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METAFÍSICA
“Todos os homens desejam naturalmente conhecer.”
(Met. I 980a,1)
Prof. Dr. Idalgo J. Sangalli
Curso de Filosofia - UCS
2020
Do que é formado o ser humano?
• De acordo com o Gênesis, são necessários três elementos:
(a) o elemento material terra; (b) o sopro vital, elemento
espiritual comunicado na matéria; (c) a alma vivente, que é
o resultado da operação realizada por Deus, assoprando o
Espírito na matéria. A animação impressa sobre o corpo de
Adão não é uma substância-alma. Alma e espírito podem
ser projetados de forma independente.
• Mas a ideia de alma judaico-cristã em seus conceitos
básicos em sua maior parte não se originam da Sagrada
Escritura, nem da pregação de Cristo. São derivados das
mais variadas fontes, principalmente do mundo pagão e, de
modo particular, do pensamento grego, em que a alma era
entendida, por exemplo, como "elemento/parte do
mundo" (pré-socráticos, estóicos e epicuristas), "o princípio
do ser" (Aristóteles), "o princípio do movimento" (Platão e
os neoplatônicos).
As dimensões do ser humano
• Do ponto de vista meramente corpóreo, somos
como qualquer coisa material e animal (coisas
físicas/químicas/biológicas que ocupam espaço e
tempo)
• Mas não somos qualquer coisa, além do corpo
temos uma psique/anima: ser humano racional
(pessoa). Somos intelecto (alma racional) e
sensibilidade (alma não racional). Como seres
humanos ativos temos ao menos três dimensões
que indicam direções em que nossas atividades
comandadas pela razão podem nos levar. Que
atividades são essas?
Fazer - Agir - Conhecer
A divisão dos conhecimentos ou saberes humanos
pode ser sintetizada em três dimensões:
• PRODUTIVO: O homem como fazedor (artista ou artesão),
que produz/faz coisas (artificiais), que possui um saber
fazer coisa. Ex.: sapateiro, construtor, médico...
• PRÁTICO: O homem como ser moral e social, como ator,
capaz de agir para o bem ou para o mal, de modo certo
ou errado, justo ou injusto, que sabe escolher e decidir
como agir para ser virtuoso e alcançar a felicidade. Ex.:
qualquer pessoa (cidadão) na comunidade.
• TEORÉTICO: O homem como conhecedor, como ser que
aprende, que adquire toda sorte de conhecimentos a fim
de simplesmente conhecer, inclusive sobre o próprio
conhecimento. Pensamento teórico voltado para o
conhecimento enquanto tal. Ex.: o cientista e o filósofo.
A divisão das ciências (as virtudes intelectuais),
segundo Aristóteles
• Produtiva: techne = arte/técnica [saber fazer e produzir
coisas, criar] ciências poiéticas: poesia, medicina,
construção de casas, navios...
• Prática: phronesis = ética, economia e política [ação,
saber agir bem ou mal em busca da perfeição moral]
• Teorética (busca o saber em si mesmo):
a) episteme = ciência, conhecimento científico
[conhecer]: matemática, física, biologia, etc;
b) sophia = sabedoria filosófica [contemplar]:
Filosofia primeira e Teologia (= metafísica que
tem o primado sobre as demais ciências).
c) nous = intelecto/razão intuitiva (fornece os 1º
princípios do conhecimento.
QUE QUESTÕES SÃO ESSAS?
• O que é uma coisa? É sempre a mesma (o ser é e o não-ser
não é) ou pode mudar (devir) e ainda assim manter sua
identidade originária, individual?
• O ser de uma coisa se esgota no aparecer, isto é, nos
aspectos identificados pelas nossas sensações? Ou o ser de
algo está além dos limites de nossas experiências, entra no
domínio das atividades racionais do intelecto, da abstração,
do conceito? O que é o uno e o múltiplo?
• O real é capturado pela experiência sensorial ou pela razão
ou por ambos? É imanente ou transcendente?
• O que é um objeto? O que é a subjetividade?
• O que é o corpo? A alma? A consciência? Deus existe?
• A pergunta metafísica radical: “por que há o ser e não o
nada?”
• A pergunta fundamental: O QUE É? (existir e essência)
A pergunta pelo ser
• Surge pela dúvida, pela característica
questionadora do ser humano de ir além da
realidade simplesmente dada e percebida
passivamente pelos sentidos. Com o uso da
razão, questiona pra buscar o fundamento
constitutivo do real. Coincide com o próprio
nascimento da Filosofia.
• Com o uso da capacidade reflexiva percebe que
antes das coisas existirem, elas são.
• A metafísica é o perguntar sobre o ser, sobre o
fundamento último das coisas, sobre os
princípios primeiros e constitutivos da realidade.
História da metafísica em quatro períodos:
• 1º período: Pré-socráticos até o início da
modernidade (em torno de 2000 anos)
a) Poema de Parmênides, Platão, Aristóteles
b) Neoplatonismo, estoicismo e gnosticismo
c) A reelaboração da metafísica grega pelas três
grandes religiões monoteístas
(metafísica cristã – Patrística e Escolástica -
metafísica islâmica)
Platão e Aristóteles: detalhe da Escola de Atenas, de Rafaello
"O Jardim das Delícias“ por Herrad von Landsberg – na Abadia de
Honenburg na Alsácia- fins do século XII
“Eu, a Arte (de ars, saber, teoria, disciplina) da Filosofia, rejo as esferas dos planetas
[os deuses] e distingo sete artes minhas subordinadas”
“Toda a sabedoria vem de Deus; [Eclesiástico 1,1; 1,5]. Só aos sábios é concedido fazer
tudo o que desejam [Boécio, Consolatio IV, prosa 2]”
• 2º período: com Descartes - metafísica clássica ou
moderna (racionalistas e empiristas) até Hume (séc.
XVIII) em que ocorre a grande crise da metafísica,
especialmente de vinculação religiosa e realista.
• 3º período: Kant (séc. XVIII) e o idealismo (Hegel) – o
fim da metafísica clássica - até a fenomenologia de
Husserl (séc. XX) [Obs. Enquanto teoria geral que
engloba Deus, Homem e Universo poderia ser
considerado de Platão até Hegel].
• 4º período: ontologia contemporânea: são retomados
aspectos do idealismo, da fenomenologia, isto é, do
paradigma da consciência e do paradigma da
linguagem, e se constituirá numa nova ontologia e o
anúncio reinterado do fim da metafísica, do
pensamento pós-metafísico.
“ta meta ta physika” = o que vem depois da física
• Meta = para além de, de trás /depois ou sobre ou supra/acima.
• Física = o mundo/coisas percebidas pelos sentidos e estudados
em seu aparecer fenomênico (aquilo que aparece aos sentidos)
• Embora a questão do autor do título continue aberta (hipótese
de que teria sido um dos peripatéticos, como Eudemo de
Rodes), apareceu pela primeira vez como uma denominação
especial na classificação das obras de Aristóteles feita por
Andrônico de Rodes (séc. I a.C).
Como os livros que tratam da Filosofia primeira foram colocados,
na edição das obras do Estagirita, na sequência aos livros da Física,
chamou-se “os que estão detrás da física”. Esta designação, cujo
sentido primitivo parece ser puramente classificador, teve
posteriormente um significado mais profundo, pois, com os
estudos que são objeto da Filosofia primeira, se constitui um saber
que pretende penetrar no que está situado para além ou detrás do
ser físico enquanto tal.
Meta = depois
• Depois = significa aquela ciência que estuda a realidade
que para nós vem depois daquelas físicas. De fato, a
nossa mente/espírito está estruturada de modo tal que
primeiro compreende as coisas que estão mais próximas
de nós, ou seja, as coisas sensíveis e físicas, e somente
depois podemos considerar as coisas não-físicas. Isso se
refere a ordem com a qual nós adquirimos o nosso
conhecimento. A ciência, enquanto construção humana,
vem depois do mundo físico.
• Aquilo que para nós vem primeiro (ou seja, é anterior),
por natureza (ou seja, em si e per si) é posterior, e vice-
versa: as coisas físicas para nós são primeiras, mas por
natureza são segundas, e as coisas suprafísicas são para
nós segundas, mas por natureza primeiras.
Meta = supra/acima
• Supra/acima = aquela ciência da realidade que está para
além, acima, por sobre aquelas físicas, ou seja, a ciência
das coisas supra-físicas. Desse modo, seria o conhecimento
direto das realidades não-sensíveis, as transcendentes.
• Embora muitos interpretaram como sentidos contrastantes,
na verdade ambos sentidos são complementares, como o
demonstra abundantemente ao longo dos 14 livros da obra
aristotélica.
• Contudo há certa ambiguidade quanto à delimitação do
objeto de estudo. Em certos trechos, ele afirma que o
propósito é investigar as causas primeiras de todas as
coisas, em especial, o primeiro motor do universo. (uma
disciplina como a biologia, a psicologia e a física – com um
campo de investigação próprio e objetos específicos). Em
outros momentos, diz que seria a ciência que investiga a
realidade em seus traços mais abrangentes e universais.
A interpretação dos antigos comentadores
• Simplício (séc. VI d. C.) = a ciência que trata das
realidades inteiramente “separadas da matéria” e se
chamaria justamente metafísica, enquanto é uma
ciência que se põe acima/supra das coisas físicas, as
coisas suprafísicas, isto é, das realidades transcendentes.
• Alexandre de Afrodisia (c. II d. C.) e também Asclépio
(séc. VI d. C.) consideram “meta” na relação de sucessão
de nossos conhecimentos. Aristóteles teria primeiro
tratado da física (objeto é por natureza posterior, mas
para nós é anterior) e em segundo, tratado das coisas
divinas (metafísica), que são por natureza anterior, são
para nós posterior. Então, a metafísica é a ciência que
para nós vem depois da física, segundo a ordem de
como adquirimos nosso conhecimento.
Estuda “o ser enquanto ser”
• Segundo Aristóteles, há uma ciência que estuda o ser
enquanto ser; investiga os primeiros princípios e as principais
causas do ser. Merece, por isso, ser chamada Filosofia
primeira, diferente de qualquer filosofia segunda. Aquilo que é
enquanto é, tem certos princípios, que são os axiomas, e estes
aplicam-se a qualquer substância enquanto substância e não a
este ou àquele tipo de substância.
• Aquilo a que chama Filosofia primeira, ao ocupar-se do ser
como/enquanto ser, das suas determinações, princípios, etc,
ocupa-se de algo que é, na ordem do que é, na ordem também
do seu conhecimento. Mas pode-se entender este ser superior
ou supremo de dois modos: ou como estudo formal daquilo
que depois se irá chamar formalidades, e, nesse caso, a
metafísica será aquilo que depois se irá chamar ontologia, ou
então como estudo da substância separada e imóvel — o
primeiro motor, Deus — e nesse caso será, como Aristóteles
lhe chama, “filosofia teológica”, isto é, teologia.
• Partindo do conceito de ciência como o estudo das causas e
princípios de coisas, seres e fenômenos, Aristóteles define a
Filosofia Primeira como a ciência mais elevada, pois ela se
ocupa de estudar as causas e princípios últimos de toda a
realidade, todos os seres, sem restrição. Enquanto as demais
ciências investigam coisas particulares (como a matemática
estuda os números, a física estuda a natureza física), a
“metafísica” se dedica à substância de todas as coisas.
• A metafísica aristotélica inaugura a noção do conhecimento
como algo global e não compartimentado, fragmentando,
conforme as ciências “especializadas” da época costumavam
fazer. Assim ele afirma que a realidade no seu todo é passível
de ser estudada. Ela vai virar a rainha das ciências.
• Uma das principais funções da Filosofia Primeira (metafísica),
partindo dos primeiros princípios e seguindo as regras lógicas
do pensamento, seria a de identificar as categorias a que as
coisas pertencem e estabelecer as relações entre essas
categorias. (veremos logo adiante)
Quatro modos da definição de Metafísica
(segundo G. Reale)
1. A ciência que “indaga as causas e os princípios
primeiros e supremos” que condicionam toda a
realidade, que fundam os seres em sua totalidade
2. A ciência que “indaga o ser enquanto ser e as
propriedades que lhe cabem enquanto tal” (ao porquê
que explica a realidade em sua totalidade)
3. A ciência que “indaga a substância (ousia)”. Como o ser
tem múltiplos significados, dos quais o de substância
não só é o principal, mas até mesmo o fundamento de
todos os outros. Então, é ciência das causas e dos
princípios da substância.
4. A ciência que “indaga Deus e a substância
suprassensível”. Teologia relativa às coisas divinas.
Teoria de Deus e trata da “substância suprassensível”.
Para tratar das causas e dos princípios primeiros, isto
é, das condições e fundamentos daquilo que é
TEORIA DAS QUATRO CAUSAS
1. Causa material: aquilo de que é composta
toda realidade sensível
2. Causa formal: é forma, a natureza e a
essência de cada realidade singular
3. Causa eficiente: aquilo que produz geração,
movimento, transformação. O que atua sobre
a matéria imprimindo a forma
4. Causa final: aquilo a que toda coisa tende, a
finalidade.
Para Aristóteles o ser tem múltiplos significados
e classifica em quatro grupos de modos do ser:
1) para significar o que um objeto é em si: ele se
divide, então, conforme as diferenças
categoriais (substância + acidentes).
2) se diz igualmente do que é em potência e do
que é em ato.
3) se diz seja para significar o que convém
acidentalmente a um objeto (ser como
acidente). Ex.: O homem é músico.
4) pode ser sinônimo de verdadeiro (e o não-ser
como falso)
Na obra Categorias, IV, 1b
“As palavras sem combinação umas com as outras
significam por si mesmas uma das seguintes coisas: o que
(substância), o quanto (quantidade), o como (qualidade),
com o que se relaciona (relação), onde está (lugar), quando
(tempo), como está (estado), em que circunstância (hábito),
atividade (ação) e passividade (paixão). Dizendo de modo
elementar, são exemplos de substância, homem, cavalo; de
quantidade, de dois côvados de largura, ou de três côvados
de largura; de qualidade, branco, gramatical; de relação,
dobro, metade, maior; de lugar, no Liceu, no Mercado; de
tempo, ontem, o ano passado; de estado, deitado, sentado;
de hábito, calçado, armado; de ação, corta, queima; de
paixão, é cortado, é queimado .”
Exemplo daquilo que podemos afirmar de
algo (usando as 10 categorias):
Pedro, estudioso, com dois metros de altura,
(Substância) (qualidade) (quantidade)
é menor do que Paulo, tem dinheiro e lê jornal,
(relação) (ter/hábito) (ação)
sentado, no pátio, depois do café, embora
(posição) (lugar) (tempo)
sofra de asma.
(paixão)
Substância/acidentes
• Substância = sujeito, congrega os acidentes, é a
parte primeira, é o ato. Um sujeito último que
sustenta entes desprovidos de existência própria.
• Os acidentes não existem por si, estão em
potência, são acidentais, são os possíveis
predicados de um sujeito. É um tipo de ser que
não é sempre nem o mais das vezes, mas às
vezes, casual. Aqui não há ciência.
• Essência = aquilo que é o que é, sem acidentes.
Está na substância (ousia).
Ato e Potência: ato é qualquer perfeição do sujeito
(aquilo que tem atualmente) e potência é a capacidade
de ter uma perfeição (aquilo que pode vir a ter).
A solução para o problema da disputa entre Heráclito
(devir) e Parmênides ( o ser é e o não ser não é) via
teoria hilemórfica: os seres são compostos de matéria
e forma, de ato (que explica o aspecto estático) e
potência (que explica o aspecto dinâmico).
Diante da captação do movimento, chega-se a um
substrato que permanece (matéria prima) e outro que
muda (forma substancial): o movimento é a passagem
da potência para o ato (atualização das
potencialidades de um ente).
Princípios lógico-metafísicos básicos:
1) Princípio da não contradição:
“É impossível ser e não ser ao mesmo tempo e sob o
mesmo aspecto”
• Significa que as coisas não podem ser contraditórias
(um homem não é um rato; um rato é um não-
homem);
• Pode-se pensar em coisas contraditórias, mas que
não correspondem à realidade;
• Esse princípio, por ser o primeiro e intuitivo, não se
demonstra;
• É básico, mas dele não se pode deduzir toda a
ordem lógica ou real.
2) Princípio do terceiro excluído:
“Não há termo médio entre o ser e o não ser, entre a
afirmação e a negação”.
(termo médio significa que as coisas são ou não são:
não existe o mais ou menos, a própria passagem da
potência para o ato mostra isso)
3) Princípio da identidade: “O ser é, o não ser não é”
(cada coisa é aquilo que é e não outra)
4) Princípio da causalidade: “Todo efeito tem uma
causa” (tudo o que começa a ser é causado)
5) Princípio da finalidade: “Todo agente age por um
fim” (agir sem um fim não tem sentido)
A substância suprassensível = Motor não
movido = Deus
• Existência demonstrada a partir do tempo e do
movimento
• A causa do tempo e do movimento é o 1o Motor
• O 1º Motor move o mundo por atração (é causa final), por
ser mais perfeito: “Pensamento de Pensamento”
• Por ser pensamento que pensa a si mesmo não tem
matéria, então é ato puro.
• O 1º Motor move diretamente a primeira esfera celeste,
existem outras 55 Inteligências que movem as outras
esferas.
• O 1º Motor é eterno, não cria o mundo, mas o move.
Desdobramentos do sentido de
metafísica no período medieval
• Os medievais também consideravam como
"metafísicas" tanto as investigações sobre a
natureza de Deus e de suas relações com o
mundo, como as pesquisas sobre as
características mais abrangentes da realidade.
Mas como o conteúdo da teologia estava
determinado pela revelação da Doutrina Sagrada,
a questão das relações entre metafísica e teologia
ganha destaque central, juntamente com a
principal questão: fé e razão.
• Quase todos os autores concordaram em que a
metafísica é uma ciência primeira e uma filosofia
primeira. Mas, atrás disto, vêm as divergências.
Referências e sugestões:
• ARISTÓTELES. Metafísica. Introdução, texto grego com tradução e comentário
de Giovanni Reale. 2. ed., Tradução de Marcelo Perine, São Paulo: Loyola,
2005. 3 vol.
• BERTI, Enrico. Estrutura e significado da metafísica de Aristóteles. São Paulo:
Paulus, 2012.
• REALE, G.;ANTISERI, D. História da filosofia. 2. ed., São Paulo: Paulus, 2004,
(vol. 1 e 2)
• ZINGANO, M. (org.). Sobre a metafísica de Aristóteles (textos selecionados),
São Paulo: Odysseus, 2005.
• ROSSET, L; FRANGIOTTI, R. Metafísica antiga e medieval. São Paulo: Paulus,
2012.
• ANGIONI, Lucas. Comentário ao Livro XII da Metafísica de Aristóteles. In Cad.
Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 15, n. 1, p.171-200, jan.-jun. 2005.
Disponível em https://philpapers.org/archive/ANGCAL.pdf
• Tem vários artigos sobre metafísica na Idade Média
https://www.ricardocosta.com/sites/default/files/livros/pdf/xiiicongrintfilme
d.pdf
• Um artigo muito interessante de Lima Vaz:
https://www.google.com/search?q=metafisica+na+idade+media+por+Luis+A.
+De+Boni&rlz=1C1CHBD_pt-
PTBR912BR912&ei=NSFJX7utJ7bZ5OUP25qk4AU&start=10&sa=N&ved=2ahU
KEwj7m_P3mb7rAhW2LLkGHVsNCVwQ8tMDegQICxAz&biw=1366&bih=657

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  • 1. METAFÍSICA “Todos os homens desejam naturalmente conhecer.” (Met. I 980a,1) Prof. Dr. Idalgo J. Sangalli Curso de Filosofia - UCS 2020
  • 2. Do que é formado o ser humano? • De acordo com o Gênesis, são necessários três elementos: (a) o elemento material terra; (b) o sopro vital, elemento espiritual comunicado na matéria; (c) a alma vivente, que é o resultado da operação realizada por Deus, assoprando o Espírito na matéria. A animação impressa sobre o corpo de Adão não é uma substância-alma. Alma e espírito podem ser projetados de forma independente. • Mas a ideia de alma judaico-cristã em seus conceitos básicos em sua maior parte não se originam da Sagrada Escritura, nem da pregação de Cristo. São derivados das mais variadas fontes, principalmente do mundo pagão e, de modo particular, do pensamento grego, em que a alma era entendida, por exemplo, como "elemento/parte do mundo" (pré-socráticos, estóicos e epicuristas), "o princípio do ser" (Aristóteles), "o princípio do movimento" (Platão e os neoplatônicos).
  • 3. As dimensões do ser humano • Do ponto de vista meramente corpóreo, somos como qualquer coisa material e animal (coisas físicas/químicas/biológicas que ocupam espaço e tempo) • Mas não somos qualquer coisa, além do corpo temos uma psique/anima: ser humano racional (pessoa). Somos intelecto (alma racional) e sensibilidade (alma não racional). Como seres humanos ativos temos ao menos três dimensões que indicam direções em que nossas atividades comandadas pela razão podem nos levar. Que atividades são essas? Fazer - Agir - Conhecer
  • 4. A divisão dos conhecimentos ou saberes humanos pode ser sintetizada em três dimensões: • PRODUTIVO: O homem como fazedor (artista ou artesão), que produz/faz coisas (artificiais), que possui um saber fazer coisa. Ex.: sapateiro, construtor, médico... • PRÁTICO: O homem como ser moral e social, como ator, capaz de agir para o bem ou para o mal, de modo certo ou errado, justo ou injusto, que sabe escolher e decidir como agir para ser virtuoso e alcançar a felicidade. Ex.: qualquer pessoa (cidadão) na comunidade. • TEORÉTICO: O homem como conhecedor, como ser que aprende, que adquire toda sorte de conhecimentos a fim de simplesmente conhecer, inclusive sobre o próprio conhecimento. Pensamento teórico voltado para o conhecimento enquanto tal. Ex.: o cientista e o filósofo.
  • 5. A divisão das ciências (as virtudes intelectuais), segundo Aristóteles • Produtiva: techne = arte/técnica [saber fazer e produzir coisas, criar] ciências poiéticas: poesia, medicina, construção de casas, navios... • Prática: phronesis = ética, economia e política [ação, saber agir bem ou mal em busca da perfeição moral] • Teorética (busca o saber em si mesmo): a) episteme = ciência, conhecimento científico [conhecer]: matemática, física, biologia, etc; b) sophia = sabedoria filosófica [contemplar]: Filosofia primeira e Teologia (= metafísica que tem o primado sobre as demais ciências). c) nous = intelecto/razão intuitiva (fornece os 1º princípios do conhecimento.
  • 6. QUE QUESTÕES SÃO ESSAS? • O que é uma coisa? É sempre a mesma (o ser é e o não-ser não é) ou pode mudar (devir) e ainda assim manter sua identidade originária, individual? • O ser de uma coisa se esgota no aparecer, isto é, nos aspectos identificados pelas nossas sensações? Ou o ser de algo está além dos limites de nossas experiências, entra no domínio das atividades racionais do intelecto, da abstração, do conceito? O que é o uno e o múltiplo? • O real é capturado pela experiência sensorial ou pela razão ou por ambos? É imanente ou transcendente? • O que é um objeto? O que é a subjetividade? • O que é o corpo? A alma? A consciência? Deus existe? • A pergunta metafísica radical: “por que há o ser e não o nada?” • A pergunta fundamental: O QUE É? (existir e essência)
  • 7. A pergunta pelo ser • Surge pela dúvida, pela característica questionadora do ser humano de ir além da realidade simplesmente dada e percebida passivamente pelos sentidos. Com o uso da razão, questiona pra buscar o fundamento constitutivo do real. Coincide com o próprio nascimento da Filosofia. • Com o uso da capacidade reflexiva percebe que antes das coisas existirem, elas são. • A metafísica é o perguntar sobre o ser, sobre o fundamento último das coisas, sobre os princípios primeiros e constitutivos da realidade.
  • 8. História da metafísica em quatro períodos: • 1º período: Pré-socráticos até o início da modernidade (em torno de 2000 anos) a) Poema de Parmênides, Platão, Aristóteles b) Neoplatonismo, estoicismo e gnosticismo c) A reelaboração da metafísica grega pelas três grandes religiões monoteístas (metafísica cristã – Patrística e Escolástica - metafísica islâmica)
  • 9. Platão e Aristóteles: detalhe da Escola de Atenas, de Rafaello
  • 10. "O Jardim das Delícias“ por Herrad von Landsberg – na Abadia de Honenburg na Alsácia- fins do século XII
  • 11. “Eu, a Arte (de ars, saber, teoria, disciplina) da Filosofia, rejo as esferas dos planetas [os deuses] e distingo sete artes minhas subordinadas” “Toda a sabedoria vem de Deus; [Eclesiástico 1,1; 1,5]. Só aos sábios é concedido fazer tudo o que desejam [Boécio, Consolatio IV, prosa 2]”
  • 12. • 2º período: com Descartes - metafísica clássica ou moderna (racionalistas e empiristas) até Hume (séc. XVIII) em que ocorre a grande crise da metafísica, especialmente de vinculação religiosa e realista. • 3º período: Kant (séc. XVIII) e o idealismo (Hegel) – o fim da metafísica clássica - até a fenomenologia de Husserl (séc. XX) [Obs. Enquanto teoria geral que engloba Deus, Homem e Universo poderia ser considerado de Platão até Hegel]. • 4º período: ontologia contemporânea: são retomados aspectos do idealismo, da fenomenologia, isto é, do paradigma da consciência e do paradigma da linguagem, e se constituirá numa nova ontologia e o anúncio reinterado do fim da metafísica, do pensamento pós-metafísico.
  • 13. “ta meta ta physika” = o que vem depois da física • Meta = para além de, de trás /depois ou sobre ou supra/acima. • Física = o mundo/coisas percebidas pelos sentidos e estudados em seu aparecer fenomênico (aquilo que aparece aos sentidos) • Embora a questão do autor do título continue aberta (hipótese de que teria sido um dos peripatéticos, como Eudemo de Rodes), apareceu pela primeira vez como uma denominação especial na classificação das obras de Aristóteles feita por Andrônico de Rodes (séc. I a.C). Como os livros que tratam da Filosofia primeira foram colocados, na edição das obras do Estagirita, na sequência aos livros da Física, chamou-se “os que estão detrás da física”. Esta designação, cujo sentido primitivo parece ser puramente classificador, teve posteriormente um significado mais profundo, pois, com os estudos que são objeto da Filosofia primeira, se constitui um saber que pretende penetrar no que está situado para além ou detrás do ser físico enquanto tal.
  • 14. Meta = depois • Depois = significa aquela ciência que estuda a realidade que para nós vem depois daquelas físicas. De fato, a nossa mente/espírito está estruturada de modo tal que primeiro compreende as coisas que estão mais próximas de nós, ou seja, as coisas sensíveis e físicas, e somente depois podemos considerar as coisas não-físicas. Isso se refere a ordem com a qual nós adquirimos o nosso conhecimento. A ciência, enquanto construção humana, vem depois do mundo físico. • Aquilo que para nós vem primeiro (ou seja, é anterior), por natureza (ou seja, em si e per si) é posterior, e vice- versa: as coisas físicas para nós são primeiras, mas por natureza são segundas, e as coisas suprafísicas são para nós segundas, mas por natureza primeiras.
  • 15. Meta = supra/acima • Supra/acima = aquela ciência da realidade que está para além, acima, por sobre aquelas físicas, ou seja, a ciência das coisas supra-físicas. Desse modo, seria o conhecimento direto das realidades não-sensíveis, as transcendentes. • Embora muitos interpretaram como sentidos contrastantes, na verdade ambos sentidos são complementares, como o demonstra abundantemente ao longo dos 14 livros da obra aristotélica. • Contudo há certa ambiguidade quanto à delimitação do objeto de estudo. Em certos trechos, ele afirma que o propósito é investigar as causas primeiras de todas as coisas, em especial, o primeiro motor do universo. (uma disciplina como a biologia, a psicologia e a física – com um campo de investigação próprio e objetos específicos). Em outros momentos, diz que seria a ciência que investiga a realidade em seus traços mais abrangentes e universais.
  • 16. A interpretação dos antigos comentadores • Simplício (séc. VI d. C.) = a ciência que trata das realidades inteiramente “separadas da matéria” e se chamaria justamente metafísica, enquanto é uma ciência que se põe acima/supra das coisas físicas, as coisas suprafísicas, isto é, das realidades transcendentes. • Alexandre de Afrodisia (c. II d. C.) e também Asclépio (séc. VI d. C.) consideram “meta” na relação de sucessão de nossos conhecimentos. Aristóteles teria primeiro tratado da física (objeto é por natureza posterior, mas para nós é anterior) e em segundo, tratado das coisas divinas (metafísica), que são por natureza anterior, são para nós posterior. Então, a metafísica é a ciência que para nós vem depois da física, segundo a ordem de como adquirimos nosso conhecimento.
  • 17. Estuda “o ser enquanto ser” • Segundo Aristóteles, há uma ciência que estuda o ser enquanto ser; investiga os primeiros princípios e as principais causas do ser. Merece, por isso, ser chamada Filosofia primeira, diferente de qualquer filosofia segunda. Aquilo que é enquanto é, tem certos princípios, que são os axiomas, e estes aplicam-se a qualquer substância enquanto substância e não a este ou àquele tipo de substância. • Aquilo a que chama Filosofia primeira, ao ocupar-se do ser como/enquanto ser, das suas determinações, princípios, etc, ocupa-se de algo que é, na ordem do que é, na ordem também do seu conhecimento. Mas pode-se entender este ser superior ou supremo de dois modos: ou como estudo formal daquilo que depois se irá chamar formalidades, e, nesse caso, a metafísica será aquilo que depois se irá chamar ontologia, ou então como estudo da substância separada e imóvel — o primeiro motor, Deus — e nesse caso será, como Aristóteles lhe chama, “filosofia teológica”, isto é, teologia.
  • 18. • Partindo do conceito de ciência como o estudo das causas e princípios de coisas, seres e fenômenos, Aristóteles define a Filosofia Primeira como a ciência mais elevada, pois ela se ocupa de estudar as causas e princípios últimos de toda a realidade, todos os seres, sem restrição. Enquanto as demais ciências investigam coisas particulares (como a matemática estuda os números, a física estuda a natureza física), a “metafísica” se dedica à substância de todas as coisas. • A metafísica aristotélica inaugura a noção do conhecimento como algo global e não compartimentado, fragmentando, conforme as ciências “especializadas” da época costumavam fazer. Assim ele afirma que a realidade no seu todo é passível de ser estudada. Ela vai virar a rainha das ciências. • Uma das principais funções da Filosofia Primeira (metafísica), partindo dos primeiros princípios e seguindo as regras lógicas do pensamento, seria a de identificar as categorias a que as coisas pertencem e estabelecer as relações entre essas categorias. (veremos logo adiante)
  • 19. Quatro modos da definição de Metafísica (segundo G. Reale) 1. A ciência que “indaga as causas e os princípios primeiros e supremos” que condicionam toda a realidade, que fundam os seres em sua totalidade 2. A ciência que “indaga o ser enquanto ser e as propriedades que lhe cabem enquanto tal” (ao porquê que explica a realidade em sua totalidade) 3. A ciência que “indaga a substância (ousia)”. Como o ser tem múltiplos significados, dos quais o de substância não só é o principal, mas até mesmo o fundamento de todos os outros. Então, é ciência das causas e dos princípios da substância. 4. A ciência que “indaga Deus e a substância suprassensível”. Teologia relativa às coisas divinas. Teoria de Deus e trata da “substância suprassensível”.
  • 20. Para tratar das causas e dos princípios primeiros, isto é, das condições e fundamentos daquilo que é TEORIA DAS QUATRO CAUSAS 1. Causa material: aquilo de que é composta toda realidade sensível 2. Causa formal: é forma, a natureza e a essência de cada realidade singular 3. Causa eficiente: aquilo que produz geração, movimento, transformação. O que atua sobre a matéria imprimindo a forma 4. Causa final: aquilo a que toda coisa tende, a finalidade.
  • 21. Para Aristóteles o ser tem múltiplos significados e classifica em quatro grupos de modos do ser: 1) para significar o que um objeto é em si: ele se divide, então, conforme as diferenças categoriais (substância + acidentes). 2) se diz igualmente do que é em potência e do que é em ato. 3) se diz seja para significar o que convém acidentalmente a um objeto (ser como acidente). Ex.: O homem é músico. 4) pode ser sinônimo de verdadeiro (e o não-ser como falso)
  • 22. Na obra Categorias, IV, 1b “As palavras sem combinação umas com as outras significam por si mesmas uma das seguintes coisas: o que (substância), o quanto (quantidade), o como (qualidade), com o que se relaciona (relação), onde está (lugar), quando (tempo), como está (estado), em que circunstância (hábito), atividade (ação) e passividade (paixão). Dizendo de modo elementar, são exemplos de substância, homem, cavalo; de quantidade, de dois côvados de largura, ou de três côvados de largura; de qualidade, branco, gramatical; de relação, dobro, metade, maior; de lugar, no Liceu, no Mercado; de tempo, ontem, o ano passado; de estado, deitado, sentado; de hábito, calçado, armado; de ação, corta, queima; de paixão, é cortado, é queimado .”
  • 23. Exemplo daquilo que podemos afirmar de algo (usando as 10 categorias): Pedro, estudioso, com dois metros de altura, (Substância) (qualidade) (quantidade) é menor do que Paulo, tem dinheiro e lê jornal, (relação) (ter/hábito) (ação) sentado, no pátio, depois do café, embora (posição) (lugar) (tempo) sofra de asma. (paixão)
  • 24. Substância/acidentes • Substância = sujeito, congrega os acidentes, é a parte primeira, é o ato. Um sujeito último que sustenta entes desprovidos de existência própria. • Os acidentes não existem por si, estão em potência, são acidentais, são os possíveis predicados de um sujeito. É um tipo de ser que não é sempre nem o mais das vezes, mas às vezes, casual. Aqui não há ciência. • Essência = aquilo que é o que é, sem acidentes. Está na substância (ousia).
  • 25. Ato e Potência: ato é qualquer perfeição do sujeito (aquilo que tem atualmente) e potência é a capacidade de ter uma perfeição (aquilo que pode vir a ter). A solução para o problema da disputa entre Heráclito (devir) e Parmênides ( o ser é e o não ser não é) via teoria hilemórfica: os seres são compostos de matéria e forma, de ato (que explica o aspecto estático) e potência (que explica o aspecto dinâmico). Diante da captação do movimento, chega-se a um substrato que permanece (matéria prima) e outro que muda (forma substancial): o movimento é a passagem da potência para o ato (atualização das potencialidades de um ente).
  • 26. Princípios lógico-metafísicos básicos: 1) Princípio da não contradição: “É impossível ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto” • Significa que as coisas não podem ser contraditórias (um homem não é um rato; um rato é um não- homem); • Pode-se pensar em coisas contraditórias, mas que não correspondem à realidade; • Esse princípio, por ser o primeiro e intuitivo, não se demonstra; • É básico, mas dele não se pode deduzir toda a ordem lógica ou real.
  • 27. 2) Princípio do terceiro excluído: “Não há termo médio entre o ser e o não ser, entre a afirmação e a negação”. (termo médio significa que as coisas são ou não são: não existe o mais ou menos, a própria passagem da potência para o ato mostra isso) 3) Princípio da identidade: “O ser é, o não ser não é” (cada coisa é aquilo que é e não outra) 4) Princípio da causalidade: “Todo efeito tem uma causa” (tudo o que começa a ser é causado) 5) Princípio da finalidade: “Todo agente age por um fim” (agir sem um fim não tem sentido)
  • 28. A substância suprassensível = Motor não movido = Deus • Existência demonstrada a partir do tempo e do movimento • A causa do tempo e do movimento é o 1o Motor • O 1º Motor move o mundo por atração (é causa final), por ser mais perfeito: “Pensamento de Pensamento” • Por ser pensamento que pensa a si mesmo não tem matéria, então é ato puro. • O 1º Motor move diretamente a primeira esfera celeste, existem outras 55 Inteligências que movem as outras esferas. • O 1º Motor é eterno, não cria o mundo, mas o move.
  • 29. Desdobramentos do sentido de metafísica no período medieval • Os medievais também consideravam como "metafísicas" tanto as investigações sobre a natureza de Deus e de suas relações com o mundo, como as pesquisas sobre as características mais abrangentes da realidade. Mas como o conteúdo da teologia estava determinado pela revelação da Doutrina Sagrada, a questão das relações entre metafísica e teologia ganha destaque central, juntamente com a principal questão: fé e razão. • Quase todos os autores concordaram em que a metafísica é uma ciência primeira e uma filosofia primeira. Mas, atrás disto, vêm as divergências.
  • 30. Referências e sugestões: • ARISTÓTELES. Metafísica. Introdução, texto grego com tradução e comentário de Giovanni Reale. 2. ed., Tradução de Marcelo Perine, São Paulo: Loyola, 2005. 3 vol. • BERTI, Enrico. Estrutura e significado da metafísica de Aristóteles. São Paulo: Paulus, 2012. • REALE, G.;ANTISERI, D. História da filosofia. 2. ed., São Paulo: Paulus, 2004, (vol. 1 e 2) • ZINGANO, M. (org.). Sobre a metafísica de Aristóteles (textos selecionados), São Paulo: Odysseus, 2005. • ROSSET, L; FRANGIOTTI, R. Metafísica antiga e medieval. São Paulo: Paulus, 2012. • ANGIONI, Lucas. Comentário ao Livro XII da Metafísica de Aristóteles. In Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 15, n. 1, p.171-200, jan.-jun. 2005. Disponível em https://philpapers.org/archive/ANGCAL.pdf • Tem vários artigos sobre metafísica na Idade Média https://www.ricardocosta.com/sites/default/files/livros/pdf/xiiicongrintfilme d.pdf • Um artigo muito interessante de Lima Vaz: https://www.google.com/search?q=metafisica+na+idade+media+por+Luis+A. +De+Boni&rlz=1C1CHBD_pt- PTBR912BR912&ei=NSFJX7utJ7bZ5OUP25qk4AU&start=10&sa=N&ved=2ahU KEwj7m_P3mb7rAhW2LLkGHVsNCVwQ8tMDegQICxAz&biw=1366&bih=657