A oficina foi desenvolvida com intuito de desenvolver a sensibilidade crítica dos alunos através da ressignificação do assunto histórico “Cangaço”, construindo sua própria versão sobre este. Após a discussão do texto introdutório e da exibição de slides sobre a referida temática, bem como após a exposição de slides sobre a literatura de cordel, foi solicitados que os alunos construíssem capas de cordéis acerca da sua versão sobre “O cangaço”. A oficina foi desenvolvida na turma do 9° Ano “B” do Ensino Fundamental II, no turno da manhã, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena, em 21 de setembro de 2017.

1. Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena
Série: 9º Ano/B/Ensino Fundamental II
Donizete Emanoel de Couto Rodrigues;
Marília Cristina de Queiroz; Mylla Christtie
Montenegro Bezerra; Tissiane Emanuella
Albuquerque Gomes; Valdeir Alves dos
Santos.
LITERATURA DE CORDEL

2. LITERATURA DE CORDEL
 O que é e características gerais:
 Tipo de poesia popular impressa e divulgada através de
folhetos ilustrados com xilogravuras.
 Os textos são poéticos, rimados e publicados em
pequenos livros de papel, geralmente feitos com apenas
uma folha dobrada estrategicamente para formar oito
páginas, mas alguns podem chegar até 32. São muito
vendidos em feiras nordestinas ou nas ruas.
 Origem do nome cordel:
 Devido a forma como eram expostos à venda nas feiras
de Portugal, pendurados em cordões (barbantes), lá
chamados de cordéis. Atualmente, no Brasil, muitos
folhetos ficam expostos em barbante ou horizontalmente em
balcões ou tabuleiros.

3. LITERATURA DE CORDEL
 Onde, quando, como surgiu e se difundiu:
 Surgiu na Europa, por volta do século XVI, como poesia
impressa em folhetos.
 Chegou ao Brasil através dos colonizadores vindos de
Portugal.
 Inicialmente, no Nordeste brasileiro: contava lendas, mitos,
estórias sertanejas, pelejas entre cantadores, vida e trajetória
de cangaceiros, desastres naturais.
 As temáticas tornaram-se diversas, geralmente, de acordo
com os assuntos do momento, representando,
principalmente, a opinião do autor a respeito de algo na
sociedade e no seu cotidiano, que tentam convencer o leitor a
acreditar nos acontecimentos narrados nos cordéis, podendo
criticar a realidade, abusando da ironia e do sarcasmo.

4. LITERATURA DE CORDEL
Fonte: http://lounge.obviousmag.org/memorias_do_subsolo/2013/01/literatura-de-cordel-a-memoria-do-sertao-em-folhetos-de-
papel.html

5. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=0QtXot9hcsQ
LITERATURA DE CORDEL

6. LITERATURA DE CORDEL
 Formato mais usual:
 Quadra (estrofes de quatro versos de sete sílabas):
Obrigatoriamente tem que haver rima em dois versos. Cada
poeta tem seu estilo. Alguns preferem rimar o segundo com
o quarto.
O sabonete cheiroso
Bonitinho e perfumado
Ele ouviu alguns rumores
Que o deixou encabulado.
(A briga do sabão com o sabonete, Izaías Gomes de Assis)

7. LITERATURA DE CORDEL
 Outros preferem rimar todas as linhas, alternando ou
saltando. Pode ser a primeira com a terceira e a segunda
com a quarta, ou a primeira com a quarta e a segunda com a
terceira.
E nesta constante lida
Na luta de vida e morte
O sertão é a própria vida
Do sertanejo do Norte
Três muié, três irmã,
Três cachorra da mulesta
Eu vi nun dia de festa
No lugar Puxinanã.
(Zé da Luz)

8. LITERATURA DE CORDEL
No dia da eleição
O povo todo corria
Gritava a oposição
Ave Maria
Via-se grupos de gente
Vendendo voto nas praças
E a arma dos governos
Cheia de Graça
Uns e outros perguntavam
- O Sr. vota conosco?
Um chaleira respondia
Este Senhor é convosco.
Eu avistei duas panelas
Com miúdo de dez bois
Cumprimentei-a dizendo
Bendita sois.
Os eleitores com medo
Das espadas dos alferes
Chegavam a se esconderem
Entre as mulheres.
Os candidatos chegavam
Com seu ameaço bruto
Pois um voto para eles
É bendito fruto.
 Ave Maria da eleição (Leandro Gomes de Barros
Recife, 1907)

9. LITERATURA DE CORDEL
O mesário do governo
Pegava a urna contente
E dizia me gloreio
Do teu ventre.
A oposição gritava
De nós não ganha ninguém
Respondia os do governo
Amém.

10. REFERÊNCIAS
Acorda cordel. Disponível em:
<http://acordacordel.blogspot.com.br/2011/11/ave-maria-da-
eleicao.html>. Acesso em: 14 set. 2017.
CASTRO, Manoel Cavalcante de Souza; COSTA, Iris do Céu Clara.
A literatura de cordel como instrumento didático-pedagógico na
educação, motivação e promoção da saúde bucal. Revista Ciência
Plural, Natal, v. 1, n. 1, p. 40-9, 2015. Disponível em: <
https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/7322 >. Acesso em: 14 set.
2017.
Cordel do Brasil. Disponível em:
<http://cordeldobrasil.com.br/v1/aprenda-fazer-um-cordel/>. Acesso
em: 14 set. 2017.
Cordel Paraíba. Disponível em:
<http://cordelparaiba.blogspot.com.br/2010/03/poetica-do-cordel-
quadra-e-sextilha.html >. Acesso em: 14 set. 2017.