mais de 100 anos que "A Universidade desenvolve todas as
capacidades, inclusive a estupidez".
Parece que estava a prever o surgimento deste Magnífico que gosta mais de missas
do que dos pecados da carne... de vaca, entenda-se. Quanto aos pecados que não
são de vaca, porventura o Magnífico pensará como o saudoso Morgado, que mereceu
a excelente réplica da Natália Correia e depois... desapareceu.
Qualquer nutricionista a sério explica aos pacientes que a carne vermelha tem
nutrientes que as outras não têm (e os vegetais ainda menos); por exemplo a vitamina
B12. O que não significa que se coma uma costeleta de vaca todos os dias ganhando
uma indigestão da tal vitamina. Mas reconhece-se que grande parte dos nutricionistas
são defensores do veganismo, não se detendo mesmo em colocar os mortais a ingerir
soja transgénica, de manhã, à tarde e à noite, sob forma sólida, líquida e não sabemos
se também gasosa.
Adiante. Não sabemos se o Magnífico sabe que a soja que por aí anda é transgénica
na sua maioria e principalmente usada na alimentação animal. E, pelos vistos, não
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baniu o frango, cujo tempo entre o ovo e a panela é curtíssimo e chega ao prato bem
ataviado de porcarias transformadas em carne.
Também não sabemos se o Magnífico tem no gabinete o retrato de um seu Magnífico
ancestral que ao receber um livro onde Newton afirmava a existência da gravidade -
depois de uma maçã lhe ter caído na cabeça - afirmou com ar… grave ser a gravidade
uma aldrabice dado que ... nâo era referida na Bíblia sagrada! E maçã, só haverá uma:
a que a Eva deu ao Adão, porque essa constará da Bíblia.
No século XVII os ancestrais colegas do Magnífico, em Salamanca, andaram à
pancada para ver quem ganhava uma contenda que perturbava tão altos espíritos. Se
o trabalho de Deus ao criar Eva era imperfeito porque o varão ficara sem uma costela;
ou, diziam outros, Deus era perfeito e teria preenchido o buraco resultante da cirurgia
com um pedaço de carne.
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Há uns anos mandaram-nos um video com a cerimónia do honoris causa ao Guterres
e que contou com a presença de um conhecido leitor de contracapas (como lhe chama
um amigo), atualmente com escritório na Praça do Império, em Lisboa. Vejam o desfile
da intelligentsia coimbrã (e não só) a desfilar com vistosos chapéus; parecia uma feira
do abat-jour.
Este e outros textos em:
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