SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 210
Baixar para ler offline
HISTÓRIA DO PARANÁ
E DA REGIÃO OESTE
Março 2016
Prof. Amilton B. Peletti
Olho este sistema, por fora, é meu velho conhecido, o
funcionamento é que eu não via! Alguns poucos em cima.
Outros muitos embaixo, e os de cima chamando os de baixo:
venham para o alto, para que todos estejamos em cima, mas
olhando melhor você vê algo de encoberto entre os de cima
e os de baixo. Algo que parece uma pinguela, mas não é. E
agora você vê perfeitamente que a tábua é uma gangorra,
este sistema todo é. Uma gangorra cujas extremidades são
relativas uma à outra, os de cima estão lá só porque e
enquanto os demais estão embaixo e já não estariam em
cima se acaso os outros deixando o seu lugar subissem, de
sorte que necessariamente os de cima desejam que os de
baixo não subam e fiquem embaixo sempre. É necessário
também que os de baixo sejam em número maior que os de
cima, para que estes não desçam. Senão não seria uma
gangorra (Santa Joana dos matadouros, Bertolt Brecht).
CONTEÚDOS DE HISTÓRIA...
INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA
TRABALHAR OS CONTEÚDOS...
Quais instrumentos tem sido utilizados nas
aulas de história?
DIFERENCIAR...
3
HISTÓRIA
DIFERENCIAR E APROXIMAR:
História – é concreta, material, ou seja, as relações
sociais travadas na luta pela sobrevivência;
Compreensão que temos da história e a disciplina
de História – plano das ideais, entendimento de
como a história realizada é compreendida,
assimilada, registrada e transmitida, possibilitando
intervenções nela.
Há que se evitar:
ANACRONISMOS E MANIQUEÍSMOS
4
HISTÓRIA
•Quando se estuda a história, em geral, aprende-se
que ela começa com a criação da escrita, que teria
acontecido por volta de quatro a seis mil anos a.C. e
que é feita pelos grandes homens e heróis. Entretanto,
como veremos, isso não corresponde à realidade. A
história está diretamente relacionada ao homem, às
mudanças, às transformações; tem a ver com as
dimensões de passado, presente e futuro, portanto,
com o tempo e com o espaço (AMOP, 2015, p. 131).
7
HISTÓRIA
Entendemos que a História, portanto, tem a ver
fundamentalmente com o homem e com o trabalho.
Diferente dos demais seres vivos, o homem
sobrevive por meio do trabalho. E, ao trabalhar, os
homens não apenas produzem bens materiais, mas
também desenvolvem seu cérebro, produzem
representações, ideias e conhecimentos, que
possibilitam a produção de instrumentos e a
adaptação do mundo a si, garantindo a Sobrevivência
AMOP, 2015, p. 131).
8
história
A dimensão temporal da história diz respeito às
mudanças, às transformações. Ao contrário disso,
teríamos a perpetuidade e a eternidade.
Contudo, apesar dessa aparente linearidade, a
História não se resume a um encadeamento de
datas, um agregado de fatos, uma cronologia. Mais
do que isso, revela-se como resultado da relação
dos homens entre si e destes com a natureza, em
determinadas condições, em determinada época,
em determinada sociedade (AMOP, 2015, p. 132).
9
HISTÓRIA
Possibilitar o acesso aos conhecimentos significativos
historicamente acumulados; contribuir para que os
educandos compreendam-se enquanto indivíduos na
sua relação com a coletividade; desmistificar as
ideologias; e contribuir para que educadores e
educandos possam se compreender como agentes do
processo histórico, capazes de agir e transformar a
natureza, o mundo, as relações nas quais estão
inseridos e a história (AMOP, 2015, p. 133).
10
Para Karl Marx, as relações sociais constituem a sua existência social,
decorrem das forças produtivas e dos modos de apropriação dos meios de
produção. As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas.
Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam o seu modo de
produção e ao mudar o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida,
alteram todas as suas relações sociais. A história mostra-nos que a um
determinado estágio do desenvolvimento das forças produtivas corresponde
um tipo determinado de “relações de produção”, que são o conjunto de
relações estabelecidas pelos homens com vista à produção. Os homens, para
produzi, “estabelecem uns com os outros laços e relações bem determinadas
(necessárias e independentes da sua vontade): o seu contato com a natureza,
isto é, a produção, só se efetua no quadro destes laços e destas relações
sociais. Estas relações sociais que ligam os produtores uns aos outros [...]
diferem naturalmente segundo o caráter dos meios de produção. [...] Isto
equivale a dizer que as relações sociais segundo as quais os indivíduos
produzem, as relações de produção, se alteram e se transformam com a
evolução e o desenvolvimento dos meios materiais de produção, das forças
produtivas. As relações de produção, consideradas na sua totalidade,
constituem aquilo que chamam as relações sociais.
Relações sociais
REGIÃO OESTE
DO PARANÁ
12
• Observe o mapa do Paraná atual. Será que ele
sempre foi assim, com esse “contorno”?
A “OCUPAÇÃO” DO ESPAÇO PARANAENSE
Para responder a essa pergunta precisamos voltar no tempo e
observar como os homens foram “tecendo” a história do Paraná.
13
A Primeira Missa no Brasil
Pintura de Victor Meirelles (1861)
31
O fim das reduções
Por volta de 1600 a produção
agrícola da colônia que pertencia a
Portugal no Brasil, necessitava de
mão de obra. Nesse sentido,
buscou-se o trabalho escravo
indígena através dos bandeirantes,
que se deslocavam de São Paulo
até as Reduções.
Em torno de quarenta mil
indígenas viviam distribuídos em
quatorze reduções no Paraná.
Por volta de 1629 as reduções
foram destruídas, cerca de vinte e
oito mil indígenas foram
escravizados ou mortos, os demais
fugiram para o interior da mata.
Essa região era ocupada por
espanhóis. O Tratado de Madrid,
em 1750, pôs um fim à pretensão
espanhola de dominar o Oeste do
atual Paraná.
32
34
35
Brasil Sociedade Indígena Sociedade Capitalista
propriedade legal “Coletiva” Individual – protegida pela lei
mão-de-obra/
Divisão do Trabalho
Divisão do trabalho baseada no
gênero/ não há exploração do
trabalho.
Divisão social; Altamente
especializado; Formal/Informal;
Manual/Intelectual; Exploração do
trabalho.
lucros Trabalho está voltado para a
subsistência
O lucro pertence a quem detém os
meios de produção e compra a força
de trabalho de quem não os detém.
diferenças étnicas Há uma diversidade de povos, mas
cada grupo procura manter suas
tradições.
Há uma diversidade étnica, no entanto
há determinados grupos que se
“destacam”/ imposição.
manutenção da ordem Cada comunidade tem seus códigos. Todos são iguais perante a lei.
36
1 Reserva indígena Ocoí 2 Reserva indígena Rio das Cobras
3 Reserva indígena Mangueirinha 4 Reserva indígena Palmas
5 Reserva indígena Marrecas 6 Reserva indígena Ivaí
7 Reserva indígena Faxinal 8 Reserva indígena Rio D'Areia
9 Reserva indígena Queimadas 10 Reserva indígena Apucaraninha
11 Reserva indígena Barão de Antonina 12 Reserva indígena São Jerônimo da Serra
13 Reserva indígena Laranjinha 14 Reserva indígena Pinhalzinho
15 Reserva indígena Ilha da Cotinga 16 Reserva indígena Mococa
17 Reserva indígena Tekoha-Añetetê
OBS.: Existem grupos dispersos em locais não demarcados
Terras Indígenas do Paraná
37
O que são as reservas indígenas
•A reserva indígena é um território dentro de um país destinado ao grupo
indígena. Essa área deve oferecer meios para a sobrevivência do grupo e
normalmente já faz parte da história da localização geográfica daquela tribo.
Em alguns países, inclusive no Brasil, o que era para ser normal não é praticado.
A reserva indígena não é necessariamente a área de ocupação tradicional. O
Estatuto do Índio, que entrou em vigor em 1973, define de 3 maneiras o território
indígena: Terras Reservadas, Terras de Domínio dos Índios e Terras Ocupadas
tradicionalmente.
As Terras Reservadas são oferecidas pela União para usufruto dos índios, mas
não correspondem ao território tradicional daquela tribo. As Terras de Domínio são
adquiridas através de compra ou usucapião. As Terras Ocupadas
Tradicionalmente foram definidas nas Constituições de 1967 e 1969.
A Funai, Fundação Nacional do Índio, calcula 105 milhões de hectares de terras
brasileiras destinadas à ocupação de 460 mil indígenas.
Saiba Mais no GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-que-
sao-as-reservas-indigenas.html
38
39
•A denominação “Paraná” vem da língua guarani e quer dizer: “para” ... mar +
“anã” ... parecido, parente, semelhante, significando rio grande, rio como mar,
rio semelhante ao mar.
•É termo de origem geográfica e refere-se ao Rio Paraná, o maior curso d‟água
em território paranaense, que divide o Estado do Paraná da República do
Paraguai e do Estado do Mato Grosso do Sul. Originalmente a pronúncia
correta do termo era Paranã, porém, com o tempo alterou-se a acentuação da
última vogal. Em se tratando de estudo toponímico, deve-se levar em conta que
o topônimo Paraná, aparece, dentre várias citações, em três outras importantes
denominações no território paranaense, a saber: “Rio Paranapanema”, que
divide, a norte e noroeste os Estados do Paraná e de São Paulo; “Paranaguá”,
primeiro município criado no estado; “Rio Paraná”, situado na porção oeste
paranaense.
•A denominação Paraná, dada ao Estado da Federação, surgiu a partir de 1853,
no período da elevação da então Comarca de Curitiba, que era jurisdicionada à
Província de São Paulo, à categoria de Província.
ORIGEM DO NOME E CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA
1853 - Chegada do Conselheiro Zacarias, em Curitiba,
para a instalação da Província do Paraná.
Tela de 7 m x 5 m , de Arthur Nísio . Acervo Palácio
Iguaçu.
•A referida Carta, destaque nas páginas da obra de Macedo (1995, p. 100)
revela o triplo caráter da política da Coroa: Tendo o presente o quase total
abandono em que se acham os campos gerais de Curitiba e os de
Guarapuava, assim como todos os terrenos que deságuam no Paraná [...]
infestados pelos índios denominados bugres, que matam cruelmente todos
os fazendeiros e proprietários que nos mesmos países têm procurado
tomar sesmarias e cultiva-las em benefício do Estado; de tal maneira que
[...] maior parte das fazendas [...] se vão despovoando. Sou servido por
estes e outros justos motivos que fazem suspender os efeitos de
humanidade que com eles tinha mandado praticar, ordenar-vos. Em
primeiro lugar, desde o primeiro momento em que recebais esta minha
Carta Régia, deixe de considerar principada a guerra contra esses bárbaros
índios, [...] Em segundo lugar [...] a porção que fordes libertando não só as
estadas de Curitiba, mas dos Campos de Guarapuava, possais ali dar
sesmarias, [...] Em terceiro lugar ordeno-vos que assistais com o
competente ordenado a João Floriano da Silva a quem encarrego o exame
dos mesmos terrenos, e assim a ele, como a seu irmão, [...] darei as
sesmarias que puderem cultivar, [...].
•Os aspectos acima referendados sintetizam a determinação com que o
governo central tratou a ocupação da região criando condições necessárias
para a propalada conquista dos referidos sertões meridionais do Brasil, e
revelam o olhar do Estado diante das populações indígenas. Nesse
discurso, expressões, tais como bugres ou bárbaros sintetizam a imagem
que a sociedade possui em relação às populações indígenas, ou seja, uma
organização social, cujas práticas de resistência em relação à presença do
Homem branco foram interpretadas como desumanas. Atitudes que
concorreram para que o Imperador, no uso de suas atribuições legais,
destituísse o grupo de humanidade. Fica claro que o critério utilizado pelo
monarca para destituir o estatuto de humanidade, delegado aos índios
desde a controvérsia, pública entre Las Casas e Sepúlveda em meados do
século XVI, foram as consecutivas mortes ocorridas em função das guerras
que o grupo indígena travou com os colonizadores pela histórica posse de
suas terras. Assim no decorrer dos séculos XVIII e XIX conforme a
linguagem da época, o território paranaense padecia em função da escassa
presença de populações brancas e civilizadas.
•1854, referendam a existência de áreas incipientemente
ocupadas pela nação. Contrariando a assertiva da autora,
o referido censo destacava a presença de 62.358,
habitantes em território provincial.
•A escravidão negra no Paraná se fez presente desde o século XVII nos
tempos dos arraiais das primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e
Curitiba.
•Contudo, na medida em que esta economia se desmantelava, os negros
eram introduzidos nas atividades agropastoris do primeiro e segundo
planalto.
•Assim, o que se deve ressaltar é que no Paraná a escravidão negra não
ocorreu de forma intensiva como em outros pontos do Brasil.
•Ao mesmo tempo não se deve minimizar a participação paranaense no
comércio negreiro, especialmente a do porto de Paranaguá, que serviu
como um dos principais embarcadouros do país no contrabando de
escravos no período em que ocorreu a proibição do seu tráfico (1850).
•BUGRES E BUGREIROS.
ESCRAVIDÃO
• O CAMINHO GRACIOSA;
• CAMINHO DE ITUPAVA;
• CONTRATO DAS CANOAS;
• CAMINHO DO ARRAIAL;
• ESTRADA DA MATA (VIAMÃO).
CAMINHOS DO PARANÁ
1896
1919
1
9
4
8
53
54
55
56
•Cabe ressaltar que as fronteiras entre as
possessões portuguesa e espanhola na América
Platina foram demarcadas pelos Tratados de Madri
em 1750 e, respectivamente, Santo Idelfonso no
ano de 1777. O Tratado de 1777 estabelecia que a
fronteira internacional corresse pelos rios
denominados Peperi-Guaçu e Santo Antônio.
Entretanto, as comissões demarcadoras criadas
por Portugal e Espanha não definiram com
exatidão, quais os rios que recebiam tais
denominações, muito embora, contassem de
mapeamentos já estabelecidos.
•Após a resolução da problemática territorial com
a Argentina, outro evento coloca em relevo a
demarcação do território paranaense. Referimo-
nos a disputa interna entre os Estados do Paraná e
de Santa Catarina pela definição entre suas
fronteiras, embate esse que se estendeu ao longo
de dezesseis anos. Conhecida como região do
Contestado, a área em litígio inclui atualmente
localidades tais como Palmas, Campo Erê, União da
Vitória e Porto União.
•Nesse sentido, amplas discussões em torno da
demarcação de áreas situadas a extremo-oeste e
sudoeste da Província paranaense também estiveram em
pauta no período. Reconhecida como “Vale do Iguaçu”,
essa região, tradicionalmente território Guarani foi
reconhecida como Território do Guayrá. Tal
denominação segundo apontado por Mota (1987),
decorre da edificação de reduções Jesuíticas durante os
séculos XVI e XVII. A posse desse espaço era reivindicada
contra Argentina e Santa Catarina representando,
aspirações de segmentos políticos constituídos no
Paraná, grupos esses que refletiam aspirações de
camadas dirigentes e econômicas.
MINERAÇÃO
• Primeiro ciclo econômico;
• Séculos XVI e XVII;
• Litoral, Serra do Mar e 1º Planalto;
• Escravidão;
• Impostos: Quinto e captação;
• Caminhos: Graciosa, Itupava e Arraial;
• Consequências: povoamento do litoral,
surgimento de Paranaguá, colonização do
primeiro planalto, fundação de Curitiba,
caminhos.
Os Pioneiros Rafael Falco (Oran, 1885- São Paulo 1967).Óleo. Coleção Dulce Moura de Albuquerque.
Fonte:http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/05/30/raphael-gaspar- falco-pintor-brasileiro. Acesso em 06 de set.
de 2012.
•O que você pode observar na imagem?
•O que mais lhe chama atenção? Por quê?
•Como se apresenta a paisagem: a natureza, os
homens e objetos?
•Que trabalhadores aparecem?
•Que tipos de trabalhos estão realizando?
•Que instrumentos utilizam?
•Que produtos estão explorando?
•Por que estão vestidos de forma diferente?
•A imagem representa o passado ou o presente?
Por quê?
•Os mais dos moradores que por estas Capitanias
estão espalhados, ou quasi todos, tem suas terras
de sesmaria dadas e repartidas pelos Capitães e
Governadores da terra. E a primeira cousa que
pretendem acquirir, são escravos para nellas lhes
fazerem suas fazendas e si huma pessoa chega na
terra a alcançar dous pares, ou meia duzia delles
(ainda que outra cousa nam tenha de seu) logo
tem remedio para poder honradamente sustentar
sua familia (GÂNDAVO, 2009, s/p.).
TROPEIRISMO: SÉCULOS XVII e XIX
MAPA - MÚSICAS e VÍDEOSTropeiros Leo Almeida.wmv Tropeiros - Léo Almeida.doc
Tropeiros.doc MÚSICAS e VÍDEOSAUD-20150310-WA0025.mp3
64
Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR).Para atender às necessidades de
alimentação e transporte dos mineradores das Minas Gerais, ocorreu uma grande procura de vacas,
cavalos e mulas. Os campos de Curitiba e do atual Rio Grande do Sul, onde o gado se espalhava em
grande quantidade, eram territórios muito favoráveis à pecuária.
67
68
69
•O espaço geográfico ocupado pela população
existente na Província não preenchia senão um
terço aproximadamente do disponível existente no
Paraná. A esta área denomina-se o Paraná
Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a
mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII,
sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na
criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas
atividades extrativas da erva-mate e da madeira.
Estes dois produtos extrativos vão formar
sensivelmente, uma nova economia, resultando
transformações na vida paranaense de um modo
geral.
•Czesz (1997, p. 23): Várias povoações surgiram
em função da economia do gado nas expansões
através dos rios Iguaçu e Tibagi. Resultante dos
caminhos do Peabiru, de Cubatão, do Itapuava e
principalmente do Viamão. Ligando os centros
criadores - localizados no Rio Grande do Sul - ao
principal mercado pecuário da época - Sorocaba –
esse [último] caminho atravessou o Paraná,
criando condições para o aparecimento de várias
povoações como [...] Ponta Grossa, Lapa,
Palmeira, Campo Largo, Lages.
•Percebe-se que o fundamental é a fazenda de
criação de gado como agente que consolida a
fixação da população, no modelo expresso por
Brasil Pinheiro Machado:
•1. a fazenda de criação de gado, como
instrumento;
•2. a família como agente social e econômico;
•3. as regiões de Campos Naturais, como espaço
geográfico;
•4. a escravidão, como sistema de trabalho.
CICLO DA ERVA -MATE– Séculos XIX e XX
A erva mate ou
”ILEXPARAGUARIENSIS”,
ou erva do Paraguai foi o mais
original complexo econômico do
Paraná. De 1820 a 1930 a erva
mate foi o produto que
movimentou a economia
paranaense. Muitas famílias
trabalhavam na colheita, porém
os lucros ficavam com os
exportadores.
Os ervais se
estendiam pelo planalto
paranaense até o Rio Paraná, de
Guaíra para baixo, penetrando no
mato Grosso Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Em 1720 D. João
autorizou a exportação do mate
para as cidades do Prata.
73
Embalagem de Erva-mate – RótuloMÚSICAS E VÍDEOSProcesso
Histórico da Erva Mate_2.avi
• Em 1895 a Matte
Laranjeira chegou a
explorar uma área
de 5 milhões de
hectares, o que
equivale a 50 mil
km2
– igual a um
quarto da área do
Paraná. Confira por
onde se estendiam
seus
empreendimentos.
MADEIRA – Século XX
"... serra acima, onde os olhos dos viandantes descortinam matas sem fim de pinheiros,
por hora só aproveitados no limitadíssimo consumo desta parte da Província... "
(Zacarias de Góes e Vasconcelos -
Presidente da Província do Paraná... 1854)
• Ciclo do Pinho; madeiras de lei (cedros, perobas,
canelas, imbúia etc);
• Primeira Guerra Mundial;
• Exportação;
• Calculava-se em 1920 que o Paraná tinha reservas
florestais de pinheiro para 370 anos;
• Estrada de ferro, caminhões, alçapremas até 100 Km
das margens do rio Paraná, marombas;
• Mão-de-obra, salários, segurança, horas extras;
Alçaprema
Maromba
O desenvolvimento do transporte feito por caminhão após a década de 30,
libertou a indústria madeireira da dependência exclusiva da estrada de
ferro, penetrando desta forma, cada vez mais para o interior.
Utilizando boa parte da mão-de-obra excedente do ciclo ervateiro, já em
crise, foi ainda pela necessidade de acondicionar a erva-mate,
anteriormente transportada em surrões de couro, que nasceu uma nova
profissão: a dos barriqueiros, que confeccionavam barricas utilizando o
pinho como matéria-prima. Foi ainda no bojo deste ciclo, que se instalaram
no Paraná, diversas indústrias como fábricas de fósforos, de caixas e de
móveis.
Em um determinado espaço de tempo, durante a Segunda Guerra Mundial,
a madeira de pinho liderou a pauta das exportações do Paraná. Findo o
período de conflito, o ciclo madeireiro foi declinando, sendo substituído
pelo café que já despontava como uma das forças econômicas no Estado.
Assim, o ciclo econômico do pinho terminou por volta de 1940, sendo que
da primitiva floresta de pinheiro-do-paraná, resta aproximadamente 5%.
Mas é inegável também a importância que a araucária exerce ainda hoje na
história, cultura, hábitos e artes do paranaense.
"Coré-etuba", isto é, ''muito pinhão'' "aqui", segundo a lenda, teria
dito o cacique Tingui, ao ajudar a escolher o novo local transferindo
a primitiva povoação das margens do rio Atuba, para a atual Praça
Tiradentes. Da expressão indígena nasceu o nome e a cidade, que
seria a futura Capital do Paraná: Curitiba.
Outros municípios têm seu nome ligado ao pinheiro: Araucária,
Pinhão, Pinhalão, Ribeirão do Pinhal, São José dos Pinhais e
localidades como: Pinhais, Pinhalzinho, Pinheiral, Três Pinheiros, etc.
Grande foi também a influência que o pinheiro exerceu sobre o
imigrante que, quando aqui chegou, o utilizou para construir suas
primeiras habitações. A importância de tal uso está evidenciada
através das casas de troncos, sem pregos, sendo usada apenas a
técnica do encaixe, hoje conservadas no memorial da imigração
polonesa do Bosque João Paulo II, um dos mais bonitos e atrativos
pontos turísticos de Curitiba.
86
•AGRICULTURA;
CAFÉ - 18 de julho de 1975 mudou para sempre a
história do estado; êxodo rural; A soja assumiu a
dianteira do mercado agrícola e a população rural teve
uma redução de 60% em 40 anos – passando de 4,5
milhões de pessoas para 1,5 milhão. Cerca de 300 mil
famílias de trabalhadores ficaram sem emprego.
• INDUSTRIALIZAÇÃO;
• SERVIÇOS
CONFLITOS
90
91
CONTESTADOMÚSICA
S e VÍDEOSA Guerra
Do Contestado Nino
Pasa.wmv
92
LEVANTE DOS POSSEIROS DE 1957MÚSICAS e
VÍDEOS1540sudoeste_1957.avi MÚSICAS e VÍDEOSa Revolta dos
Posseiros Nino Pasa.wmv
96
MONUMENTO EM HOMENAGEM AOS POSSEIROS
97
PORECATU
Também conhecida como a Revolta do Quebra
Milho, a Guerra de Porecatu ocorreu no Vale do
Rio Paranapanema entre o fim da década de 1940
e início da de 50. Posseiros que ocupavam a
região da Vila Progresso, no então município de
Porecatu, se revoltaram quando o governo
começou a distribuir documentos das terras a
grandes fazendeiros e resistiram aos mandados
de reintegração de posse. Com muitos mortos, o
conflito foi encerrado em 1951 após ação policial.
99
ALGUMAS CAUSAS...
100
101
Texto
[...] Mas o povoamento, não só do Oeste, mas também no Norte, foi marcado igualmente
pela intrusagem – modalidade ilícita de ocupação e posse de terra, notadamente em
antigas concessões inexploradas – e pela formação de imensos grilos – o apossamento de
terras alheias, com base em falsos títulos de propriedade. [...] Intrusos e grileiros
normalmente se utilizavam de jagunços para tirar as terras dos posseiros e sitiantes
(GAZETA DO POVO, dezembro de 2003, p. 3).
TEXTO
Para requerer o lote era só pôr uma casa de madeira em cima. Os lotes eram do Estado
e eram doados para quem fizesse a casa e os requeresse.
Em alguns lugares do oeste, a terra era de quem chegasse primeiro. Esses colonos tinham a
posse da terra, mas não tinham nenhum papel legalizando a propriedade. Às vezes quando
percebiam haviam perdido suas terras para outras pessoas mais espertas, que registravam
a propriedade em seu nome. Muitas vezes, também, acontecia que essas pessoas
mandavam expulsar as famílias do lugar onde moravam, para poder provar na justiça que
aquela terra não era posse de ninguém (CALLAI, 1983 p. 93).
102
O caso da “noite enriquecedora” foi apenas um de tantos
casos de grilos de terras registradas no Sudoeste. Arthur
Faria de Macedo negociara fraudulentamente 2.853
alqueires de terras situados na Gleba Chopinzinho, o
“Território dos Índios”, em apenas algumas horas, à noite,
nos últimos suspiros de sua gestão à frente da Fundação,
ele registrou todas aquelas terras em cartório da capital
em nome de seus sócios[...] (Cordeiro , p. 70).
A terra pode significar riqueza ou pobreza, vida ou morte,
poder político e posição social ou marginalização. Para
cada pessoa ou grupo social, ela tem um valor.
Para um índio, por exemplo, não há como viver sem a
terra, pois esta lhe dá moradia, alimento, trabalho, e o
índio está tão integrado à terra que separar-se dela
implica perder a identidade cultural (CANCHO, 1991, p.
5).
Texto
103
Texto
Segundo levantamento feito pela Secretaria da Agricultura do Paraná, somente em 1970
a 1980 deixaram de existir 100.385 propriedades no Paraná. A região de Cascavel perdeu
16 mil pequenas propriedades.
Segundo a Receita Estadual, só em 1984 foram vendidas, na região oeste do Paraná,
7.651 propriedades (das quais 3.200 em Cascavel). Ressalta-se que este número pode ser
acrescido em mais 20%, porque muitos pequenos produtores vendem suas propriedades
sem efetuar transferência definitiva para os compradores, a fim de evitar pagamento de
impostos. Deste total, 89% são áreas inferiores a 30 hectares e 95% inferiores a 50
hectares. Portanto, módulos pequenos e médios. Além de mecanização agrícola, a falta
de capital causada pela política incerta de comercialização e a política agrícola
beneficiando apenas culturas de exportação são fatores que obrigaram os pequenos a
vender suas terras. Soma-se a isso a pressão dos compradores – latifundiários ou
colonizadores que querem especular ou aumentar a área de produção de soja e trigo
para exportação.
Perdendo a terra por dívidas ou expulsos pela mecanização, os agricultores acabam
virando “bóias-frias” ou “sem-terra”. Quando conseguem vender a propriedade e
arrecadar algum dinheiro com a venda, preferem ir para o Norte, onde o preço por
hectare é infinitamente mais baixo[...] (CANCHO, 1991 p. 69).
104
•A designação de Paraná Tradicional remete-se ao
período de conquista e ocupação do território
indígena pelos luso-brasileiros, desde o século XVII
até o XIX, compreendendo a porção do litoral,
primeiro planalto, Campos Gerais, Campos de
Guarapuava e Palmas. Inicialmente, através da
preação de índios e da mineração, possibilitou-se a
criação das primeiras vilas portuguesas, no litoral e
no primeiro planalto, como a de Paranaguá, Antonina
e Curitiba.
PARANÁ TRADICIONAL
•Por mais efêmera que se apresentou esta
dinâmica ocupacional, uma segunda fase se
consolidou, a partir do século XVIII, a
economia pecuária e ervateira. Por meio do
tropeirismo efetivou-se o surgimento de vilas,
como Castro, Ponta Grossa, Lapa, Jaguariaíva
com uma sociedade “latifundiária, campeira e
escravocrata”. Por fim, a partir do século XIX o
contingente de imigrantes, principalmente
europeus, também contribuíram para a
formação desta “área histórico-cultural”.
•O processo migratório envolvendo a descoberta
de minas de ouro concorreu para o surgimento de
diversos caminhos, primeiras formas de ligação
entre esparsos núcleos populacionais do litoral e
primeiro planalto paranaense. A ocupação da área
litorânea teve, por sua vez, grande impulso a
partir da instituição de São José dos Pinhas,
localidade fundada no ano de 1690, seguido pelo
evento de oficialização da já existente Vila de
Curitiba em 1693.
•Martins (1994) destaca que, em conformidade ao
processo de ocupação determinado pela política
mercantilista ultramarina do Estado Português, o
litoral norte do Estado do Paraná pertencia à
chamada Capitania de São Vicente. O litoral sul, por
sua vez, compreenderia as chamadas Terras de
Sant'Ana. Por sua vez, a ocupação do território
litorâneo em decorrência da descoberta de minerais
preciosos nos ribeirões que desaguavam na bacia do
Paraná, já demarcava as primeiras áreas que
posteriormente seriam definidas como território
paranaense. Ainda no século XVII, ter-se-iam,
indícios de mineradores explorando ouro nessa
região.
Norte Paranaense
O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
•O planejamento de colonização criado pela Companhia de Terras Norte
do Paraná previa a formação de quatro núcleos urbanos, que teriam
aproximadamente 100 km de distância uns dos outros: Londrina, Maringá,
Cianorte e Umuarama. Essas cidades seriam os grandes centros
prestadores de serviços da região, sendo interligadas por uma única
ferrovia. Entre essas cidades, a cada 15 km aproximadamente, deveriam
surgir cidades menores, que teriam a função de ser um ponto de apoio
para as propriedades rurais da região, abastecendo-as com produtos de
necessidade básica que não eram produzidos no campo, como sal,
produtos de higiene pessoal, querosene, roupas, entre outros.
•A divisão dos lotes promovida pela Companhia de Terras Norte do
Paraná também foi minuciosamente planejada. Os lotes eram pequenos –
a área máxima era de 15 alqueires paulistas (o equivalente a 36 hectares)
-, e todos eles foram planejados para aproveitar o máximo possível os
recursos naturais e logísticos da região. Todas as propriedades deveriam
fazer divisa com uma corrente d‟água ao fundo, aproveitando os fartos
recursos hídricos da região; e com uma estrada de rodagem à frente, para
facilitar a logística e, consequentemente, o escoamento da produção.
•O tamanho reduzido dos lotes dava oportunidade ao maior número
possível de pessoas interessadas em adquirir uma propriedade. No
entanto, a Companhia não vendia os terrenos para qualquer
pessoa interessada em adquiri-los. Visando o desenvolvimento
econômico da região, a empresa colonizadora solicitava referências
dos compradores, que passavam por uma triagem e normalmente
adquiriam os lotes apenas quando indicados por corretores e
agentes ligados à Companhia de Terras Norte do Paraná. No
contrato de compra do terreno, existia também uma cláusula que
obrigava o proprietário a construir alguma edificação no lote, sob
pena de perdê-lo.
•Com a venda dos primeiros lotes e a chegada dos primeiros
desbravadores, surgiram também as primeiras cidades do “norte
novo”. Londrina foi fundada a 21 de agosto de 1929, pelas mãos do
engenheiro Alexandre Rasgulaeff, que a batizou em homenagem a
Londres, capital inglesa. Cinco anos mais tarde, em 1934, ano em
que Londrina se torna oficialmente um município, outros núcleos
urbanos começam a surgir na região.
•A região norte paranaense teve como base de seu desenvolvimento
econômico a produção cafeeira iniciada desde meados do século
XIX, quando fazendeiros mineiros e paulistas se estabeleceram na
região hoje denominada de Norte Velho, entre os rios
Paranapanema, Itararé e Tibagi, surgindo cidades como Tomazina,
Jacarezinho, Cambará e Ribeirão Claro.
•A partir da década de 1920 se intensifica a colonização na região do
Norte Novo, entre os rios Tibagi até o Ivaí, resultado da ação de
companhias particulares, principalmente a de iniciativa inglesa; até
1950 surgiram cidades como Londrina, Cambé, Rolândia, Apucarana
e Maringá.
•Na conjuntura em que o café vai se tornando o principal produto
exportador do Paraná, as terras além do rio Ivaí são colonizadas
entre as décadas de 1940 a 1960, constituindo o Norte Novíssimo.
As extensas áreas da floresta subtropical predominante na região
norte desapareceram.
•Ainda deve-se ressaltar que o processo de colonização segue
os moldes tradicionais no sentido de conquistar os territórios
indígenas e neste caso o vencedor recebeu o título de pioneiro.
Oeste–Sudoeste Paranaense
•A região oeste e sudoeste somente se constituiu em área
de colonização aproximadamente na década de 1920, ao
receber o fluxo migratório de gaúchos e catarinenses que
proporcionaram o estabelecimento da pequena
propriedade, da suinocultura e da produção de cereais e
oleaginosas.
•Contudo, ao se retroceder a séculos anteriores, verifica-se
que este território fez parte da Província do Guairá, no
período de posse espanhola entre os séculos XVI e XVII e
onde fundaram-se as Missões Jesuíticas das quais
abrigaram milhares de indígenas, sobretudo os Guarani.
•Posteriormente, as vastas florestas existentes na região do
vale do rio Iguaçu e do rio Paraná tornaram-se área de
exploração predatória de ervais e madeiras,
principalmente de interesses estrangeiros que através das
obrages implantaram um sistema de trabalho subumano,
onde imperava a brutalidade e o estado de miséria de
brasileiros e paraguaios.
•Explorado economicamente a partir do século XVI;
•Pelo litoral – evolução portuguesa em busca de ouro
de aluvião;
•Pelo oeste – ocupação espanhola; em 1554 já haviam
sido fundadas as primeiras cidades no Guairá;
•Devido aos constantes conflitos com os índios
levaram a entrega do problema da pacificação
indígena aos Jesuítas – 1609 criaram a província
jesuítica do Paraguai;
•Em poucos anos entre os rios Paraná e Tibagi foram
criadas 13 reduções;
• Reduções se tornaram alvo dos bandeirantes –
escravização indígena;
“EVOLUÇÃO” HISTÓRICA DA ECONOMIA
PARANAENSE
117
• Em busca de ouro subiram a Serra do Mar e
alcançaram o Planalto de Curitiba
• A base da mineração fora o escravagismo
• Descoberta de ouro na região de Minas fez
surgir o TROPEIRISMO (Criação, pastagem,
comércio e transporte). CAMINHO DE VIAMÃO
• Proprietário de terras que também era tropeiro
representava a classe dominante, mas nem
todo tropeiro era proprietário.
• Essa atividade foi liquidada pela construção
das estradas de ferro.
• Erva-mate
• Madeira
118
120
121
O trabalho em meio a mata nas regiões
Sudoeste/Oeste do Paraná
O trabalho era muito pesado,
as crianças trabalhavam com seus
pais, havia poucas escolas e eram
distantes, impossibilitando os
estudos. Homens, mulheres e
crianças viviam em perigo, pois havia
muitos animais ferozes, além das
cobras cascavéis, mosquitos, onças,
entre outros...
Se as pessoas ficassem
doentes, não havia médicos, eram
feitos chás com ervas conhecidas por
eles, que nem sempre resolvia.
O trabalho de derrubar a mata,
preparar o terreno semear os grãos e
esperar que a terra produzisse era
bastante árduo.
(FOTO 1905).
122
• Em 1930 a região de Catanduvas não parecia
Brasil:
• Domínio econômico era Argentino – levavam o mate
e a madeira e traziam os produtos consumidos na
região; (matéria-prima/território brasileiro, empresas
argentinas, mão-de-obra paraguaia.
• Os fiscais, quando haviam, dependiam dos
obrageros para morar e comprar;
• O mate brasileiro era beneficiado em Posadas e
vendido como se fosse argentino;
• Isso foi revelado pelos militares que combateram a
Coluna Prestes em 1924. O grupo que assumiu o
poder em 1930 cunhou o slogan “Marcha para o
Oeste”.
MARCHA PARA O OESTE
123
PERÍODO VARGAS - NACIONALISMO
 Marcha para o oeste – Ocupar fronteiras, como por
exemplo oeste e sudoeste;
 10.000 habitantes, somente 500 eram brasileiros;
 O Paraná é acusado de descaso para com a região –
propõe-se a criação do território Federal do Iguaçu
para garantir a nacionalização;
 Em 1943 é criado o Território Federal do Iguaçu;
 Havia também outras intenções: abrir espaço para o
excedente populacional do RS;
 Com a queda de Getúlio em 1945 as elites
paranaenses trataram de recuperar o território e sua
dissolução foi aprovada numa disposição transitória
da Constituição de 1946.
124
125
126
• 1 - Explique por que a atividade tropeira e ervateira enriqueceu os
fazendeiros e os donos dos engenhos de mate.
• 2 - Copie o quadro abaixo no seu caderno e complete com as
informações dos textos estudados.
ATIVIDADES
Atividade
econômica
Ouro no
Paraná
Tropeirismo no
Paraná
Erva-mate Madeira
Época
Região do
Paraná
Sujeitos
históricos
(Proprietários/
mão-de-obra)
Destino da
produção
Espaços e
objetos de
trabalho
128
Sobre a colonização e a posse da terra, destaca-se
que este foi um processo marcado por conflitos e
disputas entre posseiros e grileiros profissionais, a
serviço de falsas colonizadoras. Para diversos
autores, estes conflitos tinham sua origem na
ausência do Estado ou sua ineficiência, o que
permitiu a grilagem, o favorecimento político e a
corrupção, gerando disputas jurídicas entre dois ou
mais compradores. A ação de aventureiros
confundia-se, com as verdadeiras colonizadoras que
enfrentavam dificuldades para gerir seus negócios
em meio às irregularidades.
COLONIZAÇÃO
129
 É preciso compreender os conflitos como inerentes
às contradições e disputas sociais e não apenas
como desequilíbrio ou como expressão de que o
Estado não estaria cumprindo com o seu papel de
administrador e regulador, das relações entre os
indivíduos com interesses divergentes ou
concorrentes.
 o Estado se configura, já naquele momento, como
um Estado com formato de classe, incrustado pelo
domínio de madeireiros e especuladores de terra,
que a partir de seu aparato ou de seus órgãos
reguladores e repressores garantiu a legalização da
terra para uns e não para todos.
CONFLITOS
130
Inúmeras famílias de posseiros viram-se
desalojadas da noite para o dia das
propriedades onde durante anos haviam
investido todos os seus esforços: grileiros
vinculados ao PSD passavam a condição de
titulares de vastas áreas, removendo seus
ocupantes à força ou obrigando-os a pagarem
mais uma vez pela terra. Jagunços a soldo de
grandes companhias ou de latifundiários
percorriam os sertões com metralhadoras
pesadas à caça de posseiros (REVISTA
OESTE, no. 21, Ano III, setembro/1987, p. 36-
37).
POSSEIROS
131
Oeste do Paraná - Pioneiros
132
•Em 1902, instalou-se, na região Oeste, a Companhia de Madeiras Del Alto
Paraná, empresa inglesa com sede em Buenos Aires - Argentina, adquirindo do
governo do Estado a área de terras denominada Fazenda Britânia, com
aproximadamente 275 mil hectares. Atualmente esta área corresponde aos
municípios de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste,
Toledo, Nova Santa Rosa e parte do município de Palotina.
•Com os mesmos objetivos das outras obrages já instaladas na região, a
Companhia de Madeiras Del Alto Paraná utilizou-se de mão-de-obra paraguaia
para a exploração de madeira e erva-mate na região Oeste do Paraná. Essa
situação de exploração depredatória persistiu até a década de 1920, quando
eventos como a passagem da "Coluna Prestes [em 1924] e também das Tropas
Federalistas (...) expuseram a situação do Oeste do Paraná à opinião pública"39,
constatando-se a dominação da região por parte de estrangeiros, e que até
então não havia sido tomada nenhuma ação efetiva buscando fomentar a
ocupação através de brasileiros. Após esta constatação, tornou-se imperativo
tomar medidas que coibissem a invasão de estrangeiros e concomitantemente
"nacionalizar" a região.
•nóis não tinha terra lá, daí nóis viemo prá cá, nóis,
os treis irmãos e as nossas treis mulheres, tudo
num caminhão com 10 crianças (...) Nóis era
agregado em terras de gente estranha, gente boa,
oito anos nóis trabalhamo lá na granja de arroz (...)
Nóis era em 10 irmãos e meu pai só tinha uma
colônia de terras e com moro, daí nóis tinha que sai
pelo mundo, somos filhos de Deus, e virar-se
sozinho (...) Então nóis saimo de lá porque nóis não
tinha terra, nóis era pobre (...) tinha que arrumá
prá nóis e prá colocá estas crianças. (F.H.)
•Os que residiam nas proximidades da cidade
usavam recursos considerados fáceis, baratos e
rápidos: a carroça de boi, o cavalo e, na maioria
das vezes, a bicicleta, pois estes eram os meios de
transporte acessíveis e mais apropriados devido às
péssimas condições em que as estradas se
encontravam. Para os que se fixavam no meio
rural, o único recurso disponível na maioria dos
casos era fazer longas caminhadas a pé, pelo
interior da mata.
•É o que pode ser verificado nas afirmações de
Moisés Lupion, então governador do Estado do
Paraná: Bons e maus elementos, atraídos os
primeiros pela fama da fertilidade das terras roxas
paranaenses e, os segundos pela facilidade dos
negócios, deixaram os rincões de origem em São
Paulo e Minas Gerais e vieram juntamente com
muitos aventureiros, apossar-se abruptamente das
melhores terras devolutas do Estado, assentando
benfeitorias provisórias; desordenadamente, a
mais das vezes, em terras já tituladas ou
comprometidas (ROCHA NETO).
Tal ocupação regional fundada em bases econômicas
em cima da exploração da mão-de-obra indígena teria
feito do Guairá um espaço de fricção Inter étnica
permeado por conflitos socioeconômicos. Conforme
destacado por Challenberger (1997, p. 20). Os colonos
foram progressivamente se abandonando, através do
regime da encomienda, das terras dos índios e dos
próprios índios, explorando-os no serviço pessoal. Por
outro lado os paulistas projetaram sobre o Guairá os
seus interesses econômicos em função da abundância
da mão-de-obra disponível, que começaram a recrutar
e vender para a agroindústria do litoral brasileiro. [...]
Por causa da resistência dos índios, os colonos e
paulistas foram obrigados a enfrentá-los para
salvaguardar os seus interesses econômicos.
Conforme a leitura acima, essa etapa caracterizava-
se pelo extrativismo. Processo esse que se teria
iniciado com a instalação da Companhia de
Madeiras Del Alto Paraná. Tratava-se de uma
empresa inglesa sediada na cidade de Buenos
Aires, a qual adquiriu a área de terras denominada
Fazenda Britânia que atualmente compreende
municípios tais como Marechal Cândido Rondon,
Toledo, Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, bem
como área significativa do Município de Palotina.
Silva (1988, p. 52-53) expressou com propriedade
sensações de descoberta. Vamos a Santa Catarina,
vamos ao Paraná, vamos ao Oeste. Lá existe terra
sobrando. Lá existem matas ainda virgens à nossa
disposição. Lá existe tudo para recomeçar a vida.
Nós passamos lá. Nós a vimos! Parecia este o
recado da Coluna Prestes.
Segundo palavras da autora:
A história de Marechal Cândido Rondon está ligada
ao Projeto de colonização da Firma MARIPÁ. [...]
Willy Barth recebia os novos colonos, mostrava-
lhes as terras, acompanhava-os durante dia e noite,
cantava com eles para expulsar o cansaço, a tristeza
e a saudade. Foi administrador muito seguro e
como colonizador deu exemplo de colonização e
modelo de Reforma Agrária.
FOTOGRAFIA 7 - Acampamento no meio da floresta - Marechal
Cândido Rondon
Fonte: Saatkamp (1985)
• FOTOGRAFIA 15 - Hospedagem temporária na mata - Palotina
• Fonte: Reginato (1979)
Jornal Oeste, periódico de circulação local durante as
primeiras décadas do processo de (re)ocupação do
território. [...] região nova onde população laboriosa,
dinâmica, devotada ao trabalho heroico ao
desbravamento da mata virgem, transformando-a em
uma das mais promissoras regiões agrícolas do Estado,
faz com que esta mesma região que até pouco figurava
nos nossos mapas ilustrados como zona selvagem,
assinalada por um índio empenachado e uma onça
pintada, cubra-se de cidades vilas, povoados e núcleos
agrícolas. Faz com que, em plena floresta surjam
indústrias que transformam as incalculáveis reservas de
essências florestais em fabulosas fontes de riqueza.
Reportagem comemorativa ao primeiro ano da instalação oficial do
Município de Toledo na data de 14 de dezembro de 1953.
Conforme consta no documento:
[...] as colonizadoras em geral, depois de adquiridas
suas terras, tratam de dividi-las em glebas ou lotes
grandes para em seguida vendê-las o mais
depressa possível, [...] Aplicando este sistema teria
a firma colonizadora, em pouco tempo, cumprida a
finalidade. Porém, sendo este um sistema é
contrário a um desenvolvimento social e aos
interesses econômicos de uma Nação; a PINHO E
TERRAS LTDA; achou por bem dividir as glebas que
posteriormente iriam colonizar, em lotes rurais de
mais ou menos 10 alqueires, também chamado
‘colônia.’
•Companhia Colonizadora Pinho e Terras - fim de
54, pouca chuva, e estão aparecendo mineiros e
paulistas [...] assim esta colonização que deveria
constar de moradores do Sul e católicos já está se
transformando em uma miscelânea de gente e
religiões. Aqui [...]. tudo nos começos. A igreja e
casa paroquial quase prontas [...] Começou a
invasão de Paulistas. Ainda bem que não são
mamelucos [...].
Brecht (1960, p. 3):
Sendo que a PINHO e TERRAS, LTDA; não se dedica
exclusivamente à compra e venda de terras, ela
tinha que assumir a obrigação, perante os
agricultores, de os mesmos não perderem tempo
em fazerem experiências, ao que diz respeito a
agricultura. [...] Outro fator importante era criar
nas sédes um ambiente que atraia os compradores,
como as instalações de hospitais, com médicos,
sempre que era possível; construção de escolas,
mesmo si a firma tivesse que sustentar o
professorado.
Percebe-se que o modelo de colonização centrado,
sobretudo, num ethos cultural determinado se articulava, a
valores identitários comuns, eliminando possíveis conflitos
internos a partir da preservação de seus códigos culturais.
Desses, educação, religiosidade e o sentido de comunidade,
tiveram grande atenção. Nos núcleos coloniais, construção
de escolas, igrejas e salões comunitários pelas empresas ou a
sua colaboração foram atitudes significativas para a
manutenção da homogeneidade do grupo. Acrescenta-se a
isso, a manutenção de vínculos com modelos fundiários já
conhecidos pelos migrantes. Assim, atributos tais como,
"Celeiro do Paraná” passam a definir o regional. Para as
empresas envolvidas, estabelecer a (re)ocupação significava
incorporar à nação um território reconhecido como vazio e
ali, estabelecer novas vivências. Para o governo do Paraná,
significava, sobretudo, receber um solo ocupado, produtivo,
mercantilizado, livre dos perigos representados pela
presença maciça de estrangeiros na região.
Garantir tal conquista pressupunha, porém
estabelecer os migrantes tão logo adquirissem as suas
terras. A derrubada da mata estimulada pelas
empresas realizava-se a partir de derrubadas da
vegetação A mão-de-obra de baixo custo de tal
trabalho, compunha-se de trabalhadores do norte do
país e paraguaios, antigos mensus trabalhadores das
unidades obrageras, referendadas no capítulo
anterior. O trabalho das serrarias era outro recurso
utilizado para a extração das matas nativas da região.
A madeira, por sua vez era comercializada a preços
irrisórios entre o proprietário das terras desmatadas e
donos de serrarias. Esses fatores proporcionavam não
só lucros ao segundos como também garantiam ao
projeto colonizador o sucesso almejado.
Chegamos [...] debaixo de tempestade. Uma surprêsa nos
esperava: o hotel ainda de madeira, [...] tinha cama de
verdade, chuveiro com água quente, [...] Estávamos pois em
plena civilização. Depois do jantar fomos todos ao clube, já
rodeados de gente. [...] são todos jovens, de vinte e poucos
anos, sadios, fortes, bem dispostos. Ë uma comunidade de
trabalho invejável. Projetos, sonhos, aventura, coragem,
desprendimento, esperança - eis o que revelou aqui o melhor
colono do Brasil - filho de alemães ou italianos para fazer
nascer vertiginosamente uma cidade moderna. Muito
embora o autor fizesse referências ao Município de Toledo,
localidade sede da Colonizadora Maripá, tal passagem pode
ser estendida, à área colonizada pela empresa Pinho e Terras
LTDA. Expressões "melhor colono", "nova raça" "civilização,"
compõem um discurso mais amplo, extensão de valores
como trabalho, coragem e progresso, fazem emergir
elementos distintivos do regional com conotações emotivas
Contudo, desqualificar os territórios de origem dos
migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi
outro expediente utilizado nas publicidades das
empresas, tal como o anunciado a seguir:
AGRICULTOR,!! [...] ponha fim aos teus sofrimentos de
trabalho no meio das pedras e montanhas, a onde tens
que carregar os gêneros de tua colheita uma Boa parte
nos ombros. [No oeste] não será assim. Porque, a
planície te permitirá de ir com a carroça em qualquer
ponto de tua colônia. É por isso que [...] está
progredindo a passos de gigante. Bem demonstra que,
a 4 anos era uma região inhospita aonde passeavam as
feras.
Cf. panfleto de propaganda de terras elaborado em 1952 pela Colonizadora Maripá,
amplamente distribuído nas localidades de Concórdia no estado de Santa Catarina e
Santa Maria, situada no estado do Rio Grande do sul, dentre outras localidades.
Em 25 de Julho de 1969, o periódico A voz do
Oeste (1969, p. 13) destaca: [Pioneiro] ao
preparares a terra [...] fixando civilizações,
derrubando a mata tantas vêzes hostil, invocas a
nossa presença. Estás colaborando com a terra
que te recebe. Estás contribuindo para o seu
engrandecimento, como irás contribuir sempre
com o seu trabalho certo para safras incertas.
No final da primeira década do século XX, o Legislativo
paranaense, permanece palco de denúncias, conforme
apontado no informe do Congresso Legislativo do
Paraná:
A vasta zona oeste e noroeste paranaense cuja flora
encerra preciosos elementos de riqueza ainda não
explorada, deve merecer nossa atenção no sentido de
valorizar nosso Estado [...] em direção ao Piqueri, há
grande massa de trabalhadores na extração da erva-
mate e madeira, alguns desses trabalhos são feitos
legalmente, mas outros não; está provado que alguns
indivíduos invadem legalmente os terrenos nacionais
[...] e estabelecem grandes empresas extrativas de erva
[...] com prejuízo manifesto para os cofres do Estado.
•Segundo constata Nogueira (1920, p. 115), na
ocasião da chegada ao seu destino: "[...] o
pharmaceutico é paraguayo; o médico é espanhol;
o chefe de contabilidade e o do deposito são
allemães. [...] a peonada é paraguaya ou
argentina".
Segundo constata Muricy (1896, p. 4):
[...] de Catanduvas em diante o caminho é
horroroso; o solo muito accidentado e o matto
apresenta-se em toda sua pujança, [...] Além disso,
tem-se de atravessar manchas de léguas de
extensão, só de taquerussús, por um verdadeiro
túnel cortado nas enormes touceiras. Caminha-se
horas inteiras; sem se ver uma nesga siquer de céo.
Segundo
Nogueira (1920, p. 6): [...] entre Guarapuava a Foz
do Iguaçu o percurso era feito em 72 horas de
automóvel. Esse meio de transporte, entretanto, é
no momento caríssimo, por causa do desgaste
material ocasionado pelas condições ainda
imperfeitas daquella via.
Até hoje a viagem, tem sido feita [...] por estrada
de ferro, via Uruguayana, de onde, transposto o
riu Uruguay, continúa, em paso de Los Libres, pela
estrada de ferro argentina até Posadas e dahi, pelo
alto Paraná, até a Foz do Iguassú.
destaca Nogueira (1920, p. 114 ): Em Guaíra: tudo
pertence à Matte Laranjeira. [...] As terras foram
adquiridas por compra de uma antiga concessão
feita pelo Estado do Paraná. [...] A pequena
estrada de ferro que transporta hervas [é] o único
meio de transporte para os famosos saltos das
sete quedas.
Wachowics (1987, p. 44) em uma propriedade:
[...] típica de regiões cobertas de matas
subtropicais em território argentino ou paraguaio.
O interesse fundamental de um obragero não era
a colonização em pequena ou média propriedade,
nem o povoamento de suas vastas terras.
Seu objetivo precípuo era a extração de erva-mate
nativa da região, bem como da madeira em toros,
abundante na mata subtropical.
Os sertões do Iguassú constituem uma zona
inteiramente diversa, uma espécie de Amazônia, ainda
não acabada para a habitação do Homem. O brasileiro
desconhece-a como si não fora um pedaço do Brasil. E,
na verdade é mais paraguaya e argentina, pois que
nem o nosso idioma, nem o nosso dinheiro, ahi
conseguiram chegar. Os poucos nacionaes que ai
aportam, embora de passagem, no desempenho de
um mandato oficia, submetem-se ao meio que lhes
deita o braço de ferro e os converte, pelo menos
aparentemente. Nessa longa faixa de sertões
intermináveis, sob um sól ardente e creado, habita em
certos pontos, uma onda humana, transitória, que
chega e parte, todos os dias, para de novo voltar e de
novo partir. (MARTINEZ, 1925, p. 8 )
FOTOGRAFIA 2 - Salto Iguassú
Fonte: Silveira Netto (1939)
Chegamos finalmente. [...] a ampla e tumultuosa
epopéia das águas. Minha expectativa é
ultrapassada impetuosamente. [...] ao colimarmos
os primeiros borbotões das águas. A campina e a
floresta sugerem-nos a visão pictual dos nossos
grandes paisagistas. Nem as sugestões da
poderosa imaginativa de Da vinci [...] seriam
capazes de dar a impressão nítida e suprema
daquele assombroso espetáculo de águas revoltas
rolando em perturbadora atoarda de cataclismos.
Nem a narração, nem a téla, nem a fotografia [...]
dão idéia siquer, da superestesia que nos empolga
ante aqquela febre de movimento e beleza.
Contudo no percurso de tal narrativa há destaque
a ásperas jornadas, distâncias, e abandono. Esses,
dentre outros atributos negativos delegados
aquele espaço, associados a adjetivos positivos,
conforme visto, tiveram importância na
construção do regional, tal como destacado por
Siveira Netto (1939, p 31): “deserto de habitações;
a mata e a solidão em meio de uma flóra
requintada em exuberância e coloridos; e uma
fauna variada e rica [...].”
Pelo caminho encontramos turmas de paraguaios. Receamos
errar o caminho e por isso pedimos informações por toda
parte, informações que os são fornecidas, sempre em
hespanhole. Dentre os informantes, encontramos uma
mulher a cavallo, com um pequeno de oito annos. [...] ë um
tipo perfeito de cabocla brasileira, que nos responde em
hespanhol. Duvidamos de sua origem e inquirimo-lo: sorri
mostrando uma fileira de dentes alvos e nos diz com visível
satisfação. - Soy brasileña, senhor gracias a Diós; pero como
me crié entre paraguayos ( MARTINEZ 1925, p. 76 )
Influenciados pelos costumes e linguagem paraguaios, os
habitantes daquele cantinho do Brasil usam um dialeto
eivado de termos absolutamente desconhecidos da nossa
língua. Lá ninguém diz porco, porque êste adiposo
paquiderme é conhecido por ‘chancho’. [E complementa]
Dizem ‘provista’ referindo-se a gêneros alimentícios;
designam barraca por ‘carpa’; menino por ‘muchacho’, facão
por ‘machête’ e outros termos que não registrei.
(FIGUEIREDO, 1937, p. 80).
•Os desenhos territoriais paranaenses, assim
referendados, não foram, portanto, um
procedimento fortuito, ao contrário tiveram um
papel central na conceituação e na afirmação de
uma unidade para o território, ingrediente
necessário para a firmação de sua identidade
regional. No ano de 1945, essas terras já haviam se
transformado em estreitas faixas habitadas pelos
brasileiros. Nesse mesmo ano, a extremo-oeste do
território paranaense, eram enraizados esteios da
demarcação de negócios agro-imobiliários que se
propunham conquistar tal sertão do Guairá e
apagar suas cicatrizes.
O supracitado Relatório da Secretaria de Obras Públicas e
Colonização do ano de 1895 coloca em relevo preocupações
decorrentes de tal realidade embasado nos argumentos de
Carvalho (1895, p. 47): Na parte norte do Estado [...] já se
iniciou em grande escala o plantio de café que é o produto
agrícola dos mais ricos e remunerados [...] é sabido
igualmente que por falta de estrada entre o lugar de produção
e os nossos centros de consumo o café é transportado ou pelo
Estado do Mato Grosso, pelo rio Paranapanema ou pelo
vizinho Estado de São Paulo [...] resultando disto, prejuízo
considerável aos cofres do Estado não pode receber direitos
nas exportações sobe seus produtos. [...] Dá-se o mesmo na
extensa e riquíssima zona do oeste [...] entre os rios Iguaçu e
Sahy até rio o Paraná facílima via de navegação podem os
produtos naturais e agrícolas escoar-se em procura de
mercados platinos.
Cabe destacar que muito embora tais Governos
possuam em comum, projetos modernizadores
para o espaço regional paranaense, durante os
Governos de Moisés Lupion o Paraná foi palco de
inúmeros conflitos querem sejam entre posseiros
e grileiros ou entre brancos e populações
indígenas que foram expulsos de suas terras
tradicionais. O senso comum atribui a esse
governo o atributo de “grileiro”. Veja-se a esse
respeito o romance histórico Os dias do demônio
em que o personagem da trama é uma região
paranaense, palco de poucos conflitos no campo
em que os pobres vencem.
Menções de autoria do sertanista Coelho Junior
(1946, p. 169), enfatizam tal constatação. Já ali, o
vale baixo do Iguaçu, se confunde com o do Paraná,
e, desde o povoado de ótima situação topográfica -
Cascavel - notamos fronteira próxima, invadida e
desnacionalizada, pois até os brasileiros, raros na
região, linguajam o Castelhano, pela influência e
absorção dos argentinos e paraguaios. Começou
logo a aparecer dinheiro dos países vizinhos, cuja
influência, nos usos e costumes é preponderante. a
escala da moeda argentina ou paraguaia, a língua
guarani e espanhol.
COMPANHIAS COLONIZADORAS NO PARANÁ TEXTOSA REVOLTA
DOS POSSEIROS NO SUDOESTE DO PARANÁ EM 1957.pdf
•Brasil Railway Company. (séc. XIX, Sudoeste 1918-20) – recebeu extensas
glebas em pagamento pela construção da ferrovia Sã oPaulo – Rio Grande
(Gleba Chopim) e do ramal Ponta Grossa – guarapuava (Gleba Missões).
•CANGO (Colônia Agrícola Nacional General Ozório): (1943) criada dentro da
Gleba Missões, a sua sede veio a se tornar o município de Fco Beltrão.
•CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial Limitada) e Pinho e Terra. Em
1950, o governo da União vendeu à CITLA toda a gleba Missões e parte da
gleba Chopim. Poucos dias após vendia à Pinho e Terras (Céu Azul) 11.500
alqueires da própria gleba Missões. Vendia também 300.000 pinheiros
`Companhia de Madeiras do Alto Paraná.
169
• GETSOP (Grupo Executivo de Terras para o Sudoeste do
Paraná).
• OBRAGES.
• Companhia de Terras Norte do Paraná – adquiriu
inúmeras glebas.
• Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (norte).
• Colonizadora Madeireira Rio Paraná S.A (MARIPÁ).
• Companhia Mate Laranjeiras (explora erva-mate e
madeira no Mato Grosso e depois no Paraná).
• Industrial Agrícola Bento Gonçalves Ltda (Medianeira)
• Colonizadora Gaúcha Ltda
• Colonizadora Matelândia Ltda
• Colonizadora criciúma Ltda
• A Companhia Brasileira de Imigração e Colonização
(COBRIMCO) - Anahy
(Explorar madeira e terras) 170
171
172
173
174
•Tanto militares como religiosos, indiferentemente,
exerciam atitudes de exploração. Os primeiros faziam-
na de modo mais brutal, sendo que os religiosos
auferiam posicionamentos mais sutis, mas nem por
isso diferentes. A cruz e a espada, nesse sentimento,
caminhavam passo a passo. (COLODEL, 1988, p. 30).
•Reduções –
Dessa maneira os indígenas diversificavam seus ramos
de atividade, sendo carpinteiros, tecelões, ferreiros,
pintores, estatutários, fundidores; tudo enfim era
provido na própria Redução. (COLODEL, 1988, p. 31).
• De acordo com os relatos de Brito, esta segunda
expedição era composta, além dos dois militares acima
citados, de mais 34 soldados, 12 operarios civis, 3
mulheres casadas com soldados, 4 tropeiros
encarregados da tropa com 34 cargueiros, carregados
com víveres, material , bagagem etc. (COLODEL, 1988,
p. 44).
•1905 – 58 famílias
•Agindo sob as ordens dos capatazes, em praticamente
todas as obrages do Oeste paranaense, existiam
polícias particulares que faziam da violência
desenfreada sobre os peões o seu cartão de visitas.
(COLODEL, 1988, pp. 60-61).
•O maior deles era chamado de depósito Central Barthe e
era o que comercializava toda a atividade exploratória da
imensa obrage.
“pelos gramados desse logar habitado, caminham peões.
Grandes carroças, de rodas altas, chegam do interior da
mata. (...) Deposito Central é um ponto destinado para o
recebimento dos diversos ‘carijós’ dessa região. Além disso,
mantem a empresa larga criação de carneiros, gado vacum
e plantações de cereais para a manutenção dos
empregados. (...) diversos armazens existem para deposito
de herva cancheada; outros para beneficiamento do
produto, prompto para exportação. Ha, além disso, moradas
para os peões, armazens de comestíveis, grandes estabulos,
rancho para carroças”. (COLODEL, 1988, p. 67).
•Um outro elemento que pode ser destacado refere-se à impossibilidade
que os mensus encontravam para fugir das obrages. A vigilância exercida
sobre eles era severa e constante. Pouquíssimas eram as alternativas que
eles podiam contar para se esconder da fúria dos seus patrões. Podiam
embrenhar-se na selva, mas ali teriam que enfrentar enormes dificuldade:
falta de comida, os animais selvagens, as doenças crônicas da região, etc. a
outra rota de fuga possível era oferecida pelo rio Paraná. Acontece que
todas as embarcações que nele navegavam eram de propriedade dos
obrageros que tinham um cuidado todo especial em vigiá-las
minuciosamente. (COLODEL, 1988, p. 70).
•(...) quando chegava assim pra acertá a conta ... acertavam a conta e então
mostravam na parede ... tinha uma big duma soiteira e uma espada, então
aí ele dizia, o chefe que era o patrão: - gusta la rubia o la morena! [chicote
ou a espada]. E eles respondiam: - la vida, no más. E então mandavam ele
embora, e então não matavam, não surravam mas também era explorado e
mandavam embora. (COLODEL, 1988, p. 70).
•TRANSPORTE DE MADEIRA: JANGADAS (MAROMBA),
CARROÇÕES ESLAVOS, LANCHAS A VAPOR, BARCOS –
TAMBÉM CHAMADOS DE MATA-FOME.
•Conchavo e antecipo (peão e comissionista), barracón,
papel das mulheres e crianças. A obrage voltava-se para a
exploração total do trabalho. Resistência. Alimentação
(reviro – farinha branca, água e ovos quando tinha).
CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO, DECADÊNCIA DAS
OBRAGES, COLUNA PRESTES, MARCHA PARA O OESTE.
•Quase não circulava dinheiro, pois os mensus não
possuíam nenhum. Então, tudo girava em torno das ordens
de pagamento que eram distribuídas pela companhia.
(COLODEL, 1988, pp. 72-79).
Conforme o levantamento de Figueiredo (1937, p. 104):
O Senhor CAFERATA (argentino) trabalha com 120 homens,
sendo 82 paraguaios, e 32 argentinos. O único brasileiro
existente neste recanto do nosso Brasil é um soldado de
polícia ali destacado, que aliás é casado com uma paraguaia e
seus filhos falam [...] o guarani [...] No mesmo texto, o militar
acrescenta:
Conversando com um funcionário federal que se achava em
Guaíra, soube de muitas informações. Disse-me êle que
aquele recanto seria um seio de Abraão, sai a população não
fosse heterogênea. Havia os paraguaios que possuíam
costumes quase antagônicos aos nossos; os argentinos que
usavam modos de viver diferentes dos brasileiros e dos
paraguaios e finalmente os sisudos ingleses que se isolavam
completamente dos restantes, quiçá julgando-os uma massa
rasa. A melodiosa língua portuguêsa ha muitos dias não era
ouvida. Ao passo que o guaraní e o castelhano feriam [...]
durante todos os instantes, como si em estranha terra
estivesse. (FIGUEIREDO, 1937, p. 148)
Uma dessas obrages em questão denominava-se Fazenda Britânia. Estruturada
em 1905 sob propriedade de empresários ingleses, essa área de terras fora no
ano de 1945 adquirida pela empresa Industrial Madeireira Colonizadora Rio
Paraná, - Maripá. Essa colonizadora foi constituída em 13 de abril de 1946 e,
conforme consta na Escritura Pública do Registro de Imóveis Títulos e
Documentos. Comarca de Toledo, PR, sua área estendia-se por 43 quilômetros ao
longo do rio Paraná, formando quase que um retângulo com aproximadamente
274. 846 hectares. Do interior de seus quadros administrativos, nascera a
empresa colonizadora Pinho e Terras Ltda.
•No estão objetos raros, dentre os 400 mil itens que compõem o acervo. Lá é
possível encontrar uma grande quantidade de artefatos indígenas, documentos,
telas, objetos, fotos, livros e uma coleção de moedas, cédulas e medalhas doada
pelo antigo Banco do Estado do Paraná.
•Abriga ainda o acervo adquirido do extinto Museu Coronel David Carneiro, com
mais de cinco mil itens, entre peças de mobiliário, obras de arte, livros,
documentos, numismática, ferramentas, utensílios, porcelanas, indumentária e
armaria, que ajudam a contar a história dos conflitos militares ocorridos no
Estado.
•Além das exposições rotativas e dos cursos e palestras que realiza, o Museu
Paranaense apresenta mostras de longa duração, como o acervo de Vladimir
Kozák, naturalista tcheco que viveu em Curitiba entre 1928 e 1979. A exposição é
composta por pinturas, desenhos, aquarelas, fotografias, filmes e documentos
que retratam os índios do Paraná e do Brasil, e pelos objetos de uso pessoal do
artista.
•No Pavilhão da História do Paraná, uma linha do tempo com os acontecimentos
que vão da pré-história até o início do século 20 mostra a integração dos
imigrantes ao nosso Estado.
MUSEU PARANAENSE
• Algumas referências no Paraná:
Pinturas rupestres
• - Sítio Arqueológico Morro das Tocas em União da
Vitória
• - gravuras pré-históricas em São Mateus do Sul
Sambaquis
• - Ilha do Mel
• - Ilha do Superagui
• - Rio Guaraguaçu (tombado pelo Estado do Paraná)
• - Ruínas de reduções Jesuíticas
• - Ciudad de Guairá
• - Santo Ignácio
Patrimônio Arqueológico
Aldeamentos indígenas
• - como os de São Pedro de Alcântara
• - e o de São Jerônimo (norte do Paraná)
Quilombos
• - vale do Ribeira
Sítios urbanos de cidade localizadas em
municípios hoje extintos
• - Porto de Cima – município de Morretes
• - Assunguy de Cima – município de Cerro Azul
• - Entre Rios e Conchas – município de Ponta
Grossa
Ver Lei Federal sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos
•Assim como ocorre em diversas áreas de sua cultura, as festas mais populares
e tradicionais do Paraná também são resultantes dos costumes trazidos pelos
seus grupos de colonizadores e por aqueles que já se encontravam no Estado.
Mantidas pelo esforço da sociedade em passar, de geração para geração, as
músicas, danças, ditados e rituais típicos de cada celebração, algumas das
principais festas paranaenses já não despertam tanto o interesse dos jovens na
manutenção desses costumes, muitas vezes iniciados no século XVII, e também
são prejudicadas pela falta de incentivo público para sua realização.
•No Paraná, a Secretaria Estadual da Cultura do Paraná (SEEC) realizou um
levantamento que reuniu 160 festejos caracterizados pela sua popularidade e
tempo mínimo de realização de cinco anos, em mais de 150 municípios. Com
essas informações, criaram o segundo caderno do projeto Paraná da Gente,
denominado “Festas Populares do Paraná”. Nessa publicação, as festas foram
divididas em tradicionais; religiosas, feitas principalmente em honra a
padroeiros e padroeiras municipais; gastronômicas, visando a atração de
novos turistas; e outras festas, caracterizadas por períodos da agricultura,
como plantio ou colheita; determinados produtos, como as flores; ou
homenageando certas etnias, como ucraniana, alemã, polonesa ou
japonesa.
Festas populares do Paraná
•tradicionalmente realizadas no município de
Guarapuava, as Cavalhadas chegaram à
localidade no ano de 1855 e, desde então, foram
integradas ao seu cenário cultural. Ocorrendo por
diversos anos na capela de São Sebastião, e
depois na antiga Praça do Mercado, suas últimas
edições foram realizadas na Praça Nove de
Dezembro. A festa caracteriza-se como uma
apresentação teatral de grande porte (mais de
1.000 atores) onde há disputa entre cristãos e
mouros, com muitas lutas de espadas, músicas e
torcidas, finalizada com a conversão dos mouros.
Atualmente, as Cavalhadas não possuem data
específica, sendo realizadas esporadicamente.
Cavalhadas
• na cidade da Lapa, a Congada é realizada
por descendentes de povos africanos em
homenagem a São Benedito. Com forte
influência dessa etnia, seu nome reflete o
ato de coroação do rei do Congo no Brasil
com uma festa repleta de música, danças
e cantos, além da encenação teatral.
Congada:
• realizadas principalmente nas regiões norte
e noroeste do Paraná, entre a véspera de
Natal e o dia 6 de janeiro, a Folia de Reis tem
origem portuguesa e é considerada uma
festa de cunho religioso. Durante essa
época, pessoas caracterizadas como os reis
magos vão de casa em casa cantando e
entoando versos referentes à visita dos três
reis magos a Jesus, enquanto arrecadam
alguma doação.
Folia de reis:
• tradição popular típica do litoral paranaense,
a Festa do Fandango ocorre em Paranaguá,
sempre na data de 26 de setembro, com
apresentações dessa e de outras danças
como a balainha e o pau-de-fita, além de
cursos voltados à cultura popular,
gastronomia típica e outras atividades. No
município é realizado também o Baile
Tradicional do Fandango, que acontece todo
primeiro sábado do mês, visando a
divulgação dessa manifestação cultural local.
Fandango:
• de origem portuguesa, a Festa do Divino chegou ao
Paraná com os açorianos, no século XVIII, e é
dedicada ao período em que o Espírito Santo esteve
na presença dos apóstolos, após a ressurreição de
Jesus Cristo. Nessa festa, realizada 50 dias após o
domingo de Páscoa, duas pessoas são escolhidas
como Imperador e Imperatriz, e outros como
membros da corte, responsáveis pela louvação ao
Espírito Santo. Entre as principais cidades que
realizam a Festa do Divino estão Jataizinho,
Morretes, Paranaguá e Ponta Grossa.
Festa do Divino:
• em Paranaguá, todo mês de novembro é
realizada uma grande festa em
homenagem à padroeira do Paraná com
missas, procissões e atividades culturais
como shows, comercialização de
artesanato local, pratos típicos de
diversos Estados e países, e parque de
diversões, atraindo um alto número de
fiéis durante esses dias.
Festa de Nossa Senhora do Rocio
• prato típico de Campo Mourão, o carneiro
no buraco é a o principal atrativo de uma
festa nacional com três dias de duração,
comemorada no mês de julho, desde
1990. Essa festa tem por objetivo passar a
receita do carneiro e esse costume de
assá-lo em um buraco para as novas
gerações.
Festa Nacional do Carneiro no
Buraco
• todo mês de setembro os moradores de
Toledo se reúnem para fazer uma
competição de qual equipe irá preparar a
melhor receita de porco no rolete, prato
típico local, que consiste em um porco
recheado e assado através de um pedaço
de madeira que o transpassa por inteiro
durante 20 horas. Após o porco pronto,
ele é servido para os vários visitantes que
desejam provar desse interessante prato.
Festa Nacional do Porco no Rolete
• um dos muitos festejos no Paraná dedicados
às etnias que colonizaram o Estado, o Haru
Matsuri celebra a chegada da primavera e é
uma manifestação cultural trazida pelos
primeiros imigrantes japoneses que
chegaram ao Brasil, em junho de 1908.
Fonte: CARNEIRO JR. Renato A. (coor.). Festas populares do Paraná. Curitiba:
Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 2005. (Caderno Paraná da Gente; 2)
Haru Matsuri – Festival da
Primavera:
• Os principais pratos típicos do Paraná são: o barreado, apreciado em
toda a região litorânea e feito à base de carne cozida, por muito tempo,
em panela de barro, até desmanchar-se; o churrasco: como em todo
o sul, um dos pratos mais característicos do interior; e os pratos das
comunidades de tradição alemã, polonesa e italiana.
• Os principais festivais do Paraná são: o Festival de Teatro de Curitiba;
o Festival de Inverno de Antonina; o Festival Internacional da Música de
Londrina; a Mostra Londrina de Cinema; o Festival Internacional de
Teatro de Londrina; o Fenata - Festival Nacional de Teatro Amador, em
Ponta Grossa; o FEMUCAM - Festival de Música da Capital da
Amizade, em Umuarama; o FUC - Festival Universitário da Canção, em
Ponta Grossa; o Festival de Dança de Cascavel; o Festival de Música
de Cascavel; o Festival de Teatro de Cascavel; o Festival Folclórico e
de Etnias do Paraná e o FEMUCIC - Festival de Música Cidade
Canção, em Maringá.
Fandango
Dança típica do litoral paranaense, o
fandango está fortemente associado ao
modo de vida caiçara. Os versos são
cantados ao som de violas e rabecas. A
dança pode acontecer em pares ou através
dos chamados batidos, quando os homens
usam tamancos de madeira, intercalando
palmas e batidas no assoalho.
AS DANÇAS TÍPICAS QUE
EMBALAM OS PARANAENSES
Curitibano
O curitibano é uma dança de roda praticada aos pares, conhecida
especialmente no município de Campo Largo. Ao ritmo da música
tocada em gaita, as quadrilhas cantam declarações de amor,
despeitos e ciúmes. Os rapazes tiram versos, as moças respondem
e os casais vão dançando. A encenação só termina quando todos
os pares tiverem cantado.
Quebra-Mana
Também conhecida como quero-mana, é uma dança popular não
apenas no Paraná, mas no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Sua execução é sapateada, valsada e acompanhada por violas e
palmas.
Nhô-Chico
Também popular do litoral, o nhô-chico é uma das danças
originárias do fandango, mas tida como nascida da marinha
paranaense. Formados em roda, os pares volteiam e sapateiam ao
som de violas e do canto dos violeiros.
Dança de São Gonçalo
Originária de Portugal, a dança de São Gonçalo é praticada em
alguns locais do interior do Paraná, com registros também na Ilha
dos Valadares. A cerimônia que envolve reza e procissão
acontece em torno da imagem do santo. A dança, acompanhada
de música de viola, é dividida em partes, chamadas de „voltas‟.
No Paraná, essas „voltas‟ têm nomes especiais, como
„marcapasso‟, „parafuso‟, „despontam‟, „confissão‟ e „casamento‟.
Pau-de-fitas
Trazida para a Região Sul do Brasil por colonos alemães, essa
dança está presente em muitas festas típicas. Um mastro de três
metros de comprimento é colocado em pé e nele fica amarrado
um conjunto de fitas de variadas cores. O pau-de-fitas não tem
uma música específica, sendo acompanhada geralmente por
conjuntos de violão, cavaquinho, pandeiro e acordeom.
Congada da Lapa
Manifestação cultural típica do Paraná, a congada
está ligada ao culto a São Benedito, patrono espiritual
da comunidade negra da Lapa. A manifestação veio
dos descendentes de escravos e graças a eles se
manteve. A participação na dança é restrita a
descendentes de africanos e devotos de São
Benedito, não sendo permitida a participação de
outras etnias.
Boi de Mamão
Apesar de ser uma manifestação folclórica típica de
Santa Catarina, também é verificada no Paraná.
Trata-se de um auto em tom cômico, mas com um
elemento central dramático: a morte e a ressurreição
do boi. Apresenta elementos comuns com o bumba-
meu-boi nordestino e também outras atividades como
a dança do pau-de-fitas.
ICONOGRAFIA NA HISTÓRIA
• É um registro histórico;
• Estabelecer diálogo, interrogá-las e saber ouvir
as respostas;
• Fonte histórica rica – escolha do produtor e o
contexto em que foi concebida, idealizada,
forjada ou inventada;
• Não forjar significados;
• Verdades históricas são filhas do seu tempo;
• Como chegar ao que não foi revelado?
• Revela aspectos da vida material.
206
• Pode estar relacionada a cultura, sociedade,
trabalho...
• Apresentar a imagem aos alunos;
• Questionar sobre o que aparece na imagem?
• A imagem é do retrata o passado ou o presente?
• Qual o lugar representado nela?
• O que mais tem na escola/comunidade etc. e não
está representado na imagem?
• Comparar com outras imagens do presente ou do
passado chamando atenção para as
transformações.
LEITURA DE IMAGENS...
207
• Intenções do remetente – da mensagem;
• As estruturas comunicacionais – o meio e
o código da mensagem;
• As reações do receptor - a situação sócio-
histórica do público receptor e seus
repertórios culturais para a decodificação
da mensagem consumida.
208
O TRABALHO NA HISTÓRIA
“Operários” Tarsila do Amaral209
REFERÊNCIAS…•COLODEL, José Augusto. Obrages & Companhias Colonizadoras: Santa Helenana história
do oeste paranaense até 1960. Santa Helena, Prefeitura Municipal, 1988.
•PRIORI, A., et al. História do Paraná: séculos XIX e XX [online]. Maringá: Eduem, 2012. A
história do Oeste Paranaense. pp. 75-89. ISBN 978-85-7628-587-8. Available from SciELO
Books
•<http://books.scielo.org>.
•CALIXTO, Jeferson e CALIXTO JÚNIOR, Jeferson. A problemática das desapropriações na
região oeste do estado do paraná. s/d.
•KROETZ, Lando Rogério. As Estradas de Ferro do Paraná 1880-1940 . São Paulo-SP, 1985.
Tipo: Tese de Doutorado - USP .
•MACCARI, Neiva Salete Kern. MIGRAÇÃO E MEMÓRIAS: A COLONIZAÇÃO DO OESTE
PARANAENSE. Dissertação, UFPR, Curitiba, 1999.
• FREITAG, Liliane da Costa. Extremo-oeste paranaense: história territorial, região,
identidade e (re)ocupação. Tese – Franca: UNESP, 2007.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Vegetação do Paraná
Vegetação do ParanáVegetação do Paraná
Vegetação do Paranárobertobraz
 
Exercícios mapas e escalas 2
Exercícios mapas e escalas 2Exercícios mapas e escalas 2
Exercícios mapas e escalas 2Bruno Curcio
 
Avaliação de história
Avaliação de históriaAvaliação de história
Avaliação de históriaRomildo Da Cruz
 
ATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTALATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTALSuelen Dos Santos
 
Gênero textual - lista de compras
Gênero textual -  lista de comprasGênero textual -  lista de compras
Gênero textual - lista de comprasMary Alvarenga
 
I atividade de geografia 5º ano andré
I atividade de geografia 5º ano   andréI atividade de geografia 5º ano   andré
I atividade de geografia 5º ano andréAndré Moraes
 
Avaliação de ciências biomas 1
Avaliação de ciências biomas 1Avaliação de ciências biomas 1
Avaliação de ciências biomas 1Amanda Vaz
 
Propriedades físicas dos materiais
Propriedades físicas dos materiais Propriedades físicas dos materiais
Propriedades físicas dos materiais Mary Alvarenga
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileirosMary Alvarenga
 
Atividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdf
Atividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdfAtividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdf
Atividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdfAndré Moraes
 
Ii atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdf
Ii atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdfIi atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdf
Ii atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdfAndré Moraes
 
Fauna e flora região centro oeste
Fauna e flora região centro oesteFauna e flora região centro oeste
Fauna e flora região centro oesteAnnaviiv
 
Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)
Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)
Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)Raquel Becker
 

Mais procurados (20)

Vegetação do Paraná
Vegetação do ParanáVegetação do Paraná
Vegetação do Paraná
 
Imigrantes
ImigrantesImigrantes
Imigrantes
 
Exercícios mapas e escalas 2
Exercícios mapas e escalas 2Exercícios mapas e escalas 2
Exercícios mapas e escalas 2
 
Avaliação de história
Avaliação de históriaAvaliação de história
Avaliação de história
 
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...
 
Poema e interpretação - 3º ano
Poema e interpretação - 3º anoPoema e interpretação - 3º ano
Poema e interpretação - 3º ano
 
Avaliação tempo-historia-
Avaliação  tempo-historia-Avaliação  tempo-historia-
Avaliação tempo-historia-
 
ATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTALATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADES QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
 
Revisao de geografia paisagem
Revisao de geografia paisagemRevisao de geografia paisagem
Revisao de geografia paisagem
 
Gênero textual - lista de compras
Gênero textual -  lista de comprasGênero textual -  lista de compras
Gênero textual - lista de compras
 
I atividade de geografia 5º ano andré
I atividade de geografia 5º ano   andréI atividade de geografia 5º ano   andré
I atividade de geografia 5º ano andré
 
Avaliação de ciências biomas 1
Avaliação de ciências biomas 1Avaliação de ciências biomas 1
Avaliação de ciências biomas 1
 
Propriedades físicas dos materiais
Propriedades físicas dos materiais Propriedades físicas dos materiais
Propriedades físicas dos materiais
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
 
Atividades dde geografia relevo, clima
Atividades dde geografia relevo, climaAtividades dde geografia relevo, clima
Atividades dde geografia relevo, clima
 
Discurso direto e indireto
Discurso direto e indiretoDiscurso direto e indireto
Discurso direto e indireto
 
Atividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdf
Atividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdfAtividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdf
Atividade avaliatíva de hist 4º e 5º ano pdf
 
Ii atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdf
Ii atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdfIi atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdf
Ii atividade avaliatíva de geo 4º e 5º ano pdf
 
Fauna e flora região centro oeste
Fauna e flora região centro oesteFauna e flora região centro oeste
Fauna e flora região centro oeste
 
Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)
Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)
Coletânea de ciências 4º ano do aluno anual 2015 (1)
 

Semelhante a Historia do parana e regiao oeste

Historia de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PRHistoria de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PRamiltonp
 
A sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdf
A sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdfA sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdf
A sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdfIuriTavares4
 
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Pr
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas PrFamilia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Pr
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
 
História, cultura e sociedade
História, cultura e sociedadeHistória, cultura e sociedade
História, cultura e sociedadeEdpositivo
 
GENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdf
GENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdfGENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdf
GENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdfProfThalesValeriano
 
H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.
H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.
H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.pedrogostoso
 
Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)nilbarra
 
História, Crise e Dependência do Brasil
História, Crise e Dependência do BrasilHistória, Crise e Dependência do Brasil
História, Crise e Dependência do Brasilcarlos ars
 
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao BrasilPortugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasiljmeirelles
 
Fatos importantes da história de curtibanos parte 1
Fatos importantes da história de curtibanos   parte 1Fatos importantes da história de curtibanos   parte 1
Fatos importantes da história de curtibanos parte 1Sebastião Luiz Alves
 
Historia-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.ppt
Historia-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.pptHistoria-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.ppt
Historia-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.pptGisele Finatti Baraglio
 
Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944Pedro Duracenko
 
Aula 1 8 ano 1
Aula 1   8 ano 1Aula 1   8 ano 1
Aula 1 8 ano 1profnelton
 
Brasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.ppt
Brasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.pptBrasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.ppt
Brasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.pptMarcosRamos392778
 
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptx
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptxPROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptx
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptxCaunBatista
 
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.ppt
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.pptBrasil A República das Oligarquias - 3o ano.ppt
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.pptLyssonAlmeida1
 
Os indios no_brasil_relacoes_sociais_pas
Os indios no_brasil_relacoes_sociais_pasOs indios no_brasil_relacoes_sociais_pas
Os indios no_brasil_relacoes_sociais_pasCicero Moura
 
Brasil A República das Oligarquias.ppt
Brasil A República das Oligarquias.pptBrasil A República das Oligarquias.ppt
Brasil A República das Oligarquias.pptBrandoneLeeOficial
 

Semelhante a Historia do parana e regiao oeste (20)

Historia de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PRHistoria de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PR
 
A sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdf
A sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdfA sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdf
A sociedade contra o Estado ANTROPOLOGIA.pdf
 
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Pr
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas PrFamilia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Pr
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Pr
 
História, cultura e sociedade
História, cultura e sociedadeHistória, cultura e sociedade
História, cultura e sociedade
 
GENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdf
GENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdfGENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdf
GENTE DO POVO EM PERNAMBUCO da Revolução de.pdf
 
H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.
H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.
H9. 1.bim aluno_2.0.1.3.
 
Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)
 
História i módulo
História i móduloHistória i módulo
História i módulo
 
História, Crise e Dependência do Brasil
História, Crise e Dependência do BrasilHistória, Crise e Dependência do Brasil
História, Crise e Dependência do Brasil
 
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao BrasilPortugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
 
Fatos importantes da história de curtibanos parte 1
Fatos importantes da história de curtibanos   parte 1Fatos importantes da história de curtibanos   parte 1
Fatos importantes da história de curtibanos parte 1
 
Historia-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.ppt
Historia-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.pptHistoria-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.ppt
Historia-9os-semana1-Brasil A República das Oligarquias.ppt
 
Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944
 
Aula 1 8 ano 1
Aula 1   8 ano 1Aula 1   8 ano 1
Aula 1 8 ano 1
 
Brasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.ppt
Brasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.pptBrasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.ppt
Brasil A República das Oligarquias.ppt 9ºano.ppt
 
A literatura gaucha
A literatura gauchaA literatura gaucha
A literatura gaucha
 
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptx
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptxPROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptx
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA PARA VOCÊ ESTUDAR (1).pptx
 
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.ppt
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.pptBrasil A República das Oligarquias - 3o ano.ppt
Brasil A República das Oligarquias - 3o ano.ppt
 
Os indios no_brasil_relacoes_sociais_pas
Os indios no_brasil_relacoes_sociais_pasOs indios no_brasil_relacoes_sociais_pas
Os indios no_brasil_relacoes_sociais_pas
 
Brasil A República das Oligarquias.ppt
Brasil A República das Oligarquias.pptBrasil A República das Oligarquias.ppt
Brasil A República das Oligarquias.ppt
 

Mais de amiltonp

JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdfJOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdfamiltonp
 
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁHISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁamiltonp
 
CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPUCONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPUamiltonp
 
A MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULAA MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULAamiltonp
 
História e geografia cascavel
História e geografia   cascavelHistória e geografia   cascavel
História e geografia cascavelamiltonp
 
TEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIATEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIAamiltonp
 
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...amiltonp
 
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATOQUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATOamiltonp
 
PROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISAPROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISAamiltonp
 
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990amiltonp
 
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADEBRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADEamiltonp
 
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARXMANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARXamiltonp
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...amiltonp
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIAamiltonp
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIAamiltonp
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIAamiltonp
 
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOSESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOSamiltonp
 
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...amiltonp
 
Neoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - SavianiNeoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - Savianiamiltonp
 

Mais de amiltonp (19)

JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdfJOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
 
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁHISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
 
CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPUCONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
 
A MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULAA MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULA
 
História e geografia cascavel
História e geografia   cascavelHistória e geografia   cascavel
História e geografia cascavel
 
TEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIATEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIA
 
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
 
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATOQUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
 
PROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISAPROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISA
 
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
 
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADEBRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
 
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARXMANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA: PROFESSOR, MERO APÊNDICE DO INSTRUMENT...
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
 
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOSESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
 
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
 
Neoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - SavianiNeoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - Saviani
 

Último

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfManuais Formação
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 

Historia do parana e regiao oeste

  • 1. HISTÓRIA DO PARANÁ E DA REGIÃO OESTE Março 2016 Prof. Amilton B. Peletti
  • 2. Olho este sistema, por fora, é meu velho conhecido, o funcionamento é que eu não via! Alguns poucos em cima. Outros muitos embaixo, e os de cima chamando os de baixo: venham para o alto, para que todos estejamos em cima, mas olhando melhor você vê algo de encoberto entre os de cima e os de baixo. Algo que parece uma pinguela, mas não é. E agora você vê perfeitamente que a tábua é uma gangorra, este sistema todo é. Uma gangorra cujas extremidades são relativas uma à outra, os de cima estão lá só porque e enquanto os demais estão embaixo e já não estariam em cima se acaso os outros deixando o seu lugar subissem, de sorte que necessariamente os de cima desejam que os de baixo não subam e fiquem embaixo sempre. É necessário também que os de baixo sejam em número maior que os de cima, para que estes não desçam. Senão não seria uma gangorra (Santa Joana dos matadouros, Bertolt Brecht).
  • 3. CONTEÚDOS DE HISTÓRIA... INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA TRABALHAR OS CONTEÚDOS... Quais instrumentos tem sido utilizados nas aulas de história? DIFERENCIAR... 3
  • 4. HISTÓRIA DIFERENCIAR E APROXIMAR: História – é concreta, material, ou seja, as relações sociais travadas na luta pela sobrevivência; Compreensão que temos da história e a disciplina de História – plano das ideais, entendimento de como a história realizada é compreendida, assimilada, registrada e transmitida, possibilitando intervenções nela. Há que se evitar: ANACRONISMOS E MANIQUEÍSMOS 4
  • 5.
  • 6.
  • 7. HISTÓRIA •Quando se estuda a história, em geral, aprende-se que ela começa com a criação da escrita, que teria acontecido por volta de quatro a seis mil anos a.C. e que é feita pelos grandes homens e heróis. Entretanto, como veremos, isso não corresponde à realidade. A história está diretamente relacionada ao homem, às mudanças, às transformações; tem a ver com as dimensões de passado, presente e futuro, portanto, com o tempo e com o espaço (AMOP, 2015, p. 131). 7
  • 8. HISTÓRIA Entendemos que a História, portanto, tem a ver fundamentalmente com o homem e com o trabalho. Diferente dos demais seres vivos, o homem sobrevive por meio do trabalho. E, ao trabalhar, os homens não apenas produzem bens materiais, mas também desenvolvem seu cérebro, produzem representações, ideias e conhecimentos, que possibilitam a produção de instrumentos e a adaptação do mundo a si, garantindo a Sobrevivência AMOP, 2015, p. 131). 8
  • 9. história A dimensão temporal da história diz respeito às mudanças, às transformações. Ao contrário disso, teríamos a perpetuidade e a eternidade. Contudo, apesar dessa aparente linearidade, a História não se resume a um encadeamento de datas, um agregado de fatos, uma cronologia. Mais do que isso, revela-se como resultado da relação dos homens entre si e destes com a natureza, em determinadas condições, em determinada época, em determinada sociedade (AMOP, 2015, p. 132). 9
  • 10. HISTÓRIA Possibilitar o acesso aos conhecimentos significativos historicamente acumulados; contribuir para que os educandos compreendam-se enquanto indivíduos na sua relação com a coletividade; desmistificar as ideologias; e contribuir para que educadores e educandos possam se compreender como agentes do processo histórico, capazes de agir e transformar a natureza, o mundo, as relações nas quais estão inseridos e a história (AMOP, 2015, p. 133). 10
  • 11. Para Karl Marx, as relações sociais constituem a sua existência social, decorrem das forças produtivas e dos modos de apropriação dos meios de produção. As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas. Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam o seu modo de produção e ao mudar o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, alteram todas as suas relações sociais. A história mostra-nos que a um determinado estágio do desenvolvimento das forças produtivas corresponde um tipo determinado de “relações de produção”, que são o conjunto de relações estabelecidas pelos homens com vista à produção. Os homens, para produzi, “estabelecem uns com os outros laços e relações bem determinadas (necessárias e independentes da sua vontade): o seu contato com a natureza, isto é, a produção, só se efetua no quadro destes laços e destas relações sociais. Estas relações sociais que ligam os produtores uns aos outros [...] diferem naturalmente segundo o caráter dos meios de produção. [...] Isto equivale a dizer que as relações sociais segundo as quais os indivíduos produzem, as relações de produção, se alteram e se transformam com a evolução e o desenvolvimento dos meios materiais de produção, das forças produtivas. As relações de produção, consideradas na sua totalidade, constituem aquilo que chamam as relações sociais. Relações sociais
  • 13. • Observe o mapa do Paraná atual. Será que ele sempre foi assim, com esse “contorno”? A “OCUPAÇÃO” DO ESPAÇO PARANAENSE Para responder a essa pergunta precisamos voltar no tempo e observar como os homens foram “tecendo” a história do Paraná. 13
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31. A Primeira Missa no Brasil Pintura de Victor Meirelles (1861) 31
  • 32. O fim das reduções Por volta de 1600 a produção agrícola da colônia que pertencia a Portugal no Brasil, necessitava de mão de obra. Nesse sentido, buscou-se o trabalho escravo indígena através dos bandeirantes, que se deslocavam de São Paulo até as Reduções. Em torno de quarenta mil indígenas viviam distribuídos em quatorze reduções no Paraná. Por volta de 1629 as reduções foram destruídas, cerca de vinte e oito mil indígenas foram escravizados ou mortos, os demais fugiram para o interior da mata. Essa região era ocupada por espanhóis. O Tratado de Madrid, em 1750, pôs um fim à pretensão espanhola de dominar o Oeste do atual Paraná. 32
  • 33.
  • 34. 34
  • 35. 35
  • 36. Brasil Sociedade Indígena Sociedade Capitalista propriedade legal “Coletiva” Individual – protegida pela lei mão-de-obra/ Divisão do Trabalho Divisão do trabalho baseada no gênero/ não há exploração do trabalho. Divisão social; Altamente especializado; Formal/Informal; Manual/Intelectual; Exploração do trabalho. lucros Trabalho está voltado para a subsistência O lucro pertence a quem detém os meios de produção e compra a força de trabalho de quem não os detém. diferenças étnicas Há uma diversidade de povos, mas cada grupo procura manter suas tradições. Há uma diversidade étnica, no entanto há determinados grupos que se “destacam”/ imposição. manutenção da ordem Cada comunidade tem seus códigos. Todos são iguais perante a lei. 36
  • 37. 1 Reserva indígena Ocoí 2 Reserva indígena Rio das Cobras 3 Reserva indígena Mangueirinha 4 Reserva indígena Palmas 5 Reserva indígena Marrecas 6 Reserva indígena Ivaí 7 Reserva indígena Faxinal 8 Reserva indígena Rio D'Areia 9 Reserva indígena Queimadas 10 Reserva indígena Apucaraninha 11 Reserva indígena Barão de Antonina 12 Reserva indígena São Jerônimo da Serra 13 Reserva indígena Laranjinha 14 Reserva indígena Pinhalzinho 15 Reserva indígena Ilha da Cotinga 16 Reserva indígena Mococa 17 Reserva indígena Tekoha-Añetetê OBS.: Existem grupos dispersos em locais não demarcados Terras Indígenas do Paraná 37
  • 38. O que são as reservas indígenas •A reserva indígena é um território dentro de um país destinado ao grupo indígena. Essa área deve oferecer meios para a sobrevivência do grupo e normalmente já faz parte da história da localização geográfica daquela tribo. Em alguns países, inclusive no Brasil, o que era para ser normal não é praticado. A reserva indígena não é necessariamente a área de ocupação tradicional. O Estatuto do Índio, que entrou em vigor em 1973, define de 3 maneiras o território indígena: Terras Reservadas, Terras de Domínio dos Índios e Terras Ocupadas tradicionalmente. As Terras Reservadas são oferecidas pela União para usufruto dos índios, mas não correspondem ao território tradicional daquela tribo. As Terras de Domínio são adquiridas através de compra ou usucapião. As Terras Ocupadas Tradicionalmente foram definidas nas Constituições de 1967 e 1969. A Funai, Fundação Nacional do Índio, calcula 105 milhões de hectares de terras brasileiras destinadas à ocupação de 460 mil indígenas. Saiba Mais no GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-que- sao-as-reservas-indigenas.html 38
  • 39. 39
  • 40. •A denominação “Paraná” vem da língua guarani e quer dizer: “para” ... mar + “anã” ... parecido, parente, semelhante, significando rio grande, rio como mar, rio semelhante ao mar. •É termo de origem geográfica e refere-se ao Rio Paraná, o maior curso d‟água em território paranaense, que divide o Estado do Paraná da República do Paraguai e do Estado do Mato Grosso do Sul. Originalmente a pronúncia correta do termo era Paranã, porém, com o tempo alterou-se a acentuação da última vogal. Em se tratando de estudo toponímico, deve-se levar em conta que o topônimo Paraná, aparece, dentre várias citações, em três outras importantes denominações no território paranaense, a saber: “Rio Paranapanema”, que divide, a norte e noroeste os Estados do Paraná e de São Paulo; “Paranaguá”, primeiro município criado no estado; “Rio Paraná”, situado na porção oeste paranaense. •A denominação Paraná, dada ao Estado da Federação, surgiu a partir de 1853, no período da elevação da então Comarca de Curitiba, que era jurisdicionada à Província de São Paulo, à categoria de Província. ORIGEM DO NOME E CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA
  • 41. 1853 - Chegada do Conselheiro Zacarias, em Curitiba, para a instalação da Província do Paraná. Tela de 7 m x 5 m , de Arthur Nísio . Acervo Palácio Iguaçu.
  • 42. •A referida Carta, destaque nas páginas da obra de Macedo (1995, p. 100) revela o triplo caráter da política da Coroa: Tendo o presente o quase total abandono em que se acham os campos gerais de Curitiba e os de Guarapuava, assim como todos os terrenos que deságuam no Paraná [...] infestados pelos índios denominados bugres, que matam cruelmente todos os fazendeiros e proprietários que nos mesmos países têm procurado tomar sesmarias e cultiva-las em benefício do Estado; de tal maneira que [...] maior parte das fazendas [...] se vão despovoando. Sou servido por estes e outros justos motivos que fazem suspender os efeitos de humanidade que com eles tinha mandado praticar, ordenar-vos. Em primeiro lugar, desde o primeiro momento em que recebais esta minha Carta Régia, deixe de considerar principada a guerra contra esses bárbaros índios, [...] Em segundo lugar [...] a porção que fordes libertando não só as estadas de Curitiba, mas dos Campos de Guarapuava, possais ali dar sesmarias, [...] Em terceiro lugar ordeno-vos que assistais com o competente ordenado a João Floriano da Silva a quem encarrego o exame dos mesmos terrenos, e assim a ele, como a seu irmão, [...] darei as sesmarias que puderem cultivar, [...].
  • 43. •Os aspectos acima referendados sintetizam a determinação com que o governo central tratou a ocupação da região criando condições necessárias para a propalada conquista dos referidos sertões meridionais do Brasil, e revelam o olhar do Estado diante das populações indígenas. Nesse discurso, expressões, tais como bugres ou bárbaros sintetizam a imagem que a sociedade possui em relação às populações indígenas, ou seja, uma organização social, cujas práticas de resistência em relação à presença do Homem branco foram interpretadas como desumanas. Atitudes que concorreram para que o Imperador, no uso de suas atribuições legais, destituísse o grupo de humanidade. Fica claro que o critério utilizado pelo monarca para destituir o estatuto de humanidade, delegado aos índios desde a controvérsia, pública entre Las Casas e Sepúlveda em meados do século XVI, foram as consecutivas mortes ocorridas em função das guerras que o grupo indígena travou com os colonizadores pela histórica posse de suas terras. Assim no decorrer dos séculos XVIII e XIX conforme a linguagem da época, o território paranaense padecia em função da escassa presença de populações brancas e civilizadas.
  • 44. •1854, referendam a existência de áreas incipientemente ocupadas pela nação. Contrariando a assertiva da autora, o referido censo destacava a presença de 62.358, habitantes em território provincial.
  • 45. •A escravidão negra no Paraná se fez presente desde o século XVII nos tempos dos arraiais das primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e Curitiba. •Contudo, na medida em que esta economia se desmantelava, os negros eram introduzidos nas atividades agropastoris do primeiro e segundo planalto. •Assim, o que se deve ressaltar é que no Paraná a escravidão negra não ocorreu de forma intensiva como em outros pontos do Brasil. •Ao mesmo tempo não se deve minimizar a participação paranaense no comércio negreiro, especialmente a do porto de Paranaguá, que serviu como um dos principais embarcadouros do país no contrabando de escravos no período em que ocorreu a proibição do seu tráfico (1850). •BUGRES E BUGREIROS. ESCRAVIDÃO
  • 46. • O CAMINHO GRACIOSA; • CAMINHO DE ITUPAVA; • CONTRATO DAS CANOAS; • CAMINHO DO ARRAIAL; • ESTRADA DA MATA (VIAMÃO). CAMINHOS DO PARANÁ
  • 47.
  • 48. 1896
  • 49.
  • 50. 1919
  • 51.
  • 53. 53
  • 54. 54
  • 55. 55
  • 56. 56
  • 57. •Cabe ressaltar que as fronteiras entre as possessões portuguesa e espanhola na América Platina foram demarcadas pelos Tratados de Madri em 1750 e, respectivamente, Santo Idelfonso no ano de 1777. O Tratado de 1777 estabelecia que a fronteira internacional corresse pelos rios denominados Peperi-Guaçu e Santo Antônio. Entretanto, as comissões demarcadoras criadas por Portugal e Espanha não definiram com exatidão, quais os rios que recebiam tais denominações, muito embora, contassem de mapeamentos já estabelecidos.
  • 58. •Após a resolução da problemática territorial com a Argentina, outro evento coloca em relevo a demarcação do território paranaense. Referimo- nos a disputa interna entre os Estados do Paraná e de Santa Catarina pela definição entre suas fronteiras, embate esse que se estendeu ao longo de dezesseis anos. Conhecida como região do Contestado, a área em litígio inclui atualmente localidades tais como Palmas, Campo Erê, União da Vitória e Porto União.
  • 59. •Nesse sentido, amplas discussões em torno da demarcação de áreas situadas a extremo-oeste e sudoeste da Província paranaense também estiveram em pauta no período. Reconhecida como “Vale do Iguaçu”, essa região, tradicionalmente território Guarani foi reconhecida como Território do Guayrá. Tal denominação segundo apontado por Mota (1987), decorre da edificação de reduções Jesuíticas durante os séculos XVI e XVII. A posse desse espaço era reivindicada contra Argentina e Santa Catarina representando, aspirações de segmentos políticos constituídos no Paraná, grupos esses que refletiam aspirações de camadas dirigentes e econômicas.
  • 60. MINERAÇÃO • Primeiro ciclo econômico; • Séculos XVI e XVII; • Litoral, Serra do Mar e 1º Planalto; • Escravidão; • Impostos: Quinto e captação; • Caminhos: Graciosa, Itupava e Arraial; • Consequências: povoamento do litoral, surgimento de Paranaguá, colonização do primeiro planalto, fundação de Curitiba, caminhos.
  • 61. Os Pioneiros Rafael Falco (Oran, 1885- São Paulo 1967).Óleo. Coleção Dulce Moura de Albuquerque. Fonte:http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/05/30/raphael-gaspar- falco-pintor-brasileiro. Acesso em 06 de set. de 2012.
  • 62. •O que você pode observar na imagem? •O que mais lhe chama atenção? Por quê? •Como se apresenta a paisagem: a natureza, os homens e objetos? •Que trabalhadores aparecem? •Que tipos de trabalhos estão realizando? •Que instrumentos utilizam? •Que produtos estão explorando? •Por que estão vestidos de forma diferente? •A imagem representa o passado ou o presente? Por quê?
  • 63. •Os mais dos moradores que por estas Capitanias estão espalhados, ou quasi todos, tem suas terras de sesmaria dadas e repartidas pelos Capitães e Governadores da terra. E a primeira cousa que pretendem acquirir, são escravos para nellas lhes fazerem suas fazendas e si huma pessoa chega na terra a alcançar dous pares, ou meia duzia delles (ainda que outra cousa nam tenha de seu) logo tem remedio para poder honradamente sustentar sua familia (GÂNDAVO, 2009, s/p.).
  • 64. TROPEIRISMO: SÉCULOS XVII e XIX MAPA - MÚSICAS e VÍDEOSTropeiros Leo Almeida.wmv Tropeiros - Léo Almeida.doc Tropeiros.doc MÚSICAS e VÍDEOSAUD-20150310-WA0025.mp3 64
  • 65.
  • 66. Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR).Para atender às necessidades de alimentação e transporte dos mineradores das Minas Gerais, ocorreu uma grande procura de vacas, cavalos e mulas. Os campos de Curitiba e do atual Rio Grande do Sul, onde o gado se espalhava em grande quantidade, eram territórios muito favoráveis à pecuária.
  • 67. 67
  • 68. 68
  • 69. 69
  • 70. •O espaço geográfico ocupado pela população existente na Província não preenchia senão um terço aproximadamente do disponível existente no Paraná. A esta área denomina-se o Paraná Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII, sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas atividades extrativas da erva-mate e da madeira. Estes dois produtos extrativos vão formar sensivelmente, uma nova economia, resultando transformações na vida paranaense de um modo geral.
  • 71. •Czesz (1997, p. 23): Várias povoações surgiram em função da economia do gado nas expansões através dos rios Iguaçu e Tibagi. Resultante dos caminhos do Peabiru, de Cubatão, do Itapuava e principalmente do Viamão. Ligando os centros criadores - localizados no Rio Grande do Sul - ao principal mercado pecuário da época - Sorocaba – esse [último] caminho atravessou o Paraná, criando condições para o aparecimento de várias povoações como [...] Ponta Grossa, Lapa, Palmeira, Campo Largo, Lages.
  • 72. •Percebe-se que o fundamental é a fazenda de criação de gado como agente que consolida a fixação da população, no modelo expresso por Brasil Pinheiro Machado: •1. a fazenda de criação de gado, como instrumento; •2. a família como agente social e econômico; •3. as regiões de Campos Naturais, como espaço geográfico; •4. a escravidão, como sistema de trabalho.
  • 73. CICLO DA ERVA -MATE– Séculos XIX e XX A erva mate ou ”ILEXPARAGUARIENSIS”, ou erva do Paraguai foi o mais original complexo econômico do Paraná. De 1820 a 1930 a erva mate foi o produto que movimentou a economia paranaense. Muitas famílias trabalhavam na colheita, porém os lucros ficavam com os exportadores. Os ervais se estendiam pelo planalto paranaense até o Rio Paraná, de Guaíra para baixo, penetrando no mato Grosso Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em 1720 D. João autorizou a exportação do mate para as cidades do Prata. 73
  • 74.
  • 75. Embalagem de Erva-mate – RótuloMÚSICAS E VÍDEOSProcesso Histórico da Erva Mate_2.avi
  • 76.
  • 77. • Em 1895 a Matte Laranjeira chegou a explorar uma área de 5 milhões de hectares, o que equivale a 50 mil km2 – igual a um quarto da área do Paraná. Confira por onde se estendiam seus empreendimentos.
  • 78.
  • 79.
  • 80.
  • 81.
  • 82. MADEIRA – Século XX "... serra acima, onde os olhos dos viandantes descortinam matas sem fim de pinheiros, por hora só aproveitados no limitadíssimo consumo desta parte da Província... " (Zacarias de Góes e Vasconcelos - Presidente da Província do Paraná... 1854) • Ciclo do Pinho; madeiras de lei (cedros, perobas, canelas, imbúia etc); • Primeira Guerra Mundial; • Exportação; • Calculava-se em 1920 que o Paraná tinha reservas florestais de pinheiro para 370 anos; • Estrada de ferro, caminhões, alçapremas até 100 Km das margens do rio Paraná, marombas; • Mão-de-obra, salários, segurança, horas extras;
  • 84. O desenvolvimento do transporte feito por caminhão após a década de 30, libertou a indústria madeireira da dependência exclusiva da estrada de ferro, penetrando desta forma, cada vez mais para o interior. Utilizando boa parte da mão-de-obra excedente do ciclo ervateiro, já em crise, foi ainda pela necessidade de acondicionar a erva-mate, anteriormente transportada em surrões de couro, que nasceu uma nova profissão: a dos barriqueiros, que confeccionavam barricas utilizando o pinho como matéria-prima. Foi ainda no bojo deste ciclo, que se instalaram no Paraná, diversas indústrias como fábricas de fósforos, de caixas e de móveis. Em um determinado espaço de tempo, durante a Segunda Guerra Mundial, a madeira de pinho liderou a pauta das exportações do Paraná. Findo o período de conflito, o ciclo madeireiro foi declinando, sendo substituído pelo café que já despontava como uma das forças econômicas no Estado. Assim, o ciclo econômico do pinho terminou por volta de 1940, sendo que da primitiva floresta de pinheiro-do-paraná, resta aproximadamente 5%. Mas é inegável também a importância que a araucária exerce ainda hoje na história, cultura, hábitos e artes do paranaense.
  • 85. "Coré-etuba", isto é, ''muito pinhão'' "aqui", segundo a lenda, teria dito o cacique Tingui, ao ajudar a escolher o novo local transferindo a primitiva povoação das margens do rio Atuba, para a atual Praça Tiradentes. Da expressão indígena nasceu o nome e a cidade, que seria a futura Capital do Paraná: Curitiba. Outros municípios têm seu nome ligado ao pinheiro: Araucária, Pinhão, Pinhalão, Ribeirão do Pinhal, São José dos Pinhais e localidades como: Pinhais, Pinhalzinho, Pinheiral, Três Pinheiros, etc. Grande foi também a influência que o pinheiro exerceu sobre o imigrante que, quando aqui chegou, o utilizou para construir suas primeiras habitações. A importância de tal uso está evidenciada através das casas de troncos, sem pregos, sendo usada apenas a técnica do encaixe, hoje conservadas no memorial da imigração polonesa do Bosque João Paulo II, um dos mais bonitos e atrativos pontos turísticos de Curitiba.
  • 86. 86
  • 87.
  • 88.
  • 89. •AGRICULTURA; CAFÉ - 18 de julho de 1975 mudou para sempre a história do estado; êxodo rural; A soja assumiu a dianteira do mercado agrícola e a população rural teve uma redução de 60% em 40 anos – passando de 4,5 milhões de pessoas para 1,5 milhão. Cerca de 300 mil famílias de trabalhadores ficaram sem emprego. • INDUSTRIALIZAÇÃO; • SERVIÇOS
  • 91. 91 CONTESTADOMÚSICA S e VÍDEOSA Guerra Do Contestado Nino Pasa.wmv
  • 92. 92
  • 93.
  • 94.
  • 95.
  • 96. LEVANTE DOS POSSEIROS DE 1957MÚSICAS e VÍDEOS1540sudoeste_1957.avi MÚSICAS e VÍDEOSa Revolta dos Posseiros Nino Pasa.wmv 96
  • 97. MONUMENTO EM HOMENAGEM AOS POSSEIROS 97
  • 98. PORECATU Também conhecida como a Revolta do Quebra Milho, a Guerra de Porecatu ocorreu no Vale do Rio Paranapanema entre o fim da década de 1940 e início da de 50. Posseiros que ocupavam a região da Vila Progresso, no então município de Porecatu, se revoltaram quando o governo começou a distribuir documentos das terras a grandes fazendeiros e resistiram aos mandados de reintegração de posse. Com muitos mortos, o conflito foi encerrado em 1951 após ação policial.
  • 99. 99
  • 101. 101
  • 102. Texto [...] Mas o povoamento, não só do Oeste, mas também no Norte, foi marcado igualmente pela intrusagem – modalidade ilícita de ocupação e posse de terra, notadamente em antigas concessões inexploradas – e pela formação de imensos grilos – o apossamento de terras alheias, com base em falsos títulos de propriedade. [...] Intrusos e grileiros normalmente se utilizavam de jagunços para tirar as terras dos posseiros e sitiantes (GAZETA DO POVO, dezembro de 2003, p. 3). TEXTO Para requerer o lote era só pôr uma casa de madeira em cima. Os lotes eram do Estado e eram doados para quem fizesse a casa e os requeresse. Em alguns lugares do oeste, a terra era de quem chegasse primeiro. Esses colonos tinham a posse da terra, mas não tinham nenhum papel legalizando a propriedade. Às vezes quando percebiam haviam perdido suas terras para outras pessoas mais espertas, que registravam a propriedade em seu nome. Muitas vezes, também, acontecia que essas pessoas mandavam expulsar as famílias do lugar onde moravam, para poder provar na justiça que aquela terra não era posse de ninguém (CALLAI, 1983 p. 93). 102
  • 103. O caso da “noite enriquecedora” foi apenas um de tantos casos de grilos de terras registradas no Sudoeste. Arthur Faria de Macedo negociara fraudulentamente 2.853 alqueires de terras situados na Gleba Chopinzinho, o “Território dos Índios”, em apenas algumas horas, à noite, nos últimos suspiros de sua gestão à frente da Fundação, ele registrou todas aquelas terras em cartório da capital em nome de seus sócios[...] (Cordeiro , p. 70). A terra pode significar riqueza ou pobreza, vida ou morte, poder político e posição social ou marginalização. Para cada pessoa ou grupo social, ela tem um valor. Para um índio, por exemplo, não há como viver sem a terra, pois esta lhe dá moradia, alimento, trabalho, e o índio está tão integrado à terra que separar-se dela implica perder a identidade cultural (CANCHO, 1991, p. 5). Texto 103
  • 104. Texto Segundo levantamento feito pela Secretaria da Agricultura do Paraná, somente em 1970 a 1980 deixaram de existir 100.385 propriedades no Paraná. A região de Cascavel perdeu 16 mil pequenas propriedades. Segundo a Receita Estadual, só em 1984 foram vendidas, na região oeste do Paraná, 7.651 propriedades (das quais 3.200 em Cascavel). Ressalta-se que este número pode ser acrescido em mais 20%, porque muitos pequenos produtores vendem suas propriedades sem efetuar transferência definitiva para os compradores, a fim de evitar pagamento de impostos. Deste total, 89% são áreas inferiores a 30 hectares e 95% inferiores a 50 hectares. Portanto, módulos pequenos e médios. Além de mecanização agrícola, a falta de capital causada pela política incerta de comercialização e a política agrícola beneficiando apenas culturas de exportação são fatores que obrigaram os pequenos a vender suas terras. Soma-se a isso a pressão dos compradores – latifundiários ou colonizadores que querem especular ou aumentar a área de produção de soja e trigo para exportação. Perdendo a terra por dívidas ou expulsos pela mecanização, os agricultores acabam virando “bóias-frias” ou “sem-terra”. Quando conseguem vender a propriedade e arrecadar algum dinheiro com a venda, preferem ir para o Norte, onde o preço por hectare é infinitamente mais baixo[...] (CANCHO, 1991 p. 69). 104
  • 105. •A designação de Paraná Tradicional remete-se ao período de conquista e ocupação do território indígena pelos luso-brasileiros, desde o século XVII até o XIX, compreendendo a porção do litoral, primeiro planalto, Campos Gerais, Campos de Guarapuava e Palmas. Inicialmente, através da preação de índios e da mineração, possibilitou-se a criação das primeiras vilas portuguesas, no litoral e no primeiro planalto, como a de Paranaguá, Antonina e Curitiba. PARANÁ TRADICIONAL
  • 106. •Por mais efêmera que se apresentou esta dinâmica ocupacional, uma segunda fase se consolidou, a partir do século XVIII, a economia pecuária e ervateira. Por meio do tropeirismo efetivou-se o surgimento de vilas, como Castro, Ponta Grossa, Lapa, Jaguariaíva com uma sociedade “latifundiária, campeira e escravocrata”. Por fim, a partir do século XIX o contingente de imigrantes, principalmente europeus, também contribuíram para a formação desta “área histórico-cultural”.
  • 107. •O processo migratório envolvendo a descoberta de minas de ouro concorreu para o surgimento de diversos caminhos, primeiras formas de ligação entre esparsos núcleos populacionais do litoral e primeiro planalto paranaense. A ocupação da área litorânea teve, por sua vez, grande impulso a partir da instituição de São José dos Pinhas, localidade fundada no ano de 1690, seguido pelo evento de oficialização da já existente Vila de Curitiba em 1693.
  • 108. •Martins (1994) destaca que, em conformidade ao processo de ocupação determinado pela política mercantilista ultramarina do Estado Português, o litoral norte do Estado do Paraná pertencia à chamada Capitania de São Vicente. O litoral sul, por sua vez, compreenderia as chamadas Terras de Sant'Ana. Por sua vez, a ocupação do território litorâneo em decorrência da descoberta de minerais preciosos nos ribeirões que desaguavam na bacia do Paraná, já demarcava as primeiras áreas que posteriormente seriam definidas como território paranaense. Ainda no século XVII, ter-se-iam, indícios de mineradores explorando ouro nessa região.
  • 109.
  • 111. O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO •O planejamento de colonização criado pela Companhia de Terras Norte do Paraná previa a formação de quatro núcleos urbanos, que teriam aproximadamente 100 km de distância uns dos outros: Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama. Essas cidades seriam os grandes centros prestadores de serviços da região, sendo interligadas por uma única ferrovia. Entre essas cidades, a cada 15 km aproximadamente, deveriam surgir cidades menores, que teriam a função de ser um ponto de apoio para as propriedades rurais da região, abastecendo-as com produtos de necessidade básica que não eram produzidos no campo, como sal, produtos de higiene pessoal, querosene, roupas, entre outros. •A divisão dos lotes promovida pela Companhia de Terras Norte do Paraná também foi minuciosamente planejada. Os lotes eram pequenos – a área máxima era de 15 alqueires paulistas (o equivalente a 36 hectares) -, e todos eles foram planejados para aproveitar o máximo possível os recursos naturais e logísticos da região. Todas as propriedades deveriam fazer divisa com uma corrente d‟água ao fundo, aproveitando os fartos recursos hídricos da região; e com uma estrada de rodagem à frente, para facilitar a logística e, consequentemente, o escoamento da produção.
  • 112. •O tamanho reduzido dos lotes dava oportunidade ao maior número possível de pessoas interessadas em adquirir uma propriedade. No entanto, a Companhia não vendia os terrenos para qualquer pessoa interessada em adquiri-los. Visando o desenvolvimento econômico da região, a empresa colonizadora solicitava referências dos compradores, que passavam por uma triagem e normalmente adquiriam os lotes apenas quando indicados por corretores e agentes ligados à Companhia de Terras Norte do Paraná. No contrato de compra do terreno, existia também uma cláusula que obrigava o proprietário a construir alguma edificação no lote, sob pena de perdê-lo. •Com a venda dos primeiros lotes e a chegada dos primeiros desbravadores, surgiram também as primeiras cidades do “norte novo”. Londrina foi fundada a 21 de agosto de 1929, pelas mãos do engenheiro Alexandre Rasgulaeff, que a batizou em homenagem a Londres, capital inglesa. Cinco anos mais tarde, em 1934, ano em que Londrina se torna oficialmente um município, outros núcleos urbanos começam a surgir na região.
  • 113. •A região norte paranaense teve como base de seu desenvolvimento econômico a produção cafeeira iniciada desde meados do século XIX, quando fazendeiros mineiros e paulistas se estabeleceram na região hoje denominada de Norte Velho, entre os rios Paranapanema, Itararé e Tibagi, surgindo cidades como Tomazina, Jacarezinho, Cambará e Ribeirão Claro. •A partir da década de 1920 se intensifica a colonização na região do Norte Novo, entre os rios Tibagi até o Ivaí, resultado da ação de companhias particulares, principalmente a de iniciativa inglesa; até 1950 surgiram cidades como Londrina, Cambé, Rolândia, Apucarana e Maringá. •Na conjuntura em que o café vai se tornando o principal produto exportador do Paraná, as terras além do rio Ivaí são colonizadas entre as décadas de 1940 a 1960, constituindo o Norte Novíssimo. As extensas áreas da floresta subtropical predominante na região norte desapareceram. •Ainda deve-se ressaltar que o processo de colonização segue os moldes tradicionais no sentido de conquistar os territórios indígenas e neste caso o vencedor recebeu o título de pioneiro.
  • 114.
  • 116. •A região oeste e sudoeste somente se constituiu em área de colonização aproximadamente na década de 1920, ao receber o fluxo migratório de gaúchos e catarinenses que proporcionaram o estabelecimento da pequena propriedade, da suinocultura e da produção de cereais e oleaginosas. •Contudo, ao se retroceder a séculos anteriores, verifica-se que este território fez parte da Província do Guairá, no período de posse espanhola entre os séculos XVI e XVII e onde fundaram-se as Missões Jesuíticas das quais abrigaram milhares de indígenas, sobretudo os Guarani. •Posteriormente, as vastas florestas existentes na região do vale do rio Iguaçu e do rio Paraná tornaram-se área de exploração predatória de ervais e madeiras, principalmente de interesses estrangeiros que através das obrages implantaram um sistema de trabalho subumano, onde imperava a brutalidade e o estado de miséria de brasileiros e paraguaios.
  • 117. •Explorado economicamente a partir do século XVI; •Pelo litoral – evolução portuguesa em busca de ouro de aluvião; •Pelo oeste – ocupação espanhola; em 1554 já haviam sido fundadas as primeiras cidades no Guairá; •Devido aos constantes conflitos com os índios levaram a entrega do problema da pacificação indígena aos Jesuítas – 1609 criaram a província jesuítica do Paraguai; •Em poucos anos entre os rios Paraná e Tibagi foram criadas 13 reduções; • Reduções se tornaram alvo dos bandeirantes – escravização indígena; “EVOLUÇÃO” HISTÓRICA DA ECONOMIA PARANAENSE 117
  • 118. • Em busca de ouro subiram a Serra do Mar e alcançaram o Planalto de Curitiba • A base da mineração fora o escravagismo • Descoberta de ouro na região de Minas fez surgir o TROPEIRISMO (Criação, pastagem, comércio e transporte). CAMINHO DE VIAMÃO • Proprietário de terras que também era tropeiro representava a classe dominante, mas nem todo tropeiro era proprietário. • Essa atividade foi liquidada pela construção das estradas de ferro. • Erva-mate • Madeira 118
  • 119.
  • 120. 120
  • 121. 121
  • 122. O trabalho em meio a mata nas regiões Sudoeste/Oeste do Paraná O trabalho era muito pesado, as crianças trabalhavam com seus pais, havia poucas escolas e eram distantes, impossibilitando os estudos. Homens, mulheres e crianças viviam em perigo, pois havia muitos animais ferozes, além das cobras cascavéis, mosquitos, onças, entre outros... Se as pessoas ficassem doentes, não havia médicos, eram feitos chás com ervas conhecidas por eles, que nem sempre resolvia. O trabalho de derrubar a mata, preparar o terreno semear os grãos e esperar que a terra produzisse era bastante árduo. (FOTO 1905). 122
  • 123. • Em 1930 a região de Catanduvas não parecia Brasil: • Domínio econômico era Argentino – levavam o mate e a madeira e traziam os produtos consumidos na região; (matéria-prima/território brasileiro, empresas argentinas, mão-de-obra paraguaia. • Os fiscais, quando haviam, dependiam dos obrageros para morar e comprar; • O mate brasileiro era beneficiado em Posadas e vendido como se fosse argentino; • Isso foi revelado pelos militares que combateram a Coluna Prestes em 1924. O grupo que assumiu o poder em 1930 cunhou o slogan “Marcha para o Oeste”. MARCHA PARA O OESTE 123
  • 124. PERÍODO VARGAS - NACIONALISMO  Marcha para o oeste – Ocupar fronteiras, como por exemplo oeste e sudoeste;  10.000 habitantes, somente 500 eram brasileiros;  O Paraná é acusado de descaso para com a região – propõe-se a criação do território Federal do Iguaçu para garantir a nacionalização;  Em 1943 é criado o Território Federal do Iguaçu;  Havia também outras intenções: abrir espaço para o excedente populacional do RS;  Com a queda de Getúlio em 1945 as elites paranaenses trataram de recuperar o território e sua dissolução foi aprovada numa disposição transitória da Constituição de 1946. 124
  • 125. 125
  • 126. 126
  • 127.
  • 128. • 1 - Explique por que a atividade tropeira e ervateira enriqueceu os fazendeiros e os donos dos engenhos de mate. • 2 - Copie o quadro abaixo no seu caderno e complete com as informações dos textos estudados. ATIVIDADES Atividade econômica Ouro no Paraná Tropeirismo no Paraná Erva-mate Madeira Época Região do Paraná Sujeitos históricos (Proprietários/ mão-de-obra) Destino da produção Espaços e objetos de trabalho 128
  • 129. Sobre a colonização e a posse da terra, destaca-se que este foi um processo marcado por conflitos e disputas entre posseiros e grileiros profissionais, a serviço de falsas colonizadoras. Para diversos autores, estes conflitos tinham sua origem na ausência do Estado ou sua ineficiência, o que permitiu a grilagem, o favorecimento político e a corrupção, gerando disputas jurídicas entre dois ou mais compradores. A ação de aventureiros confundia-se, com as verdadeiras colonizadoras que enfrentavam dificuldades para gerir seus negócios em meio às irregularidades. COLONIZAÇÃO 129
  • 130.  É preciso compreender os conflitos como inerentes às contradições e disputas sociais e não apenas como desequilíbrio ou como expressão de que o Estado não estaria cumprindo com o seu papel de administrador e regulador, das relações entre os indivíduos com interesses divergentes ou concorrentes.  o Estado se configura, já naquele momento, como um Estado com formato de classe, incrustado pelo domínio de madeireiros e especuladores de terra, que a partir de seu aparato ou de seus órgãos reguladores e repressores garantiu a legalização da terra para uns e não para todos. CONFLITOS 130
  • 131. Inúmeras famílias de posseiros viram-se desalojadas da noite para o dia das propriedades onde durante anos haviam investido todos os seus esforços: grileiros vinculados ao PSD passavam a condição de titulares de vastas áreas, removendo seus ocupantes à força ou obrigando-os a pagarem mais uma vez pela terra. Jagunços a soldo de grandes companhias ou de latifundiários percorriam os sertões com metralhadoras pesadas à caça de posseiros (REVISTA OESTE, no. 21, Ano III, setembro/1987, p. 36- 37). POSSEIROS 131
  • 132. Oeste do Paraná - Pioneiros 132
  • 133.
  • 134.
  • 135.
  • 136. •Em 1902, instalou-se, na região Oeste, a Companhia de Madeiras Del Alto Paraná, empresa inglesa com sede em Buenos Aires - Argentina, adquirindo do governo do Estado a área de terras denominada Fazenda Britânia, com aproximadamente 275 mil hectares. Atualmente esta área corresponde aos municípios de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste, Toledo, Nova Santa Rosa e parte do município de Palotina. •Com os mesmos objetivos das outras obrages já instaladas na região, a Companhia de Madeiras Del Alto Paraná utilizou-se de mão-de-obra paraguaia para a exploração de madeira e erva-mate na região Oeste do Paraná. Essa situação de exploração depredatória persistiu até a década de 1920, quando eventos como a passagem da "Coluna Prestes [em 1924] e também das Tropas Federalistas (...) expuseram a situação do Oeste do Paraná à opinião pública"39, constatando-se a dominação da região por parte de estrangeiros, e que até então não havia sido tomada nenhuma ação efetiva buscando fomentar a ocupação através de brasileiros. Após esta constatação, tornou-se imperativo tomar medidas que coibissem a invasão de estrangeiros e concomitantemente "nacionalizar" a região.
  • 137. •nóis não tinha terra lá, daí nóis viemo prá cá, nóis, os treis irmãos e as nossas treis mulheres, tudo num caminhão com 10 crianças (...) Nóis era agregado em terras de gente estranha, gente boa, oito anos nóis trabalhamo lá na granja de arroz (...) Nóis era em 10 irmãos e meu pai só tinha uma colônia de terras e com moro, daí nóis tinha que sai pelo mundo, somos filhos de Deus, e virar-se sozinho (...) Então nóis saimo de lá porque nóis não tinha terra, nóis era pobre (...) tinha que arrumá prá nóis e prá colocá estas crianças. (F.H.)
  • 138. •Os que residiam nas proximidades da cidade usavam recursos considerados fáceis, baratos e rápidos: a carroça de boi, o cavalo e, na maioria das vezes, a bicicleta, pois estes eram os meios de transporte acessíveis e mais apropriados devido às péssimas condições em que as estradas se encontravam. Para os que se fixavam no meio rural, o único recurso disponível na maioria dos casos era fazer longas caminhadas a pé, pelo interior da mata.
  • 139. •É o que pode ser verificado nas afirmações de Moisés Lupion, então governador do Estado do Paraná: Bons e maus elementos, atraídos os primeiros pela fama da fertilidade das terras roxas paranaenses e, os segundos pela facilidade dos negócios, deixaram os rincões de origem em São Paulo e Minas Gerais e vieram juntamente com muitos aventureiros, apossar-se abruptamente das melhores terras devolutas do Estado, assentando benfeitorias provisórias; desordenadamente, a mais das vezes, em terras já tituladas ou comprometidas (ROCHA NETO).
  • 140. Tal ocupação regional fundada em bases econômicas em cima da exploração da mão-de-obra indígena teria feito do Guairá um espaço de fricção Inter étnica permeado por conflitos socioeconômicos. Conforme destacado por Challenberger (1997, p. 20). Os colonos foram progressivamente se abandonando, através do regime da encomienda, das terras dos índios e dos próprios índios, explorando-os no serviço pessoal. Por outro lado os paulistas projetaram sobre o Guairá os seus interesses econômicos em função da abundância da mão-de-obra disponível, que começaram a recrutar e vender para a agroindústria do litoral brasileiro. [...] Por causa da resistência dos índios, os colonos e paulistas foram obrigados a enfrentá-los para salvaguardar os seus interesses econômicos.
  • 141. Conforme a leitura acima, essa etapa caracterizava- se pelo extrativismo. Processo esse que se teria iniciado com a instalação da Companhia de Madeiras Del Alto Paraná. Tratava-se de uma empresa inglesa sediada na cidade de Buenos Aires, a qual adquiriu a área de terras denominada Fazenda Britânia que atualmente compreende municípios tais como Marechal Cândido Rondon, Toledo, Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, bem como área significativa do Município de Palotina.
  • 142. Silva (1988, p. 52-53) expressou com propriedade sensações de descoberta. Vamos a Santa Catarina, vamos ao Paraná, vamos ao Oeste. Lá existe terra sobrando. Lá existem matas ainda virgens à nossa disposição. Lá existe tudo para recomeçar a vida. Nós passamos lá. Nós a vimos! Parecia este o recado da Coluna Prestes.
  • 143. Segundo palavras da autora: A história de Marechal Cândido Rondon está ligada ao Projeto de colonização da Firma MARIPÁ. [...] Willy Barth recebia os novos colonos, mostrava- lhes as terras, acompanhava-os durante dia e noite, cantava com eles para expulsar o cansaço, a tristeza e a saudade. Foi administrador muito seguro e como colonizador deu exemplo de colonização e modelo de Reforma Agrária.
  • 144. FOTOGRAFIA 7 - Acampamento no meio da floresta - Marechal Cândido Rondon Fonte: Saatkamp (1985)
  • 145.
  • 146. • FOTOGRAFIA 15 - Hospedagem temporária na mata - Palotina • Fonte: Reginato (1979)
  • 147. Jornal Oeste, periódico de circulação local durante as primeiras décadas do processo de (re)ocupação do território. [...] região nova onde população laboriosa, dinâmica, devotada ao trabalho heroico ao desbravamento da mata virgem, transformando-a em uma das mais promissoras regiões agrícolas do Estado, faz com que esta mesma região que até pouco figurava nos nossos mapas ilustrados como zona selvagem, assinalada por um índio empenachado e uma onça pintada, cubra-se de cidades vilas, povoados e núcleos agrícolas. Faz com que, em plena floresta surjam indústrias que transformam as incalculáveis reservas de essências florestais em fabulosas fontes de riqueza. Reportagem comemorativa ao primeiro ano da instalação oficial do Município de Toledo na data de 14 de dezembro de 1953.
  • 148. Conforme consta no documento: [...] as colonizadoras em geral, depois de adquiridas suas terras, tratam de dividi-las em glebas ou lotes grandes para em seguida vendê-las o mais depressa possível, [...] Aplicando este sistema teria a firma colonizadora, em pouco tempo, cumprida a finalidade. Porém, sendo este um sistema é contrário a um desenvolvimento social e aos interesses econômicos de uma Nação; a PINHO E TERRAS LTDA; achou por bem dividir as glebas que posteriormente iriam colonizar, em lotes rurais de mais ou menos 10 alqueires, também chamado ‘colônia.’
  • 149. •Companhia Colonizadora Pinho e Terras - fim de 54, pouca chuva, e estão aparecendo mineiros e paulistas [...] assim esta colonização que deveria constar de moradores do Sul e católicos já está se transformando em uma miscelânea de gente e religiões. Aqui [...]. tudo nos começos. A igreja e casa paroquial quase prontas [...] Começou a invasão de Paulistas. Ainda bem que não são mamelucos [...].
  • 150. Brecht (1960, p. 3): Sendo que a PINHO e TERRAS, LTDA; não se dedica exclusivamente à compra e venda de terras, ela tinha que assumir a obrigação, perante os agricultores, de os mesmos não perderem tempo em fazerem experiências, ao que diz respeito a agricultura. [...] Outro fator importante era criar nas sédes um ambiente que atraia os compradores, como as instalações de hospitais, com médicos, sempre que era possível; construção de escolas, mesmo si a firma tivesse que sustentar o professorado.
  • 151. Percebe-se que o modelo de colonização centrado, sobretudo, num ethos cultural determinado se articulava, a valores identitários comuns, eliminando possíveis conflitos internos a partir da preservação de seus códigos culturais. Desses, educação, religiosidade e o sentido de comunidade, tiveram grande atenção. Nos núcleos coloniais, construção de escolas, igrejas e salões comunitários pelas empresas ou a sua colaboração foram atitudes significativas para a manutenção da homogeneidade do grupo. Acrescenta-se a isso, a manutenção de vínculos com modelos fundiários já conhecidos pelos migrantes. Assim, atributos tais como, "Celeiro do Paraná” passam a definir o regional. Para as empresas envolvidas, estabelecer a (re)ocupação significava incorporar à nação um território reconhecido como vazio e ali, estabelecer novas vivências. Para o governo do Paraná, significava, sobretudo, receber um solo ocupado, produtivo, mercantilizado, livre dos perigos representados pela presença maciça de estrangeiros na região.
  • 152. Garantir tal conquista pressupunha, porém estabelecer os migrantes tão logo adquirissem as suas terras. A derrubada da mata estimulada pelas empresas realizava-se a partir de derrubadas da vegetação A mão-de-obra de baixo custo de tal trabalho, compunha-se de trabalhadores do norte do país e paraguaios, antigos mensus trabalhadores das unidades obrageras, referendadas no capítulo anterior. O trabalho das serrarias era outro recurso utilizado para a extração das matas nativas da região. A madeira, por sua vez era comercializada a preços irrisórios entre o proprietário das terras desmatadas e donos de serrarias. Esses fatores proporcionavam não só lucros ao segundos como também garantiam ao projeto colonizador o sucesso almejado.
  • 153. Chegamos [...] debaixo de tempestade. Uma surprêsa nos esperava: o hotel ainda de madeira, [...] tinha cama de verdade, chuveiro com água quente, [...] Estávamos pois em plena civilização. Depois do jantar fomos todos ao clube, já rodeados de gente. [...] são todos jovens, de vinte e poucos anos, sadios, fortes, bem dispostos. Ë uma comunidade de trabalho invejável. Projetos, sonhos, aventura, coragem, desprendimento, esperança - eis o que revelou aqui o melhor colono do Brasil - filho de alemães ou italianos para fazer nascer vertiginosamente uma cidade moderna. Muito embora o autor fizesse referências ao Município de Toledo, localidade sede da Colonizadora Maripá, tal passagem pode ser estendida, à área colonizada pela empresa Pinho e Terras LTDA. Expressões "melhor colono", "nova raça" "civilização," compõem um discurso mais amplo, extensão de valores como trabalho, coragem e progresso, fazem emergir elementos distintivos do regional com conotações emotivas
  • 154. Contudo, desqualificar os territórios de origem dos migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi outro expediente utilizado nas publicidades das empresas, tal como o anunciado a seguir: AGRICULTOR,!! [...] ponha fim aos teus sofrimentos de trabalho no meio das pedras e montanhas, a onde tens que carregar os gêneros de tua colheita uma Boa parte nos ombros. [No oeste] não será assim. Porque, a planície te permitirá de ir com a carroça em qualquer ponto de tua colônia. É por isso que [...] está progredindo a passos de gigante. Bem demonstra que, a 4 anos era uma região inhospita aonde passeavam as feras. Cf. panfleto de propaganda de terras elaborado em 1952 pela Colonizadora Maripá, amplamente distribuído nas localidades de Concórdia no estado de Santa Catarina e Santa Maria, situada no estado do Rio Grande do sul, dentre outras localidades.
  • 155. Em 25 de Julho de 1969, o periódico A voz do Oeste (1969, p. 13) destaca: [Pioneiro] ao preparares a terra [...] fixando civilizações, derrubando a mata tantas vêzes hostil, invocas a nossa presença. Estás colaborando com a terra que te recebe. Estás contribuindo para o seu engrandecimento, como irás contribuir sempre com o seu trabalho certo para safras incertas.
  • 156. No final da primeira década do século XX, o Legislativo paranaense, permanece palco de denúncias, conforme apontado no informe do Congresso Legislativo do Paraná: A vasta zona oeste e noroeste paranaense cuja flora encerra preciosos elementos de riqueza ainda não explorada, deve merecer nossa atenção no sentido de valorizar nosso Estado [...] em direção ao Piqueri, há grande massa de trabalhadores na extração da erva- mate e madeira, alguns desses trabalhos são feitos legalmente, mas outros não; está provado que alguns indivíduos invadem legalmente os terrenos nacionais [...] e estabelecem grandes empresas extrativas de erva [...] com prejuízo manifesto para os cofres do Estado.
  • 157. •Segundo constata Nogueira (1920, p. 115), na ocasião da chegada ao seu destino: "[...] o pharmaceutico é paraguayo; o médico é espanhol; o chefe de contabilidade e o do deposito são allemães. [...] a peonada é paraguaya ou argentina".
  • 158. Segundo constata Muricy (1896, p. 4): [...] de Catanduvas em diante o caminho é horroroso; o solo muito accidentado e o matto apresenta-se em toda sua pujança, [...] Além disso, tem-se de atravessar manchas de léguas de extensão, só de taquerussús, por um verdadeiro túnel cortado nas enormes touceiras. Caminha-se horas inteiras; sem se ver uma nesga siquer de céo.
  • 159. Segundo Nogueira (1920, p. 6): [...] entre Guarapuava a Foz do Iguaçu o percurso era feito em 72 horas de automóvel. Esse meio de transporte, entretanto, é no momento caríssimo, por causa do desgaste material ocasionado pelas condições ainda imperfeitas daquella via. Até hoje a viagem, tem sido feita [...] por estrada de ferro, via Uruguayana, de onde, transposto o riu Uruguay, continúa, em paso de Los Libres, pela estrada de ferro argentina até Posadas e dahi, pelo alto Paraná, até a Foz do Iguassú.
  • 160. destaca Nogueira (1920, p. 114 ): Em Guaíra: tudo pertence à Matte Laranjeira. [...] As terras foram adquiridas por compra de uma antiga concessão feita pelo Estado do Paraná. [...] A pequena estrada de ferro que transporta hervas [é] o único meio de transporte para os famosos saltos das sete quedas.
  • 161. Wachowics (1987, p. 44) em uma propriedade: [...] típica de regiões cobertas de matas subtropicais em território argentino ou paraguaio. O interesse fundamental de um obragero não era a colonização em pequena ou média propriedade, nem o povoamento de suas vastas terras. Seu objetivo precípuo era a extração de erva-mate nativa da região, bem como da madeira em toros, abundante na mata subtropical.
  • 162. Os sertões do Iguassú constituem uma zona inteiramente diversa, uma espécie de Amazônia, ainda não acabada para a habitação do Homem. O brasileiro desconhece-a como si não fora um pedaço do Brasil. E, na verdade é mais paraguaya e argentina, pois que nem o nosso idioma, nem o nosso dinheiro, ahi conseguiram chegar. Os poucos nacionaes que ai aportam, embora de passagem, no desempenho de um mandato oficia, submetem-se ao meio que lhes deita o braço de ferro e os converte, pelo menos aparentemente. Nessa longa faixa de sertões intermináveis, sob um sól ardente e creado, habita em certos pontos, uma onda humana, transitória, que chega e parte, todos os dias, para de novo voltar e de novo partir. (MARTINEZ, 1925, p. 8 )
  • 163. FOTOGRAFIA 2 - Salto Iguassú Fonte: Silveira Netto (1939) Chegamos finalmente. [...] a ampla e tumultuosa epopéia das águas. Minha expectativa é ultrapassada impetuosamente. [...] ao colimarmos os primeiros borbotões das águas. A campina e a floresta sugerem-nos a visão pictual dos nossos grandes paisagistas. Nem as sugestões da poderosa imaginativa de Da vinci [...] seriam capazes de dar a impressão nítida e suprema daquele assombroso espetáculo de águas revoltas rolando em perturbadora atoarda de cataclismos. Nem a narração, nem a téla, nem a fotografia [...] dão idéia siquer, da superestesia que nos empolga ante aqquela febre de movimento e beleza. Contudo no percurso de tal narrativa há destaque a ásperas jornadas, distâncias, e abandono. Esses, dentre outros atributos negativos delegados aquele espaço, associados a adjetivos positivos, conforme visto, tiveram importância na construção do regional, tal como destacado por Siveira Netto (1939, p 31): “deserto de habitações; a mata e a solidão em meio de uma flóra requintada em exuberância e coloridos; e uma fauna variada e rica [...].”
  • 164. Pelo caminho encontramos turmas de paraguaios. Receamos errar o caminho e por isso pedimos informações por toda parte, informações que os são fornecidas, sempre em hespanhole. Dentre os informantes, encontramos uma mulher a cavallo, com um pequeno de oito annos. [...] ë um tipo perfeito de cabocla brasileira, que nos responde em hespanhol. Duvidamos de sua origem e inquirimo-lo: sorri mostrando uma fileira de dentes alvos e nos diz com visível satisfação. - Soy brasileña, senhor gracias a Diós; pero como me crié entre paraguayos ( MARTINEZ 1925, p. 76 ) Influenciados pelos costumes e linguagem paraguaios, os habitantes daquele cantinho do Brasil usam um dialeto eivado de termos absolutamente desconhecidos da nossa língua. Lá ninguém diz porco, porque êste adiposo paquiderme é conhecido por ‘chancho’. [E complementa] Dizem ‘provista’ referindo-se a gêneros alimentícios; designam barraca por ‘carpa’; menino por ‘muchacho’, facão por ‘machête’ e outros termos que não registrei. (FIGUEIREDO, 1937, p. 80).
  • 165. •Os desenhos territoriais paranaenses, assim referendados, não foram, portanto, um procedimento fortuito, ao contrário tiveram um papel central na conceituação e na afirmação de uma unidade para o território, ingrediente necessário para a firmação de sua identidade regional. No ano de 1945, essas terras já haviam se transformado em estreitas faixas habitadas pelos brasileiros. Nesse mesmo ano, a extremo-oeste do território paranaense, eram enraizados esteios da demarcação de negócios agro-imobiliários que se propunham conquistar tal sertão do Guairá e apagar suas cicatrizes.
  • 166. O supracitado Relatório da Secretaria de Obras Públicas e Colonização do ano de 1895 coloca em relevo preocupações decorrentes de tal realidade embasado nos argumentos de Carvalho (1895, p. 47): Na parte norte do Estado [...] já se iniciou em grande escala o plantio de café que é o produto agrícola dos mais ricos e remunerados [...] é sabido igualmente que por falta de estrada entre o lugar de produção e os nossos centros de consumo o café é transportado ou pelo Estado do Mato Grosso, pelo rio Paranapanema ou pelo vizinho Estado de São Paulo [...] resultando disto, prejuízo considerável aos cofres do Estado não pode receber direitos nas exportações sobe seus produtos. [...] Dá-se o mesmo na extensa e riquíssima zona do oeste [...] entre os rios Iguaçu e Sahy até rio o Paraná facílima via de navegação podem os produtos naturais e agrícolas escoar-se em procura de mercados platinos.
  • 167. Cabe destacar que muito embora tais Governos possuam em comum, projetos modernizadores para o espaço regional paranaense, durante os Governos de Moisés Lupion o Paraná foi palco de inúmeros conflitos querem sejam entre posseiros e grileiros ou entre brancos e populações indígenas que foram expulsos de suas terras tradicionais. O senso comum atribui a esse governo o atributo de “grileiro”. Veja-se a esse respeito o romance histórico Os dias do demônio em que o personagem da trama é uma região paranaense, palco de poucos conflitos no campo em que os pobres vencem.
  • 168. Menções de autoria do sertanista Coelho Junior (1946, p. 169), enfatizam tal constatação. Já ali, o vale baixo do Iguaçu, se confunde com o do Paraná, e, desde o povoado de ótima situação topográfica - Cascavel - notamos fronteira próxima, invadida e desnacionalizada, pois até os brasileiros, raros na região, linguajam o Castelhano, pela influência e absorção dos argentinos e paraguaios. Começou logo a aparecer dinheiro dos países vizinhos, cuja influência, nos usos e costumes é preponderante. a escala da moeda argentina ou paraguaia, a língua guarani e espanhol.
  • 169. COMPANHIAS COLONIZADORAS NO PARANÁ TEXTOSA REVOLTA DOS POSSEIROS NO SUDOESTE DO PARANÁ EM 1957.pdf •Brasil Railway Company. (séc. XIX, Sudoeste 1918-20) – recebeu extensas glebas em pagamento pela construção da ferrovia Sã oPaulo – Rio Grande (Gleba Chopim) e do ramal Ponta Grossa – guarapuava (Gleba Missões). •CANGO (Colônia Agrícola Nacional General Ozório): (1943) criada dentro da Gleba Missões, a sua sede veio a se tornar o município de Fco Beltrão. •CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial Limitada) e Pinho e Terra. Em 1950, o governo da União vendeu à CITLA toda a gleba Missões e parte da gleba Chopim. Poucos dias após vendia à Pinho e Terras (Céu Azul) 11.500 alqueires da própria gleba Missões. Vendia também 300.000 pinheiros `Companhia de Madeiras do Alto Paraná. 169
  • 170. • GETSOP (Grupo Executivo de Terras para o Sudoeste do Paraná). • OBRAGES. • Companhia de Terras Norte do Paraná – adquiriu inúmeras glebas. • Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (norte). • Colonizadora Madeireira Rio Paraná S.A (MARIPÁ). • Companhia Mate Laranjeiras (explora erva-mate e madeira no Mato Grosso e depois no Paraná). • Industrial Agrícola Bento Gonçalves Ltda (Medianeira) • Colonizadora Gaúcha Ltda • Colonizadora Matelândia Ltda • Colonizadora criciúma Ltda • A Companhia Brasileira de Imigração e Colonização (COBRIMCO) - Anahy (Explorar madeira e terras) 170
  • 171. 171
  • 172. 172
  • 173. 173
  • 174. 174
  • 175.
  • 176.
  • 177.
  • 178. •Tanto militares como religiosos, indiferentemente, exerciam atitudes de exploração. Os primeiros faziam- na de modo mais brutal, sendo que os religiosos auferiam posicionamentos mais sutis, mas nem por isso diferentes. A cruz e a espada, nesse sentimento, caminhavam passo a passo. (COLODEL, 1988, p. 30). •Reduções – Dessa maneira os indígenas diversificavam seus ramos de atividade, sendo carpinteiros, tecelões, ferreiros, pintores, estatutários, fundidores; tudo enfim era provido na própria Redução. (COLODEL, 1988, p. 31).
  • 179. • De acordo com os relatos de Brito, esta segunda expedição era composta, além dos dois militares acima citados, de mais 34 soldados, 12 operarios civis, 3 mulheres casadas com soldados, 4 tropeiros encarregados da tropa com 34 cargueiros, carregados com víveres, material , bagagem etc. (COLODEL, 1988, p. 44). •1905 – 58 famílias •Agindo sob as ordens dos capatazes, em praticamente todas as obrages do Oeste paranaense, existiam polícias particulares que faziam da violência desenfreada sobre os peões o seu cartão de visitas. (COLODEL, 1988, pp. 60-61).
  • 180. •O maior deles era chamado de depósito Central Barthe e era o que comercializava toda a atividade exploratória da imensa obrage. “pelos gramados desse logar habitado, caminham peões. Grandes carroças, de rodas altas, chegam do interior da mata. (...) Deposito Central é um ponto destinado para o recebimento dos diversos ‘carijós’ dessa região. Além disso, mantem a empresa larga criação de carneiros, gado vacum e plantações de cereais para a manutenção dos empregados. (...) diversos armazens existem para deposito de herva cancheada; outros para beneficiamento do produto, prompto para exportação. Ha, além disso, moradas para os peões, armazens de comestíveis, grandes estabulos, rancho para carroças”. (COLODEL, 1988, p. 67).
  • 181. •Um outro elemento que pode ser destacado refere-se à impossibilidade que os mensus encontravam para fugir das obrages. A vigilância exercida sobre eles era severa e constante. Pouquíssimas eram as alternativas que eles podiam contar para se esconder da fúria dos seus patrões. Podiam embrenhar-se na selva, mas ali teriam que enfrentar enormes dificuldade: falta de comida, os animais selvagens, as doenças crônicas da região, etc. a outra rota de fuga possível era oferecida pelo rio Paraná. Acontece que todas as embarcações que nele navegavam eram de propriedade dos obrageros que tinham um cuidado todo especial em vigiá-las minuciosamente. (COLODEL, 1988, p. 70). •(...) quando chegava assim pra acertá a conta ... acertavam a conta e então mostravam na parede ... tinha uma big duma soiteira e uma espada, então aí ele dizia, o chefe que era o patrão: - gusta la rubia o la morena! [chicote ou a espada]. E eles respondiam: - la vida, no más. E então mandavam ele embora, e então não matavam, não surravam mas também era explorado e mandavam embora. (COLODEL, 1988, p. 70).
  • 182. •TRANSPORTE DE MADEIRA: JANGADAS (MAROMBA), CARROÇÕES ESLAVOS, LANCHAS A VAPOR, BARCOS – TAMBÉM CHAMADOS DE MATA-FOME. •Conchavo e antecipo (peão e comissionista), barracón, papel das mulheres e crianças. A obrage voltava-se para a exploração total do trabalho. Resistência. Alimentação (reviro – farinha branca, água e ovos quando tinha). CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO, DECADÊNCIA DAS OBRAGES, COLUNA PRESTES, MARCHA PARA O OESTE. •Quase não circulava dinheiro, pois os mensus não possuíam nenhum. Então, tudo girava em torno das ordens de pagamento que eram distribuídas pela companhia. (COLODEL, 1988, pp. 72-79).
  • 183. Conforme o levantamento de Figueiredo (1937, p. 104): O Senhor CAFERATA (argentino) trabalha com 120 homens, sendo 82 paraguaios, e 32 argentinos. O único brasileiro existente neste recanto do nosso Brasil é um soldado de polícia ali destacado, que aliás é casado com uma paraguaia e seus filhos falam [...] o guarani [...] No mesmo texto, o militar acrescenta: Conversando com um funcionário federal que se achava em Guaíra, soube de muitas informações. Disse-me êle que aquele recanto seria um seio de Abraão, sai a população não fosse heterogênea. Havia os paraguaios que possuíam costumes quase antagônicos aos nossos; os argentinos que usavam modos de viver diferentes dos brasileiros e dos paraguaios e finalmente os sisudos ingleses que se isolavam completamente dos restantes, quiçá julgando-os uma massa rasa. A melodiosa língua portuguêsa ha muitos dias não era ouvida. Ao passo que o guaraní e o castelhano feriam [...] durante todos os instantes, como si em estranha terra estivesse. (FIGUEIREDO, 1937, p. 148)
  • 184. Uma dessas obrages em questão denominava-se Fazenda Britânia. Estruturada em 1905 sob propriedade de empresários ingleses, essa área de terras fora no ano de 1945 adquirida pela empresa Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná, - Maripá. Essa colonizadora foi constituída em 13 de abril de 1946 e, conforme consta na Escritura Pública do Registro de Imóveis Títulos e Documentos. Comarca de Toledo, PR, sua área estendia-se por 43 quilômetros ao longo do rio Paraná, formando quase que um retângulo com aproximadamente 274. 846 hectares. Do interior de seus quadros administrativos, nascera a empresa colonizadora Pinho e Terras Ltda.
  • 185.
  • 186.
  • 187.
  • 188. •No estão objetos raros, dentre os 400 mil itens que compõem o acervo. Lá é possível encontrar uma grande quantidade de artefatos indígenas, documentos, telas, objetos, fotos, livros e uma coleção de moedas, cédulas e medalhas doada pelo antigo Banco do Estado do Paraná. •Abriga ainda o acervo adquirido do extinto Museu Coronel David Carneiro, com mais de cinco mil itens, entre peças de mobiliário, obras de arte, livros, documentos, numismática, ferramentas, utensílios, porcelanas, indumentária e armaria, que ajudam a contar a história dos conflitos militares ocorridos no Estado. •Além das exposições rotativas e dos cursos e palestras que realiza, o Museu Paranaense apresenta mostras de longa duração, como o acervo de Vladimir Kozák, naturalista tcheco que viveu em Curitiba entre 1928 e 1979. A exposição é composta por pinturas, desenhos, aquarelas, fotografias, filmes e documentos que retratam os índios do Paraná e do Brasil, e pelos objetos de uso pessoal do artista. •No Pavilhão da História do Paraná, uma linha do tempo com os acontecimentos que vão da pré-história até o início do século 20 mostra a integração dos imigrantes ao nosso Estado. MUSEU PARANAENSE
  • 189. • Algumas referências no Paraná: Pinturas rupestres • - Sítio Arqueológico Morro das Tocas em União da Vitória • - gravuras pré-históricas em São Mateus do Sul Sambaquis • - Ilha do Mel • - Ilha do Superagui • - Rio Guaraguaçu (tombado pelo Estado do Paraná) • - Ruínas de reduções Jesuíticas • - Ciudad de Guairá • - Santo Ignácio Patrimônio Arqueológico
  • 190. Aldeamentos indígenas • - como os de São Pedro de Alcântara • - e o de São Jerônimo (norte do Paraná) Quilombos • - vale do Ribeira Sítios urbanos de cidade localizadas em municípios hoje extintos • - Porto de Cima – município de Morretes • - Assunguy de Cima – município de Cerro Azul • - Entre Rios e Conchas – município de Ponta Grossa Ver Lei Federal sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos
  • 191. •Assim como ocorre em diversas áreas de sua cultura, as festas mais populares e tradicionais do Paraná também são resultantes dos costumes trazidos pelos seus grupos de colonizadores e por aqueles que já se encontravam no Estado. Mantidas pelo esforço da sociedade em passar, de geração para geração, as músicas, danças, ditados e rituais típicos de cada celebração, algumas das principais festas paranaenses já não despertam tanto o interesse dos jovens na manutenção desses costumes, muitas vezes iniciados no século XVII, e também são prejudicadas pela falta de incentivo público para sua realização. •No Paraná, a Secretaria Estadual da Cultura do Paraná (SEEC) realizou um levantamento que reuniu 160 festejos caracterizados pela sua popularidade e tempo mínimo de realização de cinco anos, em mais de 150 municípios. Com essas informações, criaram o segundo caderno do projeto Paraná da Gente, denominado “Festas Populares do Paraná”. Nessa publicação, as festas foram divididas em tradicionais; religiosas, feitas principalmente em honra a padroeiros e padroeiras municipais; gastronômicas, visando a atração de novos turistas; e outras festas, caracterizadas por períodos da agricultura, como plantio ou colheita; determinados produtos, como as flores; ou homenageando certas etnias, como ucraniana, alemã, polonesa ou japonesa. Festas populares do Paraná
  • 192. •tradicionalmente realizadas no município de Guarapuava, as Cavalhadas chegaram à localidade no ano de 1855 e, desde então, foram integradas ao seu cenário cultural. Ocorrendo por diversos anos na capela de São Sebastião, e depois na antiga Praça do Mercado, suas últimas edições foram realizadas na Praça Nove de Dezembro. A festa caracteriza-se como uma apresentação teatral de grande porte (mais de 1.000 atores) onde há disputa entre cristãos e mouros, com muitas lutas de espadas, músicas e torcidas, finalizada com a conversão dos mouros. Atualmente, as Cavalhadas não possuem data específica, sendo realizadas esporadicamente. Cavalhadas
  • 193. • na cidade da Lapa, a Congada é realizada por descendentes de povos africanos em homenagem a São Benedito. Com forte influência dessa etnia, seu nome reflete o ato de coroação do rei do Congo no Brasil com uma festa repleta de música, danças e cantos, além da encenação teatral. Congada:
  • 194. • realizadas principalmente nas regiões norte e noroeste do Paraná, entre a véspera de Natal e o dia 6 de janeiro, a Folia de Reis tem origem portuguesa e é considerada uma festa de cunho religioso. Durante essa época, pessoas caracterizadas como os reis magos vão de casa em casa cantando e entoando versos referentes à visita dos três reis magos a Jesus, enquanto arrecadam alguma doação. Folia de reis:
  • 195. • tradição popular típica do litoral paranaense, a Festa do Fandango ocorre em Paranaguá, sempre na data de 26 de setembro, com apresentações dessa e de outras danças como a balainha e o pau-de-fita, além de cursos voltados à cultura popular, gastronomia típica e outras atividades. No município é realizado também o Baile Tradicional do Fandango, que acontece todo primeiro sábado do mês, visando a divulgação dessa manifestação cultural local. Fandango:
  • 196. • de origem portuguesa, a Festa do Divino chegou ao Paraná com os açorianos, no século XVIII, e é dedicada ao período em que o Espírito Santo esteve na presença dos apóstolos, após a ressurreição de Jesus Cristo. Nessa festa, realizada 50 dias após o domingo de Páscoa, duas pessoas são escolhidas como Imperador e Imperatriz, e outros como membros da corte, responsáveis pela louvação ao Espírito Santo. Entre as principais cidades que realizam a Festa do Divino estão Jataizinho, Morretes, Paranaguá e Ponta Grossa. Festa do Divino:
  • 197. • em Paranaguá, todo mês de novembro é realizada uma grande festa em homenagem à padroeira do Paraná com missas, procissões e atividades culturais como shows, comercialização de artesanato local, pratos típicos de diversos Estados e países, e parque de diversões, atraindo um alto número de fiéis durante esses dias. Festa de Nossa Senhora do Rocio
  • 198. • prato típico de Campo Mourão, o carneiro no buraco é a o principal atrativo de uma festa nacional com três dias de duração, comemorada no mês de julho, desde 1990. Essa festa tem por objetivo passar a receita do carneiro e esse costume de assá-lo em um buraco para as novas gerações. Festa Nacional do Carneiro no Buraco
  • 199. • todo mês de setembro os moradores de Toledo se reúnem para fazer uma competição de qual equipe irá preparar a melhor receita de porco no rolete, prato típico local, que consiste em um porco recheado e assado através de um pedaço de madeira que o transpassa por inteiro durante 20 horas. Após o porco pronto, ele é servido para os vários visitantes que desejam provar desse interessante prato. Festa Nacional do Porco no Rolete
  • 200. • um dos muitos festejos no Paraná dedicados às etnias que colonizaram o Estado, o Haru Matsuri celebra a chegada da primavera e é uma manifestação cultural trazida pelos primeiros imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil, em junho de 1908. Fonte: CARNEIRO JR. Renato A. (coor.). Festas populares do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, 2005. (Caderno Paraná da Gente; 2) Haru Matsuri – Festival da Primavera:
  • 201. • Os principais pratos típicos do Paraná são: o barreado, apreciado em toda a região litorânea e feito à base de carne cozida, por muito tempo, em panela de barro, até desmanchar-se; o churrasco: como em todo o sul, um dos pratos mais característicos do interior; e os pratos das comunidades de tradição alemã, polonesa e italiana. • Os principais festivais do Paraná são: o Festival de Teatro de Curitiba; o Festival de Inverno de Antonina; o Festival Internacional da Música de Londrina; a Mostra Londrina de Cinema; o Festival Internacional de Teatro de Londrina; o Fenata - Festival Nacional de Teatro Amador, em Ponta Grossa; o FEMUCAM - Festival de Música da Capital da Amizade, em Umuarama; o FUC - Festival Universitário da Canção, em Ponta Grossa; o Festival de Dança de Cascavel; o Festival de Música de Cascavel; o Festival de Teatro de Cascavel; o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná e o FEMUCIC - Festival de Música Cidade Canção, em Maringá.
  • 202. Fandango Dança típica do litoral paranaense, o fandango está fortemente associado ao modo de vida caiçara. Os versos são cantados ao som de violas e rabecas. A dança pode acontecer em pares ou através dos chamados batidos, quando os homens usam tamancos de madeira, intercalando palmas e batidas no assoalho. AS DANÇAS TÍPICAS QUE EMBALAM OS PARANAENSES
  • 203. Curitibano O curitibano é uma dança de roda praticada aos pares, conhecida especialmente no município de Campo Largo. Ao ritmo da música tocada em gaita, as quadrilhas cantam declarações de amor, despeitos e ciúmes. Os rapazes tiram versos, as moças respondem e os casais vão dançando. A encenação só termina quando todos os pares tiverem cantado. Quebra-Mana Também conhecida como quero-mana, é uma dança popular não apenas no Paraná, mas no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Sua execução é sapateada, valsada e acompanhada por violas e palmas. Nhô-Chico Também popular do litoral, o nhô-chico é uma das danças originárias do fandango, mas tida como nascida da marinha paranaense. Formados em roda, os pares volteiam e sapateiam ao som de violas e do canto dos violeiros.
  • 204. Dança de São Gonçalo Originária de Portugal, a dança de São Gonçalo é praticada em alguns locais do interior do Paraná, com registros também na Ilha dos Valadares. A cerimônia que envolve reza e procissão acontece em torno da imagem do santo. A dança, acompanhada de música de viola, é dividida em partes, chamadas de „voltas‟. No Paraná, essas „voltas‟ têm nomes especiais, como „marcapasso‟, „parafuso‟, „despontam‟, „confissão‟ e „casamento‟. Pau-de-fitas Trazida para a Região Sul do Brasil por colonos alemães, essa dança está presente em muitas festas típicas. Um mastro de três metros de comprimento é colocado em pé e nele fica amarrado um conjunto de fitas de variadas cores. O pau-de-fitas não tem uma música específica, sendo acompanhada geralmente por conjuntos de violão, cavaquinho, pandeiro e acordeom.
  • 205. Congada da Lapa Manifestação cultural típica do Paraná, a congada está ligada ao culto a São Benedito, patrono espiritual da comunidade negra da Lapa. A manifestação veio dos descendentes de escravos e graças a eles se manteve. A participação na dança é restrita a descendentes de africanos e devotos de São Benedito, não sendo permitida a participação de outras etnias. Boi de Mamão Apesar de ser uma manifestação folclórica típica de Santa Catarina, também é verificada no Paraná. Trata-se de um auto em tom cômico, mas com um elemento central dramático: a morte e a ressurreição do boi. Apresenta elementos comuns com o bumba- meu-boi nordestino e também outras atividades como a dança do pau-de-fitas.
  • 206. ICONOGRAFIA NA HISTÓRIA • É um registro histórico; • Estabelecer diálogo, interrogá-las e saber ouvir as respostas; • Fonte histórica rica – escolha do produtor e o contexto em que foi concebida, idealizada, forjada ou inventada; • Não forjar significados; • Verdades históricas são filhas do seu tempo; • Como chegar ao que não foi revelado? • Revela aspectos da vida material. 206
  • 207. • Pode estar relacionada a cultura, sociedade, trabalho... • Apresentar a imagem aos alunos; • Questionar sobre o que aparece na imagem? • A imagem é do retrata o passado ou o presente? • Qual o lugar representado nela? • O que mais tem na escola/comunidade etc. e não está representado na imagem? • Comparar com outras imagens do presente ou do passado chamando atenção para as transformações. LEITURA DE IMAGENS... 207
  • 208. • Intenções do remetente – da mensagem; • As estruturas comunicacionais – o meio e o código da mensagem; • As reações do receptor - a situação sócio- histórica do público receptor e seus repertórios culturais para a decodificação da mensagem consumida. 208
  • 209. O TRABALHO NA HISTÓRIA “Operários” Tarsila do Amaral209
  • 210. REFERÊNCIAS…•COLODEL, José Augusto. Obrages & Companhias Colonizadoras: Santa Helenana história do oeste paranaense até 1960. Santa Helena, Prefeitura Municipal, 1988. •PRIORI, A., et al. História do Paraná: séculos XIX e XX [online]. Maringá: Eduem, 2012. A história do Oeste Paranaense. pp. 75-89. ISBN 978-85-7628-587-8. Available from SciELO Books •<http://books.scielo.org>. •CALIXTO, Jeferson e CALIXTO JÚNIOR, Jeferson. A problemática das desapropriações na região oeste do estado do paraná. s/d. •KROETZ, Lando Rogério. As Estradas de Ferro do Paraná 1880-1940 . São Paulo-SP, 1985. Tipo: Tese de Doutorado - USP . •MACCARI, Neiva Salete Kern. MIGRAÇÃO E MEMÓRIAS: A COLONIZAÇÃO DO OESTE PARANAENSE. Dissertação, UFPR, Curitiba, 1999. • FREITAG, Liliane da Costa. Extremo-oeste paranaense: história territorial, região, identidade e (re)ocupação. Tese – Franca: UNESP, 2007.