SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 87
Baixar para ler offline
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 1
ÍNDICE
1. Introdução
2. As etapas de projeto que você aprendeu na faculdade
3. O que a faculdade de arquitetura não te ensinou
4. As Diretrizes do MEC sobre o ensino e os objetivos da faculdade na
formação do aluno
5. Como saber se estou preparado para abrir meu próprio escritório
6. Como saber se tenho perfil para empreender na área da Arquitetura
7. A experiência profissional: sua reputação
8. O que o Arquiteto precisa saber para trabalhar com Arquitetura de
Edificações
9. O que o Arquiteto precisa saber para trabalhar com Design de Interiores.
10. Como produzir desenhos para Design de Interiores
11. Pesquisa mostra quais os programas mais exigidos pelos escritórios de
Arquitetura
12. Você está preparado para estagiar?
13. A diferença entre Projetar e Desenhar
14. Quero cursar Arquitetura preciso saber matemática
15. Preciso saber desenhar para fazer Arquitetura?
16. O que você precisa saber antes de dar início as obras em apartamento
17. Quero construir, o que fazer?
18. Questões técnicas pré-projeto
19. Autorização de obra para reforma em apartamentos
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 2
Primeiro nasce um sonho, depois um Arquiteto e só depois um profissional
completo.
A faculdade é o início da realização de um sonho, mas esse sonho vai
muito além do que você aprendeu que seria na sala de aula...
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 3
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
- Quem sou:
Meu nome é Luciana Paixão, Arquiteta Urbanista e Técnica em
Edificações, atuante na área da construção civil desde 1997, comecei na
carreira como você, estagiando em pequenos escritórios de arquitetura,
desenhando para Arquitetos mais experientes e descobrindo na prática e aos
trancos e barrancos, o que as faculdades de Arquitetura infelizmente não nos
ensinaram para que pudéssemos trilhar com mais clareza e segurança o nosso
caminho profissional.
- Histórico:
Minha história muitos já conhecem, desde muito cedo estive envolvida
com projetos de arquitetura e já me destacava dentre os demais alunos pela
desenvoltura com os materiais de desenho e programas para arquitetos. Fora da
sala de aula, participei da rotina diária de diversos escritórios de Arquitetura e
durante esse tempo pude perceber o quão distante das necessidades reais do
aluno estavam os conhecimentos desenvolvidos durante a faculdade.
Antes mesmo de terminar a faculdade, ficou claro para mim que essa
disparidade iria e muito, comprometer ou dificultar a formação profissional dos
colegas que ali estavam sonhando o mesmo sonho que eu e então, percebi que
algo teria que ser feito.
- O blog:
Levada pela necessidade de orientar os colegas de classe, o blog e os
primeiros cursos surgiram com o objetivo único de canalizar todas as
informações que eu tinha aprendido na vida prática profissional e que,
infelizmente não foram abordadas em sala de aula.
Passei então a orientar e compartilhar desse conhecimento para aquelas
pessoas que se interessavam em se aprimorar além do conteúdo apresentado
em sala de aula e com o blog, pude alcançar um maior número de pessoas que
estavam vivendo na falsa crença de que a faculdade ensina tudo o que
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 4
precisamos saber para criarmos uma carreira promissora e de sucesso.
- O que é ensinado na faculdade
A faculdade é o melhor e maior caminho que o indivíduo pode trilhar para
começar a se construir uma carreira sólida, tendo acesso aos conceitos técnicos
de ponta. Só se aprende a projetar em sala de aula, porém a jornada profissional
é muito mais complexa que as aulas de desenho arquitetônico ou projetos
especiais ministrados pelo professor. Ela é só a ponta do iceberg, um norte a
ser seguido pelo aluno, o dia a dia de um Arquiteto é muito mais do que
pranchas de apresentação e um trabalho de TCC, isso eu garanto para você!
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 5
CAPÍTULO 2 - AS ETAPAS DE PROJETO QUE VOCÊ APRENDEU
NA FACULDADE
Na faculdade de Arquitetura, somos inundados por conhecimentos dos
mais variados assuntos durante os 5 longos anos que vivemos em sala de aula,
porém, por mais que você acredite que esse tempo é mais do que o suficiente
para que os professores transmitam ao aluno todo conhecimento suficiente para
formá-lo um profissional pleno e totalmente apto para desenvolver uma bem-
sucedida carreira, saiba que a coisa não é bem assim. Existem outros assuntos
não menos importantes, que infelizmente você não vai aprender em sala de
aula e que vai te fazer falta na vida profissional.
Infelizmente não é possível aprendermos tudo durante a faculdade de
Arquitetura, não porque os professores ou as faculdades não queiram ensinar,
mas sim porque não dá tempo para ser falado ou ensinado tudo o que é
necessário saber para conquistar espaço no mercado de trabalho da arquitetura.
Muitas das práticas profissionais que tanto precisamos ter conhecimento
são, infelizmente, aprendidas na vida prática profissional mesmo, a disciplina
de Arquitetura principalmente, é uma das mais complexas e extensas, onde o
professor tem muito a falar e ensinar, porém, em pouquíssimo tempo.
Fica praticamente delegado aos estágios a tarefa ou missão de informar
sobre os procedimentos práticos do dia a dia do profissional e aí não tem jeito,
só vivenciando na prática para aprender.
Na faculdade aprendemos que um projeto de arquitetura nasce da relação
arquiteto x cliente. Um plano de ideias e um programa de necessidades são
traçados baseados nas funções estéticas e espaciais, resultando assim no que
chamamos de projeto de arquitetura.
O projeto de arquitetura consiste na divisão de etapas de trabalho de
acordo com sua fase:
- ESTUDO PRELIMINAR é o primeiro passo onde são exibidos o conceito, o
programa de necessidades e as soluções construtivas adotadas.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 6
- ANTEPROJETO é a etapa posterior ao Estudo Preliminar nela são
apresentadas com maior definição as soluções técnicas e estéticas adotadas
pelo arquiteto, incluindo plantas, cortes e elevações, podendo até apresentar
volumetrias ou maquetes.
Não preciso dizer mais nada sobre essas duas etapas iniciais, não é verdade¿
Na faculdade você aprende tudo sobre ela, pois é NESTA fase que o aluno
trabalha a maior parte do tempo nas aulas de projetos.
As fases seguintes são:
- PROJETO LEGAL OU PROJETO DE APROVAÇÃO, também conhecido
como Projeto para Prefeitura, como o próprio nome diz é um projeto a ser
apresentado a PM (prefeitura municipal), de modo a registrar em forma de
documento a construção ou regularização de uma edificação. Esta etapa não é
mesmo importante que as demais, e dependendo do foco que você for dar a sua
carreira vai ser necessário entender para que servem esses projetos. È muito
importante para o aluno entender a função do projeto legal, no entanto quando
o assunto é abordado nas salas, ele acontece de forma muito superficial. Alguns
arquitetos não trabalham com aprovação, outros só trabalham com isso.
- PROJETO EXECUTIVO: Onde são detalhados todos os itens e disciplinas do
projeto com a finalidade de ser utilizada na obra, é nele que o arquiteto
especifica dimensões, acabamentos, materiais utilizados, sistemas construtivos,
tipologias, pontos hidráulicos e estruturas gerais. É o projeto que vai para obra,
onde o construtor acompanha todas as especificações que o autor do projeto
anotou. Ele é diferente em escala e nível de detalhamento quando comparado
aos demais desenhos das fases anteriores. É uma das fases que mais “dão
trabalho” ao Arquiteto, pois trata-se de desenhos minuciosos, ricos em detalhes
que não aparecem nos anteprojetos e no projeto legal. É baseado nos
executivos que o construtor consegue edificar a construção ou ainda sanar
dúvidas naquele momento em que o arquiteto não estiver presente no local.
Independente da forma como os projetos são desenvolvidos na fase de
estudante, se a mão no papel manteiga ou no computador no AutoCAD, o que,
diga-se de passagem, é pouco provável que o aluno consiga aprender de fato a
dominar um programa de arquitetura em poucas horas-aulas semanais, é
importante que ele saiba o que é necessário representar no projeto.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 7
Na faculdade o professor está preocupado em ensinar ao aluno as técnicas
projetuais/concentuais que “esquecem” de entrar com mais profundidade nas
práticas profissionais tão importantes que o aluno vai precisar ter conhecimento
ao se formar.
Existem assuntos que são poucos ou nada abordados em sala de aula como
o projeto legal e os executivos de forma geral, por exemplo, e também os não
menos importantes assuntos como técnicas e estratégicas de como abrir seu
próprio negócio se quer são levantados em sala de aula.
Prospecção de clientes, montar e gerenciar uma equipe qualificada de
profissionais, e a estruturação do seu negócio como um todo, incluindo as
instalações físicas, equipamentos, ferramentas de trabalho, sem falar da
abordagem dos aspectos comerciais, contábeis como financeiro/fluxo de caixa,
jurídicas e tributárias, são raramente discutidos.
A universidade forma você, mas não integralmente. Ela trabalha no aluno
os conceitos para desenvolver projetos de arquitetura que vão desde uma
residência térrea simples de 3 dormitórios até um edifício multifuncional ou
um museu com uma arquitetura única e magnifica, mas não te ensina a criar
sua metodologia de trabalho de modo que você ingresse no mercado de
trabalho de forma segura, muito pelo contrário, o aluno, que já não é mais
aluno, e sim um profissional júnior que ingressa no mercado de trabalho,
ingressa sem ter noções mínimas sobre técnicas mais aprofundadas sobre sua
própria profissão, e tão pouco sobre os demais assuntos correlatos a sua
carreira como administração de negócios, marketing, e empreendedorismo. Ele
sai da sala de aula sem saber o que fazer e por onde começar!
Esse é o cenário que estão vivenciando os recém-formados já faz algum
tempo e é exatamente para evitar que chegue a esse nível de deficiência que
criei cursos que possam complementar o que foi ensinado na faculdade, como
por exemplo, os cursos de Projetos de Prefeitura e Projetos Executivos.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 8
CAPÍTULO 3 – O QUE A FACULDADE DE ARQUITETURA NÃO TE
ENSINOU
A faculdade é o melhor caminho que um indivíduo pode escolher para
começar a construir uma carreira profissional, tendo acesso a informações e
conceitos técnicos que vão contribuir de forma eficiente para a sua formação.
Não se pode acreditar que se pode ser Arquiteto por ser apaixonado por
arquitetura, por dominar um programa técnico ou ferramenta de arquitetura ou
simplesmente por se conhecer bastante sobre a área.
Para ser arquiteto é preciso cursar uma faculdade! Os cursos livres
concluídos fora da faculdade complementam o conhecimento que não foi
ensinado em sala de aula e jamais o substitui a formação dentro do campus da
universidade.
A profissão de arquiteto é regulamentada, atualmente é regido pelo CAU:
Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Para exercê-la é obrigatório possuir
diploma de bacharel em Arquitetura emitido por curso superior reconhecido
pelo MEC e obter o registro profissional no Conselho de Arquitetura e
Urbanismo da região onde atua.
Só se “aprende” a projetar em sala de aula.
É na sala de aula que o professor apresenta os primeiros passos das
atividades atribuídas ao profissional para o aluno, porém, essa jornada
profissional é muito mais complexa do que as teorias de tudo o que você
aprende na sala de aula ou ainda, nas aulas de desenho arquitetônico ou
projetos especiais ministrados pelo professor na faculdade.
O que a faculdade ensina é só o começo, é só a ponta do iceberg, o dia a
dia do Arquiteto é muito mais do que as pranchas de apresentação de um
trabalho de TCC, ou de desenhar supostos museus, centros culturais, edifícios
de múltiplas funções e etc. Se você acredita que se tornar um Arquiteto é
passar por isso e tirar um 10 no seu trabalho de conclusão final, que isso vai
garantir que você esteja pronto e preparado para o mercado, eu digo pra você:
NÃO SE ILUDA! A rotina do profissional habilitado vai muito além das
simples atividades desenvolvidas em sala de aula, isso eu garanto a você!
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 9
O objetivo deste artigo e do meu trabalho como um todo é conscientizar
aos alunos e aspirantes a alunos do curso de Arquitetura, que a nossa carreira é
muito mais complexa do que se imagina ser. Antes de escolher uma
Universidade fique atento a grade curricular que ela adota. A grade vai mostrar
qual o direcionamento que a sua formação vai ter e o que você vai precisar
buscar “por fora” para complementar deficiências.
Tenho observado a real situação dos alunos de arquitetura que estão
saindo das salas de aula para o mercado de trabalho e, comparando ao que eu
aprendi no tempo do curso técnico há quase 20 anos atrás, (não estou nem
falando do curso superior) posso com toda certeza afirmar que tem muita gente
saindo hoje das faculdades sabendo menos do que se sabia há décadas atrás no
curso técnico!
Isto é, devido à questão da grade curricular, algumas faculdades de
Arquitetura têm “enxugado” muitas disciplinas e conteúdos de extrema
importância na formação do aluno, deixando uma lacuna que fará falta lá na
frente, muitas vezes dá-se prioridade em alguns assuntos em detrimento de
outros.
Eu sei que os tempos são outros, muita coisa mudou, mas existem coisas
que não mudam radicalmente.
Com objetivo de oferecer mensalidades que “caibam” no bolso dos
alunos, que muitas vezes só trabalham para pagar a faculdade, as universidades
realizam cortes de investimentos e reduzem custos que comprometem a
qualidade do ensino, é o que está sendo chamado atualmente de comercio do
ensino do superior.
O aluno investe 5 anos em uma faculdade, que ao se formar, não servirá
de muita coisa, pois para entrar para o mercado, ele vai precisar logo de cara
fazer muitos cursos complementares ou ainda uma pós-graduação e o salário
será bem inferior ao que determinam os sindicatos devido o nível de
conhecimento técnico obtido, isso tudo sem falar na concorrência que está a
cada dia mais acirrada e sempre perde quem sabe menos.
Um verdadeiro círculo vicioso, não é verdade?
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 10
Por isso eu digo e repito: Não espere pelo o que a faculdade tem a te
ensinar. Busque por mais! Pergunte para o seu professor o que mais você
poderia fazer, por exemplo, de modo a complementar o que falta na faculdade.
Nessa fase da vida, a maioria dos alunos ainda é muito jovem e ao
contrário do que alguns possam acreditar, essa fase de imaturidade pode jogar
contra você, eu penso que quando se é jovem, essa fase só tem a colaborar
quando o assunto é tempo e disposição, você tem ao seu favor o frescor da
juventude, tire proveito disso e não espere o tempo passar para aprender.
Quando somos jovens temos aquele gás que aos 30 ou 40 já começa a
perder força. Nessa fase que se tem melhores condições de realizar mais de
uma atividade junto com a faculdade. Sei que não é fácil, mas depois de
formado a coisa não melhora...
Por isso, fique atento e prepare-se o quanto antes. Esteja preparado para
exercer a sua profissão de forma completa.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 11
CAPÍTULO 4 - AS DIRETRIZES DO MEC SOBRE O ENSINO E OS
OBJETIVOS DA FACULDADE NA FORMAÇÃO DO ALUNO.
Ficamos o tempo todo aqui no blog mostrando para o aluno as
“deficiências” de um curso de Arquitetura na formação profissional para o
aluno, que às vezes não somos “justos” com os objetivos do ensino superior em
nossas vidas. Você sabe o motivo porque as faculdades, seja ela qual for, não
ensinam tudo o que precisamos aprender para a vida profissional.
O Professor Douglas, um leitor do nosso blog que é professor
universitário, gentilmente nos explica!
MEC: Ministério de Educação e Cultura.
As diretrizes do MEC publicadas em 2010 estipulam um conjunto de
conhecimentos básicos que determinam que o estudo não seja terminado na
universidade e que também, não detém todo conhecimento necessário para a
formação do aluno academicamente.
A formação do aluno, de acordo com o Ministério, é dada por pesquisa,
extensão, cursos, estágios, pós-graduação e prática profissional.
Na verdade, todo curso de graduação no país segue este entendimento,
ou seja, nenhum profissional consegue ser formado em sua totalidade só
assistindo às aulas e depende dele, de sua iniciativa e vontade, continuar sua
formação por toda a vida.
Por que o Estudo Preliminar e Anteprojeto?
As escolas de arquitetura focam no projeto preliminar e no anteprojeto
porque são a fase crítica do ensino de como projetar, pois nesta etapa são
elencados fatores macro como implantação, relação urbana, relações sociais
construída-alteradas, eficiência, enfim, diversos critérios que afetam todo o
restante.
Neste momento inicial, a quantidade e a subjetividade dos temas
invocados exigem prática e experimentação contínua para fortalecer e fomentar
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 12
uma visão crítica, humana e expressiva da arquitetura e urbanismo.
Este tipo de atitude dificilmente se constrói no mercado que é,
infelizmente, muitas vezes avassalador, redutor e técnico.
As fases seguintes são mais técnicas, burocráticas e, apesar de envolverem
decisões críticas de projeto, são mais repetitivas e condicionadas pelas fases
iniciais.
Neste sentido a universidade apresenta este panorama, mas foca no outro,
inicial e mais frágil.
- A função do aluno:
Um aluno de arquitetura que não desenvolve a visão crítica e social da
arquitetura, acaba por entrar no mercado como reprodutor de consensos e passa
a atuar mecanicamente no escritório, sem criação ou liberdade. Este sujeito,
pouco contribui para o fundamento da arquitetura que é operar na escala
humano-urbana.
Sem o exercício tantas vezes realizado em cada disciplina de projeto, a
universidade cai em uma reprodução de um sistema apático, técnico e formador
de tecnólogos ao invés de focar no seu objetivo, formar cidadãos graduados em
ensino superior.
Deste modo, é normal e até desejável, que este conteúdo de desenho que
apresenta, seja finalizado no mercado porque se atém às tecnologias mais
atuais.
- O curso ideal:
Um curso de arquitetura que abrangesse todas as atribuições do CAU
necessitaria de pelo menos 10 anos de graduação e no fim deste período o
aluno já estaria desatualizado.
É necessário entender que existe a parceria mercado-universidade e que
cada um tem sua atribuição.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 13
Depender da universidade para absorver todo conteúdo necessário à
formação é uma atitude relapsa e passiva.
Sabemos que o conhecimento nunca é absorvido, mas construído
principalmente pela iniciativa do aluno.
Por isso que sempre digo que os 3 pilares que mantém um aluno de
arquitetura no mercado são:
O ensino curricular é básico e primordial, ele é o primeiro passo para o
desenvolvimento do profissional.
O ensino extracurricular é o complemento do conhecimento básico
necessário para quem deseja ingressar no mercado de trabalho em menos
tempo.
O estágio, desde que realizado com acompanhamento de profissionais
mais experientes e que ensinarão práticas profissionais de relevância, é muito
importante para a formação do aluno. Fazer qualquer estágio por fazer, para
cumprir horas, (eu sei que é difícil achar boas vagas no mercado) não vai
acrescentar muita coisa, por isso escrevi um artigo sobre estagio anteriormente
abordando esse assunto, dou dicas de como se preparar para o estágio.
E por fim o ensino continuado: Cursos de especialização, pós-graduação e
mestrado aumentam o leque de conhecimentos e de possibilidades profissionais
do aluno.
Lembre-se: O aprendizado nunca termina.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 14
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 15
CAPÍTULO 5 - COMO SABER SE ESTOU PREPARADO PARA ABRIR
MEU PRÓPRIO ESCRITÓRIO?
Nesse capítulo vamos fazer uma análise sobre tudo que foi apresentado
até o presente momento, é com base nessa análise que vamos poder avaliar se
você passou por todas as fases da evolução de um profissional e já tem
condições de alçar um voo solo, trilhando assim seu próprio caminho. Essa
trajetória não é tão simples ou fácil como muitos acreditam ser, muitos fatores
devem ser levados em consideração antes de tomar a iniciativa de abrir seu
próprio escritório.
Quando decidi trabalhar sozinha eu simplesmente achava que tudo o que
eu precisava era só alugar uma sala comercial e começar a prospectar clientes,
mas a coisa é bem mais complexa do que imaginamos! Questões como
planejamento, tributos, capital de giro nunca passaram pela minha mente, pois
na faculdade infelizmente não aprendemos essas coisas. Muito do que descobri
ser necessário ter ou conhecer para abrir um escritório de arquitetura veio bem
mais tarde, por experiência prática, pesquisa e ajuda de outros profissionais.
Antes de entrarmos na questão burocrática ou prática da coisa, vamos
abordar um outro assunto: A sua experiência como profissional. É muito
difícil pra um profissional que acabou de sair da faculdade já montar seu
próprio negócio assim logo de cara, principalmente por ele não ter maturidade
e experiência suficientes para os altos e baixos que todos os profissionais que
trabalham por conta sempre enfrentam vez por outra.
Antes de abrirmos nosso próprio escritório eu sugiro que ainda tenhamos
que trabalhar muito com os colegas de profissão mais experientes, para que
dessa forma aprendamos com eles o que iremos aplicar em nossa vida
profissional quando trabalhando sozinhos. Pelo menos é assim que acontece na
maioria dos casos! Esse período de tempo é muito relativo, pode ser de 5 a 10
anos depois de formado, mas esse tempo pode sim fazer muita diferença e pra
melhor, em nossa experiência.
Para aqueles que têm a veia empreendedora, o processo é natural, veja,
por exemplo, quando um funcionário de uma empresa é muito bom no seu
cargo e ele tem consciência disso, ele naturalmente se torna um empresário,
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 16
deixando seu emprego e abrindo seu próprio negócio. É certeza! Ele não vai
usar de seu conhecimento para servir de escada para outro profissional por
muito tempo. Ele vai se planejar e mais cedo ou mais tarde, por si só, ele vai
escalar a montanha sozinho, pois ele se conhece e sabe que ele tem
competência pra isso, ele o fará!
Mas para isso acontecer é necessário que ele tenha no seu DNA o dom do
empreendedorismo, caso contrário é provável que ele vá permanecer na
condição de empregado em uma empresa de sua escolha, ou concursado em
algum órgão, fazendo sua carreira sem nenhum problema e ainda feliz e
satisfeito como acontece com a maioria dos profissionais de todas as áreas,
pois empreender é um dom nato e se o profissional não tem esse dom então é
melhor que seja como é com a maioria, que seja feliz no que ele se propôs a
realizar, um trabalho formal em alguma empresa, com hora para entrar e sair.
A gente sabe que tem empresa que “explora” o potencial do funcionário
ao máximo, não são todas, claro, mas tem empresas que exige mais do que o
funcionário humanamente é capaz de produzir em um dia de trabalho, pois
elevando a produção ele evita contratar mais pessoas, gerando
consequentemente menos custos para sua empresa. É complicado falar sobre
isso, porém é mais ou menos assim que também pode acontecer, o profissional
acaba trabalhando muito mais do que ele realmente aguenta recebendo menos
do é justo ou do que ele merece.
Ser empreendedor significa muitas vezes não ter horário para começar e
para terminar o trabalho no dia a dia. Eu amo o que eu faço, eu trabalho
facilmente por dia 10 a 12 horas, já cheguei a trabalhar 16 horas em um dia por
um certo tempo, e só não trabalho mais por conta das questões pessoais, chega
um momento que devemos avaliar o que nos é importante também. Hoje já me
dou o privilégio de trabalhar somente 8 horas porque eu já estou aí na luta há
algum tempo, mas pra quem está começando o jeito é arregaçar as mangas e
não ter medo do trabalho! Isso significa que não tem dia e nem hora para
começar e muito menos para terminar! Quem não estiver disposto a abdicar de
algumas horas livres e até mesmo com a família, não estará pagando o preço do
sucesso. De início é um pouco sofrido, mas depois com as coisas mais
estabilizadas elas se rearranjam naturalmente.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 17
Por isso é necessário ter um planejamento e um capital de giro mínimo pra
sua segurança e fazer também uma análise da economia e de mercado de
trabalho para se avaliar se o momento é propicio ou não para tomar essa
decisão. Eu sugiro que você deva adiar uma decisão a ser tomada somente em
frente a um problema de ordem externa, nesse caso a economia do nosso país,
por exemplo, de modo que você não dê um salto no escuro, é melhor ter
segurança nas decisões. Por isso pense e avalie.
Agora que já falamos do perfil do profissional vamos à parte prática do
negócio. Ao pensar em abrir seu escritório algumas medidas devem ser
observadas previamente como:
- Associações aos conselhos e entidades de classe: Como eu já mencionei
várias vezes nesse material assim como no meu primeiro livro Projetos de
Prefeitura, o Manual do Profissional da Construção Civil, para trabalhar como
profissional devidamente habilitado você deve estar em dia com o que
determina os Conselhos e Associações, assim como as contribuições sindicais e
inscrições municipais, caso tenha dúvida sugiro que leia também esse manual
que preparei para você. É Básico! Quanto à entidade de classe e sindicato
relacionados à sua área de atuação, também é interessante que você se associe,
pois é uma maneira eficiente de obter informações que venham lhe auxiliar
sobre o mercado de trabalho, lembrando que elas existem para defender os
nossos interesses e dos profissionais que as representam.
Trabalho autônomo ou abrir uma empresa?
Para o profissional é mais confortável que ele trabalhe como empresa do
que como profissional autônomo, mas as obrigações e gastos em compensação
são um pouco maiores. Para ser empresa o faturamento deve ser superior a
cerca de 5 mil reais. A segurança jurídica é algo que torna mais segura a
elaboração de contratos com diminuição de serviços prestados e outros de
quem abre empresa. Mas o profissional autônomo também não fica atrás com
gastos, só com previdência social, por exemplo, já se tem um custo em torno de
20%. Por isso esta é uma decisão a ser tomada com muita cautela, pois conheço
muitos profissionais que já abriram suas empresas e que depois de certo tempo,
por questões burocráticas e de impostos, decidiram encerrar a empresa e
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 18
trabalhar como autônomo, pois os custos são um pouco menores.
Ao decidir abrir uma empresa, alguns consultores indicam que para esse
nosso segmento o ideal é abrir em parceria com outros profissionais para que
haja vantagens de tributos, PORÉM, esse assunto é um dos mais delicados que
possa existir, pois sociedade é coisa séria! E nem sempre os sócios comungam
das mesmas opiniões e objetivos. Sociedade é como um casamento, na minha
opinião é até mais difícil que casamento, pois no casamento ainda existe um
fator de união muito forte, que é o amor e já na sociedade o que fala mais alto é
o dinheiro mesmo, por isso deve-se escolher muito bem seu sócio, pois por
experiência própria, sabemos que um sócio tem o poder de afundar uma
empresa como infelizmente aconteceu comigo. Naquela ocasião, a sócia na
condição de investidora era quem questionava a tudo, colocando em risco as
decisões mais importantes a serem tomadas, dificultando negociações e
gerando insatisfação geral, por isso aconselho que ao optar por um sócio,
principalmente investidor que pode não ter conhecimentos na área e aí
consequentemente fazer da sua vida e do seu negócio um verdadeiro inferno,
você tenha muita cautela e conheça bem a pessoa.
- Contratar um Contador: Abrir uma empresa requer conhecimentos
tributários e fiscais básicos, que infelizmente, normalmente não temos para
podermos tomar decisões acertadas. Planeje os custos com esse profissional e
os impostos a serem pagos para que desagradáveis surpresas não aconteçam em
nossa folha no final do mês. Os impostos são os mais diversos, nosso país é
campeão em recolhimento de taxas como INSS, ISS, ISSQN, IR sendo que este
último pode ser de até 27,5%, de acordo com a tabela progressiva de pessoa
física e outros. São custos mensais que você deverá inserir em sua lista
orçamentária.
Para abrir uma empresa você também terá que fazer um investimento,
geralmente não é muito caro fica entorno de 1 a 2 salários mínimos e o tempo
de abertura vai de 30 a 60 dias dependendo do profissional, você também pode
fazê-lo, mas eu não aconselho, pois isso pode resultar em custos inesperados ou
mesmo adicionais por opções inadequadas devido à falta de conhecimento na
área. Você vai arcar com os custos de abertura e com os serviços do
profissional de assessoria contábil ou jurídica que você contratar.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 19
O contador também vai indicar o melhor o tipo de empresa para você
através do Contrato Social, onde constarão todas as regras de funcionamento da
empresa e dos sócios. Com o contrato social em mãos, o segundo passo é
registrá-lo no CNPJ e na prefeitura do seu município onde está situada a sede
da empresa e, em seguida, no CAU ou CREA. Será necessária a solicitação do
alvará de funcionamento da prefeitura, assim como o AVCB do corpo de
bombeiros.
A carga tributária sobre o faturamento por lucro presumido está em torno
de 11% sobre cada nota fiscal emitida, somada a ISSQN do seu município.
- Contratar um Advogado: Quando você abre uma empresa logo você vai
precisar consultar ou contratar um advogado, pois ele é uma figura importante
principalmente na formação de contratos e até relações trabalhistas. Consulte e
escolha um bom profissional, que tenha boas referências e disponibilidade de
tempo para o que necessita o profissional, no caso você! E é conveniente que o
escritório dele seja próximo ao seu, isso facilita as idas e vindas das viagens
para reuniões de negócios.
- A contratação de funcionários: Essa é uma das questões de maiores custos
na empresa, sendo você autônomo ou com empresa aberta todos os
funcionários devem ser registrados, por isso que muitas empresas contratam
profissionais ou estudantes em caráter de estagiários. Escolha bem seu
estagiário, com base em todo o conteúdo desse livro você já tem condições de
escolher bem um assistente, ou ainda treiná-lo para que este lhe atenda em suas
necessidades.
- O capital de giro: Antes de começar seu negócio de forma independente é
preferível que o profissional tenha uma reserva financeira para começar o
negócio, até que seja atingido o faturamento mínimo desejado ou até atingir os
lucros desejados, mas para isso deve-se levar em consideração a estrutura do
seu negócio, nele estão inclusos os pró-labores, ou seja, os salários de
remuneração fixa, assim como os gastos fixos de consumo como água, luz,
telefone, internet e encargos. Tendo calculado esses gastos fixos, alguns
profissionais da área administrativa aconselham a multiplicar o valor por 6 para
que seu negócio esteja com um resguardo de no mínimo 6 meses.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 20
Outra questão que passa despercebida muitas vezes são os gastos com
equipamentos. Uma lista de maquinário que você pode tomar como um plano
de partida são computadores, impressora e/ou plotters, scanners e
principalmente os softwares! São custos que não devem passar despercebidos,
principalmente se você pretende abrir um escritório onde trabalharam muitas
pessoas. As licenças não são muito baratas ainda mais quando é uma para cada
máquina. As licenças estudantis são para você utilizar quando na condição de
estudante, uma vez formado é preciso que você adquira os programas originais
para que você tenha direito de utilizá-lo sem correr o risco de ser surpreendido
e penalizado. Outros custos com equipamentos são telefones fixo e móvel,
geladeira, forno micro-ondas e/ou fogão, cafeteira, ar condicionado e outros de
apoio ao bom funcionamento do escritório.
Coloque em uma planilha todos esses custos, se você não tem ideia faça
uma pesquisa de mercado, consulte os colegas, pergunte aos seus professores e
monte todo um planejamento e cronograma financeiro de quanto você vai
precisar e, só aí programe quando será possível partir para a ação e abrir seu
escritório de arquitetura ou design de interiores.
Além do espaço físico próprio ou alugado, o ambiente coorporativo pode
ser de início substituído pelo Home Office. Para você que está começando e
deseja trabalhar sozinho, sem ajuda de funcionários, o modo autônomo é uma
boa solução, eu mesma conheço vários que trabalham assim e obtém muito
sucesso. Você pode suprir a deficiência do espaço para atendimento do seu
cliente indo até o seu cliente, ele pode se surpreender com sua iniciativa.
Ofereça para ir até seu escritório ou mesmo residência. Caso não seja possível,
ainda tem a possibilidade de você alugar salas equipadas por pequenos
períodos apenas para reuniões com os clientes. É uma ótima solução.
Quanto aos impostos, claro que isso não irá mudar muita coisa em relação
a tributos e investimentos com equipamentos e softwares, mas alivia na questão
dos gastos com aluguel. Monte um Home Office em sua casa com capricho,
criando um ambiente organizado e agradável e não será necessário de início
que você precise arcar com despensas de aluguel, por exemplo. Trabalhar em
casa é tendência mundial, você sabia? Aproveite desse charme e privilégio que
poucos podem ter.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 21
- Como conseguir clientes: Uma das formas mais comuns e eficientes de
conseguirmos clientes é fazer propaganda de si próprio. Não é nenhuma
vergonha divulgar a si mesmo! Propaganda como todos sabem, é alma do
negócio! Quem não é visto, não é lembrado! Além das usuais distribuições de
cartões de visitas a propaganda boca a boca é de muita valia, principalmente se
você estabelecer seu negócio em uma área onde você já é conhecido, como o
seu bairro por exemplo. Já vá espalhando que você está concluindo o curso de
arquitetura e que, em breve, estará disponível para realizar alguns trabalhos e
logo todos saberão, sendo assim quando a oportunidade aparecer você será
procurado. Sociabilize-se, esteja em contato com seus potenciais clientes,
visite feiras, simpósios, reuniões, conferências, faça networking, esteja sempre
em contato com os tipos de clientes que deseja ter, mas haja de forma natural,
pois ninguém gosta de vendedor chato. Será difícil separar sua vida pessoal da
profissional, então relaxe e seja você mesmo, falando do seu trabalho de forma
natural onde quer que esteja. Comece com pequenos trabalhos, buscando
sempre por conselhos de quem já está na área há mais tempo que você, com
isso você pode conseguir indicações de bons profissionais da construção civil e
montar sua equipe de fornecedores de mão de obra e material. Faça parcerias, é
uma forma de você colocar seu nome em projetos de grande porte, para ser
visto e posteriormente lembrado e contratado.
Existem vários livros sobre marketing pessoal e marketing de negócios, e
eu sugiro que você leia:
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 22
Assim que você terminar de ler o primeiro dos 3 ou 4 livros dessa
sequência, você vai entender que você é quem faz a diferença quando o assunto
é conquistar o cliente. Não tenha dúvidas que o cliente escolhe o profissional
não só pelo serviço que este presta, mas sim, pelo fator pessoal também! Eu li
todos! Leia e depois me conte!
O atendimento ao seu cliente vai ser determinante para que ele feche
negócio com você, use as táticas dos livros que eu indiquei e você obterá bons
resultados. A forma como você irá apresentar seus projetos, eu praticamente
expliquei todas anteriormente quando apresentei as ferramentas. Utilize de
todas as dicas de programas que eu passei como os passeios virtuais, as
imagens 3D e os diferenciais do BIM e orçamento. Quanto mais preciso for,
isso pode em muito cativar o cliente, pois a maioria é muito visual e essas
ferramentas ajudam muito nessas situações de estética. O segredo nesse caso
estará na qualidade do seu projeto e a forma de representação será a cereja do
bolo somente.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 23
- Um orientador profissional: Depois que saímos da faculdade e ingressamos
nos estágios, é sempre bom mantermos aquela famosa máxima da política da
boa vizinhança. Mesmo que façamos vários estágios é sempre bom mantermos
as portas de onde passamos abertas, pois não sabemos o dia de amanhã! E não
é só isso! Quando mantemos um bom relacionamento com os profissionais que
nos contrataram, podemos contar muitas vezes com a orientação profissional
da parte deles para quando estivermos diante de alguma situação a qual não
sabemos como lidar ou como resolver! Ser amigos dos ex-chefes pode trazer
vantagens para todos, principalmente para você. A experiência de colegas com
mais tempo na área é muito importante para quem está no início da carreira,
por isso mantenha um bom relacionamento com um colega de modo que ele
possa vir a se tornar seu orientador ou conselheiro, assim como o professor da
faculdade ele vai te orientar para as questões práticas da vida profissional. E
isso não tem dinheiro no mundo que pague!
- Propaganda e Marketing: Esse assunto é o mais extenso de todos os tópicos
anteriores, precisaria de um capitulo só com dicas. Utilize de todas as formas
de exposição possível para ser visto! Crie um site, um blog ou um canal onde
você possa expor seus trabalhos. Sempre registre seus trabalhos em imagens ou
vídeo, isso ajuda muito na apresentação de sua experiência, os clientes gostam
muito de ver o que já fizemos enquanto profissionais. De início, faça o máximo
com o mínimo de recursos que você tiver, porém, posteriormente reserve em
torno de 30 % do seu lucro para investir nessa questão. O importante é sempre
investir!!! Você pode ainda ter outras despesas como investimentos com o
desenvolvimento e registro de sua marca visual como logotipo, por exemplo.
Construção de sites, registro de domínios e material de expediente, para isso
consulte sempre um profissional da área, no caso o Designer. Personalize seu
material, deixe-o com sua cara e assim você causará uma boa impressão.
- Atualização Profissional: É importante que o profissional não se acomode e
esteja sempre em busca de atualização profissional, realizando cursos de pós-
formação e reciclagem, pois com o mercado sendo cada vez mais competitivo
quem não se atualiza perde muitas chances à medida que vai sendo
naturalmente excluído do mercado.
- Tempo de retorno: É muito difícil mensurar, para muitos dos casos não há
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 24
prazo determinado. Tudo ficará em cargo do seu desempenho, dos trabalhos
realizados e dos resultados obtidos.
Dito isso, faça sua avaliação, reflita e veja se está no momento de trilhar
seu caminho solo, nunca devemos nos esquecer de que o Arquiteto é um
realizador de sonhos! Devemos ser conscientes e sempre ter cuidado com
nossas decisões de projeto e obra pois lidamos com os sonhos das pessoas e
isso implica grande responsabilidade, lidar com o dinheiro alheio não é tarefa
fácil de se cumprir e, muitas vezes, lidamos com as finanças de uma vida toda
de um cliente. Abrace sua profissão com amor, mas também com
responsabilidade.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 25
CAPÍTULO 6 - COMO SABER SE TENHO PERFIL EMPREENDEDOR
PARA EMPREENDER NA ÁREA DA ARQUITETURA.
O Arquiteto pode trabalhar para outros escritórios ou construtoras, mas
também tem a opção de trabalhar em um negócio próprio.
Independentemente de você ter ou não intenção de abrir seu próprio
escritório, saiba que o feito não é tão simples ou fácil como muitos acreditam
ser, muitos fatores devem ser levados em consideração antes de tomar a
iniciativa de abrir seu próprio escritório, alugar uma sala comercial e se
aventurar, antes disso é preciso se conhecer, avaliar se temos o perfil pessoal
para trabalharmos de forma empreendedora.
Empreender é um dom nato e se o profissional não tem esse dom então é
melhor seja como é com a maioria, que seja feliz no que ele se propôs a
realizar, um trabalho formal em alguma empresa, com hora para entrar e sair,
pois empreender significa “perder” finais de semana, trabalhar fora do horário
comercial e muito sacrifício pessoal. Quem não estiver disposto a abdicar de
algumas horas livres e até mesmo com a família não estará pagando o preço do
sucesso.
Quem quer abrir seu escritório tem de ter em mente que não será nem de
longe igual como se você trabalhasse nos escritórios dos colegas prestando
serviços! O ritmo é outro. A responsabilidade de se trabalhar por conta é um
peso que muitos não suportam nem por pouco tempo, o que dirá a médio ou a
longo prazo.
A vantagem de se empreender é que quando você empreende você
determina muitas coisas em sua vida, inclusive o seu piso salarial. O salário
base de um Arquiteto varia muito dependendo da região do Brasil, mas para
quem tem visão empreendedora é muito mais negócio ser profissional
autônomo desde que observadas todos os itens que isso implica do que um
trabalhador sindical.
Dentre todos os fatores burocráticos ou administrativos na hora de abrir
um escritório o mais importante é saber se está na base da formação ser
empreendedor.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 26
O que você é o que você que fazer? Qual o rumo que você quer dar na sua
carreira? Saber se está preparado ou não para dar um passo à frente, avalie se é
seu perfil trabalhar sozinho.
Conhecer a si próprio, ter conhecimento de suas necessidades,
capacidades e limitações, é fundamental nessa jornada e é importante não se
deixar iludir pelo sonho do pote de ouro no fim do arco íris, você deve sim
sonhar com o pote de ouro, é preciso muito trabalho antes de chegar até ele,
pois a jornada é longa.
Tomar uma decisão consciente e não de empolgação é o que você precisa
fazer antes de tomar qualquer atitude precipitada. Conheço muita gente que
não tem organização e tão pouco preparo, responsabilidade, ou estrutura
emocional para trabalhar sozinho e se arriscar um voo solo com todos os altos e
baixos que enfrentamos mês a mês, pois para quem trabalha sozinho, sabe que
os 12 meses do ano nunca são iguais. O movimento, o faturamento, os
trabalhos, tudo oscila de uma forma que pode te surpreender tanto
positivamente como negativamente.
Em um mês de trabalho você pode faturar o equivalente a três ou mais
meses ou pode acontecer o pior, você receber menos do que imagina ou
precisava, por isso é necessário ter um planejamento e um capital de giro
mínimo para sua segurança. Escolher o momento propício é também
fundamental. Fazer uma análise da economia e de mercado de trabalho para se
avaliar se o momento é adequado ou não pode te ajudar a tomar essa decisão
ou posterga-la.
Viu só quanta coisa você precisa ter para tomar uma decisão de
empreender? Empreendendo ou não, você precisa compreender a carreira real
do arquiteto além do campus da faculdade.
Por isso pense com cuidado e avalie-se em todos os aspectos antes de
tomar qualquer decisão dessa importância, pois os prejuízos podem ser maiores
que os financeiros, mas esse é assunto para o próximo artigo...
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 27
CAPÍTULO 7 - A EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: SUA
REPUTAÇÃO.
Tenho observado alguns alunos recém-saídos da faculdade e que estão
iniciando na carreira independente de forma desordenada e desorientada e que
acaba resultando em uma experiência traumatizada e desastrosa, por pura e
simples falta de orientação associada à falta de maturidade profissional, ou
seja, experiência que ele deveria ter ao decidir dar um passo tão importante
quando este.
Fazendo uma analogia simples, seria tomado como imprudente aquele
motorista que recém acabou de adquirir sua licença para dirigir, realizar uma
viagem interestadual em uma rodovia de alta velocidade sozinho, sem ninguém
e nenhuma experiência de direção. Acidentes graves e de consequências
irreversíveis podem acontecer por excesso de confiança.
O Arquiteto júnior, como chamamos os arquitetos que acabaram de sair
da sala de aula, não tem a maturidade e experiência profissional, pelos motivos
já descritos e em artigos anteriormente, para iniciar uma carreira solo, ou seja,
abrir seu próprio escritório de arquitetura.
Independente da profissão, todo profissional seja ele arquiteto, médico,
advogado, tem um nome a zelar, uma reputação a ser preservada e quem já está
no mercado há alguns anos sabe que no nosso meio a forma mais comum de
indicar, conquistar ou perder clientes é pela indicação do famoso boca a boca.
Assim como um profissional pode ser recomendado por um cliente pelo
bom trabalho executado, ele pode também da mesma forma comprometer sua
carreira. A velocidade com que a má indicação acontece é sempre mais veloz
do que a da boa indicação, como diz o ditado: Notícia ruim corre rápido.
A minha grande preocupação é que sendo levados pelo sonho e
entusiasmo de ter um próprio negócio, o jovem Arquiteto pode sem querer
comprometer a sua carreira logo no início, devido à falta de competência que
advém da falta de experiência.
Para se conseguir abrir seu escritório, prospectar clientes, ter uma rede de
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 28
fornecedores e parceiros de qualidade, e tudo mais que um escritório precisa
para se estabelecer é preciso mais que uma graduação.
Não se consegue sem um bom networking. O networking só acontece
quando você passa a fazer parte de um meio comercial, ou seja, uma empresa
já estabelecida, com contatos reais.
É muito difícil um Arquiteto Junior, recém-saído da faculdade, ter uma
rede de relacionamentos boa o suficiente para trabalhar e ser reconhecido
profissionalmente em sua região.
Nossa área é movida a portfólio, reconhecimento profissional dos colegas
e dos clientes através de um bom relacionamento comercial. Não é só você
que tem um sonho, o seu cliente na maioria das vezes também o tem. E um
projeto de um novo lar que foi sonhado há muito tempo pelo seu cliente é algo
muito valioso e importante para ele colocar nas mãos de um “aventureiro”.
Muitas vezes quando se está começando na carreira para conseguir
clientes e começar a trabalhar, o profissional pratica preços mais atrativos,
porém, hoje em dia, o cliente desconfiado já tem consciência de que em alguns
casos, o barato pode sim sair caro e acaba optando pela segurança de ter como
seu arquiteto um profissional com um bom portfolio e muito boas referências
na praça, então o círculo pode se fechar e o jovem profissional não vai sair do
lugar.
Existe um consenso entre os profissionais que já avançaram um pouco
mais em tempo e experiência na carreira, que quando se sai da faculdade o
meio mais eficiente de ingressar no mercado é ingressar nos escritórios,
empresas, construtoras que já estão atuando no mercado.
Fazer parte de uma empresa vai proporcionar ao jovem profissional uma
bagagem e uma experiência que vão culminar lá na frente de forma
consequencial em vivência profissional e networking, que vão dar ao
profissional mais segurança para se traçar uma nova trajetória em sua carreira,
mas isso não acontece do dia para noite e varia muito de pessoa para pessoa.
O mercado não tem tempo a perder com quem não tem experiência, e não
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 29
se iluda, pois, a mentira tem perna curta, o seu cliente vai perceber seja pela
sua postura e nível de conhecimento ou por um erro cometido de forma
amadora que você não está totalmente maduro para desenvolver o trabalho que
você está se propondo a realizar.
Por isso eu insisto que é preciso, ainda na condição de aprendiz, que o
aluno, seja na faculdade, depois dela ou por outros meios, sejam orientados
quanto à vida do arquiteto na prática! Não só em desenhar, desenhar e desenhar
como a maioria pensa que é por viver isso na sala de aula.
Ser arquiteto é muito mais do que estão vendendo até mesmo nas
faculdades ou nas redes sociais e, cabe a você, buscar pelas informações que
vão te capacitar além do conhecimento dentro da sala de aula e formar o seu
próprio senso crítico.
Essa postura preserva você não só de erros amadores de baixa
consequência, fruto da pouca experiência, mas vai te ajudar também a se
resguardar de erros de gravíssimas e irreversíveis consequências.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 30
CAPÍTULO 8 - O QUE O ARQUITETO PRECISA SABER PARA
TRABALHAR COM ARQUITETURA DE EDIFICAÇÕES.
Os 4 pilares que sustentam o profissional no mercado.
Como já abordei anteriormente, quando o assunto é o nível de formação
da grade do curso de Arquitetura, o aluno tem que ter a consciência de que o
curso aborda muitas disciplinas e que a extensa grade curricular faz com que
não seja possível que o aluno aprenda, em profundidade, todos os assuntos que
competem ao curso. É preciso muito mais tempo, dentro e fora de sala de aula,
para que o aluno aprenda com eficiência tudo o que o profissional precisa saber
para trabalhar como um Arquiteto de Edificações pleno.
O foco do curso de Arquitetura na maioria das faculdades é sobre o
desenvolvimento de projetos de arquiteturas. Disciplinas como a de Projetos
Especiais que vai desde o Projeto 1 ao 10 por exemplo, é a grande prova de que
o direcionamento do curso está em ensinar ao aluno os preceitos projetuais.
Museus, Centros Culturais, Edifícios Multifuncionais são os assuntos mais
abordados nas salas de aula. Trabalhar volumetrias e espacialidade são alguns
dos pontos principais desses projetos e da disciplina.
Só depois de formado o Arquiteto poderá exercer a sua profissão mediante
a inscrição no conselho da classe, chamado CAU: Conselho de Arquitetura e
Urbanismo que autoriza o exercício legal da profissão, e para exercer sua
profissão plenamente, o aluno deve dominar outros assuntos que só vem com o
tempo e a prática profissional ....
Entre eles estão:
1. A Arquitetura na Prática, aquela que você não aprende na sala de aula.
As fases de desenho que são abordadas em sala de aula ficam aquém do
devido “exercício” na necessidade de prática do aluno no assunto, assim que
ele se forma fica clara essa lacuna deficitária, deficiência que se não for logo
corrigida pode dificultar a inserção dos arquitetos recém-chegados no mercado
de trabalho.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 31
Além dos desenhos de arquitetura de edificações aprendidos em sala de
aula, é preciso que o Arquiteto que deseja trabalhar como Projetos de
Edificações, aprenda os demais desenhos das fases de projeto, necessários para
se elaborar desenhos de arquitetura de outras naturezas, como os Projetos
Legais e os Executivos de Obra.
2. O Projeto Legal ou Projeto de Aprovação
O chamado Projeto de Prefeitura, também conhecido como Projeto para
Prefeitura, como o próprio nome diz é um projeto a ser apresentado na
prefeitura municipal (PM), de modo a registrar em forma de documento, a
construção ou regularização de uma edificação de qualquer natureza e você que
me acompanha aqui no blog já sabe da sua importância e da necessidade de
saber elaborar um desenho ou projeto desse tipo, pois há muito venho falando
sobre esse tema. Em meu e-book Projetos de Prefeitura, eu explico em
detalhes todos os projetos que fazem parte desse assunto, bem como ensino
também a elaborá-los dentro de um passo a passo prático e objetivo, que vai
facilitar em muito a vida prática profissional de quem está começando na
carreira.
Sem os projetos de prefeitura, um Arquiteto não consegue exercer sua
profissão com o foco nessa área de Arquitetura de Edificações, pois para
construir ou reformar é OBRIGATÓRIO apresentar o projeto em prefeitura
antes mesmo de começar a montar o barracão, com as primeiras instalações no
lote. É da chamada responsabilidade técnica que os técnicos da prefeitura estão
à procura, um responsável pela direção de obra.
E não tem como ser diferente, pois é através do alvará do projeto
aprovado que a prefeitura tem o controle sobre a real ocupação e uso do solo.
Muitas cidades se encontram em crescimento desordenado com ocupações e
construções irregulares devido à inobservância do cumprimento das leis do
código de obras e do plano diretor da cidade. Cabe à prefeitura vistoriar e
promover a regularização das edificações a fim não somente de ordenar a
ocupação do solo da cidade, mas de evitar que grandes tragédias aconteçam por
falta de supervisão.
A fase de aprovação é a fase do nosso trabalho que consideramos mais
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 32
“penosa”. O nível de exigência das prefeituras vem aumentando na proporção
que as questões burocráticas dos departamentos públicos tornam o processo de
aprovação lento e moroso, sendo necessário que o Arquiteto acompanhe de
muito perto o andamento do processo, para que o tempo de aprovação não se
estenda por um tempo maior que o de costume, pois a demanda de trabalho nos
departamentos é muita e os técnicos da prefeitura são insuficientes para dar
conta de todo o trabalho, sem contar os demais problemas que encontramos
nesse percurso que ultrapassam muitas vezes a questão da ética profissional.
A fase seguinte a do projeto legal, que você provavelmente pouco
aprendeu a trabalhar em sala de aula são os Projetos Executivos. Os
Executivos são desenhos onde são detalhados todos os itens e disciplinas do
projeto com a finalidade de ser utilizada na obra, é nele que o arquiteto
especifica dimensões, acabamentos, materiais utilizados, sistemas construtivos,
tipologias, pontos hidráulicos e estruturas gerais.
É baseado nos Executivos que o construtor consegue edificar a construção
ou ainda sanar dúvidas naquele momento em que o arquiteto não estiver
presente no local. Um bom projeto executivo além de demonstrar
profissionalismo por parte do profissional coopera também com a melhor
execução dos serviços no local da obra, já que nele são detalhados o que está
fora do alcance da compreensão e do entendimento dos profissionais que estão
ali para ajudar você a transformar em realidade o seu projeto, entre eles estão:
os construtores, os pedreiros, os instaladores e etc.
Existe uma parcela dos escritórios de Arquitetura que “pulam” essa fase
do projeto, pois como os Executivos são considerados trabalhosos, infindáveis
e dependendo do programa utilizado demoram muito tempo para serem
produzidos, existem muitas obras que são desenvolvidas sem a existência de
um executivo completo no local, apenas com o que alguns chamam de pré-
executivos. Desenhos que não chegam a detalhar a obra no nível de um
executivo completo, mas que possui especificações e detalhamentos mínimos
para a execução da obra, nesses casos é basicamente uma questão de custo x
benefício.
Pouquíssimos profissionais, no mínimo os mais experientes, os do tipo
que estão presentes fisicamente na obra di-a-ri-a-men-te, podem se dar ao
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 33
luxo de iniciar uma obra sem utilizar da presença desses desenhos detalhados,
afinal de contas, eles estão in loco para supervisionar passo a passo cada etapa
da construção, possibilitando aos profissionais daquela obra, tirarem suas
dúvidas em tempo real, sem a necessidade de aguardar o dia da visita do
arquiteto responsável na obra, mas isso é muito raro, e para aqueles que estão
começando agora e querem imprimir no mercado uma marca mais profissional
de seu trabalho e de sua profissão precisam com toda certeza produzir os
executivos completos de obra.
1- Programas para Arquitetos
Um profissional maduro na profissão deve dominar os programas para
elaboração de projetos arquitetônicos, seja de Humanização de Desenhos em
2D, Programas de visualização em 3D ou Passeios Virtuais, quem não conhece
ou não trabalha com ao menos um programa desse tipo, precisa urgentemente
rever seus conceitos. Independente se o arquiteto trabalha com desenhos feitos
a mão no momento da sua concepção é estritamente necessário que depois
dessa fase, ele seja transferido para um meio eletrônico.
Que não existem mais apresentações finais feitas no papel, eu não preciso
nem comentar, mas o Arquiteto, mesmo que ele não desenvolva os desenhos
mencionados acima por si próprio, ele deve se preocupar em montar uma
equipe especializada que esteja apta para desenvolver tais desenhos.
Muitos escritórios trabalham dessa forma, pois a rotina de obra “rouba”
muitas vezes todo o tempo de elaboração de desenhos, principalmente os
executivos. E aí, onde começam a carreira de muitos estudantes, através do
estágio ou ainda dos recém-formados, que ávidos por aprender, ingressam no
mercado como desenhistas, pois, é nos escritórios de arquitetura que o
profissional recém-chegado ao mercado vai aprender na prática o que a
faculdade não ensinou, adquirindo maturidade e experiência ao longo dos anos.
Alguns chegam lá antes e outros muito mais tarde, depende do interesse de
cada um, por isso que é importante não contar só com o ensino da sala de aula
e sim, buscar aprender mais e o quanto antes, o que a faculdade deveria ter
ensinado.
Essas soluções são atalhos que pouparão muito desgaste lá na frente, pois
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 34
certamente que da forma tradicional demorar-se-ia muito mais tempo para
alcançar um nível de conhecimento prático, que não fosse pelas mãos dos
escritórios de arquitetura por aí.
São grandes as opções de representação para a área da arquitetura e elas
são de extrema importância para o profissional, por se tratarem da expressão
real do resultado final do projeto, elas criam diferenciais atrativos que facilitam
o entendimento do projeto na mesma proporção que encantam aos clientes, ao
mesmo tempo em que essa forma da apresentação tem grande peso e auxílio na
venda de trabalho do Arquiteto de forma mais eficiente do que apenas
“rabiscos”.
Com o advento das tecnologias, o perfil dos novos clientes vem mudando
muito rapidamente, eles estão cada vez mais exigentes quanto à forma como os
projetos vêm sendo apresentados e, o Arquiteto que deseja ter o seu trabalho
valorizado, deve apresentá-los de forma mais profissional possível. Com tantos
programas disponíveis no mercado, existem profissionais que, por vários
motivos, deixam a desejar quanto a essa questão, o que pode equivocadamente
transparecer ao cliente, que o Arquiteto não seja tão profissional quando ele
esperava, pois provavelmente ele esperava ver desenhos de melhor qualidade
de apresentação, seja 2D ou 3D.
O mercado tem mostrado muito amadorismo por falta de conhecimento
especializado por parte dos que estão ingressando na carreira de forma
desorientada. A Arquitetura de Edificações conta com um público alvo dentro
de um nicho muito abrangente e o profissional que se especializar, ou melhor,
se capacitar para adentrar essa área tem maiores chances de conquistar uma
fatia desse mercado, para isso ele deve mostrar profissionalismo em seu
trabalho em todas as etapas.
2- Trabalhando em Equipe
Uma das habilidades e características do Arquiteto é ter um espirito
prático e de trabalho em equipe. Dependemos do trabalho de outros
profissionais para realizar com eficiência o nosso. Além de trabalhar em
parceria com outros profissionais da área técnica, como o Engenheiro
Calculista de Estruturas, Fundações, Elétrico, hidráulico, entre outros, o
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 35
arquiteto deve montar também a sua equipe de trabalho de obra.
- Empreiteiros, prestadores de mão de obra e serviços em geral: Formar
uma equipe qualificada de empreiteiros é o primeiro passo. O meio mais usual
de se conhecer novos profissionais é pela indicação, um bom trabalho sempre
deixa boas referências, pesquise entre colegas e por trabalhos realizados por
esses profissionais.
- Fornecedores de material: conhecer a qualidade do fornecimento de
material de lojas especializadas, de todas as fases da obra, assim como ter um
bom relacionamento com as mesmas, garante um bom orçamento da obra.
Muitas lojas trabalham com a fidelização do cliente/arquiteto, promovendo
descontos e facilidades de pagamento que trazem muitas vantagens tanto para o
proprietário como para quem gerencia a obra como um todo.
Essa é uma das vantagens de se ter um arquiteto intermediador/negociador,
pois bons relacionamentos na área comercial atingem diretamente não só o
bom desenvolvimento da construção, mas também o custo final da obra.
Indicação é a palavra chave para quem quer ter boas referências nesse item.
Problemas durante a obra sempre ocorrerão, por isso é importantíssimo
pesquisar.
3- Quanto a Remuneração
Geralmente os arquitetos de edificações recebem por seu trabalho de duas
maneiras:
3.1 Remuneração por Elaboração do Projeto: onde ele detém a autoria das
ideias e soluções encontradas para aquele cliente/local. Infelizmente não é tão
valorizada em nosso país, o leigo confunde o trabalho do arquiteto como
apenas um “desenhador” e que o engenheiro é que põe a obra em pé, não
entendendo o que há de verdade por traz das profissões.
3.2 Remuneração por Administração/Gerenciamento da Obra: É o
pagamento realizado a partir do cálculo por porcentagens sobre o custo total da
obra. É a fase com maior retorno financeiro para o Arquiteto, pois é a fase do
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 36
gerenciamento da construção/reforma da edificação onde se encontram as
maiores responsabilidades, é chamada da fase que “dá trabalho”. Alguns
Arquitetos trabalham em parceria com o Engenheiro Civil, um casamento
perfeito para que cada um extraia o melhor de sua área.
Dependendo do tamanho do projeto e do número de profissionais de obra
envolvidos, uma construção nova pode demorar até 2 anos, em quanto a
elaboração de um projeto pode ocorrer em poucos meses. Aí está o motivo
pelo qual muitos arquitetos autônomos ingressam para a área de Arquitetura de
Edificações. Estar envolvido em 2 a 3 obras simultaneamente favorecem
ganhos mais expressivos se comparados aos arquitetos que trabalham em
regime de CLT, onde muitos não respeitam se quer o piso salarial exigido por
lei.
O importante também para quem está pensando em entrar para a área de
forma independente, é saber que o Arquiteto deve ter perfil para trabalhar com
pressões, cobranças e imprevistos, pois para dirigir uma equipe e tudo que uma
obra demanda, é necessário ter pulso firme e um bom psicológico na liderança
de equipes.
Apesar dos atrativos despertados pelo retorno financeiro da administração
de obras, o Arquiteto que deseja trabalhar com Gerenciamento deve ter
conhecimento especializado e certa experiência no assunto. Eu sugiro que
quem está se pensando em atuar nessa área deva estagiar em escritórios de
arquitetura não somente na parte interna do escritório na elaboração de
desenhos, mas também na parte de trabalho campo, visitando e acompanhando
as obras. Trabalhar em construtoras acompanhando a rotina dos engenheiros
também é uma boa alternativa para quem quer se especializar no assunto.
Existem também no mercado alguns cursos sobre Gerenciamento e
Administração de Obras que podem conferir ao iniciante mais subsídios para
que ele exerça no futuro um cargo desse tipo com mais segurança dentro das
responsabilidades que a função exige.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 37
CAPÍTULO 9 - O QUE O ARQUITETO PRECISA SABER PARA
TRABALHAR COM DESIGN DE INTERIORES
O profissional da Arquitetura, do Design de Interiores e o Decorador.
De forma geral a profissão de arquitetura é muito abrangente e é possível
escolher entre várias vertentes dentro da mesma profissão. Além da habilitação
em projeto de arquitetura de edificações, ou seja: construir, reformar e
gerenciar obras, entre outras, é atualmente também atribuição do Arquiteto
produzir projetos na área da Arquitetura e de Interiores da mesma forma que
fazem os Designers de Interiores, porém um profissional de interiores não tem
habilitação para reformar uma edificação caso haja necessidade de criar
interversões estruturais na obra física durante uma reforma por exemplo.
O Designer está limitado quanto a questão da arquitetura, não podendo
utilizar a expressão Arquitetura de Interiores em seus meios de divulgação,
somente Design de Interiores. Os conselhos das duas áreas ainda estão em
processo de definição das atribuições de cada um, o assunto é envolto em muita
polêmica, mas isso é assunto para outro momento.
Existe ainda o Decorador que é o profissional que assim como o
Designer de Interiores também está limitado quanto algumas atribuições, no
geral são ainda mais restritivas que o Designer, pois devido a sua formação
poder ser facultativa, ou seja, não é necessário ter cursado um curso técnico ou
superior para trabalhar como Decorador, seu trabalho, segundo o site do CAU,
restringe-se a escolha de móveis, acessórios como cortinas, tapetes,
mobiliários, luminárias e outros elementos e estilos de decoração que
complementam o interior de um apartamento como escolha de cores, por
exemplo. Ocorrendo dessa forma na prática ou não de acordo com o que
determinada a lei os Decoradores não podem trabalhar com detalhamento de
mobiliário, pois isso é atribuição do Designer (mais polêmicas!).
Por agora vamos falar da habilitação em especifico do Arquiteto em
produzir projetos de Arquitetura de Interiores. Assim como o Designer, o
Arquiteto ao desenvolver um trabalho de interiores deve seguir normas técnicas
de ergonomia, acústica, térmico e luminotécnica, além de ser um profissional
capaz de captar as reais necessidades dos clientes e concretizá-las através de
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 38
projetos específicos e, ao contrário do Designer o Arquiteto está habilitado
também a trabalhos externos ao projeto de interiores, como alteração ou
revitalização de fachadas.
O Arquiteto tem atualmente sua regulamentação pelo conselho de classe,
chamado CAU: Conselho de Arquitetura e Urbanismo e seus trabalhos são
acompanhados pelo Registro de Responsabilidade Técnica, a RRT, onde são
registrados os trabalhos a serem desenvolvidos de acordo com a atribuição do
profissional.
A RRT é a segurança que o contratante tem, de estar contratando um
profissional habilitado para aquele trabalho, principalmente no que se refere a
reformas de arquitetura de edificações.
O profissional da arquitetura pode trabalhar em 3 vertentes principais:
- A Arquitetura de Interiores: Tem como público alvo um nicho emergente
ou uma classe social mais abastada, mais exigente quanto às questões de
ambientação e estética. Esse nicho, muitas vezes, é o que proporciona ao
profissional aquele glamour que confere a profissão de arquitetura. Prova disso
é o encantamento que o assunto causa nas revistas, eventos e mostras de
arquitetura, gerando no leigo uma maior atração e simpatia pela profissão. É a
área que mais traz promoção e reconhecimento profissional no meio e fora
dele.
- A Arquitetura de Edificações: Tem como público alvo um nicho um pouco
mais abrangente que o de interiores, porém, atualmente, o segmento sofre
algumas dificuldades em mais de uma forma, principalmente quando
comparado ao arquiteto de interiores, que devido ao menor interesse
despertado pelo seu trabalho enfrentam um menor reconhecimento, tanto
autoral como financeiro. Geralmente, os arquitetos de edificações, recebem por
seu trabalho porcentagens menores sobre o custo da obra do que os
decoradores, o que tem atraído o interesse dos arquitetos pela área.
- O Arquiteto Urbanista: Algumas faculdades além da formação de
Arquitetura, também graduam em Urbanismo. O nicho de trabalho do arquiteto
urbanista encontra-se na grande maioria, dentro dos órgãos públicos e
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 39
universidades, atuando no estudo e desenvolvimento de projetos de bairros e
cidades.
Devido à redução de carga horária de algumas faculdades, a disciplina que
aborda o tema Design de Interiores pode ser abordada de forma muito
superficial, assim como a de Urbanismo e até mesmo o Paisagismo. Cursos
livres complementares nessas áreas, ou ainda de especialidade são uma grande
alternativa para quem deseja focar em uma dessas áreas. Os cursos livres ou
ainda os técnicos, são um meio de orientação para aqueles que não sabem por
onde começar antes de ingressar em uma pós-graduação com esse foco.
De forma geral, o profissional de Arquitetura de Interiores ou Design de
Interiores, deve contar com um perfil mais do que criativo, deve possuir
também um perfil prático, proativo e de trabalho em equipe, pois o resultado
final do seu trabalho conta com a participação de muitos outros profissionais
como pedreiros, marceneiros, eletricistas e pintores.
Quem deseja trabalhar com Arquitetura de Interiores, deve procurar
desenvolver um senso crítico estético e estar sempre por dentro das tendências
e novidades de mercado, pois nessa área as mudanças são muito rápidas e o
profissional pode ficar por fora das tendências ou moda em pouquíssimo
tempo, portanto, o estudo é constante.
Além dos desenhos de arquitetura de edificações aprendidos em sala de
aula, é preciso que o Arquiteto aspirante a profissional de interiores, aprenda as
ferramentas necessárias para elaborar desenhos de arquitetura dessa natureza,
apresentando assim, seus trabalhos de forma mais profissional.
Humanização de Desenhos em 2D, Programas de visualização em 3D, ou
Passeios Virtuais, são grandes opções de representação para a área pois por se
tratarem da expressão do resultado real do projeto, criam diferenciais atrativos
que facilitam o entendimento do projeto na mesma proporção que os encantam,
ao mesmo tempo que a forma da apresentação tem grande peso e auxílio na
venda de seu trabalho de forma mais eficiente do que apenas “rabiscos. ”
Por sinal, o perfil dos novos clientes também vem mudando e eles estão
cada vez mais exigentes quanto à forma como que os projetos vêm sendo
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 40
apresentados.
Trabalhar essas formas de representação com foco em Arquitetura ou
Design de Interiores, geralmente não são efetivamente ensinados em sala de
aula, devido a N fatores já mencionados nesse blog em artigos anteriores.
Diferente muitas vezes do que acontece dentro do curso de Design de
Interiores, onde o aluno de interiores mesmo no curso técnico encontra uma
grade curricular mais especifica do que a grade curricular do arquiteto.
Na faculdade de arquitetura o foco é outro: a Arquitetura das Edificações,
e cabe ao Arquiteto que tem interesse em trabalhar nessa área, buscar por
especialização no assunto além do que é abordado na grade curricular da
faculdade de arquitetura.
Quem tem interesse em ingressar em uma dessas áreas, deve sempre
acompanhar as atualizações sobre as duas carreiras para não ser acometido por
surpresas desagradáveis durante o curso, situação comum que tem ocorrido
com aqueles que entram na faculdade sem fazer uma pesquisa sobre a carreira
antes.
E o que o aluno de arquitetura jamais deve esquecer, é que na faculdade
de arquitetura, a grade curricular é muito abrangente e que nem tudo será
possível se aprender em profundidade, disciplinas mais complexas que
precisam de mais tempo de abordagem não serão aprendidas com eficiência
nas salas de aula.
Como disse anteriormente no início do artigo, o assunto é polêmico e não
entrarei em méritos ou atribuições pontuais entre os decoradores, designers e
até mesmo os arquitetos. Apesar de fazer parte da classe, entendo o ponto de
vista de ambos e até que os conselhos e profissionais das duas áreas se
entendam, pois, ainda não entraram em entendimento sobre quem pode ou não
pode fazer o quê.
Eu sugiro que, quem está fazendo o curso superior em Arquitetura ou já é
Arquiteto formado e deseja trabalhar com Decoração de Interiores, deve se
especializar no assunto. Dessa forma sua formação será mais ampla, pois
englobará conhecimentos de ambas as áreas, o que põe de certa forma um fim
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 41
prático quanto a esse imbróglio e sem dúvidas o profissional estará além de
habilitado, muito mais capacitado para desenvolver seu trabalho no dia a dia
profissional.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 42
CAPÍTULO 10 - AS FERRAMENTAS E OS DESENHOS
NECESSÁRIOS PARA PRODUZIR PROJETOS EM DESIGN DE
INTERIORES
Metodologia para Iniciantes
No artigo anterior, discutimos sobre o que o Arquiteto precisa saber para
trabalhar com Arquitetura de Interiores e agora, vamos discutir sobre algumas
das ferramentas, que tanto os Arquitetos como os Designers de Interiores,
precisam conhecer para elaborar desenhos de interiores.
Que a ferramenta de trabalho do Arquiteto e do Designer se fazem
basicamente pela representação de desenhos, isso todo mundo sabe, não há
como trabalhar com Projetos de Interiores sem ter conhecimento tanto das
ferramentas para produzir desenhos, bem como conhecer quais os desenhos
que são utilizados para essa finalidade.
- As ferramentas utilizadas.
Atualmente, a grande maioria dos projetos é desenvolvida em programas
de computador, os mais conhecidos e utilizados são o AutoCAD e o SketchUP.
Por serem os primeiros a se estabelecerem no mercado por sua facilidade de
uso, ganharam destaque e popularização entre os profissionais recém-chegados
e, até mesmo entre os mais experientes. Outros programas mais avançados
como o Vector Works, Revit, 3D Max, Vray, Kerkythea, Lumion e etc, têm
ganhando muito espaço no mercado devido aos recursos avançados e de
otimização de tarefas.
Inicialmente, o aspirante a Designer de Interiores deve dominar o desenho
em duas dimensões (2D), para posteriormente partir para os programas em três
dimensões no desenvolvimento de maquetes eletrônicas em 3D. É, sem
dúvidas, necessário que o aluno tenha uma boa base de desenho livre e
principalmente de desenho técnico em prancheta antes de iniciar nos programas
de computadores.
Alguns escritórios que contam com uma equipe maior de profissionais, já
estão desenvolvendo Passeios Virtuais para apresentação final aos seus
clientes, pois são grandes diferenciais atrativos que além de facilitar o
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 43
entendimento do projeto, encantam e valorizam o trabalho do profissional. E
como já alertei, o perfil dos novos clientes vem mudando e eles estão cada vez
mais exigentes quanto à forma como que os projetos vêm sendo apresentados.
- Criando uma Metodologia de Trabalho
Na área da Arquitetura de Edificações, principalmente na fase de
anteprojeto, a forma como o projeto é representado, é um pouco diferente
quando comparado aos de interiores, principalmente. Logo de cara, notamos
que os desenhos para projetos de Design de Interiores contam com mais
colorido, detalham e especificam itens que na maioria dos casos não aparecem
nos desenhos de arquitetura de edificações, por não ser a finalidade daquele
desenho em especifico.
Com a falta de abordagem até mesmo das instituições de ensino,
principalmente nas de Arquitetura, alguns profissionais acabam por
desenvolver uma metodologia de trabalho própria, ou seja, criaram um roteiro
tanto de atendimento ao cliente, procedimentos ou rotina na criação e
apresentação de projetos de forma a padronizar seus desenhos, criando assim
uma identidade e até mesmo uma marca pessoal.
Podemos encontrar escritórios que executam os mesmos serviços, mas de
formas diferentes ou com metodologias variadas, devido às diversas formas
que cada profissional trabalha. De modo a ser valorizado e ter seu trabalho
reconhecido, o Arquiteto deve mesmo criar diferenciações com padrões de
qualidade. Essa metodologia surge à medida que surge a necessidade do
profissional desenvolver um trabalho de qualidade, ao mesmo tempo em que
promove rotinas de trabalho de eficiência.
Uma das rotinas que poupam tempo do profissional, é a criação de uma
biblioteca de mobiliário padrão personalizada, não há problema em o
profissional utilizar bibliotecas de uso público, porém quando o profissional
quer dar um toque especial e de exclusividade, ele deve procurar desenvolver
arquivos com representação única e exclusiva. Isso demonstra capricho e o
nível de comprometimento que o profissional tem com sua profissão.
Criar uma biblioteca própria não é tarefa simples, requer certo talento de
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 44
quem está criando, pois, observar e recriar, ou fazer uma nova leitura dos
elementos mais comuns nos desenhos requer muito tempo e perspicácia. Para
aqueles que não podem ou não querem fazer sua própria biblioteca, existem
profissionais que executam esse tipo de trabalho, seguindo especificações do
contratante, mas é possível desenvolvermos a nossa biblioteca sem maiores
problemas. Uma dica para quem quer começar a personalizar sua biblioteca é,
que ela não precisa ser feita toda de uma vez, conforme os desenhos dos
projetos vão sendo produzidos, os arquivos da biblioteca vão sendo criados em
concomitância, eles precisam ser armazenados em local seguro para evitar
extravio de arquivos. Imagina perder um bloco que você demorou um bom
tempo para criar? Você não ia gostar que isso acontecesse... A sua biblioteca se
torna um elemento vivo dentro do escritório, pois nela vão sendo acrescentados
elementos dia após dia que vão acompanhar o profissional por muito tempo.
Outra dica é criar uma organização dos blocos no computador, pois o pulo
do gato é a velocidade com que o arquivo é localizado no momento em que o
projetista está desenhando. Categorizá-los e nomeá-los com coerência de
identificação, é trabalho fundamental para otimização de rotinas.
- O Estudo Preliminar e o Anteprojeto
A partir da planta de Arquitetura é que são elaborados os desenhos de
interiores, que por sinal também passam pelas mesmas fases de projeto da
arquitetura de edificações: Estudo Preliminar, Anteprojeto e Executivos fazem
parte da rotina do profissional na mesma forma que nos projetos de arquitetura
e edificações. As fases mostram o tipo de desenho a ser desenvolvido de
acordo com o nível do trabalho.
O projeto de interiores nasce da planta de arquitetura produzida pelo
Arquiteto. E o projeto começa com os estudos e o desenvolvimento do Layout.
Atualmente os desenhos da fase de estudo preliminar, aqueles com desenhos
esquematizados, que mostram o fluxo e disposição do mobiliário mais simples
e menos ricos em detalhes, (daquele que desenvolvemos na prancha na sala de
aula), comumente nem vem sendo apresentados ao cliente. Quando o cliente
recebe os primeiros desenhos, esses já correspondem à fase de anteprojeto,
com maior riqueza de detalhe.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 45
A forma como os projetos são apresentas na fase de estudo, não valem o
tempo e o deslocamento nem do profissional e nem do cliente, por uma questão
de ordem prática, pois o nível de apresentação do projeto ainda é primário e o
cliente não “precisa” ter de passar obrigatoriamente por essa fase. O leigo quer
ver um projeto, com cor e referências e não traços esquematizados, ele quer
algo mais substancial que o estudo preliminar oferece. A fase do anteprojeto é
a mais interessante para o cliente, pois a partir dele que o cliente já começa a
ver e compreender toda a conceituação do projeto.
Os desenhos de Anteprojeto de interiores, são sempre apresentados em
escala maior que o de Arquitetura. A escala 1:50 promove uma melhor
visualização do desenho, sem contar que os elementos que compõem a planta
são representados com um nível de detalhe técnico maior. No anteprojeto são
apresentadas as propostas de referências visuais como material, cor e até
iluminação. É aí que o projeto começa a ficar mais palpável para o cliente.
Nessa fase é que acontecem com mais frequência às reuniões com o
cliente, pois todos os desenhos posteriores que dão continuidade ao trabalho
nascem com a definição do layout final aprovado pelo cliente.
- Os Executivos de Obra
Definido o layout, o profissional já pode dar sequência aos desenhos de
executivos de obra. É nos desenhos de projetos executivos, que são detalhados
todos os itens e disciplinas do projeto com a finalidade de ser utilizada na obra,
é nele que o arquiteto especifica dimensões, acabamentos e materiais
utilizados, por exemplo.
Alguns escritórios têm como metodologia trabalhar com desenhos de Pré-
Executivos. Os Pré-Executivos nada mais são do que uma divisão de desenhos
dentro de uma mesma fase. Nos Pré-Executivos, são desenvolvidas todas as
plantas baixas do projeto e nos Executivos todas as vistas.
Fazem parte dos Pré-Executivos as plantas (Escala 1:50):
- A planta técnica do Arquiteto;
- A planta técnica com os pontos de interferências;
- A planta de Layout do Piso;
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 46
- A planta do Forro;
- A planta de Luminotécnica;
- A planta de elétrica.
E é no Executivo que são realizados os ajustes de compatibilização entre o
que foi especificado no Pré-Executivo e no Executivo.
Nos executivos em si é que são trabalhados os detalhamentos do que foi
especificado em planta, só que agora nas vistas, geralmente é adotado uma
escala de 1:25 para esses desenhos e costuma-se utilizar uma escala ainda
maior para os Executivos de Ambientação, 1:20, por exemplo. Alguns
escritórios chegam a trabalhar detalhes em específico em escala 1:1, mas isso
vai com a necessidade de cada projeto.
Por isso, os Executivos de Obra, tanto de Arquitetura como o de Design
de Interiores, são desenhos trabalhos, pois são riquíssimos em detalhes e para
se detalhar uma peça personalizada, por exemplo, é preciso conhecer a
estrutura da mesma para que se possa fazer um detalhe fiel entre o que é e o
que foi desenhado.
Para ajudar na compreensão e execução dos projetos em obra, além dos
desenhos de Executivos, o profissional ainda desenvolve o Memorial
Descritivo com a descrição textual de todo o projeto e ainda o Caderno da obra
com as especificações do mobiliário, mas esse é assunto para outro artigo.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 47
CAPÍTULO 11 - PESQUISA MOSTRA QUAIS OS PROGRAMAS MAIS
EXIGIDOS PELOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA
Não é segredo para ninguém que os programas para desenvolver projetos
de arquitetura são as ferramentas essenciais para os arquitetos.
É sabido que o mercado sofre mudanças constantemente e que, o número
dos novos profissionais que chegam no mercado ano a ano só faz aumentar a
concorrência entre candidatos a uma colocação profissional.
Com tanta tecnologia e demanda disponível, os escritórios de arquitetura
têm buscado por candidatos com especialidades em assuntos que antes não
eram se quer abordados. Os Arquitetos estão em busca de candidatos mais
preparados para ocupar cargos muitas vezes de baixo nível, até mesmo para
estagiar.
Uma pesquisa recente apontou as principais qualificações que um
candidato deve possuir para pleitear uma vaga em um escritório de arquitetura:
- Mais de 70% dos escritórios exigem conhecimento em Revit.
- 50% ainda exigem AutoCAD
- E o SketchUp ainda é um programa muito utilizado para 3D.
- Não fiquem surpresos ou desapontados, mas apenas 3% ou 4% exigem
que você saiba desenhar a mão...
De fato, esses programas não são novidade no mercado e, quem quer
trabalhar na área, deve ter domínio sobre eles.
Quanto maior a experiência nesses programas, mais fácil pode ser tornar a
sua saga para arrumar um emprego num escritório de arquitetura. Um bom
portfólio, rico em trabalhos, pode ajudar muito no momento da entrevista.
Além desses 3 programas básicos, alguns outros ainda estão na lista dos
programas utilizados pelos escritórios de arquitetura, principalmente os de
renderização de imagem como o Vray, que anda de mãos dadas com o
SketchUP, e também há os que procuram por candidatos quem saibam
manipular algum programa de imagens, como o Photoshop, sem falar na
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 48
necessidade da humanização de projetos e até de animar ambientes.
Todo dia surgem novidades no mercado e só cresce profissionalmente
aquele que é curioso, quer e está disposto a se qualificar. A velocidade com que
as novas demandas estão acontecendo no mundo moderno mostra que, a cada
dia que passa, o mercado precisa de profissionais especialistas em assuntos
poucos conhecidos.
A preocupação com questões antes nunca pensadas, geram nichos de
oportunidades que, quem estiver antenado, pode conseguir diferenciação em
meio aos demais candidatos. A questão da sustentabilidade é um desses pontos,
o profissional qualificado é aquele que, além de dominar programas técnicos
referentes à sua profissão, demonstra conhecimentos além do que se é
encontrado no mercado e ainda, demonstra inteligência estratégica.
Buscar por se especializar em Arquitetura Verde é um nicho promissor e
muitos estão deixando passar a oportunidade, além dos números mostrados na
pesquisa acima, 10% a 25% dos escritórios procuram também arquitetos
qualificados na produção de projetos sustentáveis.
O que você sabe sobre esse assunto? Busque se informar e pesquise por
escritórios de arquitetura que trabalham com esses conceitos, antes de procurar
por um estágio, se especialize no assunto, isso pode fazer toda a diferença na
hora que você for procurar por um estágio.
- Planejamento da obra:
Quando o assunto é planejamento da obra, o Arquiteto é o grande Maestro
que vai reger toda a sinfonia e cabe a ele, sincronizar o tempo de elaboração de
projeto com o tempo de gerenciamento de obra, ainda alinhar com orçamentos
e as entregas de mobiliário que irão compor os ambientes. Parece fácil, mas se
o arquiteto não se organizar ou tiver bastante experiência, é quase certo que a
entrega vai sofrer atrasos.
Por lei, o proprietário só tem direito a visitar o apartamento no momento
da vistoria e da entrega das chaves no caso de apartamentos novos, o que só
ocorre depois que a prefeitura local concede o habite-se.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 49
A vistoria é o momento em que o cliente tem para verificar se tudo o que
foi prometido e especificado em contrato, foi entregue corretamente e em
perfeito estado de funcionamento, mas isso não impede a elaboração do
projeto, por isso se o proprietário tiver pressa de se mudar, é preciso orientá-lo
da possibilidade de se iniciar o projeto antes da entrega das chaves, para que já
se adiante algumas etapas de todo o processo.
Outra vantagem para o proprietário de começar o projeto com
antecedência, antes da entrega das chaves de um empreendimento novo, é que
ele poderá efetuar os pagamentos do projeto com antecipação para que não
ocorram em concomitância com a obra e os custos com tributos, como o ITB e
cartório que ele certamente terá que arcar assim que pegar as chaves.
Nesse nosso exemplo, que se trata de um apartamento em um condomínio
novo, o cliente antecipou-se à elaboração do projeto baseado nas informações
técnicas e nas informações do memorial descritivo da obra, ambos fornecidos
pela construtora antes mesmo da entrega das chaves e do manual do
proprietário.
Contudo, algumas construtoras concedem aos proprietários uma visita
extra, antes da vistoria final, essa visita é chamada de pré-vistoria e tem a
finalidade de permitir que o proprietário agende com arquitetos, caso ainda não
o tenha feito, bem como com empreiteiros que vão realizar possíveis mudanças
no apartamento. Caso já tenha um projeto existente, a visita servirá para alinhar
ainda mais algum detalhe do projeto, bem como já dar início a alguns
orçamentos como o de obra, por exemplo.
Sabemos que para realizar alguns outros orçamentos, são necessárias
visitas no local, exemplo disso são os móveis planejados, pois é necessário
extrair medidas reais do local, afinal de contas, os móveis são planejados para
aquele local em específico e precisam de medidas exatas. Para ter acesso ao
local, só mesmo depois da entrega das chaves, mas isso não impede que o
arquiteto já tenha orçado com as empresas de mobiliário planejado, o custo
aproximado dos móveis.
Com o projeto pronto, mais os orçamentos de empresa de móveis
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 50
planejados e ainda os de empreiteiro, com certeza a obra terá seu início
antecipado assim como a sua entrega. Com a entrega das chaves, aí sim será
possível iniciar os trabalhos.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 51
CAPÍTULO 12 - VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA ESTAGIAR EM
ARQUITETURA?
Dicas para quem está procurando por estágio
- A Lei do Estágio
A Lei do Estágio 11.788 foi aprovada em 2008 e regulamentados vários
direitos e deveres do estagiário dentro das empresas. Você está por dentro
dessas mudanças?
Atualmente o estágio é obrigatório para os estudantes de Arquitetura, ele é
considerado um pré-requisito no processo pedagógico para obtenção do
diploma superior, sendo facultativa a concessão de bolsa ou outra forma de
remuneração e até mesmo auxilio transporte, ou seja, estágio sem remuneração.
Existe também o estágio não obrigatório, que entra como uma atividade
opcional do estudante, acrescida à carga horária regular e obrigatória do curso,
mas que não precisa ser necessariamente remunerada pela empresa ou
contratante. Nesse caso, os alunos deverão receber bolsa-auxílio e vale-
transporte. Eles também terão direito a férias remuneradas de 30 dias, se
tiverem completado doze meses de estágio na mesma empresa, ou ainda
proporcionais em contratos com duração inferior a 12 meses, sendo
preferencialmente concedidas durante o período de férias escolares.
A jornada de trabalho máxima dos estagiários é de 6 horas diárias e 30
semanais e o tempo de duração total do estágio em uma mesma empresa não
poderá ser superior a 2 anos. A manutenção de estagiários em desconformidade
com a legislação, caracteriza vínculo de emprego para todos os fins da
legislação trabalhista e previdenciária.
Para facilitar a vida dos estudantes e das empresas, o Ministério do
Trabalho e Emprego lançou uma cartilha que explica direitinho esse assunto e
pode ser acessada pelo link: Cartilha da Lei do Estágio
Para conseguir o primeiro estágio é preciso trilhar um longo caminho:
preparar currículo, buscar vagas em empresas, passar pelos temidos momentos
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 52
de entrevista e dinâmica de grupo. Além disso, ainda é preciso saber aliar
estudo e trabalho.
- Como saber se estou preparado para estagiar
Mas você já parou para pensar qual o melhor momento para começar a
buscar por estágio ou ainda se você está preparado para estagiar?
Dados do Ministério da Educação apontam que existem hoje 13,5 milhões
de estudantes no ensino médio e superior e somente 1,040 milhão de vagas de
estágio. Ou seja, apenas 8,1% dos estudantes conseguem passar por esse
processo de aprendizado.
Os números mostram a grande concorrência que assolam a vida dos
estudantes. A existência de poucas vagas junto com a baixa qualificação dos
estagiários dificulta a inserção de mercado de milhares de estudantes.
O CIEE, Centro de Integração Aluno-Escola é uma associação
filantrópica brasileira de direito privado, sem fins lucrativos, beneficente de
assistência social e reconhecida de utilidade pública, que, dentre vários
programas, possibilita aos jovens estudantes brasileiros, uma formação
integral, ingressando-os ao mercado por meio de treinamentos e programas
de estágios e aprendizagem. O maior objetivo do CIEE é encontrar, para os
estudantes de nível médio, técnico e superior, oportunidades de estágio ou
aprendizado que os auxiliem a colocar em prática tudo o que aprenderam ou
aprendem na teoria.
O Estágio é muitas vezes a porta de entrada para a contratação
profissional do estagiário, após a conclusão do período do mesmo. Quanto
mais preparado para o cargo, maiores serão as chances de o aluno conseguir
certo destaque na empresa. Contudo, nem sempre o que os alunos aprendem na
sala de aula é o suficiente para eles consigam um posicionamento no mercado.
- Dicas para quem está buscando por um estágio
Para os alunos do curso de Arquitetura eu sugiro que se preparem
melhor, buscando assuntos extracurriculares que complementem seu
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 53
conhecimento técnico dentro de sala de aula, de modo a fechar as lacunas de
deficiências que provavelmente ele possa vir a ter.
Quem quer estagiar em escritórios de Arquitetura trabalhando com outros
arquitetos, deve ter no mínimo conhecimento em um programa de desenhos,
o AutoCAD ainda é muito utilizado em grande parte dos escritórios, porém o
conhecimento em outros programas pode vir a ser solicitado.
Antes de efetivamente sair em busca de estágio, realize uma pesquisa nos
bancos de emprego/estágio e verifique quais são as exigências do mercado
de modo que você possa se preparar melhor para a vaga.
Pesquise também o ramo do escritório ou da construtora e o trabalho que
elas realizam antes de pleitear uma vaga. Estude o perfil dos escritórios de
arquitetura ou das construtoras que você deseja trabalhar, isso vai refletir o
nível de conhecimento tecnológico e da metodologia de trabalho que você vai
levar para vida toda. Uma empresa com maior e melhor estrutura e recursos,
trazem conhecimento de ponta que agregam experiências de forma efetiva em
seu currículo.
Estar por dentro das novidades e das necessidades do mercado ajuda
muito na entrevista, pois para conseguir um estágio em uma empresa de
maiores recursos será necessário que o candidato à vaga demonstre
conhecimentos acima do que é encontrado no mercado. Conhecimentos em
BIM, como o Revit, por exemplo, já vem sendo muito solicitado em muitos
escritórios de arquitetura e construtoras.
- Quando estagiar?
Algumas empresas, preferem dar oportunidade de estágio para alunos que
estão no início do curso, ou seja, no segundo ou terceiro ano, pois eles
encontram-se em uma fase escolar com menos cobranças quanto aos trabalhos
finais para graduação. Muitos estagiários comprometem seus trabalhos nos
estágios por conta de envolvimento com atividades da faculdade, faltando e
deixando o escritório em situação delicada muitas vezes. Já outras, preferem
estagiários no quarto e quinto anos, pois consideram que os alunos nessa fase
estão mais bem preparados por terem mais conhecimento em desenhos.
Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 54
A demanda principal para quem está começando na área é na elaboração
de desenhos de arquitetura, que muitas vezes o Arquiteto não tem
disponibilidade e tempo de fazê-lo, devido a outros compromissos com a
execução de obras, por exemplo.
É nos escritórios de arquitetura que o profissional recém-chegado ao
mercado vai aprender na prática o que a faculdade não ensinou, adquirindo
maturidade e experiência ao longo dos anos.
Eu sempre indico aos alunos que antes de buscarem por estágio,
aprimorem e se capacitem, principalmente na elaboração dos desenhos de
arquitetura, sejam eles para projetos legais (prefeitura) ou para elaboração de
projetos executivos, antes mesmo de capacitar em maquetes eletrônicas.
A maquete eletrônica é importante, mas o aluno que não demostra
domínio no desenvolvimento de projetos básicos da profissão, enfrentará
grandes problemas pela frente.
- Postura Profissional
Uma vez que o aluno consegue ingressar no estágio, deve saber que ele
tem grandes responsabilidades dentro de um escritório. Tratar o estágio como
se ele fosse uma extensão da sala de aula, permitindo-se faltar sem um motivo
justificado, é algo que os escritórios não toleram.
Os compromissos com os trabalhos da faculdade não podem interferir ou
atrapalhar a rotina dos trabalhos do escritório, que muitas vezes tem prazo de
entrega.
Atenção, organização, capricho, comprometimento e proatividade são
qualidades que os empregadores buscam para os seus funcionários, por mais
que você ache que o seu supervisor não está observando, tenha certeza de que
ele está registrando tudo o que você está fazendo.
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo
A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]glauci coelho
 
Tecnologias digitais de informação e comunicação (tdic
Tecnologias digitais de informação e comunicação (tdicTecnologias digitais de informação e comunicação (tdic
Tecnologias digitais de informação e comunicação (tdicBruno Mazoti
 
Arquitetura & Urbanismo
Arquitetura & UrbanismoArquitetura & Urbanismo
Arquitetura & UrbanismoMatheus Erik
 
Aula 6 planejamento urbano e amb
Aula 6   planejamento urbano e ambAula 6   planejamento urbano e amb
Aula 6 planejamento urbano e ambGiovanna Ortiz
 
Educação a distância[1]
Educação a distância[1]Educação a distância[1]
Educação a distância[1]rverdin3
 
Aula projeto de arquitetura
Aula projeto de arquiteturaAula projeto de arquitetura
Aula projeto de arquiteturaUNAERP
 
Linguagem bidimensional e tridimensional
Linguagem bidimensional e tridimensionalLinguagem bidimensional e tridimensional
Linguagem bidimensional e tridimensionalKadu Sp
 
62182805 apostila-projeto-de-interiores-i
62182805 apostila-projeto-de-interiores-i62182805 apostila-projeto-de-interiores-i
62182805 apostila-projeto-de-interiores-iDanuza Kitlaus
 
DESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICADESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICALuciana Santos
 
Arte da grécia antiga
Arte da grécia antigaArte da grécia antiga
Arte da grécia antigaAnaM187
 
Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)
Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)
Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)Carlos Melo
 
Cortes e fachadas
Cortes e fachadasCortes e fachadas
Cortes e fachadasYuri Daher
 
Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.Rafael Serra
 
Le Corbusier
Le CorbusierLe Corbusier
Le Corbusierhcaslides
 

Mais procurados (20)

Le Corbusier
Le CorbusierLe Corbusier
Le Corbusier
 
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
Aula 3 pre historia na arte e na arquitetura [revisado em 060314]
 
Arquitetura moderna
Arquitetura modernaArquitetura moderna
Arquitetura moderna
 
Arte Barroca na Europa
Arte Barroca na EuropaArte Barroca na Europa
Arte Barroca na Europa
 
Tecnologias digitais de informação e comunicação (tdic
Tecnologias digitais de informação e comunicação (tdicTecnologias digitais de informação e comunicação (tdic
Tecnologias digitais de informação e comunicação (tdic
 
Aula02 formacidade
Aula02 formacidadeAula02 formacidade
Aula02 formacidade
 
Arquitetura & Urbanismo
Arquitetura & UrbanismoArquitetura & Urbanismo
Arquitetura & Urbanismo
 
Aula2 cartas patrimoniais
Aula2 cartas patrimoniaisAula2 cartas patrimoniais
Aula2 cartas patrimoniais
 
Aula 6 planejamento urbano e amb
Aula 6   planejamento urbano e ambAula 6   planejamento urbano e amb
Aula 6 planejamento urbano e amb
 
Arte Gótica
Arte GóticaArte Gótica
Arte Gótica
 
Educação a distância[1]
Educação a distância[1]Educação a distância[1]
Educação a distância[1]
 
Aula projeto de arquitetura
Aula projeto de arquiteturaAula projeto de arquitetura
Aula projeto de arquitetura
 
Linguagem bidimensional e tridimensional
Linguagem bidimensional e tridimensionalLinguagem bidimensional e tridimensional
Linguagem bidimensional e tridimensional
 
62182805 apostila-projeto-de-interiores-i
62182805 apostila-projeto-de-interiores-i62182805 apostila-projeto-de-interiores-i
62182805 apostila-projeto-de-interiores-i
 
DESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICADESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DESIGN DE INTERIORES - UNID I INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
 
Arte da grécia antiga
Arte da grécia antigaArte da grécia antiga
Arte da grécia antiga
 
Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)
Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)
Uc3.desenho técnico aplicado_a_eletromecânica (1)
 
Cortes e fachadas
Cortes e fachadasCortes e fachadas
Cortes e fachadas
 
Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.
 
Le Corbusier
Le CorbusierLe Corbusier
Le Corbusier
 

Semelhante a A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo

Escritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos SetorialEscritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos SetorialMarco Coghi
 
Escritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos SetorialEscritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos SetorialMarco Coghi
 
MANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdf
MANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdfMANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdf
MANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdfJenilsonPires1
 
Tecnologia_das_Construcoes_I (1).pdf
Tecnologia_das_Construcoes_I (1).pdfTecnologia_das_Construcoes_I (1).pdf
Tecnologia_das_Construcoes_I (1).pdfPedro Guidara Junior
 
slides_da_videoconferencia_do_tcc.pdf
slides_da_videoconferencia_do_tcc.pdfslides_da_videoconferencia_do_tcc.pdf
slides_da_videoconferencia_do_tcc.pdfEtecProfessoraNairLu
 
[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)
[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)
[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)Alessandro Almeida
 
Master BIM_Introdução_Slides.pdf
Master BIM_Introdução_Slides.pdfMaster BIM_Introdução_Slides.pdf
Master BIM_Introdução_Slides.pdfluizcarvalho48315
 
Introdução ao Design Instrucional
Introdução ao Design InstrucionalIntrodução ao Design Instrucional
Introdução ao Design Instrucionaldesigninstrucional
 
Como ter sucesso em seus projetos
Como ter sucesso em seus projetosComo ter sucesso em seus projetos
Como ter sucesso em seus projetosFernando Palma
 

Semelhante a A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo (11)

Escritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos SetorialEscritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos Setorial
 
Escritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos SetorialEscritório de Projetos Setorial
Escritório de Projetos Setorial
 
MANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdf
MANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdfMANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdf
MANUAL_DO_MS_PROJECT_2013_E_MELHORES_PRA.pdf
 
Tecnologia_das_Construcoes_I (1).pdf
Tecnologia_das_Construcoes_I (1).pdfTecnologia_das_Construcoes_I (1).pdf
Tecnologia_das_Construcoes_I (1).pdf
 
slides_da_videoconferencia_do_tcc.pdf
slides_da_videoconferencia_do_tcc.pdfslides_da_videoconferencia_do_tcc.pdf
slides_da_videoconferencia_do_tcc.pdf
 
[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)
[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)
[slides] Planejamento, Execução e Controle de Projetos (2015: 2º semestre)
 
Master BIM_Introdução_Slides.pdf
Master BIM_Introdução_Slides.pdfMaster BIM_Introdução_Slides.pdf
Master BIM_Introdução_Slides.pdf
 
Introdução ao Design Instrucional
Introdução ao Design InstrucionalIntrodução ao Design Instrucional
Introdução ao Design Instrucional
 
Como ter sucesso em seus projetos
Como ter sucesso em seus projetosComo ter sucesso em seus projetos
Como ter sucesso em seus projetos
 
LIVRO_UNICO I.pdf
LIVRO_UNICO I.pdfLIVRO_UNICO I.pdf
LIVRO_UNICO I.pdf
 
Iniciando uma carreira de Tecnologia em 2023
Iniciando uma carreira de Tecnologia em 2023Iniciando uma carreira de Tecnologia em 2023
Iniciando uma carreira de Tecnologia em 2023
 

Último

Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 

Último (20)

Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 

A arquiteta - Curso-e-carreira-de arquitetura-completo

  • 1.
  • 2. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 1 ÍNDICE 1. Introdução 2. As etapas de projeto que você aprendeu na faculdade 3. O que a faculdade de arquitetura não te ensinou 4. As Diretrizes do MEC sobre o ensino e os objetivos da faculdade na formação do aluno 5. Como saber se estou preparado para abrir meu próprio escritório 6. Como saber se tenho perfil para empreender na área da Arquitetura 7. A experiência profissional: sua reputação 8. O que o Arquiteto precisa saber para trabalhar com Arquitetura de Edificações 9. O que o Arquiteto precisa saber para trabalhar com Design de Interiores. 10. Como produzir desenhos para Design de Interiores 11. Pesquisa mostra quais os programas mais exigidos pelos escritórios de Arquitetura 12. Você está preparado para estagiar? 13. A diferença entre Projetar e Desenhar 14. Quero cursar Arquitetura preciso saber matemática 15. Preciso saber desenhar para fazer Arquitetura? 16. O que você precisa saber antes de dar início as obras em apartamento 17. Quero construir, o que fazer? 18. Questões técnicas pré-projeto 19. Autorização de obra para reforma em apartamentos
  • 3. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 2 Primeiro nasce um sonho, depois um Arquiteto e só depois um profissional completo. A faculdade é o início da realização de um sonho, mas esse sonho vai muito além do que você aprendeu que seria na sala de aula...
  • 4. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 3 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO - Quem sou: Meu nome é Luciana Paixão, Arquiteta Urbanista e Técnica em Edificações, atuante na área da construção civil desde 1997, comecei na carreira como você, estagiando em pequenos escritórios de arquitetura, desenhando para Arquitetos mais experientes e descobrindo na prática e aos trancos e barrancos, o que as faculdades de Arquitetura infelizmente não nos ensinaram para que pudéssemos trilhar com mais clareza e segurança o nosso caminho profissional. - Histórico: Minha história muitos já conhecem, desde muito cedo estive envolvida com projetos de arquitetura e já me destacava dentre os demais alunos pela desenvoltura com os materiais de desenho e programas para arquitetos. Fora da sala de aula, participei da rotina diária de diversos escritórios de Arquitetura e durante esse tempo pude perceber o quão distante das necessidades reais do aluno estavam os conhecimentos desenvolvidos durante a faculdade. Antes mesmo de terminar a faculdade, ficou claro para mim que essa disparidade iria e muito, comprometer ou dificultar a formação profissional dos colegas que ali estavam sonhando o mesmo sonho que eu e então, percebi que algo teria que ser feito. - O blog: Levada pela necessidade de orientar os colegas de classe, o blog e os primeiros cursos surgiram com o objetivo único de canalizar todas as informações que eu tinha aprendido na vida prática profissional e que, infelizmente não foram abordadas em sala de aula. Passei então a orientar e compartilhar desse conhecimento para aquelas pessoas que se interessavam em se aprimorar além do conteúdo apresentado em sala de aula e com o blog, pude alcançar um maior número de pessoas que estavam vivendo na falsa crença de que a faculdade ensina tudo o que
  • 5. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 4 precisamos saber para criarmos uma carreira promissora e de sucesso. - O que é ensinado na faculdade A faculdade é o melhor e maior caminho que o indivíduo pode trilhar para começar a se construir uma carreira sólida, tendo acesso aos conceitos técnicos de ponta. Só se aprende a projetar em sala de aula, porém a jornada profissional é muito mais complexa que as aulas de desenho arquitetônico ou projetos especiais ministrados pelo professor. Ela é só a ponta do iceberg, um norte a ser seguido pelo aluno, o dia a dia de um Arquiteto é muito mais do que pranchas de apresentação e um trabalho de TCC, isso eu garanto para você!
  • 6. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 5 CAPÍTULO 2 - AS ETAPAS DE PROJETO QUE VOCÊ APRENDEU NA FACULDADE Na faculdade de Arquitetura, somos inundados por conhecimentos dos mais variados assuntos durante os 5 longos anos que vivemos em sala de aula, porém, por mais que você acredite que esse tempo é mais do que o suficiente para que os professores transmitam ao aluno todo conhecimento suficiente para formá-lo um profissional pleno e totalmente apto para desenvolver uma bem- sucedida carreira, saiba que a coisa não é bem assim. Existem outros assuntos não menos importantes, que infelizmente você não vai aprender em sala de aula e que vai te fazer falta na vida profissional. Infelizmente não é possível aprendermos tudo durante a faculdade de Arquitetura, não porque os professores ou as faculdades não queiram ensinar, mas sim porque não dá tempo para ser falado ou ensinado tudo o que é necessário saber para conquistar espaço no mercado de trabalho da arquitetura. Muitas das práticas profissionais que tanto precisamos ter conhecimento são, infelizmente, aprendidas na vida prática profissional mesmo, a disciplina de Arquitetura principalmente, é uma das mais complexas e extensas, onde o professor tem muito a falar e ensinar, porém, em pouquíssimo tempo. Fica praticamente delegado aos estágios a tarefa ou missão de informar sobre os procedimentos práticos do dia a dia do profissional e aí não tem jeito, só vivenciando na prática para aprender. Na faculdade aprendemos que um projeto de arquitetura nasce da relação arquiteto x cliente. Um plano de ideias e um programa de necessidades são traçados baseados nas funções estéticas e espaciais, resultando assim no que chamamos de projeto de arquitetura. O projeto de arquitetura consiste na divisão de etapas de trabalho de acordo com sua fase: - ESTUDO PRELIMINAR é o primeiro passo onde são exibidos o conceito, o programa de necessidades e as soluções construtivas adotadas.
  • 7. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 6 - ANTEPROJETO é a etapa posterior ao Estudo Preliminar nela são apresentadas com maior definição as soluções técnicas e estéticas adotadas pelo arquiteto, incluindo plantas, cortes e elevações, podendo até apresentar volumetrias ou maquetes. Não preciso dizer mais nada sobre essas duas etapas iniciais, não é verdade¿ Na faculdade você aprende tudo sobre ela, pois é NESTA fase que o aluno trabalha a maior parte do tempo nas aulas de projetos. As fases seguintes são: - PROJETO LEGAL OU PROJETO DE APROVAÇÃO, também conhecido como Projeto para Prefeitura, como o próprio nome diz é um projeto a ser apresentado a PM (prefeitura municipal), de modo a registrar em forma de documento a construção ou regularização de uma edificação. Esta etapa não é mesmo importante que as demais, e dependendo do foco que você for dar a sua carreira vai ser necessário entender para que servem esses projetos. È muito importante para o aluno entender a função do projeto legal, no entanto quando o assunto é abordado nas salas, ele acontece de forma muito superficial. Alguns arquitetos não trabalham com aprovação, outros só trabalham com isso. - PROJETO EXECUTIVO: Onde são detalhados todos os itens e disciplinas do projeto com a finalidade de ser utilizada na obra, é nele que o arquiteto especifica dimensões, acabamentos, materiais utilizados, sistemas construtivos, tipologias, pontos hidráulicos e estruturas gerais. É o projeto que vai para obra, onde o construtor acompanha todas as especificações que o autor do projeto anotou. Ele é diferente em escala e nível de detalhamento quando comparado aos demais desenhos das fases anteriores. É uma das fases que mais “dão trabalho” ao Arquiteto, pois trata-se de desenhos minuciosos, ricos em detalhes que não aparecem nos anteprojetos e no projeto legal. É baseado nos executivos que o construtor consegue edificar a construção ou ainda sanar dúvidas naquele momento em que o arquiteto não estiver presente no local. Independente da forma como os projetos são desenvolvidos na fase de estudante, se a mão no papel manteiga ou no computador no AutoCAD, o que, diga-se de passagem, é pouco provável que o aluno consiga aprender de fato a dominar um programa de arquitetura em poucas horas-aulas semanais, é importante que ele saiba o que é necessário representar no projeto.
  • 8. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 7 Na faculdade o professor está preocupado em ensinar ao aluno as técnicas projetuais/concentuais que “esquecem” de entrar com mais profundidade nas práticas profissionais tão importantes que o aluno vai precisar ter conhecimento ao se formar. Existem assuntos que são poucos ou nada abordados em sala de aula como o projeto legal e os executivos de forma geral, por exemplo, e também os não menos importantes assuntos como técnicas e estratégicas de como abrir seu próprio negócio se quer são levantados em sala de aula. Prospecção de clientes, montar e gerenciar uma equipe qualificada de profissionais, e a estruturação do seu negócio como um todo, incluindo as instalações físicas, equipamentos, ferramentas de trabalho, sem falar da abordagem dos aspectos comerciais, contábeis como financeiro/fluxo de caixa, jurídicas e tributárias, são raramente discutidos. A universidade forma você, mas não integralmente. Ela trabalha no aluno os conceitos para desenvolver projetos de arquitetura que vão desde uma residência térrea simples de 3 dormitórios até um edifício multifuncional ou um museu com uma arquitetura única e magnifica, mas não te ensina a criar sua metodologia de trabalho de modo que você ingresse no mercado de trabalho de forma segura, muito pelo contrário, o aluno, que já não é mais aluno, e sim um profissional júnior que ingressa no mercado de trabalho, ingressa sem ter noções mínimas sobre técnicas mais aprofundadas sobre sua própria profissão, e tão pouco sobre os demais assuntos correlatos a sua carreira como administração de negócios, marketing, e empreendedorismo. Ele sai da sala de aula sem saber o que fazer e por onde começar! Esse é o cenário que estão vivenciando os recém-formados já faz algum tempo e é exatamente para evitar que chegue a esse nível de deficiência que criei cursos que possam complementar o que foi ensinado na faculdade, como por exemplo, os cursos de Projetos de Prefeitura e Projetos Executivos.
  • 9. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 8 CAPÍTULO 3 – O QUE A FACULDADE DE ARQUITETURA NÃO TE ENSINOU A faculdade é o melhor caminho que um indivíduo pode escolher para começar a construir uma carreira profissional, tendo acesso a informações e conceitos técnicos que vão contribuir de forma eficiente para a sua formação. Não se pode acreditar que se pode ser Arquiteto por ser apaixonado por arquitetura, por dominar um programa técnico ou ferramenta de arquitetura ou simplesmente por se conhecer bastante sobre a área. Para ser arquiteto é preciso cursar uma faculdade! Os cursos livres concluídos fora da faculdade complementam o conhecimento que não foi ensinado em sala de aula e jamais o substitui a formação dentro do campus da universidade. A profissão de arquiteto é regulamentada, atualmente é regido pelo CAU: Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Para exercê-la é obrigatório possuir diploma de bacharel em Arquitetura emitido por curso superior reconhecido pelo MEC e obter o registro profissional no Conselho de Arquitetura e Urbanismo da região onde atua. Só se “aprende” a projetar em sala de aula. É na sala de aula que o professor apresenta os primeiros passos das atividades atribuídas ao profissional para o aluno, porém, essa jornada profissional é muito mais complexa do que as teorias de tudo o que você aprende na sala de aula ou ainda, nas aulas de desenho arquitetônico ou projetos especiais ministrados pelo professor na faculdade. O que a faculdade ensina é só o começo, é só a ponta do iceberg, o dia a dia do Arquiteto é muito mais do que as pranchas de apresentação de um trabalho de TCC, ou de desenhar supostos museus, centros culturais, edifícios de múltiplas funções e etc. Se você acredita que se tornar um Arquiteto é passar por isso e tirar um 10 no seu trabalho de conclusão final, que isso vai garantir que você esteja pronto e preparado para o mercado, eu digo pra você: NÃO SE ILUDA! A rotina do profissional habilitado vai muito além das simples atividades desenvolvidas em sala de aula, isso eu garanto a você!
  • 10. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 9 O objetivo deste artigo e do meu trabalho como um todo é conscientizar aos alunos e aspirantes a alunos do curso de Arquitetura, que a nossa carreira é muito mais complexa do que se imagina ser. Antes de escolher uma Universidade fique atento a grade curricular que ela adota. A grade vai mostrar qual o direcionamento que a sua formação vai ter e o que você vai precisar buscar “por fora” para complementar deficiências. Tenho observado a real situação dos alunos de arquitetura que estão saindo das salas de aula para o mercado de trabalho e, comparando ao que eu aprendi no tempo do curso técnico há quase 20 anos atrás, (não estou nem falando do curso superior) posso com toda certeza afirmar que tem muita gente saindo hoje das faculdades sabendo menos do que se sabia há décadas atrás no curso técnico! Isto é, devido à questão da grade curricular, algumas faculdades de Arquitetura têm “enxugado” muitas disciplinas e conteúdos de extrema importância na formação do aluno, deixando uma lacuna que fará falta lá na frente, muitas vezes dá-se prioridade em alguns assuntos em detrimento de outros. Eu sei que os tempos são outros, muita coisa mudou, mas existem coisas que não mudam radicalmente. Com objetivo de oferecer mensalidades que “caibam” no bolso dos alunos, que muitas vezes só trabalham para pagar a faculdade, as universidades realizam cortes de investimentos e reduzem custos que comprometem a qualidade do ensino, é o que está sendo chamado atualmente de comercio do ensino do superior. O aluno investe 5 anos em uma faculdade, que ao se formar, não servirá de muita coisa, pois para entrar para o mercado, ele vai precisar logo de cara fazer muitos cursos complementares ou ainda uma pós-graduação e o salário será bem inferior ao que determinam os sindicatos devido o nível de conhecimento técnico obtido, isso tudo sem falar na concorrência que está a cada dia mais acirrada e sempre perde quem sabe menos. Um verdadeiro círculo vicioso, não é verdade?
  • 11. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 10 Por isso eu digo e repito: Não espere pelo o que a faculdade tem a te ensinar. Busque por mais! Pergunte para o seu professor o que mais você poderia fazer, por exemplo, de modo a complementar o que falta na faculdade. Nessa fase da vida, a maioria dos alunos ainda é muito jovem e ao contrário do que alguns possam acreditar, essa fase de imaturidade pode jogar contra você, eu penso que quando se é jovem, essa fase só tem a colaborar quando o assunto é tempo e disposição, você tem ao seu favor o frescor da juventude, tire proveito disso e não espere o tempo passar para aprender. Quando somos jovens temos aquele gás que aos 30 ou 40 já começa a perder força. Nessa fase que se tem melhores condições de realizar mais de uma atividade junto com a faculdade. Sei que não é fácil, mas depois de formado a coisa não melhora... Por isso, fique atento e prepare-se o quanto antes. Esteja preparado para exercer a sua profissão de forma completa.
  • 12. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 11 CAPÍTULO 4 - AS DIRETRIZES DO MEC SOBRE O ENSINO E OS OBJETIVOS DA FACULDADE NA FORMAÇÃO DO ALUNO. Ficamos o tempo todo aqui no blog mostrando para o aluno as “deficiências” de um curso de Arquitetura na formação profissional para o aluno, que às vezes não somos “justos” com os objetivos do ensino superior em nossas vidas. Você sabe o motivo porque as faculdades, seja ela qual for, não ensinam tudo o que precisamos aprender para a vida profissional. O Professor Douglas, um leitor do nosso blog que é professor universitário, gentilmente nos explica! MEC: Ministério de Educação e Cultura. As diretrizes do MEC publicadas em 2010 estipulam um conjunto de conhecimentos básicos que determinam que o estudo não seja terminado na universidade e que também, não detém todo conhecimento necessário para a formação do aluno academicamente. A formação do aluno, de acordo com o Ministério, é dada por pesquisa, extensão, cursos, estágios, pós-graduação e prática profissional. Na verdade, todo curso de graduação no país segue este entendimento, ou seja, nenhum profissional consegue ser formado em sua totalidade só assistindo às aulas e depende dele, de sua iniciativa e vontade, continuar sua formação por toda a vida. Por que o Estudo Preliminar e Anteprojeto? As escolas de arquitetura focam no projeto preliminar e no anteprojeto porque são a fase crítica do ensino de como projetar, pois nesta etapa são elencados fatores macro como implantação, relação urbana, relações sociais construída-alteradas, eficiência, enfim, diversos critérios que afetam todo o restante. Neste momento inicial, a quantidade e a subjetividade dos temas invocados exigem prática e experimentação contínua para fortalecer e fomentar
  • 13. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 12 uma visão crítica, humana e expressiva da arquitetura e urbanismo. Este tipo de atitude dificilmente se constrói no mercado que é, infelizmente, muitas vezes avassalador, redutor e técnico. As fases seguintes são mais técnicas, burocráticas e, apesar de envolverem decisões críticas de projeto, são mais repetitivas e condicionadas pelas fases iniciais. Neste sentido a universidade apresenta este panorama, mas foca no outro, inicial e mais frágil. - A função do aluno: Um aluno de arquitetura que não desenvolve a visão crítica e social da arquitetura, acaba por entrar no mercado como reprodutor de consensos e passa a atuar mecanicamente no escritório, sem criação ou liberdade. Este sujeito, pouco contribui para o fundamento da arquitetura que é operar na escala humano-urbana. Sem o exercício tantas vezes realizado em cada disciplina de projeto, a universidade cai em uma reprodução de um sistema apático, técnico e formador de tecnólogos ao invés de focar no seu objetivo, formar cidadãos graduados em ensino superior. Deste modo, é normal e até desejável, que este conteúdo de desenho que apresenta, seja finalizado no mercado porque se atém às tecnologias mais atuais. - O curso ideal: Um curso de arquitetura que abrangesse todas as atribuições do CAU necessitaria de pelo menos 10 anos de graduação e no fim deste período o aluno já estaria desatualizado. É necessário entender que existe a parceria mercado-universidade e que cada um tem sua atribuição.
  • 14. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 13 Depender da universidade para absorver todo conteúdo necessário à formação é uma atitude relapsa e passiva. Sabemos que o conhecimento nunca é absorvido, mas construído principalmente pela iniciativa do aluno. Por isso que sempre digo que os 3 pilares que mantém um aluno de arquitetura no mercado são: O ensino curricular é básico e primordial, ele é o primeiro passo para o desenvolvimento do profissional. O ensino extracurricular é o complemento do conhecimento básico necessário para quem deseja ingressar no mercado de trabalho em menos tempo. O estágio, desde que realizado com acompanhamento de profissionais mais experientes e que ensinarão práticas profissionais de relevância, é muito importante para a formação do aluno. Fazer qualquer estágio por fazer, para cumprir horas, (eu sei que é difícil achar boas vagas no mercado) não vai acrescentar muita coisa, por isso escrevi um artigo sobre estagio anteriormente abordando esse assunto, dou dicas de como se preparar para o estágio. E por fim o ensino continuado: Cursos de especialização, pós-graduação e mestrado aumentam o leque de conhecimentos e de possibilidades profissionais do aluno. Lembre-se: O aprendizado nunca termina.
  • 15. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 14
  • 16. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 15 CAPÍTULO 5 - COMO SABER SE ESTOU PREPARADO PARA ABRIR MEU PRÓPRIO ESCRITÓRIO? Nesse capítulo vamos fazer uma análise sobre tudo que foi apresentado até o presente momento, é com base nessa análise que vamos poder avaliar se você passou por todas as fases da evolução de um profissional e já tem condições de alçar um voo solo, trilhando assim seu próprio caminho. Essa trajetória não é tão simples ou fácil como muitos acreditam ser, muitos fatores devem ser levados em consideração antes de tomar a iniciativa de abrir seu próprio escritório. Quando decidi trabalhar sozinha eu simplesmente achava que tudo o que eu precisava era só alugar uma sala comercial e começar a prospectar clientes, mas a coisa é bem mais complexa do que imaginamos! Questões como planejamento, tributos, capital de giro nunca passaram pela minha mente, pois na faculdade infelizmente não aprendemos essas coisas. Muito do que descobri ser necessário ter ou conhecer para abrir um escritório de arquitetura veio bem mais tarde, por experiência prática, pesquisa e ajuda de outros profissionais. Antes de entrarmos na questão burocrática ou prática da coisa, vamos abordar um outro assunto: A sua experiência como profissional. É muito difícil pra um profissional que acabou de sair da faculdade já montar seu próprio negócio assim logo de cara, principalmente por ele não ter maturidade e experiência suficientes para os altos e baixos que todos os profissionais que trabalham por conta sempre enfrentam vez por outra. Antes de abrirmos nosso próprio escritório eu sugiro que ainda tenhamos que trabalhar muito com os colegas de profissão mais experientes, para que dessa forma aprendamos com eles o que iremos aplicar em nossa vida profissional quando trabalhando sozinhos. Pelo menos é assim que acontece na maioria dos casos! Esse período de tempo é muito relativo, pode ser de 5 a 10 anos depois de formado, mas esse tempo pode sim fazer muita diferença e pra melhor, em nossa experiência. Para aqueles que têm a veia empreendedora, o processo é natural, veja, por exemplo, quando um funcionário de uma empresa é muito bom no seu cargo e ele tem consciência disso, ele naturalmente se torna um empresário,
  • 17. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 16 deixando seu emprego e abrindo seu próprio negócio. É certeza! Ele não vai usar de seu conhecimento para servir de escada para outro profissional por muito tempo. Ele vai se planejar e mais cedo ou mais tarde, por si só, ele vai escalar a montanha sozinho, pois ele se conhece e sabe que ele tem competência pra isso, ele o fará! Mas para isso acontecer é necessário que ele tenha no seu DNA o dom do empreendedorismo, caso contrário é provável que ele vá permanecer na condição de empregado em uma empresa de sua escolha, ou concursado em algum órgão, fazendo sua carreira sem nenhum problema e ainda feliz e satisfeito como acontece com a maioria dos profissionais de todas as áreas, pois empreender é um dom nato e se o profissional não tem esse dom então é melhor que seja como é com a maioria, que seja feliz no que ele se propôs a realizar, um trabalho formal em alguma empresa, com hora para entrar e sair. A gente sabe que tem empresa que “explora” o potencial do funcionário ao máximo, não são todas, claro, mas tem empresas que exige mais do que o funcionário humanamente é capaz de produzir em um dia de trabalho, pois elevando a produção ele evita contratar mais pessoas, gerando consequentemente menos custos para sua empresa. É complicado falar sobre isso, porém é mais ou menos assim que também pode acontecer, o profissional acaba trabalhando muito mais do que ele realmente aguenta recebendo menos do é justo ou do que ele merece. Ser empreendedor significa muitas vezes não ter horário para começar e para terminar o trabalho no dia a dia. Eu amo o que eu faço, eu trabalho facilmente por dia 10 a 12 horas, já cheguei a trabalhar 16 horas em um dia por um certo tempo, e só não trabalho mais por conta das questões pessoais, chega um momento que devemos avaliar o que nos é importante também. Hoje já me dou o privilégio de trabalhar somente 8 horas porque eu já estou aí na luta há algum tempo, mas pra quem está começando o jeito é arregaçar as mangas e não ter medo do trabalho! Isso significa que não tem dia e nem hora para começar e muito menos para terminar! Quem não estiver disposto a abdicar de algumas horas livres e até mesmo com a família, não estará pagando o preço do sucesso. De início é um pouco sofrido, mas depois com as coisas mais estabilizadas elas se rearranjam naturalmente.
  • 18. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 17 Por isso é necessário ter um planejamento e um capital de giro mínimo pra sua segurança e fazer também uma análise da economia e de mercado de trabalho para se avaliar se o momento é propicio ou não para tomar essa decisão. Eu sugiro que você deva adiar uma decisão a ser tomada somente em frente a um problema de ordem externa, nesse caso a economia do nosso país, por exemplo, de modo que você não dê um salto no escuro, é melhor ter segurança nas decisões. Por isso pense e avalie. Agora que já falamos do perfil do profissional vamos à parte prática do negócio. Ao pensar em abrir seu escritório algumas medidas devem ser observadas previamente como: - Associações aos conselhos e entidades de classe: Como eu já mencionei várias vezes nesse material assim como no meu primeiro livro Projetos de Prefeitura, o Manual do Profissional da Construção Civil, para trabalhar como profissional devidamente habilitado você deve estar em dia com o que determina os Conselhos e Associações, assim como as contribuições sindicais e inscrições municipais, caso tenha dúvida sugiro que leia também esse manual que preparei para você. É Básico! Quanto à entidade de classe e sindicato relacionados à sua área de atuação, também é interessante que você se associe, pois é uma maneira eficiente de obter informações que venham lhe auxiliar sobre o mercado de trabalho, lembrando que elas existem para defender os nossos interesses e dos profissionais que as representam. Trabalho autônomo ou abrir uma empresa? Para o profissional é mais confortável que ele trabalhe como empresa do que como profissional autônomo, mas as obrigações e gastos em compensação são um pouco maiores. Para ser empresa o faturamento deve ser superior a cerca de 5 mil reais. A segurança jurídica é algo que torna mais segura a elaboração de contratos com diminuição de serviços prestados e outros de quem abre empresa. Mas o profissional autônomo também não fica atrás com gastos, só com previdência social, por exemplo, já se tem um custo em torno de 20%. Por isso esta é uma decisão a ser tomada com muita cautela, pois conheço muitos profissionais que já abriram suas empresas e que depois de certo tempo, por questões burocráticas e de impostos, decidiram encerrar a empresa e
  • 19. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 18 trabalhar como autônomo, pois os custos são um pouco menores. Ao decidir abrir uma empresa, alguns consultores indicam que para esse nosso segmento o ideal é abrir em parceria com outros profissionais para que haja vantagens de tributos, PORÉM, esse assunto é um dos mais delicados que possa existir, pois sociedade é coisa séria! E nem sempre os sócios comungam das mesmas opiniões e objetivos. Sociedade é como um casamento, na minha opinião é até mais difícil que casamento, pois no casamento ainda existe um fator de união muito forte, que é o amor e já na sociedade o que fala mais alto é o dinheiro mesmo, por isso deve-se escolher muito bem seu sócio, pois por experiência própria, sabemos que um sócio tem o poder de afundar uma empresa como infelizmente aconteceu comigo. Naquela ocasião, a sócia na condição de investidora era quem questionava a tudo, colocando em risco as decisões mais importantes a serem tomadas, dificultando negociações e gerando insatisfação geral, por isso aconselho que ao optar por um sócio, principalmente investidor que pode não ter conhecimentos na área e aí consequentemente fazer da sua vida e do seu negócio um verdadeiro inferno, você tenha muita cautela e conheça bem a pessoa. - Contratar um Contador: Abrir uma empresa requer conhecimentos tributários e fiscais básicos, que infelizmente, normalmente não temos para podermos tomar decisões acertadas. Planeje os custos com esse profissional e os impostos a serem pagos para que desagradáveis surpresas não aconteçam em nossa folha no final do mês. Os impostos são os mais diversos, nosso país é campeão em recolhimento de taxas como INSS, ISS, ISSQN, IR sendo que este último pode ser de até 27,5%, de acordo com a tabela progressiva de pessoa física e outros. São custos mensais que você deverá inserir em sua lista orçamentária. Para abrir uma empresa você também terá que fazer um investimento, geralmente não é muito caro fica entorno de 1 a 2 salários mínimos e o tempo de abertura vai de 30 a 60 dias dependendo do profissional, você também pode fazê-lo, mas eu não aconselho, pois isso pode resultar em custos inesperados ou mesmo adicionais por opções inadequadas devido à falta de conhecimento na área. Você vai arcar com os custos de abertura e com os serviços do profissional de assessoria contábil ou jurídica que você contratar.
  • 20. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 19 O contador também vai indicar o melhor o tipo de empresa para você através do Contrato Social, onde constarão todas as regras de funcionamento da empresa e dos sócios. Com o contrato social em mãos, o segundo passo é registrá-lo no CNPJ e na prefeitura do seu município onde está situada a sede da empresa e, em seguida, no CAU ou CREA. Será necessária a solicitação do alvará de funcionamento da prefeitura, assim como o AVCB do corpo de bombeiros. A carga tributária sobre o faturamento por lucro presumido está em torno de 11% sobre cada nota fiscal emitida, somada a ISSQN do seu município. - Contratar um Advogado: Quando você abre uma empresa logo você vai precisar consultar ou contratar um advogado, pois ele é uma figura importante principalmente na formação de contratos e até relações trabalhistas. Consulte e escolha um bom profissional, que tenha boas referências e disponibilidade de tempo para o que necessita o profissional, no caso você! E é conveniente que o escritório dele seja próximo ao seu, isso facilita as idas e vindas das viagens para reuniões de negócios. - A contratação de funcionários: Essa é uma das questões de maiores custos na empresa, sendo você autônomo ou com empresa aberta todos os funcionários devem ser registrados, por isso que muitas empresas contratam profissionais ou estudantes em caráter de estagiários. Escolha bem seu estagiário, com base em todo o conteúdo desse livro você já tem condições de escolher bem um assistente, ou ainda treiná-lo para que este lhe atenda em suas necessidades. - O capital de giro: Antes de começar seu negócio de forma independente é preferível que o profissional tenha uma reserva financeira para começar o negócio, até que seja atingido o faturamento mínimo desejado ou até atingir os lucros desejados, mas para isso deve-se levar em consideração a estrutura do seu negócio, nele estão inclusos os pró-labores, ou seja, os salários de remuneração fixa, assim como os gastos fixos de consumo como água, luz, telefone, internet e encargos. Tendo calculado esses gastos fixos, alguns profissionais da área administrativa aconselham a multiplicar o valor por 6 para que seu negócio esteja com um resguardo de no mínimo 6 meses.
  • 21. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 20 Outra questão que passa despercebida muitas vezes são os gastos com equipamentos. Uma lista de maquinário que você pode tomar como um plano de partida são computadores, impressora e/ou plotters, scanners e principalmente os softwares! São custos que não devem passar despercebidos, principalmente se você pretende abrir um escritório onde trabalharam muitas pessoas. As licenças não são muito baratas ainda mais quando é uma para cada máquina. As licenças estudantis são para você utilizar quando na condição de estudante, uma vez formado é preciso que você adquira os programas originais para que você tenha direito de utilizá-lo sem correr o risco de ser surpreendido e penalizado. Outros custos com equipamentos são telefones fixo e móvel, geladeira, forno micro-ondas e/ou fogão, cafeteira, ar condicionado e outros de apoio ao bom funcionamento do escritório. Coloque em uma planilha todos esses custos, se você não tem ideia faça uma pesquisa de mercado, consulte os colegas, pergunte aos seus professores e monte todo um planejamento e cronograma financeiro de quanto você vai precisar e, só aí programe quando será possível partir para a ação e abrir seu escritório de arquitetura ou design de interiores. Além do espaço físico próprio ou alugado, o ambiente coorporativo pode ser de início substituído pelo Home Office. Para você que está começando e deseja trabalhar sozinho, sem ajuda de funcionários, o modo autônomo é uma boa solução, eu mesma conheço vários que trabalham assim e obtém muito sucesso. Você pode suprir a deficiência do espaço para atendimento do seu cliente indo até o seu cliente, ele pode se surpreender com sua iniciativa. Ofereça para ir até seu escritório ou mesmo residência. Caso não seja possível, ainda tem a possibilidade de você alugar salas equipadas por pequenos períodos apenas para reuniões com os clientes. É uma ótima solução. Quanto aos impostos, claro que isso não irá mudar muita coisa em relação a tributos e investimentos com equipamentos e softwares, mas alivia na questão dos gastos com aluguel. Monte um Home Office em sua casa com capricho, criando um ambiente organizado e agradável e não será necessário de início que você precise arcar com despensas de aluguel, por exemplo. Trabalhar em casa é tendência mundial, você sabia? Aproveite desse charme e privilégio que poucos podem ter.
  • 22. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 21 - Como conseguir clientes: Uma das formas mais comuns e eficientes de conseguirmos clientes é fazer propaganda de si próprio. Não é nenhuma vergonha divulgar a si mesmo! Propaganda como todos sabem, é alma do negócio! Quem não é visto, não é lembrado! Além das usuais distribuições de cartões de visitas a propaganda boca a boca é de muita valia, principalmente se você estabelecer seu negócio em uma área onde você já é conhecido, como o seu bairro por exemplo. Já vá espalhando que você está concluindo o curso de arquitetura e que, em breve, estará disponível para realizar alguns trabalhos e logo todos saberão, sendo assim quando a oportunidade aparecer você será procurado. Sociabilize-se, esteja em contato com seus potenciais clientes, visite feiras, simpósios, reuniões, conferências, faça networking, esteja sempre em contato com os tipos de clientes que deseja ter, mas haja de forma natural, pois ninguém gosta de vendedor chato. Será difícil separar sua vida pessoal da profissional, então relaxe e seja você mesmo, falando do seu trabalho de forma natural onde quer que esteja. Comece com pequenos trabalhos, buscando sempre por conselhos de quem já está na área há mais tempo que você, com isso você pode conseguir indicações de bons profissionais da construção civil e montar sua equipe de fornecedores de mão de obra e material. Faça parcerias, é uma forma de você colocar seu nome em projetos de grande porte, para ser visto e posteriormente lembrado e contratado. Existem vários livros sobre marketing pessoal e marketing de negócios, e eu sugiro que você leia:
  • 23. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 22 Assim que você terminar de ler o primeiro dos 3 ou 4 livros dessa sequência, você vai entender que você é quem faz a diferença quando o assunto é conquistar o cliente. Não tenha dúvidas que o cliente escolhe o profissional não só pelo serviço que este presta, mas sim, pelo fator pessoal também! Eu li todos! Leia e depois me conte! O atendimento ao seu cliente vai ser determinante para que ele feche negócio com você, use as táticas dos livros que eu indiquei e você obterá bons resultados. A forma como você irá apresentar seus projetos, eu praticamente expliquei todas anteriormente quando apresentei as ferramentas. Utilize de todas as dicas de programas que eu passei como os passeios virtuais, as imagens 3D e os diferenciais do BIM e orçamento. Quanto mais preciso for, isso pode em muito cativar o cliente, pois a maioria é muito visual e essas ferramentas ajudam muito nessas situações de estética. O segredo nesse caso estará na qualidade do seu projeto e a forma de representação será a cereja do bolo somente.
  • 24. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 23 - Um orientador profissional: Depois que saímos da faculdade e ingressamos nos estágios, é sempre bom mantermos aquela famosa máxima da política da boa vizinhança. Mesmo que façamos vários estágios é sempre bom mantermos as portas de onde passamos abertas, pois não sabemos o dia de amanhã! E não é só isso! Quando mantemos um bom relacionamento com os profissionais que nos contrataram, podemos contar muitas vezes com a orientação profissional da parte deles para quando estivermos diante de alguma situação a qual não sabemos como lidar ou como resolver! Ser amigos dos ex-chefes pode trazer vantagens para todos, principalmente para você. A experiência de colegas com mais tempo na área é muito importante para quem está no início da carreira, por isso mantenha um bom relacionamento com um colega de modo que ele possa vir a se tornar seu orientador ou conselheiro, assim como o professor da faculdade ele vai te orientar para as questões práticas da vida profissional. E isso não tem dinheiro no mundo que pague! - Propaganda e Marketing: Esse assunto é o mais extenso de todos os tópicos anteriores, precisaria de um capitulo só com dicas. Utilize de todas as formas de exposição possível para ser visto! Crie um site, um blog ou um canal onde você possa expor seus trabalhos. Sempre registre seus trabalhos em imagens ou vídeo, isso ajuda muito na apresentação de sua experiência, os clientes gostam muito de ver o que já fizemos enquanto profissionais. De início, faça o máximo com o mínimo de recursos que você tiver, porém, posteriormente reserve em torno de 30 % do seu lucro para investir nessa questão. O importante é sempre investir!!! Você pode ainda ter outras despesas como investimentos com o desenvolvimento e registro de sua marca visual como logotipo, por exemplo. Construção de sites, registro de domínios e material de expediente, para isso consulte sempre um profissional da área, no caso o Designer. Personalize seu material, deixe-o com sua cara e assim você causará uma boa impressão. - Atualização Profissional: É importante que o profissional não se acomode e esteja sempre em busca de atualização profissional, realizando cursos de pós- formação e reciclagem, pois com o mercado sendo cada vez mais competitivo quem não se atualiza perde muitas chances à medida que vai sendo naturalmente excluído do mercado. - Tempo de retorno: É muito difícil mensurar, para muitos dos casos não há
  • 25. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 24 prazo determinado. Tudo ficará em cargo do seu desempenho, dos trabalhos realizados e dos resultados obtidos. Dito isso, faça sua avaliação, reflita e veja se está no momento de trilhar seu caminho solo, nunca devemos nos esquecer de que o Arquiteto é um realizador de sonhos! Devemos ser conscientes e sempre ter cuidado com nossas decisões de projeto e obra pois lidamos com os sonhos das pessoas e isso implica grande responsabilidade, lidar com o dinheiro alheio não é tarefa fácil de se cumprir e, muitas vezes, lidamos com as finanças de uma vida toda de um cliente. Abrace sua profissão com amor, mas também com responsabilidade.
  • 26. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 25 CAPÍTULO 6 - COMO SABER SE TENHO PERFIL EMPREENDEDOR PARA EMPREENDER NA ÁREA DA ARQUITETURA. O Arquiteto pode trabalhar para outros escritórios ou construtoras, mas também tem a opção de trabalhar em um negócio próprio. Independentemente de você ter ou não intenção de abrir seu próprio escritório, saiba que o feito não é tão simples ou fácil como muitos acreditam ser, muitos fatores devem ser levados em consideração antes de tomar a iniciativa de abrir seu próprio escritório, alugar uma sala comercial e se aventurar, antes disso é preciso se conhecer, avaliar se temos o perfil pessoal para trabalharmos de forma empreendedora. Empreender é um dom nato e se o profissional não tem esse dom então é melhor seja como é com a maioria, que seja feliz no que ele se propôs a realizar, um trabalho formal em alguma empresa, com hora para entrar e sair, pois empreender significa “perder” finais de semana, trabalhar fora do horário comercial e muito sacrifício pessoal. Quem não estiver disposto a abdicar de algumas horas livres e até mesmo com a família não estará pagando o preço do sucesso. Quem quer abrir seu escritório tem de ter em mente que não será nem de longe igual como se você trabalhasse nos escritórios dos colegas prestando serviços! O ritmo é outro. A responsabilidade de se trabalhar por conta é um peso que muitos não suportam nem por pouco tempo, o que dirá a médio ou a longo prazo. A vantagem de se empreender é que quando você empreende você determina muitas coisas em sua vida, inclusive o seu piso salarial. O salário base de um Arquiteto varia muito dependendo da região do Brasil, mas para quem tem visão empreendedora é muito mais negócio ser profissional autônomo desde que observadas todos os itens que isso implica do que um trabalhador sindical. Dentre todos os fatores burocráticos ou administrativos na hora de abrir um escritório o mais importante é saber se está na base da formação ser empreendedor.
  • 27. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 26 O que você é o que você que fazer? Qual o rumo que você quer dar na sua carreira? Saber se está preparado ou não para dar um passo à frente, avalie se é seu perfil trabalhar sozinho. Conhecer a si próprio, ter conhecimento de suas necessidades, capacidades e limitações, é fundamental nessa jornada e é importante não se deixar iludir pelo sonho do pote de ouro no fim do arco íris, você deve sim sonhar com o pote de ouro, é preciso muito trabalho antes de chegar até ele, pois a jornada é longa. Tomar uma decisão consciente e não de empolgação é o que você precisa fazer antes de tomar qualquer atitude precipitada. Conheço muita gente que não tem organização e tão pouco preparo, responsabilidade, ou estrutura emocional para trabalhar sozinho e se arriscar um voo solo com todos os altos e baixos que enfrentamos mês a mês, pois para quem trabalha sozinho, sabe que os 12 meses do ano nunca são iguais. O movimento, o faturamento, os trabalhos, tudo oscila de uma forma que pode te surpreender tanto positivamente como negativamente. Em um mês de trabalho você pode faturar o equivalente a três ou mais meses ou pode acontecer o pior, você receber menos do que imagina ou precisava, por isso é necessário ter um planejamento e um capital de giro mínimo para sua segurança. Escolher o momento propício é também fundamental. Fazer uma análise da economia e de mercado de trabalho para se avaliar se o momento é adequado ou não pode te ajudar a tomar essa decisão ou posterga-la. Viu só quanta coisa você precisa ter para tomar uma decisão de empreender? Empreendendo ou não, você precisa compreender a carreira real do arquiteto além do campus da faculdade. Por isso pense com cuidado e avalie-se em todos os aspectos antes de tomar qualquer decisão dessa importância, pois os prejuízos podem ser maiores que os financeiros, mas esse é assunto para o próximo artigo...
  • 28. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 27 CAPÍTULO 7 - A EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: SUA REPUTAÇÃO. Tenho observado alguns alunos recém-saídos da faculdade e que estão iniciando na carreira independente de forma desordenada e desorientada e que acaba resultando em uma experiência traumatizada e desastrosa, por pura e simples falta de orientação associada à falta de maturidade profissional, ou seja, experiência que ele deveria ter ao decidir dar um passo tão importante quando este. Fazendo uma analogia simples, seria tomado como imprudente aquele motorista que recém acabou de adquirir sua licença para dirigir, realizar uma viagem interestadual em uma rodovia de alta velocidade sozinho, sem ninguém e nenhuma experiência de direção. Acidentes graves e de consequências irreversíveis podem acontecer por excesso de confiança. O Arquiteto júnior, como chamamos os arquitetos que acabaram de sair da sala de aula, não tem a maturidade e experiência profissional, pelos motivos já descritos e em artigos anteriormente, para iniciar uma carreira solo, ou seja, abrir seu próprio escritório de arquitetura. Independente da profissão, todo profissional seja ele arquiteto, médico, advogado, tem um nome a zelar, uma reputação a ser preservada e quem já está no mercado há alguns anos sabe que no nosso meio a forma mais comum de indicar, conquistar ou perder clientes é pela indicação do famoso boca a boca. Assim como um profissional pode ser recomendado por um cliente pelo bom trabalho executado, ele pode também da mesma forma comprometer sua carreira. A velocidade com que a má indicação acontece é sempre mais veloz do que a da boa indicação, como diz o ditado: Notícia ruim corre rápido. A minha grande preocupação é que sendo levados pelo sonho e entusiasmo de ter um próprio negócio, o jovem Arquiteto pode sem querer comprometer a sua carreira logo no início, devido à falta de competência que advém da falta de experiência. Para se conseguir abrir seu escritório, prospectar clientes, ter uma rede de
  • 29. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 28 fornecedores e parceiros de qualidade, e tudo mais que um escritório precisa para se estabelecer é preciso mais que uma graduação. Não se consegue sem um bom networking. O networking só acontece quando você passa a fazer parte de um meio comercial, ou seja, uma empresa já estabelecida, com contatos reais. É muito difícil um Arquiteto Junior, recém-saído da faculdade, ter uma rede de relacionamentos boa o suficiente para trabalhar e ser reconhecido profissionalmente em sua região. Nossa área é movida a portfólio, reconhecimento profissional dos colegas e dos clientes através de um bom relacionamento comercial. Não é só você que tem um sonho, o seu cliente na maioria das vezes também o tem. E um projeto de um novo lar que foi sonhado há muito tempo pelo seu cliente é algo muito valioso e importante para ele colocar nas mãos de um “aventureiro”. Muitas vezes quando se está começando na carreira para conseguir clientes e começar a trabalhar, o profissional pratica preços mais atrativos, porém, hoje em dia, o cliente desconfiado já tem consciência de que em alguns casos, o barato pode sim sair caro e acaba optando pela segurança de ter como seu arquiteto um profissional com um bom portfolio e muito boas referências na praça, então o círculo pode se fechar e o jovem profissional não vai sair do lugar. Existe um consenso entre os profissionais que já avançaram um pouco mais em tempo e experiência na carreira, que quando se sai da faculdade o meio mais eficiente de ingressar no mercado é ingressar nos escritórios, empresas, construtoras que já estão atuando no mercado. Fazer parte de uma empresa vai proporcionar ao jovem profissional uma bagagem e uma experiência que vão culminar lá na frente de forma consequencial em vivência profissional e networking, que vão dar ao profissional mais segurança para se traçar uma nova trajetória em sua carreira, mas isso não acontece do dia para noite e varia muito de pessoa para pessoa. O mercado não tem tempo a perder com quem não tem experiência, e não
  • 30. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 29 se iluda, pois, a mentira tem perna curta, o seu cliente vai perceber seja pela sua postura e nível de conhecimento ou por um erro cometido de forma amadora que você não está totalmente maduro para desenvolver o trabalho que você está se propondo a realizar. Por isso eu insisto que é preciso, ainda na condição de aprendiz, que o aluno, seja na faculdade, depois dela ou por outros meios, sejam orientados quanto à vida do arquiteto na prática! Não só em desenhar, desenhar e desenhar como a maioria pensa que é por viver isso na sala de aula. Ser arquiteto é muito mais do que estão vendendo até mesmo nas faculdades ou nas redes sociais e, cabe a você, buscar pelas informações que vão te capacitar além do conhecimento dentro da sala de aula e formar o seu próprio senso crítico. Essa postura preserva você não só de erros amadores de baixa consequência, fruto da pouca experiência, mas vai te ajudar também a se resguardar de erros de gravíssimas e irreversíveis consequências.
  • 31. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 30 CAPÍTULO 8 - O QUE O ARQUITETO PRECISA SABER PARA TRABALHAR COM ARQUITETURA DE EDIFICAÇÕES. Os 4 pilares que sustentam o profissional no mercado. Como já abordei anteriormente, quando o assunto é o nível de formação da grade do curso de Arquitetura, o aluno tem que ter a consciência de que o curso aborda muitas disciplinas e que a extensa grade curricular faz com que não seja possível que o aluno aprenda, em profundidade, todos os assuntos que competem ao curso. É preciso muito mais tempo, dentro e fora de sala de aula, para que o aluno aprenda com eficiência tudo o que o profissional precisa saber para trabalhar como um Arquiteto de Edificações pleno. O foco do curso de Arquitetura na maioria das faculdades é sobre o desenvolvimento de projetos de arquiteturas. Disciplinas como a de Projetos Especiais que vai desde o Projeto 1 ao 10 por exemplo, é a grande prova de que o direcionamento do curso está em ensinar ao aluno os preceitos projetuais. Museus, Centros Culturais, Edifícios Multifuncionais são os assuntos mais abordados nas salas de aula. Trabalhar volumetrias e espacialidade são alguns dos pontos principais desses projetos e da disciplina. Só depois de formado o Arquiteto poderá exercer a sua profissão mediante a inscrição no conselho da classe, chamado CAU: Conselho de Arquitetura e Urbanismo que autoriza o exercício legal da profissão, e para exercer sua profissão plenamente, o aluno deve dominar outros assuntos que só vem com o tempo e a prática profissional .... Entre eles estão: 1. A Arquitetura na Prática, aquela que você não aprende na sala de aula. As fases de desenho que são abordadas em sala de aula ficam aquém do devido “exercício” na necessidade de prática do aluno no assunto, assim que ele se forma fica clara essa lacuna deficitária, deficiência que se não for logo corrigida pode dificultar a inserção dos arquitetos recém-chegados no mercado de trabalho.
  • 32. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 31 Além dos desenhos de arquitetura de edificações aprendidos em sala de aula, é preciso que o Arquiteto que deseja trabalhar como Projetos de Edificações, aprenda os demais desenhos das fases de projeto, necessários para se elaborar desenhos de arquitetura de outras naturezas, como os Projetos Legais e os Executivos de Obra. 2. O Projeto Legal ou Projeto de Aprovação O chamado Projeto de Prefeitura, também conhecido como Projeto para Prefeitura, como o próprio nome diz é um projeto a ser apresentado na prefeitura municipal (PM), de modo a registrar em forma de documento, a construção ou regularização de uma edificação de qualquer natureza e você que me acompanha aqui no blog já sabe da sua importância e da necessidade de saber elaborar um desenho ou projeto desse tipo, pois há muito venho falando sobre esse tema. Em meu e-book Projetos de Prefeitura, eu explico em detalhes todos os projetos que fazem parte desse assunto, bem como ensino também a elaborá-los dentro de um passo a passo prático e objetivo, que vai facilitar em muito a vida prática profissional de quem está começando na carreira. Sem os projetos de prefeitura, um Arquiteto não consegue exercer sua profissão com o foco nessa área de Arquitetura de Edificações, pois para construir ou reformar é OBRIGATÓRIO apresentar o projeto em prefeitura antes mesmo de começar a montar o barracão, com as primeiras instalações no lote. É da chamada responsabilidade técnica que os técnicos da prefeitura estão à procura, um responsável pela direção de obra. E não tem como ser diferente, pois é através do alvará do projeto aprovado que a prefeitura tem o controle sobre a real ocupação e uso do solo. Muitas cidades se encontram em crescimento desordenado com ocupações e construções irregulares devido à inobservância do cumprimento das leis do código de obras e do plano diretor da cidade. Cabe à prefeitura vistoriar e promover a regularização das edificações a fim não somente de ordenar a ocupação do solo da cidade, mas de evitar que grandes tragédias aconteçam por falta de supervisão. A fase de aprovação é a fase do nosso trabalho que consideramos mais
  • 33. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 32 “penosa”. O nível de exigência das prefeituras vem aumentando na proporção que as questões burocráticas dos departamentos públicos tornam o processo de aprovação lento e moroso, sendo necessário que o Arquiteto acompanhe de muito perto o andamento do processo, para que o tempo de aprovação não se estenda por um tempo maior que o de costume, pois a demanda de trabalho nos departamentos é muita e os técnicos da prefeitura são insuficientes para dar conta de todo o trabalho, sem contar os demais problemas que encontramos nesse percurso que ultrapassam muitas vezes a questão da ética profissional. A fase seguinte a do projeto legal, que você provavelmente pouco aprendeu a trabalhar em sala de aula são os Projetos Executivos. Os Executivos são desenhos onde são detalhados todos os itens e disciplinas do projeto com a finalidade de ser utilizada na obra, é nele que o arquiteto especifica dimensões, acabamentos, materiais utilizados, sistemas construtivos, tipologias, pontos hidráulicos e estruturas gerais. É baseado nos Executivos que o construtor consegue edificar a construção ou ainda sanar dúvidas naquele momento em que o arquiteto não estiver presente no local. Um bom projeto executivo além de demonstrar profissionalismo por parte do profissional coopera também com a melhor execução dos serviços no local da obra, já que nele são detalhados o que está fora do alcance da compreensão e do entendimento dos profissionais que estão ali para ajudar você a transformar em realidade o seu projeto, entre eles estão: os construtores, os pedreiros, os instaladores e etc. Existe uma parcela dos escritórios de Arquitetura que “pulam” essa fase do projeto, pois como os Executivos são considerados trabalhosos, infindáveis e dependendo do programa utilizado demoram muito tempo para serem produzidos, existem muitas obras que são desenvolvidas sem a existência de um executivo completo no local, apenas com o que alguns chamam de pré- executivos. Desenhos que não chegam a detalhar a obra no nível de um executivo completo, mas que possui especificações e detalhamentos mínimos para a execução da obra, nesses casos é basicamente uma questão de custo x benefício. Pouquíssimos profissionais, no mínimo os mais experientes, os do tipo que estão presentes fisicamente na obra di-a-ri-a-men-te, podem se dar ao
  • 34. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 33 luxo de iniciar uma obra sem utilizar da presença desses desenhos detalhados, afinal de contas, eles estão in loco para supervisionar passo a passo cada etapa da construção, possibilitando aos profissionais daquela obra, tirarem suas dúvidas em tempo real, sem a necessidade de aguardar o dia da visita do arquiteto responsável na obra, mas isso é muito raro, e para aqueles que estão começando agora e querem imprimir no mercado uma marca mais profissional de seu trabalho e de sua profissão precisam com toda certeza produzir os executivos completos de obra. 1- Programas para Arquitetos Um profissional maduro na profissão deve dominar os programas para elaboração de projetos arquitetônicos, seja de Humanização de Desenhos em 2D, Programas de visualização em 3D ou Passeios Virtuais, quem não conhece ou não trabalha com ao menos um programa desse tipo, precisa urgentemente rever seus conceitos. Independente se o arquiteto trabalha com desenhos feitos a mão no momento da sua concepção é estritamente necessário que depois dessa fase, ele seja transferido para um meio eletrônico. Que não existem mais apresentações finais feitas no papel, eu não preciso nem comentar, mas o Arquiteto, mesmo que ele não desenvolva os desenhos mencionados acima por si próprio, ele deve se preocupar em montar uma equipe especializada que esteja apta para desenvolver tais desenhos. Muitos escritórios trabalham dessa forma, pois a rotina de obra “rouba” muitas vezes todo o tempo de elaboração de desenhos, principalmente os executivos. E aí, onde começam a carreira de muitos estudantes, através do estágio ou ainda dos recém-formados, que ávidos por aprender, ingressam no mercado como desenhistas, pois, é nos escritórios de arquitetura que o profissional recém-chegado ao mercado vai aprender na prática o que a faculdade não ensinou, adquirindo maturidade e experiência ao longo dos anos. Alguns chegam lá antes e outros muito mais tarde, depende do interesse de cada um, por isso que é importante não contar só com o ensino da sala de aula e sim, buscar aprender mais e o quanto antes, o que a faculdade deveria ter ensinado. Essas soluções são atalhos que pouparão muito desgaste lá na frente, pois
  • 35. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 34 certamente que da forma tradicional demorar-se-ia muito mais tempo para alcançar um nível de conhecimento prático, que não fosse pelas mãos dos escritórios de arquitetura por aí. São grandes as opções de representação para a área da arquitetura e elas são de extrema importância para o profissional, por se tratarem da expressão real do resultado final do projeto, elas criam diferenciais atrativos que facilitam o entendimento do projeto na mesma proporção que encantam aos clientes, ao mesmo tempo em que essa forma da apresentação tem grande peso e auxílio na venda de trabalho do Arquiteto de forma mais eficiente do que apenas “rabiscos”. Com o advento das tecnologias, o perfil dos novos clientes vem mudando muito rapidamente, eles estão cada vez mais exigentes quanto à forma como os projetos vêm sendo apresentados e, o Arquiteto que deseja ter o seu trabalho valorizado, deve apresentá-los de forma mais profissional possível. Com tantos programas disponíveis no mercado, existem profissionais que, por vários motivos, deixam a desejar quanto a essa questão, o que pode equivocadamente transparecer ao cliente, que o Arquiteto não seja tão profissional quando ele esperava, pois provavelmente ele esperava ver desenhos de melhor qualidade de apresentação, seja 2D ou 3D. O mercado tem mostrado muito amadorismo por falta de conhecimento especializado por parte dos que estão ingressando na carreira de forma desorientada. A Arquitetura de Edificações conta com um público alvo dentro de um nicho muito abrangente e o profissional que se especializar, ou melhor, se capacitar para adentrar essa área tem maiores chances de conquistar uma fatia desse mercado, para isso ele deve mostrar profissionalismo em seu trabalho em todas as etapas. 2- Trabalhando em Equipe Uma das habilidades e características do Arquiteto é ter um espirito prático e de trabalho em equipe. Dependemos do trabalho de outros profissionais para realizar com eficiência o nosso. Além de trabalhar em parceria com outros profissionais da área técnica, como o Engenheiro Calculista de Estruturas, Fundações, Elétrico, hidráulico, entre outros, o
  • 36. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 35 arquiteto deve montar também a sua equipe de trabalho de obra. - Empreiteiros, prestadores de mão de obra e serviços em geral: Formar uma equipe qualificada de empreiteiros é o primeiro passo. O meio mais usual de se conhecer novos profissionais é pela indicação, um bom trabalho sempre deixa boas referências, pesquise entre colegas e por trabalhos realizados por esses profissionais. - Fornecedores de material: conhecer a qualidade do fornecimento de material de lojas especializadas, de todas as fases da obra, assim como ter um bom relacionamento com as mesmas, garante um bom orçamento da obra. Muitas lojas trabalham com a fidelização do cliente/arquiteto, promovendo descontos e facilidades de pagamento que trazem muitas vantagens tanto para o proprietário como para quem gerencia a obra como um todo. Essa é uma das vantagens de se ter um arquiteto intermediador/negociador, pois bons relacionamentos na área comercial atingem diretamente não só o bom desenvolvimento da construção, mas também o custo final da obra. Indicação é a palavra chave para quem quer ter boas referências nesse item. Problemas durante a obra sempre ocorrerão, por isso é importantíssimo pesquisar. 3- Quanto a Remuneração Geralmente os arquitetos de edificações recebem por seu trabalho de duas maneiras: 3.1 Remuneração por Elaboração do Projeto: onde ele detém a autoria das ideias e soluções encontradas para aquele cliente/local. Infelizmente não é tão valorizada em nosso país, o leigo confunde o trabalho do arquiteto como apenas um “desenhador” e que o engenheiro é que põe a obra em pé, não entendendo o que há de verdade por traz das profissões. 3.2 Remuneração por Administração/Gerenciamento da Obra: É o pagamento realizado a partir do cálculo por porcentagens sobre o custo total da obra. É a fase com maior retorno financeiro para o Arquiteto, pois é a fase do
  • 37. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 36 gerenciamento da construção/reforma da edificação onde se encontram as maiores responsabilidades, é chamada da fase que “dá trabalho”. Alguns Arquitetos trabalham em parceria com o Engenheiro Civil, um casamento perfeito para que cada um extraia o melhor de sua área. Dependendo do tamanho do projeto e do número de profissionais de obra envolvidos, uma construção nova pode demorar até 2 anos, em quanto a elaboração de um projeto pode ocorrer em poucos meses. Aí está o motivo pelo qual muitos arquitetos autônomos ingressam para a área de Arquitetura de Edificações. Estar envolvido em 2 a 3 obras simultaneamente favorecem ganhos mais expressivos se comparados aos arquitetos que trabalham em regime de CLT, onde muitos não respeitam se quer o piso salarial exigido por lei. O importante também para quem está pensando em entrar para a área de forma independente, é saber que o Arquiteto deve ter perfil para trabalhar com pressões, cobranças e imprevistos, pois para dirigir uma equipe e tudo que uma obra demanda, é necessário ter pulso firme e um bom psicológico na liderança de equipes. Apesar dos atrativos despertados pelo retorno financeiro da administração de obras, o Arquiteto que deseja trabalhar com Gerenciamento deve ter conhecimento especializado e certa experiência no assunto. Eu sugiro que quem está se pensando em atuar nessa área deva estagiar em escritórios de arquitetura não somente na parte interna do escritório na elaboração de desenhos, mas também na parte de trabalho campo, visitando e acompanhando as obras. Trabalhar em construtoras acompanhando a rotina dos engenheiros também é uma boa alternativa para quem quer se especializar no assunto. Existem também no mercado alguns cursos sobre Gerenciamento e Administração de Obras que podem conferir ao iniciante mais subsídios para que ele exerça no futuro um cargo desse tipo com mais segurança dentro das responsabilidades que a função exige.
  • 38. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 37 CAPÍTULO 9 - O QUE O ARQUITETO PRECISA SABER PARA TRABALHAR COM DESIGN DE INTERIORES O profissional da Arquitetura, do Design de Interiores e o Decorador. De forma geral a profissão de arquitetura é muito abrangente e é possível escolher entre várias vertentes dentro da mesma profissão. Além da habilitação em projeto de arquitetura de edificações, ou seja: construir, reformar e gerenciar obras, entre outras, é atualmente também atribuição do Arquiteto produzir projetos na área da Arquitetura e de Interiores da mesma forma que fazem os Designers de Interiores, porém um profissional de interiores não tem habilitação para reformar uma edificação caso haja necessidade de criar interversões estruturais na obra física durante uma reforma por exemplo. O Designer está limitado quanto a questão da arquitetura, não podendo utilizar a expressão Arquitetura de Interiores em seus meios de divulgação, somente Design de Interiores. Os conselhos das duas áreas ainda estão em processo de definição das atribuições de cada um, o assunto é envolto em muita polêmica, mas isso é assunto para outro momento. Existe ainda o Decorador que é o profissional que assim como o Designer de Interiores também está limitado quanto algumas atribuições, no geral são ainda mais restritivas que o Designer, pois devido a sua formação poder ser facultativa, ou seja, não é necessário ter cursado um curso técnico ou superior para trabalhar como Decorador, seu trabalho, segundo o site do CAU, restringe-se a escolha de móveis, acessórios como cortinas, tapetes, mobiliários, luminárias e outros elementos e estilos de decoração que complementam o interior de um apartamento como escolha de cores, por exemplo. Ocorrendo dessa forma na prática ou não de acordo com o que determinada a lei os Decoradores não podem trabalhar com detalhamento de mobiliário, pois isso é atribuição do Designer (mais polêmicas!). Por agora vamos falar da habilitação em especifico do Arquiteto em produzir projetos de Arquitetura de Interiores. Assim como o Designer, o Arquiteto ao desenvolver um trabalho de interiores deve seguir normas técnicas de ergonomia, acústica, térmico e luminotécnica, além de ser um profissional capaz de captar as reais necessidades dos clientes e concretizá-las através de
  • 39. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 38 projetos específicos e, ao contrário do Designer o Arquiteto está habilitado também a trabalhos externos ao projeto de interiores, como alteração ou revitalização de fachadas. O Arquiteto tem atualmente sua regulamentação pelo conselho de classe, chamado CAU: Conselho de Arquitetura e Urbanismo e seus trabalhos são acompanhados pelo Registro de Responsabilidade Técnica, a RRT, onde são registrados os trabalhos a serem desenvolvidos de acordo com a atribuição do profissional. A RRT é a segurança que o contratante tem, de estar contratando um profissional habilitado para aquele trabalho, principalmente no que se refere a reformas de arquitetura de edificações. O profissional da arquitetura pode trabalhar em 3 vertentes principais: - A Arquitetura de Interiores: Tem como público alvo um nicho emergente ou uma classe social mais abastada, mais exigente quanto às questões de ambientação e estética. Esse nicho, muitas vezes, é o que proporciona ao profissional aquele glamour que confere a profissão de arquitetura. Prova disso é o encantamento que o assunto causa nas revistas, eventos e mostras de arquitetura, gerando no leigo uma maior atração e simpatia pela profissão. É a área que mais traz promoção e reconhecimento profissional no meio e fora dele. - A Arquitetura de Edificações: Tem como público alvo um nicho um pouco mais abrangente que o de interiores, porém, atualmente, o segmento sofre algumas dificuldades em mais de uma forma, principalmente quando comparado ao arquiteto de interiores, que devido ao menor interesse despertado pelo seu trabalho enfrentam um menor reconhecimento, tanto autoral como financeiro. Geralmente, os arquitetos de edificações, recebem por seu trabalho porcentagens menores sobre o custo da obra do que os decoradores, o que tem atraído o interesse dos arquitetos pela área. - O Arquiteto Urbanista: Algumas faculdades além da formação de Arquitetura, também graduam em Urbanismo. O nicho de trabalho do arquiteto urbanista encontra-se na grande maioria, dentro dos órgãos públicos e
  • 40. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 39 universidades, atuando no estudo e desenvolvimento de projetos de bairros e cidades. Devido à redução de carga horária de algumas faculdades, a disciplina que aborda o tema Design de Interiores pode ser abordada de forma muito superficial, assim como a de Urbanismo e até mesmo o Paisagismo. Cursos livres complementares nessas áreas, ou ainda de especialidade são uma grande alternativa para quem deseja focar em uma dessas áreas. Os cursos livres ou ainda os técnicos, são um meio de orientação para aqueles que não sabem por onde começar antes de ingressar em uma pós-graduação com esse foco. De forma geral, o profissional de Arquitetura de Interiores ou Design de Interiores, deve contar com um perfil mais do que criativo, deve possuir também um perfil prático, proativo e de trabalho em equipe, pois o resultado final do seu trabalho conta com a participação de muitos outros profissionais como pedreiros, marceneiros, eletricistas e pintores. Quem deseja trabalhar com Arquitetura de Interiores, deve procurar desenvolver um senso crítico estético e estar sempre por dentro das tendências e novidades de mercado, pois nessa área as mudanças são muito rápidas e o profissional pode ficar por fora das tendências ou moda em pouquíssimo tempo, portanto, o estudo é constante. Além dos desenhos de arquitetura de edificações aprendidos em sala de aula, é preciso que o Arquiteto aspirante a profissional de interiores, aprenda as ferramentas necessárias para elaborar desenhos de arquitetura dessa natureza, apresentando assim, seus trabalhos de forma mais profissional. Humanização de Desenhos em 2D, Programas de visualização em 3D, ou Passeios Virtuais, são grandes opções de representação para a área pois por se tratarem da expressão do resultado real do projeto, criam diferenciais atrativos que facilitam o entendimento do projeto na mesma proporção que os encantam, ao mesmo tempo que a forma da apresentação tem grande peso e auxílio na venda de seu trabalho de forma mais eficiente do que apenas “rabiscos. ” Por sinal, o perfil dos novos clientes também vem mudando e eles estão cada vez mais exigentes quanto à forma como que os projetos vêm sendo
  • 41. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 40 apresentados. Trabalhar essas formas de representação com foco em Arquitetura ou Design de Interiores, geralmente não são efetivamente ensinados em sala de aula, devido a N fatores já mencionados nesse blog em artigos anteriores. Diferente muitas vezes do que acontece dentro do curso de Design de Interiores, onde o aluno de interiores mesmo no curso técnico encontra uma grade curricular mais especifica do que a grade curricular do arquiteto. Na faculdade de arquitetura o foco é outro: a Arquitetura das Edificações, e cabe ao Arquiteto que tem interesse em trabalhar nessa área, buscar por especialização no assunto além do que é abordado na grade curricular da faculdade de arquitetura. Quem tem interesse em ingressar em uma dessas áreas, deve sempre acompanhar as atualizações sobre as duas carreiras para não ser acometido por surpresas desagradáveis durante o curso, situação comum que tem ocorrido com aqueles que entram na faculdade sem fazer uma pesquisa sobre a carreira antes. E o que o aluno de arquitetura jamais deve esquecer, é que na faculdade de arquitetura, a grade curricular é muito abrangente e que nem tudo será possível se aprender em profundidade, disciplinas mais complexas que precisam de mais tempo de abordagem não serão aprendidas com eficiência nas salas de aula. Como disse anteriormente no início do artigo, o assunto é polêmico e não entrarei em méritos ou atribuições pontuais entre os decoradores, designers e até mesmo os arquitetos. Apesar de fazer parte da classe, entendo o ponto de vista de ambos e até que os conselhos e profissionais das duas áreas se entendam, pois, ainda não entraram em entendimento sobre quem pode ou não pode fazer o quê. Eu sugiro que, quem está fazendo o curso superior em Arquitetura ou já é Arquiteto formado e deseja trabalhar com Decoração de Interiores, deve se especializar no assunto. Dessa forma sua formação será mais ampla, pois englobará conhecimentos de ambas as áreas, o que põe de certa forma um fim
  • 42. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 41 prático quanto a esse imbróglio e sem dúvidas o profissional estará além de habilitado, muito mais capacitado para desenvolver seu trabalho no dia a dia profissional.
  • 43. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 42 CAPÍTULO 10 - AS FERRAMENTAS E OS DESENHOS NECESSÁRIOS PARA PRODUZIR PROJETOS EM DESIGN DE INTERIORES Metodologia para Iniciantes No artigo anterior, discutimos sobre o que o Arquiteto precisa saber para trabalhar com Arquitetura de Interiores e agora, vamos discutir sobre algumas das ferramentas, que tanto os Arquitetos como os Designers de Interiores, precisam conhecer para elaborar desenhos de interiores. Que a ferramenta de trabalho do Arquiteto e do Designer se fazem basicamente pela representação de desenhos, isso todo mundo sabe, não há como trabalhar com Projetos de Interiores sem ter conhecimento tanto das ferramentas para produzir desenhos, bem como conhecer quais os desenhos que são utilizados para essa finalidade. - As ferramentas utilizadas. Atualmente, a grande maioria dos projetos é desenvolvida em programas de computador, os mais conhecidos e utilizados são o AutoCAD e o SketchUP. Por serem os primeiros a se estabelecerem no mercado por sua facilidade de uso, ganharam destaque e popularização entre os profissionais recém-chegados e, até mesmo entre os mais experientes. Outros programas mais avançados como o Vector Works, Revit, 3D Max, Vray, Kerkythea, Lumion e etc, têm ganhando muito espaço no mercado devido aos recursos avançados e de otimização de tarefas. Inicialmente, o aspirante a Designer de Interiores deve dominar o desenho em duas dimensões (2D), para posteriormente partir para os programas em três dimensões no desenvolvimento de maquetes eletrônicas em 3D. É, sem dúvidas, necessário que o aluno tenha uma boa base de desenho livre e principalmente de desenho técnico em prancheta antes de iniciar nos programas de computadores. Alguns escritórios que contam com uma equipe maior de profissionais, já estão desenvolvendo Passeios Virtuais para apresentação final aos seus clientes, pois são grandes diferenciais atrativos que além de facilitar o
  • 44. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 43 entendimento do projeto, encantam e valorizam o trabalho do profissional. E como já alertei, o perfil dos novos clientes vem mudando e eles estão cada vez mais exigentes quanto à forma como que os projetos vêm sendo apresentados. - Criando uma Metodologia de Trabalho Na área da Arquitetura de Edificações, principalmente na fase de anteprojeto, a forma como o projeto é representado, é um pouco diferente quando comparado aos de interiores, principalmente. Logo de cara, notamos que os desenhos para projetos de Design de Interiores contam com mais colorido, detalham e especificam itens que na maioria dos casos não aparecem nos desenhos de arquitetura de edificações, por não ser a finalidade daquele desenho em especifico. Com a falta de abordagem até mesmo das instituições de ensino, principalmente nas de Arquitetura, alguns profissionais acabam por desenvolver uma metodologia de trabalho própria, ou seja, criaram um roteiro tanto de atendimento ao cliente, procedimentos ou rotina na criação e apresentação de projetos de forma a padronizar seus desenhos, criando assim uma identidade e até mesmo uma marca pessoal. Podemos encontrar escritórios que executam os mesmos serviços, mas de formas diferentes ou com metodologias variadas, devido às diversas formas que cada profissional trabalha. De modo a ser valorizado e ter seu trabalho reconhecido, o Arquiteto deve mesmo criar diferenciações com padrões de qualidade. Essa metodologia surge à medida que surge a necessidade do profissional desenvolver um trabalho de qualidade, ao mesmo tempo em que promove rotinas de trabalho de eficiência. Uma das rotinas que poupam tempo do profissional, é a criação de uma biblioteca de mobiliário padrão personalizada, não há problema em o profissional utilizar bibliotecas de uso público, porém quando o profissional quer dar um toque especial e de exclusividade, ele deve procurar desenvolver arquivos com representação única e exclusiva. Isso demonstra capricho e o nível de comprometimento que o profissional tem com sua profissão. Criar uma biblioteca própria não é tarefa simples, requer certo talento de
  • 45. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 44 quem está criando, pois, observar e recriar, ou fazer uma nova leitura dos elementos mais comuns nos desenhos requer muito tempo e perspicácia. Para aqueles que não podem ou não querem fazer sua própria biblioteca, existem profissionais que executam esse tipo de trabalho, seguindo especificações do contratante, mas é possível desenvolvermos a nossa biblioteca sem maiores problemas. Uma dica para quem quer começar a personalizar sua biblioteca é, que ela não precisa ser feita toda de uma vez, conforme os desenhos dos projetos vão sendo produzidos, os arquivos da biblioteca vão sendo criados em concomitância, eles precisam ser armazenados em local seguro para evitar extravio de arquivos. Imagina perder um bloco que você demorou um bom tempo para criar? Você não ia gostar que isso acontecesse... A sua biblioteca se torna um elemento vivo dentro do escritório, pois nela vão sendo acrescentados elementos dia após dia que vão acompanhar o profissional por muito tempo. Outra dica é criar uma organização dos blocos no computador, pois o pulo do gato é a velocidade com que o arquivo é localizado no momento em que o projetista está desenhando. Categorizá-los e nomeá-los com coerência de identificação, é trabalho fundamental para otimização de rotinas. - O Estudo Preliminar e o Anteprojeto A partir da planta de Arquitetura é que são elaborados os desenhos de interiores, que por sinal também passam pelas mesmas fases de projeto da arquitetura de edificações: Estudo Preliminar, Anteprojeto e Executivos fazem parte da rotina do profissional na mesma forma que nos projetos de arquitetura e edificações. As fases mostram o tipo de desenho a ser desenvolvido de acordo com o nível do trabalho. O projeto de interiores nasce da planta de arquitetura produzida pelo Arquiteto. E o projeto começa com os estudos e o desenvolvimento do Layout. Atualmente os desenhos da fase de estudo preliminar, aqueles com desenhos esquematizados, que mostram o fluxo e disposição do mobiliário mais simples e menos ricos em detalhes, (daquele que desenvolvemos na prancha na sala de aula), comumente nem vem sendo apresentados ao cliente. Quando o cliente recebe os primeiros desenhos, esses já correspondem à fase de anteprojeto, com maior riqueza de detalhe.
  • 46. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 45 A forma como os projetos são apresentas na fase de estudo, não valem o tempo e o deslocamento nem do profissional e nem do cliente, por uma questão de ordem prática, pois o nível de apresentação do projeto ainda é primário e o cliente não “precisa” ter de passar obrigatoriamente por essa fase. O leigo quer ver um projeto, com cor e referências e não traços esquematizados, ele quer algo mais substancial que o estudo preliminar oferece. A fase do anteprojeto é a mais interessante para o cliente, pois a partir dele que o cliente já começa a ver e compreender toda a conceituação do projeto. Os desenhos de Anteprojeto de interiores, são sempre apresentados em escala maior que o de Arquitetura. A escala 1:50 promove uma melhor visualização do desenho, sem contar que os elementos que compõem a planta são representados com um nível de detalhe técnico maior. No anteprojeto são apresentadas as propostas de referências visuais como material, cor e até iluminação. É aí que o projeto começa a ficar mais palpável para o cliente. Nessa fase é que acontecem com mais frequência às reuniões com o cliente, pois todos os desenhos posteriores que dão continuidade ao trabalho nascem com a definição do layout final aprovado pelo cliente. - Os Executivos de Obra Definido o layout, o profissional já pode dar sequência aos desenhos de executivos de obra. É nos desenhos de projetos executivos, que são detalhados todos os itens e disciplinas do projeto com a finalidade de ser utilizada na obra, é nele que o arquiteto especifica dimensões, acabamentos e materiais utilizados, por exemplo. Alguns escritórios têm como metodologia trabalhar com desenhos de Pré- Executivos. Os Pré-Executivos nada mais são do que uma divisão de desenhos dentro de uma mesma fase. Nos Pré-Executivos, são desenvolvidas todas as plantas baixas do projeto e nos Executivos todas as vistas. Fazem parte dos Pré-Executivos as plantas (Escala 1:50): - A planta técnica do Arquiteto; - A planta técnica com os pontos de interferências; - A planta de Layout do Piso;
  • 47. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 46 - A planta do Forro; - A planta de Luminotécnica; - A planta de elétrica. E é no Executivo que são realizados os ajustes de compatibilização entre o que foi especificado no Pré-Executivo e no Executivo. Nos executivos em si é que são trabalhados os detalhamentos do que foi especificado em planta, só que agora nas vistas, geralmente é adotado uma escala de 1:25 para esses desenhos e costuma-se utilizar uma escala ainda maior para os Executivos de Ambientação, 1:20, por exemplo. Alguns escritórios chegam a trabalhar detalhes em específico em escala 1:1, mas isso vai com a necessidade de cada projeto. Por isso, os Executivos de Obra, tanto de Arquitetura como o de Design de Interiores, são desenhos trabalhos, pois são riquíssimos em detalhes e para se detalhar uma peça personalizada, por exemplo, é preciso conhecer a estrutura da mesma para que se possa fazer um detalhe fiel entre o que é e o que foi desenhado. Para ajudar na compreensão e execução dos projetos em obra, além dos desenhos de Executivos, o profissional ainda desenvolve o Memorial Descritivo com a descrição textual de todo o projeto e ainda o Caderno da obra com as especificações do mobiliário, mas esse é assunto para outro artigo.
  • 48. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 47 CAPÍTULO 11 - PESQUISA MOSTRA QUAIS OS PROGRAMAS MAIS EXIGIDOS PELOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA Não é segredo para ninguém que os programas para desenvolver projetos de arquitetura são as ferramentas essenciais para os arquitetos. É sabido que o mercado sofre mudanças constantemente e que, o número dos novos profissionais que chegam no mercado ano a ano só faz aumentar a concorrência entre candidatos a uma colocação profissional. Com tanta tecnologia e demanda disponível, os escritórios de arquitetura têm buscado por candidatos com especialidades em assuntos que antes não eram se quer abordados. Os Arquitetos estão em busca de candidatos mais preparados para ocupar cargos muitas vezes de baixo nível, até mesmo para estagiar. Uma pesquisa recente apontou as principais qualificações que um candidato deve possuir para pleitear uma vaga em um escritório de arquitetura: - Mais de 70% dos escritórios exigem conhecimento em Revit. - 50% ainda exigem AutoCAD - E o SketchUp ainda é um programa muito utilizado para 3D. - Não fiquem surpresos ou desapontados, mas apenas 3% ou 4% exigem que você saiba desenhar a mão... De fato, esses programas não são novidade no mercado e, quem quer trabalhar na área, deve ter domínio sobre eles. Quanto maior a experiência nesses programas, mais fácil pode ser tornar a sua saga para arrumar um emprego num escritório de arquitetura. Um bom portfólio, rico em trabalhos, pode ajudar muito no momento da entrevista. Além desses 3 programas básicos, alguns outros ainda estão na lista dos programas utilizados pelos escritórios de arquitetura, principalmente os de renderização de imagem como o Vray, que anda de mãos dadas com o SketchUP, e também há os que procuram por candidatos quem saibam manipular algum programa de imagens, como o Photoshop, sem falar na
  • 49. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 48 necessidade da humanização de projetos e até de animar ambientes. Todo dia surgem novidades no mercado e só cresce profissionalmente aquele que é curioso, quer e está disposto a se qualificar. A velocidade com que as novas demandas estão acontecendo no mundo moderno mostra que, a cada dia que passa, o mercado precisa de profissionais especialistas em assuntos poucos conhecidos. A preocupação com questões antes nunca pensadas, geram nichos de oportunidades que, quem estiver antenado, pode conseguir diferenciação em meio aos demais candidatos. A questão da sustentabilidade é um desses pontos, o profissional qualificado é aquele que, além de dominar programas técnicos referentes à sua profissão, demonstra conhecimentos além do que se é encontrado no mercado e ainda, demonstra inteligência estratégica. Buscar por se especializar em Arquitetura Verde é um nicho promissor e muitos estão deixando passar a oportunidade, além dos números mostrados na pesquisa acima, 10% a 25% dos escritórios procuram também arquitetos qualificados na produção de projetos sustentáveis. O que você sabe sobre esse assunto? Busque se informar e pesquise por escritórios de arquitetura que trabalham com esses conceitos, antes de procurar por um estágio, se especialize no assunto, isso pode fazer toda a diferença na hora que você for procurar por um estágio. - Planejamento da obra: Quando o assunto é planejamento da obra, o Arquiteto é o grande Maestro que vai reger toda a sinfonia e cabe a ele, sincronizar o tempo de elaboração de projeto com o tempo de gerenciamento de obra, ainda alinhar com orçamentos e as entregas de mobiliário que irão compor os ambientes. Parece fácil, mas se o arquiteto não se organizar ou tiver bastante experiência, é quase certo que a entrega vai sofrer atrasos. Por lei, o proprietário só tem direito a visitar o apartamento no momento da vistoria e da entrega das chaves no caso de apartamentos novos, o que só ocorre depois que a prefeitura local concede o habite-se.
  • 50. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 49 A vistoria é o momento em que o cliente tem para verificar se tudo o que foi prometido e especificado em contrato, foi entregue corretamente e em perfeito estado de funcionamento, mas isso não impede a elaboração do projeto, por isso se o proprietário tiver pressa de se mudar, é preciso orientá-lo da possibilidade de se iniciar o projeto antes da entrega das chaves, para que já se adiante algumas etapas de todo o processo. Outra vantagem para o proprietário de começar o projeto com antecedência, antes da entrega das chaves de um empreendimento novo, é que ele poderá efetuar os pagamentos do projeto com antecipação para que não ocorram em concomitância com a obra e os custos com tributos, como o ITB e cartório que ele certamente terá que arcar assim que pegar as chaves. Nesse nosso exemplo, que se trata de um apartamento em um condomínio novo, o cliente antecipou-se à elaboração do projeto baseado nas informações técnicas e nas informações do memorial descritivo da obra, ambos fornecidos pela construtora antes mesmo da entrega das chaves e do manual do proprietário. Contudo, algumas construtoras concedem aos proprietários uma visita extra, antes da vistoria final, essa visita é chamada de pré-vistoria e tem a finalidade de permitir que o proprietário agende com arquitetos, caso ainda não o tenha feito, bem como com empreiteiros que vão realizar possíveis mudanças no apartamento. Caso já tenha um projeto existente, a visita servirá para alinhar ainda mais algum detalhe do projeto, bem como já dar início a alguns orçamentos como o de obra, por exemplo. Sabemos que para realizar alguns outros orçamentos, são necessárias visitas no local, exemplo disso são os móveis planejados, pois é necessário extrair medidas reais do local, afinal de contas, os móveis são planejados para aquele local em específico e precisam de medidas exatas. Para ter acesso ao local, só mesmo depois da entrega das chaves, mas isso não impede que o arquiteto já tenha orçado com as empresas de mobiliário planejado, o custo aproximado dos móveis. Com o projeto pronto, mais os orçamentos de empresa de móveis
  • 51. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 50 planejados e ainda os de empreiteiro, com certeza a obra terá seu início antecipado assim como a sua entrega. Com a entrega das chaves, aí sim será possível iniciar os trabalhos.
  • 52. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 51 CAPÍTULO 12 - VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA ESTAGIAR EM ARQUITETURA? Dicas para quem está procurando por estágio - A Lei do Estágio A Lei do Estágio 11.788 foi aprovada em 2008 e regulamentados vários direitos e deveres do estagiário dentro das empresas. Você está por dentro dessas mudanças? Atualmente o estágio é obrigatório para os estudantes de Arquitetura, ele é considerado um pré-requisito no processo pedagógico para obtenção do diploma superior, sendo facultativa a concessão de bolsa ou outra forma de remuneração e até mesmo auxilio transporte, ou seja, estágio sem remuneração. Existe também o estágio não obrigatório, que entra como uma atividade opcional do estudante, acrescida à carga horária regular e obrigatória do curso, mas que não precisa ser necessariamente remunerada pela empresa ou contratante. Nesse caso, os alunos deverão receber bolsa-auxílio e vale- transporte. Eles também terão direito a férias remuneradas de 30 dias, se tiverem completado doze meses de estágio na mesma empresa, ou ainda proporcionais em contratos com duração inferior a 12 meses, sendo preferencialmente concedidas durante o período de férias escolares. A jornada de trabalho máxima dos estagiários é de 6 horas diárias e 30 semanais e o tempo de duração total do estágio em uma mesma empresa não poderá ser superior a 2 anos. A manutenção de estagiários em desconformidade com a legislação, caracteriza vínculo de emprego para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. Para facilitar a vida dos estudantes e das empresas, o Ministério do Trabalho e Emprego lançou uma cartilha que explica direitinho esse assunto e pode ser acessada pelo link: Cartilha da Lei do Estágio Para conseguir o primeiro estágio é preciso trilhar um longo caminho: preparar currículo, buscar vagas em empresas, passar pelos temidos momentos
  • 53. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 52 de entrevista e dinâmica de grupo. Além disso, ainda é preciso saber aliar estudo e trabalho. - Como saber se estou preparado para estagiar Mas você já parou para pensar qual o melhor momento para começar a buscar por estágio ou ainda se você está preparado para estagiar? Dados do Ministério da Educação apontam que existem hoje 13,5 milhões de estudantes no ensino médio e superior e somente 1,040 milhão de vagas de estágio. Ou seja, apenas 8,1% dos estudantes conseguem passar por esse processo de aprendizado. Os números mostram a grande concorrência que assolam a vida dos estudantes. A existência de poucas vagas junto com a baixa qualificação dos estagiários dificulta a inserção de mercado de milhares de estudantes. O CIEE, Centro de Integração Aluno-Escola é uma associação filantrópica brasileira de direito privado, sem fins lucrativos, beneficente de assistência social e reconhecida de utilidade pública, que, dentre vários programas, possibilita aos jovens estudantes brasileiros, uma formação integral, ingressando-os ao mercado por meio de treinamentos e programas de estágios e aprendizagem. O maior objetivo do CIEE é encontrar, para os estudantes de nível médio, técnico e superior, oportunidades de estágio ou aprendizado que os auxiliem a colocar em prática tudo o que aprenderam ou aprendem na teoria. O Estágio é muitas vezes a porta de entrada para a contratação profissional do estagiário, após a conclusão do período do mesmo. Quanto mais preparado para o cargo, maiores serão as chances de o aluno conseguir certo destaque na empresa. Contudo, nem sempre o que os alunos aprendem na sala de aula é o suficiente para eles consigam um posicionamento no mercado. - Dicas para quem está buscando por um estágio Para os alunos do curso de Arquitetura eu sugiro que se preparem melhor, buscando assuntos extracurriculares que complementem seu
  • 54. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 53 conhecimento técnico dentro de sala de aula, de modo a fechar as lacunas de deficiências que provavelmente ele possa vir a ter. Quem quer estagiar em escritórios de Arquitetura trabalhando com outros arquitetos, deve ter no mínimo conhecimento em um programa de desenhos, o AutoCAD ainda é muito utilizado em grande parte dos escritórios, porém o conhecimento em outros programas pode vir a ser solicitado. Antes de efetivamente sair em busca de estágio, realize uma pesquisa nos bancos de emprego/estágio e verifique quais são as exigências do mercado de modo que você possa se preparar melhor para a vaga. Pesquise também o ramo do escritório ou da construtora e o trabalho que elas realizam antes de pleitear uma vaga. Estude o perfil dos escritórios de arquitetura ou das construtoras que você deseja trabalhar, isso vai refletir o nível de conhecimento tecnológico e da metodologia de trabalho que você vai levar para vida toda. Uma empresa com maior e melhor estrutura e recursos, trazem conhecimento de ponta que agregam experiências de forma efetiva em seu currículo. Estar por dentro das novidades e das necessidades do mercado ajuda muito na entrevista, pois para conseguir um estágio em uma empresa de maiores recursos será necessário que o candidato à vaga demonstre conhecimentos acima do que é encontrado no mercado. Conhecimentos em BIM, como o Revit, por exemplo, já vem sendo muito solicitado em muitos escritórios de arquitetura e construtoras. - Quando estagiar? Algumas empresas, preferem dar oportunidade de estágio para alunos que estão no início do curso, ou seja, no segundo ou terceiro ano, pois eles encontram-se em uma fase escolar com menos cobranças quanto aos trabalhos finais para graduação. Muitos estagiários comprometem seus trabalhos nos estágios por conta de envolvimento com atividades da faculdade, faltando e deixando o escritório em situação delicada muitas vezes. Já outras, preferem estagiários no quarto e quinto anos, pois consideram que os alunos nessa fase estão mais bem preparados por terem mais conhecimento em desenhos.
  • 55. Projetos Executivos de A a Z - www.aarquiteta.com.br 54 A demanda principal para quem está começando na área é na elaboração de desenhos de arquitetura, que muitas vezes o Arquiteto não tem disponibilidade e tempo de fazê-lo, devido a outros compromissos com a execução de obras, por exemplo. É nos escritórios de arquitetura que o profissional recém-chegado ao mercado vai aprender na prática o que a faculdade não ensinou, adquirindo maturidade e experiência ao longo dos anos. Eu sempre indico aos alunos que antes de buscarem por estágio, aprimorem e se capacitem, principalmente na elaboração dos desenhos de arquitetura, sejam eles para projetos legais (prefeitura) ou para elaboração de projetos executivos, antes mesmo de capacitar em maquetes eletrônicas. A maquete eletrônica é importante, mas o aluno que não demostra domínio no desenvolvimento de projetos básicos da profissão, enfrentará grandes problemas pela frente. - Postura Profissional Uma vez que o aluno consegue ingressar no estágio, deve saber que ele tem grandes responsabilidades dentro de um escritório. Tratar o estágio como se ele fosse uma extensão da sala de aula, permitindo-se faltar sem um motivo justificado, é algo que os escritórios não toleram. Os compromissos com os trabalhos da faculdade não podem interferir ou atrapalhar a rotina dos trabalhos do escritório, que muitas vezes tem prazo de entrega. Atenção, organização, capricho, comprometimento e proatividade são qualidades que os empregadores buscam para os seus funcionários, por mais que você ache que o seu supervisor não está observando, tenha certeza de que ele está registrando tudo o que você está fazendo.