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Equipe de Atendimento Digital e Transição de Cuidados
OPERAÇÃO INVERNO: MONITORAMENTO DA TRANSIÇÃO DO CUIDADO NO
PÓS ALTA IMEDIATO DE USUÁRIOS COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E
SÍNDROME GRIPAL EM UMA CAPITAL DO SUL DO BRASIL
Contextualização
Neste relato, apresentaremos a experiência do monitoramento da transição do cuidado de
usuários egressos de internação hospitalar por causas respiratórias e síndrome gripal para a
rede de APS do município, que ocorreu entre os meses de maio e outubro de 2021.
O projeto envolveu o monitoramento de 1762 usuários, que tiveram internação hospitalar
entre as datas de 26/05/2021 e 30/09/2021, em quatro instituições hospitalares para 132
unidades da APS do município de Porto Alegre/RS.
Justificativa
Em Porto Alegre/RS, de uma maneira geral, as
doenças respiratórias agudas assim como a
exacerbação de doenças respiratórias crônicas
aumentam sua incidência nos meses de inverno. As
crises de asma são responsáveis por 25% das
internações anuais por doenças respiratórias. Destas,
65% ocorrem entre abril e setembro, sendo 90% delas
em menores de 15 anos. A bronquiolite viral aguda, a
doença respiratória mais comum em menores de 2
anos, tem pico de incidência entre os meses de maio e
setembro, ocorrendo o mesmo com a pneumonia, cuja
incidência aumenta cerca de 50% entre maio e agosto.
Em adultos, tal crescimento ocorre principalmente às
custas de agudizações da doença broncopulmonar
obstrutiva crônica - 55% de elevação entre maio e
setembro. Portanto, carregam um peso importante para
o sistema de saúde, mobilizando recursos de pessoal e
de estrutura (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2021).
Para garantir a integralidade da assistência é
importante reavaliar constantemente as
necessidades de adequações do sistema de saúde
e seus atores na produção do cuidado. Há na
literatura evidências de que o funcionamento
efetivamente integrado da rede de atenção à saúde
melhora a qualidade clínica do cuidado, reduz
internações, melhora a satisfação dos usuários e
reduz custos na atenção à saúde (MENDES, 2012).
Objetivo
Monitorar a transição do cuidado no pós alta
imediato dos usuários internados por causas
respiratórias e síndrome gripal em quatro hospitais
de referência de Porto Alegre/RS à APS.
Método e atividades desenvolvidas
1) Monitoramento da transição do cuidado
Método e atividades desenvolvidas
2) Revisão do percurso terapêutico dos não vinculados
Verificação de
vinculação tardia
no e-SUS
3
Realização de
contato telefônico
Foram realizadas três
tentativas de chamada
telefônica em dias e turnos
alternados, a partir de um
roteiro padronizado de ligação,
para verificar o motivo da não
vinculação na Unidade de
saúde da APS. Para realização
das ligações, foi utilizada a
ferramenta Zoiper®, um
aplicativo gratuito e online que
além de permitir a realização
da chamada, contempla a
gravação do diálogo e gera um
número de protocolo de
atendimento.
2
Categorização dos
motivos da não
vinculação
1
Resultados do monitoramento das internações hospitalares
Tabela 1 - Internações por doença Respiratória ou Síndrome Gripal, em Porto Alegre/RS*, no
período de maio a setembro de 2021
Desfecho N %
Alta hospitalar 1148 65,15
Transferência 29 1,65
Óbito 105 5,95
Reinternação 55 3,13
Permanência na internação 425 24,12
Total 1762 100
Fonte: GERINT
* Internações relativas à quatro hospitais do município de Porto Alegre
Resultados do monitoramento das internações hospitalares
Em relação ao sexo, 54,3% (623) eram masculinos e 45,7% (525) femininos.
Tabela 2 - Monitoramento da vinculação na APS dos casos egressos de internação hospitalar
por doença respiratória ou síndrome gripal, em Porto Alegre/RS, no período de maio a setembro de
2021, por desfecho.
Desfecho N %
Vincularam em até 72 horas 325 27,02
Vincularam em até 7 dias 203 16,87
Não vincularam 663 55,11
Óbito 12 1
Total 1203 100
43,89%
(528)
Resultados do monitoramento da transição do cuidado para a APS
Somado a isso, existe forte evidência
na literatura que as características do
vínculo empregatício afetam a
dedicação/esforço do trabalhador no
desempenho das suas atividades. Uma
importante característica das relações de
trabalho refere-se ao tipo de vínculo
contratual do trabalhador, mais
especificamente ao tempo de duração do
trabalho, isto é, se permanente ou
temporário (MENEZES e MONTE, 2013; SOUZA et
al., 2018 ).
O projeto de monitoramento OP 2019
foi executado por meio de contratação
emergencial de profissionais da saúde e
acompanhou 2273 casos egressos de
internação hospitalar, sendo registrado 4,6%
(104) de vinculação dos casos nas US da
APS em até 72 horas.
Diante do exposto, o método utilizado por
enfermeiras de carreira da SMS
apresentou-se mais eficaz por ter alcançado
resultados promissores.
Resultados do monitoramento da transição do cuidado para a APS
Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados
Findado o período de entrada dos casos no monitoramento, o percurso terapêutico dos não
vinculados em até 7 dias após a alta foi revisado a fim de avaliar a transição do cuidado.
Tabela 3 - Monitoramento do percurso terapêutico dos usuários
não vinculados na APS após 7 dias da alta hospitalar, no
período de maio a setembro de 2021, por desfecho.
Desfecho N %
Vinculados depois de 7 dias após alta hospitalar 291 43,89%
Óbitos 35 5,28%
Registro tardio 8 1,21%
Reinternadores 15 2,26%
Não vinculados na APS em momento algum 314 47,36%
Total 663 100%
Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados
N da amostra = 1203 usuários com alta hospitalar 68,07% de vinculação
Total de vinculação = 827 usuários
528
Vincularam em até 7
dias após a alta
3
291
Vincularam após 7 dias
da alta
2
8
Vincularam com registro
tardio
1
Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados
O gráfico a seguir mostra o número de dias que os usuários (291) que vincularam após sete dias da alta
hospitalar levaram para comparecer ou fazer contato com as US da APS.
Gráfico 1 - Tempo de vinculação em dias dos usuários egressos de internação hospitalar por doenças respiratórias ou
síndrome gripal, em Porto Alegre, entre os meses de maio e setembro de 2021
Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados
Para os usuários em que não foi identificada nenhuma vinculação na US da APS, isto é, 314 usuários,
foram realizadas até três tentativas de ligação telefônica. As ligações foram orientadas pelo seguinte roteiro
padronizado (Figura 1):
Figura 1 - Roteiro padronizado para contato com o usuário por meio de ligação telefônica.
Fonte: SMS - Coordenação de Atendimento Digital e Transição de Cuidados
Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados
Da amostra de 314
usuários, 203 (64,65%) não
atenderam a nenhuma das
três tentativas de contato
telefônico e 111 (35,35%)
atenderam. A tabela a seguir
demonstra o resultado do
contato com os usuários:
Tabela 4 - Monitoramento do
percurso terapêutico dos usuários
não vinculados na APS após alta
hospitalar, no período de maio a
setembro de 2021, por motivo de não
comparecimento na US.
Categoria do motivo de não vinculação na
APS
N %
Número incorreto 38 34,23%
Usuário não quis 19 17,11%
Serviço de saúde não próprio 18 16,22%
Saúde suplementar 15 13,51%
Hospital não ofereceu orientação na alta 10 9,01%
Não conseguiu atendimento na US 3 2,70%
Mudança de endereço para outro município 4 3,60%
Situação de rua e não encontrado 2 1,80%
Causa distinta 1 0,91%
Mudança de endereço dentro da cidade 1 0,91%
Total de usuários que atenderam a ligação 111 100%
Resultados pesquisa Sistema DIS
Dados da Secretaria Municipal de Saúde de
Porto Alegre/RS referentes a 2019 mostram que as
hospitalizações por doenças crônicas não
transmissíveis representam 28,2% do total das
internações (45.041/159.795). Destas, 14,1%
foram por doenças do aparelho respiratório. Tal
número elevado de internações aponta a
necessidade de acompanhamento regular desses
usuários pelas US da APS.
A principal meta do tratamento da asma é a
obtenção e manutenção do controle da doença,
sendo o tratamento atual dirigido para controlar os
sintomas e prevenir exacerbações. A introdução
precoce do tratamento antiinflamatório com
corticosteróides inalatórios (CI) resulta em melhor
controle de sintomas, podendo preservar a função
pulmonar em longo prazo e, eventualmente,
prevenir ou atenuar o remodelamento das vias
aéreas .
Tabela 5 - Resultado da pesquisa sobre retirada de
medicamentos para tratamento da asma no DIS
AVALIAÇÃO DE ENTREGA N Porcentagem
Não retirou nenhum
medicamento
113 62,78%
Retirou somente salbutamol 42 23,33%
Retirou somente beclometasona 0 0,00%
Retirou salbutamol +
beclometasona
25 13,89%
TOTAL 180 100%
Fonte: DIS. SMS Porto Alegre
Considerações finais
A doença respiratória é um desafio para o setor saúde na perspectiva do seu monitoramento e desenvolvimento de ações
de prevenção, promoção da saúde e cuidado integral. Faz-se necessário a estruturação de políticas públicas
voltadas para a redução dos fatores de risco e da morbimortalidade.
Frente a isso, o monitoramento do percurso terapêutico do usuário ascende como estratégia eficaz para a
qualificação do cuidado prestado ao paciente que está sendo desospitalizado. O estudo salientou a necessidade de
integração entre os pontos de atenção da rede a fim de garantir a continuidade do cuidado na alta.
O desafio do acesso e da cobertura universal persevera e tem exigido adequações do sistema de saúde e
seus atores. Nesse sentido, a SMS de Porto Alegre têm buscado, por intermédio de evidências científicas e da expertise dos
profissionais de saúde, diversificar as formas de monitoramento da transição de cuidado a fim de padronizar as orientações aos
cidadãos e proporcionar cuidados de saúde de qualidade aos usuários e suas famílias.
A partir dessa experiência, o desafio será a automatização do processo de monitoramento da transição de cuidados com
transparência e em tempo real para os pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde facilitando a visualização do percurso
terapêutico dos usuários e a tomada de decisão dos gestores públicos.
Muito obrigada!

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Operação Inverno LI OPAS COFEN 2605.pptx (1).pdf

  • 1. Equipe de Atendimento Digital e Transição de Cuidados OPERAÇÃO INVERNO: MONITORAMENTO DA TRANSIÇÃO DO CUIDADO NO PÓS ALTA IMEDIATO DE USUÁRIOS COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E SÍNDROME GRIPAL EM UMA CAPITAL DO SUL DO BRASIL
  • 2. Contextualização Neste relato, apresentaremos a experiência do monitoramento da transição do cuidado de usuários egressos de internação hospitalar por causas respiratórias e síndrome gripal para a rede de APS do município, que ocorreu entre os meses de maio e outubro de 2021. O projeto envolveu o monitoramento de 1762 usuários, que tiveram internação hospitalar entre as datas de 26/05/2021 e 30/09/2021, em quatro instituições hospitalares para 132 unidades da APS do município de Porto Alegre/RS.
  • 3. Justificativa Em Porto Alegre/RS, de uma maneira geral, as doenças respiratórias agudas assim como a exacerbação de doenças respiratórias crônicas aumentam sua incidência nos meses de inverno. As crises de asma são responsáveis por 25% das internações anuais por doenças respiratórias. Destas, 65% ocorrem entre abril e setembro, sendo 90% delas em menores de 15 anos. A bronquiolite viral aguda, a doença respiratória mais comum em menores de 2 anos, tem pico de incidência entre os meses de maio e setembro, ocorrendo o mesmo com a pneumonia, cuja incidência aumenta cerca de 50% entre maio e agosto. Em adultos, tal crescimento ocorre principalmente às custas de agudizações da doença broncopulmonar obstrutiva crônica - 55% de elevação entre maio e setembro. Portanto, carregam um peso importante para o sistema de saúde, mobilizando recursos de pessoal e de estrutura (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2021). Para garantir a integralidade da assistência é importante reavaliar constantemente as necessidades de adequações do sistema de saúde e seus atores na produção do cuidado. Há na literatura evidências de que o funcionamento efetivamente integrado da rede de atenção à saúde melhora a qualidade clínica do cuidado, reduz internações, melhora a satisfação dos usuários e reduz custos na atenção à saúde (MENDES, 2012). Objetivo Monitorar a transição do cuidado no pós alta imediato dos usuários internados por causas respiratórias e síndrome gripal em quatro hospitais de referência de Porto Alegre/RS à APS.
  • 4. Método e atividades desenvolvidas 1) Monitoramento da transição do cuidado
  • 5. Método e atividades desenvolvidas 2) Revisão do percurso terapêutico dos não vinculados Verificação de vinculação tardia no e-SUS 3 Realização de contato telefônico Foram realizadas três tentativas de chamada telefônica em dias e turnos alternados, a partir de um roteiro padronizado de ligação, para verificar o motivo da não vinculação na Unidade de saúde da APS. Para realização das ligações, foi utilizada a ferramenta Zoiper®, um aplicativo gratuito e online que além de permitir a realização da chamada, contempla a gravação do diálogo e gera um número de protocolo de atendimento. 2 Categorização dos motivos da não vinculação 1
  • 6. Resultados do monitoramento das internações hospitalares Tabela 1 - Internações por doença Respiratória ou Síndrome Gripal, em Porto Alegre/RS*, no período de maio a setembro de 2021 Desfecho N % Alta hospitalar 1148 65,15 Transferência 29 1,65 Óbito 105 5,95 Reinternação 55 3,13 Permanência na internação 425 24,12 Total 1762 100 Fonte: GERINT * Internações relativas à quatro hospitais do município de Porto Alegre
  • 7. Resultados do monitoramento das internações hospitalares Em relação ao sexo, 54,3% (623) eram masculinos e 45,7% (525) femininos.
  • 8. Tabela 2 - Monitoramento da vinculação na APS dos casos egressos de internação hospitalar por doença respiratória ou síndrome gripal, em Porto Alegre/RS, no período de maio a setembro de 2021, por desfecho. Desfecho N % Vincularam em até 72 horas 325 27,02 Vincularam em até 7 dias 203 16,87 Não vincularam 663 55,11 Óbito 12 1 Total 1203 100 43,89% (528) Resultados do monitoramento da transição do cuidado para a APS
  • 9. Somado a isso, existe forte evidência na literatura que as características do vínculo empregatício afetam a dedicação/esforço do trabalhador no desempenho das suas atividades. Uma importante característica das relações de trabalho refere-se ao tipo de vínculo contratual do trabalhador, mais especificamente ao tempo de duração do trabalho, isto é, se permanente ou temporário (MENEZES e MONTE, 2013; SOUZA et al., 2018 ). O projeto de monitoramento OP 2019 foi executado por meio de contratação emergencial de profissionais da saúde e acompanhou 2273 casos egressos de internação hospitalar, sendo registrado 4,6% (104) de vinculação dos casos nas US da APS em até 72 horas. Diante do exposto, o método utilizado por enfermeiras de carreira da SMS apresentou-se mais eficaz por ter alcançado resultados promissores. Resultados do monitoramento da transição do cuidado para a APS
  • 10. Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados Findado o período de entrada dos casos no monitoramento, o percurso terapêutico dos não vinculados em até 7 dias após a alta foi revisado a fim de avaliar a transição do cuidado. Tabela 3 - Monitoramento do percurso terapêutico dos usuários não vinculados na APS após 7 dias da alta hospitalar, no período de maio a setembro de 2021, por desfecho. Desfecho N % Vinculados depois de 7 dias após alta hospitalar 291 43,89% Óbitos 35 5,28% Registro tardio 8 1,21% Reinternadores 15 2,26% Não vinculados na APS em momento algum 314 47,36% Total 663 100%
  • 11. Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados N da amostra = 1203 usuários com alta hospitalar 68,07% de vinculação Total de vinculação = 827 usuários 528 Vincularam em até 7 dias após a alta 3 291 Vincularam após 7 dias da alta 2 8 Vincularam com registro tardio 1
  • 12. Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados O gráfico a seguir mostra o número de dias que os usuários (291) que vincularam após sete dias da alta hospitalar levaram para comparecer ou fazer contato com as US da APS. Gráfico 1 - Tempo de vinculação em dias dos usuários egressos de internação hospitalar por doenças respiratórias ou síndrome gripal, em Porto Alegre, entre os meses de maio e setembro de 2021
  • 13. Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados Para os usuários em que não foi identificada nenhuma vinculação na US da APS, isto é, 314 usuários, foram realizadas até três tentativas de ligação telefônica. As ligações foram orientadas pelo seguinte roteiro padronizado (Figura 1): Figura 1 - Roteiro padronizado para contato com o usuário por meio de ligação telefônica. Fonte: SMS - Coordenação de Atendimento Digital e Transição de Cuidados
  • 14. Resultados da revisão do percurso terapêutico de usuários não vinculados Da amostra de 314 usuários, 203 (64,65%) não atenderam a nenhuma das três tentativas de contato telefônico e 111 (35,35%) atenderam. A tabela a seguir demonstra o resultado do contato com os usuários: Tabela 4 - Monitoramento do percurso terapêutico dos usuários não vinculados na APS após alta hospitalar, no período de maio a setembro de 2021, por motivo de não comparecimento na US. Categoria do motivo de não vinculação na APS N % Número incorreto 38 34,23% Usuário não quis 19 17,11% Serviço de saúde não próprio 18 16,22% Saúde suplementar 15 13,51% Hospital não ofereceu orientação na alta 10 9,01% Não conseguiu atendimento na US 3 2,70% Mudança de endereço para outro município 4 3,60% Situação de rua e não encontrado 2 1,80% Causa distinta 1 0,91% Mudança de endereço dentro da cidade 1 0,91% Total de usuários que atenderam a ligação 111 100%
  • 15. Resultados pesquisa Sistema DIS Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre/RS referentes a 2019 mostram que as hospitalizações por doenças crônicas não transmissíveis representam 28,2% do total das internações (45.041/159.795). Destas, 14,1% foram por doenças do aparelho respiratório. Tal número elevado de internações aponta a necessidade de acompanhamento regular desses usuários pelas US da APS. A principal meta do tratamento da asma é a obtenção e manutenção do controle da doença, sendo o tratamento atual dirigido para controlar os sintomas e prevenir exacerbações. A introdução precoce do tratamento antiinflamatório com corticosteróides inalatórios (CI) resulta em melhor controle de sintomas, podendo preservar a função pulmonar em longo prazo e, eventualmente, prevenir ou atenuar o remodelamento das vias aéreas . Tabela 5 - Resultado da pesquisa sobre retirada de medicamentos para tratamento da asma no DIS AVALIAÇÃO DE ENTREGA N Porcentagem Não retirou nenhum medicamento 113 62,78% Retirou somente salbutamol 42 23,33% Retirou somente beclometasona 0 0,00% Retirou salbutamol + beclometasona 25 13,89% TOTAL 180 100% Fonte: DIS. SMS Porto Alegre
  • 16. Considerações finais A doença respiratória é um desafio para o setor saúde na perspectiva do seu monitoramento e desenvolvimento de ações de prevenção, promoção da saúde e cuidado integral. Faz-se necessário a estruturação de políticas públicas voltadas para a redução dos fatores de risco e da morbimortalidade. Frente a isso, o monitoramento do percurso terapêutico do usuário ascende como estratégia eficaz para a qualificação do cuidado prestado ao paciente que está sendo desospitalizado. O estudo salientou a necessidade de integração entre os pontos de atenção da rede a fim de garantir a continuidade do cuidado na alta. O desafio do acesso e da cobertura universal persevera e tem exigido adequações do sistema de saúde e seus atores. Nesse sentido, a SMS de Porto Alegre têm buscado, por intermédio de evidências científicas e da expertise dos profissionais de saúde, diversificar as formas de monitoramento da transição de cuidado a fim de padronizar as orientações aos cidadãos e proporcionar cuidados de saúde de qualidade aos usuários e suas famílias. A partir dessa experiência, o desafio será a automatização do processo de monitoramento da transição de cuidados com transparência e em tempo real para os pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde facilitando a visualização do percurso terapêutico dos usuários e a tomada de decisão dos gestores públicos.