O documento discute a história da alquimia na Idade Média, incluindo sua transmissão da cultura árabe para a Europa entre os séculos XII-XVI. Destaca a importância da Escola de Toledo na tradução de textos e do trabalho de Roger Bacon e dos enciclopedistas na sistematização do conhecimento alquímico. Também descreve contribuições da alquimia medieval para o desenvolvimento inicial da química, como a descrição de procedimentos de laboratório e obtenção de álcool, ácidos e pólv
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História da Química
Profa. Janete Yariwake
4. Idade Média : Alquimia (Parte II)
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Exemplos da imagem da Alquimia na cultura “pop” no Brasil
N. Flamel (alquimista
francês, séc XIV)
Raimundo
Flamel
(alquimista
de novela -
TV Globo)
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A alquimia e a história da Química
• Alquimia greco-egípcia (Alexandrina) : sec. I aC – VII dC
• Alquimia no mundo árabe: séc. XII – XVI
• Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
• Alquimia tardia (séc XVI – meados do séc. XVIII)
Idade Média = “Idade das Trevas” na Europa ???
A Idade Média durou aprox. 1.000 e não é um período
uniforme, homogêneo, mesmo na Europa.
Houve algumas características comuns na Idade Média Européia:
- uso do latim como língua culta
- papel central da Igreja (cristã) na vida em geral; no
ensino e criação de conhecimento; no poder temporal e espiritual.
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Grécia Antiga: origens da Ciência Ocidental
conhecimentos científicos
da Grécia Antiga
(astronomia, matemática,
física, química, medicina,
biologia)
Influência na
cultura Árabe
(“idade de ouro
do islamismo”,
séc VIII - XI)
Influência na
cultura Romana
(Roma Antiga)
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A “idade de ouro” do islamismo
(séc. VIII - XI)
Cultura árabe
- início na Península Arábica; expansão após o declínio
e queda do Império Romano (476 d.C.)
Ciência na cultura árabe
herança da
cultura grega
+
influência de
culturas
orientais
(hindú,
chinesa)
+
contribuições
originais
= influência na cultura
ocidental
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Final do séc. X: a cultura do mundo árabe (conhecimento filosófico,
científico e médico) era mais desenvolvida do que na Europa.
Cenários da transmissão da Ciência árabe para a Europa
1. Sicília (Itália): domínio árabe entre 902 – 1091
• criação da Escola de Medicina de Salerno
2. Cruzadas (1076 – 1270): derrota dos
europeus (pouco intercâmbio cultural).
3. Domínio árabe na Espanha (711 – 1492)
principais centros científicos:
Córdoba, Toledo, Sevilha
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Cenários da transmissão da Ciência árabe para a Europa
1. Sicília (Itália): domínio árabe entre 902 – 1091
Escola de Medicina de Salerno:
mais antiga da Europa:
- séc. VII: Hospicium, de monges beneditinos
- a partir do séc. IX: “Centro de Medicina”
(ensino teórico e prático).
Destaque: Constantino, o Africano (1020 –
1087)
Traduziu para o latim diversas versões
árabes de tratados médicos gregos,
influenciando o pensamento científico europeu.
Sua “Materia medica” foi usada até o séc.
XVI no ensino de Medicina.
Porém: Constantino assumiu a autoria de
algumas das obras dos árabes.
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Alquimia medieval européia: a Escola de Toledo
• Toledo, séc. XI e XII: tradução para o
latim de textos da cultura do mundo
árabe e das versões dos textos
científicos e literários gregos
(preservados em versões para o
árabe).
Domínio árabe na Espanha (711 – 1492)
Toledo
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• o trabalho de tradução da “Escola de
Toledo” gerou interesse nos textos
originais gregos.
No séc. XIII, os europeus dispunham do
conhecimento antigo e do mundo
árabe
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIII: origens da Ciência moderna
Roger Bacon (1220 – 1292)
Filósofo, franciscano, inglês.
Estudou línguas, humanidades, astronomia, matemática,
óptica, música e alquimia.
a Alquimia, cf. Bacon:
Alquimia
Alquimia especulativa
Alquimia prática
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Para Bacon, a Alquimia prática era a mais importante das
Ciências.
“Opus Tertius”: descrição de chaves da Alquimia
“chaves” = operações: purificação, destilação,
calcinação, moagem, sublimação, decomposição,
liquefação, etc.
fig. da Encyclopaedia Brittanica
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIII: origens da Ciência moderna
Roger Bacon (1220 – 1292)
Classificou cf. a seguir as Ciências:
• perspectiva (= atualmente, óptica)
• astronomia
• ciência dos pesos (= atualmente, mecânica)
• alquimia
• medicina
• agricultura
• ciência experimental
A principal contribuição de Bacon à Ciência é a indicação (recomendação) da
união entre empirismo, experimentação e desenvolvimento matemático.
As idéias de Bacon são consideradas precursoras da Revolução
Científica (Séc. XVI e XVII).
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fig. da Encyclopaedia Brittanica
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Alquimia medieval européia: a Escola de Toledo
• Toledo, séc. XI e XII: tradução para o
latim de textos da cultura do mundo
árabe e das versões dos textos
científicos e literários gregos
(preservados em versões para o
árabe).
Domínio árabe na Espanha (711 – 1492)
Toledo
História da Química
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• o trabalho de tradução da “Escola de
Toledo” gerou interesse nos textos
originais gregos.
No séc. XIII, os europeus dispunham do
conhecimento antigo e do mundo
árabe
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIII: origens da Ciência moderna
O conhecimento científico resultante das traduções
(Escola de Toledo) tornou necessária a tarefa de
compilação sistemática de dados. O acervo bibliográfico
estava na maior parte em mosteiros e conventos.
séc. XIII: tarefa dos “enciclopedistas”
Compilação de obras (“enciclopédias”) da
Alquimia, Ciência, História, Política, Teologia,
etc.
As enciclopédias tinham elevada reputação
e contribuíram para a divulgação de idéias.
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Alguns historiadores consideram Bacon
também como “enciclopedista”.
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIV e XV: “status quo” da Alquimia européia
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1. Após o trabalho dos “enciclopedistas”, os
conhecimentos da Alquimia no mundo árabe
espalharam-se pela Europa cristã.
2. Os conhecimentos da Alquimia eram abordados como
parte dos conhecimentos da Ciência, por sábios e
eruditos. Por isso, estes conhecimentos eram
considerados dignos de atenção das “pessoas cultas”
Bacon considerava a Alquimia prática
como “a mais importante” parte
(divisão) da Ciência.
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIV e XV: “status quo” da Alquimia européia
História da Química
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3. Os europeus adicionaram aos conhecimentos da
Alquimia um conjunto de conhecimentos empíricos,
pré-alquímicos, da Europa antes do séc. XII.
4. Surgimento de metodologia de trabalho, em comum
aos alquimistas e os “naturalistas” (cientistas):
observação, experimentação, sistematização.
na Química: idéias
divulgadas por Roger
Bacon
na Física: idéias divulgadas por
Albert de Halberstadt
(? – 1390).
- influenciou Leonardo da Vinci
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIV e XV: “status quo” da Alquimia européia
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3. Surgimento de metodologia de trabalho, em comum
aos alquimistas e os “naturalistas” (cientistas):
observação, experimentação, sistematização.
Época da descrição do preparo da “água régia”
(1 HNO3 : 3 HCl concentrados) do ác.
sulfúrico e do ác. nítrico.
Figura extraída de Quím.Nova 21, 504
(1998).
Diversos procedimentos de laboratório de Química
foram descritos em textos de alquimistas dos
sécs. XIV – XV.
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Alquimia medieval européia: séc. XII – XVI
Séc. XIV e XV: observação, experimentação, sistematização.
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Na época, a Alquimia contribuiu para a descoberta,
descrição ou aperfeiçoamento da obtenção de 3 materiais
importantes para a Química:
1. álcool
Origem provável da forma destilada e purificada: Europa, séc X.
2. ácidos minerais
H2SO4 (uso em rituais e no alvejamento de tecidos)
HNO3 (uso para separar ouro da prata) e “água régia” (considerada um
ácido (mistura 1 HNO3 :3 HCl)
HCl (séc. XIII; menos estudado por ser mais difícil de obter na época)
3. pólvora
Origem provável: China, séc. X, em fogos de artifício (mistura de
carvão, enxofre e salitre). Na alquimia européia, o salitre (K2NO3) era uma das
matérias-primas para obtenção da água régia.