o brasil na economia global

1. Ciências Humanas e suas
Tecnologias - GEOGRAFIA
Ensino Médio, 2ª Série
O BRASIL NA ECONOMIA GLOBAL: O
MERCOSUL E A ALCA

2. GEOGRAFIA, 2º ANO
9. O Brasil na Economia Global: O MERCOSUL e a ALCA
9.1 HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO
• Todos os anos milhares de caminhões, trens, navios e aviões circulam entre os países e
continentes, transportando milhares de toneladas de mercadorias – produtos
industrializados, minerais e agrícolas. Em 2008, as exportações de todos os países
somaram cerca de 16 trilhões de dólares.

3. GEOGRAFIA, 2º ANO
9. O Brasil na Economia Global: O MERCOSUL e a ALCA
9.1 HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO
• Desde o final da Segunda Guerra, com raras exceções num ou noutro ano, o comércio
internacional cresceu mais que o produto mundial bruto. Visando ampliar as trocas
entre os países foi constituído, no pós-guerra, o GATT (Acordo Geral de Tarifas e
Comércio), atual OMC (Organização Mundial de Comércio), e muitos blocos comerciais
também foram criados desde então.

4. GEOGRAFIA, 2º ANO
9. O Brasil na Economia Global: O MERCOSUL e a ALCA
9.1 HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO
• O Brasil, embora não esteja entre os principais países comerciantes na economia
global, desempenha um importante papel, pois somente no ano de 2008, nosso país
exportou 198 bilhões de dólares e importou 183 bilhões; tendo uma participação de
1,2% das exportações e 1,1% das importações realizadas no comércio mundial.
(WORLD trade report 2009.Genebra: World Trade Organization, 2009. p.15.)

5. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.2 O BRASIL E O MERCOSUL – HISTÓRICO E IMPLANTAÇÃO
• O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) começou a se formar em 1985, nos governos
de Raul Alfonsín (Argentina) e José Sarney (Brasil). Para viabilizar o projeto de
integração, Brasil e Argentina tiveram de colocar de lado sua tradicional rivalidade e
seus projetos hegemônicos na América do Sul, vigentes na época em que eram
governados por regimes militares. (1)

6. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.2 O BRASIL E O MERCOSUL – HISTÓRICO E IMPLANTAÇÃO
• Várias reuniões foram realizadas entre representantes dos dois governos ao longo dos
anos seguintes até que incorporassem o Paraguai e o Uruguai nas negociações e os
quatro assinassem o Tratado de Assunção em 1991.

7. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.3 O BRASIL E O MERCOSUL – OBJETIVO
• O objetivo inicial era estabelecer uma zona de livre comércio entre os países-membros
por meio da eliminação gradativa de tarifas alfandegárias e restrições não tarifárias,
liberando a circulação da maioria das mercadorias.

8. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.4 O BRASIL E O MERCOSUL – PROTOCOLO DE OURO PRETO
• Em 1994, foi assinado o Protocolo de Ouro Preto e fixou-se uma política comercial
conjunta dos países do MERCOSUL em relação às nações não integrantes do bloco,
medida que definiu a Tarifa Externa Comum (TEC) e transformou o bloco em união
aduaneira (alfandegária). (2)

9. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.4 O BRASIL E O MERCOSUL – PROTOCOLO DE OURO PRETO
• O Protocolo de Ouro Preto também criou uma estrutura institucional – composta pelo
Conselho do Mercado Comum e pela Comissão de Comércio do MERCOSUL, entre
outros órgãos – para que a integração se aprofunde ao estágio de mercado comum,
terceira e mais avançada etapa do processo de integração. (1)

10. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.5 O BRASIL E O MERCOSUL – ENFRAQUECIMENTO DO BLOCO
• Problemas econômicos e divergências políticas entre o Brasil e a Argentina têm
mostrado que deve ser longo o caminho para a implantação do mercado comum,
marcado inclusive por retrocessos. A desvalorização cambial brasileira de 1999 fez os
argentinos adotarem uma série de medidas protecionistas para barrar a entrada de
produtos brasileiros, que ficaram baratos com o enfraquecimento do Real. (1)

11. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.5 O BRASIL E O MERCOSUL – ENFRAQUECIMENTO DO BLOCO
• A crise argentina, entre 2001 e 2002, causou acentuada queda do PIB do país e,
consequentemente, um grande aumento do desemprego e da pobreza, além da
redução da capacidade de consumo. Com isso, as exportações brasileiras para o
vizinho argentino despencaram nesse período, como mostra a tabela a seguir, segundo
informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(disponível em www.desenvolvimento.gov.br).

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9.5 O BRASIL E O MERCOSUL – ENFRAQUECIMENTO DO BLOCO
COMÉRCIO BRASILEIRO COM A ARGENTINA E O
MERCOSUL (EM BILHÕES DE DÓLARES)
Ano
Exportações para a/o Importações para a/o
Argentina MERCOSUL Argentina MERCOSUL
1998 6,8 8,9 8,0 9,4
1999 5,4 6,8 5,8 6,7
2000 6,2 7,7 6,8 7,8
2001 5,0 6,4 6,2 7,0
2002 2,3 3,3 4,7 5,6
2003 4,6 5,7 4,7 5,7
2004 7,4 8,9 5,6 6,4
2005 9,9 11,7 6,2 7,1
2006 11,7 14,0 8,1 9,0
2007 14,4 17,4 10,4 11,6
2008 17,6 21,7 13,3 14,9
2009 12,8 15,8 11,3 13,1

13. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.5 O BRASIL E O MERCOSUL – ENFRAQUECIMENTO DO BLOCO
• Apesar da retomada do crescimento econômico nos dois principais países - membros,
o aumento do fluxo de comércio entre eles, especialmente a partir de 2004, a
incorporação de outros países ao bloco (Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador) e a
assinatura do protocolo de adesão da Venezuela (2006), a crise financeira de 2008 e a
retomada de medidas protecionistas por parte da Argentina, como mostra a tabela
anterior, provocaram uma queda significativa no comércio intrarregional em 2009.

14. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.5 O BRASIL E O MERCOSUL – ENFRAQUECIMENTO DO BLOCO
• Além de todos esses fatores, o aumento da competição chinesa – apesar da TEC – tem
tomado o lugar de produtos brasileiros no comércio com o bloco. Esses fatos puseram
o MERCOSUL em xeque. Mas ainda assim, o Brasil é atualmente responsável por 70%
do comércio exterior do MERCOSUL, segundo o Banco Mundial (WORLD development
indicators 2009. Washington, D.C.: The World Bank, 2009. p.14-6, 216-8).
MERCOSUL – 2007
Membro
População (milhões de
habitantes)
PNB (bilhões de dólares) Exportações (bilhões de
dólares)
Brasil 192 1122 160,6
Argentina 40 239 55,9
Uruguai 3 21 4,5
Paraguai 6 11 2,8
Total 241 1393 223,8

15. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.6 A ALCA – HISTÓRICO E IMPLANTAÇÃO
• No atual mundo globalizado, com o aumento da concorrência e a consolidação da
tendência de formação de blocos, os norte-americanos viram, no regionalismo
comercial, um meio de expandir seus interesses econômicos na América.

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9.6 A ALCA – HISTÓRICO E IMPLANTAÇÃO
• As negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) foram
iniciadas na I Cúpula das Américas, realizada em Miami (Estados Unidos), em 1994,
organizada pelo então presidente Bill Clinton.

17. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.7 A ALCA – OBJETIVO
• O objetivo era implantar uma zona de livre comércio, envolvendo todos os países
americanos, com exceção de Cuba. O governo dos Estados Unidos esperava o
encerramento das negociações até o início de 2005 e a entrada em vigor dos acordos
no final daquele ano, quando a ALCA deveria começar a funcionar.

18. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.8 A ALCA – RESISTÊNCIA DO BRASIL E DO MERCOSUL
• Entretanto, a resistência do Brasil e de seus sócios do MERCOSUL ao modelo de
integração proposto e a perda de prioridade da América Latina, após os ataques às
torres gêmeas em 2001 e o envolvimento do governo Bush nas guerra do Afeganistão
(2001) e do Iraque (2003), puseram fim às negociações.

19. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.8 A ALCA – RESISTÊNCIA DO BRASIL E DO MERCOSUL
• Principalmente, no Brasil, havia o receio de que a entrada na ALCA pudesse trazer
prejuízos econômicos. De forma geral, a produtividade da economia norte–americana
é maior que a brasileira, e a entrada de produtos com tarifa zero causaria problemas
em muitos setores, sobretudo na indústria e nos serviços.

20. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.9 A ALCA – CONFLITOS DE INTERESSES E PARALISAÇÃO DO PROJETO
• O governo americano devido a sua inferioridade competitiva em alguns setores
industriais (siderurgia, têxtil, calçados, celulose, açúcar, álcool, entre outros) em
relação a países do continente, como o Brasil, impõe uma série de barreiras não
tarifárias justamente a esses produtos, dificultando a sua entrada.

21. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.9 A ALCA – CONFLITOS DE INTERESSES E PARALISAÇÃO DO PROJETO
• Em 2009, a eleição de Barack Obama não mudou esse cenário porque sua maior
preocupação foi enfrentar a grave crise financeira que se abateu sobre os Estados
Unidos no ano anterior e resolver as guerras no Iraque e no Afeganistão.

22. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.9 A ALCA - CONFLITOS DE INTERESSES E PARALISAÇÃO DO PROJETO
• Depois do NAFTA (Acordo Norte–Americano de Livre Comércio), a Área de Livre
Comércio das Américas (ALCA) foi o principal projeto integracionista, defendido pelo
governo Clinton (1992 – 2000), porém, está paralisado desde o governo Bush (2000 –
2008). A partir de então, os Estados Unidos passaram a firmar acordos bilaterais com
diversos países da América, como o Chile, e de outros continentes como a Austrália.

23. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.9 A ALCA - CONFLITOS DE INTERESSES E PARALISAÇÃO DO PROJETO
• Uma amostra do quanto está paralisado o projeto ALCA: em 21 de março de 2010, ao
buscar informações em seu site oficial (www.ftaa-alca.org), o internauta se deparava
com o seguinte aviso: “Este site foi atualizado em 21 de junho de 2006”. Eram exatos
três anos e nove meses sem atualização!

24. GEOGRAFIA, 2º ANO
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9.9 A ALCA - CONFLITOS DE INTERESSES E PARALISAÇÃO DO PROJETO
• Na V Cúpula das Américas, realizada em 2009 em Port of Spain (Trindade e Tobago), a
integração no âmbito da ALCA nem foi discutida. Os temas de maior evidência foram a
crise financeira mundial e a reintegração de Cuba à OEA. A declaração final girou em
torno de questões genéricas como a promoção da prosperidade humana, da segurança
energética e da sustentabilidade ambiental. A única menção ao comércio deixou clara
a preocupação em aprofundar o intercâmbio no marco da OMC, ou seja, no âmbito de
um sistema multilateral, não regional, como se pensava na ALCA.

25. 9.10 REFERÊNCIAS
• SENE, E. de., MOREIRA, J. C.. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e
globalização – Ensino Médio. Vol.2. São Paulo: Scipione, 2010.
• MERCOSUL: página oficial. Disponível em: www.mercosur.int/show?
contentid=10&channel=secretaria. Acesso em: 22 nov. 2011.
• ALCA: página oficial. Disponível em: www.ftaa-alca.org. Acesso em: 22 nov. 2011.
GEOGRAFIA, 2º ANO
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