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AS PRINCIPAIS L.E.R. EM MÚSICOS
Autor
Prof.: André Campos Machado
Uberlândia-MG.
Janeiro de 2004
2
SÚMARIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. CONCEITOS 5
3. CAUSAS 6
4. LESÕES MAIS FREQÜENTES 8
4.1. Tenossinovite Ocupacional 10
4.2. Tenossinovite Estenosante 11
4.2.1. Dedo em Gatilho 11
4.2.2. Síndrome de Quervain 11
4.3. Síndrome do Túnel do Carpo 11
4.4. Síndrome do Canal de Guyon 12
4.5. Síndrome do Pronador Redondo 12
4.6. Síndrome do Supinador 12
4.7. Ganglion ou Cisto Sinovial 12
4.8. Epicondilite 12
4.9. Fibromialgia do Pescoço 13
4.10. Síndrome do Desfiladeiro Torácico 13
5. PREVENÇÃO 14
6. CONCLUSÃO 16
7. ALGUNS ALONGAMENTOS 17
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 21
3
1. INTRODUÇÃO
Ao se falar em doenças ocupacionais, a maioria das pessoas imagina
logo se tratar de alguém que trabalhe com o computador digitando textos por
várias horas seguidas. Isto não é verdade pois na grande maioria das
profissões, existem pessoas que adquiriram algum tipo de lesão. Ela hoje é
considerada como sendo a doença dos tempos modernos.
Este tipo de doença é realmente nova ou é uma velha conhecida dos
músicos? Ramazzini, médico Italiano do século XVIII, relata da existência de
alguns pacientes portadores de lesões que se enquadram nos diagnósticos das
doenças classificadas hoje como DORT, Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho.
Com o advento do computador, e consequentemente o surgimento dos
grandes centros de processamento de dados, começaram a aparecer pessoas
com algumas doenças até então pouco conhecidas. Como o problema
apareceu em uma área onde toda economia de tempo é considerada como
dinheiro ganho, tornou-se necessário investir em pesquisas para o tratamento
das doenças. O afastamento por licença de saúde de seus funcionários estava
fazendo a produtividade cair e conseqüentemente os lucros.
Quem acabou ganhando com o infortúnio das outras profissões foram
os músicos, pois até então eram tratados como portadores de reumatismo, ou
como muitos comentavam anos atrás: meu pulso abriu, por isto não posso
tocar.
É comum hoje ouvir músicos comentando conhecer algum colega de
profissão como sendo mais um portador de algum tipo de lesão. Uma dúvida
que está sempre presente é se o fato de tocar algum instrumento musical pode
causar algum tipo de lesão, é ainda se algum instrumento contribui mais do
que outro para o aparecimento das mesmas.
Analisando genericamente a técnica instrumental, é possível constatar
que todo trabalho instrumental em que a mente não participa ativamente é
prejudicial ao desenvolvimento técnico. Estudar qualquer instrumento vendo
TV, ouvindo música, lendo, conversando, etc., é prejudicial porque a falta de
atenção e concentração pode levar à execução de movimentos errados e
descontrolados que ao invés de ajudar, podem anular o objetivo desejado que
é a aquisição de uma boa técnica no instrumento. No estudo do instrumento,
todos os movimentos que não são considerados naturais, portanto forçados,
são perigosos, pois além de neutralizar todo o objetivo do trabalho técnico,
podem provocar cansaço, fadiga muscular e o que é pior: lesões de músculos,
tendões e nervos. Deve-se então ordenar de forma racional todo movimento
4
muscular, usando um mínimo de esforço para se obter o máximo de resultado.
Uma das maneiras de se conseguir este resultado é através de uma digitação
lógica e inteligente, eliminando-se os movimentos desnecessários e forçados
(CARLEVARO, DATA).
A fadiga muscular é a sensação de cansaço que se sente após um longo
período de estudo do instrumento. A dor que este cansaço produz é um aviso
da natureza de que os músculos, tendões e nervos já fizeram o máximo de
esforço. A dor produzida é a conseqüência de uma auto - intoxicação do
músculo e insistir com o estudo do instrumento, forçando um região com
fadiga, pode levar à lesões mais graves (MEJIA, DATA).
Estas lesões são conhecidas por LER (lesões por esforços repetitivos),
LTC (lesões por traumas cumulativos), DMO (distúrbios
musculoesqueléticos ocupacionais), DORT (Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao trabalho). Mas o que vem a ser realmente DORT?
É uma doença muito séria?
É perigosa?
Tem cura?
São perguntas que afligem a todos que já ouviram falar da doença ou
que estão em contato com algum portador desta enfermidade.
5
2. CONCEITOS
Existem vários conceitos para tentar explicar o que venha a ser esta
enfermidade, como por exemplo:
⇒ LER é um conjunto de disfunções músculo-esqueléticas, que
acometem os membros superiores e região cervical e estão relacionadas ao
trabalho;1
⇒ LER é o nome dado às afecções dos grupos musculares e/ou
tendões cuja etiologia se deve ao contínuo e repetitivo trabalho, realizado com
as mãos ou qualquer segmento do corpo;2
⇒ LER são lesões do aparelho locomotor, associadas com esforços
físicos repetitivos ou com manutenção prolongada de alguns segmentos
corpóreos em posturas inadequadas;3
⇒ LER são inflamações de músculos, tendões e nervos dos membros
superiores, geralmente curáveis.4
1
BARREIRA. Data.
2
LECH, HOEFEL. Data.
3
NICOLETTI, Sérgio.
4
FOLDER.
6
3. CAUSAS
Nem todas as pessoas portadoras de alguma lesão, passaram pelo
mesmo processo desencadeador da doença, porém algumas causas já foram
detectadas, ou seja, a grande maioria se enquadra em uma ou várias destas
situações. As mais comuns são as seguintes:
♦ Uso de força em excesso durante o processo de aprendizagem do
instrumento, bem como durante a apresentação. Em determinados
momentos da execução, realmente se faz necessário um maior uso de
força, o que não pode acontecer é esta prática tornar-se a regra geral.
♦ Postura inadequada para tocar um instrumento, para ler, assistir TV,
para tudo na vida diária. Ao se trabalhar com a postura ideal para cada
instrumento, uma coisa tem que ficar bem clara: ninguém possui o
mesmo corpo, muito menos o mesmo tamanho de membros, portanto o
professor deve ficar atento às particularidades físicas de cada aluno,
sem no entanto se afastar da postura ideal, correta para cada
instrumento. Pessoas muito grandes ou muito pequenas merecem uma
atenção maior em relação à postura, pois os instrumentos na maioria
das vezes não se adaptam bem ao seu tipo físico.
♦ Móveis e instrumentos ergonomicamente inadequados, como por
exemplo um músico de mão pequena estudando contrabaixo com uma
escala muito longa. O ideal é que a pessoa estude, toque, um
instrumento musical compatível com o seu tipo físico. Quando isto não
é possível, deve-se procurar instrumentos de tamanhos menores para
não prejudicar o seu desenvolvimento, pois instrumentos muito
grandes requerem um esforço físico maior das pessoas que possuem
mãos pequenas.
♦ Os movimentos repetitivos, juntamente com a postura inadequada,
são considerados os principais causadores das DORT em músicos.
Como fazer para estudar um instrumento musical qualquer sem fazer
movimentos repetitivos? O movimento repetitivo, não quer dizer que o
instrumentista passa longos períodos tocando com 1 ou 2 dedos, no
caso dos ornamentos, e sim estudando, tocando por um longo período
uma música qualquer, pois os dedos se repetem em vários movimentos
durante um longo período de tempo. Em 1 hora de estudo quantas
7
vezes o dedo indicador, por exemplo, foi usado? Portanto não tem
como evitar este desgaste, a solução então é tentar prevenir de alguma
forma atenuando-se a prática dos demais fatores causadores. O
movimento repetitivo isoladamente não causa necessariamente alguma
lesão.
♦ A compressão mecânica causada por exemplo, quando trabalhamos
com o cotovelo apoiado sobre uma mesa, ou tocamos violão apoiando
o antebraço direito sobre a quina do aro superior. Este tipo de
compressão pode ser amenizado apoiando-se o antebraço sobre uma
flanela dobrada. É comum também nos estudantes de instrumentos de
sopro, segurarem seus instrumentos forçando muito os pontos de
apoio. O que pode causar de certa forma, o estrangulamento dos
tendões dos dedos envolvidos.
♦ Ambientes frios contribuem para o aparecimento e agravamento das
lesões, devido ao fato de diminuir a circulação sanguínea nas
extremidades dos membros.
♦ O stresse e a tensão conseqüente das responsabilidades e cobranças no
trabalho, nos estudos, bem como na vida em geral, podem ser alguns
dos vários motivos que desencadeiam as DORT. Nos dias de hoje,
torna-se quase impossível trabalhar ou estudar em ambientes que não
sejam de alguma forma estressantes. As escolas de música, em sua
grande maioria, não possuem isolamento acústico adequado, tornando-
se portanto um ambiente muito barulhento e estressante.
♦ Fatores psicológicos podem agravar ainda mais a possibilidade de
aparecimento de uma lesão. Uma pessoa que passou por um tipo
qualquer de DORT, muitas vezes torna-se insegura quanto ao seu
verdadeiro estado físico. No caso de um músico instrumentista perder
a confiança em suas mãos, ele pode por exemplo evitar determinados
exercícios que julgue fazer mal para ele. A longo prazo isto pode gerar
uma deficiência técnica, tornando-se em muitos casos impossível a
realização de certos repertórios.
“...quando as LER, se instalam, a capacidade natural de reparação que a pessoa
possui, já foi ultrapassada, ou os mecanismos de controle imunológico que regulam a
regeneração dos tecidos gastos, sofreram modificações. Os componentes estruturais dos
tecidos são substituídos de maneira inadequada, sobrevindo cicatrizes, mudanças das
propriedades mecânicas e provavelmente a inflamação em tendões, nervos, fáscias e
cápsula articular”. (Nicoletti, s.d.,p.17)
8
4. LESÕES MAIS FREQÜENTES
Para entender as lesões, antes de mais nada é necessário ter noções
básicas da anatomia humana.
Figura 01
Figura 02
9
Figura 03
Figura 04
10
Figura 05
4.1. Tenossinovite Ocupacional
É a inflamação aguda ou crônica dos tendões (tendinite) e/ou das
bainhas (tenossinovite). Aparece nas mãos e ocorrem queixas subjetivas de
dor, diminuição da força, sensação de peso e alteração da caligrafia. É a mais
11
corriqueira das lesões, onde obedecendo a um repouso e fazendo o tratamento
adequado prescrito por um médico especialista no assunto, o problema
desaparece rapidamente.
4.2. Tenossinovite Estenosante
4.2.1. Dedo em Gatilho
Ocorre uma impossibilidade de estender normalmente os
dedos. A sensação é a de um bloqueio mecânico, onde forçando a
extensão tem-se a sensação de um salto, como que ultrapassando
um obstáculo. É um processo geralmente doloroso, envolvendo
basicamente os dedos médio e o anular. A cura, na maioria das
vezes, é cirúrgica.
4.2.2. Síndrome de Quervain
Ocorre dor aguda ou crônica na parte superior do polegar,
perto do punho. A dor diminui o uso da mão principalmente na
ação de garra ou pinça. O repouso normalmente não alivia a dor.
Se detectado num estágio inicial, o tratamento pode ser feito com
repouso e medicamentos. Aparece em músicos que tocam
sobrecarregando muito o polegar, ou tocando um repertório que o
utilize muito, ou segurando seu instrumento com força
desnecessária.
4.3. Síndrome do Túnel do Carpo
É a compressão do nervo mediano ao nível do pulso. O túnel do carpo
por não ser elástico, quando comprimido provoca uma sensação de
formigamento na mão, ocasionando uma diminuição da sensibilidade. O dedo
indicador é o mais atingido, juntamente com o polegar, o médio e metade do
anular. Normalmente é um processo acompanhado de dor. É um caso
relativamente sério, onde a cura na maioria das vezes só é obtida com
cirurgia.
12
4.4. Síndrome do Canal de Guyon
É a compressão do nervo ulnar na passagem lateral do pulso. Os
sintomas são parecidos com os da síndrome do túnel do carpo. Ocorre dor e
alteração da sensibilidade no 4º e 5º dedo. A força de pressão e pinça também
diminuem. O tratamento também é basicamente o mesmo da síndrome do
túnel do carpo.
4.5. Síndrome do Pronador Redondo
É a compressão do nervo mediano (o mesmo da S.T.C.) ao nível do
cotovelo. Ocorre dor na região do antebraço nas horas de esforço,
ocasionando dificuldade para escrever e tocar o instrumento. É uma doença
muito comum em violonistas, pois estes tocam seu instrumento com o
antebraço direito apoiado na quina do aro superior do violão.
4.6. Síndrome do Supinador
É a compressão do nervo radial da altura do músculo supinador. Ocorre
dor no antebraço que aumenta durante o esforço. A força da pressão diminui.
Num estágio inicial, repouso e medicamentos são o suficiente para se
conseguir a cura. É um dos pontos mais dolorosos que os músicos reclamam
quando fazem alongamentos para os braços.
4.7. Ganglion ou Cisto Sinovial
É o aparecimento de cisto sinovial (bolsa contendo líquido sinovial) nas
vizinhanças das articulações e tendões. É mais comum na região do pulso e
ocorre dor aos movimentos e à pressão. Pode desaparecer com o tempo
quando a bolsa se rompe, caso contrário a cura só é possível com cirurgia.
Segundo alguns médicos, existem algumas pessoas que são mais predispostas
do que outras para desenvolver cisto sinovial.
4.8. Epicondilite
É a compressão ou estiramento dos pontos de inserção dos músculos
flexores do carpo na região do cotovelo. Ocorre devido ao esforço excessivo e
extensão ou flexão brusca do punho. A dor localiza-se no cotovelo, mas pode
se irradiar para o ombro ou para a mão. Um dos sintomas também é a pessoa
acordar durante a noite com dor no cotovelo. Este tipo de lesão é mais comum
13
em músicos que tocam seu instrumento fazendo movimentos com o cotovelo,
como por exemplo aos instrumentistas de arco, violino, viola, cello baixo e
trombonistas.
4.9. Fibromialgia do Pescoço
Síndrome dolorosa dos músculos do pescoço, principalmente os
trapézios, os esternocleidomastóideos, os elevadores da escápula e os
rombóides. Ocorre dor, espasmo local e endurecimento, com pontos dolorosos
ao longo da inserção muscular. É um tratamento demorado com bastante
repouso e principalmente evitar ambientes tensos e estressantes. Neste caso
estão os músicos e professores de instrumento que trabalham com braços
elevados e/ou pescoço curvado sobre a mesa ou instrumento.
4.10. Síndrome do Desfiladeiro Torácico
É a compressão de nervos e vaso sanguíneos entre o pescoço e os
ombros, causados geralmente pelo posicionamento elevado dos braços.
Ocorrem choques, queimação e dormência ao longo da parte interna dos
membros superiores, podendo no entanto afetar qualquer um dos nervos dos
referidos membros. O tratamento é feito evitando-se o posicionamento dos
membros superiores de forma elevada, bem como através de exercícios
fisioterápicos de fortalecimento da região atingida. Neste caso estão os
músicos e professores de instrumento que trabalham com braços elevados
e/ou pescoço curvado sobre a mesa ou instrumento.
14
5. PREVENÇÃO
Como o ditado popular diz “é melhor prevenir do que remediar”, deve-
se portanto ficar bastante atento e observar o máximo possível principalmente
a postura durante os momentos de estudo e execução do instrumento, não
deixando de lado as posturas corretas do nosso dia a dia. Como regra geral o
músico deve seguir os seguintes procedimentos:
♦ Exercícios para melhorar as condições físicas gerais, como por
exemplo: natação, tai-chi-chuan, hidroginástica;
♦ Fazer alongamentos diários;
♦ RPG (reeducação postural global);
♦ Correção dos hábitos posturais, principalmente em relação ao uso do
instrumento;
♦ Os repertórios que causem dor ou persistência do desconforto devem
ser evitados, pois em longo prazo podem trazer algum prejuízo à
saúde;
♦ É aconselhável períodos de 5 a 15 minutos de repouso a cada hora
trabalhada;
♦ Modificações na técnica de tocar o instrumento devem ser avaliadas
pelo professor, juntamente com um acompanhamento médico,
principalmente quando a pessoa possui ou já teve algum tipo de lesão;
♦ Evitar a respiração clavicular, pois tenciona a coluna cervical;
Algumas atividades domésticas também devem ser evitadas:
♦ Utilizar máquina vibratória de lavagem de carros, quintal, etc;
♦ Tricô e crochê;
♦ Lavar roupas, especialmente esfregar e torcer;
♦ Colocar uma grande quantidade de roupa no varal;
♦ Amassar rosca, pão de queijo, etc com as mãos;
♦ Lavar parede, principalmente pontos que ficam acima dos ombros;
♦ Encerar o carro;
15
♦ Segurar panelas pesadas somente com uma mão;
♦ Carregar as compras da feira e supermercado com as mãos. Use o
carrinho;
♦ Colocar e pegar objetos em lugares altos sem o uso de escadas;
♦ Segurar crianças no colo por um longo período;
♦ Fazer limpeza pesada da casa;
♦ Andar de ônibus segurando-se na alça superior.
Segundo RAMAZZINI, médico Italiano do século XVIII, “Em primeiro lugar, que
se empenhem as pessoas em corrigir os danos provavelmente provocados pela vida
sedentária, com exercícios corporais moderados. É necessário tanto quanto possível, que
se interrompa a posição contínua, seja se sentando de quando em quando, seja
caminhando ou movimentando o corpo de qualquer forma...”.
16
6. CONCLUSÃO
Depois de ter adquirido uma destas lesões, não resolve fazer tratamento
com medicamentos e fisioterapia se a pessoa não procurar solucionar a
origem do problema. É preciso também que fique bem claro que estas lesões
não aparecem de um dia para o outro e que o seu tratamento não vai ser
milagroso e acabar em uma semana. Leva tempo, muitas vezes meses e até
anos.
Quando estas lesões começaram a se tornarem comuns, muitas
empresas se recusavam a admitir a ocorrência das LER em suas
dependências, alegando muitas vezes ser “manha” dos funcionários, ou até
mesmo fingimento para obter licença de trabalho. Este tipo de atitude é um
dos motivos que prejudicaram as pesquisas em relação à doença. Por outro
lado, os pacientes muitas vezes deixam para procurar auxilio médico quando
o quadro clínico da doença já está em um estágio avançado, talvez tentando
esconder o seu problema para não perder o emprego, tornando-se ainda mais
perigoso e demorado o seu tratamento.
A idade média para o aparecimento das lesões é em torno dos trinta
anos, coincidindo com o período de alta produtividade do músico. Na maioria
das vezes ele exerce paralelamente a atividade de instrumentista e professor,
sobrecarregando muitas vezes o seu período de contato com o instrumento,
visto que em muitos casos o professor toca os exercícios e até mesmo a
música junto com o aluno. Imagine por exemplo um músico de orquestra ou
conjunto que trabalhe paralelamente como professor uma carga horária
semanal de 20 horas. Note que ele passa a maioria do seu tempo estudando e
tocando o seu instrumento. Isto pode parecer que não é muito tempo, mas se
formos computar que a maioria dos músicos começou a estudar seu
instrumento em torno dos sete anos de idade, ao chegar aos trinta anos já se
passaram muitas horas de contato com o instrumento.
É difícil se estabelecer com certeza quais são as profissões que podem
ser classificadas como sendo de risco para o surgimento das LER, visto que é
também possível adquiri-las mesmo nos momentos de lazer, como por
exemplo jogando tênis. Portanto todos os músicos devem ficar
constantemente em alerta, e quando sentirem qualquer desconforto físico que
possa sugerir alguma das doenças aqui relatadas, devem procurar
imediatamente auxílio médico.
17
7. ALGUNS ALONGAMENTOS
7.1. PESCOÇO.
Figura 06
Figura 07
7.2. OMBROS
Figura 08
18
7.3. BRAÇOS
Figura 09 Figura 10
Figura 11
7.4. TRONCOS E COSTAS
Figura 12 Figura 13
19
Figura 14
7.5. ANTEBRAÇO – MÃOS – DEDOS
Figura 15
Figura 16 Figura 17
20
Figura 18
21
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
A DOR dos ossos do ofício. Revista Veja, São Paulo, v. 29, n. 36, p. 48-53, set. 1996.
AMBIENTE Profissional. Correio de Uberlândia, Uberlândia, p. 9, c.1-5, 10 nov. 1996..
APOIO ao paciente com LER. [s.l]: Asta Médica, Folheto, [s/d].
BRITO, A. da Costa et al. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e outros
acometimentos reumáticos em músicos profissionais. Em Pauta, Porto Alegre, v. 4, n. 5,
p. 32-41, jun. 1992.
CARLEVARO, Abel. Escuela de la guitarra. Esposición de la Teoria Instrumental.
Buenos Aires: Barry, data.
COUTO, Hudson de Araújo. Guia prático. Tenossinovites e outras lesões por traumas
cumulativos nos membros superiores de origem ocupacional. [s.l]: Ergo, 1991.
COUTO, Hudson de Araújo. Doenças profissionais. [s.l]: Asta Médica, 10p [s/d].
FIEMG. Programa atende portador de LER. Correio de Uberlândia, Uberlândia, p. 9, c.
1-3, 28 set. 1996.
GUIMARÃES, Roberta. Esforços repetitivos. Aparelhos previnem contra a LER.
Correio de Uberlândia, Uberlândia, p. 13. c.1-3, 16 fev. 1997.
KOPOLOW, Louis E. Uma conversa franca sobre A Arte de Relaxar. Ribeirão Preto:
Sandoz S. A, Folheto, 1992.
KOPOLOW, Louis E. Como lidar com o Stresse. Ribeirão Preto: Sandoz S. A, Folheto
1992.
LECH, Osvandré, HOEFEL, Maria da Graça. Protocolo de investigação das Lesões por
Esforços Repetitivos (LER). [s.l]: Rhodia, [s/d].
MEJIA, Carlos Maria Ramos. La Dinamica del Violinista. Buenos Aires: Ricordi..
NICOLETTI, Sérgio. Lesões por Esforços Repetitivos. LER, [s.l]: Bristol-Myers Squibb
Brasil, 8p. Fascículo 1, [s/d].
NICOLETTI, Sérgio. Lesões por Esforços Repetitivos. LER, [s.l]: Bristol-Myers Squibb
Brasil, 17p. Fascículo 2 [s/d].
NICOLETTI, Sérgio. Lesões por Esforços Repetitivos. LER, [s.l]: Bristol-Myers Squibb
Brasil, 17p. Fascículo 4 [s/d].
SZABO, Robert M. Síndrome do túnel do carpo. Jornal Brasileiro de Medicina. v. 70, n.
73, ago. 1996.
Informações ao Servidor. Perícias Médicas. O que você precisa saber sobre LER/DORT.
Disponível em: http://www.serha.mg.gov.br/ SERHApericias_medicas.htm. Acessado em:
13/01/2004.

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  • 1. AS PRINCIPAIS L.E.R. EM MÚSICOS Autor Prof.: André Campos Machado Uberlândia-MG. Janeiro de 2004
  • 2. 2 SÚMARIO 1. INTRODUÇÃO 3 2. CONCEITOS 5 3. CAUSAS 6 4. LESÕES MAIS FREQÜENTES 8 4.1. Tenossinovite Ocupacional 10 4.2. Tenossinovite Estenosante 11 4.2.1. Dedo em Gatilho 11 4.2.2. Síndrome de Quervain 11 4.3. Síndrome do Túnel do Carpo 11 4.4. Síndrome do Canal de Guyon 12 4.5. Síndrome do Pronador Redondo 12 4.6. Síndrome do Supinador 12 4.7. Ganglion ou Cisto Sinovial 12 4.8. Epicondilite 12 4.9. Fibromialgia do Pescoço 13 4.10. Síndrome do Desfiladeiro Torácico 13 5. PREVENÇÃO 14 6. CONCLUSÃO 16 7. ALGUNS ALONGAMENTOS 17 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 21
  • 3. 3 1. INTRODUÇÃO Ao se falar em doenças ocupacionais, a maioria das pessoas imagina logo se tratar de alguém que trabalhe com o computador digitando textos por várias horas seguidas. Isto não é verdade pois na grande maioria das profissões, existem pessoas que adquiriram algum tipo de lesão. Ela hoje é considerada como sendo a doença dos tempos modernos. Este tipo de doença é realmente nova ou é uma velha conhecida dos músicos? Ramazzini, médico Italiano do século XVIII, relata da existência de alguns pacientes portadores de lesões que se enquadram nos diagnósticos das doenças classificadas hoje como DORT, Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Com o advento do computador, e consequentemente o surgimento dos grandes centros de processamento de dados, começaram a aparecer pessoas com algumas doenças até então pouco conhecidas. Como o problema apareceu em uma área onde toda economia de tempo é considerada como dinheiro ganho, tornou-se necessário investir em pesquisas para o tratamento das doenças. O afastamento por licença de saúde de seus funcionários estava fazendo a produtividade cair e conseqüentemente os lucros. Quem acabou ganhando com o infortúnio das outras profissões foram os músicos, pois até então eram tratados como portadores de reumatismo, ou como muitos comentavam anos atrás: meu pulso abriu, por isto não posso tocar. É comum hoje ouvir músicos comentando conhecer algum colega de profissão como sendo mais um portador de algum tipo de lesão. Uma dúvida que está sempre presente é se o fato de tocar algum instrumento musical pode causar algum tipo de lesão, é ainda se algum instrumento contribui mais do que outro para o aparecimento das mesmas. Analisando genericamente a técnica instrumental, é possível constatar que todo trabalho instrumental em que a mente não participa ativamente é prejudicial ao desenvolvimento técnico. Estudar qualquer instrumento vendo TV, ouvindo música, lendo, conversando, etc., é prejudicial porque a falta de atenção e concentração pode levar à execução de movimentos errados e descontrolados que ao invés de ajudar, podem anular o objetivo desejado que é a aquisição de uma boa técnica no instrumento. No estudo do instrumento, todos os movimentos que não são considerados naturais, portanto forçados, são perigosos, pois além de neutralizar todo o objetivo do trabalho técnico, podem provocar cansaço, fadiga muscular e o que é pior: lesões de músculos, tendões e nervos. Deve-se então ordenar de forma racional todo movimento
  • 4. 4 muscular, usando um mínimo de esforço para se obter o máximo de resultado. Uma das maneiras de se conseguir este resultado é através de uma digitação lógica e inteligente, eliminando-se os movimentos desnecessários e forçados (CARLEVARO, DATA). A fadiga muscular é a sensação de cansaço que se sente após um longo período de estudo do instrumento. A dor que este cansaço produz é um aviso da natureza de que os músculos, tendões e nervos já fizeram o máximo de esforço. A dor produzida é a conseqüência de uma auto - intoxicação do músculo e insistir com o estudo do instrumento, forçando um região com fadiga, pode levar à lesões mais graves (MEJIA, DATA). Estas lesões são conhecidas por LER (lesões por esforços repetitivos), LTC (lesões por traumas cumulativos), DMO (distúrbios musculoesqueléticos ocupacionais), DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao trabalho). Mas o que vem a ser realmente DORT? É uma doença muito séria? É perigosa? Tem cura? São perguntas que afligem a todos que já ouviram falar da doença ou que estão em contato com algum portador desta enfermidade.
  • 5. 5 2. CONCEITOS Existem vários conceitos para tentar explicar o que venha a ser esta enfermidade, como por exemplo: ⇒ LER é um conjunto de disfunções músculo-esqueléticas, que acometem os membros superiores e região cervical e estão relacionadas ao trabalho;1 ⇒ LER é o nome dado às afecções dos grupos musculares e/ou tendões cuja etiologia se deve ao contínuo e repetitivo trabalho, realizado com as mãos ou qualquer segmento do corpo;2 ⇒ LER são lesões do aparelho locomotor, associadas com esforços físicos repetitivos ou com manutenção prolongada de alguns segmentos corpóreos em posturas inadequadas;3 ⇒ LER são inflamações de músculos, tendões e nervos dos membros superiores, geralmente curáveis.4 1 BARREIRA. Data. 2 LECH, HOEFEL. Data. 3 NICOLETTI, Sérgio. 4 FOLDER.
  • 6. 6 3. CAUSAS Nem todas as pessoas portadoras de alguma lesão, passaram pelo mesmo processo desencadeador da doença, porém algumas causas já foram detectadas, ou seja, a grande maioria se enquadra em uma ou várias destas situações. As mais comuns são as seguintes: ♦ Uso de força em excesso durante o processo de aprendizagem do instrumento, bem como durante a apresentação. Em determinados momentos da execução, realmente se faz necessário um maior uso de força, o que não pode acontecer é esta prática tornar-se a regra geral. ♦ Postura inadequada para tocar um instrumento, para ler, assistir TV, para tudo na vida diária. Ao se trabalhar com a postura ideal para cada instrumento, uma coisa tem que ficar bem clara: ninguém possui o mesmo corpo, muito menos o mesmo tamanho de membros, portanto o professor deve ficar atento às particularidades físicas de cada aluno, sem no entanto se afastar da postura ideal, correta para cada instrumento. Pessoas muito grandes ou muito pequenas merecem uma atenção maior em relação à postura, pois os instrumentos na maioria das vezes não se adaptam bem ao seu tipo físico. ♦ Móveis e instrumentos ergonomicamente inadequados, como por exemplo um músico de mão pequena estudando contrabaixo com uma escala muito longa. O ideal é que a pessoa estude, toque, um instrumento musical compatível com o seu tipo físico. Quando isto não é possível, deve-se procurar instrumentos de tamanhos menores para não prejudicar o seu desenvolvimento, pois instrumentos muito grandes requerem um esforço físico maior das pessoas que possuem mãos pequenas. ♦ Os movimentos repetitivos, juntamente com a postura inadequada, são considerados os principais causadores das DORT em músicos. Como fazer para estudar um instrumento musical qualquer sem fazer movimentos repetitivos? O movimento repetitivo, não quer dizer que o instrumentista passa longos períodos tocando com 1 ou 2 dedos, no caso dos ornamentos, e sim estudando, tocando por um longo período uma música qualquer, pois os dedos se repetem em vários movimentos durante um longo período de tempo. Em 1 hora de estudo quantas
  • 7. 7 vezes o dedo indicador, por exemplo, foi usado? Portanto não tem como evitar este desgaste, a solução então é tentar prevenir de alguma forma atenuando-se a prática dos demais fatores causadores. O movimento repetitivo isoladamente não causa necessariamente alguma lesão. ♦ A compressão mecânica causada por exemplo, quando trabalhamos com o cotovelo apoiado sobre uma mesa, ou tocamos violão apoiando o antebraço direito sobre a quina do aro superior. Este tipo de compressão pode ser amenizado apoiando-se o antebraço sobre uma flanela dobrada. É comum também nos estudantes de instrumentos de sopro, segurarem seus instrumentos forçando muito os pontos de apoio. O que pode causar de certa forma, o estrangulamento dos tendões dos dedos envolvidos. ♦ Ambientes frios contribuem para o aparecimento e agravamento das lesões, devido ao fato de diminuir a circulação sanguínea nas extremidades dos membros. ♦ O stresse e a tensão conseqüente das responsabilidades e cobranças no trabalho, nos estudos, bem como na vida em geral, podem ser alguns dos vários motivos que desencadeiam as DORT. Nos dias de hoje, torna-se quase impossível trabalhar ou estudar em ambientes que não sejam de alguma forma estressantes. As escolas de música, em sua grande maioria, não possuem isolamento acústico adequado, tornando- se portanto um ambiente muito barulhento e estressante. ♦ Fatores psicológicos podem agravar ainda mais a possibilidade de aparecimento de uma lesão. Uma pessoa que passou por um tipo qualquer de DORT, muitas vezes torna-se insegura quanto ao seu verdadeiro estado físico. No caso de um músico instrumentista perder a confiança em suas mãos, ele pode por exemplo evitar determinados exercícios que julgue fazer mal para ele. A longo prazo isto pode gerar uma deficiência técnica, tornando-se em muitos casos impossível a realização de certos repertórios. “...quando as LER, se instalam, a capacidade natural de reparação que a pessoa possui, já foi ultrapassada, ou os mecanismos de controle imunológico que regulam a regeneração dos tecidos gastos, sofreram modificações. Os componentes estruturais dos tecidos são substituídos de maneira inadequada, sobrevindo cicatrizes, mudanças das propriedades mecânicas e provavelmente a inflamação em tendões, nervos, fáscias e cápsula articular”. (Nicoletti, s.d.,p.17)
  • 8. 8 4. LESÕES MAIS FREQÜENTES Para entender as lesões, antes de mais nada é necessário ter noções básicas da anatomia humana. Figura 01 Figura 02
  • 10. 10 Figura 05 4.1. Tenossinovite Ocupacional É a inflamação aguda ou crônica dos tendões (tendinite) e/ou das bainhas (tenossinovite). Aparece nas mãos e ocorrem queixas subjetivas de dor, diminuição da força, sensação de peso e alteração da caligrafia. É a mais
  • 11. 11 corriqueira das lesões, onde obedecendo a um repouso e fazendo o tratamento adequado prescrito por um médico especialista no assunto, o problema desaparece rapidamente. 4.2. Tenossinovite Estenosante 4.2.1. Dedo em Gatilho Ocorre uma impossibilidade de estender normalmente os dedos. A sensação é a de um bloqueio mecânico, onde forçando a extensão tem-se a sensação de um salto, como que ultrapassando um obstáculo. É um processo geralmente doloroso, envolvendo basicamente os dedos médio e o anular. A cura, na maioria das vezes, é cirúrgica. 4.2.2. Síndrome de Quervain Ocorre dor aguda ou crônica na parte superior do polegar, perto do punho. A dor diminui o uso da mão principalmente na ação de garra ou pinça. O repouso normalmente não alivia a dor. Se detectado num estágio inicial, o tratamento pode ser feito com repouso e medicamentos. Aparece em músicos que tocam sobrecarregando muito o polegar, ou tocando um repertório que o utilize muito, ou segurando seu instrumento com força desnecessária. 4.3. Síndrome do Túnel do Carpo É a compressão do nervo mediano ao nível do pulso. O túnel do carpo por não ser elástico, quando comprimido provoca uma sensação de formigamento na mão, ocasionando uma diminuição da sensibilidade. O dedo indicador é o mais atingido, juntamente com o polegar, o médio e metade do anular. Normalmente é um processo acompanhado de dor. É um caso relativamente sério, onde a cura na maioria das vezes só é obtida com cirurgia.
  • 12. 12 4.4. Síndrome do Canal de Guyon É a compressão do nervo ulnar na passagem lateral do pulso. Os sintomas são parecidos com os da síndrome do túnel do carpo. Ocorre dor e alteração da sensibilidade no 4º e 5º dedo. A força de pressão e pinça também diminuem. O tratamento também é basicamente o mesmo da síndrome do túnel do carpo. 4.5. Síndrome do Pronador Redondo É a compressão do nervo mediano (o mesmo da S.T.C.) ao nível do cotovelo. Ocorre dor na região do antebraço nas horas de esforço, ocasionando dificuldade para escrever e tocar o instrumento. É uma doença muito comum em violonistas, pois estes tocam seu instrumento com o antebraço direito apoiado na quina do aro superior do violão. 4.6. Síndrome do Supinador É a compressão do nervo radial da altura do músculo supinador. Ocorre dor no antebraço que aumenta durante o esforço. A força da pressão diminui. Num estágio inicial, repouso e medicamentos são o suficiente para se conseguir a cura. É um dos pontos mais dolorosos que os músicos reclamam quando fazem alongamentos para os braços. 4.7. Ganglion ou Cisto Sinovial É o aparecimento de cisto sinovial (bolsa contendo líquido sinovial) nas vizinhanças das articulações e tendões. É mais comum na região do pulso e ocorre dor aos movimentos e à pressão. Pode desaparecer com o tempo quando a bolsa se rompe, caso contrário a cura só é possível com cirurgia. Segundo alguns médicos, existem algumas pessoas que são mais predispostas do que outras para desenvolver cisto sinovial. 4.8. Epicondilite É a compressão ou estiramento dos pontos de inserção dos músculos flexores do carpo na região do cotovelo. Ocorre devido ao esforço excessivo e extensão ou flexão brusca do punho. A dor localiza-se no cotovelo, mas pode se irradiar para o ombro ou para a mão. Um dos sintomas também é a pessoa acordar durante a noite com dor no cotovelo. Este tipo de lesão é mais comum
  • 13. 13 em músicos que tocam seu instrumento fazendo movimentos com o cotovelo, como por exemplo aos instrumentistas de arco, violino, viola, cello baixo e trombonistas. 4.9. Fibromialgia do Pescoço Síndrome dolorosa dos músculos do pescoço, principalmente os trapézios, os esternocleidomastóideos, os elevadores da escápula e os rombóides. Ocorre dor, espasmo local e endurecimento, com pontos dolorosos ao longo da inserção muscular. É um tratamento demorado com bastante repouso e principalmente evitar ambientes tensos e estressantes. Neste caso estão os músicos e professores de instrumento que trabalham com braços elevados e/ou pescoço curvado sobre a mesa ou instrumento. 4.10. Síndrome do Desfiladeiro Torácico É a compressão de nervos e vaso sanguíneos entre o pescoço e os ombros, causados geralmente pelo posicionamento elevado dos braços. Ocorrem choques, queimação e dormência ao longo da parte interna dos membros superiores, podendo no entanto afetar qualquer um dos nervos dos referidos membros. O tratamento é feito evitando-se o posicionamento dos membros superiores de forma elevada, bem como através de exercícios fisioterápicos de fortalecimento da região atingida. Neste caso estão os músicos e professores de instrumento que trabalham com braços elevados e/ou pescoço curvado sobre a mesa ou instrumento.
  • 14. 14 5. PREVENÇÃO Como o ditado popular diz “é melhor prevenir do que remediar”, deve- se portanto ficar bastante atento e observar o máximo possível principalmente a postura durante os momentos de estudo e execução do instrumento, não deixando de lado as posturas corretas do nosso dia a dia. Como regra geral o músico deve seguir os seguintes procedimentos: ♦ Exercícios para melhorar as condições físicas gerais, como por exemplo: natação, tai-chi-chuan, hidroginástica; ♦ Fazer alongamentos diários; ♦ RPG (reeducação postural global); ♦ Correção dos hábitos posturais, principalmente em relação ao uso do instrumento; ♦ Os repertórios que causem dor ou persistência do desconforto devem ser evitados, pois em longo prazo podem trazer algum prejuízo à saúde; ♦ É aconselhável períodos de 5 a 15 minutos de repouso a cada hora trabalhada; ♦ Modificações na técnica de tocar o instrumento devem ser avaliadas pelo professor, juntamente com um acompanhamento médico, principalmente quando a pessoa possui ou já teve algum tipo de lesão; ♦ Evitar a respiração clavicular, pois tenciona a coluna cervical; Algumas atividades domésticas também devem ser evitadas: ♦ Utilizar máquina vibratória de lavagem de carros, quintal, etc; ♦ Tricô e crochê; ♦ Lavar roupas, especialmente esfregar e torcer; ♦ Colocar uma grande quantidade de roupa no varal; ♦ Amassar rosca, pão de queijo, etc com as mãos; ♦ Lavar parede, principalmente pontos que ficam acima dos ombros; ♦ Encerar o carro;
  • 15. 15 ♦ Segurar panelas pesadas somente com uma mão; ♦ Carregar as compras da feira e supermercado com as mãos. Use o carrinho; ♦ Colocar e pegar objetos em lugares altos sem o uso de escadas; ♦ Segurar crianças no colo por um longo período; ♦ Fazer limpeza pesada da casa; ♦ Andar de ônibus segurando-se na alça superior. Segundo RAMAZZINI, médico Italiano do século XVIII, “Em primeiro lugar, que se empenhem as pessoas em corrigir os danos provavelmente provocados pela vida sedentária, com exercícios corporais moderados. É necessário tanto quanto possível, que se interrompa a posição contínua, seja se sentando de quando em quando, seja caminhando ou movimentando o corpo de qualquer forma...”.
  • 16. 16 6. CONCLUSÃO Depois de ter adquirido uma destas lesões, não resolve fazer tratamento com medicamentos e fisioterapia se a pessoa não procurar solucionar a origem do problema. É preciso também que fique bem claro que estas lesões não aparecem de um dia para o outro e que o seu tratamento não vai ser milagroso e acabar em uma semana. Leva tempo, muitas vezes meses e até anos. Quando estas lesões começaram a se tornarem comuns, muitas empresas se recusavam a admitir a ocorrência das LER em suas dependências, alegando muitas vezes ser “manha” dos funcionários, ou até mesmo fingimento para obter licença de trabalho. Este tipo de atitude é um dos motivos que prejudicaram as pesquisas em relação à doença. Por outro lado, os pacientes muitas vezes deixam para procurar auxilio médico quando o quadro clínico da doença já está em um estágio avançado, talvez tentando esconder o seu problema para não perder o emprego, tornando-se ainda mais perigoso e demorado o seu tratamento. A idade média para o aparecimento das lesões é em torno dos trinta anos, coincidindo com o período de alta produtividade do músico. Na maioria das vezes ele exerce paralelamente a atividade de instrumentista e professor, sobrecarregando muitas vezes o seu período de contato com o instrumento, visto que em muitos casos o professor toca os exercícios e até mesmo a música junto com o aluno. Imagine por exemplo um músico de orquestra ou conjunto que trabalhe paralelamente como professor uma carga horária semanal de 20 horas. Note que ele passa a maioria do seu tempo estudando e tocando o seu instrumento. Isto pode parecer que não é muito tempo, mas se formos computar que a maioria dos músicos começou a estudar seu instrumento em torno dos sete anos de idade, ao chegar aos trinta anos já se passaram muitas horas de contato com o instrumento. É difícil se estabelecer com certeza quais são as profissões que podem ser classificadas como sendo de risco para o surgimento das LER, visto que é também possível adquiri-las mesmo nos momentos de lazer, como por exemplo jogando tênis. Portanto todos os músicos devem ficar constantemente em alerta, e quando sentirem qualquer desconforto físico que possa sugerir alguma das doenças aqui relatadas, devem procurar imediatamente auxílio médico.
  • 17. 17 7. ALGUNS ALONGAMENTOS 7.1. PESCOÇO. Figura 06 Figura 07 7.2. OMBROS Figura 08
  • 18. 18 7.3. BRAÇOS Figura 09 Figura 10 Figura 11 7.4. TRONCOS E COSTAS Figura 12 Figura 13
  • 19. 19 Figura 14 7.5. ANTEBRAÇO – MÃOS – DEDOS Figura 15 Figura 16 Figura 17
  • 21. 21 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA A DOR dos ossos do ofício. Revista Veja, São Paulo, v. 29, n. 36, p. 48-53, set. 1996. AMBIENTE Profissional. Correio de Uberlândia, Uberlândia, p. 9, c.1-5, 10 nov. 1996.. APOIO ao paciente com LER. [s.l]: Asta Médica, Folheto, [s/d]. BRITO, A. da Costa et al. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e outros acometimentos reumáticos em músicos profissionais. Em Pauta, Porto Alegre, v. 4, n. 5, p. 32-41, jun. 1992. CARLEVARO, Abel. Escuela de la guitarra. Esposición de la Teoria Instrumental. Buenos Aires: Barry, data. COUTO, Hudson de Araújo. Guia prático. Tenossinovites e outras lesões por traumas cumulativos nos membros superiores de origem ocupacional. [s.l]: Ergo, 1991. COUTO, Hudson de Araújo. Doenças profissionais. [s.l]: Asta Médica, 10p [s/d]. FIEMG. Programa atende portador de LER. Correio de Uberlândia, Uberlândia, p. 9, c. 1-3, 28 set. 1996. GUIMARÃES, Roberta. Esforços repetitivos. Aparelhos previnem contra a LER. Correio de Uberlândia, Uberlândia, p. 13. c.1-3, 16 fev. 1997. KOPOLOW, Louis E. Uma conversa franca sobre A Arte de Relaxar. Ribeirão Preto: Sandoz S. A, Folheto, 1992. KOPOLOW, Louis E. Como lidar com o Stresse. Ribeirão Preto: Sandoz S. A, Folheto 1992. LECH, Osvandré, HOEFEL, Maria da Graça. Protocolo de investigação das Lesões por Esforços Repetitivos (LER). [s.l]: Rhodia, [s/d]. MEJIA, Carlos Maria Ramos. La Dinamica del Violinista. Buenos Aires: Ricordi.. NICOLETTI, Sérgio. Lesões por Esforços Repetitivos. LER, [s.l]: Bristol-Myers Squibb Brasil, 8p. Fascículo 1, [s/d]. NICOLETTI, Sérgio. Lesões por Esforços Repetitivos. LER, [s.l]: Bristol-Myers Squibb Brasil, 17p. Fascículo 2 [s/d]. NICOLETTI, Sérgio. Lesões por Esforços Repetitivos. LER, [s.l]: Bristol-Myers Squibb Brasil, 17p. Fascículo 4 [s/d]. SZABO, Robert M. Síndrome do túnel do carpo. Jornal Brasileiro de Medicina. v. 70, n. 73, ago. 1996. Informações ao Servidor. Perícias Médicas. O que você precisa saber sobre LER/DORT. Disponível em: http://www.serha.mg.gov.br/ SERHApericias_medicas.htm. Acessado em: 13/01/2004.