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Marchesan IQ. O que são e como tratar as alterações de fala de origem fonética. In: Britto ATO
(organizadora). Livro de Fonoaudiologia. São José dos Campos-SP: Pulso; 2005.
O que são e como tratar as alterações de fala de origem fonética
Dra. Irene Queiroz Marchesan
Especialista em Motricidade Oral pelo CFFa
Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC – SP
Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Diretora do CEFAC – Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica
e-mail: Irene@cefac.br
A fala é a representação motora da linguagem. Para uma fala normal precisamos da integridade e
da integração da cognição, com os sistemas neuromuscular e músculo - esqueletal. O estudo da
fala, como a articulação dos sons, é realizado pela fonética e o estudo da aquisição dos fonemas de
uma língua é pertinente à fonologia. A fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias
isoladas e a fonologia irá estudar os sons do ponto de vista funcional como elementos que integram
um sistema lingüístico determinado. A fonética descreve os sons da linguagem analisando suas
particularidades articulatórias, acústicas e perceptivas e a fonologia estuda as diferenças fonêmicas
intencionais, distintivas, ou seja, as que trazem diferença de significado. A unidade da fonética é o
som da fala, ou o fone, enquanto a unidade da fonologia é o fonema1.
As alterações de fala correspondem às alterações que afetam os padrões de pronúncia ou de
produção dos sons da língua. Os distúrbios motores da fala podem ser definidos como, distúrbios de
fala resultante de déficits neurológicos afetando a programação motora ou a execução
neuromuscular da fala. Estas alterações estão ligadas principalmente, às fases de programação e ou
execução neuromotora. Neste capítulo estudaremos as alterações de fala de origem fonética. Estas
podem ocorrer por alterações neuromusculares ou por alterações músculo-esqueletais2. As
alterações de fala de origem neuromuscular englobam as disartrias e as dispraxias. As alterações de
origem músculo-esqueletais correspondem aos distúrbios causados por problemas nas estruturas
ósseas, nas cartilagens e ou nos músculos envolvidos na produção da fala.
Evidentemente que para compreender as alterações da fala temos que estudar a fisiologia da
produção da mesma assim como a anatomia das estruturas que a produzem. Não é o propósito
deste capítulo desenvolver com profundidade estes aspectos, mas queremos aqui, levantar alguns
pontos mostrando a importância deste tópico.
Quando dois ou mais órgãos se combinam de forma a mostrar-se como uma unidade funcional, eles
são chamados de “Sistema”. Por exemplo, temos os sistemas: esqueletal, articular, muscular,
digestivo, vascular, nervoso e respiratório dentre outros. Evidentemente nenhum destes sistemas é
independente dos outros. Para o mecanismo da fala usamos mais uns, do que outros destes
sistemas, embora todos eles sejam necessários para a correta produção da fala. Os sistemas mais
utilizados para a produção da fala são o: esqueletal, muscular, nervoso e respiratório. Quando
encontramos alguma alteração na fala, evidentemente todos os sistemas devem ser verificados, pois
um deles, mais provavelmente, é o causador da alteração encontrada. Assim sendo o clínico deve
ter um bom protocolo de avaliação, o qual inclua, os vários aspectos que poderão interferir na
produção da fala.
Para a produção da fala necessitamos de bons mecanismos de: respiração, fonação, articulação,
ressonância, de uma boa audição e, evidentemente, do feedback auditivo e proprioceptivo. Claro
fica, que todos estes processos não ocorrem em uma determinada ordem, mas tudo acontece
simultaneamente, sendo que um aspecto influencia o outro e todos são comandados pelo sistema
nervoso central. Por exemplo, para a correta produção dos sons da fala, precisamos da integridade
dos pulmões, da traquéia, da laringe, das cavidades nasais e da boca. Qualquer uma das partes não
funcionando adequadamente, fará com que o produto final não seja de boa qualidade. Isto significa
que conhecer os vários sistemas e as várias partes que participam da produção da fala é essencial.
Assim quando avaliamos qualquer alteração na produção de um som, vamos lembrar que será
essencial, verificarmos item a item dos participantes da produção deste som para sabermos onde
está o problema e, conseqüentemente, do que vamos tratar. Vamos ainda nos lembrar que a
qualidade de muitos sons pode ser grandemente modificada, por exemplo, pelas mudanças na
configuração do trato respiratório, do trato vocal e da anatomia da boca e de seus componentes,
sendo assim, é muito importante conhecer em profundidade todos estes e outros elementos
participantes da produção do som para identificar e classificar as alterações articulatórias
encontradas na fala.
Uma analogia física do mecanismo da fala consistiria de: um estoque de energia (representado pelo
mecanismo de respiração), elementos de vibração, um sistema de válvulas e um dispositivo de
filtros3. Finalizando, alterações no sistema nervoso trariam como conseqüência problemas na fala
de origem neurológica, e alterações das estruturas que a produzem, levariam a problemas de fala de
origem muscular ou esqueletal. Quando estas alterações são apenas da produção sem envolver a
linguagem, dizemos que são de origem fonética de causas neurológicas ou músculo-esqueletais.
Alterações de fala de origem fonética
1. Causadas por alterações neurológicas
Uma alteração de fala, cuja causa é decorrente de alterações do sistema nervoso, pode resultar em
disartria ou dispraxia. Estas alterações são em geral conseqüências de lesões neurológicas. Apesar
da causa ser a mesma, os sintomas de cada uma destas alterações são bem diferentes e já foram
bem descritos na literatura.
Disartria
O termo disartria vem do grego dys + arthroun que significa inabilidade para pronunciar claramente.
A disartria é definida como articulação imperfeita da fala causada por uma lesão no sistema nervoso
central ou periférico. Normalmente os distúrbios causados pela perda do controle muscular dos
mecanismos da fala são fraqueza, paralisia do aparelho fonador ou incoordenação da musculatura
da fala, porém as características mais comuns da disartria são a imprecisão na articulação das
consoantes, assim como a velocidade lenta da fala4. Existem vários tipos de disartrias e elas se
diferenciam por diferentes características de fala e de voz. As disartrias mais citadas na literatura
são: flácida, espástica, hipocinética, hipercinética, atáxica e mista5. Os principais quadros
neurológicos onde as disartrias costumam ocorrer são nas alterações: do neurônio motor superior –
córtex e trato piramidal; extrapiramidais; cerebelares; de danos de localização desconhecida e da
junção mioneural6.
Para avaliar as alterações que ocorrem nas alterações motoras da fala é fundamental que saibamos
a etiologia da disartria, já que algumas ocorrem após traumas encefálicos, e outras são devido a
doenças neurológicas degenerativas. Precisamos avaliar aspectos como força, amplitude e
velocidade de cada um dos movimentos envolvidos na fala. A avaliação constará de aspectos
objetivos e subjetivos. Deverá ser realizada a avaliação dos aspectos vocais e da articulação da
fala5-9.
A terapia será planejada de acordo com a origem da alteração e com os achados encontrados na
avaliação. Sendo assim, a avaliação e o conhecimento das causas da disartria são fundamentais
para que se possa obter maior assertividade no tratamento. Terá forte influência no trabalho a ser
desenvolvidos o estado neurológico, a história de vida, a idade, a presença de ajustes automáticos,
o tratamento multidisciplinar, a personalidade do sujeito e o sistema de apoio, ou seja, a influência
da família no tratamento e outras atividades que o paciente terá durante o mesmo10.
Outros autores11 sugerem que a terapia deva estar baseada na fisiologia de funcionamento das
estruturas envolvidas na alteração propondo então a análise de cada um dos componentes da fala.
Considerar os processos básicos da fala: respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia
pode ser o ponto de partida para a avaliação e o tratamento12.
Evidentemente, o trabalho a ser realizado deverá considerar as particularidades de cada paciente,
considerando-se sempre a causa e a fisiologia das alterações encontradas.
Dispraxia
A dispraxia, assim como a disartria, também é considerada como uma alteração motora da fala
causada por uma lesão cerebral. Os termos dispraxia e apraxia são utilizados muitas vezes como
sinônimos na literatura, embora o prefixo “dis” signifique diminuição e o prefixo “a” signifique
ausência. A apraxia ou dispraxia foi caracterizada como uma alteração articulatória resultante de um
distúrbio na capacidade de programar o posicionamento dos músculos da fala e de seqüencializar os
movimentos na produção intencional ou espontânea dos fonemas13. Ao contrário da disartria, não
há fraqueza ou lentidão significantes, ou mesmo incoordenação destes músculos nos movimentos
reflexos ou automáticos14.
Outras interessantes definições sobre dispraxia podem ser encontradas na literatura como as que se
seguem. As dispraxias de desenvolvimento são um grupo de alterações fonológicas resultante da
ruptura dos processos sensório motores centrais que interferem com o aprendizado motor da fala15.
A dispraxia da fala em adultos é um distúrbio neurogênico com neuropatologia documentada no
hemisfério esquerdo incluindo áreas como a de Broca e motora suplementar; primariamente um
distúrbio articulatório (fonológico) caracterizado por problemas sensório motores para posicionar e
seqüencializar os músculos para a produção voluntária da fala; associada com problemas de
prosódia; não sendo causada por fraqueza muscular ou lentidão neuromuscular; presumindo-se ser
uma alteração da programação da fala16.
Algumas das principais características da disartria estão aqui descritas: os erros de articulação
aumentam proporcionalmente à complexidade do ajuste motor que a articulação exige; a zona de
articulação do fonema deve ser considerada já que os palatais e dentais são mais suscetíveis a
erros do que outros sons; o modo de articulação também interfere na produção da fala, sendo que
os fricativos são mais difíceis de serem articulados do que os plosivos; a repetição de fonemas, de
pontos anteriores para posteriores, é mais fácil; as consoantes iniciais tendem a serem produzidas
mais inadequadamente do que quando em outras posições; a repetição se apresenta pior do que a
fala espontânea; a articulação correta parece ser influenciada pela forma de apresentação do
estímulo5. Conhecer, estas e outras características da dispraxia é importante para avaliarmos
corretamente o paciente, e definirmos qual será a melhor estratégia de terapia para ele.
O propósito da avaliação dos problemas motores da fala é: descrever e detectar o problema;
determinar as possibilidades de diagnóstico; determinar o diagnóstico; constatar implicações para a
localização do problema e o diagnóstico da doença e especificar a severidade. As diretrizes gerais
para o exame são: história do paciente; características evidentes; sinais confirmatórios e integração
dos achados. Para o exame motor da fala devemos obter a história; examinar os mecanismos da
fala durante atividades que não envolvam fala; avaliar as características perceptuais da fala; avaliar
a inteligibilidade e obter medidas acústicas e fisiológicas17.
Como considerações gerais para o tratamento da dispraxia podemos elencar os seguintes itens:
começar a terapia o quanto antes; as sessões devem ser mais freqüentes do que o usual; considerar
se não existem outras alterações associadas; adiar o tratamento quando houver afasia associada
até que alguma linguagem seja re-estabelecida; iniciar cada sessão com tarefas fáceis sempre para
depois introduzir as mais difíceis; terminar a sessão com algo de sucesso; estar consciente que o
tratamento é essencialmente comportamental; estar consciente de que o tratamento é limitado e os
efeitos podem ser indiretos e temporários; estar consciente que não adianta usar feedback auditivo
atrasado; enfatizar a eficiência comunicativa; enfatizar a precisão articulatória e, treinar
cuidadosamente tarefas de fala como - fala automática antes da espontânea; sons mais freqüentes
na língua; sons em posições iniciais na palavra; sons visíveis; oral e nasal antes de surdo e sonoro;
surdo e sonoro antes de modo; modo antes de ponto; bilabial e linguo-alveolar antes dos outros;
usar palavras de alta freqüência; palavras com significado; palavras monossílabas e dissílabas antes
e, palavras antes de frases ou sentenças16.
Como procedimentos de tratamento da dispraxia podemos elencar os seguintes itens: necessário
indicar psicoterapia e garantir apoio para o cliente e para a família; usar práticas consistentes e
variáveis; produzir modelos de sons com freqüência para o paciente poder imitá-lo; garantir a prática
sistemática para a produção dos sons da fala; reduzir o ritmo da fala inicialmente; aumentar o ritmo
da fala quando a precisão articulatória melhorar e estabilizar; usar técnicas que possam promover a
prosódia naturalmente; trabalhar com a colocação fonética do som e com suas variações; usar uma
variedade de sons e combinações de sons; praticar produções de sons com material significativo;
dar instruções e demonstrações de produção de fala; fornecer feedback específico imediatamente;
usar instrumental para biofeedback ou feedback quando necessário; focar as atividades do
tratamento em atividades de fala; usar atividades com ênfase nos contrastes da fala; usar técnicas
com pistas; usar contrastes fonéticos; inicialmente usar atividades de fala automática para evocar
fala; usar frases simples; usar canto; usar exercícios para conseguir o fechamento das pregas vocais
e a fonação quando necessário; usar laringes artificiais quando necessário; enfatizar a comunicação
total, combinando o uso de expressões verbais com gestos, com escrita, com comunicação
alternativa; ensinar habilidades de auto controle e auto monitoramento; usar técnicas de tratamento
de alterações articulatórias e de alterações fonológicas18-20.
Segundo uma pesquisa desenvolvida em um centro americano17, a incidência de alterações motoras
da fala – disartrias e dispraxias, é de 36,5%, as alterações de fala por deficiências anatômicas 9,3%
e, as alterações cognitivas-lingüísticas 9,2%. Como podemos observar as alterações de fala por
problemas neuromotores é muito maior do que as demais. Em geral, o investimento nos cursos de
graduação de fonoaudiologia para ensinar a avaliar e tratar as alterações de fala de origem
fonológica, é muito maior do que para os de origem fonética. Apontamos ainda que, dentre as
alterações de fala de origem neurológica a disartria tem 46,3% e a dispraxia apenas 4,6%.
2. Causadas por alterações nos músculos, cartilagens ou ossos
Existem influências na produção da fala que não têm como causa, os processos cognitivo-
lingüístico, ou as alterações neuromotoras. Em algumas alterações, fica muito claro que não há
nenhum comprometimento do sistema nervoso. Em outras alterações as causas são difíceis de
serem detectadas, mas sabemos que não são alterações, nem neuromotoras, nem especificamente
cognitivo-lingüísticas. Estas são as alterações de fala cuja origem pode estar nas alterações dos
músculos, cartilagens ou ossos e são chamadas de alterações de fala de origem músculo-
esqueletais. Temos como exemplo clássico destas alterações a fala dos indivíduos com fissuras de
lábio e/ou palato. Podemos considerar ainda os laringectomizados, os indivíduos que sofreram
fraturas nos ossos da face, as variações anormais na forma e no tamanho da cavidade oral, as
alterações dentárias, cirurgias que levam a lesões de forma ou do tecido e assim por diante. A
integridade, dos músculos, ossos e cartilagens, é crucial para se obter uma fala normal. Lesões,
ferimentos, doenças, alterações congênitas, cirurgias, modificações que ocorrem com a idade,
poucos cuidados com os dentes, por exemplo, são fatores a serem considerados nas alterações de
fala. Outras influências físicas, tais como variações anormais no tamanho e na forma das estruturas
da fala ou o efeito de doenças sistêmicas, também podem alterar a fala.
Ao avaliarmos uma alteração de fala, buscando causas de origem músculo-esqueletal, nós devemos
nos centrar, durante a avaliação, na anatomia e fisiologia das estruturas que participam da produção
da mesma21.
As possíveis causas das alterações de fala de origem muscular podem ser por: paresias, fibroses,
atrofia muscular, perda da mobilidade, fasciculações, alterações de tamanho ou forma.
As alterações de fala de origem esqueletal podem ser por: alterações nos ossos ou na conformação
da face. A ausência de dentes, as próteses, a má oclusão, por exemplo, podem afetar enormemente
a fala. Os sons mais afetados nas alterações músculo-esqueletais, em geral pelas más condições
das estruturas orais, principalmente as oclusais, são as sibilantes, /s/ e /z/ 22.
Comentaremos a seguir as interferências mais freqüentes nas alterações de fala de origem músculo-
esqueletal explicando como estas causas interferem na produção da fala23-24.
1. Tonsilas hipertróficas
Quando há aumento das tonsilas, faríngea e ou palatinas, observamos que a passagem para o ar
fica diminuída ou mesmo totalmente obstruída. Quando isto ocorre a boca se entreabre e a língua
toma uma posição mais baixa. Como conseqüência deste posicionamento inadequado de lábios e
língua podemos ter: flacidez da língua e dos lábios, principalmente do inferior; retração do lábio
superior; possível atresia do arco maxilar; possíveis alterações oclusais, sendo que as que mais
interferem com a fala são as mordidas abertas ou cruzadas unilaterais. As funções de mastigar e
deglutir, também podem, como conseqüência do aumento das tonsilas, também estarem alteradas.
É ainda previsto acúmulo de saliva na cavidade oral uma vez que o número de vezes que o paciente
passa a deglutir se torna menor. Com este quadro de alterações ósseas, dentárias, musculares e
funcionais, poderemos ter alterações nos fonemas sibilantes que podem estar sendo produzidos de
forma distorcida, principalmente por causa do posicionamento da língua. Além da distorção, pode
ocorrer imprecisão, já que a flacidez da língua dificulta que os pontos de contato sejam corretos. Em
alguns casos, a parte média da língua fica elevada facilitando o aparecimento do ceceio lateral. Se
ocorrer mordida aberta anterior, também poderemos ter o ceceio anterior. Os indivíduos que
respiram pela boca, não importando a causa, quase sempre terão a língua posicionada no assoalho
da boca com possíveis alterações musculares, ósseas e até oclusais conforme vimos acima. A
respiração oral favorece o aparecimento do ceceio anterior ou lateral, e a imprecisão articulatória da
fala. Isto pode ocorrer pela flacidez dos órgãos fono-articulatórios e também pelo acúmulo da saliva
na boca.
2. Dentes
A ausência de elementos dentários, o apinhamento dos mesmos, a inclinação lingualizada ou
vestibularizada dos incisivos superiores, podem levar a uma alteração do espaço intra-oral
dificultando o posicionamento da língua para articular com precisão os fones. No caso, por exemplo,
da inclinação vestibularizada dos incisivos superiores, os fonemas línguo-dentais podem estar sendo
produzidos com a língua posicionada mais anteriormente. Por outro lado quando há a lingualização
dos dentes superiores, e o espaço interno fica diminuído, a língua tende a baixar a sua ponta e
elevar seu dorso para se acomodar melhor dentro da cavidade oral, fazendo com que os fones
sibilantes percam seus pontos de contato ficando distorcidos. Quando ocorrem doenças
periodontais, já numa fase mais adiantada onde as peças dentárias podem ter se movimentado com
o conseqüente aparecimento de diastemas, temos a fala com assobio e maior escape de saliva,
além da anteriorização dos fones línguo-dentais.
3. Oclusão e Mordida
As mordidas abertas, cruzadas e sobremordidas podem favorecer o aparecimento de pontos de
contato inadequados na produção dos sons da fala. Nas sobremordidas é comum o aparecimento do
assobio nos sibilantes. Isto ocorre pela diminuição do espaço vertical interno. Nas mordidas
cruzadas podemos ter o deslizamento da mandíbula para lateral o que também favorece a má
produção dos sibilantes. As mordidas abertas podem favorecer o aparecimento do ceceio anterior
assim como favorecer a anteriorização do ponto de articulação dos fones línguo-dentais.
Na má oclusão de Classe II de Angle pelo fato de haver discrepância póstero-anterior da maxila com
a mandíbula, observamos que os fones bilabiais são produzidos com o lábio inferior, em contato com
os dentes incisivos superiores, ao invés do contato normal que seria lábio inferior em contato com o
lábio superior. O ceceio lateral também pode ocorrer pelo fato da parte média da língua se manter
próxima do palato duro diminuindo desta forma, o espaço de saída do ar. O deslize mandibular
anterior também é freqüente para ampliar o espaço interno facilitando o correto posicionamento da
língua na produção dos sons. Bastante comum ainda é o acúmulo de saliva na cavidade oral,
favorecendo uma articulação mais fechada evitando que a saliva seja expelida da boca durante a
fala.
Na Classe III de Angle podemos observar a mudança do ponto articulatório das fricativas /f/ e /v/,
onde a produção das mesmas fica invertida, ou seja, o lábio superior se articula com os dentes
inferiores para produzir estes sons. Observamos ainda maior uso do lábio superior nos plosivos e
maior participação da parte média da língua durante a fala.
4. Disfunção temporomandibular
Segundo Bianchini25 pacientes com disfunção da articulação temporomandibular tenderão a
apresentar: redução da amplitude do movimento mandibular; aumento da atividade da musculatura
perioral; lateralização da mandíbula no /s/ e /z/; diminuição da velocidade da fala e ainda alterações
de voz.
5. Movimentos mandibulares
Os movimentos mandibulares inadequados durante a fala como deslizes mandibulares frontais ou
laterais assim como a menor abertura de boca ou os movimentos exagerados da mandíbula, são
encontrados em sujeitos com: respiração oral; Classe II de Angle divisão 1ª; excessiva
sobressaliência; mordida cruzada lateral ou aberta anterior assim como nas disfunções da
articulação temporomandibular. Provavelmente estes movimentos inadequados de mandíbula
ocorram como forma de compensação para encontrar melhor possibilidade de correta articulação
dos fones a serem produzidos.
6. Saliva
A quantidade e a qualidade da saliva interferem na produção da fala. Quando há excesso na
produção esta tenderá a se acumular nas comissuras e será expelida durante a fala. Para que isto
não aconteça há instintivamente a diminuição do espaço entre os maxilares durante a fala evitando
este escape. No entanto esta manobra de compensação para conter a saliva, leva a uma imprecisão
da fala. Quando existe pouca saliva, a língua aumenta seus movimentos na tentativa de buscar mais
saliva. Este movimento causa um ruído característico, produzido também pelos idosos que tem
menos saliva, e que acompanha a fala quase o tempo todo interferindo na sua produção.
7. Alterações estruturais da face
O crescimento craniofacial se dá durante a infância e a adolescência. Quando ele não ocorre de
maneira adequada e o crescimento termina com grandes desproporções maxilo-mandibulares,
sejam elas no sentido horizontal, vertical ou transversal, provavelmente haverá maior possibilidade
de ocorrerem alterações da articulação dos fones. As modificações da fala serão totalmente
dependentes do tipo de alteração estrutural encontrada. Faces mais longas, em oposição às faces
curtas, apresentam comportamento da musculatura antagônico, assim como os espaços internos
são distintos. Nas faces longas observamos maior flacidez da musculatura, propiciando abertura da
boca mais freqüentemente com conseqüente posicionamento baixo de língua. Nas faces curtas, o
espaço intra-oral é menor, propiciando maiores deslizamentos da mandíbula, para anterior ou lateral,
com a finalidade de possibilitar a correta articulação dos sons sibilantes, por exemplo.
Vamos encontrar ainda alterações estruturais na face decorrentes de traumas ou de cirurgias, como
por exemplo, nos casos de acidentes, queimaduras ou câncer na região da face. Estas alterações
estruturais são acompanhadas por modificações musculares adaptadas à estrutura transformada.
Observamos o mesmo fenômeno, nas más formações da face, em síndromes que afetam a face e
em fissuras labiopalatinas, além de outros. Em cada uma destas alterações poderá haver
compensações buscando melhores apoios para uma melhor articulação dos sons. As estruturas que
produzem a fala passam a utilizar os pontos mais favoráveis para a produção dos fones. A
compensação sempre é realizada para que a fala permaneça com suas características, o mais
próximo possível do que se espera como normal. Portanto, as modificações articulatórias serão
dependentes, por exemplo, das cirurgias realizadas ou da grandeza da má formação encontrada na
face.
8. Próteses
As próteses dentárias causam problemas para que se possa articular com perfeição os sons da fala
quando não são bem construídas e/ou adaptadas. As próteses também podem ser confeccionadas
para a melhora da fala como se usa com freqüência nos indivíduos com fissuras labiopalatinas ou
nos indivíduos com doenças neurológicas evolutivas as quais podem causar perda da mobilidade do
palato mole. Em geral a prótese dentária, quando não está bem adaptada, traz problemas do tipo
falar com a boca mais fechada para não perder a estabilidade da prótese e isto acaba por causar
imprecisão articulatória. A diminuição dos movimentos mandibulares também fica evidente, assim
como aparecem movimentos alterados da mandíbula e de lábios numa tentativa de manter a prótese
mais firme e de compensar ou melhorar a precisão da fala.
9. Frênulo lingual
O frênulo lingual, quando alterado, traz várias modificações para os movimentos da língua e dos
lábios assim como para a correta e precisa articulação de alguns fonemas. Os movimentos da língua
ficam reduzidos, a abertura da boca tenderá a ser menor durante a fala, o /r/ brando poderá estar
distorcido, os grupos consonantais com /l/ e com /r/ podem não ser produzidos de forma clara e
consistente. O que se observa mais comumente é a dificuldade de aquisição de alguns sons
principalmente do /r/, e mesmo quando adquirido, a fala fica imprecisa como um todo, pelo fato de
haver diminuição da abertura da boca. Isto ocorre para que a língua possa alcançar o palato para
produzir todos os sons que necessitam deste ponto de apoio26-27.
10. Piercing
A inserção de objetos de metal na boca como o piercing, parece ser moda principalmente entre os
jovens, no entanto esta nova mania pode trazer numerosas complicações orais e dentais. Nem
sempre são observadas alterações de fala, mastigação e deglutição em quem usa este adorno. Os
piercings utilizados na língua são os que mais freqüentemente podem interferir na articulação da
fala. É fundamental que os jovens, assim como seus pais sejam alertados para as possíveis
interferências que podem ocorrer pelo uso deste adorno. A simples retirada do objeto em geral, já é
suficiente para que qualquer alteração das funções orais, desapareçam.
Associado com os distúrbios de fala pode-se encontrar reações ou sentimentos negativos, tanto no
falante como em quem ouve uma fala com distorção. Poderíamos citar alguns sentimentos ou
reações comuns por parte de quem ouve uma fala apresentando inadequações: impaciência,
rejeição, gozação, imitação, dificuldade de compreensão gerando confusão, embaraços e pena
dentre outros.
Por sua vez quem fala errado, também apresenta sentimentos ou reações que podem gerar
alterações no convívio social como: ansiedade, auto-estima baixa, sentimento de exclusão,
desconforto, insegurança e frustração.
Crianças que falam com erros tendem a ser mais tímidas e menos falantes do que outras, e adultos
que cometem erros ao falar se sentem inseguros para buscar empregos ou novas posições no
emprego já existente. Às vezes a fala é apontada até como causa de dificuldade para novos
relacionamentos, principalmente os amorosos.
Ao conversarmos com adultos que sempre falaram errado, e que foram excluídos ou se auto-
excluíram dos grupos a quem pertenciam, podemos ter uma idéia mais precisa do que é falar errado,
mesmo quando a alteração pareça ser pequena para nossos ouvidos. Relatos destes pacientes nos
mostram a importância da correção o mais precoce possível. Dificuldades de encontrarem emprego,
não por falta de competência, mas acima de tudo pela sensação de serem menos, já é um bom
ponto de partida para que se preste a máxima atenção, mesmo nos pequenos desvios encontrados
na fala. Muitas vezes estamos acostumados a nos preocupar apenas com as omissões ou
substituições, pois estas parecem ser mais perceptíveis dos que as distorções e imprecisões
articulatórias. Mas, são as distorções e imprecisões que mais interferem no dia a dia do sujeito.
Quando existe uma omissão ou substituição em geral é mais simples a resolução do problema, mas
quando aparecem sons distorcidos, é um sinal de que o indivíduo percebeu que o som não estava
sendo produzido adequadamente, tentou uma aproximação do correto, sendo que provavelmente
seu esforço foi grande, no entanto, por mais que tentasse não conseguiu atingir a produção correta
do som. As imprecisões são piores, pois elas não atingem um som ou um grupo de sons, em geral
elas prejudicam a fala como um todo. Independente de qual é a alteração encontrada, a correção
deve ser realizada o mais precocemente possível, para que padrões errados não sejam fixados,
dificultando não só a correção e instalação de um novo padrão, mas acima de tudo, dificultando a
automatização da maneira correta de falar.
A terapia de fala, quando as causas da alteração provem de problemas músculo-esqueletal, pode
não ter o sucesso esperado, pois a cura seria dependente da correção da causa, o que nem sempre
é possível. Melhoras são sempre esperadas e o sucesso da terapia pode ser considerado quando
modificações ocorrem, e quando o sujeito reconhece a melhora entendendo que está mais apto para
enfrentar as situações diárias. Muitas vezes este tipo de terapia envolve uma equipe maior além do
trabalho apenas do fonoaudiólogo. Muitas vezes é necessário que o dentista resolva os problemas
dentários, ou que o médico resolva os problemas respiratórios que estão interferindo na articulação
dos fones.
Trabalhar com a correção da fala, com crianças ou com adultos, é extremamente gratificante, uma
vez que o paciente, ao melhorar ou eliminar o problema, fica extremamente feliz e mais confiante em
suas atitudes. A fala é a melhor forma de comunicação, é com a fala que construímos ou destruímos
relações. O poder da fala é imenso e estar privado deste poder é terrível. Nunca devemos
considerar como problema menor, as pequenas alterações de fala, e nunca devemos considerar
como impossíveis de serem resolvidas as grandes alterações de fala. Tanto problemas pequenos
como grandes, podem ter para o paciente, significados totalmente diferentes daquela impressão e
julgamento que fazemos sobre a alteração que ele tem. Tentar sempre uma modificação do padrão
encontrado, ter metas no tratamento e considerar toda e qualquer mudança como positiva, é
fundamental para um caminho mais bem estruturado e, certamente, de final feliz.
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http://mambo.ucsc.edu/index.html - UCSC - Perceptual Science Laboratory
http://www.humnet.ucla.edu/humnet/linguistics/faciliti/uclaplab.html - UCLA
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http://som1.umaryland.edu/~mstone/lab.html - UMD Vocal Tract Visualization
Lab
http://mesonpi.cat.cbpf.br/marisa/fono.html
http://cefala.org/
http:www.decom.fee.unicamp.br/pef/jogosdevoz.htm
http://www.chass.utoronto.ca/~danhall/phonetics/sammy.html
http://www2.arts.gla.ac.uk/IPA/fullchart.html
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ASHA - Associação Americana de Fala e de Audição
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www.bireme.org
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Alterações de fala de origem fonética

  • 1. Marchesan IQ. O que são e como tratar as alterações de fala de origem fonética. In: Britto ATO (organizadora). Livro de Fonoaudiologia. São José dos Campos-SP: Pulso; 2005. O que são e como tratar as alterações de fala de origem fonética Dra. Irene Queiroz Marchesan Especialista em Motricidade Oral pelo CFFa Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC – SP Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Diretora do CEFAC – Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica e-mail: Irene@cefac.br A fala é a representação motora da linguagem. Para uma fala normal precisamos da integridade e da integração da cognição, com os sistemas neuromuscular e músculo - esqueletal. O estudo da fala, como a articulação dos sons, é realizado pela fonética e o estudo da aquisição dos fonemas de uma língua é pertinente à fonologia. A fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas e a fonologia irá estudar os sons do ponto de vista funcional como elementos que integram um sistema lingüístico determinado. A fonética descreve os sons da linguagem analisando suas particularidades articulatórias, acústicas e perceptivas e a fonologia estuda as diferenças fonêmicas intencionais, distintivas, ou seja, as que trazem diferença de significado. A unidade da fonética é o som da fala, ou o fone, enquanto a unidade da fonologia é o fonema1. As alterações de fala correspondem às alterações que afetam os padrões de pronúncia ou de produção dos sons da língua. Os distúrbios motores da fala podem ser definidos como, distúrbios de fala resultante de déficits neurológicos afetando a programação motora ou a execução neuromuscular da fala. Estas alterações estão ligadas principalmente, às fases de programação e ou execução neuromotora. Neste capítulo estudaremos as alterações de fala de origem fonética. Estas podem ocorrer por alterações neuromusculares ou por alterações músculo-esqueletais2. As alterações de fala de origem neuromuscular englobam as disartrias e as dispraxias. As alterações de origem músculo-esqueletais correspondem aos distúrbios causados por problemas nas estruturas ósseas, nas cartilagens e ou nos músculos envolvidos na produção da fala.
  • 2. Evidentemente que para compreender as alterações da fala temos que estudar a fisiologia da produção da mesma assim como a anatomia das estruturas que a produzem. Não é o propósito deste capítulo desenvolver com profundidade estes aspectos, mas queremos aqui, levantar alguns pontos mostrando a importância deste tópico. Quando dois ou mais órgãos se combinam de forma a mostrar-se como uma unidade funcional, eles são chamados de “Sistema”. Por exemplo, temos os sistemas: esqueletal, articular, muscular, digestivo, vascular, nervoso e respiratório dentre outros. Evidentemente nenhum destes sistemas é independente dos outros. Para o mecanismo da fala usamos mais uns, do que outros destes sistemas, embora todos eles sejam necessários para a correta produção da fala. Os sistemas mais utilizados para a produção da fala são o: esqueletal, muscular, nervoso e respiratório. Quando encontramos alguma alteração na fala, evidentemente todos os sistemas devem ser verificados, pois um deles, mais provavelmente, é o causador da alteração encontrada. Assim sendo o clínico deve ter um bom protocolo de avaliação, o qual inclua, os vários aspectos que poderão interferir na produção da fala. Para a produção da fala necessitamos de bons mecanismos de: respiração, fonação, articulação, ressonância, de uma boa audição e, evidentemente, do feedback auditivo e proprioceptivo. Claro fica, que todos estes processos não ocorrem em uma determinada ordem, mas tudo acontece simultaneamente, sendo que um aspecto influencia o outro e todos são comandados pelo sistema nervoso central. Por exemplo, para a correta produção dos sons da fala, precisamos da integridade dos pulmões, da traquéia, da laringe, das cavidades nasais e da boca. Qualquer uma das partes não funcionando adequadamente, fará com que o produto final não seja de boa qualidade. Isto significa que conhecer os vários sistemas e as várias partes que participam da produção da fala é essencial. Assim quando avaliamos qualquer alteração na produção de um som, vamos lembrar que será essencial, verificarmos item a item dos participantes da produção deste som para sabermos onde está o problema e, conseqüentemente, do que vamos tratar. Vamos ainda nos lembrar que a qualidade de muitos sons pode ser grandemente modificada, por exemplo, pelas mudanças na configuração do trato respiratório, do trato vocal e da anatomia da boca e de seus componentes, sendo assim, é muito importante conhecer em profundidade todos estes e outros elementos
  • 3. participantes da produção do som para identificar e classificar as alterações articulatórias encontradas na fala. Uma analogia física do mecanismo da fala consistiria de: um estoque de energia (representado pelo mecanismo de respiração), elementos de vibração, um sistema de válvulas e um dispositivo de filtros3. Finalizando, alterações no sistema nervoso trariam como conseqüência problemas na fala de origem neurológica, e alterações das estruturas que a produzem, levariam a problemas de fala de origem muscular ou esqueletal. Quando estas alterações são apenas da produção sem envolver a linguagem, dizemos que são de origem fonética de causas neurológicas ou músculo-esqueletais. Alterações de fala de origem fonética 1. Causadas por alterações neurológicas Uma alteração de fala, cuja causa é decorrente de alterações do sistema nervoso, pode resultar em disartria ou dispraxia. Estas alterações são em geral conseqüências de lesões neurológicas. Apesar da causa ser a mesma, os sintomas de cada uma destas alterações são bem diferentes e já foram bem descritos na literatura. Disartria O termo disartria vem do grego dys + arthroun que significa inabilidade para pronunciar claramente. A disartria é definida como articulação imperfeita da fala causada por uma lesão no sistema nervoso central ou periférico. Normalmente os distúrbios causados pela perda do controle muscular dos mecanismos da fala são fraqueza, paralisia do aparelho fonador ou incoordenação da musculatura da fala, porém as características mais comuns da disartria são a imprecisão na articulação das consoantes, assim como a velocidade lenta da fala4. Existem vários tipos de disartrias e elas se diferenciam por diferentes características de fala e de voz. As disartrias mais citadas na literatura são: flácida, espástica, hipocinética, hipercinética, atáxica e mista5. Os principais quadros neurológicos onde as disartrias costumam ocorrer são nas alterações: do neurônio motor superior – córtex e trato piramidal; extrapiramidais; cerebelares; de danos de localização desconhecida e da junção mioneural6. Para avaliar as alterações que ocorrem nas alterações motoras da fala é fundamental que saibamos a etiologia da disartria, já que algumas ocorrem após traumas encefálicos, e outras são devido a
  • 4. doenças neurológicas degenerativas. Precisamos avaliar aspectos como força, amplitude e velocidade de cada um dos movimentos envolvidos na fala. A avaliação constará de aspectos objetivos e subjetivos. Deverá ser realizada a avaliação dos aspectos vocais e da articulação da fala5-9. A terapia será planejada de acordo com a origem da alteração e com os achados encontrados na avaliação. Sendo assim, a avaliação e o conhecimento das causas da disartria são fundamentais para que se possa obter maior assertividade no tratamento. Terá forte influência no trabalho a ser desenvolvidos o estado neurológico, a história de vida, a idade, a presença de ajustes automáticos, o tratamento multidisciplinar, a personalidade do sujeito e o sistema de apoio, ou seja, a influência da família no tratamento e outras atividades que o paciente terá durante o mesmo10. Outros autores11 sugerem que a terapia deva estar baseada na fisiologia de funcionamento das estruturas envolvidas na alteração propondo então a análise de cada um dos componentes da fala. Considerar os processos básicos da fala: respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia pode ser o ponto de partida para a avaliação e o tratamento12. Evidentemente, o trabalho a ser realizado deverá considerar as particularidades de cada paciente, considerando-se sempre a causa e a fisiologia das alterações encontradas. Dispraxia A dispraxia, assim como a disartria, também é considerada como uma alteração motora da fala causada por uma lesão cerebral. Os termos dispraxia e apraxia são utilizados muitas vezes como sinônimos na literatura, embora o prefixo “dis” signifique diminuição e o prefixo “a” signifique ausência. A apraxia ou dispraxia foi caracterizada como uma alteração articulatória resultante de um distúrbio na capacidade de programar o posicionamento dos músculos da fala e de seqüencializar os movimentos na produção intencional ou espontânea dos fonemas13. Ao contrário da disartria, não há fraqueza ou lentidão significantes, ou mesmo incoordenação destes músculos nos movimentos reflexos ou automáticos14. Outras interessantes definições sobre dispraxia podem ser encontradas na literatura como as que se seguem. As dispraxias de desenvolvimento são um grupo de alterações fonológicas resultante da ruptura dos processos sensório motores centrais que interferem com o aprendizado motor da fala15. A dispraxia da fala em adultos é um distúrbio neurogênico com neuropatologia documentada no hemisfério esquerdo incluindo áreas como a de Broca e motora suplementar; primariamente um
  • 5. distúrbio articulatório (fonológico) caracterizado por problemas sensório motores para posicionar e seqüencializar os músculos para a produção voluntária da fala; associada com problemas de prosódia; não sendo causada por fraqueza muscular ou lentidão neuromuscular; presumindo-se ser uma alteração da programação da fala16. Algumas das principais características da disartria estão aqui descritas: os erros de articulação aumentam proporcionalmente à complexidade do ajuste motor que a articulação exige; a zona de articulação do fonema deve ser considerada já que os palatais e dentais são mais suscetíveis a erros do que outros sons; o modo de articulação também interfere na produção da fala, sendo que os fricativos são mais difíceis de serem articulados do que os plosivos; a repetição de fonemas, de pontos anteriores para posteriores, é mais fácil; as consoantes iniciais tendem a serem produzidas mais inadequadamente do que quando em outras posições; a repetição se apresenta pior do que a fala espontânea; a articulação correta parece ser influenciada pela forma de apresentação do estímulo5. Conhecer, estas e outras características da dispraxia é importante para avaliarmos corretamente o paciente, e definirmos qual será a melhor estratégia de terapia para ele. O propósito da avaliação dos problemas motores da fala é: descrever e detectar o problema; determinar as possibilidades de diagnóstico; determinar o diagnóstico; constatar implicações para a localização do problema e o diagnóstico da doença e especificar a severidade. As diretrizes gerais para o exame são: história do paciente; características evidentes; sinais confirmatórios e integração dos achados. Para o exame motor da fala devemos obter a história; examinar os mecanismos da fala durante atividades que não envolvam fala; avaliar as características perceptuais da fala; avaliar a inteligibilidade e obter medidas acústicas e fisiológicas17. Como considerações gerais para o tratamento da dispraxia podemos elencar os seguintes itens: começar a terapia o quanto antes; as sessões devem ser mais freqüentes do que o usual; considerar se não existem outras alterações associadas; adiar o tratamento quando houver afasia associada até que alguma linguagem seja re-estabelecida; iniciar cada sessão com tarefas fáceis sempre para depois introduzir as mais difíceis; terminar a sessão com algo de sucesso; estar consciente que o tratamento é essencialmente comportamental; estar consciente de que o tratamento é limitado e os efeitos podem ser indiretos e temporários; estar consciente que não adianta usar feedback auditivo atrasado; enfatizar a eficiência comunicativa; enfatizar a precisão articulatória e, treinar cuidadosamente tarefas de fala como - fala automática antes da espontânea; sons mais freqüentes na língua; sons em posições iniciais na palavra; sons visíveis; oral e nasal antes de surdo e sonoro;
  • 6. surdo e sonoro antes de modo; modo antes de ponto; bilabial e linguo-alveolar antes dos outros; usar palavras de alta freqüência; palavras com significado; palavras monossílabas e dissílabas antes e, palavras antes de frases ou sentenças16. Como procedimentos de tratamento da dispraxia podemos elencar os seguintes itens: necessário indicar psicoterapia e garantir apoio para o cliente e para a família; usar práticas consistentes e variáveis; produzir modelos de sons com freqüência para o paciente poder imitá-lo; garantir a prática sistemática para a produção dos sons da fala; reduzir o ritmo da fala inicialmente; aumentar o ritmo da fala quando a precisão articulatória melhorar e estabilizar; usar técnicas que possam promover a prosódia naturalmente; trabalhar com a colocação fonética do som e com suas variações; usar uma variedade de sons e combinações de sons; praticar produções de sons com material significativo; dar instruções e demonstrações de produção de fala; fornecer feedback específico imediatamente; usar instrumental para biofeedback ou feedback quando necessário; focar as atividades do tratamento em atividades de fala; usar atividades com ênfase nos contrastes da fala; usar técnicas com pistas; usar contrastes fonéticos; inicialmente usar atividades de fala automática para evocar fala; usar frases simples; usar canto; usar exercícios para conseguir o fechamento das pregas vocais e a fonação quando necessário; usar laringes artificiais quando necessário; enfatizar a comunicação total, combinando o uso de expressões verbais com gestos, com escrita, com comunicação alternativa; ensinar habilidades de auto controle e auto monitoramento; usar técnicas de tratamento de alterações articulatórias e de alterações fonológicas18-20. Segundo uma pesquisa desenvolvida em um centro americano17, a incidência de alterações motoras da fala – disartrias e dispraxias, é de 36,5%, as alterações de fala por deficiências anatômicas 9,3% e, as alterações cognitivas-lingüísticas 9,2%. Como podemos observar as alterações de fala por problemas neuromotores é muito maior do que as demais. Em geral, o investimento nos cursos de graduação de fonoaudiologia para ensinar a avaliar e tratar as alterações de fala de origem fonológica, é muito maior do que para os de origem fonética. Apontamos ainda que, dentre as alterações de fala de origem neurológica a disartria tem 46,3% e a dispraxia apenas 4,6%. 2. Causadas por alterações nos músculos, cartilagens ou ossos Existem influências na produção da fala que não têm como causa, os processos cognitivo- lingüístico, ou as alterações neuromotoras. Em algumas alterações, fica muito claro que não há
  • 7. nenhum comprometimento do sistema nervoso. Em outras alterações as causas são difíceis de serem detectadas, mas sabemos que não são alterações, nem neuromotoras, nem especificamente cognitivo-lingüísticas. Estas são as alterações de fala cuja origem pode estar nas alterações dos músculos, cartilagens ou ossos e são chamadas de alterações de fala de origem músculo- esqueletais. Temos como exemplo clássico destas alterações a fala dos indivíduos com fissuras de lábio e/ou palato. Podemos considerar ainda os laringectomizados, os indivíduos que sofreram fraturas nos ossos da face, as variações anormais na forma e no tamanho da cavidade oral, as alterações dentárias, cirurgias que levam a lesões de forma ou do tecido e assim por diante. A integridade, dos músculos, ossos e cartilagens, é crucial para se obter uma fala normal. Lesões, ferimentos, doenças, alterações congênitas, cirurgias, modificações que ocorrem com a idade, poucos cuidados com os dentes, por exemplo, são fatores a serem considerados nas alterações de fala. Outras influências físicas, tais como variações anormais no tamanho e na forma das estruturas da fala ou o efeito de doenças sistêmicas, também podem alterar a fala. Ao avaliarmos uma alteração de fala, buscando causas de origem músculo-esqueletal, nós devemos nos centrar, durante a avaliação, na anatomia e fisiologia das estruturas que participam da produção da mesma21. As possíveis causas das alterações de fala de origem muscular podem ser por: paresias, fibroses, atrofia muscular, perda da mobilidade, fasciculações, alterações de tamanho ou forma. As alterações de fala de origem esqueletal podem ser por: alterações nos ossos ou na conformação da face. A ausência de dentes, as próteses, a má oclusão, por exemplo, podem afetar enormemente a fala. Os sons mais afetados nas alterações músculo-esqueletais, em geral pelas más condições das estruturas orais, principalmente as oclusais, são as sibilantes, /s/ e /z/ 22. Comentaremos a seguir as interferências mais freqüentes nas alterações de fala de origem músculo- esqueletal explicando como estas causas interferem na produção da fala23-24. 1. Tonsilas hipertróficas Quando há aumento das tonsilas, faríngea e ou palatinas, observamos que a passagem para o ar fica diminuída ou mesmo totalmente obstruída. Quando isto ocorre a boca se entreabre e a língua toma uma posição mais baixa. Como conseqüência deste posicionamento inadequado de lábios e
  • 8. língua podemos ter: flacidez da língua e dos lábios, principalmente do inferior; retração do lábio superior; possível atresia do arco maxilar; possíveis alterações oclusais, sendo que as que mais interferem com a fala são as mordidas abertas ou cruzadas unilaterais. As funções de mastigar e deglutir, também podem, como conseqüência do aumento das tonsilas, também estarem alteradas. É ainda previsto acúmulo de saliva na cavidade oral uma vez que o número de vezes que o paciente passa a deglutir se torna menor. Com este quadro de alterações ósseas, dentárias, musculares e funcionais, poderemos ter alterações nos fonemas sibilantes que podem estar sendo produzidos de forma distorcida, principalmente por causa do posicionamento da língua. Além da distorção, pode ocorrer imprecisão, já que a flacidez da língua dificulta que os pontos de contato sejam corretos. Em alguns casos, a parte média da língua fica elevada facilitando o aparecimento do ceceio lateral. Se ocorrer mordida aberta anterior, também poderemos ter o ceceio anterior. Os indivíduos que respiram pela boca, não importando a causa, quase sempre terão a língua posicionada no assoalho da boca com possíveis alterações musculares, ósseas e até oclusais conforme vimos acima. A respiração oral favorece o aparecimento do ceceio anterior ou lateral, e a imprecisão articulatória da fala. Isto pode ocorrer pela flacidez dos órgãos fono-articulatórios e também pelo acúmulo da saliva na boca. 2. Dentes A ausência de elementos dentários, o apinhamento dos mesmos, a inclinação lingualizada ou vestibularizada dos incisivos superiores, podem levar a uma alteração do espaço intra-oral dificultando o posicionamento da língua para articular com precisão os fones. No caso, por exemplo, da inclinação vestibularizada dos incisivos superiores, os fonemas línguo-dentais podem estar sendo produzidos com a língua posicionada mais anteriormente. Por outro lado quando há a lingualização dos dentes superiores, e o espaço interno fica diminuído, a língua tende a baixar a sua ponta e elevar seu dorso para se acomodar melhor dentro da cavidade oral, fazendo com que os fones sibilantes percam seus pontos de contato ficando distorcidos. Quando ocorrem doenças periodontais, já numa fase mais adiantada onde as peças dentárias podem ter se movimentado com o conseqüente aparecimento de diastemas, temos a fala com assobio e maior escape de saliva, além da anteriorização dos fones línguo-dentais.
  • 9. 3. Oclusão e Mordida As mordidas abertas, cruzadas e sobremordidas podem favorecer o aparecimento de pontos de contato inadequados na produção dos sons da fala. Nas sobremordidas é comum o aparecimento do assobio nos sibilantes. Isto ocorre pela diminuição do espaço vertical interno. Nas mordidas cruzadas podemos ter o deslizamento da mandíbula para lateral o que também favorece a má produção dos sibilantes. As mordidas abertas podem favorecer o aparecimento do ceceio anterior assim como favorecer a anteriorização do ponto de articulação dos fones línguo-dentais. Na má oclusão de Classe II de Angle pelo fato de haver discrepância póstero-anterior da maxila com a mandíbula, observamos que os fones bilabiais são produzidos com o lábio inferior, em contato com os dentes incisivos superiores, ao invés do contato normal que seria lábio inferior em contato com o lábio superior. O ceceio lateral também pode ocorrer pelo fato da parte média da língua se manter próxima do palato duro diminuindo desta forma, o espaço de saída do ar. O deslize mandibular anterior também é freqüente para ampliar o espaço interno facilitando o correto posicionamento da língua na produção dos sons. Bastante comum ainda é o acúmulo de saliva na cavidade oral, favorecendo uma articulação mais fechada evitando que a saliva seja expelida da boca durante a fala. Na Classe III de Angle podemos observar a mudança do ponto articulatório das fricativas /f/ e /v/, onde a produção das mesmas fica invertida, ou seja, o lábio superior se articula com os dentes inferiores para produzir estes sons. Observamos ainda maior uso do lábio superior nos plosivos e maior participação da parte média da língua durante a fala. 4. Disfunção temporomandibular Segundo Bianchini25 pacientes com disfunção da articulação temporomandibular tenderão a apresentar: redução da amplitude do movimento mandibular; aumento da atividade da musculatura perioral; lateralização da mandíbula no /s/ e /z/; diminuição da velocidade da fala e ainda alterações de voz. 5. Movimentos mandibulares Os movimentos mandibulares inadequados durante a fala como deslizes mandibulares frontais ou laterais assim como a menor abertura de boca ou os movimentos exagerados da mandíbula, são encontrados em sujeitos com: respiração oral; Classe II de Angle divisão 1ª; excessiva
  • 10. sobressaliência; mordida cruzada lateral ou aberta anterior assim como nas disfunções da articulação temporomandibular. Provavelmente estes movimentos inadequados de mandíbula ocorram como forma de compensação para encontrar melhor possibilidade de correta articulação dos fones a serem produzidos. 6. Saliva A quantidade e a qualidade da saliva interferem na produção da fala. Quando há excesso na produção esta tenderá a se acumular nas comissuras e será expelida durante a fala. Para que isto não aconteça há instintivamente a diminuição do espaço entre os maxilares durante a fala evitando este escape. No entanto esta manobra de compensação para conter a saliva, leva a uma imprecisão da fala. Quando existe pouca saliva, a língua aumenta seus movimentos na tentativa de buscar mais saliva. Este movimento causa um ruído característico, produzido também pelos idosos que tem menos saliva, e que acompanha a fala quase o tempo todo interferindo na sua produção. 7. Alterações estruturais da face O crescimento craniofacial se dá durante a infância e a adolescência. Quando ele não ocorre de maneira adequada e o crescimento termina com grandes desproporções maxilo-mandibulares, sejam elas no sentido horizontal, vertical ou transversal, provavelmente haverá maior possibilidade de ocorrerem alterações da articulação dos fones. As modificações da fala serão totalmente dependentes do tipo de alteração estrutural encontrada. Faces mais longas, em oposição às faces curtas, apresentam comportamento da musculatura antagônico, assim como os espaços internos são distintos. Nas faces longas observamos maior flacidez da musculatura, propiciando abertura da boca mais freqüentemente com conseqüente posicionamento baixo de língua. Nas faces curtas, o espaço intra-oral é menor, propiciando maiores deslizamentos da mandíbula, para anterior ou lateral, com a finalidade de possibilitar a correta articulação dos sons sibilantes, por exemplo. Vamos encontrar ainda alterações estruturais na face decorrentes de traumas ou de cirurgias, como por exemplo, nos casos de acidentes, queimaduras ou câncer na região da face. Estas alterações estruturais são acompanhadas por modificações musculares adaptadas à estrutura transformada. Observamos o mesmo fenômeno, nas más formações da face, em síndromes que afetam a face e em fissuras labiopalatinas, além de outros. Em cada uma destas alterações poderá haver compensações buscando melhores apoios para uma melhor articulação dos sons. As estruturas que
  • 11. produzem a fala passam a utilizar os pontos mais favoráveis para a produção dos fones. A compensação sempre é realizada para que a fala permaneça com suas características, o mais próximo possível do que se espera como normal. Portanto, as modificações articulatórias serão dependentes, por exemplo, das cirurgias realizadas ou da grandeza da má formação encontrada na face. 8. Próteses As próteses dentárias causam problemas para que se possa articular com perfeição os sons da fala quando não são bem construídas e/ou adaptadas. As próteses também podem ser confeccionadas para a melhora da fala como se usa com freqüência nos indivíduos com fissuras labiopalatinas ou nos indivíduos com doenças neurológicas evolutivas as quais podem causar perda da mobilidade do palato mole. Em geral a prótese dentária, quando não está bem adaptada, traz problemas do tipo falar com a boca mais fechada para não perder a estabilidade da prótese e isto acaba por causar imprecisão articulatória. A diminuição dos movimentos mandibulares também fica evidente, assim como aparecem movimentos alterados da mandíbula e de lábios numa tentativa de manter a prótese mais firme e de compensar ou melhorar a precisão da fala. 9. Frênulo lingual O frênulo lingual, quando alterado, traz várias modificações para os movimentos da língua e dos lábios assim como para a correta e precisa articulação de alguns fonemas. Os movimentos da língua ficam reduzidos, a abertura da boca tenderá a ser menor durante a fala, o /r/ brando poderá estar distorcido, os grupos consonantais com /l/ e com /r/ podem não ser produzidos de forma clara e consistente. O que se observa mais comumente é a dificuldade de aquisição de alguns sons principalmente do /r/, e mesmo quando adquirido, a fala fica imprecisa como um todo, pelo fato de haver diminuição da abertura da boca. Isto ocorre para que a língua possa alcançar o palato para produzir todos os sons que necessitam deste ponto de apoio26-27. 10. Piercing A inserção de objetos de metal na boca como o piercing, parece ser moda principalmente entre os jovens, no entanto esta nova mania pode trazer numerosas complicações orais e dentais. Nem sempre são observadas alterações de fala, mastigação e deglutição em quem usa este adorno. Os
  • 12. piercings utilizados na língua são os que mais freqüentemente podem interferir na articulação da fala. É fundamental que os jovens, assim como seus pais sejam alertados para as possíveis interferências que podem ocorrer pelo uso deste adorno. A simples retirada do objeto em geral, já é suficiente para que qualquer alteração das funções orais, desapareçam. Associado com os distúrbios de fala pode-se encontrar reações ou sentimentos negativos, tanto no falante como em quem ouve uma fala com distorção. Poderíamos citar alguns sentimentos ou reações comuns por parte de quem ouve uma fala apresentando inadequações: impaciência, rejeição, gozação, imitação, dificuldade de compreensão gerando confusão, embaraços e pena dentre outros. Por sua vez quem fala errado, também apresenta sentimentos ou reações que podem gerar alterações no convívio social como: ansiedade, auto-estima baixa, sentimento de exclusão, desconforto, insegurança e frustração. Crianças que falam com erros tendem a ser mais tímidas e menos falantes do que outras, e adultos que cometem erros ao falar se sentem inseguros para buscar empregos ou novas posições no emprego já existente. Às vezes a fala é apontada até como causa de dificuldade para novos relacionamentos, principalmente os amorosos. Ao conversarmos com adultos que sempre falaram errado, e que foram excluídos ou se auto- excluíram dos grupos a quem pertenciam, podemos ter uma idéia mais precisa do que é falar errado, mesmo quando a alteração pareça ser pequena para nossos ouvidos. Relatos destes pacientes nos mostram a importância da correção o mais precoce possível. Dificuldades de encontrarem emprego, não por falta de competência, mas acima de tudo pela sensação de serem menos, já é um bom ponto de partida para que se preste a máxima atenção, mesmo nos pequenos desvios encontrados na fala. Muitas vezes estamos acostumados a nos preocupar apenas com as omissões ou substituições, pois estas parecem ser mais perceptíveis dos que as distorções e imprecisões articulatórias. Mas, são as distorções e imprecisões que mais interferem no dia a dia do sujeito. Quando existe uma omissão ou substituição em geral é mais simples a resolução do problema, mas quando aparecem sons distorcidos, é um sinal de que o indivíduo percebeu que o som não estava sendo produzido adequadamente, tentou uma aproximação do correto, sendo que provavelmente seu esforço foi grande, no entanto, por mais que tentasse não conseguiu atingir a produção correta do som. As imprecisões são piores, pois elas não atingem um som ou um grupo de sons, em geral
  • 13. elas prejudicam a fala como um todo. Independente de qual é a alteração encontrada, a correção deve ser realizada o mais precocemente possível, para que padrões errados não sejam fixados, dificultando não só a correção e instalação de um novo padrão, mas acima de tudo, dificultando a automatização da maneira correta de falar. A terapia de fala, quando as causas da alteração provem de problemas músculo-esqueletal, pode não ter o sucesso esperado, pois a cura seria dependente da correção da causa, o que nem sempre é possível. Melhoras são sempre esperadas e o sucesso da terapia pode ser considerado quando modificações ocorrem, e quando o sujeito reconhece a melhora entendendo que está mais apto para enfrentar as situações diárias. Muitas vezes este tipo de terapia envolve uma equipe maior além do trabalho apenas do fonoaudiólogo. Muitas vezes é necessário que o dentista resolva os problemas dentários, ou que o médico resolva os problemas respiratórios que estão interferindo na articulação dos fones. Trabalhar com a correção da fala, com crianças ou com adultos, é extremamente gratificante, uma vez que o paciente, ao melhorar ou eliminar o problema, fica extremamente feliz e mais confiante em suas atitudes. A fala é a melhor forma de comunicação, é com a fala que construímos ou destruímos relações. O poder da fala é imenso e estar privado deste poder é terrível. Nunca devemos considerar como problema menor, as pequenas alterações de fala, e nunca devemos considerar como impossíveis de serem resolvidas as grandes alterações de fala. Tanto problemas pequenos como grandes, podem ter para o paciente, significados totalmente diferentes daquela impressão e julgamento que fazemos sobre a alteração que ele tem. Tentar sempre uma modificação do padrão encontrado, ter metas no tratamento e considerar toda e qualquer mudança como positiva, é fundamental para um caminho mais bem estruturado e, certamente, de final feliz.
  • 14. Referências 1. Callou D, Leite Y. Iniciação à fonética e à fonologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar;1990. 2. Zorzi JL. Diferenciando alterações da fala e da linguagem. In: Marchesan IQ. Fundamentos em Fonoaudiologia – Aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;1998. p. 59-74 3. Zemlin WR. Speech and hearing science – anatomy and physiology. New Jersey: Prentice Hall;1998. 4. Darley FL, Aronson AE, Brown JR. Differential diagnostic patterns of dysarthia. Journal of Speech and Hearing Research. 1969,12:246-69. 5. Ortiz KZ. Alterações da fala: disartrias e dispraxias. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004. 6. Ortiz KZ. Avaliação e terapia dos distúrbios neurológicos da linguagem e fala. In: Lopes Filho OC. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 1997. 7. Martins F, Bonilha R, Ortiz KZ. Proposta de avaliação de habilidades práxicas orofaciais e verbais para adultos cérebro-lesados. In: Anais do X Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Belo Horizonte: 2002. p.1184. 8. Hirose H, Kiritani S, Sawashima M. Velocity of articulatory movements in normal and dysarthric subjects. Folia Phoniat. 1982;34:210-5. 9. Fazoli KSH. Avaliação e terapia de voz nas disfonias neurológicas. In: Lopes Filho OC. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 1997. 10. Halpern H. Therapy for agnosia, apraxia and dysarthria. In: Chapey R. Language intervention strategies in adult aphasic. Baltimore: Williams and Wilkins; 1986. 11. Netsell R, Daniel B. Dysarthria in adults: physiologic aprroach to rehabilitation. Arch. Phys. Med. Rehabil. 1979;60:502-98. 12. LaPoint LL. Dysarthria therapy: some principles and strategies for treatment. In: Johns DF. Clinical Management of neurogenic communicative disorders. Boston: Little Brown; 1978. 13. Wertz RT. Neuropathologies of speech and language: an introduction to patient management. In: Johns DF. Clinical management of neurogenic communications disorders. Boston: Little Brown;1985. p.1-96. 14. Johns DF, Darley FL. Phonemic variability in apraxia of speech. J. Speech Hear. 1970;13:556-83.
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