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Disciplina:
ECOLOGIA BÁSICA
A história natural da
Ecologia e do
Conservacionismo
<ECOLBAS_1>
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA
Prof. Tarcisio A. Cordeiro
2018
Pintura rupestre no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, datada
de 100.000 anos atrás. © 2008 FUMDHAM
• Definições correntes
ECOLOGIA é:
“o estudo das relações entre organismos e o seu ambiente”
“o estudo da distribuição e abundância de organismos
considerando os fatores orgânicos e ambientais que as
determinam”
• Entendendo a ecologia
É uma ciência que pode ser
considerada como uma
evolução do conhecimento
informal e empírico acerca
da natureza...
“Caça à Onça”, Parque Nacional da Serra da Capivara,
Piauí. © 2008 FUMDHAM
ECOLOGIA I . Introdução 1.2
A ECOLOGIA E AS OUTRAS CIÊNCIAS
A ecologia teve sua origem na biologia e inclui ou é uma
mistura de várias disciplinas e filosofias não
necessariamente afins. Por exemplo:
- Biológicas: sistemática, fisiologia, genética, comportamento,
evolução e especiação.
- Exatas: matemática, estatística, química, física...
- Da Terra: clima, geoquímica, oceanografia...
- Humanas: sociologia, economia, geografia...
ECOLOGIA I . Introdução 1.3
ETAPA IMPORTANTE, A GRÉCIA ANTIGA1
Existe um consenso de que a Ecologia emergiu
como uma nova ciência no final do século XIX,
derivada da biologia e da história natural,
tornando-se muito popular pouco tempo depois,
em meados da década de 1960. Entretanto, o
pensamento ecológico esteve presente o tempo
todo no próprio desenvolvimento da civilização.
Os trabalhos de Aristóteles e de Teofrasto, seu
discípulo, já apresentavam alguns conteúdos
que hoje poderiam ser considerados de
ecologia. Teofrasto descreveu muitas relações
entre espécies e delas com seu ambiente,
reconheceu a ligação entre clima e tipo de solo
na ocorrência de plantas, isso ainda no século
4 AC.
Se pararmos para pensar, os agricultores
egípcios, tanto quanto os atuais, praticavam
controle biológico de pragas. Todos sabem que
é bom ter um gato morando no celeiro.
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.4
Aristóteles (384 - 322 AC), aluno de Platão e
tutor de Alexandre o Grande, é considerado
um dos maiores pensadores de todos os
tempos e criador do pensamento lógico.
Modificado de: Ungenannter Wordpress. 1. Aproximadamente entre 800 e 200 anos AC.
O ANTIGO E O NOVO
Os trabalhos de Aristóteles e de outros filósofos gregos permaneceram em segredo por mais de
1.000 anos e somente no final da Idade Média começaram a ser tornar públicos novamente.2
Quando Tomás Aquino publicou sua obra mais importante, Summa Theologiae, entre 1267
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.5
2. Atualmente, a obra completa de Aristóteles está disponível (em inglês) no site da Universidade de Adelaide, Austrália:
eBooks@Adelaide. 3. O nome Renascença vem justamente do resgate de certas idéias dos filósofos da antiguidade (Wikipedia).
e 1272, acabou por suscitar o interesse
em Aristóteles e em outros filósofos da
antiguidade. Os pensadores da época
saíram em busca dos textos antigos nas
bibliotecas do Império Bizantino, no
Mundo Islâmico e em monastérios,
entretanto, somente uma parte foi
encontrada.
Os textos recuperados e publicados
despertaram um desejo de buscar e
aperfeiçoar o conhecimento do mundo;
um sentimento inteiramente diferente à
espiritualidade transcendental forçada
pelo Cristianismo medieval. O espírito
curioso, apegado à realidade, lógico e
metódico dos antigos ajudou a dar forma
à Renascença3 e mais, permanece ainda
muito vivo na prática da ciência ocidental.
Um avião de Leonardo da Vinci, um ilustre renascentista que
buscou e testou sua compreensão sobre a natureza.
Carl von Linnaeus e capa da edição de
1760 de Systema Naturae. Wikipedia
O COMEÇO
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.6
LINNAEUS (1707 - 1778) : A EUROPA PÓS-RENASCENÇA
O naturalista sueco Carl von Linnaeus está entre os mais influentes cientistas do século 18.
Embora seja mais conhecido pela criação do sistema moderno de nomenclatura científica,
Linnaeus também escreveu sobre o funcionamento da natureza, as obras Curiositas Naturalis
(1748), Oeconomia Naturae (1749) e Politia Naturae (1760) tratam de assuntos que hoje são
considerados próprios da Ecologia.
Em Oeconomia Naturae, Linnaeus começa referindo-se a Seneca “Tudo está sempre em mutação”
e segue descrevendo os estágios do ciclo de vida, Generatio, Conservatio e Destructio, indicando
um permanente fluxo de materiais
onde tudo está conectado e onde
nada é realmente perdido.
Usando metáforas próprias do estilo
barroco, Linnaeus usa a imagem do
mundo como um palco de teatro,
onde cada espécies tem um papel
definido e, quando um indivíduo
morre, seu papel é assumido por
outro; a isso nós atualmente
chamamos de nicho1, e o teatro
podemos entender como biocenose.
1. Hestmark, G. 2000. Oeconomia Naturae
L. Nature, 405, 19. html.
À esquerda, avistamento de Carcharodon carcharias (Linnaeus, 1758), imagem: ©2008, DaKuRaJa, Shugal Point. À direita, mapa
de distribuição de C. carcharias (L., 1758) e sua probabilidade de ocorrência, imagem: FishBase.
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.7
LINNAEUS (cont.)
Em Politia Naturae, Linnaeus escreve “a guerra de todos contra todos”, referindo-se a árdua tarefa
da sobrevivência. Esta visão influenciou muitos autores que se seguiram, inclusive Darwin, que
como sub-título da Origem das Espécies colocou a expressão “...struggle for life”.1 Linnaeus
também procurava indicar os locais de ocorrência das espécies que descrevia, essa prática evoluiu
para o conceito que hoje chamamos de habitat. Por exemplo, Linnaeus atribuiu um nome ao
tubarão branco2 e indicou que esta espécie ocorre em todos os oceanos, preferencialmente em
águas quentes e temperadas, raramente em águas frias, este é o habitat do tubarão branco.
1. 2008. Uppsala Universitet, Suécia. html. 2. Originalmente Squalus carcharias, depois modificado para Carcharodon carcharias
mas mantendo a autoria de Linnaeus, California Academy of Sciences - Ichthyology
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.8
Thomas Robert Malthus (1766 – 1834)
Malthus, apesar de sua obra já ter mais de dois séculos, ainda suscita
muito debate, principalmente nas ciências sociais. Embora focado na
economia e crescimento da população humana, sua obra influenciou
muitos cientistas na área da história natural, como Wallace e Darwin.
Alguns conceitos importantes receberam seu nome, por ex. a
“armadilha maltusiana”, na qual as nações utilizam a abundância
momentânea de alimento para aumentar as suas populações antes de
estabelecer uma segurança alimentar e bem estar à todos.
Outro conceito é a “catástrofe maltusiana”, na qual as populações
tendem a crescer até que as classes mais baixas começam a morrer
de fome e/ou doença. Diz-se ainda que uma “sociedade maltusiana”
é aquela que já fez a transição demográfica, equilibrando nascimentos
e mortes, geralmente através de educação e planejamento familiar.
Maltus era um clérigo e isso influenciou muito nas suas assertivas, deixando sua obra recheada de
expressões tais como, miséria, vício, o mal, a salvação e condenação, por ex. No entanto, algumas
observações ainda são válidas.
O que ficou bem assentado para a biologia:
“O aumento da população é necessariamente limitado pelos meios de subsistência” (daí a ideia de k)
“As populações invariavelmente crescem quando os meio de subsistência crescem”
“Enquanto a população cresce geométricamente, os meios de subsistência crescem aritméticamente.”
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.9
Humboldt (1769-1859), detalhe
de pintura em óleo de Joseph
Stieler de 1843, Humboldt-
portal.
ALEXANDER VON HUMBOLDT
"I have always admired him; now I worship him.“
Eu sempre o admirei, agora eu o adoro, Charles Darwin
referindo-se a Alexander von Humboldt em carta de 1832.
Durante todo o século 18 e no começo do século 19, as potências marítimas
tais como Inglaterra, Espanha e Portugal, realizaram muitas expedições
exploratórias ao redor do mundo, visando desenvolver o comércio e descobrir
novos recursos naturais. Até o começo do século 18, aproximadamente vinte mil
espécies de plantas estavam catalogadas, cem anos depois já eram quarenta
mil; atualmente já são quase 400.000 espécies.
Entre 1799 e 1804, Alexander von Humboldt viajou à América do Sul, suas
observações foram publicadas em muitos volumes ao longo de 21 anos. Suas
obras foram companheiras de viagem de outros exploradores, por ex. Charles
Darwin. Com base em estudos botânicos, foi o primeiro cientista a propor que a
América do Sul e a África estiveram unidas no passado.
1. A maior parte dos trabalhos de Humbold pode ser acessada no site da Universidade do Kansas, The Humboldt Digital Library.
Humboldt deixou um grande legado1 e por vezes é considerado o Pai da Ecologia. Procurou sempre mensurar as
relações entre organismos e o ambiente, chegando a relacionar zonas de vegetação usando latitude e altitude;
em 1804 ele cruzou informações sobre a distribuição de um grande número de espécies vegetais com
dados geológicos. Como fazia observações em diversas áreas da ciência, zoologia, geologia, geografia,
antropologia e astronomia, estudou o magnetismo da Terra e descobriu a declinação magnética.
Mas tão importante quanto seus resultados foi a sua forma de fazer ciência, dando origem à expressão Ciência
Humboldiana. A busca pela precisão em seus instrumentos e observações, sua sofisticação mental e novas
ferramentas conceituais, incluindo mapas de isolinhas, infográficos e a teoria dos erros, fizeram uma grande
diferença à época e influenciaram toda uma nova geração de cientistas. Humboldt criava conexões entre áreas
distantes do conhecimento e percebia as implicações sociais, científicas e estéticas do seu trabalho.
ECOLOGIA I . História da Ecologia
1.10
ALEXANDER VON
HUMBOLDT
(cont.)
Agora já é possível
ler as obras
originais de
Humboldt (bem
como de outros
autores) sem sair
de casa. Muitos
sites trazem seus
livros, cartas e
outros arquivos em
meio digital
(ebooks). A imagem
ao lado é do site
Internet Archive.org
DARWIN E A ORIGEM DAS
ESPÉCIES ... e as condições da
luta pela vida. (1ª edição em 1859)
As obras de Charles Robert Darwin e Alfred
Russel Wallace colocaram em evidência que os
seres vivos, tal como conhecemos hoje, são o
resultado da luta pela sobrevivência, na qual as
espécies vão se modificando para sobreviver às
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.11
Wallace (1823-1913) aos 89
anos. Wallace Home Page
pressões do
ambiente físico,
de predadores e
de competidores.
A ecologia ainda
não existia à
época de Darwin,
mas permeava
todo seu trabalho.
Hoje podemos
dizer que:
SOBRE A ORIGEM DAS ESPÉCIES
“A Origem das Espécies” mudou tudo. Antes de sua
publicação, a diversidade podia somente ser
catalogada e descrita; agora, já podia ser explicada.
Antes da “Origem,” as espécies foram vistas como
entidades fixas, criações de uma divindade; depois,
tornaram-se conectadas em uma grande árvore de
família que se estende através de bilhões de anos, até
ao surgimento da vida.
Talvez a realização mais importante tenha sido que a
“Origem” mudou nossa maneira de percebermos a nós
mesmos; fez de nós uma peça da natureza, tanto
quanto os pássaros e as abelhas; nós passamos a
pertencer a uma árvore de família com antepassados
notáveis e distintos (Traduzido de Olivia Judson, 2008,
http://wildking.wordpress.com/).
Thoughtware
TV
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.12
DARWIN, UM GÊNIO
INCOMPREENDIDO
Se por um lado Wallace
não recebeu tanta notorie-
dade quanto Darwin, por outro
foi poupado da reação do clero e de
boa parte da sociedade à Teoria da
Evolução. Darwin terminou os seus
Darwin Online
dias amargurado,
freqüentemente
atacado em jornais
e tablóides.
Atualmente Darwin
é reconhecido
como um dos
cientistas mais
importantes de
todos os tempos.
http://darwin-online.org
Sua obra completa
pode ser acessada
no site:
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.13
Sugestão para entretenimento e cultura, o filme:
A CRIAÇÃO (2009)
O filme coloca na lupa o ambiente em que Darwin
viveu, contextualizando o abismo que se abria entre a
ciência e a religião na Inglaterra do século XIX,
expondo ainda os enormes dilemas de Darwin ao
escrever a Origem das Espécies. Entre a formulação
da teoria e a redação e publicação foram-se quase
vinte anos porque Darwin sabia do impacto de suas
teorias sobre a sociedade e também, sobre a sua
família.
Parte biográfico e em algum momento ficcional, o filme
revela as longas “dores de parto” da obra que Darwin
postergou até o momento em que percebeu que
Wallace estava na mesma pista.
Havia grande pressão política na comunidade
científica, tanto de criacionista como de dissidentes, a
pressão do clero e da aristocracia, a qual Darwin
pertencia, e de sua própria esposa.
Ernst Häckel 1834 - 1919. Wikimedia
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.14
ERNST HAECKEL
Nasceu uma nova ciência, seu nome é ecologia...
Ernst Haeckel foi naturalista, discípulo e um grande
defensor de Darwin, introduziu muitos conceitos à
biologia e em seu trabalho de 1866, Generelle
Morphologie der Organismen, Haeckel criou a
palavra Ökologie (do grego oikos, casa, vizinhança
+ logia, ciência), definindo-a como segue:
“Por Ecologia nós entendemos o estudo da
economia e da manutenção dos organismos.
Isto significa que a ecologia deve examinar
todas as condições presentes, seus aspectos
inorgânicos e orgânicos... todas as relações
mútuas complexas, todas as circunstâncias
que Darwin incluiu na expressão - luta pela
sobrevivência”.
Em vista da longa história, talvez seja possível
questionar o quanto Haeckel seria o pai da
Ecologia, Teofrasto no ano 4 AC já lidava com
problemas típicos da ecologia, mas foi Haeckel o
primeiro a reconhecer, dar um nome e a tentar
delimitar o objeto da nova ciência.
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.15
ERNST HAECKEL (cont.)
Como muitos em sua época, Haeckel acumulava muitas habilidades, foi
naturalista, filósofo, médico, professor e artista. Descobriu e descreveu
milhares de espécies novas, traçou a primeira árvore filogenética, criou o
nível hierárquico de Phylum e o Reino Protista. O seu livro Kunstformen der
Natur (Arte da Natureza, fig. ao lado) influenciou a arte e a arquitetura que se
seguiu, dando origem à escola Art Nouveau.
Haeckel desenvolveu ainda a Teoria da Recapitulação, na qual, segundo ele,
“a ontogenia recapitula a filogenia” e que postula que o desenvolvimento
embrionário de um organismo (ontogenia) reproduz o seu desenvolvimento
evolutivo (filogenia). Na época já foi identificada uma certa dose de
imprecisão mal intencionada em seus desenhos, mesmo assim a imagem foi
reproduzida em livros didáticos até o século 20 (figs. abaixo).
Em cima à direita, medusas do livro Kunstformen der Natur, a obra completa pode ser
acessada no site do Max Planck Institut em Colônia. Abaixo à esquerda, o desenho
original de Haeckel que deu origem à Teoria da Recapitulação, à direita, o estudo que
evidenciou as imprecisões, feito por Richardson et al. em 1998 (Revista Science, html).
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.16
Victor E. Shelford 1877-1968
Seus estudos focaram a importância das relações de
interdependência entre os seres vivos. Mas talvez a maior
contribuição de Shelford tenha sido introduzir a
experimentação na ecologia, em campo e em laboratório.
Em seus trabalhos foram envolvidas ciências como a
fisiologia, biogeografia, climatologia. Formulou conceitos
utilizados até hoje, por ex. o de comunidade. Além disso,
exerceu forte influência política sobre a comunidade
acadêmica de sua época, criando associações e revistas
especializadas. Wikipedia
Arthur George Tansley 1871 – 1955
Tansley criou e definiu o termo ecossistema tal como
conhecemos hoje. Em suas palavras: “o sistema como um
todo... Incluindo não somente os vários organismos, mas
também todo o complexo de fatores físicos que moldam o
que chamamos de ambiente.”
Mais em Columbia University. e Charles H. Smith
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.17
Vladimir Ivanovich Vernadskij 1863 – 1945.
“A humanidade, como matéria viva, está profundamente
conectada com os processos energéticos e materiais do
envelope geológico da Terra - sua biosfera. A humanidade não
pode ser independente da biosfera nem por um minuto.” 1
Vernadskij nasceu na antiga Rússia, estudou em São
Petersburgo, Munique e em Paris, foi mineralogista e
geoquímico. Todavia é mais conhecido pelo seu livro de
1926, “A Biosfera”, que acabou tornando popular o
termo cunhado por Eduard Suess (1885). Desenvolveu
uma visão na qual a vida é vista como uma força
geológica que dá forma à superfície da Terra, extraindo
e recombinando seus elementos e desta forma,
promovendo sua auto manutenção.
Sua obra foi um forte impulso no estudo dos ciclos de
elementos em escala planetária. Também foi Vernadskij
quem demonstrou o papel decisivo da camada de
ozônio para a manutenção da vida, estabelecendo a
mesma como o verdadeiro limite superior da biosfera. É
considerado ainda o fundador de diversas disciplinas
novas, incluindo a geoquímica, a biogeoquímica e a
radiogeologia.2
1. Executive Intelligence Review nº18, 2005, html. 2. Wikipedia
Imagem: Vernadskij aos 70 anos, Centre de
Recerca Ecològica i Aplicacions Forestals,
html
Diferenças
&
Convergências
Ecologismo x Ecologia
ECOLOGIA I . Ecologia e Conservação 1.18
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.19
John Muir (1834-1914) em foto de1902.3
OS PRIMEIROS MOVIMENTOS CONSERVACIONISTAS
O primeiro esforço em proteger a natureza foi feito pelos reis da Inglaterra ainda na Idade Média, que tinham
como motivação o desejo de preservar áreas onde pudessem praticar a caça esportiva1. Rapidamente foi
aprendido que, para preservar a caça, seria necessário proteger a florestas dos aldeões que a usavam para
colher e caçar, combater o desflorestamento para a retirada de madeira e para a expansão das áreas agrícolas.
Em 1847, o congressista americano George Perkins fez um discurso chamando a atenção para o impacto
negativo da atividade humana na terra, especialmente com o
desmatamento, propondo uma visão conservacionista na
gestão de terras florestadas.3
No ano de 1872 foi criado nos EUA o Parque Nacional de
Yellowstone, foi o primeiro no mundo visando a
conservação da natureza. Sua criação se deve em grande
parte aos relatórios do explorador F. V. Hayden, que ajudou
a convencer o Congresso da importância de assumir o
controle da região.2
Em 1876, nos EUA John Muir publica o livro “Os Primeiros
Templos de Deus: Como devemos preservar nossas
florestas?”, no qual ele sugere a necessidade da proteção
das florestas pelo Estado. No mesmo ano é fundado em
Boston “O Clube das Montanhas Apalaches”, que se tornou
a primeira organização privada voltada para a conservação e
atualmente uma das mais importantes. Seus esforços
resultaram na transformação da região do Vale do Yosemite
em Parque Nacional em 1905.3
1. Great Wild Spaces.org. 2. Wikipedia. 3. The Evolution of the
Conservation Movement, The Library of Congress.
Acima à esquerda, Rachel Carson; à direita, cadeia trófica e
bioacumulação de DDT. Imagens: Egerton, F. N. 2007. Understanding food
chains and food webs. Bull. Ecol. Soc. Amer. 88(1). html
RACHEL L. CARSON (1907 - 1964) E A POPULARIZAÇÃO DA ECOLOGIA
Carson era bióloga marinha e é reconhecida como a responsável pela popularização da ecologia
e iniciadora do movimento ambiental. Na década de 1950, Carson focou sua atenção aos
problemas ambientais causados por pesticidas sintéticos. O resultado de sua investigação foi
publicado em forma de livro sob o título Primavera Silenciosa (1962), o qual despertou o
interesse em questões ambientais em
uma parcela considerável e sem
precedentes do público americano
(Wikipedia).
A Primavera Silenciosa desencadeou
uma forte reação na população,
manifestada no surgimento de grupos
militantes vindos de todas as camadas
sociais. O resultado foi a proibição da
fabricação e uso do DDT e de outros
pesticidas. O movimento popular
iniciado com o livro inspirou ainda a
criação da Agência de Proteção
Ambiental dos EUA (US -
Environmental Protection Agency ou
EPA) em 1970. Antes desta data, não
havia nenhuma órgão do Estado
responsável pela gestão do meio
ambiente.
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.20
EVENTOS RECENTES
1972. Stocolmo, Suécia. 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,
com a participação de 113 países, 19 agências inter-governamentais e 400 ONGs –
Resultado Principal: United Nations Environment Programme, que trata do CFC, da
camada de ozônio, aquecimento global, poluição e águas.
1983 – Assembléia Geral da ONU emite a resolução A/38/161, tratando do processo de
preparação da Perspectiva Ambiental para o Ano 2000 e Após. Sugerindo a
formação de uma comissão especial focada em questões como:
i) Propor o desenvolvimento de estratégias ambientais de longa duração para
atingir a sustentabilidade até o ano 2000 e adiante.
ii) Recomendar formas pelas quais a questão ambiental possa ser traduzida em
maior cooperação entre as nações, em todos os estágios de desenvolvimento,
apoiando mutuamente o cumprimento de metas, levando em conta as inter-
relações existentes entre pessoas, recursos, ambiente e desenvolvimento.
iii) Considerar formas e meios pelos quais a comunidade internacional possa lidar
com a questão ambiental de forma mais efetiva.
iv) Definir qual seria a percepção compartilhada de questões ambientais a longo
prazo, quais os esforços necessários para solucionar o problema da
conservação, uma agenda de ações para as próximas décadas e quais seriam
as metas ideais para a comunidade mundial.
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.21
O RECENTE (cont.)
1987. Comissão Brundtland, ou formalmente
Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e Meio
Ambiente (World Commission on Environment and
Development (WCED)).
i) A comissão recebeu o nome em homenagem
à sua presidente, a então Primeira Ministra da
Noruega, Gro Harlem Brundtland (foto).
ii) O documento final foi publicado com o título
Nosso Futuro Comum (Our Common Future,
Oxford Univ. Press, pode ser baixado na
íntegra - 16 Mb PDF)).
iii) Pela primeira vez a comunidade internacional se depara com a expressão
desenvolvimento sustentável e com as mudanças políticas necessárias
para se chegar a ela.
iv) A definição de desenvolvimento sustentável se tornou muito conhecida
e é freqüentemente citada: ...é o desenvolvimento que atende as
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das
futuras gerações em atender suas necessidades.
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.22
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.23
1990. Bandeira Ecológica, ou ECO
Flag. Marca um amadurecimento do ativismo
ambiental. Foi criada por ativistas
australianos. O tripé representa as estruturas
utilizadas para barrar veículos e máquinas de
uma mineradora que pretendiam operar em
uma área de especial interesse ambiental e
cultural. Cada barra simboliza, por sua vez,
os três princípios da mudança cultural.
Nas décadas que se seguiram ocorreram
algumas escaladas entre os ativistas
ambientais e os estados; morte de ativistas e
a complacência dos governos deram
margem ao surgimento de ongs e
movimentos sociais mais preparadas para
revidar às agressões físicas. Ex.:
SEA SHEPHERD (ong). Dissidência do
Greenpeace, toda agressão irá ter uma resposta.
AUTONOMEN (movimento social). Ambientalistas,
liberais e anáquicos, respondem às agressões com
igual intensidade.
Os três princípios.
i) Respeitar a natureza
ii) Respeitar a humanidade
iii) Não violência
O RECENTE (cont.)
1992. ECO 92. Rio de Janeiro, Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e
Desenvolvimento (UN Conference on Environment and Development).
i) 178 nações se reuniram na busca por soluções para a pobreza, o
distanciamentoentre países industrializados e em desenvolvimento e o
aumento dos problemas ambientais, econômicos e sociais.
ii) O objetivo era fazer um balanço da últimas décadas e determinar novos
rumos para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo.
iii) Pela primeira vez o desenvolvimento sócio-econômico e a conservação
ambiental receberam pesos iguais.
iv) Foram assinados três acordos não acoplados a leis internacionais:
1) Agenda 21
2) A Declaração do Rio
3) Manifesto dos Princípios da Floresta
v) Também foram assinadas duas convenções (leis internacionais)
1) Convenção sobre as Mudanças Climáticas
2) Convenção sobre Diversidade Biológica
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.24
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=0uxPGcqxZkc
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.25
ECO 92
Severn Suzuki, garota canadense de 12 anos que calou o
mundo por 6 minutos.
MANIFESTO PELAS FUTURAS GERAÇÕES
Fonte: YouTube
O RECENTE (cont.)
1997. Rio + 5. A Assembléia Geral da ONU, em sessão especial, discutiu a
implementação da Agenda 21 e fez um balanço dos últimos 5 anos. Foi reconhecido
que:
i) O progresso nas questões sociais, econômicas e ambientais estavam ocorrendo
de forma muito desigual.
ii) A globalização foi intensificada, a diferença entre pobres e ricos aumentou, a
deterioração do meio ambiente continuou inalterada.
1997. Protocolo de Kioto. Assinatura do acordo entre 166 nações para a redução da
emissão de gases que promovem o efeito estufa.
i) Os gases vilões: gás carbônico, metano, óxido nitroso, enxôfre hexafluor, HFCs e
PFCs.
ii) Os países participantes concordaram em reduzir a emissão de gases estufa em
5,2% dos valores de 1990 até 2010.
iii) Nota: se fossem mantidas as tendências de crescimento de 1990 até 2010, o
corte nas emissões então seria equivalente a 29%.
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.26
2002. Johanesburg. Encontro realizado com o objetivo de examinar a implementação da
Agenda 21. Sem muito efeito.
i) Problemas como justiça social, diálogo entre culturas, saúde e desenvolvimento
receberam maior peso.
ii) Foi estabelecida uma clara relação entre a pobreza e a situação ambiental.
2005. Montreal. Após a adesão da Rússia em 2004, uma nova Conferência das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas foi realizada em Montreal. Somente a partir desse momento entra
em vigor o Protocolo de Kioto.
2009. Copenhague. Organizada pela ONU com a meta de pactuar um enfretamento coletivo às
mudanças climáticas, tal como foi preconizado na reunião de Kioto. A reunião terminou como
um grande fiasco, os estados ali representados não abriram mão de seus interesses em prol
de um mundo ambientalmente mais seguro. Uma cisão entre países ricos e pobres se tornou
mais evidente, os ricos e maiores poluidores não querem arcar com os custos do enfretamento
do problema e os pobres não conseguirão fazer muito sem ajuda externa. Seja através de
financiamento ou de transferência de tecnologias, os ricos não abriram mão de seus
privilégios. O então Presidente Lula participou da reunião mas em determinado momento,
irritado, retirou seus delegados prevendo o fracasso do encontro.
2011. Brasil. Ruralistas e alguns políticos tentam derrubar o Código Florestal Brasileiro de 1965,
considerada ainda hoje, como uma lei ambiental bastante avançada e progressista.
ECOLOGIA I . História da Conservação 1.27
ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.28
A CONSERVAÇÃO NO BRASIL
Paulo Nogueira Neto, 1922. Estudou História Natural e Direito na USP,
começou a atuar como conservacionista aos 20 anos de idade, numa época
em que poucos se interessavam pelo tema no Brasil. Organizou e dirigiu a
Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) entre 1974 e 1986, ainda
durante a ditadura militar. Nesse período foram criadas 3,2 milhões de ha de
áreas protegidas, distribuídas em 26 estações e reservas ecológicas, e ainda
1,5 milhão de ha em Áreas de Proteção Ambiental - APAS. Foi ativo na
aprovação da Lei Federal 6.902/81 que dispõe sobre a criação de estações
ecológicas e similares, bem como da Lei 6.938/81 que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente. Organizou e presidiu o CONAMA, nesse período
foi baixada a Resolução nº 1, que regulamenta o processo de licenciamento
ambiental. Folha online e Academia Brasileira de Ciências.
Francisco Alves Mendes Filho ou Chico Mendes, 1944 - 1988. Foi
seringueiro, sindicalista e ativista ambiental. Sua intensa luta pela
preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a
causa de seu assassinato, como de muitos outros ambientalista. O resultado
de sua luta foi, até 2006, a criação de 43 Reservas Extrativistas (Resex)
totalizando 8,6 milhões ha e que abrigam 40 mil famílias. Este tipo de Unidade
de Conservação (UC) implica um uso sustentável, garantindo legalmente a
preservação dos recursos naturais, a manutenção da atividade econômica e a
posse coletiva da terra pelas populações tradicionais, as quais passaram a ter
acesso a financiamento agrícola, programas de segurança alimentar,
investimentos na comercialização de seus produtos, escolas e postos de
saúde. Wikipedia
Acima, Paulo Nogueira Neto (ABC), abaixo, Chico Mendes
pouco tempo antes de ser assassinado (Biojornal).
1965. Código Florestal Brasileiro (Lei Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Texto
bastante progressista para a época. Já estabelecia o que seriam crimes ambientais, áreas de
preservação permanente, etc. Ver.
1986. EIA - RIMA. A Resolução nº 001 do CONAMA estabelece entre outras medidas, a
instituição do EIA-RIMA. Daí em diante, todos os anos são publicadas novas normas e critérios
para o exercício do “comando-controle”. Critérios de licenciamento e de conformidade
ambiental são discutidos e melhorados a cada dia.
Atualmente todos os financiamentos para implantação ou expansão de atividades potencialmente
impactantes estão condicionados à comprovação de conformidade ambiental.
ECOLOGIA I . Legislação Ambiental no Brasil 1.29
A nova conjuntura ambiental mundial contribuiu para a formação de opiniões e de
estruturas especiais na sociedade:
i) Como no resto do mundo, a discussão sobre questões ambientais deixou
de ser algo hermético ou apaixonado, também no Brasil a questão se
tornou econômica.
ii) Surgimento de ONGs ambientais (boas e más). O terceiro setor disputa
financiamento para ações e pesquisas ambientais em condições de
igualdade com as universidades e outros orgãos públicos.
iii) Firmas de consultoria ambiental (boas e más) proliferaram, hoje o mercado
é, aparentemente, bastante disputado.
iv) Empresas potencialmente poluidoras podem decidir se internalizam ou
contratam a gestão ambiental por fora, mas nenhuma pode operar sem, no
mínimo, obter uma licença ambiental.
v) Um novo mercado de trabalho, da área ambiental, já está estabelecido e se
encontra em franca expansão.
ECOLOGIA I . Situação atual 1.30
FIM

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Ecologia básica e história do conservacionismo

  • 1. Disciplina: ECOLOGIA BÁSICA A história natural da Ecologia e do Conservacionismo <ECOLBAS_1> UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA Prof. Tarcisio A. Cordeiro 2018 Pintura rupestre no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, datada de 100.000 anos atrás. © 2008 FUMDHAM
  • 2. • Definições correntes ECOLOGIA é: “o estudo das relações entre organismos e o seu ambiente” “o estudo da distribuição e abundância de organismos considerando os fatores orgânicos e ambientais que as determinam” • Entendendo a ecologia É uma ciência que pode ser considerada como uma evolução do conhecimento informal e empírico acerca da natureza... “Caça à Onça”, Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí. © 2008 FUMDHAM ECOLOGIA I . Introdução 1.2
  • 3. A ECOLOGIA E AS OUTRAS CIÊNCIAS A ecologia teve sua origem na biologia e inclui ou é uma mistura de várias disciplinas e filosofias não necessariamente afins. Por exemplo: - Biológicas: sistemática, fisiologia, genética, comportamento, evolução e especiação. - Exatas: matemática, estatística, química, física... - Da Terra: clima, geoquímica, oceanografia... - Humanas: sociologia, economia, geografia... ECOLOGIA I . Introdução 1.3
  • 4. ETAPA IMPORTANTE, A GRÉCIA ANTIGA1 Existe um consenso de que a Ecologia emergiu como uma nova ciência no final do século XIX, derivada da biologia e da história natural, tornando-se muito popular pouco tempo depois, em meados da década de 1960. Entretanto, o pensamento ecológico esteve presente o tempo todo no próprio desenvolvimento da civilização. Os trabalhos de Aristóteles e de Teofrasto, seu discípulo, já apresentavam alguns conteúdos que hoje poderiam ser considerados de ecologia. Teofrasto descreveu muitas relações entre espécies e delas com seu ambiente, reconheceu a ligação entre clima e tipo de solo na ocorrência de plantas, isso ainda no século 4 AC. Se pararmos para pensar, os agricultores egípcios, tanto quanto os atuais, praticavam controle biológico de pragas. Todos sabem que é bom ter um gato morando no celeiro. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.4 Aristóteles (384 - 322 AC), aluno de Platão e tutor de Alexandre o Grande, é considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos e criador do pensamento lógico. Modificado de: Ungenannter Wordpress. 1. Aproximadamente entre 800 e 200 anos AC.
  • 5. O ANTIGO E O NOVO Os trabalhos de Aristóteles e de outros filósofos gregos permaneceram em segredo por mais de 1.000 anos e somente no final da Idade Média começaram a ser tornar públicos novamente.2 Quando Tomás Aquino publicou sua obra mais importante, Summa Theologiae, entre 1267 ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.5 2. Atualmente, a obra completa de Aristóteles está disponível (em inglês) no site da Universidade de Adelaide, Austrália: eBooks@Adelaide. 3. O nome Renascença vem justamente do resgate de certas idéias dos filósofos da antiguidade (Wikipedia). e 1272, acabou por suscitar o interesse em Aristóteles e em outros filósofos da antiguidade. Os pensadores da época saíram em busca dos textos antigos nas bibliotecas do Império Bizantino, no Mundo Islâmico e em monastérios, entretanto, somente uma parte foi encontrada. Os textos recuperados e publicados despertaram um desejo de buscar e aperfeiçoar o conhecimento do mundo; um sentimento inteiramente diferente à espiritualidade transcendental forçada pelo Cristianismo medieval. O espírito curioso, apegado à realidade, lógico e metódico dos antigos ajudou a dar forma à Renascença3 e mais, permanece ainda muito vivo na prática da ciência ocidental. Um avião de Leonardo da Vinci, um ilustre renascentista que buscou e testou sua compreensão sobre a natureza.
  • 6. Carl von Linnaeus e capa da edição de 1760 de Systema Naturae. Wikipedia O COMEÇO ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.6 LINNAEUS (1707 - 1778) : A EUROPA PÓS-RENASCENÇA O naturalista sueco Carl von Linnaeus está entre os mais influentes cientistas do século 18. Embora seja mais conhecido pela criação do sistema moderno de nomenclatura científica, Linnaeus também escreveu sobre o funcionamento da natureza, as obras Curiositas Naturalis (1748), Oeconomia Naturae (1749) e Politia Naturae (1760) tratam de assuntos que hoje são considerados próprios da Ecologia. Em Oeconomia Naturae, Linnaeus começa referindo-se a Seneca “Tudo está sempre em mutação” e segue descrevendo os estágios do ciclo de vida, Generatio, Conservatio e Destructio, indicando um permanente fluxo de materiais onde tudo está conectado e onde nada é realmente perdido. Usando metáforas próprias do estilo barroco, Linnaeus usa a imagem do mundo como um palco de teatro, onde cada espécies tem um papel definido e, quando um indivíduo morre, seu papel é assumido por outro; a isso nós atualmente chamamos de nicho1, e o teatro podemos entender como biocenose. 1. Hestmark, G. 2000. Oeconomia Naturae L. Nature, 405, 19. html.
  • 7. À esquerda, avistamento de Carcharodon carcharias (Linnaeus, 1758), imagem: ©2008, DaKuRaJa, Shugal Point. À direita, mapa de distribuição de C. carcharias (L., 1758) e sua probabilidade de ocorrência, imagem: FishBase. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.7 LINNAEUS (cont.) Em Politia Naturae, Linnaeus escreve “a guerra de todos contra todos”, referindo-se a árdua tarefa da sobrevivência. Esta visão influenciou muitos autores que se seguiram, inclusive Darwin, que como sub-título da Origem das Espécies colocou a expressão “...struggle for life”.1 Linnaeus também procurava indicar os locais de ocorrência das espécies que descrevia, essa prática evoluiu para o conceito que hoje chamamos de habitat. Por exemplo, Linnaeus atribuiu um nome ao tubarão branco2 e indicou que esta espécie ocorre em todos os oceanos, preferencialmente em águas quentes e temperadas, raramente em águas frias, este é o habitat do tubarão branco. 1. 2008. Uppsala Universitet, Suécia. html. 2. Originalmente Squalus carcharias, depois modificado para Carcharodon carcharias mas mantendo a autoria de Linnaeus, California Academy of Sciences - Ichthyology
  • 8. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.8 Thomas Robert Malthus (1766 – 1834) Malthus, apesar de sua obra já ter mais de dois séculos, ainda suscita muito debate, principalmente nas ciências sociais. Embora focado na economia e crescimento da população humana, sua obra influenciou muitos cientistas na área da história natural, como Wallace e Darwin. Alguns conceitos importantes receberam seu nome, por ex. a “armadilha maltusiana”, na qual as nações utilizam a abundância momentânea de alimento para aumentar as suas populações antes de estabelecer uma segurança alimentar e bem estar à todos. Outro conceito é a “catástrofe maltusiana”, na qual as populações tendem a crescer até que as classes mais baixas começam a morrer de fome e/ou doença. Diz-se ainda que uma “sociedade maltusiana” é aquela que já fez a transição demográfica, equilibrando nascimentos e mortes, geralmente através de educação e planejamento familiar. Maltus era um clérigo e isso influenciou muito nas suas assertivas, deixando sua obra recheada de expressões tais como, miséria, vício, o mal, a salvação e condenação, por ex. No entanto, algumas observações ainda são válidas. O que ficou bem assentado para a biologia: “O aumento da população é necessariamente limitado pelos meios de subsistência” (daí a ideia de k) “As populações invariavelmente crescem quando os meio de subsistência crescem” “Enquanto a população cresce geométricamente, os meios de subsistência crescem aritméticamente.”
  • 9. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.9 Humboldt (1769-1859), detalhe de pintura em óleo de Joseph Stieler de 1843, Humboldt- portal. ALEXANDER VON HUMBOLDT "I have always admired him; now I worship him.“ Eu sempre o admirei, agora eu o adoro, Charles Darwin referindo-se a Alexander von Humboldt em carta de 1832. Durante todo o século 18 e no começo do século 19, as potências marítimas tais como Inglaterra, Espanha e Portugal, realizaram muitas expedições exploratórias ao redor do mundo, visando desenvolver o comércio e descobrir novos recursos naturais. Até o começo do século 18, aproximadamente vinte mil espécies de plantas estavam catalogadas, cem anos depois já eram quarenta mil; atualmente já são quase 400.000 espécies. Entre 1799 e 1804, Alexander von Humboldt viajou à América do Sul, suas observações foram publicadas em muitos volumes ao longo de 21 anos. Suas obras foram companheiras de viagem de outros exploradores, por ex. Charles Darwin. Com base em estudos botânicos, foi o primeiro cientista a propor que a América do Sul e a África estiveram unidas no passado. 1. A maior parte dos trabalhos de Humbold pode ser acessada no site da Universidade do Kansas, The Humboldt Digital Library. Humboldt deixou um grande legado1 e por vezes é considerado o Pai da Ecologia. Procurou sempre mensurar as relações entre organismos e o ambiente, chegando a relacionar zonas de vegetação usando latitude e altitude; em 1804 ele cruzou informações sobre a distribuição de um grande número de espécies vegetais com dados geológicos. Como fazia observações em diversas áreas da ciência, zoologia, geologia, geografia, antropologia e astronomia, estudou o magnetismo da Terra e descobriu a declinação magnética. Mas tão importante quanto seus resultados foi a sua forma de fazer ciência, dando origem à expressão Ciência Humboldiana. A busca pela precisão em seus instrumentos e observações, sua sofisticação mental e novas ferramentas conceituais, incluindo mapas de isolinhas, infográficos e a teoria dos erros, fizeram uma grande diferença à época e influenciaram toda uma nova geração de cientistas. Humboldt criava conexões entre áreas distantes do conhecimento e percebia as implicações sociais, científicas e estéticas do seu trabalho.
  • 10. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.10 ALEXANDER VON HUMBOLDT (cont.) Agora já é possível ler as obras originais de Humboldt (bem como de outros autores) sem sair de casa. Muitos sites trazem seus livros, cartas e outros arquivos em meio digital (ebooks). A imagem ao lado é do site Internet Archive.org
  • 11. DARWIN E A ORIGEM DAS ESPÉCIES ... e as condições da luta pela vida. (1ª edição em 1859) As obras de Charles Robert Darwin e Alfred Russel Wallace colocaram em evidência que os seres vivos, tal como conhecemos hoje, são o resultado da luta pela sobrevivência, na qual as espécies vão se modificando para sobreviver às ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.11 Wallace (1823-1913) aos 89 anos. Wallace Home Page pressões do ambiente físico, de predadores e de competidores. A ecologia ainda não existia à época de Darwin, mas permeava todo seu trabalho. Hoje podemos dizer que: SOBRE A ORIGEM DAS ESPÉCIES “A Origem das Espécies” mudou tudo. Antes de sua publicação, a diversidade podia somente ser catalogada e descrita; agora, já podia ser explicada. Antes da “Origem,” as espécies foram vistas como entidades fixas, criações de uma divindade; depois, tornaram-se conectadas em uma grande árvore de família que se estende através de bilhões de anos, até ao surgimento da vida. Talvez a realização mais importante tenha sido que a “Origem” mudou nossa maneira de percebermos a nós mesmos; fez de nós uma peça da natureza, tanto quanto os pássaros e as abelhas; nós passamos a pertencer a uma árvore de família com antepassados notáveis e distintos (Traduzido de Olivia Judson, 2008, http://wildking.wordpress.com/). Thoughtware TV
  • 12. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.12 DARWIN, UM GÊNIO INCOMPREENDIDO Se por um lado Wallace não recebeu tanta notorie- dade quanto Darwin, por outro foi poupado da reação do clero e de boa parte da sociedade à Teoria da Evolução. Darwin terminou os seus Darwin Online dias amargurado, freqüentemente atacado em jornais e tablóides. Atualmente Darwin é reconhecido como um dos cientistas mais importantes de todos os tempos. http://darwin-online.org Sua obra completa pode ser acessada no site:
  • 13. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.13 Sugestão para entretenimento e cultura, o filme: A CRIAÇÃO (2009) O filme coloca na lupa o ambiente em que Darwin viveu, contextualizando o abismo que se abria entre a ciência e a religião na Inglaterra do século XIX, expondo ainda os enormes dilemas de Darwin ao escrever a Origem das Espécies. Entre a formulação da teoria e a redação e publicação foram-se quase vinte anos porque Darwin sabia do impacto de suas teorias sobre a sociedade e também, sobre a sua família. Parte biográfico e em algum momento ficcional, o filme revela as longas “dores de parto” da obra que Darwin postergou até o momento em que percebeu que Wallace estava na mesma pista. Havia grande pressão política na comunidade científica, tanto de criacionista como de dissidentes, a pressão do clero e da aristocracia, a qual Darwin pertencia, e de sua própria esposa.
  • 14. Ernst Häckel 1834 - 1919. Wikimedia ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.14 ERNST HAECKEL Nasceu uma nova ciência, seu nome é ecologia... Ernst Haeckel foi naturalista, discípulo e um grande defensor de Darwin, introduziu muitos conceitos à biologia e em seu trabalho de 1866, Generelle Morphologie der Organismen, Haeckel criou a palavra Ökologie (do grego oikos, casa, vizinhança + logia, ciência), definindo-a como segue: “Por Ecologia nós entendemos o estudo da economia e da manutenção dos organismos. Isto significa que a ecologia deve examinar todas as condições presentes, seus aspectos inorgânicos e orgânicos... todas as relações mútuas complexas, todas as circunstâncias que Darwin incluiu na expressão - luta pela sobrevivência”. Em vista da longa história, talvez seja possível questionar o quanto Haeckel seria o pai da Ecologia, Teofrasto no ano 4 AC já lidava com problemas típicos da ecologia, mas foi Haeckel o primeiro a reconhecer, dar um nome e a tentar delimitar o objeto da nova ciência.
  • 15. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.15 ERNST HAECKEL (cont.) Como muitos em sua época, Haeckel acumulava muitas habilidades, foi naturalista, filósofo, médico, professor e artista. Descobriu e descreveu milhares de espécies novas, traçou a primeira árvore filogenética, criou o nível hierárquico de Phylum e o Reino Protista. O seu livro Kunstformen der Natur (Arte da Natureza, fig. ao lado) influenciou a arte e a arquitetura que se seguiu, dando origem à escola Art Nouveau. Haeckel desenvolveu ainda a Teoria da Recapitulação, na qual, segundo ele, “a ontogenia recapitula a filogenia” e que postula que o desenvolvimento embrionário de um organismo (ontogenia) reproduz o seu desenvolvimento evolutivo (filogenia). Na época já foi identificada uma certa dose de imprecisão mal intencionada em seus desenhos, mesmo assim a imagem foi reproduzida em livros didáticos até o século 20 (figs. abaixo). Em cima à direita, medusas do livro Kunstformen der Natur, a obra completa pode ser acessada no site do Max Planck Institut em Colônia. Abaixo à esquerda, o desenho original de Haeckel que deu origem à Teoria da Recapitulação, à direita, o estudo que evidenciou as imprecisões, feito por Richardson et al. em 1998 (Revista Science, html).
  • 16. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.16 Victor E. Shelford 1877-1968 Seus estudos focaram a importância das relações de interdependência entre os seres vivos. Mas talvez a maior contribuição de Shelford tenha sido introduzir a experimentação na ecologia, em campo e em laboratório. Em seus trabalhos foram envolvidas ciências como a fisiologia, biogeografia, climatologia. Formulou conceitos utilizados até hoje, por ex. o de comunidade. Além disso, exerceu forte influência política sobre a comunidade acadêmica de sua época, criando associações e revistas especializadas. Wikipedia Arthur George Tansley 1871 – 1955 Tansley criou e definiu o termo ecossistema tal como conhecemos hoje. Em suas palavras: “o sistema como um todo... Incluindo não somente os vários organismos, mas também todo o complexo de fatores físicos que moldam o que chamamos de ambiente.” Mais em Columbia University. e Charles H. Smith
  • 17. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.17 Vladimir Ivanovich Vernadskij 1863 – 1945. “A humanidade, como matéria viva, está profundamente conectada com os processos energéticos e materiais do envelope geológico da Terra - sua biosfera. A humanidade não pode ser independente da biosfera nem por um minuto.” 1 Vernadskij nasceu na antiga Rússia, estudou em São Petersburgo, Munique e em Paris, foi mineralogista e geoquímico. Todavia é mais conhecido pelo seu livro de 1926, “A Biosfera”, que acabou tornando popular o termo cunhado por Eduard Suess (1885). Desenvolveu uma visão na qual a vida é vista como uma força geológica que dá forma à superfície da Terra, extraindo e recombinando seus elementos e desta forma, promovendo sua auto manutenção. Sua obra foi um forte impulso no estudo dos ciclos de elementos em escala planetária. Também foi Vernadskij quem demonstrou o papel decisivo da camada de ozônio para a manutenção da vida, estabelecendo a mesma como o verdadeiro limite superior da biosfera. É considerado ainda o fundador de diversas disciplinas novas, incluindo a geoquímica, a biogeoquímica e a radiogeologia.2 1. Executive Intelligence Review nº18, 2005, html. 2. Wikipedia Imagem: Vernadskij aos 70 anos, Centre de Recerca Ecològica i Aplicacions Forestals, html
  • 19. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.19 John Muir (1834-1914) em foto de1902.3 OS PRIMEIROS MOVIMENTOS CONSERVACIONISTAS O primeiro esforço em proteger a natureza foi feito pelos reis da Inglaterra ainda na Idade Média, que tinham como motivação o desejo de preservar áreas onde pudessem praticar a caça esportiva1. Rapidamente foi aprendido que, para preservar a caça, seria necessário proteger a florestas dos aldeões que a usavam para colher e caçar, combater o desflorestamento para a retirada de madeira e para a expansão das áreas agrícolas. Em 1847, o congressista americano George Perkins fez um discurso chamando a atenção para o impacto negativo da atividade humana na terra, especialmente com o desmatamento, propondo uma visão conservacionista na gestão de terras florestadas.3 No ano de 1872 foi criado nos EUA o Parque Nacional de Yellowstone, foi o primeiro no mundo visando a conservação da natureza. Sua criação se deve em grande parte aos relatórios do explorador F. V. Hayden, que ajudou a convencer o Congresso da importância de assumir o controle da região.2 Em 1876, nos EUA John Muir publica o livro “Os Primeiros Templos de Deus: Como devemos preservar nossas florestas?”, no qual ele sugere a necessidade da proteção das florestas pelo Estado. No mesmo ano é fundado em Boston “O Clube das Montanhas Apalaches”, que se tornou a primeira organização privada voltada para a conservação e atualmente uma das mais importantes. Seus esforços resultaram na transformação da região do Vale do Yosemite em Parque Nacional em 1905.3 1. Great Wild Spaces.org. 2. Wikipedia. 3. The Evolution of the Conservation Movement, The Library of Congress.
  • 20. Acima à esquerda, Rachel Carson; à direita, cadeia trófica e bioacumulação de DDT. Imagens: Egerton, F. N. 2007. Understanding food chains and food webs. Bull. Ecol. Soc. Amer. 88(1). html RACHEL L. CARSON (1907 - 1964) E A POPULARIZAÇÃO DA ECOLOGIA Carson era bióloga marinha e é reconhecida como a responsável pela popularização da ecologia e iniciadora do movimento ambiental. Na década de 1950, Carson focou sua atenção aos problemas ambientais causados por pesticidas sintéticos. O resultado de sua investigação foi publicado em forma de livro sob o título Primavera Silenciosa (1962), o qual despertou o interesse em questões ambientais em uma parcela considerável e sem precedentes do público americano (Wikipedia). A Primavera Silenciosa desencadeou uma forte reação na população, manifestada no surgimento de grupos militantes vindos de todas as camadas sociais. O resultado foi a proibição da fabricação e uso do DDT e de outros pesticidas. O movimento popular iniciado com o livro inspirou ainda a criação da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (US - Environmental Protection Agency ou EPA) em 1970. Antes desta data, não havia nenhuma órgão do Estado responsável pela gestão do meio ambiente. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.20
  • 21. EVENTOS RECENTES 1972. Stocolmo, Suécia. 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, com a participação de 113 países, 19 agências inter-governamentais e 400 ONGs – Resultado Principal: United Nations Environment Programme, que trata do CFC, da camada de ozônio, aquecimento global, poluição e águas. 1983 – Assembléia Geral da ONU emite a resolução A/38/161, tratando do processo de preparação da Perspectiva Ambiental para o Ano 2000 e Após. Sugerindo a formação de uma comissão especial focada em questões como: i) Propor o desenvolvimento de estratégias ambientais de longa duração para atingir a sustentabilidade até o ano 2000 e adiante. ii) Recomendar formas pelas quais a questão ambiental possa ser traduzida em maior cooperação entre as nações, em todos os estágios de desenvolvimento, apoiando mutuamente o cumprimento de metas, levando em conta as inter- relações existentes entre pessoas, recursos, ambiente e desenvolvimento. iii) Considerar formas e meios pelos quais a comunidade internacional possa lidar com a questão ambiental de forma mais efetiva. iv) Definir qual seria a percepção compartilhada de questões ambientais a longo prazo, quais os esforços necessários para solucionar o problema da conservação, uma agenda de ações para as próximas décadas e quais seriam as metas ideais para a comunidade mundial. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.21
  • 22. O RECENTE (cont.) 1987. Comissão Brundtland, ou formalmente Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (World Commission on Environment and Development (WCED)). i) A comissão recebeu o nome em homenagem à sua presidente, a então Primeira Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland (foto). ii) O documento final foi publicado com o título Nosso Futuro Comum (Our Common Future, Oxford Univ. Press, pode ser baixado na íntegra - 16 Mb PDF)). iii) Pela primeira vez a comunidade internacional se depara com a expressão desenvolvimento sustentável e com as mudanças políticas necessárias para se chegar a ela. iv) A definição de desenvolvimento sustentável se tornou muito conhecida e é freqüentemente citada: ...é o desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações em atender suas necessidades. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.22
  • 23. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.23 1990. Bandeira Ecológica, ou ECO Flag. Marca um amadurecimento do ativismo ambiental. Foi criada por ativistas australianos. O tripé representa as estruturas utilizadas para barrar veículos e máquinas de uma mineradora que pretendiam operar em uma área de especial interesse ambiental e cultural. Cada barra simboliza, por sua vez, os três princípios da mudança cultural. Nas décadas que se seguiram ocorreram algumas escaladas entre os ativistas ambientais e os estados; morte de ativistas e a complacência dos governos deram margem ao surgimento de ongs e movimentos sociais mais preparadas para revidar às agressões físicas. Ex.: SEA SHEPHERD (ong). Dissidência do Greenpeace, toda agressão irá ter uma resposta. AUTONOMEN (movimento social). Ambientalistas, liberais e anáquicos, respondem às agressões com igual intensidade. Os três princípios. i) Respeitar a natureza ii) Respeitar a humanidade iii) Não violência
  • 24. O RECENTE (cont.) 1992. ECO 92. Rio de Janeiro, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UN Conference on Environment and Development). i) 178 nações se reuniram na busca por soluções para a pobreza, o distanciamentoentre países industrializados e em desenvolvimento e o aumento dos problemas ambientais, econômicos e sociais. ii) O objetivo era fazer um balanço da últimas décadas e determinar novos rumos para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. iii) Pela primeira vez o desenvolvimento sócio-econômico e a conservação ambiental receberam pesos iguais. iv) Foram assinados três acordos não acoplados a leis internacionais: 1) Agenda 21 2) A Declaração do Rio 3) Manifesto dos Princípios da Floresta v) Também foram assinadas duas convenções (leis internacionais) 1) Convenção sobre as Mudanças Climáticas 2) Convenção sobre Diversidade Biológica ECOLOGIA I . História da Conservação 1.24 Ver: http://www.youtube.com/watch?v=0uxPGcqxZkc
  • 25. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.25 ECO 92 Severn Suzuki, garota canadense de 12 anos que calou o mundo por 6 minutos. MANIFESTO PELAS FUTURAS GERAÇÕES Fonte: YouTube
  • 26. O RECENTE (cont.) 1997. Rio + 5. A Assembléia Geral da ONU, em sessão especial, discutiu a implementação da Agenda 21 e fez um balanço dos últimos 5 anos. Foi reconhecido que: i) O progresso nas questões sociais, econômicas e ambientais estavam ocorrendo de forma muito desigual. ii) A globalização foi intensificada, a diferença entre pobres e ricos aumentou, a deterioração do meio ambiente continuou inalterada. 1997. Protocolo de Kioto. Assinatura do acordo entre 166 nações para a redução da emissão de gases que promovem o efeito estufa. i) Os gases vilões: gás carbônico, metano, óxido nitroso, enxôfre hexafluor, HFCs e PFCs. ii) Os países participantes concordaram em reduzir a emissão de gases estufa em 5,2% dos valores de 1990 até 2010. iii) Nota: se fossem mantidas as tendências de crescimento de 1990 até 2010, o corte nas emissões então seria equivalente a 29%. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.26
  • 27. 2002. Johanesburg. Encontro realizado com o objetivo de examinar a implementação da Agenda 21. Sem muito efeito. i) Problemas como justiça social, diálogo entre culturas, saúde e desenvolvimento receberam maior peso. ii) Foi estabelecida uma clara relação entre a pobreza e a situação ambiental. 2005. Montreal. Após a adesão da Rússia em 2004, uma nova Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas foi realizada em Montreal. Somente a partir desse momento entra em vigor o Protocolo de Kioto. 2009. Copenhague. Organizada pela ONU com a meta de pactuar um enfretamento coletivo às mudanças climáticas, tal como foi preconizado na reunião de Kioto. A reunião terminou como um grande fiasco, os estados ali representados não abriram mão de seus interesses em prol de um mundo ambientalmente mais seguro. Uma cisão entre países ricos e pobres se tornou mais evidente, os ricos e maiores poluidores não querem arcar com os custos do enfretamento do problema e os pobres não conseguirão fazer muito sem ajuda externa. Seja através de financiamento ou de transferência de tecnologias, os ricos não abriram mão de seus privilégios. O então Presidente Lula participou da reunião mas em determinado momento, irritado, retirou seus delegados prevendo o fracasso do encontro. 2011. Brasil. Ruralistas e alguns políticos tentam derrubar o Código Florestal Brasileiro de 1965, considerada ainda hoje, como uma lei ambiental bastante avançada e progressista. ECOLOGIA I . História da Conservação 1.27
  • 28. ECOLOGIA I . História da Ecologia 1.28 A CONSERVAÇÃO NO BRASIL Paulo Nogueira Neto, 1922. Estudou História Natural e Direito na USP, começou a atuar como conservacionista aos 20 anos de idade, numa época em que poucos se interessavam pelo tema no Brasil. Organizou e dirigiu a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) entre 1974 e 1986, ainda durante a ditadura militar. Nesse período foram criadas 3,2 milhões de ha de áreas protegidas, distribuídas em 26 estações e reservas ecológicas, e ainda 1,5 milhão de ha em Áreas de Proteção Ambiental - APAS. Foi ativo na aprovação da Lei Federal 6.902/81 que dispõe sobre a criação de estações ecológicas e similares, bem como da Lei 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Organizou e presidiu o CONAMA, nesse período foi baixada a Resolução nº 1, que regulamenta o processo de licenciamento ambiental. Folha online e Academia Brasileira de Ciências. Francisco Alves Mendes Filho ou Chico Mendes, 1944 - 1988. Foi seringueiro, sindicalista e ativista ambiental. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato, como de muitos outros ambientalista. O resultado de sua luta foi, até 2006, a criação de 43 Reservas Extrativistas (Resex) totalizando 8,6 milhões ha e que abrigam 40 mil famílias. Este tipo de Unidade de Conservação (UC) implica um uso sustentável, garantindo legalmente a preservação dos recursos naturais, a manutenção da atividade econômica e a posse coletiva da terra pelas populações tradicionais, as quais passaram a ter acesso a financiamento agrícola, programas de segurança alimentar, investimentos na comercialização de seus produtos, escolas e postos de saúde. Wikipedia Acima, Paulo Nogueira Neto (ABC), abaixo, Chico Mendes pouco tempo antes de ser assassinado (Biojornal).
  • 29. 1965. Código Florestal Brasileiro (Lei Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Texto bastante progressista para a época. Já estabelecia o que seriam crimes ambientais, áreas de preservação permanente, etc. Ver. 1986. EIA - RIMA. A Resolução nº 001 do CONAMA estabelece entre outras medidas, a instituição do EIA-RIMA. Daí em diante, todos os anos são publicadas novas normas e critérios para o exercício do “comando-controle”. Critérios de licenciamento e de conformidade ambiental são discutidos e melhorados a cada dia. Atualmente todos os financiamentos para implantação ou expansão de atividades potencialmente impactantes estão condicionados à comprovação de conformidade ambiental. ECOLOGIA I . Legislação Ambiental no Brasil 1.29
  • 30. A nova conjuntura ambiental mundial contribuiu para a formação de opiniões e de estruturas especiais na sociedade: i) Como no resto do mundo, a discussão sobre questões ambientais deixou de ser algo hermético ou apaixonado, também no Brasil a questão se tornou econômica. ii) Surgimento de ONGs ambientais (boas e más). O terceiro setor disputa financiamento para ações e pesquisas ambientais em condições de igualdade com as universidades e outros orgãos públicos. iii) Firmas de consultoria ambiental (boas e más) proliferaram, hoje o mercado é, aparentemente, bastante disputado. iv) Empresas potencialmente poluidoras podem decidir se internalizam ou contratam a gestão ambiental por fora, mas nenhuma pode operar sem, no mínimo, obter uma licença ambiental. v) Um novo mercado de trabalho, da área ambiental, já está estabelecido e se encontra em franca expansão. ECOLOGIA I . Situação atual 1.30
  • 31. FIM