2. EBOOK MASTER |ACUPUNCTURA: A EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
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PESQUISA SOBRE ACUPUNCTURA
CRESCEU EXPONENCIALMENTE NOS
ÚLTIMOS 20 ANOS [1]
Neste período, registaram-se mais de 13.000 estudos realizados em 60 países
incluindo centenas de meta-análises com resumo dos resultados de milhares de estudos em
humanos e animais. Uma ampla variedade de áreas clínicas foi estudada, incluindo dor, neoplasias,
gravidez, acidente vascular cerebral, transtornos do humor, distúrbios do sono e inflamação, apenas
citar alguns. [1]
Deixou de ser possível afirmar que a eficácia da acupunctura é atribuída ao efeito placebo
ou que é útil apenas para a dor músculo-esquelética.
3. RECOMENDAÇÃO DA UTILIZAÇÃO
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ESTUDOS
COMPARATIVOS
entre a acupunctura e
tratamentos convencionais
Meta-análise datada de 2013 comparou tratamentos físicos
para osteoartrite do joelho e descobriu que, perante
estudos de alta qualidade, a acupunctura teve um maior
efeito. [3]
Maior efeito
Na osteoartrite do joelho
Maior
eficácia
No conflito subacromial
Meta-análise de 2015 comparou tratamentos com adição de
exercício no tratamento do conflito subacromial e concluiu
que a acupunctura foi o tratamento adjuvante mais eficaz
entre 17 intervenções, superando todos os outros
complementares como injecção de esteróides, anti-
inflamatórios não esteróides (AINEs) e terapia de ultra-
sonoterapia. [4]
Grandes
resultados
Tratamentos p/ a ciática
Estudo comparativo de 20 tratamentos para a ciática,
datado de 2016, classificou a acupunctura como a segunda
terapia mais eficaz após o uso de agentes biológicos,
superando a manipulação manual, epidurais, discectomia
vertebral, opióides, exercício e denervação por
radiofrequência. [5]
eficaz
Na obstipação crónica
Em 2018, uma metanálise concluiu que a acupunctura era
mais eficaz do que os medicamentos para o tratamento da
obstipação crónica e com o menor número de efeitos
colaterais. [6]
As recomendações oficiais indicam que a evidência da
acupunctura é agora reconhecida por médicos
especialistas, deixando de ser uma prática clínica
“alternativa”. Na verdade, estes novos dados mostram
que a acupunctura é um dos tratamentos mais
amplamente recomendados na medicina moderna. [1]
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ACUPUNCTURANA
NEUROFISIOLOGIADADOR
A temática mais extensivamente pesquisada ao longo dos últimos 60 anos
As vias nervosas sensoriais envolvendo fibras nervosas especializadas (Aδ, Aβ e C, para
sermos precisos) e as vias descendentes do sistema nervoso foram mapeadas e
numerosos compostos bioquímicos foram identificados, incluindo neuropeptídeos
opióides e não opióides, e neurotransmissores como serotonina, norepinefrina, dopamina,
citocinas, glutamato, óxido nítrico e ácido gama-amino-butírico (GABA). [1]
A analgesia por acupunctura mostrou envolver várias classes de neuropeptídeos
opióides produzidos naturalmente, incluindo encefalinas, endorfinas, dinorfinas,
endomorfinas e nociceptina (Orphanin FQ). [1]
Entre os neuropeptídeos não opióides, a substância P (SP), o peptídeo vasoactivo
intestinal (VIP) e o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), que desempenha
um papel central na patogénese da enxaqueca, têm sido investigados pelos efeitos
analgésicos e anti-inflamatórios da acupunctura. [7, 8]
Muitos trajectos bioquímicos e de sinalização foram identificados como tendo um
papel directo no modo como a acupunctura alcança os seus efeitos clínicos.
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ACUPUNCTURANA
NEUROFISIOLOGIADADOR
A temática mais extensivamente pesquisada ao longo dos últimos 60 anos
Não obstante, o caminho mais central e que explica a eficácia da acupunctura num
conjunto tão diversificado de áreas clínicas, é o facto de dar início imediato a um
processo denominado de sinalização purinérgica, um sistema primitivo [9] e ubíquo
que usa adenosina e ATP para sinalização e regulação de todos os tecidos e sistemas de
órgãos. [10]
Entende-se agora que toda a transmissão nervosa requer ATP como co-factor e
que o organismo usa os níveis de purina como sinal de background primário
tanto para função saudável como dano tecidual. [1]
Demonstrou-se que a sinalização purinérgica desempenha um papel central em
áreas clínicas tão diversas como enxaquecas e outras cefaleias [11], disfunção imune e
inflamação [12], neoplasias [13], autismo [14], Alzheimer [15], doença cardiovascular
[16, 17], função endócrina [18] e desenvolvimento embriológico [1].
É seguro afirmar que a acupunctura contemporânea constitui hoje
uma nova abordagem clínica, na qual os princípios de tratamento são
baseados exclusivamente nos conceitos actuais de anatomofisiologia,
havendo distinção clara com os conceitos da medicina tradicional
chinesa.
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VISÃOACTUAL
ACUPUNCTURA
Privilegia-se, portanto, uma
visão actual da
acupunctura, e de como a
estimulação do sistema
nervoso periférico através
da punctura nos diferentes
tecidos (pele, tecido muscular,
periósteo, cápsulas articulares
e punctura peri-neural),
permite modular a função do
próprio SNP e SNC, com
efeitos a nível local,
segmentar, extra-
segmentar e central ou
supra-segmentar.
AVALIAÇÃO
DETALHADA
EEXAUSTIVA
Neste modelo clínico, torna-se obrigatória
uma avaliação detalhada e exaustiva,
clínica e funcional, do utente, previamente
a qualquer programa de tratamento.
A correcta identificação da disfunção
segmentar (segmentos neurológicos
medulares) tem um papel fulcral e permitirá
planear o tratamento adequado à
patologia neuro-músculo-esquelética.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Koppelman, M. H. (s/d). Acupuncture: An Overview of Scientific Evidence.
https://www.evidencebasedacupuncture.org/present-research/acupuncture-scientific-evidence/
2. Birch S, Lee MS, Alraek T, et al. Overview of Treatment Guidelines and Clinical Practical Guidelines That
Recommend the Use of Acupuncture: A Bibliometric Analysis. The Journal of Alternative and Complementary
Medicine Published Online First: 18 June 2018.
3. Corbett MS, Rice SJC, Madurasinghe V, et al. Acupuncture and other physical treatments for the relief of pain due
to osteoarthritis of the knee: network meta-analysis. Osteoarthritis and Cartilage 2013;21:1290–8.
4. Dong W, Goost H, Lin X-B, et al. Treatments for shoulder impingement syndrome: a PRISMA systematic review
and network meta-analysis. Medicine (Baltimore) 2015;94:e510.
5. Lewis R, FLCOM NHWPF, PhD AJS, et al. Comparative clinical effectiveness of management strategies for sciatica:
systematic review and network meta-analyses. The Spine Journal 2015;15:1461–77.
6. Zhu L, Ma Y, Deng X. Comparison of acupuncture and other drugs for chronic constipation: A network meta-
analysis. PLoS ONE 2018;13:e0196128.
7. The Acupuncture Evidence Project – A Comparative Literature Review 2017 – Acupuncture.org.au. 2017; 1-81.
http://www.acupuncture.org.au/OURSERVICES/Publications/AcupunctureEvidenceProject.aspx
8. Fan AY, Miller DW, Bolash B, et al. Acupuncture’s Role in Solving the Opioid Epidemic: Evidence, Cost-
Effectiveness, and Care Availability for Acupuncture as a Primary, Non-Pharmacologic Method for Pain Relief and
Management–White Paper 2017. Journal of Integrative Medicine, 2017; 15:411–25.
9. Verkhratsky A, Burnstock G. Biology of purinergic signalling: Its ancient evolutionary roots, its omnipresence and
its multiple functional significance. Bioessays, 2014; 36:697-705.
10. Burnstock G. Purinergic signaling in acupuncture. Science 2014.
11. Fried NT, Elliott MB, Oshinsky ML. The Role of Adenosine Signaling in Headache: A Review. Brain Sci, 2017;7.
12. Faas MM, Sáez T, de Vos P. Extracellular ATP and adenosine: The Yin and Yang in immune responses? Molecular
Aspects of Medicine, 2017; 1–11.
13. Whiteside TL. Targeting adenosine in cancer immunotherapy: a review of recent progress. Expert Review of
Anticancer Therapy 2017; 17:527–35.
14. Masino SA, Kawamura M Jr., Cote JL, et al. Adenosine and autism: A spectrum of opportunities.
Neuropharmacology, 2013; 68:116-21.
15. Woods LT, Ajit D, Camden JM, et al. Purinergic receptors as potential therapeutic targets in Alzheimer’s disease.
Neuropharmacology 2016; 104:169–79.
16. Burnstock G, Ralevic V, Perez DM. Purinergic Signaling and Blood Vessels in Health and Disease. Pharmacol Rev
2014; 66:102–92.
17. Burnstock G. Purinergic Signaling in the Cardiovascular System. Circulation Research 2017; 120:207–28.
18. Burnstock G. Purinergic signalling in endocrine organs. Purinergic Signalling 2013; 10:189–231.
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