SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 67
Introdução à Sinalização Celular
Profª Ms Adriana Feltrin
Bioquímica Farmacêutica e Molecular
Curso: Farmácia - 4º Semestre
Sinalização Celular
INTRODUÇÃO
 Em organismos multicelulares, é essencial que as células se
comuniquem, possibilitando ações coordenadas.
 Essa comunicação se dá através de moléculas que uma
determinada célula produz e coloca no meio extracelular
para serem então percebidas pelas outras células.
Sinalização Celular
INTRODUÇÃO
 chamamos a célula que lançou a molécula de célula sinalizadora, a
molécula que leva a informação de ligante e a célula que percebeu a
presença do ligante no meio de célula-alvo
Sinalização Celular - Tipos de sinalização
De acordo com a meia-vida* da molécula sinalizadora e de quais
células possuem receptores para aquele sinal, podemos classificar os
tipos de sinalização como Parácrina, Autócrina, Dependente de
contato, Endócrina e Neuronal.
* meia-vida de uma substância é o tempo que leva para que uma
determinada quantidade dela perca metade de sua atividade.
Sinalização Celular - Tipos de sinalização
a) Parácrina
A molécula sinalizadora tem vida curta e os receptores estão nas
células próximas. Nesse caso, a molécula sinalizadora é chamada de
mediador local.
Sinalização Celular - Tipos de sinalização
b) Autócrina
A molécula sinalizadora tem vida curta e o receptor está na própria célula
que emitiu o sinal.
Sinalização Celular - Tipos de sinalização
c) Dependente de Contato
A molécula sinalizadora não é secretada, ficando exposta na
superfície da célula sinalizadora, e a célula-alvo precisa fazer contato para
que o receptor possa se ligar
Sinalização Celular - Tipos de sinalização
d) Endócrina
molécula sinalizadora tem vida longa, é lançada na corrente sanguínea e
vai atingir células-alvo em locais distantes. Nesse caso, a molécula
sinalizadora é chamada de hormônio.
Sinalização Celular - Tipos de sinalização
e) Neuronal
Nessa situação, a molécula sinalizadora, chamada neurotransmissor, viaja
grandes distâncias, mas não no sangue ou no meio extracelular e sim dentro de
prolongamentos celulares dos neurônios, os axônios.
Atinge a célula-alvo longe do
corpo celular do neurônio que
emitiu o sinal, mas próximo do
axônio onde a molécula
sinalizadora foi secretada
Um sinal pode gerar muitas respostas
diferentes
Quando a molécula sinalizadora é secretada no meio extracelular, ela entrará
em contato com várias células, mas apenas um pequeno número restrito delas
responderá ao sinal, porque apenas algumas expressam o receptor capaz
de reconhecer a molécula sinalizadora
Na corrente sanguínea circulam muitos
hormônios, secretados por diferentes
células, que atingirão várias células,
mas só algumas expõem o receptor
adequado.
Um sinal pode gerar muitas respostas
diferentes
Um neurônio possui diferentes prolongamentos para alcançar as células que
possuem os receptores capazes de reconhecer o neurotransmissor
Um sinal pode gerar muitas respostas
diferentes
Um exemplo disso é o neurotransmissor acetilcolina, que serve de
sinalizador para células-alvo diversas, que reagem de modo diferente ao
mesmo sinal:
• Uma célula muscular esquelética vai se contrair quando seu receptor de
acetilcolina reconhecer esse neurotransmissor no meio;
• Já no músculo cardíaco, a freqüência de contração da célula muscular
cardíaca diminui na presença dessa molécula;
• A célula da glândula salivar, que expressa o mesmo receptor da célula
cardíaca, vai provocar uma resposta diferente: a secreção de saliva.
Diferentes tipos celulares
respondem diferentemente à
mesma molécula-sinal
extracelular
Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes
Diferentes sinais recebidos por uma célula-alvo podem modular seu
comportamento. A célula que não recebe nenhum sinal acaba
morrendo.
A simples manutenção da vida
celular já depende de várias
informações sinalizadas pelas
moléculas A, B e C.
Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes
Comportamentos mais complexos, como a proliferação e a diferenciação,
requerem sinalizadores específicos, representados por D, E, F e G.
Tipos de receptores
Qual o tipo de receptor mais adequado para receber um determinado sinal? Isso
depende de que tipo de molécula esse sinal for:
a) se a molécula sinalizadora for pequena e/ou hidrofóbica (Lipossolúvel) o
suficiente para atravessar a membrana, o receptor deve ser intracelular;
Tipos de receptores
b) se a molécula sinalizadora não puder atravessar a membrana, o receptor terá de
estar obrigatoriamente na membrana plasmática, exposto na superfície celular.
Tipos de receptores
Moléculas-sinal
Incluem:
o proteínas,
o peptídeos pequenos,
o aminoácidos,
o nucleotídeos,
o esteróides,
o retinóis,
o derivados de ácidos graxos,
o gases dissolvidos: como o monóxido
nítrico (NO) e monóxido de carbono
(CO).
Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
O exemplo mais notável desse tipo de sinalização é o do óxido nítrico (NO).
O gás NO é produzido pela desaminação do aminoácido arginina, catalisada
pelas enzimas chamadas de óxido nítrico-sintases (NOS)
Três NO-sintases já foram identificadas
eNOS – endotélio;
nNOS – neural e muscular;
iNOS – (hepatócitos, macrófagos, monócitos e
neutrófilos)
O NO possui uma meia vida curta , e 5 a 10 segundos no espaço extracelular antes
de se converter em nitrato e nitrito pela ação do oxigênio e água
Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
NO
Fosfodiesterase
PDE5
5`-GMP
relaxamento da musculatura lisa
dos vasos sanguíneos do corpo
cavernoso
GTP – guanilato
trifosfato
GMP – guanilato
monofosfato
EREÇÃO
Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
Outras moléculas sinalizadoras hidrofóbicas também são capazes de
atravessar membranas e têm vida muito mais longa (são moléculas muito mais
estáveis). Elas são produzidas e secretadas por células glandulares, viajando
grandes distâncias pela corrente sanguínea até achar células-alvo.
Essas moléculas sinalizadoras são chamadas hormônios.
Como são hidrofóbicas, têm problemas para viajar pela corrente
sanguínea e o meio extracelular, que são aquosos.
Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
As moléculas sinalizadoras hidrofóbicas precisam associar-se a moléculas
hidrofílicas que tenham um sítio capaz de acomodá-la.
Essa molécula hidrofílica, que chamamos carreadora, freqüentemente é a
albumina do soro.
Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
O receptor para este ligante deve
estar no citoplasma e, com a
chegada deste, fica ativo,
desempenhando suas funções.
É muito freqüente, porém, que o
receptor seja um fator de
transcrição, isto é, uma molécula
que, com a chegada do ligante,
forma um complexo que entra no
núcleo e vai ativar a transcrição
Receptores Intracelulares:
ligantes hidrofóbicos
Hormônio esteróides, tireóideos, retinóis e a vitamina D
Se ligam às suas respectivas proteínas receptoras intracelulares e alteram a
capacidade delas de controlar a transcrição de genes específicos
Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
Quando a molécula sinalizadora é hidrofílica e/ou grande, não podendo,
portanto, atravessar a bicamada lipídica, o receptor vai ter de funcionar como
um verdadeiro “garoto de recados”, mas sem sair da membrana onde tem de
estar obrigatoriamente exposto
Quando o receptor recebe a molécula sinalizadora, ele
invariavelmente muda de conformação.
A mudança conformacional passa a informação adiante
porque muda o comportamento do receptor
Receptores Extracelulares: ligantes hidrofílicos
Sinalização por ligantes hidrofílicos
Existem três tipos de receptor de sinalização na membrana
plasmática:
Em comum eles possuem o fato de serem proteínas transmembrana e de não
entrarem na célula.
a) os receptores do tipo canal;
b) os associados à proteína G
c) os receptores enzimáticos
São os canais controlados por ligante. Esses receptores podem ser os próprios
canais ou estarem associados a um canal iônico, de modo que a mudança
conformacional induzida pelo ligante ativa o canal associado, que se abre.
Os canais iônicos ativados por
ligante possuem sítios receptores
para o ligante que mudam sua
conformação, abrindo o canal iônico.
a) Receptores do tipo canal;
O receptor de acetilcolina (ACh) da membrana
plasmática é composto de cinco subunidades —
duas subunidades α, uma subunidade β , uma
subunidade γ e uma subunidade δ .
Quando a ACh liga-se a ambas as subunidades α,
o canal abre-se, e o sódio pode seguir ao longo de
seu gradiente de concentração para dentro da
célula.
a) Receptores do tipo
canal
a) Receptores do tipo canal
https://www.youtube.com/watch?v=Du-BwT0Ul2M
São proteínas transmembrana multipasso
A mudança conformacional ao receberem o ligante os faz ativar uma segunda
proteína, que também muda de conformação, passando o sinal adiante.
Esses receptores são bastante variados, mas a segunda proteína que é ativada
não varia muito: chamada proteína G porque pertence a uma família de
proteínas que ligam GTP, ficando ativadas, e depois hidrolisam o GTP a GDP +
P, voltando ao estado inativado.
b) Receptores associados à proteína G
Muitas moléculas são ativadas ou inativadas (comutadores) por
fosforilação, ligação à GTP
Modificado: ALBERTS, 2010
b) Receptores associados à proteína G
Consistem em uma única cadeia polipeptídica que atravessa sete vezes a
bicamada lipídica (fosfolipídeos).
Além de sua orientação característica na membrana plasmática, todos usam
as proteínas G para transmitir o sinal para o interior da célula.
b) Receptores associados à proteína G
b) Receptores
associados à proteína G
Ativação do
complexo GPCR
ALBERTS, 2010
b) Receptores associados à proteína G
Existem vários tipos de proteína G ligadas à receptores extracelulares
Proteínas Gs, Gi, G0, Gq
e G12/13
Por exemplo:
• A Adrenalina pode se ligar as receptores α1-adrenérgicos (ligados à proteína
Gq) ou à receptores β-adrenérgicos musculares (ligados à proteína Gs)
• O Glucagon também se liga à receptores do tipo β-adrenérgicos no fígado.
b) Receptores associados à proteína G
b) Receptores associados à proteína G
b) Receptores associados à proteína G
Ativação de uma proteína G mediada por receptor e a sua interação resultante
com efetores.
A. No estado de repouso, as subunidades e de uma proteína G estão associadas
entre si, e o GDP está ligado à subunidade;
B. A ligação de um ligante extracelular (agonista) ao receptor acoplado à proteína G
determina a troca de GDP por GTP na subunidade alfa;
C.A subunidade alfa dissocia-se das subunidades beta e gama, e se difunde para
interagir com proteínas efetoras.
A subunidade alfa possui atividade intrínseca de GTPase, que resulta em hidrólise do
GTP a GDP. Isso leva à reassociação da subunidade alfa com ass subunidades beta e
gama , dando início a um novo ciclo.
b) Receptores associados
à proteína G
Ativação da Adenil-Ciclase (AC) e
da Fosfolipase C (PLC) através de
Receptores Aclopados à Proteínas
G (GPCR)
As proteínas G têm a propriedade de
interagir com vários tipos diferentes de
moléculas efetoras.
b) Receptores associados à proteína G
Uma vez ativada, a PKC fosforila proteínas-alvo
que variam dependendo do tipo celular
p.e. adrenalina
2ºs
Mensageiros
b) Receptores associados à proteína G
FONTE: Bioquímica Ilustrada 4 ed.
b) Receptores associados
à proteína G
• Ativação de PKA, proteína cinase
dependente de AMPc através de
receptores ligados à proteína Gs.
• Podemos utilizar como exemplo as
moléculas-sinal Adrenalina ou Glucagon
em receptores β-adrenérgicos.
b) Receptores associados à proteína G
Proteína – cinase dependente de AMP
cíclico (PKA)
b) Receptores associados à proteína G
b) Receptores associados à proteína G
Cell Signalling Biology - Michael J. Berridge - www.cellsignallingbiology.org - 2009
b) Receptores associados à proteína G
O Receptores ligados à Proteína Gs, que ativam Proteínas Cinases A (PKA)
dependentes de AMPc, também podem ser utilizados como exemplo de
amplificação de sinal:
Ligante
X 100
X 100
b) Receptores
associados à
proteína G
b) Receptores associados à proteína G
A dessensibilização dos receptores associados à proteína G depende da
fosforilação do receptor
Quando as células-alvo são expostas, por um longo período, a altas
concentrações de um ligante estimulador, elas se tornam dessensibilizadas,
ou adaptadas, de várias maneiras diferentes
b) Receptores associados à proteína G
No caso dos GPCRs existem 3 formas gerais de
dessensibilização:
(1)Na inativação, eles se alteram de forma a não mais interagir com
as proteínas G;
(2)No sequestro, eles são temporariamente removidos para o interior
da célula (internalizados) de forma a não terem mais acesso ao seu
ligante;
(3) Na retrorregulação, eles são destruídos nos lisossomos após a
internalização.
https://www.youtube.com/watch?v=vO7BmPeJNDQ
Mecanismo da fosforilação protéica e da cascata das quinases
Receptor para vários hormônios, citocinas e fatores de
crescimento
A interação com o ligante induz a dimerização das cadeias do receptor
aproximando os domínios de cinase de dois receptores
c) Receptores enzimáticos:
Se tornam ativados e fosforilam reciprocamente
múltiplas tirosinas, um processo conhecido como
transautofosforilação
c) Receptores enzimáticos:
Existem cinco categorias principais de receptores transmembrana com domínios
citosólicos enzimáticos.
O maior grupo é constituído pelos receptores com
tirosinocinases (TKR).
c) Receptores enzimáticos:
O receptor de insulina
e a proteína BCR-Abl
fornecem exemplos de
receptores com
tirosinocinases.
Após ativação induzida pelo ligante, esses receptores sofrem dimerização e
transfosforilam resíduos de tirosina no receptor e, com freqüência, em proteínas
citosólicas alvo.
Os resíduos de tirosina fosforilados servem então como sítios de
ancoragem de alta afinidade para outras proteínas intracelulares, que
constituem o próximo passo na cascata de transdução de sinal
Diferentes proteínas sinalizadoras intracelulares podem se
ligar às fosfotirosinas dos RTKs ativados
As proteínas de sinalização intracelular que se ligam às
fosfotirosinas dos RTKs ativados e das proteínas de
ancoragem têm estruturas e funções variadas
Grb2 (Growth factor receptor-
bound protein 2)
Receptores tirosina quinase e proteínas Ras
Proteína Ras: proteína ligadora de GTP (GTPase) e
semelhante à subunidade  da proteína G.
Proteínas Ras: desencadeiam uma cascata de reações
MAP: Mitogen Activated Protein
Ras: descoberta em células
cancerosas
Mutações nos genes Ras:
responsável por cerca de 30% dos
cânceres humanos
c) Receptores enzimáticos:
Alguns receptores podem atuar como tirosinofosfatases.
Esses receptores desfosforilam resíduos de tirosina em outros receptores
transmembrana ou em proteínas citosólicas. Muitas células do sistema imune
possuem receptores com tirosinofosfatases.
c) Receptores enzimáticos:
Os receptores com serina/treoninocinases fosforilam resíduos de serina e de
treonina em determinadas proteínas-alvo citosólicas.
Os membros da superfamília de receptores do TGF-β (fator de transformação do
crescimento - β) pertencem a essa categoria.
Resumindo...
https://www.youtube.com/watch?v=HU2sXd5H48Q
https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM
Obrigada!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosAula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosMauro Cunha Xavier Pinto
 
ICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune Humoral
ICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune HumoralICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune Humoral
ICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune HumoralRicardo Portela
 
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011mfernandamb
 
Antigenos e Anticorpos
Antigenos e AnticorposAntigenos e Anticorpos
Antigenos e AnticorposLABIMUNO UFBA
 
Aula - Básica - Adsorção & Distribuição
Aula - Básica - Adsorção & DistribuiçãoAula - Básica - Adsorção & Distribuição
Aula - Básica - Adsorção & DistribuiçãoMauro Cunha Xavier Pinto
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFRicardo Portela
 
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaAula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaMauro Cunha Xavier Pinto
 
Orgãos Linfóides Primários e Secundários
Orgãos Linfóides Primários e SecundáriosOrgãos Linfóides Primários e Secundários
Orgãos Linfóides Primários e SecundáriosLABIMUNO UFBA
 
Aula de Farmacocinética e Vias de Administração
Aula de Farmacocinética e Vias de AdministraçãoAula de Farmacocinética e Vias de Administração
Aula de Farmacocinética e Vias de AdministraçãoJaqueline Almeida
 
Imunidade adaptativa
Imunidade adaptativaImunidade adaptativa
Imunidade adaptativaSilas Gouveia
 
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdfAula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdfCentrodeCapacitaoemS1
 
ICSA17 - Células e Tecidos do Sistema Imune
ICSA17 - Células e Tecidos do Sistema ImuneICSA17 - Células e Tecidos do Sistema Imune
ICSA17 - Células e Tecidos do Sistema ImuneRicardo Portela
 
Comunicações celulares
Comunicações celularesComunicações celulares
Comunicações celularesdanilo oliveira
 
Membrana plasmatica
Membrana plasmaticaMembrana plasmatica
Membrana plasmaticaemanuel
 

Mais procurados (20)

Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosAula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
 
ICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune Humoral
ICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune HumoralICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune Humoral
ICSA17 - Ativação de linfócitos B e Resposta Imune Humoral
 
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
 
Antigenos e Anticorpos
Antigenos e AnticorposAntigenos e Anticorpos
Antigenos e Anticorpos
 
Aula - Básica - Adsorção & Distribuição
Aula - Básica - Adsorção & DistribuiçãoAula - Básica - Adsorção & Distribuição
Aula - Básica - Adsorção & Distribuição
 
Antígeno Anticorpo
Antígeno AnticorpoAntígeno Anticorpo
Antígeno Anticorpo
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
 
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaAula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
 
Orgãos Linfóides Primários e Secundários
Orgãos Linfóides Primários e SecundáriosOrgãos Linfóides Primários e Secundários
Orgãos Linfóides Primários e Secundários
 
Sistema Complemento
Sistema ComplementoSistema Complemento
Sistema Complemento
 
Imunidade Inata
Imunidade InataImunidade Inata
Imunidade Inata
 
Aula de Farmacocinética e Vias de Administração
Aula de Farmacocinética e Vias de AdministraçãoAula de Farmacocinética e Vias de Administração
Aula de Farmacocinética e Vias de Administração
 
Imunidade adaptativa
Imunidade adaptativaImunidade adaptativa
Imunidade adaptativa
 
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdfAula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
 
Antígenos
AntígenosAntígenos
Antígenos
 
ICSA17 - Células e Tecidos do Sistema Imune
ICSA17 - Células e Tecidos do Sistema ImuneICSA17 - Células e Tecidos do Sistema Imune
ICSA17 - Células e Tecidos do Sistema Imune
 
Comunicações celulares
Comunicações celularesComunicações celulares
Comunicações celulares
 
Citoesqueleto
CitoesqueletoCitoesqueleto
Citoesqueleto
 
07 aula - membrana celular
07   aula - membrana celular07   aula - membrana celular
07 aula - membrana celular
 
Membrana plasmatica
Membrana plasmaticaMembrana plasmatica
Membrana plasmatica
 

Semelhante a Introdução à Sinalização Celular

principios-de-sinalizacao-celular
 principios-de-sinalizacao-celular principios-de-sinalizacao-celular
principios-de-sinalizacao-celularjess13579
 
Comunicação celular
Comunicação celularComunicação celular
Comunicação celularkeizacristina
 
Comunicação celular
Comunicação celularComunicação celular
Comunicação celularNathalia Fuga
 
Princípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina G
Princípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina GPrincípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina G
Princípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina GRegina Rafael Teixeira
 
Resumo. membrana plasmática
Resumo. membrana plasmáticaResumo. membrana plasmática
Resumo. membrana plasmáticaAndressa Santos
 
clulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdf
clulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdfclulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdf
clulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdfFadaPoderosa
 
2 membrana plasmatica
2 membrana plasmatica2 membrana plasmatica
2 membrana plasmaticacenteruni
 
Membrana
MembranaMembrana
Membranaletyap
 
LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptx
LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptxLOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptx
LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptxLiaSilva92
 
Apostila de-biologia-41-56
Apostila de-biologia-41-56Apostila de-biologia-41-56
Apostila de-biologia-41-56Tiago Oliveira
 
MEMBRANAS.pdf
MEMBRANAS.pdfMEMBRANAS.pdf
MEMBRANAS.pdfLoMaia7
 
ICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inataICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inataRicardo Portela
 
Fisiologia da Membrana Celular
Fisiologia da Membrana CelularFisiologia da Membrana Celular
Fisiologia da Membrana CelularPedro Miguel
 
ICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inataICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inataRicardo Portela
 

Semelhante a Introdução à Sinalização Celular (20)

principios-de-sinalizacao-celular
 principios-de-sinalizacao-celular principios-de-sinalizacao-celular
principios-de-sinalizacao-celular
 
Comunicação celular
Comunicação celularComunicação celular
Comunicação celular
 
Comunicação celular
Comunicação celularComunicação celular
Comunicação celular
 
Princípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina G
Princípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina GPrincípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina G
Princípios da sinalização celular/ potencial em repouso/ proteina G
 
Sinalização Celular.pdf
Sinalização Celular.pdfSinalização Celular.pdf
Sinalização Celular.pdf
 
Resumo prot g
Resumo prot gResumo prot g
Resumo prot g
 
Resumo. membrana plasmática
Resumo. membrana plasmáticaResumo. membrana plasmática
Resumo. membrana plasmática
 
Imuno basica
Imuno basicaImuno basica
Imuno basica
 
clulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdf
clulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdfclulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdf
clulasetecidos-131031144549-phpapp01.pdf
 
2 membrana plasmatica
2 membrana plasmatica2 membrana plasmatica
2 membrana plasmatica
 
Membrana
MembranaMembrana
Membrana
 
LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptx
LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptxLOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptx
LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE RECEPTORES.pptx
 
Apostila de-biologia-41-56
Apostila de-biologia-41-56Apostila de-biologia-41-56
Apostila de-biologia-41-56
 
MEMBRANAS.pdf
MEMBRANAS.pdfMEMBRANAS.pdf
MEMBRANAS.pdf
 
Biossinalização
BiossinalizaçãoBiossinalização
Biossinalização
 
ICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inataICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inata
 
Biologia celular
Biologia celularBiologia celular
Biologia celular
 
Fisiologia da Membrana Celular
Fisiologia da Membrana CelularFisiologia da Membrana Celular
Fisiologia da Membrana Celular
 
Células e Tecidos
Células e TecidosCélulas e Tecidos
Células e Tecidos
 
ICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inataICSA17 - Imunidade inata
ICSA17 - Imunidade inata
 

Último

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 

Último (6)

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

Introdução à Sinalização Celular

  • 1. Introdução à Sinalização Celular Profª Ms Adriana Feltrin Bioquímica Farmacêutica e Molecular Curso: Farmácia - 4º Semestre
  • 2. Sinalização Celular INTRODUÇÃO  Em organismos multicelulares, é essencial que as células se comuniquem, possibilitando ações coordenadas.  Essa comunicação se dá através de moléculas que uma determinada célula produz e coloca no meio extracelular para serem então percebidas pelas outras células.
  • 3. Sinalização Celular INTRODUÇÃO  chamamos a célula que lançou a molécula de célula sinalizadora, a molécula que leva a informação de ligante e a célula que percebeu a presença do ligante no meio de célula-alvo
  • 4.
  • 5.
  • 6. Sinalização Celular - Tipos de sinalização De acordo com a meia-vida* da molécula sinalizadora e de quais células possuem receptores para aquele sinal, podemos classificar os tipos de sinalização como Parácrina, Autócrina, Dependente de contato, Endócrina e Neuronal. * meia-vida de uma substância é o tempo que leva para que uma determinada quantidade dela perca metade de sua atividade.
  • 7. Sinalização Celular - Tipos de sinalização a) Parácrina A molécula sinalizadora tem vida curta e os receptores estão nas células próximas. Nesse caso, a molécula sinalizadora é chamada de mediador local.
  • 8. Sinalização Celular - Tipos de sinalização b) Autócrina A molécula sinalizadora tem vida curta e o receptor está na própria célula que emitiu o sinal.
  • 9. Sinalização Celular - Tipos de sinalização c) Dependente de Contato A molécula sinalizadora não é secretada, ficando exposta na superfície da célula sinalizadora, e a célula-alvo precisa fazer contato para que o receptor possa se ligar
  • 10. Sinalização Celular - Tipos de sinalização d) Endócrina molécula sinalizadora tem vida longa, é lançada na corrente sanguínea e vai atingir células-alvo em locais distantes. Nesse caso, a molécula sinalizadora é chamada de hormônio.
  • 11. Sinalização Celular - Tipos de sinalização e) Neuronal Nessa situação, a molécula sinalizadora, chamada neurotransmissor, viaja grandes distâncias, mas não no sangue ou no meio extracelular e sim dentro de prolongamentos celulares dos neurônios, os axônios. Atinge a célula-alvo longe do corpo celular do neurônio que emitiu o sinal, mas próximo do axônio onde a molécula sinalizadora foi secretada
  • 12. Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes Quando a molécula sinalizadora é secretada no meio extracelular, ela entrará em contato com várias células, mas apenas um pequeno número restrito delas responderá ao sinal, porque apenas algumas expressam o receptor capaz de reconhecer a molécula sinalizadora Na corrente sanguínea circulam muitos hormônios, secretados por diferentes células, que atingirão várias células, mas só algumas expõem o receptor adequado.
  • 13. Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes Um neurônio possui diferentes prolongamentos para alcançar as células que possuem os receptores capazes de reconhecer o neurotransmissor
  • 14. Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes Um exemplo disso é o neurotransmissor acetilcolina, que serve de sinalizador para células-alvo diversas, que reagem de modo diferente ao mesmo sinal: • Uma célula muscular esquelética vai se contrair quando seu receptor de acetilcolina reconhecer esse neurotransmissor no meio; • Já no músculo cardíaco, a freqüência de contração da célula muscular cardíaca diminui na presença dessa molécula; • A célula da glândula salivar, que expressa o mesmo receptor da célula cardíaca, vai provocar uma resposta diferente: a secreção de saliva.
  • 15. Diferentes tipos celulares respondem diferentemente à mesma molécula-sinal extracelular
  • 16. Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes Diferentes sinais recebidos por uma célula-alvo podem modular seu comportamento. A célula que não recebe nenhum sinal acaba morrendo. A simples manutenção da vida celular já depende de várias informações sinalizadas pelas moléculas A, B e C.
  • 17. Um sinal pode gerar muitas respostas diferentes Comportamentos mais complexos, como a proliferação e a diferenciação, requerem sinalizadores específicos, representados por D, E, F e G.
  • 18. Tipos de receptores Qual o tipo de receptor mais adequado para receber um determinado sinal? Isso depende de que tipo de molécula esse sinal for: a) se a molécula sinalizadora for pequena e/ou hidrofóbica (Lipossolúvel) o suficiente para atravessar a membrana, o receptor deve ser intracelular;
  • 19. Tipos de receptores b) se a molécula sinalizadora não puder atravessar a membrana, o receptor terá de estar obrigatoriamente na membrana plasmática, exposto na superfície celular.
  • 20. Tipos de receptores Moléculas-sinal Incluem: o proteínas, o peptídeos pequenos, o aminoácidos, o nucleotídeos, o esteróides, o retinóis, o derivados de ácidos graxos, o gases dissolvidos: como o monóxido nítrico (NO) e monóxido de carbono (CO).
  • 21.
  • 22.
  • 23. Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos O exemplo mais notável desse tipo de sinalização é o do óxido nítrico (NO). O gás NO é produzido pela desaminação do aminoácido arginina, catalisada pelas enzimas chamadas de óxido nítrico-sintases (NOS) Três NO-sintases já foram identificadas eNOS – endotélio; nNOS – neural e muscular; iNOS – (hepatócitos, macrófagos, monócitos e neutrófilos)
  • 24. O NO possui uma meia vida curta , e 5 a 10 segundos no espaço extracelular antes de se converter em nitrato e nitrito pela ação do oxigênio e água Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
  • 25. NO Fosfodiesterase PDE5 5`-GMP relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos do corpo cavernoso GTP – guanilato trifosfato GMP – guanilato monofosfato EREÇÃO Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
  • 26. Outras moléculas sinalizadoras hidrofóbicas também são capazes de atravessar membranas e têm vida muito mais longa (são moléculas muito mais estáveis). Elas são produzidas e secretadas por células glandulares, viajando grandes distâncias pela corrente sanguínea até achar células-alvo. Essas moléculas sinalizadoras são chamadas hormônios. Como são hidrofóbicas, têm problemas para viajar pela corrente sanguínea e o meio extracelular, que são aquosos. Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
  • 27. As moléculas sinalizadoras hidrofóbicas precisam associar-se a moléculas hidrofílicas que tenham um sítio capaz de acomodá-la. Essa molécula hidrofílica, que chamamos carreadora, freqüentemente é a albumina do soro. Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
  • 28. O receptor para este ligante deve estar no citoplasma e, com a chegada deste, fica ativo, desempenhando suas funções. É muito freqüente, porém, que o receptor seja um fator de transcrição, isto é, uma molécula que, com a chegada do ligante, forma um complexo que entra no núcleo e vai ativar a transcrição Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
  • 29. Hormônio esteróides, tireóideos, retinóis e a vitamina D Se ligam às suas respectivas proteínas receptoras intracelulares e alteram a capacidade delas de controlar a transcrição de genes específicos Receptores Intracelulares: ligantes hidrofóbicos
  • 30.
  • 31. Quando a molécula sinalizadora é hidrofílica e/ou grande, não podendo, portanto, atravessar a bicamada lipídica, o receptor vai ter de funcionar como um verdadeiro “garoto de recados”, mas sem sair da membrana onde tem de estar obrigatoriamente exposto Quando o receptor recebe a molécula sinalizadora, ele invariavelmente muda de conformação. A mudança conformacional passa a informação adiante porque muda o comportamento do receptor Receptores Extracelulares: ligantes hidrofílicos
  • 32. Sinalização por ligantes hidrofílicos Existem três tipos de receptor de sinalização na membrana plasmática: Em comum eles possuem o fato de serem proteínas transmembrana e de não entrarem na célula. a) os receptores do tipo canal; b) os associados à proteína G c) os receptores enzimáticos
  • 33. São os canais controlados por ligante. Esses receptores podem ser os próprios canais ou estarem associados a um canal iônico, de modo que a mudança conformacional induzida pelo ligante ativa o canal associado, que se abre. Os canais iônicos ativados por ligante possuem sítios receptores para o ligante que mudam sua conformação, abrindo o canal iônico. a) Receptores do tipo canal;
  • 34. O receptor de acetilcolina (ACh) da membrana plasmática é composto de cinco subunidades — duas subunidades α, uma subunidade β , uma subunidade γ e uma subunidade δ . Quando a ACh liga-se a ambas as subunidades α, o canal abre-se, e o sódio pode seguir ao longo de seu gradiente de concentração para dentro da célula. a) Receptores do tipo canal
  • 35. a) Receptores do tipo canal https://www.youtube.com/watch?v=Du-BwT0Ul2M
  • 36. São proteínas transmembrana multipasso A mudança conformacional ao receberem o ligante os faz ativar uma segunda proteína, que também muda de conformação, passando o sinal adiante. Esses receptores são bastante variados, mas a segunda proteína que é ativada não varia muito: chamada proteína G porque pertence a uma família de proteínas que ligam GTP, ficando ativadas, e depois hidrolisam o GTP a GDP + P, voltando ao estado inativado. b) Receptores associados à proteína G
  • 37. Muitas moléculas são ativadas ou inativadas (comutadores) por fosforilação, ligação à GTP Modificado: ALBERTS, 2010 b) Receptores associados à proteína G
  • 38. Consistem em uma única cadeia polipeptídica que atravessa sete vezes a bicamada lipídica (fosfolipídeos). Além de sua orientação característica na membrana plasmática, todos usam as proteínas G para transmitir o sinal para o interior da célula. b) Receptores associados à proteína G
  • 39. b) Receptores associados à proteína G Ativação do complexo GPCR ALBERTS, 2010
  • 40. b) Receptores associados à proteína G Existem vários tipos de proteína G ligadas à receptores extracelulares Proteínas Gs, Gi, G0, Gq e G12/13 Por exemplo: • A Adrenalina pode se ligar as receptores α1-adrenérgicos (ligados à proteína Gq) ou à receptores β-adrenérgicos musculares (ligados à proteína Gs) • O Glucagon também se liga à receptores do tipo β-adrenérgicos no fígado.
  • 41. b) Receptores associados à proteína G
  • 42. b) Receptores associados à proteína G
  • 43. b) Receptores associados à proteína G Ativação de uma proteína G mediada por receptor e a sua interação resultante com efetores. A. No estado de repouso, as subunidades e de uma proteína G estão associadas entre si, e o GDP está ligado à subunidade; B. A ligação de um ligante extracelular (agonista) ao receptor acoplado à proteína G determina a troca de GDP por GTP na subunidade alfa; C.A subunidade alfa dissocia-se das subunidades beta e gama, e se difunde para interagir com proteínas efetoras. A subunidade alfa possui atividade intrínseca de GTPase, que resulta em hidrólise do GTP a GDP. Isso leva à reassociação da subunidade alfa com ass subunidades beta e gama , dando início a um novo ciclo.
  • 44. b) Receptores associados à proteína G Ativação da Adenil-Ciclase (AC) e da Fosfolipase C (PLC) através de Receptores Aclopados à Proteínas G (GPCR) As proteínas G têm a propriedade de interagir com vários tipos diferentes de moléculas efetoras.
  • 45. b) Receptores associados à proteína G Uma vez ativada, a PKC fosforila proteínas-alvo que variam dependendo do tipo celular p.e. adrenalina 2ºs Mensageiros
  • 46. b) Receptores associados à proteína G FONTE: Bioquímica Ilustrada 4 ed.
  • 47. b) Receptores associados à proteína G • Ativação de PKA, proteína cinase dependente de AMPc através de receptores ligados à proteína Gs. • Podemos utilizar como exemplo as moléculas-sinal Adrenalina ou Glucagon em receptores β-adrenérgicos.
  • 48. b) Receptores associados à proteína G Proteína – cinase dependente de AMP cíclico (PKA)
  • 49. b) Receptores associados à proteína G
  • 50. b) Receptores associados à proteína G Cell Signalling Biology - Michael J. Berridge - www.cellsignallingbiology.org - 2009
  • 51. b) Receptores associados à proteína G O Receptores ligados à Proteína Gs, que ativam Proteínas Cinases A (PKA) dependentes de AMPc, também podem ser utilizados como exemplo de amplificação de sinal: Ligante X 100 X 100
  • 53. b) Receptores associados à proteína G A dessensibilização dos receptores associados à proteína G depende da fosforilação do receptor Quando as células-alvo são expostas, por um longo período, a altas concentrações de um ligante estimulador, elas se tornam dessensibilizadas, ou adaptadas, de várias maneiras diferentes
  • 54. b) Receptores associados à proteína G No caso dos GPCRs existem 3 formas gerais de dessensibilização: (1)Na inativação, eles se alteram de forma a não mais interagir com as proteínas G; (2)No sequestro, eles são temporariamente removidos para o interior da célula (internalizados) de forma a não terem mais acesso ao seu ligante; (3) Na retrorregulação, eles são destruídos nos lisossomos após a internalização.
  • 56. Mecanismo da fosforilação protéica e da cascata das quinases Receptor para vários hormônios, citocinas e fatores de crescimento A interação com o ligante induz a dimerização das cadeias do receptor aproximando os domínios de cinase de dois receptores c) Receptores enzimáticos: Se tornam ativados e fosforilam reciprocamente múltiplas tirosinas, um processo conhecido como transautofosforilação
  • 57. c) Receptores enzimáticos: Existem cinco categorias principais de receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos. O maior grupo é constituído pelos receptores com tirosinocinases (TKR).
  • 58. c) Receptores enzimáticos: O receptor de insulina e a proteína BCR-Abl fornecem exemplos de receptores com tirosinocinases. Após ativação induzida pelo ligante, esses receptores sofrem dimerização e transfosforilam resíduos de tirosina no receptor e, com freqüência, em proteínas citosólicas alvo.
  • 59. Os resíduos de tirosina fosforilados servem então como sítios de ancoragem de alta afinidade para outras proteínas intracelulares, que constituem o próximo passo na cascata de transdução de sinal
  • 60. Diferentes proteínas sinalizadoras intracelulares podem se ligar às fosfotirosinas dos RTKs ativados As proteínas de sinalização intracelular que se ligam às fosfotirosinas dos RTKs ativados e das proteínas de ancoragem têm estruturas e funções variadas
  • 61. Grb2 (Growth factor receptor- bound protein 2) Receptores tirosina quinase e proteínas Ras Proteína Ras: proteína ligadora de GTP (GTPase) e semelhante à subunidade  da proteína G.
  • 62. Proteínas Ras: desencadeiam uma cascata de reações MAP: Mitogen Activated Protein Ras: descoberta em células cancerosas Mutações nos genes Ras: responsável por cerca de 30% dos cânceres humanos
  • 63.
  • 64. c) Receptores enzimáticos: Alguns receptores podem atuar como tirosinofosfatases. Esses receptores desfosforilam resíduos de tirosina em outros receptores transmembrana ou em proteínas citosólicas. Muitas células do sistema imune possuem receptores com tirosinofosfatases.
  • 65. c) Receptores enzimáticos: Os receptores com serina/treoninocinases fosforilam resíduos de serina e de treonina em determinadas proteínas-alvo citosólicas. Os membros da superfamília de receptores do TGF-β (fator de transformação do crescimento - β) pertencem a essa categoria.

Notas do Editor

  1. Os receptores nucleares se ligam a sequências especificas de DNA adjacentes aos genes regulados pelo ligante Alguns deles, como os do cortisol, localizam-se primeiramente no citosol e entram no núcleo somente após a interação com o ligante Outros Hormônio tireóide ou do retinol, ligam-se ao DNA no núcleo, mesmo na ausência do ligante