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O Ninho
Existe uma artista plástica brasileira chamada Inha Bastos que pinta imagens de calor,
aconchego e ternura. É claro que esta é a minha leitura, uma leitura que vem muito mais do lugar da
emoção do que do lugar racionalista que procura enquadrar a arte sempre num estilo. Quando
deparei-me, pela primeira vez com a produção de Inha Bastos, identifiquei um jeito de pintar a
singeleza e a ternura, o que considero muito complexo.
Entre as obras, há esta, acima, que fascina-me. Chama-se “O Ninho”. Naquele lugar do
aconchego, uma figura feminina acolhe uma criança, pequena, acompanhada por dois gatos
sonolentos e pacíficos. Em meio aos tons-terra combinados com o morno da ternura, Inha fala de
um ninho. Esta imagem sempre atravessa o melhor de mim: a emoção de estar no mundo acolhida.
É claro que meu estar crítico no Mundo, o qual preservo como um patrimônio íntimo de
imensurável valor, recorda-me as dores de todos os humanos que vivem em estado de des-
acolhimento, exclusão, apartados do sentimento de ser e de estar incluídos no mundo. E
dolorosamente, este atravessamento, dos sem-ninhos, toca-me, emociona-me, o que, por inúmeras
vezes, encontro-me reflexionando, sobre essa dimensão, com certa melancolia.
Mas hoje, é dos ninhos possíveis de construir que desejo mais falar, independente dos
contextos econômicos ou sociais que as pessoas se encontram.
O que é um ninho? Doce abrigo, lugar que aquece o coração, que dá segurança, que aninha,
que protege do nascimento ao crescimento. Lugar de habitar a vida, casa, toca, seja qual lugar, mas
lugar de “Cuidado”.
Ao iniciar as aulas, retornando a trabalhar com os pequenos do 1º ano, recupero, com olhos
marejados, o meu lugar de educadora plena. Observo a turma de 26 pequenas crianças, filhotes da
curiosidade de mundo, necessitando de acolhimento, segurança e cuidado. Observo suas
fragilidades e seus olhos famintos por algo que não tem, nem eles, definições do que seja. Mas que,
presentes ali, em suas pupilas inquietas e pulsões dos seus múltiplos corpos, arremessam-me para
construir o tão necessário Ninho. Na volúpia do meu ser educador e aprendiz, surpreendo-me, feliz,
felicíssima, felizarda, por compreender que, no círculo artesanal do ninho que me proponho a
fabricar, com o material mais nobre buscado no âmago das florestas encantadas, quero tramar os
cipós dos elementos vitais para o cuidado da vida: perceber mais, ler mais as realidades,
compreendê-las, problematizá-las, abraçá-las, respeitá-las, aprender a conviver com elas e
propondo-lhes aberturas e metamorfoses, quem sabe, produzindo o Bem-viver.
Recebo o 1º ano, inaugurando-me. Batizo-me em nome da alegria, do conhecimento e da
fartura de Bem-querer. Em nome de ser educadora desejante, batizo-me, mais uma vez, como
Aprendiz. E ponho-me a construir o primeiro ninho, metáfora delicada, que ramifica-se e extende-
se: o ninho do meu olhar sobre o 1º ano. O ninho dos meus pensamentos em relação ao 1º ano. O
ninho da minha emoção com o 1º ano. O ninho das minhas primeiras palavras com o 1º ano. O
ninho da ternura, da delicadeza dos meus gestos, da firmeza amorosa no trato. O ninho da intenção
política do que ensinar que tenha sentido, do que aprender que tenha essência, importância e
impacto na vida deles e na minha. O ninho da alegria de partilhar e de cuidar do desenvolvimento e
crescimento do meu 1º ano.
Construir um olhar manso e compreensivo sobre múltiplas realidades, abdicando do desejo
perverso de formar, reproduzir e enquadrar essas realidades em algum lugar que acredito como
Educadora, é extremamente desafiador. Aprendemos a ser educadores escolares com uma marca
absoluta: a de imprimir nos educandos as nossas formas de pensar, de sentir e de viver ou as que
nos ensinaram. Libertar-nos disso poderá levar uma vida. Não aprendemos a ser educadores
sociais.Nem populares. A vida foi ensinando a quem esteve muito aberto a ela como aprendiz. Nem
todos conseguimos. Nem todos aceitamos. Nem todos quisemos. Então, fazer um esforço
imensurável para olhar o outro na sua realidade e compreendê-lo é um exercício político cultural.De
nova cultura.De uma cultura respeitosa com o outro. Não é fácil, mas é possível e é tremendamente
transformador. É um jeito de fazer um Ninho: receber o outro sem crises de julgamento. Olhar o
outro fraternalmente. Porque o olhar acolhe ou expulsa. Pelo olhar, criamos mundos ou destruimos
mundos.
Construir um pensamento aberto e democrático sobre uma turma de crianças demanda
enorme noção de realidade. Demanda, também, compromisso com a realidade. Pensar e reflexionar
sobre uma turma todos os dias demanda pensar ativamente sobre ela, planejar com ela, sonhar
possibilidades para ela, constituir efetivamente um trabalho com intencionalidade política que dê
conta de vincular Vida/Escola, Vida/Conhecimentos, Vida/Aula. Pensar para o outro, com o outro,
pelo outro requer saber o que se está fazendo, em primeiríssimo lugar. Saber o que se faz demanda
maturidade e responsabilidade. Demanda ter clareza política do que se pretende e aonde se pretende
chegar. Os pensamentos sobre os outros também são definidores de mundos: acolhemos ou
expulsamos.Nossos preconceitos se fundamentaram tanto que pensar sobre o outro é pensar sempre
sobre uma base de juízos e julgamentos. Mas existe o pensar sobre o outro que rompe com esta
maneira limitada e curta de pensar sobre o outro: pensar que somos tão humanos quanto o outro.
Falíveis, atravessados por histórias de vida, por contextos sociais, culturais, políticos e econômicos,
biologicamente dependentes, todos da mesma espécie, com necessidades iguais ou muito próximas.
Construir as primeiras palavras com o outro é uma responsabilidade. Abrir as comportas de
uma linguagem falada com o outro , nos expõe frente ao outro, ao olhar do outro, ao pensar do
outro, mas é essencial. A relação vai depender de uma troca de linguagem, de uma compreensão da
linguagem do outro, de uma aceitação do outro, de uma interação com o outro através das palavras.
As primeiras palavras com o outro fundarão o mundo dessa relação.Também pelas palavras
acolhemos ou excluímos. As palavras são poderosas naquilo que elas carregam de valor simbólico.
As primeiras palavras com crianças e jovens definem a relação que desejo construir com eles.
Emocionar-se é fundante.Sem a Emoção não abrimos espaços para as latências, para as
pulsões, para os desejos, para os sonhos. As latências e pulsões emergirão pela emoção.Os desejos
nascem pela emoção.Os sonhos engravidam de projetos que nascem da emoção. A emoção é uma
categoria existencial. É uma categoria dos humanos. Pela emoção, universos se extendem. Quem
está com sua emoção muito controlada, deve pensar sobre os anestésicos e sobre os gessos que
aceitamos vida afora. Emocionar-se com o outro está na superfície da vida da vida. Não tem que
escavar para encontrar emoção.Se tivermos que escavar muito precisaremos nos perguntar se ainda
estamos vivos.Emocionar-se é uma condição humana. É uma condição da nossa humanidade.
Também fazer da Escola um lugar de existir que seja significativo não pode ser apenas
discurso teórico. A Escola precisa ser significativa também para o Educador. Ao entrar nela,
precisamos estar com a emoção ainda à flor da pele. Um rosto novo, um projeto novo, um livro
novo, um novo saber, um velho saber dos bons, um velho saber ressignificado, um compromisso
com o outro, uma aprendizagem de repente, um inusitado gesto de delicadeza e reconhecimento,
uma irreverência da turma, uma contestação na reunião pedagógica, uma alegria inesperada, um
protesto sindical, um desejo de dignidade são sinais vitais de que ali existe vida. Para o Educador a
Escola também precisa ter sentido. O dia que a Escola não tiver mais o sentido de produção de
sentido, o sentido de produção de vida para o Educador, a Escola não é mais o seu lugar. Deixou de
ser. Já foi. Ressignificar a Escola lembra um reapaixonamento e uma consciência de que ali, por ter
pessoas, é um dos lugares mais bonitos e políticos da vida. Não se faz política sem beleza. Política
que não tem beleza não é política. Escola que não discute mais suas políticas de vida com beleza
deixou de ser Escola. É um prédio. Que forma. Então, significar a aprendizagem passa por muitos
atravessamentos. Aprendizagem é um processo complexo porque passa por desejos, vontades,
sentidos, pulsões, emoções. Se não passar por aí, não há aprendizagem. Aprender, ensinar e
entrelaçar saberes científicos com a vida são as razões que justificam a existência da Escola,
colocando a ela, suas claras funções sociais de ampliar a visão de mundo e afirmar cidadanias
coletivas. Aprender e ensinar são verbos que se conjugam para educandos e educadores também.
Para todas as gentes. Para todos e todas.
Desejo, com enorme respeito, convidar todos os professores e todas as professoras para
buscarmos, novamente, as razões pelas quais desejamos, um dia, esta profissão. Também
buscarmos os sentidos que nela ainda existem, para cada um e cada uma de nós.Também buscarmos
quais as necessidades que a permeiam. Também buscarmos as estruturas nas quais esta profissão se
funda, e sem as quais não se consolida, nem acontece. Buscarmos nossos direitos, esses que, sem
eles, não existiremos como educadores dignos. E, ao estarmos presentes e vivos, latentes e
desejantes disso tudo, que possamos recuperar o desejo de fazer ninhos nos espaços que nos
compete estarmos e sermos educadores e educadoras. Que ao recuperarmos nosso senso crítico,
nossa posição, postura política e o nosso espírito de luta pela superação cotidiana da desigualdade
social, cultural e econômica, incluindo as nossas como professores, que é o que nos dá noção da
realidade e sentimento de responsabilidade e compromisso, possamos suprir, com ternura, as
muitas fomes que vivem em nossos estudantes. Por Amor Político. Por fraterna convivência. Pelo
direito de aprender. Pela alegria de ensinar. Por Amor ao mundo. Por Amor às Pessoas.
Como disseram as crianças do 1º ano: A Escola é um Ninho de Gente.
Como disse Diego, lá na EJA da Restinga: Ninho é o lugar onde tem Paz.
E na minha conversação com meia dúzia de botões, digo que pode-se desejar fazer Ninhos.
Pode-se aprender a construir Ninhos. Pode-se desejar habitar Ninhos.
Em nome de um Novo Habitar Humano, como lembra-nos, tão suavemente Humberto
Maturana em suas pesquisas e tão ludicamente Inha Bastos em suas imagens inesquecíveis, dá para
inventarmos novos jeitos de habitar o Mundo.
(Diário de Aula-Estudos de Campo- Produção Escrita em 1º de março/2011)
“É indo e vindo que um pássaro tece seu ninho”
(Provérbio Africano)
_____________________________________________________________________
Leitoras e leitores do Jornal Expresso Minuano! Esta coluna deseja ser interativa. Por isso, o seu
nome: agenda compartilhada. Agendas da cidade, sentimentos, ideias , pensamentos, produções,
comentários,notícias, podem ser encaminhados para poiesis.agendacompartilhada@hotmail.com
que os publicaremos neste espaço, junto com a produção da semana.
Ana Felicia Guedes Trindade
Professora da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre
Alfabetizadora no 1º Ano e EJA- Totalidades Iniciais
Doutoranda em Educação – Linha Pessoa e Educação PUC/ Bolsa CAPES
Especializanda em Bioética /Instituto Bioético/PUC
Pesquisadora em Bioantropoética e Autopoiese
Orientanda da Profª Drª Leda Lísia Franciosi Portal

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Texto o ninho_ana_felicia ultimo

  • 1. Poiesis.agendacompartilhada O Ninho Existe uma artista plástica brasileira chamada Inha Bastos que pinta imagens de calor, aconchego e ternura. É claro que esta é a minha leitura, uma leitura que vem muito mais do lugar da emoção do que do lugar racionalista que procura enquadrar a arte sempre num estilo. Quando deparei-me, pela primeira vez com a produção de Inha Bastos, identifiquei um jeito de pintar a singeleza e a ternura, o que considero muito complexo. Entre as obras, há esta, acima, que fascina-me. Chama-se “O Ninho”. Naquele lugar do aconchego, uma figura feminina acolhe uma criança, pequena, acompanhada por dois gatos sonolentos e pacíficos. Em meio aos tons-terra combinados com o morno da ternura, Inha fala de um ninho. Esta imagem sempre atravessa o melhor de mim: a emoção de estar no mundo acolhida. É claro que meu estar crítico no Mundo, o qual preservo como um patrimônio íntimo de imensurável valor, recorda-me as dores de todos os humanos que vivem em estado de des- acolhimento, exclusão, apartados do sentimento de ser e de estar incluídos no mundo. E dolorosamente, este atravessamento, dos sem-ninhos, toca-me, emociona-me, o que, por inúmeras vezes, encontro-me reflexionando, sobre essa dimensão, com certa melancolia. Mas hoje, é dos ninhos possíveis de construir que desejo mais falar, independente dos contextos econômicos ou sociais que as pessoas se encontram. O que é um ninho? Doce abrigo, lugar que aquece o coração, que dá segurança, que aninha, que protege do nascimento ao crescimento. Lugar de habitar a vida, casa, toca, seja qual lugar, mas lugar de “Cuidado”.
  • 2. Ao iniciar as aulas, retornando a trabalhar com os pequenos do 1º ano, recupero, com olhos marejados, o meu lugar de educadora plena. Observo a turma de 26 pequenas crianças, filhotes da curiosidade de mundo, necessitando de acolhimento, segurança e cuidado. Observo suas fragilidades e seus olhos famintos por algo que não tem, nem eles, definições do que seja. Mas que, presentes ali, em suas pupilas inquietas e pulsões dos seus múltiplos corpos, arremessam-me para construir o tão necessário Ninho. Na volúpia do meu ser educador e aprendiz, surpreendo-me, feliz, felicíssima, felizarda, por compreender que, no círculo artesanal do ninho que me proponho a fabricar, com o material mais nobre buscado no âmago das florestas encantadas, quero tramar os cipós dos elementos vitais para o cuidado da vida: perceber mais, ler mais as realidades, compreendê-las, problematizá-las, abraçá-las, respeitá-las, aprender a conviver com elas e propondo-lhes aberturas e metamorfoses, quem sabe, produzindo o Bem-viver. Recebo o 1º ano, inaugurando-me. Batizo-me em nome da alegria, do conhecimento e da fartura de Bem-querer. Em nome de ser educadora desejante, batizo-me, mais uma vez, como Aprendiz. E ponho-me a construir o primeiro ninho, metáfora delicada, que ramifica-se e extende- se: o ninho do meu olhar sobre o 1º ano. O ninho dos meus pensamentos em relação ao 1º ano. O ninho da minha emoção com o 1º ano. O ninho das minhas primeiras palavras com o 1º ano. O ninho da ternura, da delicadeza dos meus gestos, da firmeza amorosa no trato. O ninho da intenção política do que ensinar que tenha sentido, do que aprender que tenha essência, importância e impacto na vida deles e na minha. O ninho da alegria de partilhar e de cuidar do desenvolvimento e crescimento do meu 1º ano. Construir um olhar manso e compreensivo sobre múltiplas realidades, abdicando do desejo perverso de formar, reproduzir e enquadrar essas realidades em algum lugar que acredito como Educadora, é extremamente desafiador. Aprendemos a ser educadores escolares com uma marca absoluta: a de imprimir nos educandos as nossas formas de pensar, de sentir e de viver ou as que nos ensinaram. Libertar-nos disso poderá levar uma vida. Não aprendemos a ser educadores sociais.Nem populares. A vida foi ensinando a quem esteve muito aberto a ela como aprendiz. Nem todos conseguimos. Nem todos aceitamos. Nem todos quisemos. Então, fazer um esforço imensurável para olhar o outro na sua realidade e compreendê-lo é um exercício político cultural.De nova cultura.De uma cultura respeitosa com o outro. Não é fácil, mas é possível e é tremendamente transformador. É um jeito de fazer um Ninho: receber o outro sem crises de julgamento. Olhar o outro fraternalmente. Porque o olhar acolhe ou expulsa. Pelo olhar, criamos mundos ou destruimos mundos. Construir um pensamento aberto e democrático sobre uma turma de crianças demanda enorme noção de realidade. Demanda, também, compromisso com a realidade. Pensar e reflexionar sobre uma turma todos os dias demanda pensar ativamente sobre ela, planejar com ela, sonhar possibilidades para ela, constituir efetivamente um trabalho com intencionalidade política que dê conta de vincular Vida/Escola, Vida/Conhecimentos, Vida/Aula. Pensar para o outro, com o outro, pelo outro requer saber o que se está fazendo, em primeiríssimo lugar. Saber o que se faz demanda maturidade e responsabilidade. Demanda ter clareza política do que se pretende e aonde se pretende chegar. Os pensamentos sobre os outros também são definidores de mundos: acolhemos ou expulsamos.Nossos preconceitos se fundamentaram tanto que pensar sobre o outro é pensar sempre sobre uma base de juízos e julgamentos. Mas existe o pensar sobre o outro que rompe com esta maneira limitada e curta de pensar sobre o outro: pensar que somos tão humanos quanto o outro. Falíveis, atravessados por histórias de vida, por contextos sociais, culturais, políticos e econômicos, biologicamente dependentes, todos da mesma espécie, com necessidades iguais ou muito próximas. Construir as primeiras palavras com o outro é uma responsabilidade. Abrir as comportas de uma linguagem falada com o outro , nos expõe frente ao outro, ao olhar do outro, ao pensar do outro, mas é essencial. A relação vai depender de uma troca de linguagem, de uma compreensão da linguagem do outro, de uma aceitação do outro, de uma interação com o outro através das palavras. As primeiras palavras com o outro fundarão o mundo dessa relação.Também pelas palavras acolhemos ou excluímos. As palavras são poderosas naquilo que elas carregam de valor simbólico. As primeiras palavras com crianças e jovens definem a relação que desejo construir com eles.
  • 3. Emocionar-se é fundante.Sem a Emoção não abrimos espaços para as latências, para as pulsões, para os desejos, para os sonhos. As latências e pulsões emergirão pela emoção.Os desejos nascem pela emoção.Os sonhos engravidam de projetos que nascem da emoção. A emoção é uma categoria existencial. É uma categoria dos humanos. Pela emoção, universos se extendem. Quem está com sua emoção muito controlada, deve pensar sobre os anestésicos e sobre os gessos que aceitamos vida afora. Emocionar-se com o outro está na superfície da vida da vida. Não tem que escavar para encontrar emoção.Se tivermos que escavar muito precisaremos nos perguntar se ainda estamos vivos.Emocionar-se é uma condição humana. É uma condição da nossa humanidade. Também fazer da Escola um lugar de existir que seja significativo não pode ser apenas discurso teórico. A Escola precisa ser significativa também para o Educador. Ao entrar nela, precisamos estar com a emoção ainda à flor da pele. Um rosto novo, um projeto novo, um livro novo, um novo saber, um velho saber dos bons, um velho saber ressignificado, um compromisso com o outro, uma aprendizagem de repente, um inusitado gesto de delicadeza e reconhecimento, uma irreverência da turma, uma contestação na reunião pedagógica, uma alegria inesperada, um protesto sindical, um desejo de dignidade são sinais vitais de que ali existe vida. Para o Educador a Escola também precisa ter sentido. O dia que a Escola não tiver mais o sentido de produção de sentido, o sentido de produção de vida para o Educador, a Escola não é mais o seu lugar. Deixou de ser. Já foi. Ressignificar a Escola lembra um reapaixonamento e uma consciência de que ali, por ter pessoas, é um dos lugares mais bonitos e políticos da vida. Não se faz política sem beleza. Política que não tem beleza não é política. Escola que não discute mais suas políticas de vida com beleza deixou de ser Escola. É um prédio. Que forma. Então, significar a aprendizagem passa por muitos atravessamentos. Aprendizagem é um processo complexo porque passa por desejos, vontades, sentidos, pulsões, emoções. Se não passar por aí, não há aprendizagem. Aprender, ensinar e entrelaçar saberes científicos com a vida são as razões que justificam a existência da Escola, colocando a ela, suas claras funções sociais de ampliar a visão de mundo e afirmar cidadanias coletivas. Aprender e ensinar são verbos que se conjugam para educandos e educadores também. Para todas as gentes. Para todos e todas. Desejo, com enorme respeito, convidar todos os professores e todas as professoras para buscarmos, novamente, as razões pelas quais desejamos, um dia, esta profissão. Também buscarmos os sentidos que nela ainda existem, para cada um e cada uma de nós.Também buscarmos quais as necessidades que a permeiam. Também buscarmos as estruturas nas quais esta profissão se funda, e sem as quais não se consolida, nem acontece. Buscarmos nossos direitos, esses que, sem eles, não existiremos como educadores dignos. E, ao estarmos presentes e vivos, latentes e desejantes disso tudo, que possamos recuperar o desejo de fazer ninhos nos espaços que nos compete estarmos e sermos educadores e educadoras. Que ao recuperarmos nosso senso crítico, nossa posição, postura política e o nosso espírito de luta pela superação cotidiana da desigualdade social, cultural e econômica, incluindo as nossas como professores, que é o que nos dá noção da realidade e sentimento de responsabilidade e compromisso, possamos suprir, com ternura, as muitas fomes que vivem em nossos estudantes. Por Amor Político. Por fraterna convivência. Pelo direito de aprender. Pela alegria de ensinar. Por Amor ao mundo. Por Amor às Pessoas. Como disseram as crianças do 1º ano: A Escola é um Ninho de Gente. Como disse Diego, lá na EJA da Restinga: Ninho é o lugar onde tem Paz. E na minha conversação com meia dúzia de botões, digo que pode-se desejar fazer Ninhos. Pode-se aprender a construir Ninhos. Pode-se desejar habitar Ninhos. Em nome de um Novo Habitar Humano, como lembra-nos, tão suavemente Humberto Maturana em suas pesquisas e tão ludicamente Inha Bastos em suas imagens inesquecíveis, dá para inventarmos novos jeitos de habitar o Mundo. (Diário de Aula-Estudos de Campo- Produção Escrita em 1º de março/2011)
  • 4. “É indo e vindo que um pássaro tece seu ninho” (Provérbio Africano) _____________________________________________________________________ Leitoras e leitores do Jornal Expresso Minuano! Esta coluna deseja ser interativa. Por isso, o seu nome: agenda compartilhada. Agendas da cidade, sentimentos, ideias , pensamentos, produções, comentários,notícias, podem ser encaminhados para poiesis.agendacompartilhada@hotmail.com que os publicaremos neste espaço, junto com a produção da semana. Ana Felicia Guedes Trindade Professora da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre Alfabetizadora no 1º Ano e EJA- Totalidades Iniciais Doutoranda em Educação – Linha Pessoa e Educação PUC/ Bolsa CAPES Especializanda em Bioética /Instituto Bioético/PUC Pesquisadora em Bioantropoética e Autopoiese Orientanda da Profª Drª Leda Lísia Franciosi Portal