O documento discute:
1) A história do Paraná e da região oeste, incluindo a ocupação do território pelos índios e bandeirantes e a criação da província do Paraná em 1853.
2) As reduções jesuíticas no Paraná e sua destruição por volta de 1629, forçando a escravidão e morte de milhares de índios.
3) A divisão atual do território paranaense em reservas indígenas e os desafios enfrentados pelos povos originários.
2. Olho este sistema, por fora, é meu velho conhecido, o
funcionamento é que eu não via! Alguns poucos em cima.
Outros muitos embaixo, e os de cima chamando os de baixo:
venham para o alto, para que todos estejamos em cima, mas
olhando melhor você vê algo de encoberto entre os de cima
e os de baixo. Algo que parece uma pinguela, mas não é. E
agora você vê perfeitamente que a tábua é uma gangorra,
este sistema todo é. Uma gangorra cujas extremidades são
relativas uma à outra, os de cima estão lá só porque e
enquanto os demais estão embaixo e já não estariam em
cima se acaso os outros deixando o seu lugar subissem, de
sorte que necessariamente os de cima desejam que os de
baixo não subam e fiquem embaixo sempre. É necessário
também que os de baixo sejam em número maior que os de
cima, para que estes não desçam. Senão não seria uma
gangorra (Santa Joana dos matadouros, Bertolt Brecht).
3. CONTEÚDOS DE HISTÓRIA...
INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA
TRABALHAR OS CONTEÚDOS...
Quais instrumentos tem sido utilizados nas
aulas de história?
DIFERENCIAR...
3
4. HISTÓRIA
DIFERENCIAR E APROXIMAR:
História – é concreta, material, ou seja, as relações
sociais travadas na luta pela sobrevivência;
Compreensão que temos da história e a disciplina
de História – plano das ideais, entendimento de
como a história realizada é compreendida,
assimilada, registrada e transmitida, possibilitando
intervenções nela.
Há que se evitar:
ANACRONISMOS E MANIQUEÍSMOS
4
5.
6.
7. HISTÓRIA
•Quando se estuda a história, em geral, aprende-se
que ela começa com a criação da escrita, que teria
acontecido por volta de quatro a seis mil anos a.C. e
que é feita pelos grandes homens e heróis. Entretanto,
como veremos, isso não corresponde à realidade. A
história está diretamente relacionada ao homem, às
mudanças, às transformações; tem a ver com as
dimensões de passado, presente e futuro, portanto,
com o tempo e com o espaço (AMOP, 2015, p. 131).
7
8. HISTÓRIA
Entendemos que a História, portanto, tem a ver
fundamentalmente com o homem e com o trabalho.
Diferente dos demais seres vivos, o homem
sobrevive por meio do trabalho. E, ao trabalhar, os
homens não apenas produzem bens materiais, mas
também desenvolvem seu cérebro, produzem
representações, ideias e conhecimentos, que
possibilitam a produção de instrumentos e a
adaptação do mundo a si, garantindo a Sobrevivência
AMOP, 2015, p. 131).
8
9. história
A dimensão temporal da história diz respeito às
mudanças, às transformações. Ao contrário disso,
teríamos a perpetuidade e a eternidade.
Contudo, apesar dessa aparente linearidade, a
História não se resume a um encadeamento de
datas, um agregado de fatos, uma cronologia. Mais
do que isso, revela-se como resultado da relação
dos homens entre si e destes com a natureza, em
determinadas condições, em determinada época,
em determinada sociedade (AMOP, 2015, p. 132).
9
10. HISTÓRIA
Possibilitar o acesso aos conhecimentos significativos
historicamente acumulados; contribuir para que os
educandos compreendam-se enquanto indivíduos na
sua relação com a coletividade; desmistificar as
ideologias; e contribuir para que educadores e
educandos possam se compreender como agentes do
processo histórico, capazes de agir e transformar a
natureza, o mundo, as relações nas quais estão
inseridos e a história (AMOP, 2015, p. 133).
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11. Para Karl Marx, as relações sociais constituem a sua existência social,
decorrem das forças produtivas e dos modos de apropriação dos meios de
produção. As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas.
Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam o seu modo de
produção e ao mudar o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida,
alteram todas as suas relações sociais. A história mostra-nos que a um
determinado estágio do desenvolvimento das forças produtivas corresponde
um tipo determinado de “relações de produção”, que são o conjunto de
relações estabelecidas pelos homens com vista à produção. Os homens, para
produzi, “estabelecem uns com os outros laços e relações bem determinadas
(necessárias e independentes da sua vontade): o seu contato com a natureza,
isto é, a produção, só se efetua no quadro destes laços e destas relações
sociais. Estas relações sociais que ligam os produtores uns aos outros [...]
diferem naturalmente segundo o caráter dos meios de produção. [...] Isto
equivale a dizer que as relações sociais segundo as quais os indivíduos
produzem, as relações de produção, se alteram e se transformam com a
evolução e o desenvolvimento dos meios materiais de produção, das forças
produtivas. As relações de produção, consideradas na sua totalidade,
constituem aquilo que chamam as relações sociais.
Relações sociais
13. • Observe o mapa do Paraná atual. Será que ele
sempre foi assim, com esse “contorno”?
A “OCUPAÇÃO” DO ESPAÇO PARANAENSE
Para responder a essa pergunta precisamos voltar no tempo e
observar como os homens foram “tecendo” a história do Paraná.
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31. A Primeira Missa no Brasil
Pintura de Victor Meirelles (1861)
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32. O fim das reduções
Por volta de 1600 a produção
agrícola da colônia que pertencia a
Portugal no Brasil, necessitava de
mão de obra. Nesse sentido,
buscou-se o trabalho escravo
indígena através dos bandeirantes,
que se deslocavam de São Paulo
até as Reduções.
Em torno de quarenta mil
indígenas viviam distribuídos em
quatorze reduções no Paraná.
Por volta de 1629 as reduções
foram destruídas, cerca de vinte e
oito mil indígenas foram
escravizados ou mortos, os demais
fugiram para o interior da mata.
Essa região era ocupada por
espanhóis. O Tratado de Madrid,
em 1750, pôs um fim à pretensão
espanhola de dominar o Oeste do
atual Paraná.
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36. Brasil Sociedade Indígena Sociedade Capitalista
propriedade legal “Coletiva” Individual – protegida pela lei
mão-de-obra/
Divisão do Trabalho
Divisão do trabalho baseada no
gênero/ não há exploração do
trabalho.
Divisão social; Altamente
especializado; Formal/Informal;
Manual/Intelectual; Exploração do
trabalho.
lucros Trabalho está voltado para a
subsistência
O lucro pertence a quem detém os
meios de produção e compra a força
de trabalho de quem não os detém.
diferenças étnicas Há uma diversidade de povos, mas
cada grupo procura manter suas
tradições.
Há uma diversidade étnica, no entanto
há determinados grupos que se
“destacam”/ imposição.
manutenção da ordem Cada comunidade tem seus códigos. Todos são iguais perante a lei.
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37. 1 Reserva indígena Ocoí 2 Reserva indígena Rio das Cobras
3 Reserva indígena Mangueirinha 4 Reserva indígena Palmas
5 Reserva indígena Marrecas 6 Reserva indígena Ivaí
7 Reserva indígena Faxinal 8 Reserva indígena Rio D'Areia
9 Reserva indígena Queimadas 10 Reserva indígena Apucaraninha
11 Reserva indígena Barão de Antonina 12 Reserva indígena São Jerônimo da Serra
13 Reserva indígena Laranjinha 14 Reserva indígena Pinhalzinho
15 Reserva indígena Ilha da Cotinga 16 Reserva indígena Mococa
17 Reserva indígena Tekoha-Añetetê
OBS.: Existem grupos dispersos em locais não demarcados
Terras Indígenas do Paraná
37
38. O que são as reservas indígenas
•A reserva indígena é um território dentro de um país destinado ao grupo
indígena. Essa área deve oferecer meios para a sobrevivência do grupo e
normalmente já faz parte da história da localização geográfica daquela tribo.
Em alguns países, inclusive no Brasil, o que era para ser normal não é praticado.
A reserva indígena não é necessariamente a área de ocupação tradicional. O
Estatuto do Índio, que entrou em vigor em 1973, define de 3 maneiras o território
indígena: Terras Reservadas, Terras de Domínio dos Índios e Terras Ocupadas
tradicionalmente.
As Terras Reservadas são oferecidas pela União para usufruto dos índios, mas
não correspondem ao território tradicional daquela tribo. As Terras de Domínio são
adquiridas através de compra ou usucapião. As Terras Ocupadas
Tradicionalmente foram definidas nas Constituições de 1967 e 1969.
A Funai, Fundação Nacional do Índio, calcula 105 milhões de hectares de terras
brasileiras destinadas à ocupação de 460 mil indígenas.
Saiba Mais no GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-que-
sao-as-reservas-indigenas.html
38
40. •A denominação “Paraná” vem da língua guarani e quer dizer: “para” ... mar +
“anã” ... parecido, parente, semelhante, significando rio grande, rio como mar,
rio semelhante ao mar.
•É termo de origem geográfica e refere-se ao Rio Paraná, o maior curso d‟água
em território paranaense, que divide o Estado do Paraná da República do
Paraguai e do Estado do Mato Grosso do Sul. Originalmente a pronúncia
correta do termo era Paranã, porém, com o tempo alterou-se a acentuação da
última vogal. Em se tratando de estudo toponímico, deve-se levar em conta que
o topônimo Paraná, aparece, dentre várias citações, em três outras importantes
denominações no território paranaense, a saber: “Rio Paranapanema”, que
divide, a norte e noroeste os Estados do Paraná e de São Paulo; “Paranaguá”,
primeiro município criado no estado; “Rio Paraná”, situado na porção oeste
paranaense.
•A denominação Paraná, dada ao Estado da Federação, surgiu a partir de 1853,
no período da elevação da então Comarca de Curitiba, que era jurisdicionada à
Província de São Paulo, à categoria de Província.
ORIGEM DO NOME E CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA
41. 1853 - Chegada do Conselheiro Zacarias, em Curitiba,
para a instalação da Província do Paraná.
Tela de 7 m x 5 m , de Arthur Nísio . Acervo Palácio
Iguaçu.
42. •A referida Carta, destaque nas páginas da obra de Macedo (1995, p. 100)
revela o triplo caráter da política da Coroa: Tendo o presente o quase total
abandono em que se acham os campos gerais de Curitiba e os de
Guarapuava, assim como todos os terrenos que deságuam no Paraná [...]
infestados pelos índios denominados bugres, que matam cruelmente todos
os fazendeiros e proprietários que nos mesmos países têm procurado
tomar sesmarias e cultiva-las em benefício do Estado; de tal maneira que
[...] maior parte das fazendas [...] se vão despovoando. Sou servido por
estes e outros justos motivos que fazem suspender os efeitos de
humanidade que com eles tinha mandado praticar, ordenar-vos. Em
primeiro lugar, desde o primeiro momento em que recebais esta minha
Carta Régia, deixe de considerar principada a guerra contra esses bárbaros
índios, [...] Em segundo lugar [...] a porção que fordes libertando não só as
estadas de Curitiba, mas dos Campos de Guarapuava, possais ali dar
sesmarias, [...] Em terceiro lugar ordeno-vos que assistais com o
competente ordenado a João Floriano da Silva a quem encarrego o exame
dos mesmos terrenos, e assim a ele, como a seu irmão, [...] darei as
sesmarias que puderem cultivar, [...].
43. •Os aspectos acima referendados sintetizam a determinação com que o
governo central tratou a ocupação da região criando condições necessárias
para a propalada conquista dos referidos sertões meridionais do Brasil, e
revelam o olhar do Estado diante das populações indígenas. Nesse
discurso, expressões, tais como bugres ou bárbaros sintetizam a imagem
que a sociedade possui em relação às populações indígenas, ou seja, uma
organização social, cujas práticas de resistência em relação à presença do
Homem branco foram interpretadas como desumanas. Atitudes que
concorreram para que o Imperador, no uso de suas atribuições legais,
destituísse o grupo de humanidade. Fica claro que o critério utilizado pelo
monarca para destituir o estatuto de humanidade, delegado aos índios
desde a controvérsia, pública entre Las Casas e Sepúlveda em meados do
século XVI, foram as consecutivas mortes ocorridas em função das guerras
que o grupo indígena travou com os colonizadores pela histórica posse de
suas terras. Assim no decorrer dos séculos XVIII e XIX conforme a
linguagem da época, o território paranaense padecia em função da escassa
presença de populações brancas e civilizadas.
44. •1854, referendam a existência de áreas incipientemente
ocupadas pela nação. Contrariando a assertiva da autora,
o referido censo destacava a presença de 62.358,
habitantes em território provincial.
45. •A escravidão negra no Paraná se fez presente desde o século XVII nos
tempos dos arraiais das primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e
Curitiba.
•Contudo, na medida em que esta economia se desmantelava, os negros
eram introduzidos nas atividades agropastoris do primeiro e segundo
planalto.
•Assim, o que se deve ressaltar é que no Paraná a escravidão negra não
ocorreu de forma intensiva como em outros pontos do Brasil.
•Ao mesmo tempo não se deve minimizar a participação paranaense no
comércio negreiro, especialmente a do porto de Paranaguá, que serviu
como um dos principais embarcadouros do país no contrabando de
escravos no período em que ocorreu a proibição do seu tráfico (1850).
•BUGRES E BUGREIROS.
ESCRAVIDÃO
46. • O CAMINHO GRACIOSA;
• CAMINHO DE ITUPAVA;
• CONTRATO DAS CANOAS;
• CAMINHO DO ARRAIAL;
• ESTRADA DA MATA (VIAMÃO).
CAMINHOS DO PARANÁ
57. •Cabe ressaltar que as fronteiras entre as
possessões portuguesa e espanhola na América
Platina foram demarcadas pelos Tratados de Madri
em 1750 e, respectivamente, Santo Idelfonso no
ano de 1777. O Tratado de 1777 estabelecia que a
fronteira internacional corresse pelos rios
denominados Peperi-Guaçu e Santo Antônio.
Entretanto, as comissões demarcadoras criadas
por Portugal e Espanha não definiram com
exatidão, quais os rios que recebiam tais
denominações, muito embora, contassem de
mapeamentos já estabelecidos.
58. •Após a resolução da problemática territorial com
a Argentina, outro evento coloca em relevo a
demarcação do território paranaense. Referimo-
nos a disputa interna entre os Estados do Paraná e
de Santa Catarina pela definição entre suas
fronteiras, embate esse que se estendeu ao longo
de dezesseis anos. Conhecida como região do
Contestado, a área em litígio inclui atualmente
localidades tais como Palmas, Campo Erê, União da
Vitória e Porto União.
59. •Nesse sentido, amplas discussões em torno da
demarcação de áreas situadas a extremo-oeste e
sudoeste da Província paranaense também estiveram em
pauta no período. Reconhecida como “Vale do Iguaçu”,
essa região, tradicionalmente território Guarani foi
reconhecida como Território do Guayrá. Tal
denominação segundo apontado por Mota (1987),
decorre da edificação de reduções Jesuíticas durante os
séculos XVI e XVII. A posse desse espaço era reivindicada
contra Argentina e Santa Catarina representando,
aspirações de segmentos políticos constituídos no
Paraná, grupos esses que refletiam aspirações de
camadas dirigentes e econômicas.
60. MINERAÇÃO
• Primeiro ciclo econômico;
• Séculos XVI e XVII;
• Litoral, Serra do Mar e 1º Planalto;
• Escravidão;
• Impostos: Quinto e captação;
• Caminhos: Graciosa, Itupava e Arraial;
• Consequências: povoamento do litoral,
surgimento de Paranaguá, colonização do
primeiro planalto, fundação de Curitiba,
caminhos.
61. Os Pioneiros Rafael Falco (Oran, 1885- São Paulo 1967).Óleo. Coleção Dulce Moura de Albuquerque.
Fonte:http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/05/30/raphael-gaspar- falco-pintor-brasileiro. Acesso em 06 de set.
de 2012.
62. •O que você pode observar na imagem?
•O que mais lhe chama atenção? Por quê?
•Como se apresenta a paisagem: a natureza, os
homens e objetos?
•Que trabalhadores aparecem?
•Que tipos de trabalhos estão realizando?
•Que instrumentos utilizam?
•Que produtos estão explorando?
•Por que estão vestidos de forma diferente?
•A imagem representa o passado ou o presente?
Por quê?
63. •Os mais dos moradores que por estas Capitanias
estão espalhados, ou quasi todos, tem suas terras
de sesmaria dadas e repartidas pelos Capitães e
Governadores da terra. E a primeira cousa que
pretendem acquirir, são escravos para nellas lhes
fazerem suas fazendas e si huma pessoa chega na
terra a alcançar dous pares, ou meia duzia delles
(ainda que outra cousa nam tenha de seu) logo
tem remedio para poder honradamente sustentar
sua familia (GÂNDAVO, 2009, s/p.).
64. TROPEIRISMO: SÉCULOS XVII e XIX
MAPA - MÚSICAS e VÍDEOSTropeiros Leo Almeida.wmv Tropeiros - Léo Almeida.doc
Tropeiros.doc MÚSICAS e VÍDEOSAUD-20150310-WA0025.mp3
64
65.
66. Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR).Para atender às necessidades de
alimentação e transporte dos mineradores das Minas Gerais, ocorreu uma grande procura de vacas,
cavalos e mulas. Os campos de Curitiba e do atual Rio Grande do Sul, onde o gado se espalhava em
grande quantidade, eram territórios muito favoráveis à pecuária.
70. •O espaço geográfico ocupado pela população
existente na Província não preenchia senão um
terço aproximadamente do disponível existente no
Paraná. A esta área denomina-se o Paraná
Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a
mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII,
sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na
criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas
atividades extrativas da erva-mate e da madeira.
Estes dois produtos extrativos vão formar
sensivelmente, uma nova economia, resultando
transformações na vida paranaense de um modo
geral.
71. •Czesz (1997, p. 23): Várias povoações surgiram
em função da economia do gado nas expansões
através dos rios Iguaçu e Tibagi. Resultante dos
caminhos do Peabiru, de Cubatão, do Itapuava e
principalmente do Viamão. Ligando os centros
criadores - localizados no Rio Grande do Sul - ao
principal mercado pecuário da época - Sorocaba –
esse [último] caminho atravessou o Paraná,
criando condições para o aparecimento de várias
povoações como [...] Ponta Grossa, Lapa,
Palmeira, Campo Largo, Lages.
72. •Percebe-se que o fundamental é a fazenda de
criação de gado como agente que consolida a
fixação da população, no modelo expresso por
Brasil Pinheiro Machado:
•1. a fazenda de criação de gado, como
instrumento;
•2. a família como agente social e econômico;
•3. as regiões de Campos Naturais, como espaço
geográfico;
•4. a escravidão, como sistema de trabalho.
73. CICLO DA ERVA -MATE– Séculos XIX e XX
A erva mate ou
”ILEXPARAGUARIENSIS”,
ou erva do Paraguai foi o mais
original complexo econômico do
Paraná. De 1820 a 1930 a erva
mate foi o produto que
movimentou a economia
paranaense. Muitas famílias
trabalhavam na colheita, porém
os lucros ficavam com os
exportadores.
Os ervais se
estendiam pelo planalto
paranaense até o Rio Paraná, de
Guaíra para baixo, penetrando no
mato Grosso Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Em 1720 D. João
autorizou a exportação do mate
para as cidades do Prata.
73
77. • Em 1895 a Matte
Laranjeira chegou a
explorar uma área
de 5 milhões de
hectares, o que
equivale a 50 mil
km2
– igual a um
quarto da área do
Paraná. Confira por
onde se estendiam
seus
empreendimentos.
78.
79.
80.
81.
82. MADEIRA – Século XX
"... serra acima, onde os olhos dos viandantes descortinam matas sem fim de pinheiros,
por hora só aproveitados no limitadíssimo consumo desta parte da Província... "
(Zacarias de Góes e Vasconcelos -
Presidente da Província do Paraná... 1854)
• Ciclo do Pinho; madeiras de lei (cedros, perobas,
canelas, imbúia etc);
• Primeira Guerra Mundial;
• Exportação;
• Calculava-se em 1920 que o Paraná tinha reservas
florestais de pinheiro para 370 anos;
• Estrada de ferro, caminhões, alçapremas até 100 Km
das margens do rio Paraná, marombas;
• Mão-de-obra, salários, segurança, horas extras;
84. O desenvolvimento do transporte feito por caminhão após a década de 30,
libertou a indústria madeireira da dependência exclusiva da estrada de
ferro, penetrando desta forma, cada vez mais para o interior.
Utilizando boa parte da mão-de-obra excedente do ciclo ervateiro, já em
crise, foi ainda pela necessidade de acondicionar a erva-mate,
anteriormente transportada em surrões de couro, que nasceu uma nova
profissão: a dos barriqueiros, que confeccionavam barricas utilizando o
pinho como matéria-prima. Foi ainda no bojo deste ciclo, que se instalaram
no Paraná, diversas indústrias como fábricas de fósforos, de caixas e de
móveis.
Em um determinado espaço de tempo, durante a Segunda Guerra Mundial,
a madeira de pinho liderou a pauta das exportações do Paraná. Findo o
período de conflito, o ciclo madeireiro foi declinando, sendo substituído
pelo café que já despontava como uma das forças econômicas no Estado.
Assim, o ciclo econômico do pinho terminou por volta de 1940, sendo que
da primitiva floresta de pinheiro-do-paraná, resta aproximadamente 5%.
Mas é inegável também a importância que a araucária exerce ainda hoje na
história, cultura, hábitos e artes do paranaense.
85. "Coré-etuba", isto é, ''muito pinhão'' "aqui", segundo a lenda, teria
dito o cacique Tingui, ao ajudar a escolher o novo local transferindo
a primitiva povoação das margens do rio Atuba, para a atual Praça
Tiradentes. Da expressão indígena nasceu o nome e a cidade, que
seria a futura Capital do Paraná: Curitiba.
Outros municípios têm seu nome ligado ao pinheiro: Araucária,
Pinhão, Pinhalão, Ribeirão do Pinhal, São José dos Pinhais e
localidades como: Pinhais, Pinhalzinho, Pinheiral, Três Pinheiros, etc.
Grande foi também a influência que o pinheiro exerceu sobre o
imigrante que, quando aqui chegou, o utilizou para construir suas
primeiras habitações. A importância de tal uso está evidenciada
através das casas de troncos, sem pregos, sendo usada apenas a
técnica do encaixe, hoje conservadas no memorial da imigração
polonesa do Bosque João Paulo II, um dos mais bonitos e atrativos
pontos turísticos de Curitiba.
89. •AGRICULTURA;
CAFÉ - 18 de julho de 1975 mudou para sempre a
história do estado; êxodo rural; A soja assumiu a
dianteira do mercado agrícola e a população rural teve
uma redução de 60% em 40 anos – passando de 4,5
milhões de pessoas para 1,5 milhão. Cerca de 300 mil
famílias de trabalhadores ficaram sem emprego.
• INDUSTRIALIZAÇÃO;
• SERVIÇOS
98. PORECATU
Também conhecida como a Revolta do Quebra
Milho, a Guerra de Porecatu ocorreu no Vale do
Rio Paranapanema entre o fim da década de 1940
e início da de 50. Posseiros que ocupavam a
região da Vila Progresso, no então município de
Porecatu, se revoltaram quando o governo
começou a distribuir documentos das terras a
grandes fazendeiros e resistiram aos mandados
de reintegração de posse. Com muitos mortos, o
conflito foi encerrado em 1951 após ação policial.
102. Texto
[...] Mas o povoamento, não só do Oeste, mas também no Norte, foi marcado igualmente
pela intrusagem – modalidade ilícita de ocupação e posse de terra, notadamente em
antigas concessões inexploradas – e pela formação de imensos grilos – o apossamento de
terras alheias, com base em falsos títulos de propriedade. [...] Intrusos e grileiros
normalmente se utilizavam de jagunços para tirar as terras dos posseiros e sitiantes
(GAZETA DO POVO, dezembro de 2003, p. 3).
TEXTO
Para requerer o lote era só pôr uma casa de madeira em cima. Os lotes eram do Estado
e eram doados para quem fizesse a casa e os requeresse.
Em alguns lugares do oeste, a terra era de quem chegasse primeiro. Esses colonos tinham a
posse da terra, mas não tinham nenhum papel legalizando a propriedade. Às vezes quando
percebiam haviam perdido suas terras para outras pessoas mais espertas, que registravam
a propriedade em seu nome. Muitas vezes, também, acontecia que essas pessoas
mandavam expulsar as famílias do lugar onde moravam, para poder provar na justiça que
aquela terra não era posse de ninguém (CALLAI, 1983 p. 93).
102
103. O caso da “noite enriquecedora” foi apenas um de tantos
casos de grilos de terras registradas no Sudoeste. Arthur
Faria de Macedo negociara fraudulentamente 2.853
alqueires de terras situados na Gleba Chopinzinho, o
“Território dos Índios”, em apenas algumas horas, à noite,
nos últimos suspiros de sua gestão à frente da Fundação,
ele registrou todas aquelas terras em cartório da capital
em nome de seus sócios[...] (Cordeiro , p. 70).
A terra pode significar riqueza ou pobreza, vida ou morte,
poder político e posição social ou marginalização. Para
cada pessoa ou grupo social, ela tem um valor.
Para um índio, por exemplo, não há como viver sem a
terra, pois esta lhe dá moradia, alimento, trabalho, e o
índio está tão integrado à terra que separar-se dela
implica perder a identidade cultural (CANCHO, 1991, p.
5).
Texto
103
104. Texto
Segundo levantamento feito pela Secretaria da Agricultura do Paraná, somente em 1970
a 1980 deixaram de existir 100.385 propriedades no Paraná. A região de Cascavel perdeu
16 mil pequenas propriedades.
Segundo a Receita Estadual, só em 1984 foram vendidas, na região oeste do Paraná,
7.651 propriedades (das quais 3.200 em Cascavel). Ressalta-se que este número pode ser
acrescido em mais 20%, porque muitos pequenos produtores vendem suas propriedades
sem efetuar transferência definitiva para os compradores, a fim de evitar pagamento de
impostos. Deste total, 89% são áreas inferiores a 30 hectares e 95% inferiores a 50
hectares. Portanto, módulos pequenos e médios. Além de mecanização agrícola, a falta
de capital causada pela política incerta de comercialização e a política agrícola
beneficiando apenas culturas de exportação são fatores que obrigaram os pequenos a
vender suas terras. Soma-se a isso a pressão dos compradores – latifundiários ou
colonizadores que querem especular ou aumentar a área de produção de soja e trigo
para exportação.
Perdendo a terra por dívidas ou expulsos pela mecanização, os agricultores acabam
virando “bóias-frias” ou “sem-terra”. Quando conseguem vender a propriedade e
arrecadar algum dinheiro com a venda, preferem ir para o Norte, onde o preço por
hectare é infinitamente mais baixo[...] (CANCHO, 1991 p. 69).
104
105. •A designação de Paraná Tradicional remete-se ao
período de conquista e ocupação do território
indígena pelos luso-brasileiros, desde o século XVII
até o XIX, compreendendo a porção do litoral,
primeiro planalto, Campos Gerais, Campos de
Guarapuava e Palmas. Inicialmente, através da
preação de índios e da mineração, possibilitou-se a
criação das primeiras vilas portuguesas, no litoral e
no primeiro planalto, como a de Paranaguá, Antonina
e Curitiba.
PARANÁ TRADICIONAL
106. •Por mais efêmera que se apresentou esta
dinâmica ocupacional, uma segunda fase se
consolidou, a partir do século XVIII, a
economia pecuária e ervateira. Por meio do
tropeirismo efetivou-se o surgimento de vilas,
como Castro, Ponta Grossa, Lapa, Jaguariaíva
com uma sociedade “latifundiária, campeira e
escravocrata”. Por fim, a partir do século XIX o
contingente de imigrantes, principalmente
europeus, também contribuíram para a
formação desta “área histórico-cultural”.
107. •O processo migratório envolvendo a descoberta
de minas de ouro concorreu para o surgimento de
diversos caminhos, primeiras formas de ligação
entre esparsos núcleos populacionais do litoral e
primeiro planalto paranaense. A ocupação da área
litorânea teve, por sua vez, grande impulso a
partir da instituição de São José dos Pinhas,
localidade fundada no ano de 1690, seguido pelo
evento de oficialização da já existente Vila de
Curitiba em 1693.
108. •Martins (1994) destaca que, em conformidade ao
processo de ocupação determinado pela política
mercantilista ultramarina do Estado Português, o
litoral norte do Estado do Paraná pertencia à
chamada Capitania de São Vicente. O litoral sul, por
sua vez, compreenderia as chamadas Terras de
Sant'Ana. Por sua vez, a ocupação do território
litorâneo em decorrência da descoberta de minerais
preciosos nos ribeirões que desaguavam na bacia do
Paraná, já demarcava as primeiras áreas que
posteriormente seriam definidas como território
paranaense. Ainda no século XVII, ter-se-iam,
indícios de mineradores explorando ouro nessa
região.
111. O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
•O planejamento de colonização criado pela Companhia de Terras Norte
do Paraná previa a formação de quatro núcleos urbanos, que teriam
aproximadamente 100 km de distância uns dos outros: Londrina, Maringá,
Cianorte e Umuarama. Essas cidades seriam os grandes centros
prestadores de serviços da região, sendo interligadas por uma única
ferrovia. Entre essas cidades, a cada 15 km aproximadamente, deveriam
surgir cidades menores, que teriam a função de ser um ponto de apoio
para as propriedades rurais da região, abastecendo-as com produtos de
necessidade básica que não eram produzidos no campo, como sal,
produtos de higiene pessoal, querosene, roupas, entre outros.
•A divisão dos lotes promovida pela Companhia de Terras Norte do
Paraná também foi minuciosamente planejada. Os lotes eram pequenos –
a área máxima era de 15 alqueires paulistas (o equivalente a 36 hectares)
-, e todos eles foram planejados para aproveitar o máximo possível os
recursos naturais e logísticos da região. Todas as propriedades deveriam
fazer divisa com uma corrente d‟água ao fundo, aproveitando os fartos
recursos hídricos da região; e com uma estrada de rodagem à frente, para
facilitar a logística e, consequentemente, o escoamento da produção.
112. •O tamanho reduzido dos lotes dava oportunidade ao maior número
possível de pessoas interessadas em adquirir uma propriedade. No
entanto, a Companhia não vendia os terrenos para qualquer
pessoa interessada em adquiri-los. Visando o desenvolvimento
econômico da região, a empresa colonizadora solicitava referências
dos compradores, que passavam por uma triagem e normalmente
adquiriam os lotes apenas quando indicados por corretores e
agentes ligados à Companhia de Terras Norte do Paraná. No
contrato de compra do terreno, existia também uma cláusula que
obrigava o proprietário a construir alguma edificação no lote, sob
pena de perdê-lo.
•Com a venda dos primeiros lotes e a chegada dos primeiros
desbravadores, surgiram também as primeiras cidades do “norte
novo”. Londrina foi fundada a 21 de agosto de 1929, pelas mãos do
engenheiro Alexandre Rasgulaeff, que a batizou em homenagem a
Londres, capital inglesa. Cinco anos mais tarde, em 1934, ano em
que Londrina se torna oficialmente um município, outros núcleos
urbanos começam a surgir na região.
113. •A região norte paranaense teve como base de seu desenvolvimento
econômico a produção cafeeira iniciada desde meados do século
XIX, quando fazendeiros mineiros e paulistas se estabeleceram na
região hoje denominada de Norte Velho, entre os rios
Paranapanema, Itararé e Tibagi, surgindo cidades como Tomazina,
Jacarezinho, Cambará e Ribeirão Claro.
•A partir da década de 1920 se intensifica a colonização na região do
Norte Novo, entre os rios Tibagi até o Ivaí, resultado da ação de
companhias particulares, principalmente a de iniciativa inglesa; até
1950 surgiram cidades como Londrina, Cambé, Rolândia, Apucarana
e Maringá.
•Na conjuntura em que o café vai se tornando o principal produto
exportador do Paraná, as terras além do rio Ivaí são colonizadas
entre as décadas de 1940 a 1960, constituindo o Norte Novíssimo.
As extensas áreas da floresta subtropical predominante na região
norte desapareceram.
•Ainda deve-se ressaltar que o processo de colonização segue
os moldes tradicionais no sentido de conquistar os territórios
indígenas e neste caso o vencedor recebeu o título de pioneiro.
116. •A região oeste e sudoeste somente se constituiu em área
de colonização aproximadamente na década de 1920, ao
receber o fluxo migratório de gaúchos e catarinenses que
proporcionaram o estabelecimento da pequena
propriedade, da suinocultura e da produção de cereais e
oleaginosas.
•Contudo, ao se retroceder a séculos anteriores, verifica-se
que este território fez parte da Província do Guairá, no
período de posse espanhola entre os séculos XVI e XVII e
onde fundaram-se as Missões Jesuíticas das quais
abrigaram milhares de indígenas, sobretudo os Guarani.
•Posteriormente, as vastas florestas existentes na região do
vale do rio Iguaçu e do rio Paraná tornaram-se área de
exploração predatória de ervais e madeiras,
principalmente de interesses estrangeiros que através das
obrages implantaram um sistema de trabalho subumano,
onde imperava a brutalidade e o estado de miséria de
brasileiros e paraguaios.
117. •Explorado economicamente a partir do século XVI;
•Pelo litoral – evolução portuguesa em busca de ouro
de aluvião;
•Pelo oeste – ocupação espanhola; em 1554 já haviam
sido fundadas as primeiras cidades no Guairá;
•Devido aos constantes conflitos com os índios
levaram a entrega do problema da pacificação
indígena aos Jesuítas – 1609 criaram a província
jesuítica do Paraguai;
•Em poucos anos entre os rios Paraná e Tibagi foram
criadas 13 reduções;
• Reduções se tornaram alvo dos bandeirantes –
escravização indígena;
“EVOLUÇÃO” HISTÓRICA DA ECONOMIA
PARANAENSE
117
118. • Em busca de ouro subiram a Serra do Mar e
alcançaram o Planalto de Curitiba
• A base da mineração fora o escravagismo
• Descoberta de ouro na região de Minas fez
surgir o TROPEIRISMO (Criação, pastagem,
comércio e transporte). CAMINHO DE VIAMÃO
• Proprietário de terras que também era tropeiro
representava a classe dominante, mas nem
todo tropeiro era proprietário.
• Essa atividade foi liquidada pela construção
das estradas de ferro.
• Erva-mate
• Madeira
118
122. O trabalho em meio a mata nas regiões
Sudoeste/Oeste do Paraná
O trabalho era muito pesado,
as crianças trabalhavam com seus
pais, havia poucas escolas e eram
distantes, impossibilitando os
estudos. Homens, mulheres e
crianças viviam em perigo, pois havia
muitos animais ferozes, além das
cobras cascavéis, mosquitos, onças,
entre outros...
Se as pessoas ficassem
doentes, não havia médicos, eram
feitos chás com ervas conhecidas por
eles, que nem sempre resolvia.
O trabalho de derrubar a mata,
preparar o terreno semear os grãos e
esperar que a terra produzisse era
bastante árduo.
(FOTO 1905).
122
123. • Em 1930 a região de Catanduvas não parecia
Brasil:
• Domínio econômico era Argentino – levavam o mate
e a madeira e traziam os produtos consumidos na
região; (matéria-prima/território brasileiro, empresas
argentinas, mão-de-obra paraguaia.
• Os fiscais, quando haviam, dependiam dos
obrageros para morar e comprar;
• O mate brasileiro era beneficiado em Posadas e
vendido como se fosse argentino;
• Isso foi revelado pelos militares que combateram a
Coluna Prestes em 1924. O grupo que assumiu o
poder em 1930 cunhou o slogan “Marcha para o
Oeste”.
MARCHA PARA O OESTE
123
124. PERÍODO VARGAS - NACIONALISMO
Marcha para o oeste – Ocupar fronteiras, como por
exemplo oeste e sudoeste;
10.000 habitantes, somente 500 eram brasileiros;
O Paraná é acusado de descaso para com a região –
propõe-se a criação do território Federal do Iguaçu
para garantir a nacionalização;
Em 1943 é criado o Território Federal do Iguaçu;
Havia também outras intenções: abrir espaço para o
excedente populacional do RS;
Com a queda de Getúlio em 1945 as elites
paranaenses trataram de recuperar o território e sua
dissolução foi aprovada numa disposição transitória
da Constituição de 1946.
124
128. • 1 - Explique por que a atividade tropeira e ervateira enriqueceu os
fazendeiros e os donos dos engenhos de mate.
• 2 - Copie o quadro abaixo no seu caderno e complete com as
informações dos textos estudados.
ATIVIDADES
Atividade
econômica
Ouro no
Paraná
Tropeirismo no
Paraná
Erva-mate Madeira
Época
Região do
Paraná
Sujeitos
históricos
(Proprietários/
mão-de-obra)
Destino da
produção
Espaços e
objetos de
trabalho
128
129. Sobre a colonização e a posse da terra, destaca-se
que este foi um processo marcado por conflitos e
disputas entre posseiros e grileiros profissionais, a
serviço de falsas colonizadoras. Para diversos
autores, estes conflitos tinham sua origem na
ausência do Estado ou sua ineficiência, o que
permitiu a grilagem, o favorecimento político e a
corrupção, gerando disputas jurídicas entre dois ou
mais compradores. A ação de aventureiros
confundia-se, com as verdadeiras colonizadoras que
enfrentavam dificuldades para gerir seus negócios
em meio às irregularidades.
COLONIZAÇÃO
129
130. É preciso compreender os conflitos como inerentes
às contradições e disputas sociais e não apenas
como desequilíbrio ou como expressão de que o
Estado não estaria cumprindo com o seu papel de
administrador e regulador, das relações entre os
indivíduos com interesses divergentes ou
concorrentes.
o Estado se configura, já naquele momento, como
um Estado com formato de classe, incrustado pelo
domínio de madeireiros e especuladores de terra,
que a partir de seu aparato ou de seus órgãos
reguladores e repressores garantiu a legalização da
terra para uns e não para todos.
CONFLITOS
130
131. Inúmeras famílias de posseiros viram-se
desalojadas da noite para o dia das
propriedades onde durante anos haviam
investido todos os seus esforços: grileiros
vinculados ao PSD passavam a condição de
titulares de vastas áreas, removendo seus
ocupantes à força ou obrigando-os a pagarem
mais uma vez pela terra. Jagunços a soldo de
grandes companhias ou de latifundiários
percorriam os sertões com metralhadoras
pesadas à caça de posseiros (REVISTA
OESTE, no. 21, Ano III, setembro/1987, p. 36-
37).
POSSEIROS
131
136. •Em 1902, instalou-se, na região Oeste, a Companhia de Madeiras Del Alto
Paraná, empresa inglesa com sede em Buenos Aires - Argentina, adquirindo do
governo do Estado a área de terras denominada Fazenda Britânia, com
aproximadamente 275 mil hectares. Atualmente esta área corresponde aos
municípios de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste,
Toledo, Nova Santa Rosa e parte do município de Palotina.
•Com os mesmos objetivos das outras obrages já instaladas na região, a
Companhia de Madeiras Del Alto Paraná utilizou-se de mão-de-obra paraguaia
para a exploração de madeira e erva-mate na região Oeste do Paraná. Essa
situação de exploração depredatória persistiu até a década de 1920, quando
eventos como a passagem da "Coluna Prestes [em 1924] e também das Tropas
Federalistas (...) expuseram a situação do Oeste do Paraná à opinião pública"39,
constatando-se a dominação da região por parte de estrangeiros, e que até
então não havia sido tomada nenhuma ação efetiva buscando fomentar a
ocupação através de brasileiros. Após esta constatação, tornou-se imperativo
tomar medidas que coibissem a invasão de estrangeiros e concomitantemente
"nacionalizar" a região.
137. •nóis não tinha terra lá, daí nóis viemo prá cá, nóis,
os treis irmãos e as nossas treis mulheres, tudo
num caminhão com 10 crianças (...) Nóis era
agregado em terras de gente estranha, gente boa,
oito anos nóis trabalhamo lá na granja de arroz (...)
Nóis era em 10 irmãos e meu pai só tinha uma
colônia de terras e com moro, daí nóis tinha que sai
pelo mundo, somos filhos de Deus, e virar-se
sozinho (...) Então nóis saimo de lá porque nóis não
tinha terra, nóis era pobre (...) tinha que arrumá
prá nóis e prá colocá estas crianças. (F.H.)
138. •Os que residiam nas proximidades da cidade
usavam recursos considerados fáceis, baratos e
rápidos: a carroça de boi, o cavalo e, na maioria
das vezes, a bicicleta, pois estes eram os meios de
transporte acessíveis e mais apropriados devido às
péssimas condições em que as estradas se
encontravam. Para os que se fixavam no meio
rural, o único recurso disponível na maioria dos
casos era fazer longas caminhadas a pé, pelo
interior da mata.
139. •É o que pode ser verificado nas afirmações de
Moisés Lupion, então governador do Estado do
Paraná: Bons e maus elementos, atraídos os
primeiros pela fama da fertilidade das terras roxas
paranaenses e, os segundos pela facilidade dos
negócios, deixaram os rincões de origem em São
Paulo e Minas Gerais e vieram juntamente com
muitos aventureiros, apossar-se abruptamente das
melhores terras devolutas do Estado, assentando
benfeitorias provisórias; desordenadamente, a
mais das vezes, em terras já tituladas ou
comprometidas (ROCHA NETO).
140. Tal ocupação regional fundada em bases econômicas
em cima da exploração da mão-de-obra indígena teria
feito do Guairá um espaço de fricção Inter étnica
permeado por conflitos socioeconômicos. Conforme
destacado por Challenberger (1997, p. 20). Os colonos
foram progressivamente se abandonando, através do
regime da encomienda, das terras dos índios e dos
próprios índios, explorando-os no serviço pessoal. Por
outro lado os paulistas projetaram sobre o Guairá os
seus interesses econômicos em função da abundância
da mão-de-obra disponível, que começaram a recrutar
e vender para a agroindústria do litoral brasileiro. [...]
Por causa da resistência dos índios, os colonos e
paulistas foram obrigados a enfrentá-los para
salvaguardar os seus interesses econômicos.
141. Conforme a leitura acima, essa etapa caracterizava-
se pelo extrativismo. Processo esse que se teria
iniciado com a instalação da Companhia de
Madeiras Del Alto Paraná. Tratava-se de uma
empresa inglesa sediada na cidade de Buenos
Aires, a qual adquiriu a área de terras denominada
Fazenda Britânia que atualmente compreende
municípios tais como Marechal Cândido Rondon,
Toledo, Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, bem
como área significativa do Município de Palotina.
142. Silva (1988, p. 52-53) expressou com propriedade
sensações de descoberta. Vamos a Santa Catarina,
vamos ao Paraná, vamos ao Oeste. Lá existe terra
sobrando. Lá existem matas ainda virgens à nossa
disposição. Lá existe tudo para recomeçar a vida.
Nós passamos lá. Nós a vimos! Parecia este o
recado da Coluna Prestes.
143. Segundo palavras da autora:
A história de Marechal Cândido Rondon está ligada
ao Projeto de colonização da Firma MARIPÁ. [...]
Willy Barth recebia os novos colonos, mostrava-
lhes as terras, acompanhava-os durante dia e noite,
cantava com eles para expulsar o cansaço, a tristeza
e a saudade. Foi administrador muito seguro e
como colonizador deu exemplo de colonização e
modelo de Reforma Agrária.
144. FOTOGRAFIA 7 - Acampamento no meio da floresta - Marechal
Cândido Rondon
Fonte: Saatkamp (1985)
145.
146. • FOTOGRAFIA 15 - Hospedagem temporária na mata - Palotina
• Fonte: Reginato (1979)
147. Jornal Oeste, periódico de circulação local durante as
primeiras décadas do processo de (re)ocupação do
território. [...] região nova onde população laboriosa,
dinâmica, devotada ao trabalho heroico ao
desbravamento da mata virgem, transformando-a em
uma das mais promissoras regiões agrícolas do Estado,
faz com que esta mesma região que até pouco figurava
nos nossos mapas ilustrados como zona selvagem,
assinalada por um índio empenachado e uma onça
pintada, cubra-se de cidades vilas, povoados e núcleos
agrícolas. Faz com que, em plena floresta surjam
indústrias que transformam as incalculáveis reservas de
essências florestais em fabulosas fontes de riqueza.
Reportagem comemorativa ao primeiro ano da instalação oficial do
Município de Toledo na data de 14 de dezembro de 1953.
148. Conforme consta no documento:
[...] as colonizadoras em geral, depois de adquiridas
suas terras, tratam de dividi-las em glebas ou lotes
grandes para em seguida vendê-las o mais
depressa possível, [...] Aplicando este sistema teria
a firma colonizadora, em pouco tempo, cumprida a
finalidade. Porém, sendo este um sistema é
contrário a um desenvolvimento social e aos
interesses econômicos de uma Nação; a PINHO E
TERRAS LTDA; achou por bem dividir as glebas que
posteriormente iriam colonizar, em lotes rurais de
mais ou menos 10 alqueires, também chamado
‘colônia.’
149. •Companhia Colonizadora Pinho e Terras - fim de
54, pouca chuva, e estão aparecendo mineiros e
paulistas [...] assim esta colonização que deveria
constar de moradores do Sul e católicos já está se
transformando em uma miscelânea de gente e
religiões. Aqui [...]. tudo nos começos. A igreja e
casa paroquial quase prontas [...] Começou a
invasão de Paulistas. Ainda bem que não são
mamelucos [...].
150. Brecht (1960, p. 3):
Sendo que a PINHO e TERRAS, LTDA; não se dedica
exclusivamente à compra e venda de terras, ela
tinha que assumir a obrigação, perante os
agricultores, de os mesmos não perderem tempo
em fazerem experiências, ao que diz respeito a
agricultura. [...] Outro fator importante era criar
nas sédes um ambiente que atraia os compradores,
como as instalações de hospitais, com médicos,
sempre que era possível; construção de escolas,
mesmo si a firma tivesse que sustentar o
professorado.
151. Percebe-se que o modelo de colonização centrado,
sobretudo, num ethos cultural determinado se articulava, a
valores identitários comuns, eliminando possíveis conflitos
internos a partir da preservação de seus códigos culturais.
Desses, educação, religiosidade e o sentido de comunidade,
tiveram grande atenção. Nos núcleos coloniais, construção
de escolas, igrejas e salões comunitários pelas empresas ou a
sua colaboração foram atitudes significativas para a
manutenção da homogeneidade do grupo. Acrescenta-se a
isso, a manutenção de vínculos com modelos fundiários já
conhecidos pelos migrantes. Assim, atributos tais como,
"Celeiro do Paraná” passam a definir o regional. Para as
empresas envolvidas, estabelecer a (re)ocupação significava
incorporar à nação um território reconhecido como vazio e
ali, estabelecer novas vivências. Para o governo do Paraná,
significava, sobretudo, receber um solo ocupado, produtivo,
mercantilizado, livre dos perigos representados pela
presença maciça de estrangeiros na região.
152. Garantir tal conquista pressupunha, porém
estabelecer os migrantes tão logo adquirissem as suas
terras. A derrubada da mata estimulada pelas
empresas realizava-se a partir de derrubadas da
vegetação A mão-de-obra de baixo custo de tal
trabalho, compunha-se de trabalhadores do norte do
país e paraguaios, antigos mensus trabalhadores das
unidades obrageras, referendadas no capítulo
anterior. O trabalho das serrarias era outro recurso
utilizado para a extração das matas nativas da região.
A madeira, por sua vez era comercializada a preços
irrisórios entre o proprietário das terras desmatadas e
donos de serrarias. Esses fatores proporcionavam não
só lucros ao segundos como também garantiam ao
projeto colonizador o sucesso almejado.
153. Chegamos [...] debaixo de tempestade. Uma surprêsa nos
esperava: o hotel ainda de madeira, [...] tinha cama de
verdade, chuveiro com água quente, [...] Estávamos pois em
plena civilização. Depois do jantar fomos todos ao clube, já
rodeados de gente. [...] são todos jovens, de vinte e poucos
anos, sadios, fortes, bem dispostos. Ë uma comunidade de
trabalho invejável. Projetos, sonhos, aventura, coragem,
desprendimento, esperança - eis o que revelou aqui o melhor
colono do Brasil - filho de alemães ou italianos para fazer
nascer vertiginosamente uma cidade moderna. Muito
embora o autor fizesse referências ao Município de Toledo,
localidade sede da Colonizadora Maripá, tal passagem pode
ser estendida, à área colonizada pela empresa Pinho e Terras
LTDA. Expressões "melhor colono", "nova raça" "civilização,"
compõem um discurso mais amplo, extensão de valores
como trabalho, coragem e progresso, fazem emergir
elementos distintivos do regional com conotações emotivas
154. Contudo, desqualificar os territórios de origem dos
migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi
outro expediente utilizado nas publicidades das
empresas, tal como o anunciado a seguir:
AGRICULTOR,!! [...] ponha fim aos teus sofrimentos de
trabalho no meio das pedras e montanhas, a onde tens
que carregar os gêneros de tua colheita uma Boa parte
nos ombros. [No oeste] não será assim. Porque, a
planície te permitirá de ir com a carroça em qualquer
ponto de tua colônia. É por isso que [...] está
progredindo a passos de gigante. Bem demonstra que,
a 4 anos era uma região inhospita aonde passeavam as
feras.
Cf. panfleto de propaganda de terras elaborado em 1952 pela Colonizadora Maripá,
amplamente distribuído nas localidades de Concórdia no estado de Santa Catarina e
Santa Maria, situada no estado do Rio Grande do sul, dentre outras localidades.
155. Em 25 de Julho de 1969, o periódico A voz do
Oeste (1969, p. 13) destaca: [Pioneiro] ao
preparares a terra [...] fixando civilizações,
derrubando a mata tantas vêzes hostil, invocas a
nossa presença. Estás colaborando com a terra
que te recebe. Estás contribuindo para o seu
engrandecimento, como irás contribuir sempre
com o seu trabalho certo para safras incertas.
156. No final da primeira década do século XX, o Legislativo
paranaense, permanece palco de denúncias, conforme
apontado no informe do Congresso Legislativo do
Paraná:
A vasta zona oeste e noroeste paranaense cuja flora
encerra preciosos elementos de riqueza ainda não
explorada, deve merecer nossa atenção no sentido de
valorizar nosso Estado [...] em direção ao Piqueri, há
grande massa de trabalhadores na extração da erva-
mate e madeira, alguns desses trabalhos são feitos
legalmente, mas outros não; está provado que alguns
indivíduos invadem legalmente os terrenos nacionais
[...] e estabelecem grandes empresas extrativas de erva
[...] com prejuízo manifesto para os cofres do Estado.
157. •Segundo constata Nogueira (1920, p. 115), na
ocasião da chegada ao seu destino: "[...] o
pharmaceutico é paraguayo; o médico é espanhol;
o chefe de contabilidade e o do deposito são
allemães. [...] a peonada é paraguaya ou
argentina".
158. Segundo constata Muricy (1896, p. 4):
[...] de Catanduvas em diante o caminho é
horroroso; o solo muito accidentado e o matto
apresenta-se em toda sua pujança, [...] Além disso,
tem-se de atravessar manchas de léguas de
extensão, só de taquerussús, por um verdadeiro
túnel cortado nas enormes touceiras. Caminha-se
horas inteiras; sem se ver uma nesga siquer de céo.
159. Segundo
Nogueira (1920, p. 6): [...] entre Guarapuava a Foz
do Iguaçu o percurso era feito em 72 horas de
automóvel. Esse meio de transporte, entretanto, é
no momento caríssimo, por causa do desgaste
material ocasionado pelas condições ainda
imperfeitas daquella via.
Até hoje a viagem, tem sido feita [...] por estrada
de ferro, via Uruguayana, de onde, transposto o
riu Uruguay, continúa, em paso de Los Libres, pela
estrada de ferro argentina até Posadas e dahi, pelo
alto Paraná, até a Foz do Iguassú.
160. destaca Nogueira (1920, p. 114 ): Em Guaíra: tudo
pertence à Matte Laranjeira. [...] As terras foram
adquiridas por compra de uma antiga concessão
feita pelo Estado do Paraná. [...] A pequena
estrada de ferro que transporta hervas [é] o único
meio de transporte para os famosos saltos das
sete quedas.
161. Wachowics (1987, p. 44) em uma propriedade:
[...] típica de regiões cobertas de matas
subtropicais em território argentino ou paraguaio.
O interesse fundamental de um obragero não era
a colonização em pequena ou média propriedade,
nem o povoamento de suas vastas terras.
Seu objetivo precípuo era a extração de erva-mate
nativa da região, bem como da madeira em toros,
abundante na mata subtropical.
162. Os sertões do Iguassú constituem uma zona
inteiramente diversa, uma espécie de Amazônia, ainda
não acabada para a habitação do Homem. O brasileiro
desconhece-a como si não fora um pedaço do Brasil. E,
na verdade é mais paraguaya e argentina, pois que
nem o nosso idioma, nem o nosso dinheiro, ahi
conseguiram chegar. Os poucos nacionaes que ai
aportam, embora de passagem, no desempenho de
um mandato oficia, submetem-se ao meio que lhes
deita o braço de ferro e os converte, pelo menos
aparentemente. Nessa longa faixa de sertões
intermináveis, sob um sól ardente e creado, habita em
certos pontos, uma onda humana, transitória, que
chega e parte, todos os dias, para de novo voltar e de
novo partir. (MARTINEZ, 1925, p. 8 )
163. FOTOGRAFIA 2 - Salto Iguassú
Fonte: Silveira Netto (1939)
Chegamos finalmente. [...] a ampla e tumultuosa
epopéia das águas. Minha expectativa é
ultrapassada impetuosamente. [...] ao colimarmos
os primeiros borbotões das águas. A campina e a
floresta sugerem-nos a visão pictual dos nossos
grandes paisagistas. Nem as sugestões da
poderosa imaginativa de Da vinci [...] seriam
capazes de dar a impressão nítida e suprema
daquele assombroso espetáculo de águas revoltas
rolando em perturbadora atoarda de cataclismos.
Nem a narração, nem a téla, nem a fotografia [...]
dão idéia siquer, da superestesia que nos empolga
ante aqquela febre de movimento e beleza.
Contudo no percurso de tal narrativa há destaque
a ásperas jornadas, distâncias, e abandono. Esses,
dentre outros atributos negativos delegados
aquele espaço, associados a adjetivos positivos,
conforme visto, tiveram importância na
construção do regional, tal como destacado por
Siveira Netto (1939, p 31): “deserto de habitações;
a mata e a solidão em meio de uma flóra
requintada em exuberância e coloridos; e uma
fauna variada e rica [...].”
164. Pelo caminho encontramos turmas de paraguaios. Receamos
errar o caminho e por isso pedimos informações por toda
parte, informações que os são fornecidas, sempre em
hespanhole. Dentre os informantes, encontramos uma
mulher a cavallo, com um pequeno de oito annos. [...] ë um
tipo perfeito de cabocla brasileira, que nos responde em
hespanhol. Duvidamos de sua origem e inquirimo-lo: sorri
mostrando uma fileira de dentes alvos e nos diz com visível
satisfação. - Soy brasileña, senhor gracias a Diós; pero como
me crié entre paraguayos ( MARTINEZ 1925, p. 76 )
Influenciados pelos costumes e linguagem paraguaios, os
habitantes daquele cantinho do Brasil usam um dialeto
eivado de termos absolutamente desconhecidos da nossa
língua. Lá ninguém diz porco, porque êste adiposo
paquiderme é conhecido por ‘chancho’. [E complementa]
Dizem ‘provista’ referindo-se a gêneros alimentícios;
designam barraca por ‘carpa’; menino por ‘muchacho’, facão
por ‘machête’ e outros termos que não registrei.
(FIGUEIREDO, 1937, p. 80).
165. •Os desenhos territoriais paranaenses, assim
referendados, não foram, portanto, um
procedimento fortuito, ao contrário tiveram um
papel central na conceituação e na afirmação de
uma unidade para o território, ingrediente
necessário para a firmação de sua identidade
regional. No ano de 1945, essas terras já haviam se
transformado em estreitas faixas habitadas pelos
brasileiros. Nesse mesmo ano, a extremo-oeste do
território paranaense, eram enraizados esteios da
demarcação de negócios agro-imobiliários que se
propunham conquistar tal sertão do Guairá e
apagar suas cicatrizes.
166. O supracitado Relatório da Secretaria de Obras Públicas e
Colonização do ano de 1895 coloca em relevo preocupações
decorrentes de tal realidade embasado nos argumentos de
Carvalho (1895, p. 47): Na parte norte do Estado [...] já se
iniciou em grande escala o plantio de café que é o produto
agrícola dos mais ricos e remunerados [...] é sabido
igualmente que por falta de estrada entre o lugar de produção
e os nossos centros de consumo o café é transportado ou pelo
Estado do Mato Grosso, pelo rio Paranapanema ou pelo
vizinho Estado de São Paulo [...] resultando disto, prejuízo
considerável aos cofres do Estado não pode receber direitos
nas exportações sobe seus produtos. [...] Dá-se o mesmo na
extensa e riquíssima zona do oeste [...] entre os rios Iguaçu e
Sahy até rio o Paraná facílima via de navegação podem os
produtos naturais e agrícolas escoar-se em procura de
mercados platinos.
167. Cabe destacar que muito embora tais Governos
possuam em comum, projetos modernizadores
para o espaço regional paranaense, durante os
Governos de Moisés Lupion o Paraná foi palco de
inúmeros conflitos querem sejam entre posseiros
e grileiros ou entre brancos e populações
indígenas que foram expulsos de suas terras
tradicionais. O senso comum atribui a esse
governo o atributo de “grileiro”. Veja-se a esse
respeito o romance histórico Os dias do demônio
em que o personagem da trama é uma região
paranaense, palco de poucos conflitos no campo
em que os pobres vencem.
168. Menções de autoria do sertanista Coelho Junior
(1946, p. 169), enfatizam tal constatação. Já ali, o
vale baixo do Iguaçu, se confunde com o do Paraná,
e, desde o povoado de ótima situação topográfica -
Cascavel - notamos fronteira próxima, invadida e
desnacionalizada, pois até os brasileiros, raros na
região, linguajam o Castelhano, pela influência e
absorção dos argentinos e paraguaios. Começou
logo a aparecer dinheiro dos países vizinhos, cuja
influência, nos usos e costumes é preponderante. a
escala da moeda argentina ou paraguaia, a língua
guarani e espanhol.
169. COMPANHIAS COLONIZADORAS NO PARANÁ TEXTOSA REVOLTA
DOS POSSEIROS NO SUDOESTE DO PARANÁ EM 1957.pdf
•Brasil Railway Company. (séc. XIX, Sudoeste 1918-20) – recebeu extensas
glebas em pagamento pela construção da ferrovia Sã oPaulo – Rio Grande
(Gleba Chopim) e do ramal Ponta Grossa – guarapuava (Gleba Missões).
•CANGO (Colônia Agrícola Nacional General Ozório): (1943) criada dentro da
Gleba Missões, a sua sede veio a se tornar o município de Fco Beltrão.
•CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial Limitada) e Pinho e Terra. Em
1950, o governo da União vendeu à CITLA toda a gleba Missões e parte da
gleba Chopim. Poucos dias após vendia à Pinho e Terras (Céu Azul) 11.500
alqueires da própria gleba Missões. Vendia também 300.000 pinheiros
`Companhia de Madeiras do Alto Paraná.
169
170. • GETSOP (Grupo Executivo de Terras para o Sudoeste do
Paraná).
• OBRAGES.
• Companhia de Terras Norte do Paraná – adquiriu
inúmeras glebas.
• Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (norte).
• Colonizadora Madeireira Rio Paraná S.A (MARIPÁ).
• Companhia Mate Laranjeiras (explora erva-mate e
madeira no Mato Grosso e depois no Paraná).
• Industrial Agrícola Bento Gonçalves Ltda (Medianeira)
• Colonizadora Gaúcha Ltda
• Colonizadora Matelândia Ltda
• Colonizadora criciúma Ltda
• A Companhia Brasileira de Imigração e Colonização
(COBRIMCO) - Anahy
(Explorar madeira e terras) 170
178. •Tanto militares como religiosos, indiferentemente,
exerciam atitudes de exploração. Os primeiros faziam-
na de modo mais brutal, sendo que os religiosos
auferiam posicionamentos mais sutis, mas nem por
isso diferentes. A cruz e a espada, nesse sentimento,
caminhavam passo a passo. (COLODEL, 1988, p. 30).
•Reduções –
Dessa maneira os indígenas diversificavam seus ramos
de atividade, sendo carpinteiros, tecelões, ferreiros,
pintores, estatutários, fundidores; tudo enfim era
provido na própria Redução. (COLODEL, 1988, p. 31).
179. • De acordo com os relatos de Brito, esta segunda
expedição era composta, além dos dois militares acima
citados, de mais 34 soldados, 12 operarios civis, 3
mulheres casadas com soldados, 4 tropeiros
encarregados da tropa com 34 cargueiros, carregados
com víveres, material , bagagem etc. (COLODEL, 1988,
p. 44).
•1905 – 58 famílias
•Agindo sob as ordens dos capatazes, em praticamente
todas as obrages do Oeste paranaense, existiam
polícias particulares que faziam da violência
desenfreada sobre os peões o seu cartão de visitas.
(COLODEL, 1988, pp. 60-61).
180. •O maior deles era chamado de depósito Central Barthe e
era o que comercializava toda a atividade exploratória da
imensa obrage.
“pelos gramados desse logar habitado, caminham peões.
Grandes carroças, de rodas altas, chegam do interior da
mata. (...) Deposito Central é um ponto destinado para o
recebimento dos diversos ‘carijós’ dessa região. Além disso,
mantem a empresa larga criação de carneiros, gado vacum
e plantações de cereais para a manutenção dos
empregados. (...) diversos armazens existem para deposito
de herva cancheada; outros para beneficiamento do
produto, prompto para exportação. Ha, além disso, moradas
para os peões, armazens de comestíveis, grandes estabulos,
rancho para carroças”. (COLODEL, 1988, p. 67).
181. •Um outro elemento que pode ser destacado refere-se à impossibilidade
que os mensus encontravam para fugir das obrages. A vigilância exercida
sobre eles era severa e constante. Pouquíssimas eram as alternativas que
eles podiam contar para se esconder da fúria dos seus patrões. Podiam
embrenhar-se na selva, mas ali teriam que enfrentar enormes dificuldade:
falta de comida, os animais selvagens, as doenças crônicas da região, etc. a
outra rota de fuga possível era oferecida pelo rio Paraná. Acontece que
todas as embarcações que nele navegavam eram de propriedade dos
obrageros que tinham um cuidado todo especial em vigiá-las
minuciosamente. (COLODEL, 1988, p. 70).
•(...) quando chegava assim pra acertá a conta ... acertavam a conta e então
mostravam na parede ... tinha uma big duma soiteira e uma espada, então
aí ele dizia, o chefe que era o patrão: - gusta la rubia o la morena! [chicote
ou a espada]. E eles respondiam: - la vida, no más. E então mandavam ele
embora, e então não matavam, não surravam mas também era explorado e
mandavam embora. (COLODEL, 1988, p. 70).
182. •TRANSPORTE DE MADEIRA: JANGADAS (MAROMBA),
CARROÇÕES ESLAVOS, LANCHAS A VAPOR, BARCOS –
TAMBÉM CHAMADOS DE MATA-FOME.
•Conchavo e antecipo (peão e comissionista), barracón,
papel das mulheres e crianças. A obrage voltava-se para a
exploração total do trabalho. Resistência. Alimentação
(reviro – farinha branca, água e ovos quando tinha).
CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO, DECADÊNCIA DAS
OBRAGES, COLUNA PRESTES, MARCHA PARA O OESTE.
•Quase não circulava dinheiro, pois os mensus não
possuíam nenhum. Então, tudo girava em torno das ordens
de pagamento que eram distribuídas pela companhia.
(COLODEL, 1988, pp. 72-79).
183. Conforme o levantamento de Figueiredo (1937, p. 104):
O Senhor CAFERATA (argentino) trabalha com 120 homens,
sendo 82 paraguaios, e 32 argentinos. O único brasileiro
existente neste recanto do nosso Brasil é um soldado de
polícia ali destacado, que aliás é casado com uma paraguaia e
seus filhos falam [...] o guarani [...] No mesmo texto, o militar
acrescenta:
Conversando com um funcionário federal que se achava em
Guaíra, soube de muitas informações. Disse-me êle que
aquele recanto seria um seio de Abraão, sai a população não
fosse heterogênea. Havia os paraguaios que possuíam
costumes quase antagônicos aos nossos; os argentinos que
usavam modos de viver diferentes dos brasileiros e dos
paraguaios e finalmente os sisudos ingleses que se isolavam
completamente dos restantes, quiçá julgando-os uma massa
rasa. A melodiosa língua portuguêsa ha muitos dias não era
ouvida. Ao passo que o guaraní e o castelhano feriam [...]
durante todos os instantes, como si em estranha terra
estivesse. (FIGUEIREDO, 1937, p. 148)
184. Uma dessas obrages em questão denominava-se Fazenda Britânia. Estruturada
em 1905 sob propriedade de empresários ingleses, essa área de terras fora no
ano de 1945 adquirida pela empresa Industrial Madeireira Colonizadora Rio
Paraná, - Maripá. Essa colonizadora foi constituída em 13 de abril de 1946 e,
conforme consta na Escritura Pública do Registro de Imóveis Títulos e
Documentos. Comarca de Toledo, PR, sua área estendia-se por 43 quilômetros ao
longo do rio Paraná, formando quase que um retângulo com aproximadamente
274. 846 hectares. Do interior de seus quadros administrativos, nascera a
empresa colonizadora Pinho e Terras Ltda.
185.
186.
187.
188. •No estão objetos raros, dentre os 400 mil itens que compõem o acervo. Lá é
possível encontrar uma grande quantidade de artefatos indígenas, documentos,
telas, objetos, fotos, livros e uma coleção de moedas, cédulas e medalhas doada
pelo antigo Banco do Estado do Paraná.
•Abriga ainda o acervo adquirido do extinto Museu Coronel David Carneiro, com
mais de cinco mil itens, entre peças de mobiliário, obras de arte, livros,
documentos, numismática, ferramentas, utensílios, porcelanas, indumentária e
armaria, que ajudam a contar a história dos conflitos militares ocorridos no
Estado.
•Além das exposições rotativas e dos cursos e palestras que realiza, o Museu
Paranaense apresenta mostras de longa duração, como o acervo de Vladimir
Kozák, naturalista tcheco que viveu em Curitiba entre 1928 e 1979. A exposição é
composta por pinturas, desenhos, aquarelas, fotografias, filmes e documentos
que retratam os índios do Paraná e do Brasil, e pelos objetos de uso pessoal do
artista.
•No Pavilhão da História do Paraná, uma linha do tempo com os acontecimentos
que vão da pré-história até o início do século 20 mostra a integração dos
imigrantes ao nosso Estado.
MUSEU PARANAENSE
189. • Algumas referências no Paraná:
Pinturas rupestres
• - Sítio Arqueológico Morro das Tocas em União da
Vitória
• - gravuras pré-históricas em São Mateus do Sul
Sambaquis
• - Ilha do Mel
• - Ilha do Superagui
• - Rio Guaraguaçu (tombado pelo Estado do Paraná)
• - Ruínas de reduções Jesuíticas
• - Ciudad de Guairá
• - Santo Ignácio
Patrimônio Arqueológico
190. Aldeamentos indígenas
• - como os de São Pedro de Alcântara
• - e o de São Jerônimo (norte do Paraná)
Quilombos
• - vale do Ribeira
Sítios urbanos de cidade localizadas em
municípios hoje extintos
• - Porto de Cima – município de Morretes
• - Assunguy de Cima – município de Cerro Azul
• - Entre Rios e Conchas – município de Ponta
Grossa
Ver Lei Federal sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos
191. •Assim como ocorre em diversas áreas de sua cultura, as festas mais populares
e tradicionais do Paraná também são resultantes dos costumes trazidos pelos
seus grupos de colonizadores e por aqueles que já se encontravam no Estado.
Mantidas pelo esforço da sociedade em passar, de geração para geração, as
músicas, danças, ditados e rituais típicos de cada celebração, algumas das
principais festas paranaenses já não despertam tanto o interesse dos jovens na
manutenção desses costumes, muitas vezes iniciados no século XVII, e também
são prejudicadas pela falta de incentivo público para sua realização.
•No Paraná, a Secretaria Estadual da Cultura do Paraná (SEEC) realizou um
levantamento que reuniu 160 festejos caracterizados pela sua popularidade e
tempo mínimo de realização de cinco anos, em mais de 150 municípios. Com
essas informações, criaram o segundo caderno do projeto Paraná da Gente,
denominado “Festas Populares do Paraná”. Nessa publicação, as festas foram
divididas em tradicionais; religiosas, feitas principalmente em honra a
padroeiros e padroeiras municipais; gastronômicas, visando a atração de
novos turistas; e outras festas, caracterizadas por períodos da agricultura,
como plantio ou colheita; determinados produtos, como as flores; ou
homenageando certas etnias, como ucraniana, alemã, polonesa ou
japonesa.
Festas populares do Paraná
192. •tradicionalmente realizadas no município de
Guarapuava, as Cavalhadas chegaram à
localidade no ano de 1855 e, desde então, foram
integradas ao seu cenário cultural. Ocorrendo por
diversos anos na capela de São Sebastião, e
depois na antiga Praça do Mercado, suas últimas
edições foram realizadas na Praça Nove de
Dezembro. A festa caracteriza-se como uma
apresentação teatral de grande porte (mais de
1.000 atores) onde há disputa entre cristãos e
mouros, com muitas lutas de espadas, músicas e
torcidas, finalizada com a conversão dos mouros.
Atualmente, as Cavalhadas não possuem data
específica, sendo realizadas esporadicamente.
Cavalhadas
193. • na cidade da Lapa, a Congada é realizada
por descendentes de povos africanos em
homenagem a São Benedito. Com forte
influência dessa etnia, seu nome reflete o
ato de coroação do rei do Congo no Brasil
com uma festa repleta de música, danças
e cantos, além da encenação teatral.
Congada:
194. • realizadas principalmente nas regiões norte
e noroeste do Paraná, entre a véspera de
Natal e o dia 6 de janeiro, a Folia de Reis tem
origem portuguesa e é considerada uma
festa de cunho religioso. Durante essa
época, pessoas caracterizadas como os reis
magos vão de casa em casa cantando e
entoando versos referentes à visita dos três
reis magos a Jesus, enquanto arrecadam
alguma doação.
Folia de reis:
195. • tradição popular típica do litoral paranaense,
a Festa do Fandango ocorre em Paranaguá,
sempre na data de 26 de setembro, com
apresentações dessa e de outras danças
como a balainha e o pau-de-fita, além de
cursos voltados à cultura popular,
gastronomia típica e outras atividades. No
município é realizado também o Baile
Tradicional do Fandango, que acontece todo
primeiro sábado do mês, visando a
divulgação dessa manifestação cultural local.
Fandango:
196. • de origem portuguesa, a Festa do Divino chegou ao
Paraná com os açorianos, no século XVIII, e é
dedicada ao período em que o Espírito Santo esteve
na presença dos apóstolos, após a ressurreição de
Jesus Cristo. Nessa festa, realizada 50 dias após o
domingo de Páscoa, duas pessoas são escolhidas
como Imperador e Imperatriz, e outros como
membros da corte, responsáveis pela louvação ao
Espírito Santo. Entre as principais cidades que
realizam a Festa do Divino estão Jataizinho,
Morretes, Paranaguá e Ponta Grossa.
Festa do Divino:
197. • em Paranaguá, todo mês de novembro é
realizada uma grande festa em
homenagem à padroeira do Paraná com
missas, procissões e atividades culturais
como shows, comercialização de
artesanato local, pratos típicos de
diversos Estados e países, e parque de
diversões, atraindo um alto número de
fiéis durante esses dias.
Festa de Nossa Senhora do Rocio
198. • prato típico de Campo Mourão, o carneiro
no buraco é a o principal atrativo de uma
festa nacional com três dias de duração,
comemorada no mês de julho, desde
1990. Essa festa tem por objetivo passar a
receita do carneiro e esse costume de
assá-lo em um buraco para as novas
gerações.
Festa Nacional do Carneiro no
Buraco
199. • todo mês de setembro os moradores de
Toledo se reúnem para fazer uma
competição de qual equipe irá preparar a
melhor receita de porco no rolete, prato
típico local, que consiste em um porco
recheado e assado através de um pedaço
de madeira que o transpassa por inteiro
durante 20 horas. Após o porco pronto,
ele é servido para os vários visitantes que
desejam provar desse interessante prato.
Festa Nacional do Porco no Rolete
200. • um dos muitos festejos no Paraná dedicados
às etnias que colonizaram o Estado, o Haru
Matsuri celebra a chegada da primavera e é
uma manifestação cultural trazida pelos
primeiros imigrantes japoneses que
chegaram ao Brasil, em junho de 1908.
Fonte: CARNEIRO JR. Renato A. (coor.). Festas populares do Paraná. Curitiba:
Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 2005. (Caderno Paraná da Gente; 2)
Haru Matsuri – Festival da
Primavera:
201. • Os principais pratos típicos do Paraná são: o barreado, apreciado em
toda a região litorânea e feito à base de carne cozida, por muito tempo,
em panela de barro, até desmanchar-se; o churrasco: como em todo
o sul, um dos pratos mais característicos do interior; e os pratos das
comunidades de tradição alemã, polonesa e italiana.
• Os principais festivais do Paraná são: o Festival de Teatro de Curitiba;
o Festival de Inverno de Antonina; o Festival Internacional da Música de
Londrina; a Mostra Londrina de Cinema; o Festival Internacional de
Teatro de Londrina; o Fenata - Festival Nacional de Teatro Amador, em
Ponta Grossa; o FEMUCAM - Festival de Música da Capital da
Amizade, em Umuarama; o FUC - Festival Universitário da Canção, em
Ponta Grossa; o Festival de Dança de Cascavel; o Festival de Música
de Cascavel; o Festival de Teatro de Cascavel; o Festival Folclórico e
de Etnias do Paraná e o FEMUCIC - Festival de Música Cidade
Canção, em Maringá.
202. Fandango
Dança típica do litoral paranaense, o
fandango está fortemente associado ao
modo de vida caiçara. Os versos são
cantados ao som de violas e rabecas. A
dança pode acontecer em pares ou através
dos chamados batidos, quando os homens
usam tamancos de madeira, intercalando
palmas e batidas no assoalho.
AS DANÇAS TÍPICAS QUE
EMBALAM OS PARANAENSES
203. Curitibano
O curitibano é uma dança de roda praticada aos pares, conhecida
especialmente no município de Campo Largo. Ao ritmo da música
tocada em gaita, as quadrilhas cantam declarações de amor,
despeitos e ciúmes. Os rapazes tiram versos, as moças respondem
e os casais vão dançando. A encenação só termina quando todos
os pares tiverem cantado.
Quebra-Mana
Também conhecida como quero-mana, é uma dança popular não
apenas no Paraná, mas no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Sua execução é sapateada, valsada e acompanhada por violas e
palmas.
Nhô-Chico
Também popular do litoral, o nhô-chico é uma das danças
originárias do fandango, mas tida como nascida da marinha
paranaense. Formados em roda, os pares volteiam e sapateiam ao
som de violas e do canto dos violeiros.
204. Dança de São Gonçalo
Originária de Portugal, a dança de São Gonçalo é praticada em
alguns locais do interior do Paraná, com registros também na Ilha
dos Valadares. A cerimônia que envolve reza e procissão
acontece em torno da imagem do santo. A dança, acompanhada
de música de viola, é dividida em partes, chamadas de „voltas‟.
No Paraná, essas „voltas‟ têm nomes especiais, como
„marcapasso‟, „parafuso‟, „despontam‟, „confissão‟ e „casamento‟.
Pau-de-fitas
Trazida para a Região Sul do Brasil por colonos alemães, essa
dança está presente em muitas festas típicas. Um mastro de três
metros de comprimento é colocado em pé e nele fica amarrado
um conjunto de fitas de variadas cores. O pau-de-fitas não tem
uma música específica, sendo acompanhada geralmente por
conjuntos de violão, cavaquinho, pandeiro e acordeom.
205. Congada da Lapa
Manifestação cultural típica do Paraná, a congada
está ligada ao culto a São Benedito, patrono espiritual
da comunidade negra da Lapa. A manifestação veio
dos descendentes de escravos e graças a eles se
manteve. A participação na dança é restrita a
descendentes de africanos e devotos de São
Benedito, não sendo permitida a participação de
outras etnias.
Boi de Mamão
Apesar de ser uma manifestação folclórica típica de
Santa Catarina, também é verificada no Paraná.
Trata-se de um auto em tom cômico, mas com um
elemento central dramático: a morte e a ressurreição
do boi. Apresenta elementos comuns com o bumba-
meu-boi nordestino e também outras atividades como
a dança do pau-de-fitas.
206. ICONOGRAFIA NA HISTÓRIA
• É um registro histórico;
• Estabelecer diálogo, interrogá-las e saber ouvir
as respostas;
• Fonte histórica rica – escolha do produtor e o
contexto em que foi concebida, idealizada,
forjada ou inventada;
• Não forjar significados;
• Verdades históricas são filhas do seu tempo;
• Como chegar ao que não foi revelado?
• Revela aspectos da vida material.
206
207. • Pode estar relacionada a cultura, sociedade,
trabalho...
• Apresentar a imagem aos alunos;
• Questionar sobre o que aparece na imagem?
• A imagem é do retrata o passado ou o presente?
• Qual o lugar representado nela?
• O que mais tem na escola/comunidade etc. e não
está representado na imagem?
• Comparar com outras imagens do presente ou do
passado chamando atenção para as
transformações.
LEITURA DE IMAGENS...
207
208. • Intenções do remetente – da mensagem;
• As estruturas comunicacionais – o meio e
o código da mensagem;
• As reações do receptor - a situação sócio-
histórica do público receptor e seus
repertórios culturais para a decodificação
da mensagem consumida.
208
209. O TRABALHO NA HISTÓRIA
“Operários” Tarsila do Amaral209
210. REFERÊNCIAS…•COLODEL, José Augusto. Obrages & Companhias Colonizadoras: Santa Helenana história
do oeste paranaense até 1960. Santa Helena, Prefeitura Municipal, 1988.
•PRIORI, A., et al. História do Paraná: séculos XIX e XX [online]. Maringá: Eduem, 2012. A
história do Oeste Paranaense. pp. 75-89. ISBN 978-85-7628-587-8. Available from SciELO
Books
•<http://books.scielo.org>.
•CALIXTO, Jeferson e CALIXTO JÚNIOR, Jeferson. A problemática das desapropriações na
região oeste do estado do paraná. s/d.
•KROETZ, Lando Rogério. As Estradas de Ferro do Paraná 1880-1940 . São Paulo-SP, 1985.
Tipo: Tese de Doutorado - USP .
•MACCARI, Neiva Salete Kern. MIGRAÇÃO E MEMÓRIAS: A COLONIZAÇÃO DO OESTE
PARANAENSE. Dissertação, UFPR, Curitiba, 1999.
• FREITAG, Liliane da Costa. Extremo-oeste paranaense: história territorial, região,
identidade e (re)ocupação. Tese – Franca: UNESP, 2007.