Este documento analisa as desigualdades demográficas na União Europeia entre 1995-2021. Aponta que alguns países como Espanha, França e Alemanha tiveram crescimento populacional, enquanto outros como Romênia e Bulgária perderam quase 3 milhões de habitantes. Também destaca que a crise financeira acentuou as desigualdades regionais e levou a mais migração para a UE.
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As desigualdades provenientes da demografia na UE
Os últimos 26 anos (1995/2021) mostram as enormes desigualdades da dinâmica
demográfica na Europa comunitária. Essas desigualdades mostram o natural fracasso
das políticas de igualização na vida e no bem-estar dos europeus e das políticas ditas
de coesão social, por parte das oligarquias partidárias no poder, fiéis respeitadoras dos
interesses do capital, mormente de perfil financeiro.
Essas desigualdades, perante a atonia do que se chama “esquerda” e, a miscigenação
cultural das sociedades atuais favorecem narrativas racistas e fascistas, deixando para o
esquecimento os atentados de origem jihadista, dominantes até há poucos anos. Os
grupos fascistas e racistas são um produto interno na UE e nos EUA, com um
sedimento próprio e, bem integrado no sistema político da Ucrânia, como se vem a
assistir.
Neste documento, são consideradas apenas as situações e as dinâmicas demográficas
no contexto da UE.
No primeiro período considerado (1995/2010), destaca-se o enorme crescimento
demográfico da Espanha1
, seguindo-se-lhe a França com mais 356 mil habitantes e a
Itália com um acréscimo de 156000 pessoas. A crise financeira que desabou sobre os
povos veio a acentuar as desigualdades que, naturalmente, conduziram a movimentos
de emigração, da constituição de bolsas de pessoas vindas de áreas periféricas da
Europa (Leste, Balcãs e Portugal), como da Ásia, da África, da América Latina, com o
caudal de xenofobias e racismos, de grupos fascistas, mais ou menos explícitos, como o
Chega português, o Vox espanhol, o AfD alemão, a consagrada LePen e outras
pestíferas entidades; … cujas diferenças face aos grupos tradicionais de recorte
democrata-cristão, liberal ou social-democrata são, verdadeiros infinitésimos.
No período seguinte (2010/2021), o acréscimo populacional espanhol é muito inferior
ao observado no período anterior (83000 pessoas por ano); e, os maiores volumes de
crescimento demográfico registam-se em França (273 mil, inferior ao período anterior),
na Alemanha (123 mil muito acima dos parcos 18 mil anuais registados em 2010),
seguidos da Suécia (94 mil), da Espanha, dos Países Baixos e outros.
1
Em 1990/2019 o volume de imigrantes registados em Espanha passou de 822 mil para 6,1 milhões,
enquanto os autóctones cresceram apenas três milhões https://grazia-
tanta.blogspot.com/2020/07/desigualdades-na-dinamica-demografica.html
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São onze os países com evolução demográfica positiva e crescente, entre os períodos
considerados; para além dos atrás referidos, salientamos a Bélgica, a Áustria, a
Dinamarca e a Rep. Checa. Quanto aos casos de redução dos excedentes populacionais
entre os dois períodos, salientamos, pelo seu volume, a Espanha, a Itália, a França e,
numa escala menor, a Irlanda.
Entre os países com saldos demográficos negativos nos dois períodos - potenciais
fornecedores de mão-de-obra barata para terceiros2
- sublinhem-se, pela sua
dimensão, a Roménia e a Bulgária, para além da Croácia, da Hungria, da Letónia, da
Lituânia e da Polónia. Em onze anos, aqueles países perderam quase três milhões de
habitantes, um terço dos quais na Roménia e na Bulgária; isto é, nos dois últimos
países, mais de 10% da sua população conjunta, em 2010 (cerca de 27 milhões).
É bem evidente que a pujança económica da UE tem um centro tradicional, da França à
Escandinávia, incluindo a Irlanda e, ligado, a zonas intermédias de desenvolvimento
capitalista, como Espanha e Itália, por exemplo. Tudo o mais constitui um leque de
bolsas de recrutamento de mão-de-obra barata (in situ ou emigrada), num contexto de
acirrada concorrência com gente do Próximo e Médio Oriente, de África ou, da América
Latina, zonas acossadas pela desestruturação económica e social, pelos conflitos
armados, próprios das zonas periféricas do capital global; pelo saque e a brutalidade
dos governos, mesmo que se demonstrem como democratas, lá porque realizam
eleições. Estamos longe, portanto, das intenções de homogeneização, desenvolvimento
regional integrado, de bem-estar, definidas oficialmente por todos os gangs
partidários, de burocratas incapazes que se vêm sucedendo nas instituições da UE. A
atual e profunda subalternidade dos burocratas nacionais europeus face aos EUA, a
aceitação canina das ações levadas a cabo por aquele país, apresentam elementos
claros de uma postura colonial por parte dos EUA; estes, claramente mais afastados de
uma forte influência no Oriente, aproveitam-se da fragilidade política dos burocratas
europeus, gestores de populações tendencialmente envelhecidas e conservadoras.
As reduções de população apenas no período 2010/21 registam-se em dois países;
curiosamente dos mais atingidos pelas medidas das troikas – Grécia e Portugal que,
naquele período terão perdido, respetivamente, 440000 e 250000 habitantes. No caso
português, a redução populacional ocorre no seguimento da atuação de dois gangs de
criminosos – PSD e PS – respetivamente dirigidos por dois vermes de nome Passos
Coelho e António Costa.
Como se pode observar no gráfico seguinte, na comparação da evolução registada
entre os dois períodos analisados, há várias situações:
2
Sem que daí se possa inferir uma não chegada de imigrantes, vindos de África, da América Latina ou do
sul da Ásia, destinados aos trabalhos mais duros e mais mal pagos, com menos acesso a direitos.
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» situações de crescimento populacional positivo e ascendente nos dois períodos:
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Luxemburgo,
Malta, Rep. Checa e Suécia;
» situações de crescimento populacional positivo mas descendente entre os dois períodos:
Chipre, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Países Baixos e UE
» situações de decrescimento populacional, aliviado entre os dois períodos:
Bulgária, Estónia, Letónia, Polónia e Roménia
» situações de decrescimento populacional, agravado entre os dois períodos:
Croácia, Hungria, Lituânia
» países com passagem direta de crescimento a decrescimento populacional, entre os dois
períodos:
Grécia e Portugal3
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Este e outros textos em;
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3
Com os nossos “agradecimentos” a Passos, a Costa e aos seus gangs de imbecis e malfeitores