O poema descreve o autor recolhendo uma lágrima de uma mulher negra que estava chorando e analisando-a cientificamente em um tubo de ensaio. A análise mostra que a lágrima é composta basicamente de água e sal, sem vestígios de cor ou ódio, mostrando que todas as lágrimas e pessoas são essencialmente iguais por dentro, independentemente da cor da pele.
2. AUTOR DO POEMA
• RómuloVasco da Gama de Carvalho também conhecido como
António Gedeão (nome literário) nasceu em Lisboa no dia 24 de
Novembro de 1906.
• Nasceu e cresceu em Lisboa. Estudou Ciências Físico-Químicas na
faculdade do Porto onde dois anos depois se formou como
professor. Percorreu muitos liceus tendo acabado a sua carreira de
professor no liceu de Pedro Nunes em 1974.
• À parte da sua carreira de professor, foi também fotografo, pintor
e um grande poeta. Depois de se reformar do ensino dedicou-se
mais à escritura e á investigação da história da ciência.
• Morreu em Lisboa no dia 19 de Fevereiro de 1997.
3. Poemas mais conhecidos de António Gedeão:
• Desencontro
• Dia de Natal
• Estrela da Manhã
• Fala do Homem Nascido
• Lágrima de Preta
• Lição sobre a Água
• Mãezinha
• Poema da Auto-estrada
• Poema da Malta das Naus
• Poema da Pedra Lioz
• Poema do Homem Só
• Poema do Fecho éclair
• Pedra Filosofal
• Poema para Galileo
• Rosa branca ao peito
• Soneto
4. Prémios recebidos pelo autor:
1990 Director do Museu Maynense da Academia das Ciências
1992 Sócio Efectivo da Academia das Ciências de Lisboa (13 de Fevereiro)
O seu nome foi dado a uma Escola Secundária da Cova da Piedade
1995 Doutor "Honoris Causa" pela Universidade de Évora
1996 Homenagem nacional promovida pelo Ministério da Ciência e daTecnologia nas
comemorações dos seus 90 anos, durante as quais recebeu a Grã-cruz da Ordem Militar
de Santiago e Espada
1997 Depois da morte, a data do seu aniversário, 24 de Novembro, passou a ser designada
como Dia Nacional da Ciência
2003 Estátua de António Gedeão colocada na Alameda dos Poetas, em Oeiras
2007 Sessão de homenagem da Universidade do Porto a Rómulo de Carvalho, que teve lugar
no Salão Nobre a 5 de Maio, durante a qual o Dr. João Caraça apresentou o livro
"Rómulo de Carvalho na Universidade do Porto 1928-1931" de José Moreira de Araújo.
5. Estrutura Externa:
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
Quadra
Quadra
Quadra
Quadra
Quadra
Quadra
6. Estrutura Externa:
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
a
b
c
b
k
l
m
l
h
i
j
i
d
f
g
f
c
d
e
d
m
o
p
o
Rima
Cruzada
Rima
Cruzada
Rima
Cruzada
Rima
Cruzada
Rima
Cruzada
Rima
Cruzada
7. Estrutura Externa:
Escansão de 1 ou 2 versos e a sua classificação
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
Que/ es/ta/va a/chorar= hexassílaba
Pe/di-/lhe u/ma lá/grima= pentassílaba
8. Estrutura Interna:
Tema: O racismo
Assunto: O sujeito poético analisa uma lágrima de uma preta testando-a de uma
maneira cientifica e chega à conclusão que esta é igual de à de todas. Como vamos
verificar na análise do poema.
9. Estrutura Interna:
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
10. Tema do Poema
Este poema demonstra que todas as lágrimas são iguais,
independentemente da cor da pele. O autor evidencia este fato através
de uma experiência num tubo de ensaio a uma lágrima de preta.
Portanto, este poema propõe-nos refletir sobre o racismo que ocorre
frequentemente nos dias de hoje. Claramente que o autor condena o
racismo mostrando cientificamente que somos iguais.
11. A minha visão…
Eu gostei muito deste poema, principalmente da abordagem
científica para demonstrar que “por dentro” somos todos iguais,
apesar de “por fora” podermos ter uma cor, um credo, uma religião,
diferentes.
Todos diferentes, mas todos iguais…