1) O documento descreve o Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf) que fornece assistência técnica gratuita a pequenos produtores rurais em São Paulo.
2) O Prosaf identificou a praga greening afetando pomares de citrus em Tremembé através de capacitações e análises de laboratório.
3) As ações do Prosaf, em parceria com outras instituições, ajudaram os produtores a controlar a praga e proteger sua produção e meios de subsistência.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Diário Oficial SP - Prosaf capacita produtores rurais
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (189) quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Volume 126 • Número 76 • São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2016 www.imprensaoficial.com.br
Palácio dos Bandeirantes • Av. Morumbi 4.500 • Morumbi • São Paulo • CEP 05650-000 • Tel. 2193-8000
Volume 126 • Número 189 • São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 2016 www.imprensaoficial.com.br
Geraldo Alckmin - GovernadorEstado de São Paulo
Poder
Executivo
seção I
ferecer assistência técnica ao peque-
no produtor rural ao longo de todo
o processo produtivo. Essa é a pro-
posta do Programa de Sanidade em
Agricultura Familiar (Prosaf), ini-
ciativa da Secretaria Estadual de
Agricultura e Abastecimento (SAA)
para melhorar a qualidade de vida
dos agricultores e também dos ali-
mentos produzidos no Estado. Des-
de sua criação, em 2009, o progra-
ma promoveu 63 capacitações em
32 municípios paulistas.
Produtor rural de pequeno porte tem
assistência permanente do Estado
Instituto Biológico
capacita assentados e
cooperados nas áreas de
sanidade animal, vegetal
e ambiental; meta é
garantir a sustentabilidade
desses empreendimentos
SERVIÇO
Prosaf – https://goo.gl/BRkbt9
Telefone (11) 5087-1704
E-mail hojo@biologico.sp.gov.br
Fundecitrus – www.fundecitrus.com.br
Instrução Normativa nº 53/2008
https://goo.gl/yKi1GO
O
Executado por técnicos, agrô-
nomos, veterinários e profissionais
de diversas formações, o Prosaf
transferiu conhecimento a mais de
3 mil produtores. Gratuito, o servi-
ço do Instituto Biológico (IB) aten-
de o produtor nas áreas de sanidade
animal, vegetal e ambiental em um
trabalho realizado em parceria com
outros órgãos da SAA, como Agência
Paulista de Tecnologia dos Agro-
negócios (APTA), Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (Cati),
Coordenadoria de Defesa Agrope-
cuária do Estado (CDA) e Fundação
Instituto de Terras do Estado (Itesp),
entre outros.
Ilimitado – Responsável pela ação,
a agrônoma Harumi Hojo, do IB, destaca a
multiplicidade de temas abordados. Inclui
controle biológico de pragas em hortifrútis
(maracujá, lichia, tomate) e plantas orna-
mentais (orquídea, gérbera, rosa), manejo
de infestações de carrapatos (em bovinos)
e de ácaros e estratégias para aprimorar a
qualidade do leite.
“Nenhuma solicitação fica sem respos-
ta, inclusive as mais específicas”, garan-
te Harumi. Com Antonio Batista Filho,
diretor-geral do IB, ela ressalta a impor-
tância de o Estado apoiar, com tecnologia
e assistência técnica, o pequeno produtor,
para fortalecer e garantir a sustentabilida-
de desse elo “fundamental e estratégico” da
cadeia produtiva.
Segundo dados de 2015 do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), 70% dos alimentos consumidos
no País têm origem na agricultura familiar,
assentamentos e cooperativas.
Praga – Um dos serviços mais recen-
tes do Prosaf foi o atendimento a 34 citri-
cultores do Assentamento Conquista, de
Tremembé, no Vale do Paraíba. O grupo
identificou no final de 2014 a queda na pro-
dutividade da tangerina ponkan. Menor
tamanho, pouco suco e aspecto defor-
mado levantaram a suspeita de greening
(Huanglongbing/HLB), a mais destruti-
va praga da citricultura mundial, até então
sem registro na região.
O grupo comunicou o fato ao Polo da
APTA, em Taubaté, que repassou a suspei-
ta ao IB, para orientação técnica e análises
laboratoriais no âmbito do Prosaf. “Além do
apoio permanente prestado pelo Itesp aos
assentados, solicitamos ao Fundo de Defesa
da Citricultura (Fundecitrus) a indicação de
um especialista para capacitar os produto-
res em suas propriedades, em Tremembé”,
conta Harumi.
Campo – Em setembro de 2015, além
da palestra e do material didático recebido,
os assentados aprenderam, com o agrôno-
mo Guilherme Rodriguez, do Fundecitrus,
a monitorar, com armadilhas adesivas nas
árvores, a infestação da Diaphorina citri.
Esse inseto do gênero psilídeo é o trans-
missor da bactéria Candidatus liberibacter
sp., causadora da doença – e a quantidade
dessa espécie no pomar é um dos indicati-
vos de greening.
No trabalho de campo foi feita a coleta
de folhas e frutos para análises laborato-
riais mais detalhadas no IB, realizadas pela
equipe do pesquisador Ricardo Harakava.
“A citricultura paulista gera muitos empre-
gos e renda para o País. Nesses encontros
em Tremembé, todos se uniram para o
combate da doença: produtores, prefeitura,
Governo do Estado e Fundecitrus”, contou
o agrônomo do Fundecitrus, sublinhado o
fato de o site da instituição ter disponíveis
a legislação e os meios de prevenção da
doença (ver serviço).
Erradicação – A Instrução Nor-
mativa nº 53/2008 do Mapa determina que
todo citricultor com mais de 200 pés de
citros precisa manter cadastro na Coorde-
nadoria de Defesa Agropecuária e informar,
a cada seis meses, a sanidade do pomar. A lei
obriga a eliminação da área cultivada se 28%
dos exemplares apresentarem sintomas de
greening. Casos de descumprimento podem
resultar em multa de 500 a 3,5 mil Ufesps
(R$ 23,55 cada, hoje).
Prevenção – Com 3 mil pés de tan-
gerina e laranja, Luís Bustos foi o primeiro
citricultor a desconfiar da existência de gre-
ening em seu pomar. Nele, trabalham sua
mulher e filho, e a peste obrigou a família a
derrubar 1,5 mil árvores. Dessas, mil foram
replantadas. A vigilância passou a ser per-
manente: “Hoje, graças ao apoio do IB, tão
logo entro no laranjal sei qual pé está con-
taminado”, revela Bustos.
O controle fitossanitário tem sido satis-
fatório, pois, segundo ele, o grupo percebeu
a necessidade de adoção de medidas preven-
tivas para conter a multiplicação do vetor da
doença. Outras medidas são: a verificação
diária das plantas em busca de sintomas;
pulverização regular; plantio de cerca viva
para dificultar a dispersão do transmissor;
replantio com mudas certificadas (como as
produzidas pela Cati); dificultar o acesso de
pessoas estranhas nos plantios, para evitar
contaminações, entre outras.
“Para os assentados de Tremembé a
visita à sede do IB, em maio, foi inesque-
cível. Nesse dia, conheceram os laborató-
rios onde foram analisadas as amostras
de seus pomares e receberam os resulta-
dos”, lembrou.
Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
FERNANDESDIASPEREIRA
FERNANDESDIASPEREIRA
TERESAPARANHOS
Bustos, primeiro citricultor de Conquista a desconfiar da existência de greening em seu pomar
Pé de laranja contaminado pelo greening
Harumi e Batista: Apoio do Estado é fundamental
A IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO SA garante a autenticidade deste documento
quando visualizado diretamente no portal www.imprensaoficial.com.br
quinta-feira, 6 de outubro de 2016 às 02:22:40.