O documento discute o método científico, comparando as perspectivas indutivista e falsificacionista. A perspectiva indutivista defende que a ciência se baseia na indução e na verificação de hipóteses através de observações. Já a perspectiva falsificacionista de Popper defende que a ciência se baseia na dedução de consequências de hipóteses e na tentativa de refutá-las através de testes, considerando a falsificabilidade o critério de demarcação do científico.
2. Uma definição
• Etimologicamente: meta + odos. Caminho para um
objetivo.
• O método científico é o procedimento científico que
aponta o caminho para o conhecimento da realidade,
dirige a investigação de forma rigorosa e organizada e
estabelece as regras para compreender os aspetos
discrepantes dos fenómenos.
3. Indutivismo
• Segundo os indutivistas o método da ciência é a indução. Não há
ciência sem indução, pois a ciência visa estabelecer leis gerais a
partir de observações particulares e de experiências realizadas
• Perspetiva segundo a qual o método científico se baseia-se
raciocínio indutivo e na verificação de hipóteses.
• Segundo os indutivistas a dedução não tem caráter ampliativo, isto
é, não acrescenta conhecimento, logo não é útil à ciência.
4. O método experimental e o raciocínio
indutivo
• O método indutivo-experimental é aplicado nas ciências naturais e
até nas ciências humanas.
• A caraterística mais importante da indução é o seu caráter
ampliativo e provável. Permite fazer previsões, muito úteis na nossa
vida e na ciência. Mas as conclusões indutivas não são
completamente certas.
• O método indutivo - experimental procura reduzir o seu grau de
incerteza, mas há barreiras que não se conseguem superar.
5. Método indutivo- experimental
As etapas do método indutivo-experimental (tal como foi formulado por Francis Bacon
– 1561 – 1626) são:
1. Observação – Recolha e seleção de dados sobre o fenómeno em estudo.
2. Elaboração de hipóteses – Conjetura elaborada a partir dos dados recolhidos na
observação
3. Experimentação – Confrontação da hipótese com os factos.
4. Generalização/Estabelecimento da lei – Se os testes empíricos forem bem
sucedidos, os resultados são generalizados, passando esta a ser lei científica.
Ver exemplo
6. Objeções à perspetiva indutivista
• Relativas à primeira fase do método - a observação:
– A investigação não começa com a observação. A observação é orientada por teorias
prévias. Além disso há “factos” que não são observáveis (a origem do Universo, por
exemplo)
– Não há observação pura. A observação é resultado de uma orientação prévia.
• Relativas à hipótese:
- As hipóteses não são extraídas dos factos – São resultado da cooperação da razão e da
imaginação. São uma criação do cientista.
• Relativas à indução:
- As hipóteses não são verificáveis – As hipóteses são enunciados universais (relativas a
todos os casos) e na experimentação apenas se testam casos particulares.
7. O problema da indução
(David Hume)
• Questionou-se sobre a fiabilidade da indução: quem nos garante que os
corvos que ainda não observámos são negros como os que já
observámos?
• Essa garantia é-nos dada pela crença na uniformidade da natureza. E como
chegámos a este princípio? Por indução, pela experiência.
• Cometemos, pois, a falácia da petição de princípio.
• David Hume conclui que justificamos um raciocínio indutivo recorrendo a
outro raciocínio indutivo, o que não justifica coisa alguma.
8. Método Hipotético-dedutivo
• Fases do Método
1ª - Facto-problema
2ª - Formulação da hipótese ou conjetura
3ª - Dedução das consequências da
hipótese
4 ª - Validação da hipótese (Corroboração
ou falsificação)
Ver exemplo
9. Falsificacionismo
• Karl Raimund Popper (1902
– 1994) foi um filósofo da
ciência austríaco
naturalizado britânico. É
considerado por muitos
como o filósofo mais
influente do século XX no
domínio da epistemologia.
10. Método das conjeturas e refutações
O método proposto por Karl Popper baseia-se no método
hipotético dedutivo:
• Problema
• Conjetura ou hipótese explicativa
• Dedução das consequências da hipótese
• Tentativas de falsificação/Testes críticos
• Corroboração/Falsificação
Ler texto da página 209
11. Popper face ao método indutivo-experimental
Comete a falácia da afirmação do consequente:
Se T, então C.
Ora C.
Então, T.
13. Falsificacionismo
• Consiste na tentativa de refutação de uma
hipótese através de testes experimentais:
• Ou os testes refutam a hipótese, sendo
retificada ou afastada.
• Ou os testes não refutam a hipótese e ela é
aceite (provisoriamente). É corroborada
15. Indutivismo/falsificacionismo
Indutivismo
• Pretende mostrar que as
hipótese são verdadeiras.
• Utiliza a verificação e a
confirmação como critérios
de demarcação.
Fasificacionismo
• Pretende mostrar que as
hipóteses que as hipóteses
que não são refutadas, são
provisoriamente
corroboradas.
• As hipóteses não são
verificáveis.
• A ciência passa bem sem a
indução.
• Utiliza a falsificação como
critério de demarcação.
16. Critérios de demarcação
• Como se distingue, então, o que é científico do
que não é científico?
• Os critérios de demarcação permitem distinguir
teorias científicas das não científicas.
• Existem 3 critérios:
- Verificabilidade.
- Confirmabilidade
- Falsificabilidade
17. Critérios de demarcação
Verificabilidade
• Consiste em mostrar que uma teoria é
verdadeira, porque a experiência
verifica a hipótese.
• Crítica - Mas a hipótese é um
enunciado universal construída com
base na observação de casos
particulares. Apenas são verificados
através de testes empíricos alguns
casos particulares.
Confirmabilidade
(Confirmação de teorias)
• Consiste na verificação parcial de uma
teoria. Através de testes empíricos
verificam-se alguns casos particulares
(um número considerado suficiente) e
conclui-se que provavelmente esse
enunciado é verdadeiro.
• Crítica - Verificar parcialmente um
enunciado universal não é confirmá-lo.
Também, neste caso, estamos a adotar
um procedimento indutivo.
19. Popper face ao método tradicional
• Substitui:
– A observação por problemas
– A indução pela dedução
– A verificação pela refutação/testes críticos
– A generalização pela corroboração
– O critério da verificabilidade pelo critério da
falsificabilidade
20. O que é uma boa teoria cientifica?
• Uma teoria científica é melhor do que outra, se
tiver maior conteúdo empírico; se tiver um maior
grau de falsificabilidade.
• Por exemplo, “Os metais dilatam quando
submetidos ao calor” tem mais conteúdo
empírico do que o enunciado “O cobre dilata com
o calor”.
21. Objeções ao falsificacionismo
• Está em desacordo com a prática habitual dos
cientistas – ao longo da história das ciências os
cientistas trabalharam para confirmar as teorias.
• É difícil aceitar que a ciência possa evoluir por um
processo assente em refutações.
• Não é porque se falsifica uma hipótese que toda
a teoria se deve refutar.