Este documento discute a deontologia profissional, especificamente no contexto da medicina. Ele descreve que mais de um terço dos oncologistas apoiam a legalização da eutanásia, mas menos de um quarto admite que seria capaz de praticá-la. O documento também sugere que cuidados paliativos melhorados podem evitar muitos pedidos de eutanásia.
1. Guia de trabalho
Se por Deontologia entendemos o conjunto de deveres exigidos aos profissionais, uma ética de
obrigações para consigo próprio, com os outros e com a comunidade, parece evidente que todas as
profissões implicam uma ética, pois todas se relacionam directa ou indirectamente com os outros seres
humanos. Claro que existem diferenças entre a relação indirecta, actividades que lidam com os objectos, e a
relação directa, profissões que trabalham com pessoas, como sejam advogados, psicólogos, professores,
médicos ou assistentes sociais. É que nestas actividades, a maior parte das normas profissionais, assumem
uma dupla natureza, são técnicas e são éticas.
1. Defina deontologia profissional.
2. Faça uma reflexão crítica sobre práticas/posturas profissionais onde a falta de deontologia o
constrangeu/afectou a nível social ou psíquico.
A profissão médica é, talvez, aquela em que a deontologia profissional é mais exposta à população
em geral, na medida em que todos nós, pelo menos uma vez na vida, já necessitámos de cuidados médicos.
O desenvolvimento da ciência médica e das tecnologias de apoio à mesma tem possibilitado prolongar a vida
cada vez até mais tarde. Esta realidade levanta um novo problema – com que qualidade de vida se vivem
esses anos. A eutanásia tem surgido como uma possível solução para terminar com o sofrimento prolongado
e sem esperança. Se temos direito à vida, não teremos também direito à morte?
Área – Cidadania e Profissionalidade
Núcleo gerador 5: Convicção e Firmeza Ética
Domínio de Referência: DR2 – Contexto Profissional
Tema: Deontologia e Normas Profissionais
Competência: Adoptar normas deontológicas e profissionais como valores de referência não transaccionáveis em contextos
profissionais
Formadores: Ana Marinho
2. “Mais de um terço dos oncologistas são a favor da legalização da eutanásia, mas apenas menos de um
quarto admite que seria capaz de o fazer. Ferraz Gonçalves, autor do estudo e investigador da Faculdade
de Medicina da Universidade do Porto, considera que a morte assistida não deve ser uma questão
prioritária para ser discutida. O especialista considera que uma maior implementação dos cuidados
paliativos evitaria muitos dos eventuais pedidos de eutanásia. Trinta e nove por cento dos médicos
oncologistas defendem a legalização da eutanásia, mas a percentagem que admite fazê-lo é de 23%,
segundo um estudo de 2007 da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).”
Fonte: Tribuna Médica Press, 12 de Fevereiro de 2009
3. Faça uma reflexão sobre a diferença entre a percentagem de médicos a favor da legalização da
eutanásia e a percentagem de médicos que era capaz de a praticar.